56
i o 1. Publicação nQ INPE-3010-RPE/454 4. Origem DMC/DDO 2. Versão Programa ORBAT 3. Data Fev., 1984 5. Distribuição O Interna ~ Externa O Restrita 6. Palavras chaves - selecionadas pelo(s) autor(es) OTIMIZAÇÃO SATtLITE SOLStNCRONO PAINtIS SOLARES INPE-3010-RPE/454 10. Pãginas:58 7. C.D.U.: 521.3:629.7.076.6:629.7.064.56 8. Titulo POSICIONAMENTO ÓTIMODE PAINtIS SOLARESEM SATtLITES SOLslNCRONOS 9. Autoria Valdemir Carrara Válder Matos de Medeiros '. Assinatura responsãvel 14. Resumo/Notas 11. 01tima pãgina:51 12. Revisada por Roberto Vieira Martins 13. Autorizada por Nelj~arada Diretor Geral Estuda-se, neste trabalho, o posicionamento ótimo de painéis soZares fixos ~r,' - M:s em satéUtes sols-íncronos, vi sando o melhor aproveitamento poss-ível da energia solar dispon-ívef: Para tanto, considera-se a influência da excentricidade da órbita terrest!!e, ,bem como o movimento em decUnação do Sol. O, critério de otimização'proposto foi o demaximizar a energia numa órbita, numa época do ano em que ocorre a mnima energia dispon-ível, garaE.. tindo, assim, que em qualquer outra época o rendimento seja maior. Foi construido um programa que obtém a posição ótima dos painéis f")<,, '~ (ft·~ 0tA pimtz;'''ic1', em função dos parâmetros orbitais e do horário de cruzamento com o equador. O programa utiliza métodositerativos e fornece, também, a data onde a energia e- minima. t''t~,iia/uma éOrfl pp .. ~CJ{! -o ~tr;eoE} / r.:;!ultli.do$/ d~S. pa~inéi / f~3Jf) .. ·s/: r;.rrt~is,P9t~tiv~s-; ·19'" c~d~ d~8t~ formá,/Íoe(])á's9! p m..~_ deC1,sao' qUanto ao t1,PO de. pqine l a sér''emp~gaao númaâa *são:. , (, \ ~ I': 't,.--.-- ~-r~ . ~_a_ry::.. C,(T"'t""".::....,.'\\;--, '1'" o .... (rl~-\ .'lr'l )'-~) ,,-,,-'\.' Çj;-.I0.-,-j')y ,~i()i,,,,, -:J .'_ 'r,-'~ 'C _.~--'J'-\--) yy.' -- /' 15. Observações

orbit-a - Divisão de Mecânica Espacial e Controleval/publicacoes/carrara_inpe_3010_rpe_454.pdf · O problema de otimização da posição de painéis nos saté1 i tes, embora de

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i o

1. Publicação nQ

INPE-3010-RPE/454

4. Origem

DMC/DDO

2. Versão

ProgramaORBAT

3. Data

Fev., 1984

5. Distribuição

O Interna ~ Externa

O Restrita

6. Palavras chaves - selecionadas pelo(s) autor(es)

OTIMIZAÇÃO SATtLITESOLStNCRONO PAINtIS SOLARES

INPE-3010-RPE/454 10. Pãginas:58

7. C.D.U.: 521.3:629.7.076.6:629.7.064.56

8. Titulo

POSICIONAMENTOÓTIMODE PAINtIS SOLARESEMSATtLITES SOLslNCRONOS

9. Autoria Valdemir CarraraVálder Matos de Medeiros

'.

Assinatura responsãvel

14. Resumo/Notas

11. 01tima pãgina:51

12. Revisada por

Roberto Vieira Martins

13. Autorizada por

Nelj~aradaDiretor Geral

Estuda-se, neste trabalho, o posicionamento ótimo depainéis soZares fixos ~r,' - M:s em satéUtes sols-íncronos, visando o melhor aproveitamento poss-ível da energia solar dispon-ívef:Para tanto, considera-se a influência da excentricidade da órbitaterrest!!e, ,bem como o movimento em decUnação do Sol. O, critériode otimização'proposto foi o demaximizar a energia numa órbita,numa época do ano em que ocorre a mnima energia dispon-ível, garaE..tindo, assim, que em qualquer outra época o rendimento seja maior.Foi construido um programa que obtém a posição ótima dos painéis f")<,, '~(ft·~ 0tA pimtz;'''ic1', em função dos parâmetros orbitais e do horáriode cruzamento com o equador. O programa utiliza métodositerativos

e fornece, também, a data onde a energia e- minima. t''t~,iia/uma éOrfl

pp..~CJ{!-o ~tr;eoE}/r.:;!ultli.do$/ d~S. pa~inéi / f~3Jf)..·s/: r;.rrt~is,P9t~tiv~s-;·19'" c~d~ d~8t~ formá,/Íoe(])á's9! p m..~_ deC1,sao'qUanto ao t1,POde. pqine l a sér''emp~gaao númaâa *são:., (, \ ~

I': 't,.--.-- ~-r~ . ~_a_ry::.. C,(T"'t""".::....,.'\\;--, '1'" o ....(rl~-\ .'lr'l )'-~),,-,,-'\.' Çj;-.I0.-,-j')y ,~i()i,,,,, -:J .'_ 'r,-'~ 'C _.~--'J'-\--)yy.' - - /'

15. Observações

ABSTRACT

The optimal positioning of fi:x:edand rotating solar

a~ys in sun-synchronous satellites is analyzed in this work, aimingat the better use of availaóle soZar energy.For this, is considered

the influence of the Earth orbit eccentricity and the declination

motion of the sun. The optimizationcriterion proposed was to maximize

the energy in an orbit, during a period of the year where the

available energy is minimum. In this way, the power in any other epoch

is guaranteed to be greáter. A computer program that gives the'optimal

positioning of the solar arrays (fixed or rotating), by means of

orbital parameters and equator crossing hour, was developed. Theprogram uses iterative methods and gives, also, the date when the .

energy is minimum. A comparison between the fixed arrays and the

rotating ones is made, giving, in this way, resources to decide which

type of the panel should be used in a given mission.

SU~RIO

LSITA DE FIGURAS ...•••..•••••.••.•••.••••••••••••..••••••••...... v

CAPITULO 1 - INTRODUC~O •••••••••••••••••••••.••••••••••••••••••••• 1

CAPITULO 2 - RELACOES BASICAS ••••••••••••••••••••••••••• :•••••••• 5

2.1 - Parâmetros orbitais •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 5

2.2 - Orbitas sols;ncronas ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 8

2.3 - Variação no horário de cruzamento como equador •••••••••••• 11

2.4 - A, sombra da Terra ••••••••••••.•.•••••••••.•..••••••••.••••. 14

2.5 - Relação de ~ com os elementos orbitais ••••••••••••••••••••• 16

2.6 - Insolação em painiis ••••••••••••••••••••••••• ~ ••••••••••••• 17

CAPITULO 3 - POSICIONAMENTO OTIMO DE PAINtIS FIXOS ••••••••••••••• 21

3.1 - Introdução ••.••• 4' •••••••••.••••••••••••• -••••••••••••••••••• 21

3.2 - Configuração dos painiis ••••••••••••••••••••••••••••••• ~••• 21

3.3 - Energia numa orbit-a ....•..•.....•..•..•••.................... 23

CAPITULO 4 - PAINtIS SOLARES GIRATORIOS •••••••••••••••••••••••••• 35

4.1 - Introdtiçio •••••••••••••••• ~•••• '•••••••••••••••••••••••••••• 35

4.2 - Posicionamento dos painiis ••••••••••••••••••••••••••••••••• 35

CAPITULO 5 - COMPARAC~O DOS RESULTADOS E CONCLUSOES .•••.•••••••••• 45

REFERrNCIAS BIBLIOGRÃFICAS •••••••••••••••.•••••••••••••••••••••••• 51

- 'C'C.,; -

LISTA DE FIGURAS

2.1 - Elementos orbitais angulares ••••••••••••••••••••••••••••••• 6

2.2 - Elipse orbital ••..••••••••.••••• ~••••••••.••••••••••••.•••• 7

2.3 - Ascensão reta, ao'~ e declinaç~o, t50' d6Sol •••••••••••••••• 9

2.4 - Preces são do nodo, Õ, em função da inclinação da órbita •••• 10

2.5 - Inclinação de órbitas solslncronas circulares em função daaltitude •.•••••••••••••••••.••••••••••••••••••••••••••••••. 10

2.6 Variação no horãrio de cruzamento com equador em um ano •••• 14

2.7 - Sombra da Terra no plano orbital ••••••••••••••••••••••••••• 15

2.8 Variação na potência por unidade de ãrea incidente num pai

nel perpendicular aos raios solares, em função da época doano ...............••..••.... '•........•...... ~. . • . . . . . . . . . . .. 18

3.1 - Sistema de eixos orbital XOyoZo •••••••••••••••••••••••••••• 22'. 000 uuu

3.2·- Slstemas X Y Z e X Y Z ••••..••.•.. -••.••..•.••.••.•..••... 23

3.3 - Data onde ocorre a mlnima energia disponlvel numa órbita, t~

. ~a~~.~~~~~~~.:~~~~:.~~.:~~~~~.~~.~~~~~~~~:~.~~~.~•.. ~:~~:~~:

3.6 - Comportamento dos ângulos cflo e soem função do horãrio de cru

zamento com o equador ••.•••.••••••••• _••• ~•••• __-:_~._•• _..•...•_•••.... ~ 31

3.7 - Potência media numa órbita disponivel num painel fixo ao lon

go de um ano, para cruzamento com o 'equador iguais a 9:00 h: .11:00 h e 13:00 h •.••••••••••••••••••••.••••••.•••••.••..•• 32

3.8 - Variação da energia disponivel na data critica devida a uma

mudança de a, para 3 ho~ãrios: 9:00 h, 11:00 he 13~00 h •• 32

4.1 - Satelite com painéis giratórios •••••••••••••••••••••••••••• 36

4.2 - Data critica t*, onde a energia disponivel numa órbita e mi

nima, em função do horãrio de cruzamento com o equador, parã

painel girat5rio ..•..•.••••.••••.•••••••••.•••.••••••••••••• 39

4.3 - Angulo ~o em função do horãrio de cruzamento, fi ...•..••.••. 40

4.4 - Angulo B*, do posicionamento de um painel girante, em função

do horãrio de cruzamento com o equador ••••••••••••••••••••• 40

4.5 - Potência media numa órbita, na data cfltica, disponivel num

painel, em função do horário de cruzamento ••••••••••••••••• 41

- v -

4.6 - Potência média numa órbita, disponível nos paineis ao longo

~e um ano, para 3 horários de· cruzamento distintos:h = 15:00 h, 16:30 h e 18:00 h ••••.•••••••••••••••••••••••• 42

4.7 - Potência media em função do ângulo de posição do painel gira

tório, B, para fi = 15:00 h, 16:30 h e 18:00·h ••••••.••••••~ 42

5.1 - Potência media numa órbita, na data crítica, em paineis fi

xose giratórios, em função do horário de cruzamento com oequador ...•..•..•..•.• '••..•.•..••.•..••.•.•.••..........•.. 46

5.2 - Relação entre as potências fornecidas por um painel giratórjo e um painel fixo, na data crítica de.cada um, em funçaodo horário de cruzamento •••••••••••••••••.••••••••••••••••• 47

5.3 - fotência disponível ao longo de uma órbita para cruzamentoh = 6:00 h. Energia na órbita igual para ambos os paineis •• 48

5.4 - Potência di~ponível ao longo ~e uma órbita para horário decruzamento h = 9:00 h. Energia disponível na órbita igual pa

ra ambos os paineis (áreas diferentes) ••••••••••••••••••••~ 49

5.5 - Potência disponível ao longo de uma órbita para h= 12:00 h.Energia na órbita igual para ambos os tipos de paineis ••••• 49

- vi -

CAPITULO 1

INTRODUÇAO

O problema de otimização da posição de painéis nos saté1 i

tes, embora de formulação simples, é diflci1 de ser analisado, pelas

numerosas variáveis envolvidas. Este estudo é particularmente importa~

te nas primeiras fases da análise de missões, fornecendo resultados pe.!:.

tinentes para primeiros esboços da geometria de um satélite. Numa fase

mais adiantada~ a otimização define com precisão a melhor posição dos

painéis com relação ao satélite, fornecendo dados para o projeto da es

trutura e interagindo com o projeto de suprimento de energia.

Dois casos distintos de otimização podem ocorrer se o sa

té1ite for estabilizado em dois ou três eixos.

No caso da estabilização ser efetuada em dois eixos (e~

tabi1ização por rotação ou gradiente de gravidade, por exemplo), prati

camente toda a superflcie externa do s~télite deverá ser coberta por

células solares, em virtude da incerteza na posição de dois eixos do

satélite. Com este procedimento, evitam-se grandes variações de energia

conforme varie a posição do Sol com respeito ao satélite. Um critério

para determinar o posicionàmento ótimo dos painéis, sob este ponto de

vista, consiste em procurar manter o suprimento de energia contante,

qualquer que seja a posição do Sol.

Caso' o satélite seja estabilizado em 3 eixos, irá exi~

tir uma bem definida relação entre sua orientação e o Sol, de forma a

se ter, em certos casos, criteriosde otimização que, posicionando con

venientemente os paineis com relação ao satélite, minimizam a área· efe

tiva necessária para o abastecimento de energia. Um resultado prático

é a grande diferença entre a energia por. unidade de área captada pelos

paineis nos dois sistemas de estabilização (chega a reduzir de 3 vezes

ou mais a área necessária de células).

...t ...

- 2 -

o principal fator que influência a energia captada numa

órbita e o ângulo entre a direção do Sol e o plano orbita1. Este âng~

10, por sua vez, depende da inclinação da órbita (normalmente fixa), da

declinação do Sol e da diferença entre a ascenção reta do nó ascende~

te da órbita e a ascenção reta do Sol. Devido, porem, ao movimento do

nó ascendente causado pelo achatamento da Terra, o ângulo que a dire

cão do Sol faz com relação ao .p1ano orbita1 muda com o tempo, osci1an

do entre um valor mínimo e um máximo, ao longo do período de precessão

do nó.- J

Dois casos particulares se destacam: em órbitas equat~

riais onde não ocorre precessão, e em órbita sols1ncronas, quando se

lmpoe a condição de quea precessão do nó seja igual ao movimentomedio

em ascenção reta do Sol. Nestes dois casos, a posição do vetor solar

com relação ao plano orbita1 tem uma variação reduzida, sendo quase que

exclusivamente devida à variação da declinação do Sol ao longo de um

ano.

Em ambos os casos, portanto, um estudo doposicionar.lento

dos paineis que melhor atenda às necessidades da missão se faz necessá

rio, já que nelas existe um vlncu10 (a pequena variação do vetor Terra

-Sol relativo ao plano orbital) que' justifica e facilita a análise.

No presente trabalho aplicou-se um criterio de otimiza

cão para o posicionamento de paineis com relação ao corpo do sate1ite,. .onde foram considerados os .efeitos que provocam a variação do vetor aci

ma descrito. O pro'cedimento foi traduzido em termos computacionai s, vi~

to ~er impraticável uma solução analítica. Os resultados (com quatro

dígitos significativos) validaram totalmente o criterio adotado.

No capitulo subsequente são fornecidas as re1aç?es bási

cas para a formulação do problema, enquanto no Capítulo 3 e adotado um

criterio de otimização da posição de paineis fixos e analisados os re

sultados obtidos neste caso. O mesmo e feito no Capítulo 4, agora para

paineis giratórios (que acompanham a direção do Sol). Finalmente, no

- 3 -

Capitulo 5 são comparados os dois modos de fixação dos painéis e discu

tidas suas caracteristicas.

- 1

CAPTTULO 2

RELAÇOES BJl:SICAS

2.1 - PARAMETROS ORBITAIS

Uma órbita e definida por 6 parâmetros que traduzem os 6

graus de liberdade do satelite (3 de posição e 3 de velocidade). Estes

parâmetros são denominados elementos orbitais e, dentre os poss;veis

conjuntos destes, destacam-se os elementos keplerianos formados por:

- a: semi-eixo maior da órbita,

- e: excentricidade,

- - i: incl inação,

- Q:-asce~ção reta do nó ascendente,

- w: argumento do perigeu,

- M: anomalia media.

Os elementos angulares i, Q e w são mostrados na esfe

ra celeste da Figura 2.1, e os demais na Figura 2.2. A ânomalia media,

M, varia linearmente com o tempo:

M = n(t - to) , (2.1)

onde to e o instante de passagem do corpo pelo periapse e n o seu movi

. mento medio, em radianos por segundo, que vale:

n = 2'IT ,

T(2.2)

sendo que T e o periodo orbital. Por sua vez, o per;odo depende do se

mi-eixo maior, atraves da relação:

- 5 -

_r;;'T = 21T1 -;

- 6 -

(2.3)

e da constante gravitacional lJ, função apenas da massa do corpo ce.!!.

tra1. No caso da órbita terrestre ao redor do Sol, o período e bem co

nhecido e vale 365,2422 dias. Já o período de satelites artificiais

terrestres e obtido pela Expressão 2.3 onde lJ passa a ser chamado de

constante geogravitaciona1 e assume o valor:

lJ = 3,986013 X 1014 m3/s2 •

zi

(2.4)

equador

yi

Fig. 2.1 - Elementos orbitais angulares.

A anomalia media relaciona-se com a anomalia excêntrica

E (Figura 2.2) atraves da equação de Kep1er:

M = E - e senE • (2.5)

- 7 -

P

Fig. 2.2 - Elipse orbital.

Por geometria; coloca-se a anomalia verdadeira, f,emte!

mos da anomalia excêntrica, resultando as relações:

senf = 11 - e2' senE" ,

1 - e cosE

cosf = cosE - et - e cosE

Finalmente, a di.stância de um ponto da órbita' ao. .central (foco da elipse) é obtida através da equação:

r = a(1 - e cosE) •

(2.7)

corpo

(2.8)

Essas.expressões fornecem a posição de um corpo em ôrbl

ta não-perturbada em função do tempo,relati.vo a um sistema de referên

cia fixo no plano orbital. Este corpo tanto pode ser a Terra ao 'redor

do Sol quanto um satélite ao redor da Terra. Pará diferenciar, será

utilizado o lndice o, quando se fizer referência ao sistema Terra-Sol.

- 8 -

2.2 - ORBITAS SOLsINCRONAS

Devido às perturbações em órbitas baixas, provocadas pe

10 arrasto atmosférico, a pressão da radiação solar entre outras e ai~

da as perturbações causadas pela distribuição não-uniforme da massa na

Terra, os elementos kep1erianos se modificam com o tempo. Enquanto o ar.

, rasto atmosférico altera essencialmente o semi-eixo da órbita e a excen

tricidade, a pressão de radiação pode mudar ligeiramente a inclinação

e mesmo a excentricidade: Jã o achatamento terrestre (que provém da não

-uniformidade da massa) tem sua maior influência na ascenção reta do

nó ascendente n, cuja variação temporal é dada por (Brooks, 1977):

sendo que:

• cosi. M , (2.9)

(2.10)

onde Re é o raio equatorial da Terra (Re = 6378150 m) e J2 o coeficie.!!.

te harmônico zona1 2, que caracteriza o achatamento dos' pólos e e igual

a 1,083 x 10-3•

Note-se que a variação de n, também chamada de precessão

do nó, é função apenas da altitude, da excentricidade e da inclinação

orbita1. Nas órbitas solsincronas 'impõe-se a condição de o periodo de

O ser exatamente igual a um ano (365,.2422 dias). Isto quer dizer que,

neste tipo de órbita, a diferença entre a ascenção reta n e a ascenção

reta do Sol, ao (ângulo entre o eixo X da Figura 2.3 e a projeção do

vetor Terra-Sol no plano do equador) tende a se manter aproximadamente

constante em qualquer instante. Este ângulo, denominado horãrio de cru

zamento com o equador, tem sido preferencialmente fornecido como parâ

metro orbita1, nas órbitas solsincronas, em detrimento da ascenção re

ta O, pois a ultima varia com o tempo.

perielio

- 9 -

equador

yi

Fig. 2.3 - Ascenção reta, ao' e declinação, 00' do Sol.

Em resumo, nas órbitas solslncronas impõe-se a condição:

2nn = nó = --------- rd/dia ,

365,2422(2.11)

onde no e o movimento medio do Sol e com isso obtem-se uma relação biu

nlvoca entre a inclinação e o semi-eixo a. Na Figura 2.4 é mostrada a

taxa de precessão do nó, n, em função da inclinação i, para várias a!

titudes. A reta horizontal fornece o valor de n correspondentes às or

bitas solslncronas. Note-se que, na Expressão 2.9, para se ter n pos~

tivo e necessário que a inclinação seja maior que 900 (órbita retrógra

da). A variação da inclinação de órbitas solslncronas em função da al

titude pode ser vista na Figura 2.5. Para uma altura de 700 km, por

exemplo (a = 7078 km), a inclinação que fornece a sincronicidade com o

Sol e de 980 aproximadamente.

- 10 -

100.032.S 95.0 . 97.SI,NCL I ~ACAO (GRAUS)

1 •• 1

-<:•....•O.•....•.~~OOO:z:OOO-<:(/)(I)~ÜtlJet.:ú...

-0.290.0

Fig. 2.4 - Preces são do nodo, n, em função dainclinação da órbita.

1~0.·5

-<: 100.0

zoc:::99.5Ü Z- 99.0

(J) -Io 98.5(J) o

98.0-<: ü-<:z--IÜZ-

96.0

200

400 600 800 1000ALTITUDE DA ORBITA (KM)

1200

Fig. 2.5 - Inclinação de órbitas solslncronas circularesem função da altitude.

- 11 -

r importante notar, entretanto, que as perturbações me~

çionadas anteriormente modificam os elementos orbitais ao longo do te~

po, e estes, por sua vez, alteram a taxa de precessão do nó, fazendo

com que o satélite perca a sincronicidade de n com o movimento apare~

te do Sol na esfera celeste. Para minimizar este efeito indesejável,

procura-se efetuar correções periódicas na órbita, mantendo os e1emen

tos sempre próximos a um valor nominal. A excentricidade e normalmente

mantida em valores m;nimos, próximos a zero, pois variações na a1tit~

de ao longo de uma órbita provocada pela excentricidade causariam mu

danças nas imagens obtidas por um sate1ite de sensoriamento terrestre,J -

por exemplo.

2.3 - VARIAÇ~O NO HORÃRIO DE CRUZAMENTO COM O EQUADOR

Como foi visto, n e constante numa órbita sols;ncrona,

e, portanto; vale a relação:

o =_Os + nt , (2.12)

onde Os e a ascençao reta na origem da contagem do tempo.

No entanto, embora n seja linear no tempo, a ascenção re

ta do Sol (Figura 2.3) ao' não o e. Dois são os motivos desta não-li

nearidade: a ob1iqüidade da ec1;tica e a excentricidade da órbita ter

restre. Desta forma, o horário de cruzamento com o equador, definido

como a diferença entre ° e a , não se mantem constante com o tenpo, maso .varia de forma periódica, podendo influir no posicionamento ótimo dos

painéis.

Deseja-se então conhecer a variação de O-ao com o tem

po, ao longo de um ano. Para isto, recorre-se ã fórmula da redução ao

equador (Brower, 1961), que fornece uma aproximação da ascenção reta

do Sol, na esfera celeste, em função da anomalia média, M , e da exceno

tricidade, eo' da órbita terrestre:

j - 12 -

(2.13)

onde Wo e o argumento do perigeu da órbita terrestre e € a obliqüidade

da eclitica, constantes e iguais a (The Astronomical Almanac, 1982):

oWô = 282,63 ,

eo = 0,0167 ,

o€ = 23,44

Mo e dado por:

sendo no dado pela Equação 2.11 e to o instante de passagem da

pelo perielio, que ocorre aproximadamente a 4 de Janeiro, às 11

de Greenwich.

(2.14)

(2.15)

(2.16)

(2.17)

Terra

horas

A fim de coincidir as origens das contagens do tempo faz

-se:

ti = t + t1 , (2.18)

sendo t1 a data onde se tem inlcio a contagem de t, que pode ser, por

exemplo, o instante de injeção do satélite em órbita.

Substituindo as Relações 2.18 e 2.17 em 2.13,e ainda lem

b~ando que, por definição, o horirio de cruzamento com o equador h e

igual à diferença entre n e ao' resulta:

(2.19)

Note-se, portanto, que h varia com o tempo, oscilando com

uma pequena amplitude em um ano. Será preciso definir, então, um horá

rio medio de cruzamento com Q equador, ou nominal, dado por:

-h = ns - blO - no(t1- to) •

(2.20)

.p2e sen no(t + t1 - to) - tg2 ~ sen2[w +o 2 o

Ah =

E com isso finalmente pode-se obter a variação no horá

rio de cruzamento com o equador, Ah, como a diferença entre o horário

real, h, e o medio, h:

(2.21)

Veja que Ah sã depende de t1 em termos de um ângulo de

fase, ou seja,- o perfil de Ah e constante com o tempo e t1 só fornece

o momento onde a origem e fixada. O comportamento de.1h com o tempo po

de ser visto na Figura 2.6, onde t1 foi escolhido arbitrariamente como

nulo. A abscissa, neste gráfico, e o tempa a partir do instante de in

jeção em órbita.

Note-se, na Figura 2.6, que a variação máxima no horário

de cruzamento com o equador, que pode ocorrer em um ano, e da ordem de

7,50 (correspondendo a aproximadamente uma variação de 30 minutos). E~

ta diferença e suficiente para que sua influênciano.posi~ionamento õti

mo dos paineis deva ser considerada.

- 14 -

JAN FEV MAR ABR MAl JJN JUL AGO SET OUT NOV DEZ. DIA DO ANO

I~

- ~

/ \-/

~ /\;~\

I\)J

1\ / \/l'....~\1 /\

V

I-

\/'-_. 4o:::<.:>....• 3

o 2~ZwL<CN O::::>

o:::<..)-1

OZ-2O<C-3<..)<C

--4o:::<C

>-5

I)

I,-'-'

.. Jf"

-..\2

Fig. 2.6 - Variação no horário de cruzamento comequador em um ano.

Uma ultima e importante observação é que é comum enco~

trar o horário de cruzamento com o equador dado em horas, minutos e s~

gundos, onde foram adicionadas 12 horas. Desta forma, quando se diz que. -o horãrio de cruzamento é 12 horas, quer-se dizer que h, conforme a

Equação 2.20, e nulo.

2.4 - A SOMBRA DA TERRA

A maioria dos satélites em órbita são supridos com ene~

gia elétrica obtida através de células solares, que transformam a ene~

gia de radiação solar diretamente em energia elétrica. Quando o satéli

te ingressa na sombra da Terra (noite), as células deixam de fornecer

corrente e as funções do satélite são conduzidas mediante energia das

baterias. O tempo que o satélite irá permanecer na sombra terrestre é,

portanto, fundamental no dimensionamento e no posicionamento ótimo dos

paineis.

- 15 -

Considera-se, agora, o sistema de eixos indicado na Fig~

ra 2.7, tal que o eixo ZU é perpendicular ao plano orbital, no sentido

da velocidade angular do satélite, e o eixo XU dividindo a sombra da

Terra no plano orbital em. regiões simetricas, ou seja, a direção Terra

-Sol estã contida no plano XuZu•

- J

<Po

Fig. 2.7 - Sombra da Terra no plano orbital.

A projeção da sombra da Terra no pl~no orbital resulta,

como pode ser facilmente verificado, uma elipse, cuja equação no plano

XUyu é:

(2.22)

onde té o ângulo formado pelos raios solares e o plano orbital.

A determinação do ângulo ~o, que define a transição e~

tre a sombra e a região iluminada, depende, é claro, da excentricidade

e do argumento do perigeu, w.

- 16 -

No entanto, j~ foi mencionado que se procura manter a e~

centricidade a valores pequenos nas órbitas solslncronas e, dessa fo~

ma, pode-se considerar a órbita como circular. Outro fato que justifi

ca esta simplificação e que, como o argumento do perigeu muda comote~

po e como se está interessado em valores medios, a distância media em

qualquer ponto da órbita será igual ao semi-eixo maior a. No sistema

da Figura 2.7, a equação da órbita fica então:

(2.23)

Das Equações 2.22 e 2.23 tira-se então que o ângulo ~o,

que fornece a posição de entrada e salda na sombra, resulta:

(2.24)

Finalmente, e visto que será usado posteriormente, e fo~

necido o vetor unitário que dá a direção do Sol no sistema XUyuZu:

(2.25)

2.5 - RELAC~O DE ~ COM OS ELEMENTOS ORBITAIS

-iCom relação ã Figura 2.1, a normal H ã órbita e dada

por:

fii=. sen i senn li - sen i cosn 3i -r cos i j(i

e a direção do Sol neste sistema vale (Figura 2.5):

-i -i -i-iS = cosôo cosao i -r cosôo senao J + senôo k ,

(2.26)

(2.27)

onde ao e Ôo são, respectivamente, a ascenção reta e a declinação do

Sol na data. Com isto, pode-se obter o ângulo ~ formado pela direção

Terra-Sol e o plano orbita1:

- 17 -

-i -isen~ = H • S =coSôo sen i sen(n - ao) + senôo cos i •

(2.28)

Note-se que apenas com esta relação ~ fica perfeitamente

definido, pois -~/2 ~ t ~~/2 por definição.

Importante tambem e verificar que n - ao e o horário de

cruzamento com o equador, dado pela Equação 2.19.

2.6 - INSOLACAO EM PAINtIS

Um anteparo plano, situado nas regiões do espaço prôxi

mas da Terra (como e o caso dos satelites artificiais), e perpendic~

lar aos raios solares, estará sujeito a um fluxo de energia incidente

por unidade de área e por urridade de tempo dado por:

(2.29)

onde So e chamado constante solar e tem o valor:

(2.30)

ã distância ro = ao = 149,6 x 109 m do Sol.

A relação ro/ao' onde ro e a distância Terra-Sol e ao o

semi -eixo maior da -ãrbita terrestre, pode ser colocada em função do tem

po, expandindo-a em serie ~e potincia em torno de eo' excentricidade

orbita1 da Terra (Brower, 1961). Como essa excentricidade e pequena,

conservando apenas os termos ate 29 potincia obtem-se:

(2.31)

- 18 -

;I

SUbstitUin~'ios valores de eo e Mo dados pelas Expre~

sões 2.13 e 2.15, traçOlt e o gráfico, mostrado na Figura 2.8, da po

tência por unidade de~_~po dada pela Equação 2.29 em função da époc-;do ano. Note-se que a variação mãxima na potência é da ordem de ±3,4%

com relação ao valor médio. Esta variação do fluxo influi na energia

captada pelas células solares, e, embora este efeito não altere signi

ficativamente a posição ótima dos painéis, é importante no dimensiona

mento da área recoberta pelas células.

JAN FEV MAR ABR MAl JUN JUL AGO SET QUT NQV DEZDIA DO ANO

v-....o

"/ '\V

\.. / \1/

f\/\./

-"

J

\/'\

~

'-....-

---

130Ó

-(.) 1330Z~1320oCl..1310

_139C\J

: 1380~.•...•••1370:3•....•

1360<C

~1350<C

~ 1340

1400

Fig. 2.8 - Variação na potência por unidade de área incidentenum painel perpendicular aos raios solares, em função da época do ano.

Se entretanto o painel não for perpendicular aos raios

solares, mas tiver sua normal formando um ângulo n com estes raios, en

tão o fluxo de energia será reduzido por um fator pr-oporcionalao co

-seno deste ângulo, na forma:

... t9 -

W =5 COSn , (2.32)

onde W e a potência por unidade de área incidente neste painel.

CAPITULO 3

POSICIONAMENTO OTIMO DE PAINtIS FIXOS

3.1 - INTRODUÇAO

Na fase de análise preliminar do projeto de um satélite

solsincrono, duas configurações para os painéis são possiveis, devendo

ser cada uma delas analisada separadamente: painéis fixos e painéis gi

ratõrios. Os painéis fixos são presos ã estrutura do satélite e uma vez

abertos não podem mudar sua posição. Já os painéis giratõrios acomp!

nham por meio de um servo-mecanismo a posição do Sol, mantendo quase

sempre perpendicular aos raios solares. Neste capitulo será obtida a

posição õtima para painéis fixos e no capitulo subsequente serão anali

sados os painéis giratõrios.

3.2 - CONFIGURAÇAO DOS PAINtIS

Considere-se inicialmente o sistema de eixos indicado na

Figura 3.1, onde o eixo ZO coincide com a normal ã õrbita, no sentido

da velocidade angular orbital do satélite. O eixo XO é radial, ou seja,

tem a direção centro da Terra-satélite. O eixo yO forma o triedo, apo~

tando no sentido da velocidade.

Será admitido que a estabilização do satélite é geocên

trica, isto é, existe um eixo fixo no satélite que coincide sempre com

a vertical local. Com esta. hipõtese, comum nos satélites solsincronos,

serão subtraidas da otimização a relação entre o sistema fixo no corpo

do satélite e o sistema orbital, que traduz os erros de atitude e, des

sa forma, os dois sistemas se tornam coincidentes.

- 21 -

-.22 -

Fig. 3.1 - Sistema de eixos orbital XOyOZo.

A normal aos paineis em relação ao sistema XOyOZO pode

ser fornecida em termos de dois ângulos:

nO = COSa COSv iO+ COSa senv }O + Sena kO , (3.1)

onde nO e a normal aos paineis no triedro XOyOZO de direções unitãrias

iO, 3° e kO; a e v são os ângulos que definem a posição do painel ne~

te sistema e que deverão ser otimizados. Note-se, porem, que qualquer

direção onde a normal tenha componente na direção yOseria indesejãvel,

visto que a configuração final do satelite resultaria não-simetrica, e

torques perturbadores tendenciosos poderiam advir desta geometria,pri~

cipalmente torques aerodinâmicos. No entanto, serã visto que, como cri

terio de otimização que serã adotado, a normal estará sempre contida

no plano XOZO e, desta forma, os efeitos do arrasto aerodinâmico esta

rão tambem minimizados.

. .

- 23 -

Os sistemas XOyoZo e XUyuZu (visto na Figura 2.6) se re

lacionam através do ângulo e, indicado na Figura 3.2. No sistema XUyuZu

a normal aos painéis será dada por:

U ~ ~ . ~n = COSa cOSv cose i + COSa senv sene ~ + sena k. (3.2)

O ângulo n, entre a normal aos painéis e ã direção de in

cidência dos raios solares, é obtido através de seu co-seno:

-u ,-uCOSn = n • S = - cos~ COSa cOSv cose +. sen~ sena (3.3)

3.3 - ENERGIA NUMA ORBITA

Como visto no Capitulo 2, a energia por unidade de tempo

incidente num anteparo é dada pela Relação 2.32 onde S, a constante s~

lar, é fornecida pela Equação 2.29. Se entretanto um anteparo de área

A (no caso um painel solar) formar com a direção de incidência um ang~

10 n, a potência incidente resulta:

w = S A COSn •

- 24 -

(3.4)

A energia por unidade de área e por unidade de tempo ca~

tada pelas células sera:

Eu = R S COSn ,(3.5)

onde R e o rendimento do painel, função das características das cel~

las, de sua temperatura, do tempo e também do ângulo de incidência n,

estando normalmente compreendido entre 0,10 a 0,15. No entanto, este

rendimento pode ser considerado constante, visto que sua variação com

o tempo e bastante lenta e quase não depende de n quando este está pr~

ximo de 00 (Rauschenback, 1980). Deixar-se-á, assim, de considerar o

rendimento efetivo do arr~njo de células, visto ser constante, para pr~

ceder a análise da energia por unidade de área e por unidade de tempo

disponível para ser utilizada pelos painéis.

A energia por undiade de área incidente no painel em uma

órbita será então dada por:

Ei= fT S COSn dt •O

(3.6)

Para se obter a variação dt em função do incremento de, ao

longo da órbita, substitui-se as Equações 2.5 e 2.6 em 2.1, e após de

rivar-se resulta:

dt =(1 - e cosE)2 df ,

n 11 - e2

(3.7)

mas lembrando que:

e = f - fo , (3.8)

- 25 -

onde fo é o ângulo constante que vai do perigeu da órbita ao eixo

(Figura 3.2), resulta que:

dt = _(_1 _-_e_c_o_sE_)_2da •

n 111--_-e-2-··

Caso a excentricidade seja nula, como foi suposto

a Expressão 3.9 simplifica-se para:

1dt = - da

n

(3.9)

aqui,

(3.10)

Os limites de integração deverão ser modificados para s~

tisfazer duas situações onde a energia nos painéis é nula: na sombra

da Terra e na sombra do próprio painel que se traduz por:

Cosn :;;O • (3.11)

Resolvendo esta inequação para a e chamando de ao o ang~

10 onde o COSn muda de sinal, tem-se:

ao = arcos[tga tg~/cosv] •

_ .._-

A energia numa órbita serã dada então por:

E; 2 Jcfl2S COSn da ,

n cfll

onde:

cfll= mãx(cflo,ao) ,

(3.12)

(3.13)

(3.14)

- 26 -

com ~o dado pela Relação 2.24 e ao pela 3.12, e para COSa ~ O. Para

COSa negativo, os limites de integração mudam; porém esta configuração

é de pouco interesse por estar fora dos resultados obtidos na otimiza

çao.

Devido ã lenta mudança de 5 com o tempo, pode-se conside

rá-la constante numa órbita. Efetuando a seguir a integração de COSn,

obtém-se:

Ei = 25 {cos~ COSa Jcosv(sen~l - sen~2) +n

(3.15)

Neste ponto deverá ser introduzido um critério de otimi

zaçao, que dependerá normalmente das caracteristicas e dos requisitos

da missão. Podem-se sugerir dois critérios distintos: obter a que maxi

mize a energia incidente nos paineis em um determinado periodo (umano,

por exemplo; Hough and Elrod, 1969) ou obter o ângulo a que maxi~ize a

energia numa órbita. O primeiro critério, embora a primeira vista par~

ça ser sempre o mais adequado, só é utilizado em missões de curta dur~

ção (menores que um ano). Isto se deve ao fato de que normalmente as

baterias não conseguem suprir a diferença de energia na época critica

do ano (quando a energia captada pelas células for menor que a necessã

ria). Poder-se-ia pensar em dimensionar os painéis para que fossem c~

pazes de suprir a energia necessária mesmo nas épocas criticas, porém

seria preferivel que a posição dos paineis fosse otimizada para esta

época, que é exatamente o segundo criterio.

O critério de otimização adotado aqui será, portanto: m~

ximizar a energia incidente nos painéis, numa órbita, na época mais cri

tica do ano. Este critério se traduz por:

aE. 1a: a=a*t=t*

= O , (3.17)

- 27 -

l < O , ponto de máximo ,a=a*

t=t*

(3.18)

aE. l-' *=0,v=vaa t=t*

(3.19)

l < O , ponto de máximo ,v=v*t=t*

(3.20)

J

aE· l,

- - O

at v=v* - ,a=a*

a2E. l1 > , ponto de minimo •v=v*at2

a=a*

(3.21)

(3.22)

Sendo a* e v* os ângulos da posição ótima dos paineis e

t* a data do ano na qual a'energia ~ mlnima.

A Equação 3.17 pode ser facilmente resolvida e resulta:

V*=k1T, k=0,1,2.; (3.23)

ou seja, não existe componente da normal ao painel na direção de yO,

conforme a Figura 3. 1~ Ap 1icando a segunda deri vada (Equação 3. 18}, con. -clui-se que cosv ~ O e, portanto, v* será sempre nulo.

As demais condições (Relações 3.19 a 3.22) fornecem equ~

ções transcendentais, praticamente impossiveis de ser resolvidas anal~

ticamente. No entanto, a aplicação do metodo de Newton-Raphson para a

obtenção das raizes das primeiras derivadas é relativamente simples,

quando realizadas atraves de computador. Um critério iterativo que s~

cessivamente aproxima a e t de seus valores ótimos a* e t* alternada

mente foi então traduzido em termos computacionais. Verificou-se, no

- 28 -

entanto, que, embora para certos valores do horário de cruzamento o roê

todo atingisse os valores ótimos de a e t, em outros isto não aconte

cia. De fato, nestes locais, uma aproximação do valor a* diminuia em

excesso a energia disponlvel em outra epoca do ano, e ao tentar-se a!

terar a de forma a maximizar a energia naquela epoca,diminuia-se em

excesso a energia na epoca inicial novamente. Foi necessário, portanto,

que, sob tais condições, se introduzisse uma nova condição: o ângulo

a, neste caso, deveria ser tal que igualasse as energias em duas epocas

do ano diferentes. Desta forma chegou-se a:

tga* =51 COS~l sen~o - 52 COS~2 sen~o

1 2

51(1T- 'o )senl: - 5 (1T- 'o )sen~2I ~I 2 2

, (3.24)

onde os índices 1 e" 2 referem-se aos dois instantes tI e t2 nos quais

as energias sao iguais e mínimas.

Os resultados são mostrados nas Figuras 3.3, 3.4 e 3.5,

t*, a* e a p~tência media numa órbita, W* = nE*/21T, respectivamente,

em função do horário de cruzamento com o equador, h, para uma altitude

de 700 km (o que corresponde a uma inclinação de 98,20). A data críti

ca (Figura 3.3), onde a energia captada numa órbita e mlnima, muda ra

pidamente para horários de cruzamento próximos às 12 e 24 horas. Esta

aparente descontinuidade na data crltica ocorre quando o ponto de míni

ma energia local muda de uma data para outra. Durante esta mudança, a*

e calculado por igualdade de energia· e com isso têm-se duas datas, e

não apenas uma, onde a energia e mlnima. Na Figura 3.4 a* apresenta um

comportamento quase senoidal, como era de se esperar. As pequenas in

flexões em a* se devem ao comportamento não-contínuo de t* e de ~1; es

te último mostrado na Figura 3.6 (lembrar que $1 = máx($o, ao». No e~

tanto, apesar deste comportamento, a potência media numa órbita, e ml

nima na data crltica, resulta continua, como pode ser visto na Figura

3.5. Tambem nesta figura e mostrada a potência disponível em paineis

tal que a = _900, 00 e 900• Nota-se que, exceto para horários de cruza

mento com o equador, próximos às 12 e 24 horas (e com a = 00), a otimi

- 29 -

zaçao da posição dos painéis aumenta substancialmente a energia dispo

nlvel na órbita.

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J

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JAN

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~-AGO•....~UJJ;"

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« '·'N~ oJV«°MAl

c ') i 2 1bHJRA DO CRUZ. EOUADGR

Fig. 3.3 - Data onde ocorre a mlnima energia disponlvelnuma órbita, t*, para painéis fixos, em fun

ção do cruzamento com o equador, h.

- 30 -

-"',..I Vl.,j

-ICOC I) 12 11)

H~RA DO CRUZ. EQUADOR24

.-.o'. ,I.u~

«......üz

Fig. 3.4 - ~ngulo de posicionamento õtimo de um painelfixo, a*, em funçãQ do horário de cruzamen

to com o equador, h•

,.., i 2 18H~RA DO CRUZ. EQUADOR

24

Fig. 3.5 - Potência media disponlvel num painel fixo, na datacrltica, para 4 posições distintas de um painel fixo: a = a*; a = _900; a = 00 e a = 900•

- 31 -

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li i 2 1 b

HORA DO CRUZ. EOUADOR

Fig. 3.6 - Comportamento dos ângulos ~o e 60 em funcãodo horário de cruzamento com o equador.

A Figura 3.7 mostra a variacão da potência média disponi

ve1 ao longo do ano, para três horãrios distintos de cruzamento com o

equador: 9:00 h (t1 = ~o); 11:00h (~1 = 60) e 13:00 h. Note-se que em

ambos os casos, 9:00 e 11:00 h, existe apenas um ponto de minima potên

cia ocorrendo em janeiro. Para 13:00 h, entretanto, existem dois pon

tos de minima potência, em abril e dezembro (ver novamente a Figura

3.3). A comprovacão de que, em qualquer uma destas três possibilidades,

o ângulo a* realmente torna a potência mãxima na data critica, é feita

na Figura 3.8. Nota-se ai que para h = 13:00 existem duas curvas que

se interceptam, mostrando assim a razão de, neste caso, a* ser obtido

por igualdade de energias nestas duas épocas (compare com a Figura

3.4).

...32 ...

-('\1••~ 70",. ..,3-.-

.....•

O r,cow~

<C•.....•

0"0'"z·J ,;üJI-­OCl..

4CO

13:0

JAN FEV MAR AB~ MAl JJN JJ~ AGO SEr Qur NOV DEZDIA DO ANO

Fig. 3.7 ...Potência media numa órbita disponlvel num painel fixo ao

longo de um ano, para cruzamento com o equador iguais a9:00 h, 11:00 h e 13:00 h.

I III I

r- ...........•~:OO

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OüJ~46C

<C.....•

0450zW

~42CCl..

Fig. 3.8 ...Variação da energia disponlvel na data crltica devida a

uma mudança de a, para 3 horários: 9:00 h, 11:00 h e13:00 h.

- 33 -

Embora o algoritmo aqui mostrado forneça resultados qual

quer que seja o horário de cruzamento com o equador, nota-se de imedi~

to que painéis fixos não são adequados para horários próximos às 12 e

24 horas por captar pouca energia (Figura 3.5), devido ao tempo dema

siadamente longo em que o satélite permanece na sombra da Terra. Para

tais horários a adoção de painéis giratórios - analisados no capitulo

seguinte - que acompanham a posição do Sol, compensa, em parte, o efei

to da sombra.

CAPITULO 4

PAINtIS SOLARES GlRATORIOS

4.1 - INTRODUCAO

Pode-se verificar, por geometria, que painéis fixos sao

indicados para cruzamentos com o equador próximos às 6 horas ou 18 h~

ras, quando então o painel estará permanentemente iluminado pelo Sol e

os raios solares' incidirão quase perpendicularmente nas células dura.!!.

te toda a órbita. O rendimento deste tipo de painel diminui, entreta.!!.

to, por um fator maior que três, quando o cruzamento com o equador se

aproxima das 12 ou O horas. Nestas situações, o uso de painéis rotati

vos que acompanham o movimento do satélite na órbita aumenta signific!

tivamente a energia recebida nas células. Este acompanhamento é normal

mente feito automaticamente, mediante sensores instalados nos prêprios

painéis, que, medindo·a intensidade ou a posição do Sol, comandam moto

res elétricos que os posicionam de modo a receber insolação máxima. Ao

ingressar na sombra da Terra, os motores em alguns satélites são coma.!!.

dados de forma a continuar seu movimento anterior, a fim de reduzir os

efeitos perturbadores na atitude, que ocorreriam se os painéis fossem

repentinamente parados ou acionados.

4.2 - POSICIONAMENTO DOS PAINtrS

Embora em certos casos admita-se um controle da posição

em dois eixos (Hough and E1rod, 1969), ê frequente a utilização de ape

nas um eixo que efetua a rotação do painel em satélites solsincronos.

Além disso, este eixo é sempre mantido perpendicularmente ao plano or

bita1, caso contrário ocorrerão movimentos de nutação do satélite, pre

judicando sua estabilização. A posição do painel relativa a este eixo

será dada pelos ângulos a e À, vistos na Figura 4.1.

.•.35 .•.

- 36 •

Fig. 4.1 - S~télite com painéis giratórios.

No sistema XOyoZo, o versor normal n, é dado por:

nO = sen6 cOSÀ iO+ sen6 senÀ jO + cose ~o • (4.1)

No sistema XUyuZu, mostrado na Figura 3.2, a normal apr~

senta a forma:

onde a é o ângulo entre o vetor Sol-Terra e o vetor Terra-satélit~ vi~

to na Figura 3.2.

o ângulo n, formado pela direção de incidência dos raios

solares e a normal ao painel, resulta então:

-u -uCOSn = n • S = - cos~ sen6 cos(a + À} + sen~ cos6 , (4.3)

onde SU é dado pela Equação 2.25 e ~ é o ângulo entre o vetor Terra-Sol

e o plano orbital.

- 37 -

Para efetuar a integral da energia numa órbita, e prec~

so antes conhecer a variação de À com 6, bem como seu valor quando

6 = O. Como em qualquer instante a potência recebida pelo painel deve

rã ser mãxima quando se varia À, então:

a(cosn) = O e a2(COSn) < O ,aÀ ôÀ

(4.4)

que resulta À = ~ - 6. Conclui-se, com isso, que se a igualdade e vãl~

da para qualquer 6, então a variação em À tambem deverã ser igual ã va .

riação de 6, ou seja, o painel efetua uma volta em torno do satelite a

cada órbita. Alem disso, se a órbita for circular, a variação em 6, e

portanto em À, serã linear no tempo. Integrando então a Equação 3.13,

com os limites de integração ~l = ~o e ~2 = ~, que define o instante

de salda da sombra terrestre, chega-se a:

25 .E· = -- sen(~ + 8).(~ - ~o) •,

n(4.5)

o criterio de otimização para a escolha do ângulo 8 sera

idêntico ao criterio adotado para paineis fixos, ou seja, maximizar a

energia incidente no painel, numa órbita, na epoca mais crlticado ano.

Desta forma:

aE. l---' t=t* = O ,ô8

aE. la: 8=8* = O e

(4.6)

(4.7)

(4.8)

- 38 -

(4.9)

As Equações 4.6 e 4.7 podem facilmente ser resolvidas ob

tendo:

B* = ~1T

2(4.10)

Já as Equações 4.8 e 4.9 são mais complexas e podem ser

resolvidas por processos iterativos como Newton-Raphson, por exemplo.

Da mesma forma como ocorre com paineis fixos, tambem aqui as condições

de mãxima energia de a* e minima em t* são incompativeis para certos

valores do horário de cruzamento com o equador. Da imposição de serem

iguais as energias nas duas epocas do ano onde ocorre esta incompatibi

lidade, a Condição 4.6 é substituida por:

onde os índices 1 e 2 referem-se aos dois instantes nos quais as ener

gias são iguais e minimas.

Em função do horário de cruzamento com o equador, a data

critica (Figura 4.2) tem comportamento semelhante à calculada para pal

neis fixos. Os trechos onde 8* é calculado por igualdade de energia,

conforme a Equação 4.11, situam-se prõximosàs 15 h e 20 h, e tambem

num pequeno trecho perto das 18 h. Neste ultimo, uma das datas criti

cas ocorre quando toda a órbita fica iluminada pelo Sol ($0 = O, na Fi

gura 4.3). No entanto, neste mesmo ponto, 8* e contínuo, como pode ser

visto na Figura 4.4. Tambem como a*, o ângulo 8* tem um perfil senoi

dal, com inflexões nos pontos de mudança da data crítica. A potência

media numa órbita disponível nos paineis e mostrada na Figura 4.5, com

comportamento semelhante àquele dos paineis fixos, mas com magnitude

maior. Nota-se que a mínima potência ocorre nas proximidades de O h e

- 39 -

12 h do horário de cruzamento, quando uma grande parcela da órbita e~

contra-se na sombra da Terra (~o e máximo na Figura4.3). Inversamente,

às 6 h e às 18 h têm-se pontos de máxima potência, já que ~o agora e..mln1mo.

JAN

DEZ

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HORA DO CRUZ. EQUADOR24

Fig. 4.2 - Data critica t*, onde a energia disponivel numaórbita e minima, em função do horário de cruza

mento com o equador, para painel giratório. -

- 40 -

70

60

•....•40u..

O;W• ..1

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1 J

oC 6 !2 18

HORA DO CRUZ. EQUADOR24

-Fig. 4.3 - ~ngul0 ~o em função do horário de cruzamento, h.

-(J) 125:::>«a:::'-'....,

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25

o

') !2 1fi

HORA DO CRUZ. EQUADOR

Fig. 4.4 - ~ngulo 8*, do posicionamento de um painel

girante, em função do horário de cruzamen

to com o equador~ -

24

- 41 -

1140

Ni110•• 10F.O1:~ ·,.)SO

.....O 990

i.íJ 1: 9~C<: .......330U Zí.L.,j

900l- a 870c..

S4C

o

6 12 1&

HORA DO CRUZ. EQUADOR

Fig. 4.5 - Potência media numa órbita, na data critica,disponivel num painel, em função do horáriode cruzamento.

o comportamento da potência disponivel ao longo de um

ano, para horários de cruzamento com o equador iguais a 15:00, 16:30 e

18:00 (com seus respectivos 6*), é mostrado na Figura 4.6. Note-sequ~

para h = 15 e fi = 18 h, existem duas potências m;nimas e iguais entre

si, ocorrendo em datas diferentes. A diferença é que, às 18 h, no po~

to correspondente aos primeiros dias de março, ~o é nulo, ou seja, nes

ta época a órbita se encontra totalmente iluminada pelo Sol.

Na Figura 4.7 é mostrada o comportamento da potência me

dia numa órbita, na ou nas datas criticas, em função do ângulo de pos~

ção do painel, 6. Note-se que os pontos de máxima potência, para cada

um dos três horários de cruzamento, coincide com os valores mostrados

na Figura 4.4.

- 42 -

l{CO

-(\J•• 1300~..•..•.3

<C 1200

ClLlJ

~1100<C.....üZL..;..;I~OC~aQ..

900JAN FEV MAR ABR MAl JJN JU~ AGO SET OUT NOV DEZ

DIA DO ANO

Fig. 4.6 -

1250

Potência media numa órbita,

paineis ao longo de um ano,de cruzamento di s ti ntos:

16~30 h e 18:00 h.

disponive1 nos

para 3 horários

fi = 15:00 h,

-(\J 1200••~

~ílSC'-'

<C 1100.-.ClLJJ

~ 10SO

<C•.....

ü lOCOZlJ.J

•..... 350aa..

6:30

9002S 30 35 40 ..,s

ANGU~O SETA (GRAUS)50 55

Fig. 4.7 - Potência media em função do ângulo de posição do painel

giratório, 6, para n =" 15:00 h, 16:30 h e 18:00 h.

• 43 •

A energia conseguida atraves de paineis giratórios e sem

pre maior que a obtida utilizando-se a mesma área de paineis fixos. No

entanto, certos criterios de projeto e análise devem ser levadosemco~

ta na escolha do tipo a ser empregado num determinado satelite. Estes

criterios serão discutidos com mais detalhes no capitulo seguinte.

CAPITULO 5

COMPARAÇAO DOS RESULTADOS E CONCLUSOES

Existem certos fatores que devem ser levados em conta,

durante a fase de análise de missão de um satélite sOls;ncrono, no que

se refere aos painéis solares. Ambos, painéis fixos e giratórios, apr~

sentam vantagens e desvantagens que podem viabilizar um tipo em detri

mento ao outro. Tais caracter;sticas são discutidas em seguida de for

ma qualitativa.J

r comum, como critério de escolha, procurar maXlmlzar a

quantidade de energia captada pelas células dos painéis, minimizaro pe

so e aumentar a confiabilidade do sistema (equivalente a reduzir ao má

ximo a possibilidade de falha). Sob tais aspectos, pode-se afirmar que

painéis fixos são, comparados com painéis giratórios, mais pesados por

necessitar de maior área para fornecer a mesma quantidade de energia~

Por outro lado, o equipamento envolvido na manutenção da rotação de pai

ne.is.giratórios pode mesmo tornar este ultimo mais pesado. Além disso,

este equipamento é mais complexo e, por estar em constante movimento,

está mais sujeito a falhas, diminuindo sua confiabilidade (o sistema

de abertura de painéis fixos também pode falhar, como ocorreu com o s!

télite INSAT -1A). Se o custo por unidade de energia também estiver e.!!.

volvido nos critérios de projeto, normalmente paineis fixos resultam

mais baratos.

Em função do horário de cruzamento com o equador, a potê.!!.

eia disponivel na época critica, para painéis fixos 'e giratórios é

apresentada na Figura 5.1. Embora forneçam sempre uma potência maior,

os painéis giratórios são, no entanto, mais eficientes que paineis fi

xos para cruzamentos próximos às 12 h e as 24 h. A relação entre a p~

tências fornecida pelo painel móvel e a do painel fixo é mostrada na

Figura 5.2. Veja-se que os painéis fixos necessitam de aproximadamente

o dobro da área de um painel giratório para fornecer a mesma potência,

quando fi está próximo das 12:00 h ou 24:00 h. Eles se tornam quase

- 45 -

- 46 -

equivalentes, entretanto, para cruzamentos com o equador próximo das

6:00 h e 18:00 h.

1200

,...

C\l 1100••~ iOO~:3....., 300

<C •......o éCOi.J.J 1:

<C

!CO

•......Ü r,OCz w.-o SOO

c...

100o

r, 12 1B 24

HORA DO CRUZ. EQUADOR

Fig. 5.1 - Potência media numa órbita, na data crltica,

em paineis fixos e giratórios, em função do

horário de cruzamento com o equador.

- 47 -

•...•

~ 1.9W~1.6OCL

1.7(f)« 1.6W0:::1.5~ZWi.4

O« 1. JN« 1.2o:::

1 .1C 6 !2 18

HQRA DO CRUZ. EQUADOR24

Fig. 5.2 - Relação entre as potências fornecidas por um

painel giratório e um painel fixo, na datacritica de cada um, em função do horário decruzamento.

Há ainda um outro fator que influi na adoção de um ou o~

tro tipo de painel: a variação da potência captada ao longo da órbita.. .Por seguir a posição do Sol na órbita, os painéis giratórios fornecem

energia constante com o tempo, ao longo da órbita, exceto quando o s~

télite se encontrar na sombra da Terra. Painéis fixos, é claro, não

apresen~am tal comportamento, principalmente para h perto das 12:00 h,

como visto nas Figuras 5.3, 5.4 e 5.5.

Nestes gráficos, estão mostradas as potências disponiveis

nos painéis fixos e giratórios em função do ângulo e (órbita circular,

700 km de altura, época critica), para três valores diferentes do hor~

rio de cruzamento 6:00 h, 9:00 h e 12:00 h, respectivamente. A área do

painel giratório é unitária, enquanto a do painel fixo é tal que, numa

órbita, a quantidade de energia captada por ambos é a mesma. A grande

diferença entre o valor máximo da potência nos dois tipos de painéis

(acentuada quando h se aproxima das 12:00 h) pode inviabilizar a ado

- 48 -

ção de painéis fixos. A razão disto é que a vida uti1 das baterias de

pende não só do numero de ciclos carga-descarga, mas também dos va10

res de pico da corrente de carga e descarga, ou seja, da variação da

potência fornecida pelos paineis numa órbita, durante o ciclo de car

ga.

360300120 i80 240ANGULO TETA (GRAUS)

60

-----......II- -~

giratóric fi~,..- r-.

1

-

-

,I II II II

200

-c;' 1200•L:~ 1000

• 800CLcn

1400

oo

•....Ü 400ZLUl­aCL

•....a 600

«

Fig. 5.3 - Potência disponl~e1 ao longo de uma órbitapara cruzamento h = 6:00 h. Energia na orbita igual para ambos os painéis.

- 49 -

200

1800

0:)1600••L 1400'-~ 1200

cL 1000(/)•......

Cl 800

<C 600•.....•üz 400UJl-aa..

oo 60 120 180 240

ANGULO TETA (GRAUS)300 360

Fig. 5.4 - Potência disponível ªo longo de uma órbita para ho

rãrio de cruzamento h = 9:00 h. Energia disponíveTna órbita igual para ambos os painéis (áreas diferentes). -

,.....25000J

: 2250L'- 20003-1750

•.....•

üzUJl­aa..

60

gira ório

120 180 240ANGULO TETA (GRAUS)

300 360

Fig. 5.5 - ~otência disponível ao longo de uma órbita parah = 12:00 h. Energia na órbita igual para ambosos tipos de paineis.

- 50 -

A decisão da escolha de painéis fixos ou giratórios e,

como visto, complexa, e depende também de outros fatores só possiveis

de análise durante a fase de definição da carga util. Neste trabalho

procurou-se fornecer o equacionamento básico, bem como um estudo prel~

minar dos critérios de posicionamento ótimo de painéis solares em sat~

lites, visando atingir um nivel suficiente para uma adequada decisão

quanto ao tipo de painel numa dada missão. Numa fase posterior, pod~

-se, a partir do programa computacional gerado, estudar a posição dos.

paineis, bem como dimensioná-los para atender às necessidades de ener

gia do satélite.

Como ultimo comentário, foi notado que, sob certas situ~

ções, pode-se conseguir um aumento n~ potência fornecida se, ao invés

de um, forem fixados dois paineis na estrutura do satélite, orientados

segundos diferentes direções. O estudo da otimização da posição de dois

ou mais painéis fixos, fica sugerido, então, como continuidade deste

trabalho.

REFERtNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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