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ORGANIZAÇÃO DE UM CLUBE DE CIÊNCIAS E MONTAGEM DE UM HERBÁRIO NO COLÉGIO LASALLE ESTEIO EM ESTEIO/RS. MÁRCIO ANDRADE MACHADO CANOAS, 2007

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ORGANIZAÇÃO DE UM CLUBE DE CIÊNCIAS E MONTAGEM DE

UM HERBÁRIO NO COLÉGIO LASALLE ESTEIO EM ESTEIO/RS.

MÁRCIO ANDRADE MACHADO

CANOAS, 2007

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CANOAS, 2007

Monografia apresentada para a banca examinadora do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas, sob Orientação do Prof. Ms. Giovani André Piva.

MÁRCIO ANDRADE MACHADO

ORGANIZAÇÃO DE UM CLUBE DE CIÊNCIAS E MONTAGEM DE

UM HERBÁRIO NO COLÉGIO LASALLE ESTEIO EM ESTEIO/RS.

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MÁRCIO ANDRADE MACHADO

TERMO DE APROVAÇÃO

ORGANIZAÇÃO DE UM CLUBE DE CIÊNCIAS E MONTAGEM DE

UM HERBÁRIO NO COLÉGIO LASALLE ESTEIO EM ESTEIO/RS.

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciatura do curso de Ciências Biológicas do Centro universitário La Salle-

Unilasalle pelo avaliador Prof. Ms. Giovani André Piva.

Prof. Ms. Giovani André Piva Unilasalle

CANOAS, 2007

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Dedico este trabalho a minha família, em especial aos

meus pais Ondina Maria Machado e Osmar dos Santos

Machado, que apesar de todas as dificuldades

enfrentadas na vida, buscaram sempre transmitir valores

como honestidade e respeito acima de tudo, e nunca

desistir dos objetivos almejados. E por final sempre me

apoiaram e me deram forças para continuar.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus dois irmãos Marcelo Andrade Machado e Valério Andrade Machado,

por nesta etapa final ter ressaltado de vez o verdadeiro significado da palavra união

entendendo com total respeito os momentos de desespero.

A minha sobrinha, Gabriella Borba Machado por ser a verdadeira fonte de

inspiração.

Aos meus verdadeiros amigos que sempre estiveram presentes em minha vida,

dando muito carinho, compreensão e apoio nas horas difíceis.

A minha amiga e colega de graduação Priscilla Romero que muito me

incentivou e ajudou a concluir o presente trabalho e a todos meus amigos/colegas,

que de alguma maneira me apoiaram e contribuíram neste período de minha vida.

Ao meu orientador, Professor Giovani André Piva, pelas sugestões e dicas

durante a realização do trabalho, e pela seriedade e competência com que me

ajudou a concluir esta etapa tão importante.

A todos os funcionários e integrantes do clube de ciências GAIA da Escola

Lasalle de Esteio\RS por me proporcionar carinho e confiança.

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“... e mesmo as espécies mais toscas, quando

vistas de perto, provarão ter pequenos detalhes com

tal delicadeza, esmero e precisão que ninguém

poderá deixar de admirar o fino trabalho da

natureza.” (William Belton).

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RESUMO

Clube de Ciências “pode ser” uma aula de Ciências, onde professores e alunos se envolvem em pesquisas, através de um conhecimento cada vez mais aprofundado. A diferença é que esses alunos são voluntários, de diferentes turmas em horário extra-classe. Condição fundamental é que este Clube de Ciências tenha uma biblioteca, sala de informática para que seus membros possam realizar suas pesquisas. Clube de Ciências envolve a troca de idéias através de reuniões semanais, onde são realizadas leituras, são preparadas pesquisas, discutidas e realizadas (práticas experimentais) pelos próprios alunos. É nesta dinâmica que os alunos vão desenvolvendo o seu questionamento, aprendendo a realizar investigação científica, sempre voltada para as noções de qualidade de vida. O aluno vai se interessando em resolver situações problemáticas e/ou conflituosas. Logo, um Clube de Ciências precisa estimular seus participantes na investigação científica, através de uma metodologia adequada, desenvolvendo atitudes tais como tomada de decisão, espírito de equipe, liderança, criatividade. Como primeiro projeto construiu-se um herbário com uma coleção representativa de plantas da flora regional, exemplares secos, catalogados e armazenados. O material, retirado de uma área verde localizado dentro da escola, é fonte de referência obrigatória para trabalhos sobre a flora regional, servindo de apoio botânico à pesquisa, à área de educação e à comunidade em geral. Palavras-chave: Clube de Ciências. Pesquisa. Projetos. Investigação.

ABSTRACT

Club of Sciences “can be” a lesson of Sciences, where professors and pupils if involve in research, through a knowledge each deepened time more. The difference is that these pupils are voluntary, of different groups in hourly extra-classroom. Basic condition is that this Club of Sciences has a library, computer science room so that its members can carry through its research. Club of Sciences involves the exchange of ideas through weekly meetings, where readings are carried through, research, argued and carried through (practical experimental) for the proper pupils is prepared. It is in this dynamics that the pupils go developing its questioning, learning to carry through scientific inquiry, always come back toward the slight knowledge of quality of life. The pupil goes if interesting in deciding problematic and/or conflicting situations. Soon, a Club of Sciences necessary to stimulate its participants in the scientific inquiry, through an adjusted methodology, developing attitudes such as taken of decision, spirit of team, leadership, creativity. As first project constructed a herbarium with a representative collection of plants of the regional flora, exemplary dry, catalogued and stored. The material, removed of a located green area inside of the school, is source of obligator reference for works on the regional flora, serving of botanical support to the research, the area of education and the community in general. Key -Words: Science Club. Research. Projects. Inquiry.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9

2 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ................................................ 11

3 CLUBE DE CIÊNCIAS PROPICIA INVESTIGAR .............................................. 14

3.1 Denominação .................................................................................................... 14

3.2 Autonomia ......................................................................................................... 15

3.3 Para organizar um Clube de Ciências ............................................................. 16

3.4 Escola ................................................................................................................ 17

3.5 Disciplinas ......................................................................................................... 18

4 ÁREAS VERDES URBANAS ............................................................................. 19

5 METODOLOGIA ................................................................................................. 21

5.1 Processo de seleção ........................................................................................ 21

5.2 Sala de aula ....................................................................................................... 21

5.3 Professor ........................................................................................................... 23

5.4 Livro didático .................................................................................................... 23

5.5 Trabalho de campo ........................................................................................... 24

5.6 O código de ética para trabalhar no meio ambiente ...................................... 26

5.7 Criação de um estatuto .................................................................................... 27

5.8 Algumas sugestões para as atividades .......................................................... 27

5.9 Primeira atividade realizada: Herbário ............................................................ 29

5.9.1 Problema ...................................................................................................... 29

5.9.2 Justificativa e relevância da pesquisa ........................................................... 30

5.9.3 Objetivo geral ............................................................................................... 30

5.9.4 Objetivos específicos .................................................................................... 32

5.9.5 Hipóteses ...................................................................................................... 32

5.9.6 Materiais ....................................................................................................... 32

5.9.7 O que coletar? .............................................................................................. 33

5.9.8 Herborização ................................................................................................ 33

5.9.9 Confecção das etiquetas .............................................................................. 34

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5.9.10 Montagem das exsicatas .............................................................................. 35

5.9.11 Montagem do caderno com o herbário ......................................................... 35

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 39

7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43

ANEXO A – Estatuto clube de ciências GAIA. .......................................................... 44

ANEXO B – Modelo da etiqueta: ............................................................................... 50

ANEXO C – Espécies vegetais encontradas na área verde do Colégio Lasalle Esteio

.................................................................................................................................. 51

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho presente trata-se sobre elaborar e organizar Clubes de Ciências nas

escolas em primeiro lugar Clube de Ciências “pode ser” uma aula de Ciências, onde

professores e alunos se envolvem em pesquisas, através de um conhecimento cada

vez mais aprofundado. A diferença é que esses alunos são voluntários, de diferentes

turmas e/ou escolas, em horário extraclasse. Condição fundamental é que este

Clube de Ciências tenha uma biblioteca especial para seus membros. Em relação ao

ambiente, acredito que as salas-laboratório do Clube de Ciências, sempre que

possível, devem ter toda uma variedade de materiais disponíveis.

Assim, Clube de Ciências envolve a discussão e a troca semanal de idéias,

onde são realizadas leituras, preparadas pesquisas, práticas experimentais

realizadas pelos próprios alunos. É nesta dinâmica que os alunos vão

desenvolvendo o seu questionamento, aprendendo a realizar investigação científica,

sempre voltada para as noções de qualidade de vida. O aluno se interessa em

solucionar problemas e situações que vem alem de sala de aula, principalmente em

atingir a comunidade com seus projetos.

Para Pedro Demo a atividade básica da ciência é a pesquisa.

Essa afirmação pode estranhar, porque temos muitas vezes a idéia de que a ciência se concentra na atividade de transmitir conhecimento (docência) e de absorvê-lo (discência). Na verdade, tal atividade é subseqüente. Antes, existe o fenômeno fundamental da gestação do conhecimento (2004, p. 15).

Logo, um Clube de Ciências precisa estimular seus participantes na

investigação científica, através de uma metodologia adequada, desenvolvendo

atitudes tais como tomada de decisão, espírito de equipe, liderança, criatividade.

Hoje, mais do que nunca, precisamos preparar nossos alunos a tomarem

decisões, dada a crise da informatização, na qual tudo já vem pronto. E nesse

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aspecto que se faz necessário acrescentar a Tecnologia no Clube de Ciências. Os

alunos poderão fundamentar conhecimentos científicos e tecnológicos.

É preciso lembrar que o professor orientador de um Clube de Ciências

necessita estar bem preparado, ter um amadurecimento profissional e pessoal. Ele

precisa ter novos conhecimentos, o que lhe provocará mudanças, inclusive didádico-

pedagógicas, tais como o trabalho a ser construído com o grupo de alunos;

intercâmbio com outros professores orientadores.

Caberá ao professor apoiar o aluno, estimulando-o, chamando atenção para os

aspectos essenciais do experimento e principalmente trabalhar a pesquisa antes de

realizar seus projetos. Segundo Bagno (2000, p 17) pesquisa é uma palavra que

veio do espanhol. Este por vez herdou do latim. Havia em latim o verbo perquiro que

significa procurar, buscar com cuidado, procurar por toda a parte, informar-se,

inquirir, perguntar, indagar bem, aprofundar na busca.

Ele afirma que pesquisa é uma atividade que embora não pareça, está

presente em diversos momentos do quotidiano, além de ser requisito fundamental

num sem-número de profissões. Ler a bula de um remédio antes de tomá-lo e

pesquisar. Recorrer ao manual de instruções do aparelho de videocassete também.

Remexer papéis velhos atrás daquela preciosa receita de bolo e fazer pesquisa. É a

eterna dificuldade de consultar um dicionário ou um catálogo telefônico e ou não e

uma tarefa de pesquisa? (BAGNO, 2000, p 16).

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2 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Segundo os PCN o interesse e a curiosidade dos estudantes pela natureza,

pela Ciência pela Tecnologia e pela realidade local e universal, conhecidos também

pelos meios de comunicação, favorecem o envolvimento e o clima de interação que

precisa haver para o sucesso das atividades, pois neles encontram mais facilmente

significado.

Trata-se, portanto, de organizar atividades interessantes que permitam a

exploração e a sistematização de conhecimentos compatíveis ao nível de

desenvolvimento intelectual dos estudantes, em diferentes momentos do

desenvolvimento. Deste modo, é possível enfatizar as relações no âmbito da vida,

do Universo, do ambiente e dos equipamentos tecnológicos que poderão melhor

situar o estudante em seu mundo.

Estudos comparativos sobre ambientes reais de diferentes dimensões podem

ser realizados com o aprofundamento no conhecimento da dinâmica dos ambientes

e da interferência do ser humano na vida da Terra. A seleção de ambientes a serem

comparados é importante, pois cada estudo particular proporciona enfoques

específicos. Por exemplo, pode ser interessante a investigação de um local

cultivado. Jardim, pomar, horta etc. Comparativamente ao estudo de um campo

abandonado. No primeiro ambiente, a ação humana para transformar e conter

processos naturais pode se evidenciar, considerando-se como o ser humano deve

transformar o solo na preparação do cultivo, quais técnicas utilizar para combater a

erosão, o problema da seleção de sementes, dos cuidados com a plantação, o

controle de pragas, como é o manejo da água etc. No ambiente de campo

abandonado, are ocupação do espaço pelos seres vivo colonizadores estará em

foco, podendo-se a médio e em longo prazo estudar os vegetais que se instalam,

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como se dá sua disseminação e qual sua origem, o que proporciona uma primeira

abordagem do conceito de sucessão ecológica.

Na comparação entre dois ambientes, diferentes aspectos podem ser

estudados: a origem dos diferentes componentes (solo, água, seres vivos), as

condições de vida dos seres vivos (Onde há mais minhocas? Mais formigas? Como

se explica isso? Que diferenças há, para as minhocas, viver no campo cultivado ou

abandonado?), as relações entre o solo, a água, a luze o calor (Por que o solo do

campo abandonado é mais compacto? Como a erosão está controlada no campo

cultivado?) e as possíveis relações ecológicas que se estabelecem, podendo-se

chegar a alguns casos a estudos de cadeias alimentares em cada um deles.

As duas investigações solicitam atividades de visitação repetida, planejada e

orientada pelo professor, que organiza com os alunos os problemas que serão

trabalhados.

A caracterização dos estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo, presentes em

diferentes ambientes, representa avanço significativo no reconhecimento dos

componentes vegetais das paisagens, permitindo uma descrição interessante da

vegetação e a identificação, em alguns casos, de diferentes fases do processo de

recomposição do ambiente natural. A descrição e comparação de plantas

significativas de determinados ambientes estudados também são importantes, e

oferece um repertório para o reconhecimento da existência de plantas que não têm

semente e de outras que as têm. Coleta, organização, interpretação e divulgação de

informações sobre transformações nos ambientes provocadas pela ação humana e

medidas de proteção e recuperação, particularmente da região em que vivem e em

outras regiões brasileiras, valorizando medidas de proteção ao meio ambiente;

As perguntas do professor levarão os estudantes a responderem conforme

seus conhecimentos, muitas vezes tácitos e de senso comum, outras vezes mais

elaborados e refletidos. Que perguntas poderão gerar conflitos sobre a alimentação

das plantas? Como poderão compreender que a terra não é alimento para as

plantas? Por exemplo, o professor poderá perguntar à classe. Se as plantas retiram

alimento da terra, por que a terra dos vasos não diminui? Como explicar o fato de

algumas plantas sobreviverem em vasos apenas com água? E como algumas

plantas vivem sobre outras plantas, com as raízes expostas (algumas samambaias,

orquídeas)?

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A observação é o mais geral e básico de todos os procedimentos em Ciências

Naturais. Está presente em diferentes momentos, como nas comparações, nos

trabalhos de campo, nas experimentações, ao assistir um vídeo, por exemplo.

A capacidade de observar já existe em cada pessoa, à medida que, olhando

para objetos determinados, pode relatar o que vê. Devem-se considerar as

observações dos estudantes que só são conhecidas pelos colegas e professor

quando comunicam o que vêem, seja oralmente ou por meio de registros escritos ou

desenhos. Mas observar não significa apenas ver, e sim buscar ver melhor,

encontrar detalhes no objeto observado, buscar aquilo que se pretende encontrar.

Sem essa intenção, aquilo que já foi visto antes no caso dos ambientes do entorno,

do céu, do corpo humano, das máquinas utilizadas habitualmente etc. Será

reconhecido dentro do patamar estável dos conhecimentos prévios. De certo modo,

observar é olhar o velho com um novo olho guiado pelo professor.

Existem dois modos de realizar observações. O primeiro, estabelecendo-se

contato direto com os objetos de estudo: ambientes, animais, plantas, máquinas e

outros objetos que estão disponíveis no meio. Acontecem em estudos de meio ou

dentro da sala de aula. O segundo, por meio de recursos técnicos ou seus produtos,

são observações indiretas. São os casos de observações feitas por microscópio,

telescópio, fotos, filmes, gravuras, gravações sonoras.

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3 CLUBE DE CIÊNCIAS PROPICIA INVESTIGAR

Para Nunes e Ramalho o clube de ciências propicia formar um aluno desejoso

de saber. No clube de ciências, as pesquisas são orientadas pelo professor. Através

do clube de ciências, poderemos estar criando um “cientista principiante”. No clube

de ciências a caminhada pode ser individual, mas preferencialmente ela poderá ser

grupal, propiciando a troca de conhecimentos.

Clube de ciências é o local do trabalho interdisciplinar, oportunizando integrar

várias áreas do conhecimento.

a) É um espaço para estudo e pesquisa local;

b) Dinâmico gera construção de conhecimento;

c) Requer organização;

d) Não impõe limite de idade;

e) É alternativa pedagógica para ensinar e aprender;

f) Faz pensar;

g) Faz tomar decisões;

h) Aceita o processo de mediação;

i) As produções do Clube de Ciências precisam ser comunicadas a outros

grupos;

j) As produções do Clube de Ciências podem ser avaliadas por outros

segmentos da sociedade;

k) Nos Clubes de Ciências é possível comprovar na prática o que nos dizem

os teóricos.

3.1 Denominação

Clube é um local de encontro de pessoas formado por um grupo de pessoas

que possuem um objetivo comum. É um ambiente que proporciona diálogo, troca de

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informações, enriquecimento de idéias, cultura; permite pesquisar, experimentar,

descobrir e criar. É uma organização com fim específico aberto em relação à

temática e também quanto à idade de seus participantes.

Ciência é conhecimento abrange várias áreas possuem uma linguagem própria

em cada área é regida por leis específicas em cada área é feita pelo homem

trabalha com a natureza.

Portanto, Clube de Ciências é um espaço dinâmico para construção de

conhecimento local onde pessoas que têm o mesmo objetivo se encontram para

discutir, pesquisar, cria ambiente onde os humanos estudam a natureza, buscando o

uso das leis específicas e da linguagem própria de cada categoria/área organização

que não impõe limite de idade para seus participantes (Educação infantil/

Fundamental/Médio/Melhor idade) alternativa pedagógica para ensinar e aprender

Ciências faz pensar e tomar decisões aceita o processo de Mediação suas

produções precisam ser comunicadas a outros grupos e podem ser avaliadas por

diferentes segmentos da sociedade.

3.2 Autonomia

Piaget via paralelos entre a construção da lógica das crianças e a construção

da ciência pela humanidade, porque ambos desenvolvem-se passando através de

um nível após o outro, tornando o anterior incompleto ou “errado”. Salientava que a

ciência é um empreendimento social, pois quando um cientista faz a descoberta ele

a apresenta para a comunidade cientifica para comprovação. Portanto o debate e o

conflito entre iguais são parte necessária para avanços na ciência.

Sendo assim, as crianças interagindo em grupos cooperativos podem

desenvolver a crítica e a construção de uma lógica de mais alto nível. Concordar e

discordar de outros é preciso para o desenvolvimento sócio-cognitivo e sócio-moral,

metas de um Clube de Ciências.

Piaget (1993, p.41) afirma que “quando as crianças se convencem de que a

idéia de outra pessoa faz mais sentido do que a delas, elas mudam de idéia e

corrigem a si próprias a partir do seu interior”. O participante de um Clube de

Ciências precisa ter autonomia. Para desenvolver a autonomia é preciso que os

adultos conversem com as crianças para trocarem idéias. De acordo com o sentido

piagetiano, autonomia significa a capacidade de decidir por si próprio entre certo e

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errado na esfera moral, entre verdade ou não na esfera intelectual, levando em

conta critérios relevante.

Para Piaget:

Na verdade, está claro que o confronto de pontos de vista é indispensável na infância para a elaboração do pensamento lógico, e tais confrontos se tornam cada vez mais importantes para a elaboração das ciências por parte dos adultos. Sem a diversidade das teorias e busca constante de ir além das contradições entre elas, o progresso científico não teria sido possível. (1993, p.41-42)

Quando a meta é a autonomia, os alunos sentem-se estimulados e orgulhosos

quanto às idéias que têm e confiantes em sua própria capacidade de pensar.

3.3 Para organizar um Clube de Ciências

A edição da Zero Hora Dominical do dia 15 de outubro de 2006, que abordou a

presença do clube de ciências nas escolas, enumera 24 itens a serem considerados

na organização eficiente de um clube de ciências:

1. Clubes de ciências são espaços de vivência da ciência;

2. Nos clubes de ciências mais do que assimilar conteúdos o objetivo é a

prática da ciência;

3. Nos clubes de ciências os participantes desenvolvem habilidades e atitudes

da ciência;

4. Ainda que o clube possa ter um local próprio de funcionamento isto não é

condição necessária para sua existência;

5. Problemas verdadeiros e significativos para os participantes de clubes

tendem a exigir soluções interdisciplinares;

6. Os participantes de clubes podem ser de uma origem diversificada: alunos,

professores, pais, comunidade em geral;

7. Clubes de ciências são espaços em que se investiga em torno de

problemas de interesse dos participantes;

8. Nos clubes de ciências todos participam com suas habilidades de uso da

linguagem, fala, leitura, escrita, alem de outros;

9. Os clubes constituem espaços de produção coletiva em que todos

contribuem com seus diversificados potenciais;

10. O envolvimento pela fala em discussões críticas sobre atividades

realizadas é tão ou mais importante quanto às atividades em si;

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11. O registro por escrito, seja em forma de relatórios formais, seja outras

formas de escrita é essencial nos clubes de ciências;

12. Nos clubes de ciências as atividades precisam partir do cotidiano e não

chegar a ele apenas no final do processo;

13. Clubes e ciências atuam preferencialmente em atividades e projetos

interdisciplinares;

14. O modo preferencial de organização das atividades nos clubes de ciências

é o projeto;

15. Na organização de clubes de ciências é importante focalizar uma ciência

mais ampla, além da Física, Química, Biologia e Matemática;

16. Os clubes precisam ter abertura para deixar os participantes interagirem

com especialistas fora do grupo, em função das necessidades emergentes dos

projetos;

17. É interessante a divulgação dos clubes por meio de clubes modelo que os

professores possam visitar e participar de seu funcionamento;

18. Organizar um clube na escola corresponde a um processo de

aprendizagem tanto para os professores quanto para os alunos envolvidos;

19. Projetos desenvolvidos nos clubes de ciências deveriam ser

preferencialmente projetos de pesquisa focalizando problemas do contexto dos

participantes do clube;

20. Clubes de ciências são ambientes em que os participantes podem

apropriar-se do discurso da ciência;

21. É interessante combinar a idéia de clubes com a idéia de feiras de ciências;

22. Os clubes de ciências investem em projetos interdisciplinares partindo de

problemas da realidade dos participantes;

23. Um clube, ainda que se estruturasse de uma forma flexível e dinâmica,

precisa ter uma organização geral com regras que orientem suas ações;

24. É importante que os clubes se constituem em espaços de intensa interação

pela linguagem, seja em diálogos, seja em produções escritas e leituras.

3.4 Escola

A escola continuará sendo o principal espaço para atividades de educação,

mas empresas e outros locais ampliarão a oferta de aulas. Cursos e lições à

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distância ganharão impulso com a popularização da Internet e atenderão

especialmente adultos. Quanto mais jovem o aluno, mais tempo ficará dentro da sala

de aula para aprender a conviver em grupo.

3.5 Disciplinas

Em vez da abordagem de disciplinas de forma isolada, os assuntos terão o

enfoque interdisciplinar, como ocorre hoje com os temas que transcendem uma

única matéria. As escolas, por orientação do Ministério da Educação através dos

PCN’s, escolhem temas (trânsito, por exemplo) e procuram tratá-lo em diversas

disciplinas.

As aulas se desenvolverão a partir de três eixos principais, nas quais se

encaixarão as atuais “matérias” ou componentes curriculares: filosofia (para

estimular o pensamento e a criatividade), linguagem (para que o aluno aprenda a se

comunicar) e matemática (para desenvolver o raciocínio lógico).

O chamado sistema modular também terá avanço. Em vez de evoluir por séries

ou semestres, o estudante ganhará a chance de escolher mais cursos conforme seu

perfil até completar o número mínimo de horas. Esse processo se intensificará a

partir do Ensino Médio.

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4 ÁREAS VERDES URBANAS

Segundo Associação Global de Desenvolvimento Sustentável (AGDS, [s.d.])

similaridades e diferenciações entre termos como áreas livres, espaços abertos,

áreas verdes, sistemas de lazer, praças, parques urbanos, unidades de conservação

em área urbana, arborização urbana e tantos outros, confundem os profissionais que

trabalham nessa área. Esse problema existe nos níveis de pesquisa, ensino,

planejamento e gestão dessas áreas, e conseqüentemente, nos veículos de

comunicação. Área Verde: onde há o predomínio de vegetação arbórea, englobando

as praças, os jardins públicos e os parques urbanos, desde que com funções

estéticas e ecológicas, entre outras. As áreas verdes urbanas proporcionam

melhorias no ambiente excessivamente impactado das cidades e benefícios para os

habitantes das mesmas.

A função ecológica deve-se ao fato da presença da vegetação, do solo não

impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo

melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, água e solo. A função estética

diz respeito à diversificação da paisagem construída e o embelezamento da cidade.

Com relação a este aspecto deve ser ressaltada a importância da vegetação. As

áreas verdes têm função educativa pois estão relacionadas com a possibilidade que

essas áreas oferecem como ambiente para o desenvolvimento de atividades extra-

classe e de programas de educação ambiental. Essas áreas exercem função

psicológica quando as pessoas em contato com elementos naturais, promovendo o

relaxamento, funcionando como alívio ao estresse diário; aspecto relacionado com o

exercício do lazer e da recreação.

No entanto, a serventia das áreas verdes nas cidades está intimamente

relacionada com a quantidade, a qualidade e a distribuição das mesmas dentro da

malha urbana. Com relação à qualidade e distribuição, pretende-se abordar a

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questão da hierarquização dos espaços livres e aspectos relacionados à

manutenção, conservação e planejamento dessas áreas.

Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas, por

exercerem estas funções, devem, também, conceituar-se como área verde,

entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas não são

consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas.

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5 METODOLOGIA

Haverá aulas expositivas, nas quais o professor dialogará com os alunos, mas

o estudo será focado na troca de experiências e na realização de pesquisas on-line.

O professor estimulará a organização de projetos para que o estudante

desenvolva habilidades consideradas fundamentais no seu cotidiano. O objetivo é

que ele identifique problemas, pesquise, tome decisões e se comunique com

eficácia.

5.1 Processo de seleção

Para que o Clube de Ciências seja um espaço agradável de trabalhar é

indispensável que haja um processo de seleção. A seleção de candidatos pode ser

feita através da avaliação de redações com tema relacionado aos interesses do

clube ou através de entrevistas direcionadas, conforme os critérios exigidos pelos

organizadores.

5.2 Sala de aula

Em vez de estudar em um espaço fixo, o estudante se deslocará para

diferentes laboratórios (Figuras 1, 2 e 3), conforme a lição e os recursos tecnológicos

necessários a um determinado aprendizado. As salas deverão ser bem arejadas e

iluminadas para que o processo de elaboração dos projetos e as discussões se

torne mais agradáveis.

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Figura 1 – Sala de aula. Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 02 – Sala de aula. Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 03 – Sala de aula. Fonte: Autoria própria, 2007.

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5.3 Professor

Este irá ter um novo papel. Em vez de apenas transmitir conhecimentos, ele

orientará e motivará os alunos será o mediador do clube ajudara os alunos a

encontrarem as respostas e não entrega-las pronta. O Professor em nenhum

momento mandará no clube, pois assim como todos, ele é apenas um integrante e

será tratado como um associado (Figura 04). Ele precisa estar muito bem preparado,

ter amadurecimento profissional e pessoal. E também precisa ter novos

conhecimentos, o que lhe provocará mudanças, inclusive didádico-pedagógicas, tais

como o trabalho a ser construído com o grupo de alunos e interação com a

interdisciplinaridade.

Figura 04 – Professor mediador com os integrantes do Clube de Ciências. Fonte: Autoria própria, 2007.

5.4 Livro didático

Os livros didáticos perderão importância, mas não desaparecerão. Servirão

como uma referência para consulta. O ideal seria uma biblioteca especifica para o

clube que ficaria na sala destinada a esta prática (Figura 05). E muito difícil hoje as

escolas não terem uma biblioteca, sendo assim o aluno associado à biblioteca

poderá retirar os livros que precisa e ele será responsável pelos tais.

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Figura 05 – Estante de Ciências e Biologia na Biblioteca do Colégio La Salle Esteio. Fonte: Autoria própria, 2007.

5.5 Trabalho de campo

Atualmente é impensável o desenvolvimento do ensino de Ciências de

qualidade sem o planejamento de trabalhos em campo que sejam articulados às

atividades de classe. Esses trabalhos contemplam visitas planejadas a ambientes

naturais, a áreas de preservação ou conservação, áreas de produção primária

(plantações) e indústrias, segundo os diferentes planos de ensino do professor.

Um equívoco bastante comum é considerar esse tipo de atividade possível

apenas em áreas de preservação ou de conservação, nas quais a interferência do

ser humano é pequena. Essa concepção limita a utilização de uma série de recursos

que oferecem possibilidades para o professor trabalhar. Além de unidades de

conservação, deve-se considerar a riqueza do trabalho de campo em áreas

próximas, como o próprio pátio da escola, a praça que muitas vezes está a poucas

quadras da escola, as ruas da cidade, os quintais das casas, os terrenos baldios e

outros espaços do ambiente urbano, como a zona comercial ou industrial da cidade,

onde poderão ser conhecidos processos de transformação de energia e de

materiais. O desenvolvimento de atividades em espaços com essas características

traz a vantagem de possibilitar ao estudante a percepção de que fenômenos e

processos naturais estão presentes no ambiente como um todo, não apenas no que

comumente é chamado de natureza. Além disso, possibilitam explorar aspectos

relacionados com os impactos provocados pela ação humana nos ambientes e sua

interação com o trabalho produtivo e projetos sociais. Nesse sentido, a articulação

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de mais de uma área de conhecimento em trabalhos de campo é desejável para

enriquecer o elenco de objetos de estudo e relações a se investigar.

Para que o trabalho de campo ou excursão tenha significado para a

aprendizagem, e não apenas como atividade de lazer, é importante que o professor

tenha clareza dos diferentes conteúdos e objetivos que pretende explorar. Esta

definição é fundamental para que a atividade seja bem compreendida pelos

estudantes. As atividades a serem desenvolvidas não podem restringir-se à saída ao

campo. É importante que o professor inclua no seu plano o desenvolvimento de

atividades de preparação e, ao voltar, a discussão das observações e dados

coletados para a sistematização de conhecimentos. No caso da articulação com

outras áreas, são importantes que todos os envolvidos planejem juntos as fases do

trabalho e acompanhem seu desenvolvimento.

A preparação das atividades a serem desenvolvidas em campo envolve,

evidentemente, os aspectos de ordem prática, mas não se resume a isso. É

necessário preparar o estudante do ponto de vista intelectual e afetivo para

participar da excursão. Além de ser um momento para que os estudantes sejam

esclarecidos em relação ao que se pretende, é uma oportunidade privilegiada para

envolvê-los em levantamento de suposições e problematizações que já indicam os

conteúdos que serão estudados nos trabalhos em campo. É o momento de criar,

junto à classe, o clima de pesquisa e investigação, sendo muito importante as

leituras de textos sobre o local que será visitado, para que ampliem suas suposições

iniciais. O registro dessa fase é fundamental para que os dados e observações do

próprio local sejam comparados na volta. É também nessa fase que, a partir dos

objetivos selecionados e com a participação dos estudantes, o professor elabora o

roteiro de campo, recurso-chave para a coleta e o registro de dados durante a

excursão, para que possam ser explorados na continuidade dos trabalhos em sala

de aula.

Nas aulas seguintes ao trabalho de campo, a classe dedica-se, sob orientação

do professor, à organização e à análise de dados colhidos, por exemplo, nas

experimentações. Buscar outras informações para solucionar dúvidas que surgiram

durante a excursão também é importante, com auxílio de leituras que podem ser

reunidas na sala de aula. Este é um momento privilegiado para aprofundar aspectos

do conteúdo e buscar generalizações e aplicações dos conhecimentos que estão

sendo trabalhados.

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Para o trabalho com as atitudes, é necessário conversar com a classe e

planejar atividades específicas. Para tanto, há oportunidades nos momentos de

preparação, desenvolvimento e fechamento dos trabalhos; regras de segurança e de

preservação do meio, ou de autopreservação, devem ser objeto específico de

discussão na preparação. Ao participar de atividade para resolução de problemas

ambientais ou tecnológicos reais, reconhecidos durante a saída ao campo, os

estudantes exercitam valores que estão expressos nos objetivos deste documento.

Por meio de atividades, como debates, dramatizações e produção de cartazes,

poderão ser produzidas também objetos reais de divulgação ou participação na

sociedade, como uma carta a um jornal ou uma exposição de trabalhos, o que faz do

trabalho de campo um elemento de projeto.

5.6 O código de ética para trabalhar no meio ambiente

Para trabalhar com os alunos em campo é necessário que eles saibam o local

para onde será feito o estudo, para que possam já estudando com antecedência

todo ambiente que será encontrado. O mais importante e trabalhar alguns itens

sobre preservação e respeito por todos os seres vivos existentes no nosso planeta,

para que este trabalho seja completo através foi retirado e adaptados alguns códigos

do livro de Gerald Durrell (1994, p. 314) para servir como um guia de boas maneiras

nas saídas em campo.

a) Não colete mais espécies do que o necessário;

b) Não retire as mesmas espécies em grande número, ano após ano, do

mesmo local;

c) Não destrua os predadores ou parasitos de quer que seja que você

colecione;

d) Não perturbe os locais potenciais de habitação na sua busca por espécies;

e) Quando tirar amostras de plantas corte-as com uma faca ou tesoura de

podar - não quebre a planta;

f) Evite colher materiais em áreas já muito exploradas;

g) Informe as autoridades sobre qualquer achado incomum;

h) Não colecione por interesses comerciais;

i) Deixar as coisas como encontrou: pedras que tenham tirado do lugar;

j) Não deixe lixo nos locais explorados;

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k) Peça permissão para entrar nas propriedades privadas e, quando

necessário, nos parques nacionais e reservas públicas;

l) Liberte o animal no capturado para estudo no local de onde ele foi

encontrado;

m) O bem-estar do animal objeto dos seus estudos ou qualquer animal em

cativeiro é sempre mais importante que sua fotografia ou projeto.

5.7 Criação de um estatuto

Para que o Clube de ciências seja funcional é indispensável à criação de um

estatuto. Conforme o modelo do colégio Pio XII localizado em São Paulo/SP foi

criado uma versão para que fosse aplicado no Colégio Lasalle de Esteio. Este

estatuto tem como objetivo organizar os objetivos, organização, processo de

seleção, direito e deveres dos associados, infrações disciplinares e a exclusão do

clube. (ANEXO A)

5.8 Algumas sugestões para as atividades

Para trabalhar com os alunos é muito importante ter uma lista contendo

sugestões para os projetos, assim fica mais fácil de visualizar a proposta do Clube

de Ciências. Estas sugestões não significam que serão realizadas pela ordem em

que se encontram, pois cabe aos alunos aceitarem ou até mesmo dar dicas de

novos assuntos. Como trabalhar os problemas existentes em suas comunidades, na

escola ou ate mesmo trabalhar assuntos recentes que envolvam a Ciência ao todo.

Embora não significa que o Clube de Ciências somente irá montar projetos também

pode haver saídas para assistir palestras, em museus, cinemas, teatros e para

visitação de outros Clubes de Ciências.

a) Reciclagem de lixo: Trabalhar os temas em que envolva o seu

aproveitamento.

b) Coleta do lixo: Os locais, horários e o que coletar.

c) Reciclagem de papel: para a produção de cartões, livros e cadernos.

d) Metamorfose borboleta e sapos: Como acontece?

e) Insetos (vida, comportamento e ordens com aula prática): Trabalhar suas

importâncias biológicas.

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f) Medicina popular: As alternativas de cura sem medicamentos químicos.

g) Ervas medicinais: Para a cura das doenças, quais utilizar.

h) Vegetais: Suas diferenças em sua morfologia.

i) Hortas com plantas medicinais: Modelos diferenciados e de baixo custo para

sua construção.

j) Remédios caseiros: Chás, xaropes e infusões com ervas medicinais.

k) Mini terrários: Para produzir mudas de diversos tipos de vegetais.

l) Herbários: Para ser utilizados nas aulas de Vegetais e Botânica.

m) Drogas: Seus efeitos e as mais utilizadas.

n) Minhocário e produção de húmus: Para a produção de adubos orgânicos.

o) Corantes naturais: Para tingir tecidos e camisetas.

p) Árvores do RS: Conhecimento da nossa flora nativa.

q) Árvores em extinção: Trabalhar sobre os desequilíbrios ecológicos com a

falta de qualquer outro ser vivo, mas principalmente as árvores.

r) Produção de mudas de árvores: Para a distribuição gratuita.

s) Câncer de mama: Como trabalhar este tema com os colegas?

t) Câncer infantil: Conhecer os casos de incidência no estado.

u) Salmonela: Vêm só do ovo?

v) Prevenção de cárie dentária: Trabalho para ser realizados com os alunos do

ensino infantil.

w) Piolhos: conhecer este inseto e suas lendas.

x) Piolhos e lêndeas: Quais são os sintomas e doenças causadas pela sua

infestação.

y) Vermes: Os mais conhecidos, o contagio e tratamentos.

z) Doenças transmissíveis por animais domésticos: As mais conhecidas e

como evitar sua contaminação possuindo animais domésticos.

aa) AIDS: Elaboração de palestras para conhecer esta doença.

bb) Gestação dos seres vivos: Seus estágios embrionários e duração das

gestações.

cc) Gravidez na adolescência: Conhecimento do corpo e mudanças na vida.

dd) Aborto: Legal ou ilegal os perigos de realizar um aborto induzido.

ee) Doenças sexualmente transmissíveis: Conhecer todas as DST’s, seus

sintomas e as precauções de não ser infectados.

ff) Cigarro: Droga ilícita.

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gg) Tabagismo na adolescência: Como conversar com os colegas sobre o

hábito do tabagismo.

hh) Sistemas do corpo humano: Conhecer os sistemas do corpo humano, seu

funcionamento e anatomia.

ii) Qualidade da água: poluição dos rios e desperdício deste bem.

jj) Diabete: Conhecimento da doença.

kk) Diabete pediátrica: Quais os cuidados para as crianças portadoras.

ll) Cultivo de orquídeas: Conhecer sua importância biológica.

mm) Minerais: Suas composições químicas.

nn) Minerais do RS: Nomenclatura e Cidades produtoras.

oo) Pressão arterial: tratamento e sintomas.

5.9 Primeira atividade realizada: Herbário

Herbário é uma coleção dinâmica de plantas secas prensadas de onde se está

constantemente a extrair, utilizar e a adicionar informação sobre cada uma das

populações e/ou espécies conhecidas, e sobre novas espécies de plantas. O papel

vital que os herbários podem desempenhar nos estudos de biodiversidade é cada

vez mais reconhecido por um maior número de investigadores. Os herbários

albergam uma grande quantidade da informação e dados sobre a diversidade

vegetal que variadas disciplinas, tais como a ecologia, fisiologia, farmacologia,

agronomia (melhoramento vegetal), necessitam de conhecer para conduzirem

esforços na recuperação do coberto vegetal, recuperação de paisagens degradadas,

cruzamentos com incremento de resistência a pragas, melhoramento vegetal,

extração de produtos farmacêuticos e outros. (ZANIN. P.61-67)

5.9.1 Problema

O objeto de estudo da presente pesquisa é analisar as relações sujeito-

conhecimento, estabelecidas durante a trajetória formativa de um grupo de estudos

de Ciências, em que se articula com o ensino uma pesquisa sobre um tema

ambiental. A partir de dados extraídos de diários de campo, relatórios, registros de

reuniões e de uma busca por novos recursos didáticos fazendo a reaproximação

através de uma aula prática. As aulas de vegetais (assim denominadas no ensino

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fundamental) se encontram apenas limitadas a livros didáticos. Os educandos, hoje

em dia, apresentam falta de motivação e interesse pela interação com a natureza,

tendo em vista uma rápida urbanização.

5.9.2 Justificativa e relevância da pesquisa

Utiliza-se o termo “arborização urbana” com referência às árvores existentes

dentro de espaços urbanizados, ou seja, aqueles destinados à habitação, trabalho,

circulação e lazer da população. Essa vegetação urbana exerce uma influência

bastante forte nas condições ambientais de uma cidade, assim como no seu

entorno. A vegetação, através de suas funções ecológicas, econômicas e sociais

pode desempenhar importante papel na melhoria de vida das populações urbanas e

rurais. Dentro da complexidade deste contexto, cabe à atividade da arborização o

desenvolvimento de soluções capazes de compatibilizar a vegetação com todas as

demais estruturas do meio urbano e peri-urbano, objetivando os benefícios a ela

intrínsecos. Como estudo de caso, será analisado a possível implantação de um

herbário relacionado em integração com os recursos didáticos disponíveis nas aulas

de vegetais. A montagem de um herbário irá à prática proporcionar ao educando

uma proximidade com a natureza. Para que esta interação seja perfeita as aulas

para a preparação do herbário serão aplicadas em terrenos baldios. Isto se justifica

por serem pouco utilizados o que mantém suas características preservadas.

5.9.3 Objetivo geral

Elaborar um herbário com material coletado na área verde para as aulas de

Botânica com alunos do ensino médio da Escola Tricentenário LASALLE localizado

no município de Esteio/RS (Figuras 06, 07 e 08).

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Figura 06 – Campo de futebol com a área verde ao fundo. Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 07 – Área verde (vista lateral). Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 08 – Área verde (Fundos). Fonte: Autoria própria, 2007.

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5.9.4 Objetivos específicos

a) Desenvolver o estudo das plantas através da educação ambiental;

b) Identificar o que e um herbário;

c) Reconhecer sua importância como um recurso didático;

d) Aplicar as práticas de coletas em áreas verdes;

e) Construir o herbário com os alunos que ficará na escola como um recurso

para os professores.

5.9.5 Hipóteses

O herbário é uma alternativa de pesquisa e prática científica para as aulas,

mediante a falta de novos recursos didáticos e a necessidade de reaproximação da

turma perante a natureza. Trata-se de uma coleção representativa de plantas secas

e prensadas da flora regional (ou exótica), catalogadas e armazenadas que, por

isso, serve de apoio a pesquisa.

5.9.6 Materiais

A coleta das amostras de plantas e a fonte inicial para a organização de um

herbário.

Materiais utilizados para a elaboração do herbário.

a) Guia telefônico usado;

b) Partes de plantas (especificar);

c) Papel para desenho tamanho A4;

d) Cartolina colorida;

e) Retalhos de papéis coloridos;

f) Cola branca;

g) Goma laca incolor (verniz);

h) Sacos de plástico para pastas (tamanho ofício).

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5.9.7 O que coletar?

Coletar sempre as plantas em estágio reprodutivo, isto é, com flores e/ou frutos

(Figura 09). O tamanho das amostras tem que ser o mesmo de uma folha A4 para

que a coleção fique mais organizada.

Orientar os grupos para a coleta de plantas pequenas, como arbustos, ervas,

flores, folhas e raízes. Identificar a lápis, em etiqueta própria, o nome do coletor,

local e a data da coleta.

Figura 09 – Coleta das plantas. Fonte: Autoria própria, 2007.

5.9.8 Herborização

As plantas coletadas devem ser colocadas dento do guia telefônico deixando

um espaço grande entre as folhas. Cada espécime deve estar entre folhas de jornal

(Figuras 10 e 11).

O material não deve estar úmido, devido ao risco de proliferação de fungos, e

conseqüentemente o apodrecimento da planta.

Para substituir o uso de prensa, podem ser utilizados objetos pesados (livros,

outros guias telefônicos, pesos de papel) sobre os guias telefônicos.

A secagem do material deve ser feita em um local, distante do chão, onde haja

boa circulação de ar. Para obter melhor resultado sugere-se prolongar o período de

secagem e expor o material ao sol.

Durante a secagem é necessário trocar os jornais diariamente e colocar mais

pesos em cima dos guias telefônicos. O material estará pronto para a próxima etapa

quando ficar completamente seco e com aspecto de folha de papel.

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Figura 10 – Disposição correta do espécime no guia telefônico. Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 11 – Preparação para a secagem. Fonte: Autoria própria, 2007.

5.9.9 Confecção das etiquetas

Escrever os dados em forma de etiqueta com os seguintes dados:

a) Nome comum: O nome da planta;

b) Família: Fazer pesquisa com os alunos com o auxílio de livros de botânica;

c) Nome científico: Fazer pesquisa com os alunos através de livros de

botânica. Sempre em caracteres itálicos;

d) Local: Referencia mais completa possível ao local de coleta;

e) Coletor: sobrenome do autor da coleta em maiúsculas, seguido das iniciais

do nome;

f) Data: data da coleta no formato DD/MM/AAAA. Usa-se em amostras

biológicas numerar o mês em algarismos romanos;

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g) Número: Seqüência da amostra na montagem da coleção. (ANEXO B)

5.9.10 Montagem das exsicatas

Após a secagem, as exsicatas devem ser dispostas em uma folha de cartolina

branca juntamente com a etiqueta de identificação. Encapar a exsicata colada e

identificada com cartolina de outra cor (Figura 12, 13 e 14).

Para a conservação sugere-se utilizar materiais atóxicos como cravos da índia,

louro ou cravo-de-defunto no local de armazenagem da coleção. Para um melhor

acabamento usar goma laca incolor, verniz que pode ser aplicado diretamente sobre

o material (Figura 15).

Colar o material na cartolina branca cortada de modo que faça um padrão de

tamanho.

5.9.11 Montagem do caderno com o herbário

Cada folha de cartolina foi cortada em quatro partes formando as folhas de

dentro do livro, entre as folhas de cartolina inserir os sacos plásticos. As folhas de

papel cartaz servem para a montagem da capa do caderno dividas em duas partes

uma fica como a capa de rosto do caderno e a outra parte para o final. Após estar

montadas fazer a encadernação com um espiral para que o herbário fique com o

formato de um caderno (Figuras 16, 17,18 e 19).

Dentro será feito a colagem das pesquisas as espécies prontas (em forma de

herbário) ficaram dentro dos sacos junto com a pesquisa de sua espécie. Por

exemplo: se numa página for colocado o herbário de uma Pitangueira este ficará na

folha oposta a pesquisa.

O caderno deverá conter as pesquisas feitas pelos alunos, as plantas secas

(herbário) e ao final uma galeria de fotos para registrar a metodologia realizada. Para

a decoração foi feito colagem formando margens de papéis coloridos para que a

leitura deste caderno seja agradável.

O custo de cada unidade é de R$ 17,60 (Tabela 1), nos valores do comércio

local.

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Figura 12 – Colagem das plantas secas (detalhes das folhas). Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 13 – Colagem das plantas secas (anexando a etiqueta de identificação). Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 14 – Colagem das plantas secas (centralizando no papel). Fonte: Autoria própria, 2007.

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Figura 15 – Secagem da colagem. Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 16 – Montagem do caderno (organização das páginas). Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 17 – Montagem do caderno (recortes para as margens). Fonte: Autoria própria, 2007.

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Figura 18 – Montagem do caderno (colando os artigos). Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 19 – Término do caderno. Fonte: Autoria própria, 2007.

Tabela 1 – Valores para a montagem de um herbário.

Custo (R$) Item Quantidade Unitário Total Papel para desenho tamanho A4 1 bloco 4,50 4,50

Cartolina colorida 4 0,50 2,00

Bloco com papéis coloridos 1 3,50 3,50

Cola branca 1 1,20 1,20

Goma laca incolor (verniz) 1 3,40 3,40

Sacos plásticos, tamanho ofício para pastas 12 0,12 1,20

Encadernação 1 2,00 2,00

Total (R$) 17,60

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este trabalho apresentou resultados positivos em todas as suas etapas, que

incluíram o planejamento, a montagem do projeto e a aplicação do trabalho, nos

seus quatro meses de duração. Desde a pesquisa de estrutura e função de um clube

de ciências à seleção dos alunos e adaptação das normas, o grupo selecionado

mostrou ter conhecimento e motivação ao pensar sobre o futuro do planeta. As

mudanças que estão ocorrendo são a maior preocupação deles, principalmente com

as ações extremas ocorridas durante os últimos séculos com a nossa flora e fauna.

Um resultado notável foi a inclusão de alguns associados do clube com

necessidades especiais como personalidade evitante e déficit de atenção. Através

das conversas e montagem do projeto estes começaram a se expressar e se

sentiram à vontade de conversar com a turma por ser apenas seis integrantes. A

união destes alunos vai além da sala de aula, eles participam de grupos jovens e

eles tinham muitas semelhanças fazendo o trabalho prazeroso e bem agradável.

A aula de educação ambiental foi trabalhada com os assuntos de preservação

e conservação das espécies, respiração certa através do diafragma, trabalhar a

união e socialização entre espécies fazendo com que haja respeito e total interação

homem e natureza (Figura 20). As saídas de campo na área verde para a realização

do projeto foi além do esperado encontramos algumas borboletas e exoesqueletos

de Cigarras onde foram observadas suas formas e cores e depois pesquisamos nas

ilustrações para esclarecer as curiosidades. O objetivo de trabalhar na construção do

herbário foi realizado, mas o interesse pela natureza foi além de tudo.

Para a montagem do caderno com o herbário, o grupo decidiu descrever todas

as espécies existentes na área verde (ANEXO C) deixando para o próximo ano

algumas atividades para complemento do caderno como a montagem de um mapa e

o levantamento das dimensões exatas da área.

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Em outra saída para a área verde fizemos uma atividade lúdica para trabalhar a

confiança no outro, e a falta de atenção que um dos integrantes possuía. Separamos

o grupo em três duplas onde um de cada dupla deveria ter os olhos vendados com

um tecido escuro. O colega que não estivesse com olhos vendados deveria levar o

outro para três tipos de árvores e deixar por alguns minutos o colega com o contato

direto com as mãos. Em certo tempo este colega direcionava o outro para um

detalhe qualquer (como por exemplo, uma flor) e tiraria a venda por apenas alguns

segundos com a finalidade de trabalhar a memória fotográfica de cada um. Depois

as duplas trocavam os que guiavam eram vendados, no final todos os alunos

conseguiram identificar suas árvores e a sua “foto” no final foi satisfatório ver em

seus rostos a brincadeira sendo realizada por todos sem nenhuma restrição (Fotos

21,22 e 23).

O grupo discutiu mudanças no estatuto para o próximo: as notas serão

essenciais para a permanência; o número de novas vagas para o Clube de Ciências,

no máximo dez associados, repartidos em ensino fundamental e médio; a confecção

das carteirinhas dos associados. A possível saída de uma associada foi discutida

durante a conversa, ficando decidido após votação que a integrante poderia

continuar pertencendo ao clube, e que o assunto deve ser debatido com a diretoria.

Figura 20 – Atividade no terreno baldio (conversa sobre preservação ambiental). Fonte: Autoria própria, 2007.

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Figura 21 – Atividade no terreno baldio (percurso) . Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 22 – Atividade no terreno baldio (reconhecimento das árvores). Fonte: Autoria própria, 2007.

Figura 23 – Atividade no terreno baldio (reconhecimento dos detalhes do caule). Fonte: Autoria própria, 2007.

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7 CONCLUSÃO

Este trabalho foi um excelente aprendizado para um futuro professor, por

mostrar que é muito satisfatório trabalhar com adolescentes com uma faixa etária de

dezesseis anos.

A proposta de montar um clube foi bem aceita na escola a direção que nos

proporcionou todos os recursos necessários para sua implantação. As famílias dos

alunos assinaram entusiasmados a autorização entregues pelos selecionados,

valorizando o trabalho de seus filhos e demonstrando interesse em sua educação.

A satisfação de um projeto realizado com muita amizade, união e

principalmente o trabalho conjunto com alunos que gostam de ciências e biologia foi

fundamental para encerrar esta etapa da graduação. Seguirei com a idéia de montar

os clubes de Ciências nas escolas com a finalidade de despertar os alunos

pesquisadores escondidos nas salas de aula. O papel de um professor pesquisador

é de sempre conversar com os alunos a respeito das mudanças ocorridas pela falta

de respeito com nosso planeta. Sempre pedir para que eles sejam preocupados com

a natureza que os cerca, pois o futuro deste planeta será fruto das gerações vivem

nela agora. Se não derem atenção ao que está ao seu redor, isto se refletirá,

conseqüentemente, no meio ambiente . Citando Gerald Durrell (1994, p. 307), um

naturalista que retrata a importância de trabalhar a educação ambiental nas escolas

da forma mais adequada possível,

“Os naturalistas do futuro terão um papel mais importante a desempenhar

no desenvolvimento e conservação do planeta do que os naturalistas de

outrora, simplesmente pelo caráter de urgência da tarefa. Nossa

extraordinária tecnologia pode ser dirigida no sentido de ajudá-los

máquinas fotográficas, e filmadoras para registrar imagens, gravadores

para registrar o som até satélites estão sendo usados, contribuindo para o

controle das mudanças de vegetação em vastas áreas. Um microscópio é

melhor que uma lupa, mas a lupa permite a você dar o primeiro passo no

caminho do conhecimento e principalmente da pesquisa.”

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REFERÊNCIAS

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2000. 102 p. BELASQUE, E. Estatuto Clube da Ciência. São Paulo, 2007. Disponível em: < http://www.pioxiicolegio.com.br/estatutoclubeciencias.asp > Acesso em: 22 set. 2007 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. 138p. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.436p. DEMO, Pedro. Pesquisa participante: saber pensar e intervir juntos. Brasília, DF: Liber Livro, 2004. 139 p. (Série pesquisa em educação (Liber Livro) ;8) FIDALGO, Oswaldo, BONONI, Vera Lucia Ramos. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. São Paulo.. Instituto de botânica, 1989. HERBÁRIO. O que é herbário? Disponível em: < http://www.ibot.sp.gov.br/Herbario/herbario.htm > Acesso em 10 out. 2007. INSTITUTO DE BOTÂNICA. Coleta e herborização de material vegetal. Disponível em: < http://www.herbario.com.br/cie/universi/teoria/1027herb.htm > Acesso em: 10 nov. 2007. MARCHIORI, Jose Newton Cardoso. Elementos de dendrologia. 2.ed. Santa Maria, RS . UFSM, 2004. NUÑEZ e RAMALHO (org). Fundamentos do Ensino-Aprendizagem das Ciências Naturais e da Matemática: O Novo Ensino Médio. P. Alegre: ed. Sulina, 2004. PIAGET, Jean; INHELDER, Barbel. A representação do espaço na criança. Porto Alegre, Artes Médicas 1993. RIO GRANDE DO SUL. Programa estadual de feiras de ciências do Rio Grande do Sul: produção científica estudantil de 1995. Porto Alegre: SE/CECIRS, 1996. 363 p. RIO GRANDE DO SUL. Programa estadual de feiras de ciências do Rio Grande do Sul: produção científica estudantil de 1996. Porto Alegre, SE/CECIRS, 1997. 440 p.

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ANEXO A – Estatuto clube de ciências GAIA.

As atividades do “Clube” terão como organização o seguinte Estatuto.

A - O Clube tem por objetivos:

Ampliar a cultura geral, integrando áreas do conhecimento, em especial

Ciências;

Descobrir e desenvolver novos talentos na área científica, incentivando o

espírito crítico;

Incentivar as descobertas científicas, propiciando o aprofundamento em áreas

específicas do conhecimento;

Desenvolver e incentivar técnicas de trabalho em equipe, harmonizando as

diferentes competências trabalhando ética e principalmente o social;

Divulgar os resultados e a produção científica do Clube, em feiras de ciências

tanto na escola quanto na comunidade;

Manter os integrantes sintonizados com os trabalhos e temas científicos da

atualidade.

B - Organização do Clube de Ciências

As atividades poderão ser divididas em atividades e de um cronograma de

acordo com o tema definido;

A escolha dos temas de estudo será feita pelo grupo, de acordo com sugestões

dos integrantes do grupo. Os alunos do Clube irão propor as atividades, que devem

ser votadas pelo grupo e aprovada pela maioria;

Os encontros serão realizados nas quartas-feiras sempre alternando uma

semana das 14 horas ate às 17 horas;

Os temas abordados serão trabalhados seguindo os passos do método

científico (observação, hipótese, pesquisa, experimento, análise de dados e

conclusão). As atividades serão desenvolvidas em sala de aula, laboratório e em

estudo de campo;

Os alunos realizarão pesquisas em bibliotecas, sites e de campo

(oportunamente, haverá saídas dos alunos para locais de interesse com a devida

autorização dos pais);

Será criado um caderno vinculado ao do colégio, onde constarão informações

sobre as atividades do Clube;

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Os trabalhos concluídos pelo grupo serão divulgados em eventuais feiras assim

como em salão de iniciação cientificas;

São sócios do Clube da Ciência exclusivamente os alunos que se inscreveram

e passaram no processo de seleção.

C - Processo de seleção:

Interesse de ingressar ao clube: Os alunos irão declarar seu interesse em

participar do Clube através de uma redação descrevendo o interesse pelo presente

projeto;

Seleção: Os candidatos serão submetidos a uma análise do seu perfil, onde se

levarão em conta os conceitos em atitudes em todas as disciplinas assim como

media das notas como no comportamento;

Serão escolhidos no Máximo 10 (dez) alunos, por ser um número que facilita as

atividades;

Os alunos escolhidos conforme a seleção deverá levar sua redação e um

formulário para que os responsáveis legais estejam cientes da vontade do aluno;

Um aluno que queira ingressar no Clube depois do início de cada módulo,

ficará em uma lista de espera, caso existam vagas por desistência ou exclusão e

este se encaixar no perfil determinado pelos coordenadores, será convidado a se

associar;

As normas disciplinares que regem a conduta dos alunos serão as mesmas

aplicadas pela escola.

D - Direitos do Associado:

Participar das atividades realizadas pelos professores do Clube da Ciência

dentro e fora do recinto escolar; com as devidas autorizações dos responsáveis

legais.

E - Deveres do Associado:

Aceitar e exercer as normas deste estatuto;

Respeitar seus colegas e professores;

Participar das reuniões do Clube;

Cumprir os prazos e metas estipuladas pelo Clube;

Batalhar incessante pelo fortalecimento do Clube.

F - Infrações disciplinares:

Aproveitar o Clube para fins diferentes dos seus objetivos, visando ao privilégio

pessoal ou de grupo;

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Deixar de cumprir as disposições destas Diretrizes;

Praticar atos que venham ridicularizar a Entidade, seus sócios ou seus

símbolos, bem como aqueles que venham de encontro à moral, à ordem e aos bons

costumes;

Atentar contra os bens do Clube;

Deixar de cumprir as suas funções dentro do Clube;

Desobedecer às normas de segurança dentro e fora do recinto escolar.

G - Exclusão do clube:

Aqueles que não comparecerem ao mínimo de 75% das atividades realizadas e

tiverem 3 (três) faltas consecutivas ou 4 (quatro) faltas intercaladas;

Receberem advertência grave ou suspensão;

Se desligarem da escola por cancelamento de matrícula;

A cada infração de uma ou mais normas do estatuto o aluno será

automaticamente convidado a se retirar do Clube de Ciências.

Modelo de estatuto de Clube de Ciências:

COLÉGIO PIO XII

ESTATUTO

CLUBE DA CIÊNCIA

Profª. Evelyn de Freitas Belasque

Área de Ciências

2007

Clube da Ciência

Estatuto

O presente documento tem por finalidade fixar os objetivos, finalidades e

diretrizes para o estatuto do Clube da Ciência, caracterizando os sócios, atribuindo

direitos, deveres e também definindo as competências que serão desenvolvidas bem

como organizando o processo admissional, as escolhas dos temas e sua divulgação.

CAPÍTULO I

Da Denominação, Sede, Objetivos e Duração

Art. 1º - O Clube da Ciência é um centro de interesses em Ciências, sediado no

Colégio Pio XII, fundado em 2004, de duração ilimitada.

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Parágrafo Único – As atividades do “Clube” reger-se-ão pelo presente Estatuto.

Art. 2º - O Clube tem por objetivos:

I - Desenvolver a cultura geral, integrando áreas do conhecimento, em especial

Ciências;

II - Descobrir e desenvolver novos talentos na área científica, incentivando o

espírito crítico;

III – Incentivar as descobertas científicas, propiciando o aprofundamento em

áreas específicas do conhecimento;

IV –Desenvolver e incentivar técnicas de trabalho em equipe, harmonizando as

diferentes competências;

V - Divulgar os resultados e a produção científica do Clube, tanto na

comunidade Pio XII, como fora desta;

VI - Manter os integrantes sintonizados com os trabalhos e temas científicos da

atualidade.

CAPÍTULO II

Da Organização do Clube da Ciência

Art. 3º - As atividades poderão ser dividido em módulos que podem ser

bimestrais ou trimestrais de acordo com o tema definido.

Art. 4º - A escolha dos temas de estudo será feita pelo grupo, de acordo com

sugestões da coordenadora. Os alunos do Clube irão propor as atividades, que

devem ser votadas pelo grupo e aprovadas pela coordenadora.

Art. 5º - Cada turma terá atividades semanais, coordenadas pela responsável,

podendo oportunamente ser convidados outros professores.

(Observação : Neste ano, os encontros ocorrerão as sextas-feiras, das 12h00

às 13h00.

Art. 6º - Os temas abordados serão trabalhados seguindo os passos do método

científico (observação, hipótese, pesquisa, experimento, análise de dados e

conclusão). As atividades serão desenvolvidas em sala de aula, laboratório e em

estudo de campo.

Art. 7º - Os alunos realizarão pesquisas em bibliotecas, sites e de campo

(oportunamente, haverá saídas dos alunos para locais de interesse).

Art. 8º - Será criado um site vinculado ao do colégio, administrado pelos alunos

e supervisionado pelos coordenadores, onde constarão informações sobre as

atividades do Clube.

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Art. 9º - No final de cada módulo serão compilados as conclusões da pesquisa

elaborada pelos alunos, que serão oportunamente divulgadas. Eventualmente serão

realizadas exposições sobre os temas abordados.

CAPÍTULO III

Dos Associados

Art. 10º - São sócios do Clube da Ciência exclusivamente os alunos que se

inscreveram e passaram no processo de seleção.

Art. 11º – Os alunos serão selecionados da seguinte forma:

I – Da declaração de interesse: Os alunos irão declarar seu interesse em

participar do Clube através de inscrição em formulário padrão e protocolo em anexo

assinado pelo pai ou responsável.

II – Da seleção: Os candidatos serão submetidos a uma análise do seu perfil,

onde se levará em conta os conceitos em atitudes em todas as disciplinas (acima de

S). Havendo número excedente, o desempate será feito de acordo com a

quantidade de conceitos de atitudes.

(Observação : Serão escolhidos 20 alunos, por ser um número que facilita as

atividades)

Art. 12º - Um aluno que queira ingressar no Clube depois do início de cada

módulo, ficará em uma lista de espera, caso existam vagas por desistência ou

exclusão e este se encaixar no perfil determinado pelos coordenadores, será

convidado a se associar.

Art. 13º – As normas disciplinares que regem a conduta dos alunos serão as

mesmas aplicadas pelo Pio XII.

Art. 14º - São direitos do Associado:

I – participar das atividades realizadas pelos professores do Clube da Ciência

dentro e fora do recinto escolar;

II – encaminhar observações, sugestões e solicitações à Coordenação do

Clube da Ciência;

Art. 15º - São deveres do Associado:

I – conhecer e cumprir as normas deste estatuto;

II – respeitar seus colegas e professores;

III – participar das reuniões do Clube;

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IV - cumprir os prazos e metas estipulados pelo Clube;

V – manter luta incessante pelo fortalecimento do Clube.

CAPÍTULO IV

Do Regime Disciplinar

Art. 16º – Constituem infrações disciplinares:

I – usar o Clube para fins diferentes dos seus objetivos, visando ao privilégio

pessoal ou de grupo;

II – deixar de cumprir as disposições destas Diretrizes;

III – praticar atos que venham ridicularizar a Entidade, seus sócios ou seus

símbolos, bem como aqueles que venham de encontro à moral, à ordem e aos bons

costumes;

IV – atentar contra a guarda e o emprego de bens do Clube;

V – deixar de cumprir as suas funções dentro do Clube;

VI – desobedecer às normas de segurança dentro e fora do recinto escolar.

Art. 17º - Será aplicado ao infrator de uma ou mais normas disciplinares

supracitadas o convite para se retirar do quadro de sócios do Clube, caso procedam

as acusações.

Parágrafo Único - Além dos motivos acima citados, serão automaticamente

convidados a se retirar do quadro de sócios aqueles que:

I - não comparecerem ao mínimo de 75% das atividades realizadas

(excetuando Estudos do Meio);

II – Tiverem 3 faltas consecutivas ou 4 faltas intercaladas;

III - receberem advertência grave ou suspensão;

IV – se desligarem da escola por cancelamento de matrícula.

CAPITULO V

Das disposições gerais e transitórias

Art. 18º - Os casos omissos no presente Estatuto serão deliberados pelos

Coordenadores do Clube, sob a supervisão do Colégio Pio XII.

Professora Evelyn Belasque

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ANEXO B – Modelo da etiqueta:

C

Etiqueta preenchida corretamente.

Nome: comum______________________

Família____________________________

Nome científico_____________________

Local_____________________________

Data______________________________

Coletor____________________________

Número___________________________

Nome comum :Canafístula

Família:

Nome científico: Peltophorum dubium

Local: Esteio/RS

Data: 24/X/2007

Coletor: MACHADO.A.M.

Número: 001

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ANEXO C – Espécies vegetais encontradas na área verde do Colégio Lasalle Esteio

Todas as espécies abaixo foram encontradas na área verde localizadano

Colégio Lasalle Esteio.

• Abacateiro (Persea americana L.): 02

• Canafístula (Peltophorum dubium): 09

• Cinamomo (Melia azedarach): 55

• Estremosa (Lagerstroemia indica): 01

• Guapuruvu (Schizolobium parahyba): 13

• Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis): 01

• Nêspera (Eriobotrya japonicaLindl.): 01

• Paineira (Chorisia speciosa): 09

• Palmeira: 01

• Pingo-de-ouro (Duranta repens): 02

• Pitangueira (Eugenia uniflora L.): 02

• Plátano (P. acerifolia): 01

• Quaresmeira (Tibouchina granulosa): 01

• Seringueira (Hevea brasiliensis): 01

• Uva-do-Japão (Hovenia dulcis): 01

• Alfeneiro (ligustrum japonicum): 01

Não identificadas: 05

Cortadas: 03

Total de espécies: 106