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Ordenação Ministerial, Legitimidade e Limitações, por Esteve Marquedant (Carta Circular 2008, ARBCA)

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Ordenação Ministerial: Sua Legitimidade e Limitações

Steve Marquedant

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Traduzido do original em Inglês

Ministerial Ordination: Its Legitimacy and Limitations • Circular Letter 2008 — ARBCA

By Steve Marquedant

Via: ARBCA.com

(Association of Reformed Baptist Churches of America)

Tradução e capa por William Teixeira

Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Novembro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a graciosa

permissão do Comitê de Publicações ARBCA, representado pela pessoa de Gary Marble, sob a licença

Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Ordenação Ministerial:

Sua Legitimidade e Limitações Por Steve Marquedant

[Carta Circular da ARBCA • 2008]

“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante,

sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não

espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não

avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com

toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá

cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na

condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão

de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.” (1 Timóteo 3:1-7)

Queridos irmãos,

O assunto apresentado pela Igreja do Pacto da Graça de Gilbert, Arizona [Grace Covenant

Church of Gilbert, Arizona], e aprovada na Assembleia Geral da ARBCA do ano passado

para a Carta Circular de 2008 possui o tema: “Ordenação Ministerial: Sua Legitimidade e

Limitações”. Eles sugeriram que eu escrevesse esta Carta, e de comum acordo, as igrejas

concordaram, então eu de bom grado e humildemente apresento o que se segue para

vossa consideração.

A questão da ordenação ministerial é vital. O próprio Deus nos deu em Sua Palavra as qua-

lificações para um ministro do Evangelho. Está fora do escopo deste artigo dar uma exposi-

ção dessas qualificações descritas em 1 Timóteo 3:1-7, em Tito 1: 6-9 e em outras partes

das Escrituras. No entanto, uma vez que Deus deu à Sua igreja os requisitos para o minis-

tério, denominações, associações, e até mesmo as igrejas locais não têm o direito de igno-

rar essas normas e ordenar homens que não as atingem de forma adequada. Em muitos

círculos, e mesmo entre os Batistas Reformados, a redescoberta do presbitério plural tem

levado alguns a correrem para a ordenação ao mesmo tempo que minimizam os padrões

bíblicos, enquanto buscam a pluralidade. Tem acontecido muitas com resultados muito

tristes tanto para a Igreja quanto para o próprio homem indevidamente ordenado. Outros

simplesmente estabelecem padrões mais baixos para alguns anciãos — criando, em efeito,

um sistema com dois níveis no presbitério, o que, na realidade, não é a pluralidade de modo

algum.

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Outros problemas existem na questão de quem deveria ser ordenado para o ministério

evangélico. Em muitas denominações encontramos uma tendência crescente para a orde-

nação de mulheres, o que é claramente anti-bíblico. Alguns grupos começaram a ordenar

homossexuais praticantes. Não é preciso nem mesmo congregar em uma igreja para ser

ordenado, pode-se apenas ir na Internet, e por uma taxa tão pequena quanto $25.00, com-

prar um certificado de ordenação, e proclamar-se “um reverendo”, com direitos legais (em

alguns estados) para realizar casamentos, etc. Enquanto a maioria das igrejas evangélicas

não estariam em perigo de incorrer nestes erros, uma tendência que nos assedia de perto

é um lugar onde a importância do ministério evangélico é minimizada e “cada membro, um

ministro” torna-se o clamor. Embora seja verdade que todo filho de Deus deve fazer o seu

melhor para servir o nosso Mestre, nunca deve ser esquecido que Deus tem separado

alguns homens para proclamarem publicamente a Sua Palavra e fazerem o trabalho do

ministério.

Como Batistas Reformados não acreditamos que a ordenação é um sacramento, ou que

eleva o indivíduo a um estado novo ou superior de espiritualidade. A ordenação é o reco-

nhecimento oficial da igreja local, que Deus chamou e dotou um homem para o Seu serviço

naquela igreja. É da responsabilidade de cada igreja local reconhecer o homem ou homens

que Deus chamou para servi-lO naquele lugar particular. A convocação vem em primeiro

lugar de Deus. Em seguida, é vital que o próprio homem deseje o ministério. O passo final,

vital e necessário final, é que igreja local reconheça formalmente o chamado de Deus sobre

o homem, e o separe para o ministério do Evangelho.

Um ministro é um bom dom de Deus para a igreja e ele deve ser respeitado e valorizado

por seus membros companheiros (Hebreus 13:7, 17). A igreja deve definir de acordo com

seu tamanho, uma responsabilidade fiscal do amplo suporte financeiro de um ministro (ou

ministros, no caso de uma igreja maior). “Assim ordenou também o Senhor aos que anunci-

am o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Coríntios 9:14). Este verso aparece no contex-

to mais amplo de apoio ministerial encontrado nos versos 3-18 do mesmo capítulo. Paulo

diz-nos que os fiéis ministros devem ser apoiados com uma mão generosa em 1 Timóteo

5:17-18.

As práticas de coordenação diferem muito entre os vários grupos Batistas. A Convenção

Batista Americana tem geralmente seguido um modelo preconizado pelo ministro Batista

do século XIX, Francis Wayland, e encontrado em seu livro, Notes on the Principles and

Practices of Baptist Churches [Notas Sobre os Princípios e Práticas de Igrejas Batistas].

Quanto à teoria de que os membros da igreja não são inteligentes o suficiente para escolher

os seus próprios ministros, ele escreve na página 100:

Que nossas igrejas, então, nunca renunciem esta autoridade para ministros indivi-

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duais, ou para concílios, ou para qualquer outra organização qualquer. Eu acredito

que Cristo colocou-a em suas mãos (i.e., da igreja), e eles não têm o direito de delega-

la. Deixe-os usá-la (o poder de reconhecerem seus próprios ministros), na forma re-

querida pelo Mestre, e ele não pode ser colocado em mãos mais seguras.

No entanto, em relação à ordenação formal dos ministros, ele escreve na página 114 desta

mesma obra:

Pela ordenação, a licença é admitida de forma permanente para o ofício pastoral, e é

geralmente entendido que ele deve fazer desta a grande obra de sua vida. Uma única

igreja não ordena. Ela convoca um conselho (ênfase minha), geralmente representan-

do as igrejas nos arredores, os quais são apresentados pelos seus ministros e tais

irmãos específicos, que eles podem selecionar.

Neste ponto de vista um homem pode ser um pastor de uma igreja, mas para ser um mi-

nistro ordenado requer o reconhecimento dos de fora do corpo da igreja local. Um bom

exemplo moderno desse tipo de prática entre os Batistas é encontrado no documento

“Ordination within the American Baptist Churches of the Rochester/Genesee Region”

[“Ordenação dentro das Igrejas Batistas Americanas da Região de Rochester/Genesee”.

Este documento é representante de outros que podem ser encontrados entre as regiões da

Convenção Batista Americana, e abrange em detalhes os requisitos para a ordenação,

dentro de sua denominação e está disponível na Internet.1

A maioria dos Batistas Reformadas têm seguido um modelo mais parecido com o da

Convenção Batista do Sul, que pode ser encontrado no site.2

“Na verdade, não há nenhum processo ou política relativa ao padrão de ordenação na CBS.

De fato, a CBS, não pode ordenar ninguém. A questão da ordenação compete estritamente

ao nível da igreja local. Cada igreja Batista do Sul é autônoma e decide individualmente se

deve ou não ordenar, ou o que exigir para a ordenação de seu pastor”.

Quanto à ordenação nas Escrituras, Ezequias Harvey observa na página 84 de seu livro,

The Church – It’s Polity and Ordinances [A Igreja — Suas Políticas e Ordenanças]:

Três casos de ordenação, ou de separação pública para o ofício da igreja, são

encontrados no Novo Testamento — aquele dos “sete”, como está em Atos 6:6: “E os

__________

[1] http://www.abcrgr.org/images/stories/6-1-2014__ORDINATION_WITHIN_ABCRGR_Final.pdf

[2] http://www.sbc.net/faqs.asp

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apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos”; aquele

de Barnabé e Saulo, a respeito dos quais, o Espírito Santo disse ao ministério em Anti-

oquia: “Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (Atos 13:1-3);

e aquele de Timóteo, a quem Paulo disse: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual

te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1 Timóteo 4:14).

A estes casos reais é adicionada a recomendação dada a Timóteo: “A ninguém im-

ponhas precipitadamente as mãos” (1 Timóteo 5:22); onde a referência é claramente

à ordenação; e a inferência natural é que esta era a cerimônia de separação para o

ministério.

A ARBCA é uma associação de igrejas e não uma denominação. A ARBCA não fornece

um mecanismo para a ordenação de ministros. Nós acreditamos que é da responsabilidade

de cada igreja local reconhecer e empossar sues anciãos individuais. No entanto, há um

aspecto em relação à ordenação de ministros que preocupa cada igreja da ARBCA. As

igrejas ARBCA precisam perceber que é sua responsabilidade fazer com que a Confissão

seja levada a sério e que sejam ordenados somente os homens que atendam aos padrões

de “Plena Subscrição” à Confissão de Fé Batista de Londres de 1689. A cada ano, as Igrejas

da ARBCA prometem uma à outra a sua crença de coração e sentimentos na “Plena Subs-

crição” em relação à Confissão de 1689 (a definição de “Plena Subscrição” [Full Subs-

cription] pode ser encontrada no Apêndice #1 da Constituição da ARBCA).

Todos os Cristãos conservadores afirmam “Somente a Bíblia” como sua autoridade final de

fé e prática, no entanto, é interessante quão diversos esses vários grupos podem ser em

questões doutrinais vitais. A Confissão de 1689 é a cola que mantém a nossa Associação

unida. Nossas igrejas não são idênticas umas às outras, cada igreja local tem sua própria

personalidade. Podemos encontrar muitos tipos de personalidades diferentes dentre

nossas igrejas da Associação. Nós não estamos tentando ser cortadores de biscoitos por

qualquer exagero da imaginação. As práticas variam entre as igrejas, e alguns indivíduos

Batistas Reformados podem encontrar-se mais confortáveis em uma igreja local do que em

outra. Mas, não deve haver diferenças doutrinárias significativas entre igrejas subscre-

vestes. É dever dos ministros nas igrejas das ARBCA subscreverem pessoalmente e

ensinarem publicamente a Confissão como o escopo teológico da nossa fé.

No contexto da igreja local, um pastor deve ser “dentre o seu povo”. Sua vida deve ser um

livro aberto e ele deve ter uma boa fama entre seu povo, posto que estes são os únicos que

devem reconhecer a sua chamada. Não há como uma igreja possa julgar as qualificações

de um homem de acordo com 1 Timóteo 3:1-7 ou Tito 1:5-9, a menos que o conheça bem.

Estas são as qualificações bíblicas para a ordenação, e enquanto as igrejas estão livres

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para adicionar outras restrições, tais como exigências educacionais, uma igreja não tem o

direito bíblico de ordenar homens para o ministério que não atendam a essas credenciais

bíblicas. Lembre-se, um ministro em uma igreja será respeitado como um ministro legítimo

por igrejas irmãs, e até mesmo na comunidade em geral. Ele representa Jesus Cristo, o

Senhor, pelo que há uma grande responsabilidade de ordenar apenas homens qualificados.

Um homem, que é o pastor de uma igreja, deve ser um membro dessa mesma igreja. Cada

Cristão tem a responsabilidade, se possível, de unir-se a uma igreja local, e isto inclui um

ministro. Sua autoridade pastoral estende-se apenas a essa igreja. Um homem não pode

ser um membro de duas igrejas ao mesmo tempo, nem pode ser o pastor de duas congre-

gações distintas ao mesmo tempo. Ele pode ser comissionado por sua igreja local, por um

tempo, para fazer o trabalho em outro campo, mas ele permanece sob a autoridade e

responsabilidade da igreja local da qual ele é uma parte formal. Um homem, que é ordenado

para o presbitério de uma igreja, deve continuar a ser um ministro naquela igreja até sua

morte, ou ele voluntariamente renuncia por relocar-se, ou ele renuncia por motivos pes-

soais/bíblicos. É claro que um homem pode desqualificar-se do ministério, neste caso a

igreja deve tomar medidas para remover tal homem do seu presbitério, através da correta

aplicação da disciplina eclesiástica. Quando um homem se demite do ministério, ou é

devidamente removido, ele não é mais um ministro ordenado. Deve-se reconhecer que o

homem não é um pastor, a menos que ele seja atualmente um pastor de uma igreja. Não

há nenhuma autoridade pastoral que se estende para fora da igreja local. Um homem pode

ter um certificado de ordenação, ele pode ter uma boa formação teológica, ele pode ser

muito qualificado para o ministério, mas ele não está “no ministério”, a menos que seja

chamado para tal por um corpo local de crentes. Um homem pode ser altamente conside-

rado como um ex-pastor, um homem pode ser um candidato ao ofício pastoral, mas um

homem não é um pastor, a menos que ele seja reconhecido como tal e separado por uma

congregação local. Um pastor deve ter ovelhas. Um pastor deve ter uma congregação.

Seria ridículo para um homem chamar-se a si mesmo de marido embora não fosse casado.

Nenhum homem tem o poder de declarar-se a si mesmo como um ministro. A vocação vem

de Deus e é reconhecida pela igreja local.

Existem questões práticas e éticas envolvidas em relação a um homem que já foi um pastor

e agora encontra-se sem uma igreja. Em nossos círculos, os homens muitas vezes, tiveram

de abandonar posições em suas antigas igrejas ou denominações por causa de convicções

doutrinárias. Não há nada de errado com um homem, nesta posição, que solicita a igrejas

locais sua entrada no púlpito de seu ministério. Ele deve estudar para ser um bom membro

da igreja até ao momento em que Deus abra-lhe a porta do ministério pastoral, novamente.

Um homem nesta posição pode achar que é o mais sensato a se fazer e observar um pe-

ríodo de tempo de treinamento, seja formalmente através de um seminário, ou informal-

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mente, servindo como um membro de uma boa igreja local antes de voltar a entrar no

ministério. Isto é especialmente verdadeiro, se ele foi treinado em outra tradição.

Um homem que uma vez foi pastor e agora encontra-se sem um ministério formal deve ter

muito cuidado para evitar as armadilhas comuns que seriam prejudiciais para a igreja à qual

ele é agora um membro. As pessoas da congregação geralmente terão uma atenção espe-

cial por este homem, por causa de seu conhecimento, formação e experiência. Há uma

determinada forma em que homens experientes no ministério, muitas vezes portam-se, e

um homem poderia facilmente chamar as pessoas para si mesmo, e começam a funcionar

como um pastor, sem a convocação adequada. Ele deve ter muito cuidado para mostrar a

devida atenção aos pastores atuais da congregação, e não minar sua autoridade, mesmo

que, às vezes, pense que ele não concorde com eles. Se ele tem o desejo de vir ao presbi-

tério deste corpo, ele deve trabalhar em estreita colaboração com o presbitério existente.

Isso pode apelar para uma grande humildade da parte dele, pois ele pode achar que ele

tem mais experiência no ministério do que o presbitério existente. Isto provavelmente exigi-

rá paciência de sua parte também. Ele deve lembrar que a autoridade repousa sobre a

igreja local, e é responsabilidade da igreja local avaliar a situação, e traçar o curso de reen-

trada para o ministério através daquela igreja (ou, possivelmente, empreender esforço para

a plantação de igreja). O homem de boa vontade aproveitará as oportunidades para o minis-

tério à medida que que as ocasiões se apresentarem. Ele deve sempre honrar os líderes

ordenados por Deus e trabalhar com eles em qualquer papel que eles se agradarem de

confiar a ele.

O presbitério tem uma responsabilidade para com o homem que uma vez serviu como um

pastor, especialmente se ele expressou seu desejo de voltar para o ministério novamente.

Eles devem se reunir regularmente com ele, e dar-lhe metas específicas para conseguirem

ajudá-lo visando um retorno. Se Deus chamou o homem, Deus proverá os modos de como

tal homem poderá ser útil naquela igreja local, ou em outro lugar. O presbitério pode procu-

rar oportunidades para colocar o homem em um novo local, como uma igreja em fase de

plantação, ou recomendar-lhe para ocupar um púlpito vago em uma igreja já existente. O

presbitério pode dar ao homem oportunidades de pregar ou ensinar para testar seus dons

e a recepção que tal homem recebe por parte da congregação. No entanto, o homem nunca

deve usar essas oportunidades para ir contra o presbitério estabelecido ou usar sua antiga

posição para tentar mudar a liderança da igreja por sua própria iniciativa. Todas as coisas

devem ser feitas com decência e ordem.

Os membros da igreja têm uma responsabilidade para com o homem que uma vez serviu

como um pastor. Eles devem tratá-lo com afeto e respeito Cristão. Eles podem considerá-

lo como um Cristão maduro, sem considerá-lo como o seu pastor. Os membros da igreja,

individualmente, não devem tratá-lo como seu pastor. A igreja não deve apressar a empre-

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gar o homem em algum serviço, nem retardar desnecessariamente o seu retorno ao minis-

tério. Eles devem tratar o homem, e sua família, como um dos seus próprios, e procurar ser

“membros uns dos outros” com ele em suas responsabilidades pactuais. Se, na providência

de Deus, o homem for levantado para o ministério daquela congregação, ou for enviado

com a bênção daquela igreja para outro campo de trabalho, a própria igreja será capaz de

falar com uma só voz sobre as qualificações do homem que eles vieram a conhecer como

um membro, enquanto ele estava entre eles.

Uma questão interessante a respeito de um homem que era um ministro ordenado, e agora

volta para o presbitério de uma congregação local é: ele deve ser “reordenado”? Isto deveria

ficar a critério da igreja individual. Não se poderia esperar de um conselho de plena

ordenação sob estas circunstâncias, e muitas igrejas Batistas Reformadas não mantém a

prática de "conselhos de ordenação" em qualquer circunstância. Certamente, tais conse-

lhos não estão comandados pela Escritura. Um culto de posse seria uma forma normal de

trazer um homem para o presbitério, caso ele seja um ex-ancião ou não. Uma liturgia típica

de posse/ordenação pode ser algo como isto:

A igreja local gostaria de informar às igrejas próximas a ela, tanto em geografia quanto

em doutrina, que estabeleceram uma data para ordenar o Sr.__________ ao seu

presbitério. Eles podem pedir para que os representantes das igrejas participem do

culto especial que o empossará no ministério. Geralmente, um encargo seria dado ao

homem, e outra à igreja. Em seguida, os votos formais de ordenação devem ser feitos

pelo homem publicamente, para lembrar a ele à congregação da solenidade desta

ocasião.

Um exemplo de votos que poderiam ser feitos em uma ordenação seriam os seguintes:

Candidato, por favor, responda às seguintes perguntas com sim ou não.

Você crê que as Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, como dados originalmente,

são a inerrante Palavra de Deus, e a única regra infalível de fé e prática?

Você sinceramente recebe e adota a Confissão de Fé desta igreja, A Confissão de Fé

Batista de Londres de 1689, como contendo o sistema de doutrina ensinada nas

Sagradas Escrituras?

Você promete, ainda, que se em algum momento você se encontrar em desacordo

com qualquer dos fundamentos deste sistema de doutrina, você vai, por sua própria

iniciativa, fazer essa alteração conhecida aos anciãos e ao corpo da igreja, e volunta-

riamente renunciará ao ofício pastoral?

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Se todas as respostas do candidato forem afirmativas, continue:

Pergunte à Congregação: Por favor, ouçam esta pergunta e respondam AMÉM se

vocês concordarem:

Vocês, os membros da Igreja _________ reconhecem e recebem ______ como um

ministro do Evangelho do Senhor Jesus Cristo, chamado para pregar o Evangelho,

pastorear o povo de Deus, e administrar as Ordenanças do Batismo e da Ceia do

Senhor, como um representante desta igreja? Se assim for, por favor, responda,

AMÉM.

A descrição acima é dada meramente como um guia e pode ser expandida como aprouver

à igreja.

Outra questão a abordar é: quanta educação deve ter um homem antes de ser ordenado

ao ministério do Evangelho? Na realidade, isso pode variar de igreja para igreja, de acordo

com a maturidade do corpo naquele local específico. Biblicamente, ele deve estar “apto pa-

ra ensinar” e “não neófito” (1 Timóteo 3:2, 6). Ele deve “reter firme a fiel palavra, que é con-

forme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como

para convencer os contradizentes” (Tito 1:9). Se um homem não atender a essas qualifi-

cações, ele não deve ser ordenado.

As igrejas da ARBCA têm definido uma meta para que o ministro possa receber o melhor

treinamento possível. É por isso que IRBS [The Institute of Reformed Baptist Studies] existe,

e por isso vale a pena o esforço e gasto para mantê-lo funcionando, para facilitar a formação

de homens para o ministério evangélico. O fato de que a necessidade é grande não deve

fazer rapazes se apressarem para o ministério. O lenhador nunca perde tempo quando afia

seu machado. Um jovem que acredita que ele é chamado para passar sua vida no ministério

deve ser encorajado a ingressar em uma faculdade ou universidade de quatro anos, para

que ele possa se tornar uma pessoa melhor preparada. Ele deve receber, pelo menos, um

diploma de bacharel, o que também lhe daria um currículo melhor se ele acha que ele pre-

cisa se envolver em “fazer de tendas” durante o curso de seu ministério. Da faculdade, ele

deveria ingressar no seminário, e ganhar o seu M.Div. Seguir este modelo nos levaria a um

ministério mais educado, e à medida que nosso movimento amadurecer, esperamos que

isto se torne o padrão normal.

O que deve ser feito se uma igreja, na providência de Deus, se achar desprovida de um

pastor? Talvez não há melhor conselho existente do que o encontrado no apêndice da

Confissão de Charleston (que é basicamente a Confissão de Fé Batista de Londres de

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1677/1689 com um capítulo extra, dedicado ao Canto de Salmos e Hinos), aprovada em

1774. Nós lemos o seguinte em um Sumário sobre a Disciplina da Igreja:

A igreja quando estiver desprovida de um ministro deve procurar entre seus próprios

membros e ver se há algum que aparenta estar dotado de dons e graças para essa grande

obra. Se tal pessoa é encontrada, ele deve ser levado um teste privado por um período;

quando o encontrarem capacitado, e perceberem que eles são edificados por sua prega-

ção, eles podem chamá-lo para pregar em público. Após isso, se for verificado que a sua

vara, como Arão, brotou, floresceu e deu frutos, ele deve ser separado por ordenação,

para que ele possa realizar todas os deveres da função sagrada (Atos 13:2-3). Mas, se tal

pessoa não for encontrada na igreja, é dever de uma igreja irmã, se possível, prover-lhes

um ministro. E se algum membro de outra igreja for aprovado, e estiver inclinado a aceitar

sua solicitação, ele deve primeiro se tornar um membro com eles, para que eles possam

escolhê-lo dentre os seus próprios (veja Atos 1:21).

A questão sobre “Ordenação Ministerial: Sua Legitimidade e Limitações” é respondida por

dois princípios vitais. Em primeiro lugar, uma igreja local deve fazer de sua principal preocu-

pação ordenar somente os homens chamados por Deus — mas eles devem tomar cuidado

para que, inversamente, eles não deixem de reconhecer e ordenar o(s) homem/homens

que Deus chamou para o ministério e que estão em seu meio. Igrejas devem estar sempre

“olhando entre si”, em busca daqueles que Deus escolheu. Por fim, a autoridade de um

ministro do Evangelho vem através da igreja local, e é limitada à igreja local, da qual ele é

membro.

CFB 26:7: “Para cada uma dessas igrejas assim reunidas, de acordo com Sua mente decla-

rada em Sua Palavra, Ele tem dado todo aquele poder e autoridade, que é em toda forma

necessário para a sua realização naquela ordem no culto e disciplina, que Ele instituiu para

que eles observem, com ordens e regras para o devido e correto exercício e execução des-

se poder” (Mateus 18:17-18; 1 Coríntios 5:4-5, 5:13; 2 Coríntios 2:6-8).

Vosso em Cristo,

Pastor Steve Marquedant

Sovereign Grace Reformed Baptist Church

Ontario, Califórnia.

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

Page 14: Ordenação Ministerial, Legitimidade e Limitações, por Esteve Marquedant (Carta Circular 2008, ARBCA)

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.