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Organizando o setor de postura para alavancar as exportações Aviários Gigantes Novas estruturas alojam mais de 90 mil aves Festa do Ovo de Bastos completa 50 anos Artigo: Indução do segundo ciclo de produção em poedeiras nº 27 - ano III julho/2009

Organizando o setor de postura para alavancar as exportações · de indução do segundo ciclo, ... Novidade Aviários com medidas gigantes trazem ... diários, o volume do produto

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Organizando o setor de posturapara alavancar as exportações

Aviários GigantesNovas estruturasalojam mais de 90 mil aves

Festa do Ovo de Bastos

completa 50 anos

Artigo: Indução dosegundo ciclo de

produção em poedeiras

nº 27 - ano IIIjulho/2009

Sumário

30

20

50

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosThaís Façanha [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Bravos Comunicaçã[email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e Assinatura(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expediente editORiALProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

O Brasil tem ovos para exportar!O título acima é na verdade uma resposta

à questão levantada no início da matéria de

capa (página 30) desta edição na Revista do

AviSite, que discute as exportações de ovos

brasileiras. O AgroEx Ovos (Seminário do

Agronegócio para Exportação) é mais uma

tentativa de vencer os desafios da exportação

do produto.

A avicultura brasileira segue se tecnifican-

do. Prova disso são os aviários gigantes (pági-

na 20), que podem alojar cerca de 90 mil aves

em uma estrutura que possui três vezes a lar-

gura dos galpões tradicionais.

Assim como o setor, seus profissionais

também vão longe. Helena Lage Ferreira, gra-

duada em Medicina Veterinária pela Unesp,

recebeu o prêmio de melhor trabalho na cate-

goria Jovem Cientista do 7º Simpósio Interna-

cional em Influenza Aviária, realizado em abril

na Universidade da Geórgia, nos Estados Uni-

dos (página 28). O estudo foi desenvolvido

durante o pós-doutorado no Veterinary Agro-

chemical Research Centre (VAR), na Bélgica. A

oportunidade de estudar no país europeu sur-

giu quando, em 2005, conheceu o Dr. Thierry

van den Berg (Diretor Operacional de Doenças

Virais do VAR), que apresentava uma palestra

na Conferência APINCO.

E como essa edição da Revista do AviSite

circula na 50ª Festa do Ovo de Bastos, o setor

de postura é destaque também no artigo es-

crito por uma equipe de pesquisadores da

UNESP sobre a indução do segundo ciclo de

produção em poedeiras. O método esbarra no

conceito de bem-estar animal e por isso o se-

tor avícola vem buscando formas alternativas

de indução do segundo ciclo, conhecido co-

mumente por muda forçada.

São os novos desafios que a avicultura

precisa, continuamente, enfrentar.

PosturaIndução ao segundo ciclo de produção de poedeiras e suas características

AgroEx OvosEvento realizado durante 21º CBA busca alavancar exportações de ovos

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ................................................................ 04Notícias Curtas .................................................... 06AviGuia ............................................................... 16 Ciência Avícola ................................................... 28Associações ......................................................... 35Portfólio Aviguia ................................................ 48Classificados ....................................................... 49 ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 36Alojamento de matrizes de corte ..........................................37Produção de pintos de corte ................................................ 38Produção de carne de frango ............................................... 39Exportação de carne de frango............................................ 40Disponibilidade interna de carne de frango ........................41Alojamento de matrizes de postura .................................... 42Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 43Desempenho do frango vivo no mês de junho ................... 44Desempenho do ovo no mês de junho ................................ 45Matérias-primas ..................................................................... 46

24

Ponto FinalO desafio a ser enfrentado pela avicultura de postura

Novidade Aviários com medidas

gigantes trazembenefícios para

produtores

07História O cinqüentenário da Festa do Ovo de Bastos

Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

Outubro

6 a 9 de outubroXXI Congresso Latino-Americano de Avicultura e Avi-mundo 2009Local: Centro de Exposições PABEXPO, Havana, CubaRealização: ALA e Associação Cubana de Produtores Aví-colas (SOCPA)Informações: www.avicultura2009.com E-mail: [email protected]

10 a 14 de outubro Anuga 2009Local: Koelnmesse, Colônia, AlemanhaInformações: www.anuga.com/E-mail: [email protected]

21 a 23 de outubro8º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e NutriçãoLocal: Balneário Camboriú, SCRealização: ACAV (Associação Catarinense de Avicultura)E-mail: [email protected]

27 a 28 de outubroFórum Nacional da AviculturaLocal: BrasíliaRealização: UBA e ABEFE-mail: [email protected]

Novembro

11 a 13 de dezembroI Congresso Internacional sobre Nutrição de Aves e Suínos Local: Auditório do Instituto Agronômico de CampinasAv. Barão de Itapura, 1481Realização: CBNAInformações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

2009

Julho

12 a 15 de julhoAAAP Anual MeetingLocal: Washington State Convention Center, Seatle, EUARealização: American Association of Avian Pathologists (AAAP)Informações: www.aaap.info

17 a 19 de julho 50ª Festa do Ovo de BastosRealização: Sindicato Rural de Bastos Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPContato: (14) 3478-9800

20 a 23 de julhoEncontro Anual da Poultry Science Association (PSA)Local: Raleigh, Carolina do Norte, EUARealização: Poultry Science Association Informações: www.poultryscience.org/psa09/

Agosto

19 a 21 de agosto Ave Expo 2009 & III Fórum Internacional de Avicultura Local: Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu, PRRealização: Editora AnimalworldContato: (19) 3709-1100Informações: www.aveexpo.com.br

Setembro

2 a 4 de setembro II Simpósio Regional de Avicultura e Suinocultura e II Encontro das Indústrias Avícolas e Suinícolas da BahiaLocal: Pestana Bahia Hotel, Salvador, BARealização: Associação Baiana de AviculturaContato: (71) 2102-6608Informações: www.gt5.com.br/sras/programa.aspE-mail: [email protected]

3 a 4 de setembro Simpósio Goiano de Avicultura Local: Castro’s Park Hotel, GoiâniaRealização: Associação Goiana de Avicultura (AGA) Universi-dade Federal de GoiásContato: (62) 3202 3665Informações: www.agagoias.com.brE-mail: [email protected]

14 a 17 de setembro Mercoagro - 8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SCRealização: Brazil Trade Shows Informações: www.btsmedia.biz

6 Produção Animal | Avicultura

Notícias

O setor avícola e os leitores do AviSite seguem atentos às notas Técnicas

do DIPOA. A notícia mais lida no AviSite em junho se refere àquela divulgada na primeira semana do mês pelo mesmo ór-gão. A nota publicada no dia 04 de junho dava conta de que, desde o dia 1º, a Agroin-

dustrial Parati Ltda, do estado do Paraná, se

encontrava sob o regime especial de

fiscalização do órgão.

O texto fala sobre a bem-vinda alta do frango que ocorreu na

primeira semana de junho. Cotado a 1,90/kg, o frango vivo alcançou a melhor cotação de 2009, superando a de R$ 1,80/Kg observada não só nos quatro primeiros dias de junho, mas também entre 2 e 28 de feverei-ro passado. Leia mais sobre os preços do frango no mês de junho na pági-na 45 desta edição.

A segunda notícia mais lida comenta a publicação da Instrução Normati-

va nº14, de 25 de maio de 2009, com a qual o Ministério da Agricultura aprovou os Programas de Controle de Resíduos e Contaminantes em carnes, leite, mel,

ovos e pescado (PCRCs) para este ano. Para conferir a íntegra da IN, acesse o Diário Oficial da União de 28 de maio de 2009:

http://portal.in.gov.br/in

E m todo o mês de maio, as noticias que dizem respeito às estatísticas do setor avícola estiveram entre as mais lidas. Este texto, por exemplo, observa que está

havendo prematuro e por ora injustificável aumento na produção de carne de fran-go, ocorrência que já começa a despertar preocupação nas lideranças do setor. Leia mais na página 40.

A qui, a matéria evidencia que os embarques brasileiros de carne de

frango permanecem em um ritmo superior ao observado na fase mais crítica da crise econômica mundial, ainda que tenha recuado 14% de abril para maio. Assim, pelos embarques diários, o volume do produto in natura exportado foi apenas 0,36% inferior ao alcançado em julho do ano passa-do, mês em que foi obtido o segundo melhor resultado de 2008.

As mais lidas no Avisite em junho

1 Abatedouro paranaense no regime especial do DIPOA

3 Em SP, frango vivo inicia semana com a melhor cotação do ano

2MAPA define programas de controle de resíduos para frangos e ovos em 2009

Embarques de carne de frango mantêm o ritmo do período pré-crise

5 Carne de frango: volume produzido em maio alcança as 900 mil toneladas

4

Produção Animal | Avicultura 7

Nesta edição, a Festa do Ovo de Bastos conta com um marco impor-

tante. Com muita história e novidade a cada ano, o evento completa meio sécu-lo de tradição. No ano passado, os participantes tiveram a oportunidade de presenciar a inauguração das novas instalações e adequações da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Bastos do Instituto Biológico (UPD de Bastos). Aproveitando a oportunidade, foram comemorados os 80 anos da cidade e os 100 anos da imigração japonesa.

Bastos foi fundada no ano de 1928. Em 1930, a avicultura começou a enga-tinhar, sem quaisquer recursos técnicos no município com a maior porcentagem de pessoas de origem asiática do estado de São Paulo. Foi de 1957 em diante que, pouco a pouco, o número de gran-jas começou a aumentar. A primeira Festa do Ovo de Bastos aconteceu logo depois, em 1959. Hoje, a produção de

ovos na região excede amplamente qualquer outra do País. O título de Capi-tal do Ovo é carregado com orgulho pelos bastenses. As informações que ressaltam o feito da cidade estão sempre atualizadas na página da prefeitura na internet.

Neste ano, além de comemorar seu cinqüentenário, o evento vai receber para a 33ª Jornada Técnica dois repre-sentantes do Ministério da Agricultura que vão participar do painel sobre ex-portação de ovos e ovoprodutos: Eduar-do Mello Mazzoleni e Luiz Cláudio Caru-so. A seqüência de palestras também discute temas como o mercado de grãos e as boas práticas de produção.

A Festa do Ovo de Bastos acontece entre os dias 17 e 19 de julho no Recin-to de Exposições Kisuke Watanabe. Para mais informações, acesse o site www.bastos.sp.gov.br/festa_do_ovo.php ou ligue para (14) 3478-9800.

Eventos

Festa do Ovo de Bastos: 50 anos de HistóriaJornada Técnica recebe painel sobre exportação de ovos e ovoprodutos

Título de Capital do Ovo é carregado com orgulho pelos bastenses

Em 2008, Bastos comemorou os 80 anos do município e os 100 anos da imigração

japonesa. Este ano, a comemoração é pelo cinqüentenário da Festa do Ovo

Produção Animal | Avicultura 7

8 Produção Animal | Avicultura

Notícias

F oi publicada na edição de 18 de junho do Diário Oficial da União a

Resolução-RDC nº 35, de 17 de junho, através da qual a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Minis-tério da Saúde, dispõe sobre a “obriga-toriedade de instruções de conservação e consumo na rotulagem de ovos”.

Em síntese, a RDC determina que na rotulagem [das embalagens] dos ovos sejam incluídas como informações obrigatórias, além das informações normalmente exigidas para os alimen-tos, as expressões “O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode cau-sar danos à saúde” e “Manter os ovos preferencialmente refrigerados”.

Os estabelecimentos abrangidos pela medida têm 180 dias de prazo (seis meses contados da data da publi-cação, 18 de junho de 2009) para ado-tar as providências determinadas.

A íntegra da Resolução RDC nº 35 está disponível na seção Serviços/Legis-lação do AviSite: www.avisite.com.br/legislacao/default.asp

Vale destacar aqui o sensacionalis-mo que se levantou gratuitamente em torno da resolução relativa às embala-gens de ovos. Era preciso todo esse barulho? A notícia foi divulgada como se fosse constatada a existência de um inédito e até agora não detectado problema; ou como se os riscos levan-tados fossem exclusivos do ovo. Seria oportuno que as autoridades de saúde pública atentassem para dois documen-tos recentes que acabam de ser publi-cados nos EUA: um, do Centers for Disease Control and Prevention (CDC ou, para simplificar, a ANVISA dos norte-americanos), outro do American Meat Institute (AMI, Instituto America-no da Carne).

O documento do CDC mostra, por

exemplo, que a maior parte das conta-minações de origem alimentar observa-das naquele país (54% do total) tem como causa os norovírus, grupo de vírus que podem afetar o estômago e o intestino. A definição acrescenta ainda “que muitos dos surtos ocasionados pelos norovírus têm sido atribuídos a alimentos manipulados por pessoas contaminadas”.

Já o documento do AMI trata de uma pesquisa realizada pela entidade com o intuito de avaliar a percepção do consumidor comum norte-americano em relação ao manuseio das carnes em geral do ponto de vista da segurança alimentar. E conclui que há um desco-nhecimento geral em relação aos cui-dados que devem ser adotados no armazenamento, manipulação e prepa-ro final (tempo e temperatura de cozi-mento) das carnes.

Os nossos técnicos sabem que a situação brasileira não é nada diferente

da norte-americana. Ou seja: muitas das infecções atribuídas aos alimentos têm como real disseminador o próprio homem.

Trata-se de pura questão de educa-ção alimentar.

De toda forma, José Roberto Bottu-ra, Diretor Executivo da Ovos Brasil, já havia citado em entrevista à Revista do AviSite, em dezembro de 2008, que o setor de postura considera que a inclu-são das duas frases é positiva, já que trazem um respaldo para o produtor. Além disso, quando foram iniciadas as conversações com a ANVISA, estavam previstas a inclusão de cinco frases, que acabaram sendo reduzidas.

Em suma: o ovo foi indevidamente colocado na berlinda (já que o proble-ma levantado é típico de todo alimento de origem animal). A pergunta que o setor faz agora é: e se o mercado inter-no ou o externo for afetado, quem vai pagar a conta?

As expressões “O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde” e “Manter os ovos preferencialmente

refrigerados” devem ser incluídas nas embalagens

Legislação

DOU publica resolução sobre embalagens de ovosEstabelecimentos têm 180 dias de prazo para adequação

Produção Animal | Avicultura 9

Com a Instrução Normativa (IN) nº 22, de 2 de junho de 2009, o

Ministério da Agricultura baixou novos padrões regulamentadores da embala-gem, rotulagem e propaganda dos produtos destinados à alimentação

animal.Embora já em vigor, a IN dá um

prazo de 365 dias para as empresas atuantes no setor adequarem embala-gens, rótulos e publicidade às novas normas. Elas determinam, por exem-

plo, que as informações sobre o pro-duto sejam claras, precisas e em português.

Acesse a íntegra da IN nº 22: http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-con-sulta/consultarLegislacao.do

Legislação II

Brasil pode ultrapassar China na produção de carne de frangoEm 2009, diferença entre os dois países deve ser de seis pontos percentuais

USDA

Dez anos atrás, em 1999, a produção brasileira de carne de frango, de

pouco mais de 5,5 milhões de toneladas, correspondia a 65% da produção obtida pela China, índice que se manteve no ano seguinte. Mas, como apontam os dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a partir do início deste século (2001) houve um “desgarramento” do Brasil em relação à produção chinesa, a diferença entre os dois países diminuindo significativamente de ano para ano.

Em 2009, se as mais recentes proje-ções do USDA se confirmarem, o Brasil estará produzindo 11,360 milhões de toneladas de carne de frango, enquanto a produção da China deverá ficar em 12,133 milhões de toneladas. Ou seja: a diferença (que em 1999 foi de 35 pontos

percentuais), agora pode ficar em apenas seis pontos percentuais, já que o volume brasileiro deverá corresponder a 94% do volume chinês.

Vale notar que o ritmo de incremento da produção nos dois países vem sendo bem mais acelerado que a própria produ-ção mundial. Mas enquanto a produção chinesa deve registrar (de 1999 para cá e confirmadas as projeções do USDA) ex-pansão de pouco mais de 40%, a brasilei-

ra deve mais do que dobrar, apresentando evolução próxima de 106%.

Mantido nas duas economias o mes-mo nível de evolução observado entre 1999 e 2009, em no máximo três anos, eventualmente menos, o Brasil estará superando a China na produção de carne de frango e tornando-se, assim, o segun-do produtor mundial. Estará, portanto, atrás apenas dos EUA, cuja produção, no período analisado, evoluiu cerca de 20%.

Embalagem, rotulagem e propaganda de ração têm novas normasInformações sobre o produto devem ser claras, precisas e em português

“Prazo para adaptação é de 365 dias”

Em 2009, diferença entre Brasil e China

pode ficar em apenas seis pontos

percentuais

10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Exportação

Exportação II

D ados da ABEF indicam que pouco mais de um terço (33,84%) do volume de

carne de frango embarcado pelo Brasil no primeiro quadrimestre de 2009 teve por destino apenas três países – Hong Kong, Arábia Saudita e Japão, pela ordem.

Outro terço foi destinado aos sete paí-ses que completam a relação dos “10 mais”. O terço final foi direcionado aos demais importadores da carne de frango brasileira, mais de uma centena de países.

A tabela abaixo evidencia também que apenas 10 países receberam mais de dois terços (67,34%) da carne de frango exporta-da pelo Brasil entre janeiro e abril deste ano.

D e acordo com a SECEX-MDIC, as exportações brasileiras de carne de

frango renderam ao País, em 2009 e até maio último, US$1,793 bilhão. O valor considera apenas o produto in natura.

O resultado obtido correspondeu a uma redução de 20,5% sobre o mesmo período de 2008, o que não impediu que a participação da carne de frango in natura na pauta exportadora apresentas-se ligeiro acréscimo – de 3,1% para 3,2%.

A ressaltar que a redução na receita não se restringe à carne de frango, é um fato generalizado, exceto para alguns poucos produtos exportados pelo Brasil. Tanto que, nos cinco meses avaliados, a receita brasileira com as exportações recuou 23%, índice superior ao retroces-so observado com as vendas externas de carne de frango.

Até maio, frango in natura permaneceu na quarta posição da pautaRedução na receita não se restringe à carne de frango

Os principais destinos do frango brasileiro no primeiro quadrimestre de 2009Hong Kong, Arábia Sauditae Japão foram os maiorescompradores

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12 Produção Animal | Avicultura

OCDE

Notícias

Em 2018, produção mundial de carne de aves ultrapassa a de carne suínaNum espaço de 10 anos, carne avícola deve crescer 23%

Ainda que por pequena margem, em 2018 – ou seja, em menos de uma

década – a produção mundial de carne avícola estará superando a de carne suína. Então, com um volume da ordem de 120,3 milhões de toneladas, a carne de aves (da qual a maioria esmagadora é representada pela carne de frango) estará respondendo por 38,26% da produção das três principais carnes, enquanto a carne suína, com uma pro-dução de 119,9 milhões de toneladas, responderá por 38,14%. Com uma produção de 74,2 milhões de toneladas, a carne bovina terá o correspondente a 23,60% da produção total.

As projeções são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econô-mico (OCDE) a partir de um trabalho con-junto com a Organização das Nações Uni-das para Agricultura e Alimentação (FAO) e sugerem que, num espaço de 10 anos, a produção mundial de carne avícola deve crescer 23%, a de carne suína 17% e de carne bovina pouco mais de 12%.

Se forem confirmadas, essas proje-ções significarão (em relação ao que é estimado para 2009) um aumento de participação de 4,03% da carne avícola na produção mundial e reduções de 4,77% e 0,78% das carnes bovina e suína, respectivamente.

Segundo lugar

Evento premia receita à base de frangoNesta edição, peito não teve vez. Quer dizer: o “velho frango” está novamente na moda

Em maio passado foi realizado nos Estados Unidos o tradicional (48ª

edição) National Chicken Cooking Con-test, (www.chickencookingcontest.com), em San Antonio, Texas.

Entre as nove receitas finalistas ao concurso deste ano a maioria (cinco) era de pratos à base de peito desossado. No entanto, desta vez, o peito não teve vez, pois quem levou o prêmio máximo (US$50 mil!) foi uma receita que utilizou carne de frango... escura e moída – “Hambúrguer (de frango) Chinês com Molho Colorido e Gergelim”

E o segundo prêmio, no valor de US$10 mil, foi para uma receita de frango inteiro que, no Brasil, poderia ganhar o nome de “Frango Atropelado às ervas e limão”.

Com base nisso, a colunista Karen

Haram, do diário texano Houston Chroni-cle sugere que “nos últimos 25 anos, o frango ficou resumido ao peito. Nada de pernas, coxas, pele ou ossos. A novidade é que o velho frango está de volta. Sim, a ave inteira, assim como coxas e sobreco-xas. É a maneira de economizar encontra-da pelos consumidores neste difícil mo-mento econômico”.

O ponto de vista de Karen é corrobo-rado por varejistas, produtores avícolas e pelos próprios consumidores. Por exem-plo: Lampkin Butts, presidente da San-derson Farms, observa que vem ocorren-do uma revolução nos supermercados. “O consumidor está trocando o filé mig-non pela carne moída; a carne vermelha pela carne de frango; e o filé de peito (do frango) pelo frango inteiro”, declara.

A propósito, o executivo lembra que

apenas um quarto de século atrás mais de um terço (35%) da carne de frango vendida nos EUA era representada pelo frango inteiro, aí inclusos ossos e pele. No ano passado, o frango inteiro correspon-deu a não mais que 8% das vendas do setor. Mas do final do ano passado para cá esse índice voltou a aumentar e em 2009 deve ficar entre 10% e 11%.

National Chicken Cooking Contest

Receita vencedora

Produção Animal | Avicultura 13

Empresas

BR Foods

O valor Online divulgou que, após ser notificada ao Conselho Administra-

tivo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça, na semana passa-da, a compra da Sadia pela Perdigão entra, agora, numa fase de negociação em torno da assinatura de um Acordo para a Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro).

O valor segue afirmando: “Esse tipo de acordo tem sido utilizado pelo Cade para evitar o fato consumado: que a fusão se consolide de tal forma que fique difícil de o Cade impor restrições às em-presas no futuro. O Cade quer garantias de que o negócio poderá ser desfeito, ao menos em parte. no futuro. Por isso, é importante que partes ou mesmo a tota-lidade das estruturas das duas compa-nhias sejam mantidas separadas. Para as empresas, o ideal é evitar que o Apro engesse o negócio.”

O Valor Online reproduziu também a informação de que a Sadia vendeu para sua sócia russa Miratorg, a participação de 60% na fábrica de processados de carne em Kaliningrado, na Rússia, por US$ 77,5 milhões. A decisão de vender o ativo foi tomada após as perdas com derivativos cambiais, em setembro do ano passado.

De acordo com o jornal, a venda da fábrica pela Sadia - para levantar recursos e recompor o caixa - já estava acertada antes da operação com a Perdigão, que criou a Brasil Foods.

Araxá, MG

Aprefeitura de Araxá, em Minas Gerais firmou uma parceria com a

unidade de Uberaba da Marfrig Alimen-tos (antiga DaGranja), que trabalha no beneficiamento de carne de frango.

A parceria tem o objetivo de ampliar a linha de produção da Marfrig, que atualmente possui 18 plantas em toda a América Latina com o beneficiamento de carnes e massas.

O prefeito da cidade, Jeová Moreira Jeová, diz que a parceria vai contemplar 150 produtores de Araxá. Em contrapar-

tida, a prefeitura vai manter em boas condições as estradas vicinais e fazer a terraplanagem para a construção dos aviários dos empresários interessados. Esta parceria vem somar muito aos nos-sos projetos de avicultura. Isso mostra que estamos no caminho certo.

Ele acrescenta que os produtores interessados em participar do proje-to devem procurar a Secretaria Mu-nicipal de Desenvolvimento Rural. As informações foram divulgadas pelo Diário de Araxá.

Sadia e Perdigão negociam com CadeEmpresas tentam evitar que Apro engesse o negócio

Anunciada parceria com MarfrigPrefeitura da cidade mineira busca desenvolvimento

Sadia vende participação em fábrica na Rússia

14 Produção Animal | Avicultura

Empresas

Em expansão

Tyson deve contratar 670 novos integradosObjetivo é figurar, brevemente, entre as cinco principais empresas avícolas do Brasil

Em entrevista à agência de notícias Dow Jones Newswires o Presidente

da Tyson do Brasil, Joster Macedo, afir-mou que a empresa obteve do Banco Regional de Desenvolvimento do Extre-mo-Sul (BRDE) linha de crédito no valor de R$100 milhões, que serão destinados à implantação de aviários para peque-nos produtores nas áreas de atuação da empresa. A medida é uma forma de equacionar a insuficiente disponibilidade de frangos nas regiões próximas das três plantas adquiridas em 2008 (Macedo e Avita, em Santa Catarina; e Frangobras, no Paraná). Elas se encontram em áreas de baixa densidade avícola, o que força a empresa a buscar o produto a mais de 100 quilômetros de distância.

Tudo isso para cumprir a meta de estar, em curto prazo, entre as cinco principais empresas avícolas do País. O objetivo é chegar a 2011 com uma capa-cidade de produção da ordem de 816 mil frangos/dia (o anunciado em 2008, por ocasião da compra, era chegar às 500 mil cabeças/dia – 180 mil na Mace-

do; 160 mil cada na Avita e na Frango-bras). A Tyson do Brasil desenvolve nego-ciações com outros bancos brasileiros, procurando encorajar a abertura de novas linhas de crédito visando a mais investimentos do gênero.

A empresa acredita que o pior da crise financeira já passou. Macedo afir-

ma estar observando aumento de de-manda e melhora de preços tanto exter-na como internamente.

Em entrevista à Revista do AviSite, a assessoria de imprensa da Tyson explicou que a aprovação da linha de crédito do do BRDE aconteceu no dia 1º de junho. O financiamento pode ser feito em até oito anos, com taxa de 6,75% ao ano. Além disso, a Tyson prevê a contratação de 670 integrados dentro de pouco tempo nas regiões em que atua, São José e Itaiópolis, em Santa Catarina, e Campo Mourão, no Paraná.

“A rede de integrados saltará para 340 aviários em breve. A unidade de São José também passará, em curto prazo, a operar em dois turnos, abatendo 118 mil aves diariamente. As unidades de Campo Mourão e Itaiópolis abaterão 320 mil aves/dia cada uma”, completa.

Esperando que 40% de suas vendas de 2009 estejam representadas pelas exportações, a Tyson do Brasil já exporta carne de frango para vários mercados, como a Europa, África do Sul e Hong Kong. Sabe-se, neste último caso, que parte do produto destinado a Hong Kong acaba atendendo o mercado chi-nês, agora tendendo a importações diretas, graças ao acordo firmado em maio entre os governos chinês e brasilei-ro. Mas Joster Macedo não acredita que isso vá influenciar o volume exportado. Acredita, apenas, que o acordo propicia-rá mais lucro aos exportadores brasilei-ros, já que aumentarão as vendas dire-tas, isto resultando em menores custos - como o de frete, por exemplo.

Nas palavras do Presidente da unidade brasileira da Tyson Foods, a empresa não descarta a possibilidade de novas aquisi-ções no Brasil. No momento, porém, não há nenhuma negociação em andamento, porquanto o foco está todo centrado na consolidação da integração brasileira. Sob o aspecto legal, as aquisições efetuadas em 2008 estão oficialmente concluídas e o objetivo, agora, é integrar sistemas, pesso-as e culturas, diz Macedo.

Empresa obteve junto ao BRDE linha de crédito no valor de R$100 milhões,

que serão destinados à implantação

de aviários para pequenos produtores nas áreas de atuação

da empresa

Jóster Macedo, Presidente da Tyson do Brasil, afirma estar observando aumento de demanda e melhora de preços tanto externa como internamente

Tocantins

Pavimentação e licença para exportação de frangoEmpresa espera contar com Banco da Amazônia para capital de giro

Com a inclusão do Grupo Asa Norte Alimentos na lista geral de exporta-

dores de carne de frango, obtida junto ao Ministério da Agricultura, e o início

da pavimentação do acesso à planta industrial da empresa em Aguiarnópo-lis, na divisa do Tocantins com o Mara-nhão, o estado pode se tornar um ex-portador do produto ainda em 2009.

Asa Norte faz parte do Grupo Asa Alimentos, cuja matriz está sediada em Brasília, DF. O abatedouro de Aguiarnó-polis tem capacidade de abate de até 150 mil aves/dia e chegou à cidade no segundo semestre de 2007. Atualmente

a planta abate 40 mil aves/dia. A empresa encaminhou para o

Banco da Amazônia um projeto para captação de R$ 15 milhões para capital de giro, a fim de financiar as atividades para a exportação.

Abatedouro de Aguiarnópolis tem

capacidade de abate de até 150

mil aves/dia Planta do Grupo Asa em Aguiarnópolis, TO

D e 17 a 20 de maio os maiores nomes do agribusiness mundial

estiveram reunidos no 25º Simpósio de Saúde e Nutrição Animal da Alltech, realizado em Lexington, Estados Unidos.

O grande debate deste ano foi sobre a sustentabilidade e o princí-pio ACE – a necessidade de alcançar os benefícios de longo prazo sendo, ao mesmo tempo, consciente do bem-estar animal, receptivo às ne-cessidades dos consumidores e respeitoso quanto ao meio ambiente.

O Brasil participou com uma comitiva de 72 pessoas, sendo o segundo país com o maior número de participantes.

Vencedores do Young Scientist Award 2009

Como parte do compromisso de apoiar e dar continuidade à educa-ção científica, a Alltech anunciou os vencedores do 4º Alltech Young Scientist Award durante o 25º Sim-pósio Internacional de Saúde e Nutrição Animal. Dos 1.800 traba-lhos recebidos, os oito semifinalistas regionais foram convidados a visitar os EUA para a fase internacional da

competição.Tung M. Che, doutorando da

University of Illinois em Urbana-Champaign, Illinois, EUA, foi o ven-cedor da competição na categoria pós-graduação com o trabalho “Efeitos da suplementação de ma-nanoligossacarídeos sobre a função imune e resistência a doenças em suínos”. Já Fan Liu, da Universidade

Agrícola de Nanjing, Nanjing, Chi-na, foi o vencedor da categoria graduação com o trabalho “Uso de HSP70 como novo biomarcador no desenvolvimento e avaliação de aditivos alimentares antiestresse”.

Tung M. Che e Fan Liu recebe-ram prêmios de 10.000 e 5.000 dólares, respectivamente. Mais infor-mações: www.alltech.com/brasil

AviGuia: produtos, serviços e empresas

“Princípio da Sustentabilidade” é tema do 25º Simpósio da AlltechMais de 1100 pessoas participaram do evento

Debate

16 Produção Animal | Avicultura

A adisseo investe 25 milhões de Euros para ampliar a fabrica-

ção de metionina em 25 mil tone-ladas nas plantas de produção da França e da Espanha. A decisão faz parte da política pró-ativa da com-panhia no sentido de dar contínuo

suporte ao crescimento da deman-da global por metionina, um ami-noácido essencial para a alimenta-ção dos rebanhos, em especial no segmento de avicultura.

A novidade está em sintonia com o plano de investimento da

empresa apresentado ano passa-do, e com a decisão de construir uma planta de produção na China, em parceria com China National Bluestar, grupo ao qual pertence a Adisseo. Mais informações: www.adisseo.com

Adisseo amplia fabricação de metioninaObjetivo é dar contínuo suporte ao crescimento da demanda global

Crescimento

Evento realizado em Lexington, Estados Unidos

Empresa investe 25 milhões de Euros para ampliar a fabricação de metionina em 25 mil toneladas nas plantas de

produção da França e da Espanha

Produção Animal | Avicultura 17

A Aviagen contratou mais um colaborador que será o res-

ponsável técnico pelas granjas da Aviagen no Brasil: Anselmo Miche-letti. Entre outras atividades exter-nas, ele iniciou os trabalhos na empresa em 1º de junho, tendo como base a cidade de Rio Claro, São Paulo.

Anselmo Micheletti irá repor-tar-se diretamente a Ivan Pupo

Lauandos, Diretor Geral da Avia-gen do Brasil. Médico Veterinário graduado pela Universidade de São Paulo, Micheletti tem especializa-ção em Gestão da Qualidade na Agroindústria pela Universidade Federal de Lavras e MBA Executivo em Gestão e Administração de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas. Mais informações: www.aviagen.com.br

Colaborador

Nova contratação na Aviagen do Brasil Anselmo Micheletti é o novo Gerente Técnico

Anselmo Micheletti

O laboratório Biovet marcou presença no programa de

capacitação técnica do “Projeto Paraguay Vende” realizado pela Avícola La Blanca, nos dias 30 e 31 de maio, em Assunção. Ales-sandro B. Campos, Gerente de Produtos e Serviços Técnicos da Linha Avicultura, apresentou duas palestras no evento: “Bios-seguridade em Granjas de Matri-zes Pesadas e Frango de Corte” e “Manejo adequado de vacinas e processos de Vacinação”.

Voltado ao aprimoramento técnico dos participantes, o en-contro foi promovido pela USAID (United States Agency for Inter-national Development) e contou com a presença de 100 produto-res e granjeiros integrados, além de técnicos e veterinários de campo, da empresa La Blanca, líder no setor avícola paraguaio, com market share de 70%. Mais informações: www.biovet.com.br

Encontro

Biovet participa de capacitação da Avícola La Blanca, ParaguaiEvento contou com a presença de 100 produtores e granjeiros integrados

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Palestrantes e organizadores do evento

18 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

N os dias 05, 06 e 07 de maio, a Bayer realizou o 3° Círculo

Bayer de Integração Técnica 2009, no Paradise Resort Golf Village, em Mogi das Cruzes, SP. O evento teve a participação de importan-tes especialistas dos mercados de aves e suínos nacional e interna-cional, além da presença de mais de 60 convidados das principais empresas destes setores do Brasil.

Já nos dias 02 e 03 de junho, a Bayer realizou um treinamento

sobre reciclagem em biosseguran-ça à equipe técnica da Perdigão catarinense. Ministradas pelo coordenador de Biossegurança da Bayer, Lauri Morgan, as palestras aconteceram em Herval, Capinzal e Herval D’Oeste, municípios de Santa Catarina. O evento reuniu cerca de 120 produtores integra-dos e monitores das granjas de matrizes de produção da Perdi-gão. Mais informações: www.bayer.com.br

Bayer realiza palestras e treinamento Empresa esteve presente em eventos em São Paulo e Santa Catarina

Eventos

CASP marca presença em Porto AlegreEmpresa destacou linha HT e comedouro mecânico Tuboflex

21º CBA

A Kemin, que atua na área de ali-mentação animal inspirada em

soluções moleculares, também esteve presente no 21° Congresso Brasileiro de Avicultura.

A multinacional norte-americana fundada na década de 60 e instalada no Brasil desde a década de 90, possui uma planta fabril em Indaiatuba.

Em um bate papo com a equipe da Revista do AviSite, Carlos Fiadeiro, Presidente da Kemin América do Sul, ressaltou que o Brasil e a China são mercados prioritários para a empresa. Para o Brasil, há projetos para a criação

de um centro de pesquisa até 2012, com local ainda a ser definido. O pro-fissional português que fixou residência em Campinas, SP, também contou que, apesar da crise econômica mun-dial, a empresa tem um bom potencial para crescimento em 2009. “As dificul-dades financeiras têm efeito na com-panhia, mas criamos um mecanismo para passar por ela. Em todo o ano de 2008 contratamos oito pessoas e até maio de 2009, já foram mais cinco. Nossa equipe está em crescimento”, afirma. Mais informações: www.ke-min.com

Apesar da crise mundial, Kemin segue crescendo“Estratégia da empresa para contornar turbulência é acertada”

21º CBA II

Equipe no estande da kemin durante Congresso Brasileiro de Avicultura

A CASP marcou presença na exposição do 21° Congresso

Brasileiro de Avicultura e 27ª Confe-rência FACTA.

A empresa divulgou a linha de produtos para avicultura, suinocultura e armazenagem de grãos, com desta-que especial para a linha de incuba-doras e nascedouros HT e o come-douro mecânico TUBOFLEX com sistema de regulagem coletiva.

Para conhecer os lançamentos CASP acesse www.casp.com.br.

Palestra no 3º Círculo Bayer de Integração Técnica

Produção Animal | Avicultura 19

Pfizer promove palestra sobre GalliProProduto atende exigências do mercado europeu

21º CBA III

O probiótico para aves GalliPro foi discutido em uma palestra realizada pela Pfizer, distribuidora do pro-

duto, durante o 21° Congresso Brasileiro de Avicultura, em Porto Alegre.

O GalliPro, produzido pela Chr. Hansen, é aprovado com registro permanente na Comunidade Européia. Ele está em uso na Europa desde 2007. O produto aumenta o ganho de peso da ave e melhora a conversão alimentar.

Os exportadores brasileiros têm demonstrado interesse, já que, atende as exigências do mercado Europeu nessa li-nha de produtos probióticos.

As vantagens e os testes realizados com GalliPro foram apresentados pela profissional Inge Knap, Diretora Global de Pesquisa e Desenvolvimento da Chr. Hansen, Dinamarca. Mais informações: www.pfizersaudeanimal.com.br

Apresentação organizada pela Pfizer paradivulgar os benefícios e vantagens do GalliPro

Agora chegou

(11) 4538-7744 [email protected]

REVESTIMENTO TÉRMICOPARA TELHADOS

Telha de fibrocimento e galvanizada

Canaletão de cimento ou concreto

Silos de armazenagem

20 Produção Animal | Avicultura

M ais uma novidade surge na avicultura. Mas dessa vez o

que chama a atenção não é a tec-nologia moderna e diferenciada, e sim o tamanho da estrutura dos novos galpões que foge dos pa-drões convencionais.

Chamado de aviário gigante, o

galpão pode alojar cerca de 90 mil aves em uma estrutura que possui três vezes a largura dos tradicionais.

Um dos primeiros a implantar a idéia no Brasil foi Evandro Carlos dos Santos, empresário do setor de cons-trução de galpões em Quedas do

Iguaçu, Paraná. Evandro, que tam-bém é avicultor, fazia as contas para montar dois aviários sob encomenda e pensou: Porque não transformá-los em apenas um? Através da formação de um condomínio rural entre pro-dutores, a idéia seria viável e a ques-tão do maior investimento, solucio-

nada. O segundo passo foi apresentar o projeto para a integradora, que pe-diu o levantamento dos pontos posi-tivos e negativos e após algumas reu-niões surgiu o primeiro aviário gigante, com 155m X 30m, em Espi-gão Alto do Iguaçu, Paraná.

Na mesma época, o empresário participou do projeto de construção de mais um aviário, mas dessa vez com 16 metros de largura. Foi aí que Evandro decidiu ousar um pouco mais e concluiu que o aviário gigan-te ideal deveria ter 32 metros de lar-gura, ou exatamente o dobro do an-terior. Com uma medida de 155m X 32m, o galpão foi construído em seu nome. A partir daí, a idéia se expan-diu no estado e chegou até Santa Catarina. “Tenho conhecimento da existência de um aviário gigante também em São Paulo. O responsá-vel veio até o Paraná para conhecer a novidade”, completa.

Não é à toa que a novidade tem se espalhado pelo Sul do país. A capaci-dade de alojamento chama a atenção dos avicultores pelo menor custo de

Para investir no setor, algumas instituições financeiras liberam créditos com juros em torno de 6,75% ao ano

Novas estruturas reduzem custos na produção e podem ter capacidade de alojamento em torno de quatro vezes maior

Aviários GI GANTES

Construção

Produção Animal | Avicultura 21

produção. “A mão-de-obra é mais bara-ta também. O custo por ave alojada em um aviário de 4800 m² é menor do que em quatro galpões de 100m X 12m e o retorno do investimento é mais rápi-do”, afirma Evandro, lembrando que, Sadia, Tyson e Frangos Canção já têm aviários gigantes em funcionamento e a Coasul, tem três em construção.

A quantidade de pintos que a es-trutura do aviário com 155m X 32m pode alojar depende também do ta-manho da ave. Quando o frango em questão é do tipo griller, por exemplo,

é possível alojar 18,5 aves por metro quadrado, ou seja, 92 mil no total. Já no caso do frango tradicional, esse número fica em torno de 14 a 15,5, respeitando o limite de 39 kg/m², que determina o bem-estar animal.

Por outro lado, há a desvantagem da logística. “Não é qualquer integra-ção que consegue comportar um aviá-rio desses. O frigorífico precisa com-portar o abate de pelo menos 120 mil aves por dia”, afirma Evandro.

O custo do aviário gigante fica em torno de R$750 mil, incluindo

gerador, cerca de biosseguridade, es-critório, compostagem, cercado em volta, mão-de-obra para construção e a tecnologia necessária. O valor, superior ao de dois aviários no siste-ma padrão, pode cair em torno de 15% quando comparado à capacida-de de alojamento.

Para investir no setor, algumas instituições financeiras liberam cré-ditos com juros em torno de 6,75% ao ano. O avicultor Evandro afirmou ter feito seguro tanto para as novas estru-turas, quanto para as tradicionais.

Sistema que aloja o frango griller possibilita um retorno adicional de cerca de R$ 23 mil no final de um ano

Aviários GI GANTESAviário gigante em Quedas do Iguaçu, PR, com 155m X 32m

22 Produção Animal | Avicultura

Indianópolis, PR (140m X 32m)

Com duas aves a mais por metro quadrado, o sistema que aloja o fran-go griller possibilita um retorno adi-cional de cerca de R$2.600,00 por lote, ou seja, de R$20 mil à R$23 mil a mais na produção no final de um ano. Mas, para isso, é preciso esperar um tempo para começar a ver resultado. Segundo Evandro dos Santos, se a mé-dia dos lotes se mantiver, o pay-back é de oito anos. “Hoje eu consigo provar que em sete ou oito anos o investi-mento está pago. Ou seja, eu busco esse recurso com um ano de carência e com mais sete para pagar através das instituições financeiras com juros de 6,75% ao ano fixo e com até 250 mil por CPF”, explica.

Os aviários gigantes são construí-dos com a mesma tecnologia dos con-vencionais, porém com algumas mu-danças na estrutura da ventilação, já que praticamente todos os aparelhos dobram de proporção. Assim, para o bom funcionamento, o ideal é ter equipamentos bem dimensionados, como uma nebulização de mil libras e um exaustor que atenda a velocidade de 2,5 a 3 metros por segundo.

Como o aviário gigante deve ter um sistema de ventilação mais bem equipado, os revestimentos termo-re-fletivos também podem ser uma alter-nativa. Alguns revestimentos para te-lhas são capazes de refletir 90% do calor do sol e reduzir a transmissão de calor para o ambiente.

Para os galpões em questão tam-bém são necessários postes para a sus-tentação da estrutura, cercas divisó-rias para distribuir uniformemente as aves e um gerador alternativo para cada galpão, a fim de evitar perdas com quedas de energia.

A dúvida sobre o bem-estar animal vem à tona nos aviários gigantes. Para Evandro dos Santos, esta é uma exi-gência com a qual o avicultor não pre-cisa se preocupar mais que nos aviá-

rios convencionais. “O bem-estar animal é tão bom quanto em um avi-ário menor, ou até melhor, pois tra-balha com nebulização de mil libras. A gota dessa nebulização é tão fina que não dá tempo de chegar na cama para molhar. Ela evapora antes e isso é necessário para que se retire o calor do ambiente”.

O Gerente de Fomento Agrícola da Coasul, Juarez Carlos Gobbi, acredita que essa nova estrutura também chega a favorecer o bem-estar animal, já que por ter uma escala maior, os equipa-mentos são de melhor qualidade. “O aviário maior tem ainda menos pare-des, o que causa menor atrito e melho-ra a velocidade do vento, favorecendo o controle de ambiência”, completa. Em relação à vacinação, Juarez cita como exemplo a Doença de Gumboro. Neste caso, são utilizadas quatro do-ses, todas realizadas no incubatório ou somente a quarta no campo. “A vaci-nação é feita como em qualquer outro aviário: via água de bebida. Então, não há dificuldades maiores, ou seja, não importa se 10 mil aves são vacinadas ou 50”, explica.

Em nota divulgada à imprensa, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindia-vipar) afirma que não coloca restri-ções aos aviários gigantes. Apenas alerta que o bem-estar animal deve ser lembrado, dando totais condições de ambiência à ave. “Todos os aviá-rios devem ser climatizados, dispon-do de equipamentos que permitam a renovação de ar e controles adequa-dos de temperatura e umidade – um aviário maior, evidentemente, deve dispor de equipamentos que permi-tam essa ambiência em toda a sua área”, completa a entidade.

Veja mais informações sobre equi-pamentos e soluções em revestimen-tos termo-refletivos na página 48

Quedas do Iguaçu, PR (155m X 32m) Quedas do Iguaçu, PR (155m X 32m)Indianópolis, PR (140m X 32m)

Para o bom funcionamen-to do aviário gigante, o ideal é ter equipamentos bem dimensionados, como uma nebulização de mil libras e um exaus-tor com velocidade de 2,5 a 3 metros por segundo. Além de um reforço na estrutura, como postes para sustentação

Exaustores de aviário em Chapecó, SC (150m X 32m)

Produção Animal | Avicultura 23

E a sanidade? Como fica?

A equipe da Revista do AviSite questionou Ângelo Melo, Geren-

te da Unidade de Negócios de Suínos e Aves da Pfizer, sobre os cuidados que devem ser tomados com o con-trole sanitário. A seguir, o comentá-rio feito por ele com relação aos avi-ários gigantes.

“O controle sanitário é importan-te para qualquer tamanho de aviário, pois é um dos principais fatores rela-cionados à qualidade dos produtos que serão comercializados. Com a maior concentração de animais em um mesmo local, pode haver aumen-to das chances de transmissão de do-enças. Na verdade, os cuidados não devem ser redobrados, mas sim ade-quados à proporção de cada aviário. Portanto, é importante que o pro-prietário esteja ciente das práticas de manejo necessárias e obedeça às nor-

mas e programas de controle sanitá-rio apropriados ao seu aviário.

Para não haver surtos de doenças que comprometam o desenvolvimen-to zootécnico das aves é preciso se-

guir rigorosamente um programa de controle sanitário, obedecendo a um protocolo de vacinação e medicação apropriado, além de adoção do ma-nejo adequado ao aviário.

As pessoas envolvidas em todas as etapas de criação devem ser devi-damente treinadas, para que se possa

alcançar o resultado esperado. No entanto, esses procedimentos devem ser seguidos em qualquer tipo de gal-pão. Um ponto importante neste tipo de estrutura é a adoção do con-ceito de criação tudo-dentro-tudo-fora (all-in all-out), onde há a ocupa-ção e desocupação total do aviário no momento do alojamento e do abate, permitindo que a higieniza-ção e desinfecção sejam feitas antes da chegada do próximo lote de aves.

Os aviários gigantes são uma for-ma de produção animal e, como qualquer outra, precisa seguir nor-mas de sanidade, qualidade e bem-estar para garantir uma produção de qualidade. Por isso, cabe ao proprie-tário definir a escala de sua proprie-dade de acordo com sua capacidade de produção e demanda do mercado que pretende atender”.

Para não haver surpresas, é preciso seguir rigorosa-mente um programa de controle sanitário

A renovação da plumagem das aves ocorre anualmente e re-

presenta o período em que acon-tecem mudanças no comporta-mento de ingestão de alimentos com redução ou cessamento das suas funções reprodutivas. Nor-malmente, coincide com o foto-período decrescente, ou seja, quando a quantidade de luz vai diminuindo e os dias vão ficando mais curtos.

Devido à lentidão desse pro-cesso de renovação e a heteroge-neidade entre as aves, o avicul-tor colocou em prática a chamada muda forçada ou indu-ção do segundo ciclo de produ-ção, que se constitui na restrição de água e alimento.

A muda proporciona um perí-odo de descanso para o aparelho reprodutivo da ave, que se torna-rá rejuvenescido para iniciar um novo ciclo de postura.

A diminuição da síntese de um hormônio chamado gonado-trofina durante o jejum causa a involução do ovário. Os folículos em maturação hierárquica sofrem atresia e o material da gema é rea-bsorvido, causando uma diminui-ção no peso do ovário.

A redução do peso do ovário é inicialmente independente da duração do jejum e da taxa de perda de peso. Após a perda de 25% do peso corporal, o ovário está completamente regredido.

A temperatura corporal no pe-ríodo de muda, durante o jejum, sofre um decréscimo, mas volta a subir quando o alimento é rein-troduzido, fato que coincidente com a perda das penas nas poe-deiras e leva à sua renovação.

24 Produção Animal Avicultura

Autores: Adriana A. Pereira, Otto M. Junqueira e Sarah SgavioliPesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Jaboticabal, Departamento de Zootecnia

Com a muda forçada, que se constitui na restrição de água e alimento, o processo

de renovação da plumagem das aves pode ser acelerado

Postura

Segundo ciclode produção naspoedeiras comerciaise suas características

Muda forçada esbarra nas exigências de bem-estar animal das aves, mas faltam pesquisas sobre métodos alternativos

O que é?

A medida que a poedeira enve-lhece há uma queda na pro-

dução e na qualidade externa dos ovos, justamente quando o peso do ovo é maior. Esses são os princi-pais motivos para a indução do se-gundo ciclo em galinhas poedei-ras. No entanto, outros fatores como custo de formação das fran-gas de reposição, oferta e preço dos ovos no mercado consumidor e problemas de sazonalidade na demanda do produto, podem in-

fluenciar na decisão. Estes fatores devem ser comparados ao custo de manutenção das poedeiras por um período não produtivo em torno de 10 semanas.

Quando a qualidade dos ovos é boa e eles estão com bom preço de mercado, pode-se induzir o segun-do ciclo de produção quando a po-edeira estiver com cerca de 70 se-manas. Por outro lado, se a qualidade é ruim e os preços estão baixos, a antecipação do segundo ciclo pode acontecer.

A realização de um segundo ciclo de produção somente se justifica quando resulta em me-lhoria da qualidade dos ovos e aumento do lucro do produtor, já que a vida útil da poedeira au-menta por mais 25 a 30 semanas, podendo atingir picos de produ-ção em torno de 85%.

Produção Animal | Avicultura 25

Quando aplicar?

Segundo ciclo de produção se justifica quando

melhora qualidade dos ovos e

aumenta lucro

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Experimento para indução do segundo ciclo de produção de galinhas poedeiras

A maioria dos programas de in dução do segundo ciclo de

produção utiliza a retirada de ração por um período de 8 a 14 dias. Esse jejum provoca um estresse severo e causa a perda de peso da ave, para-lisando a produção de ovos rapida-mente. Esse método é economica-mente viável, no entanto, está em desacordo com as normas de bem-estar animal, já que a fome é um motivador básico e o desejo insaci-ável por alimentos pode tornar-se exacerbado quando poedeiras são alojadas em densidades altas nas gaiolas, o que limita a expressão do comportamento normal da ave.

Nos últimos anos, muitas pes-quisas têm sido efetuadas na busca

de métodos alternativos ao jejum prolongado para obter a muda e, conseqüentemente, efetuar o aproveitamento do lote por mais um ciclo de produção. Técnicas substitutivas têm usado vários des-balanços nutricionais para esta fi-nalidade. Estes métodos são mais onerosos e demorados que o je-jum, pois o período de perda de peso e a redução na função repro-dutiva da ave levam mais tempo.

Trabalhos têm demonstrado que o óxido de zinco (2.800 ppm de Zn), fornecido na ausência de cálcio, tem um efeito supressivo no sistema reprodutivo indepen-dente da anorexia.

As fibras insolúveis como o fa-

relo de algodão, a farinha de jojo-ba, o farelo de trigo e o feno de al-fafa podem ser usadas para diluir a dieta, proporcionando menor con-sumo de energia e proteína pelas poedeiras. Além disso, tem-se usa-do rações deficientes em sódio (<0,04%) ou cálcio (<0,3%) para in-duzir o repouso da ave.

Contudo, vale lembrar que os estudos relativos aos métodos al-ternativos de muda forçada têm freqüentemente encontrado resul-tados conflitantes.

Muitas vezes, os resultados al-cançados no segundo ciclo de pro-dução não atendem ao objetivo do produtor, pois há alguns fatores que interferem diretamente.

26 Produção Animal | Avicultura

Postura

Qual metódo usar?

Retirada de ração pelo período de 8 a 14 dias provoca estresse severo, além da rápida paralisação da produção de ovos. Este

é o método mais utilizado na indução do segundo ciclo de produção, que é viável do ponto de vista econômico, mas está

em desacordo com as normas de bem-estar animal

Nesta imagem, as poedeiras foramsubmetidas à restrição total de ração

Aqui, as galinhas foram induzidas à mudasem restrição alimentar e através de aditivos na ração

Experimento para indução do segundo ciclo de produção de galinhas poedeiras

Produção Animal | Avicultura 27

Considerações Finais

Métodos alternativos devem ser estudados para

evitar conflitos com o bem-estar animal

D o ponto de vista do bem estar animal a in-dução do segundo ciclo de produção pelo

método de restrição total de alimentos deve ser banido. Assim, outros métodos devem ser estu-dados com a finalidade de provocar o repouso reprodutivo, ou seja, a pausa na produção de ovos e um novo ciclo produtivo, sem causar in-júrias às aves.

O artigo também está disponível na seção Ciên-cia e Tecnologia do AviSite (www.avisite.com.

br/cet). A literatura consultada encontra-se dispo-nível com os autores ([email protected]).

Na foto abaixo, as galinhas também foram submetidas à restrição total de ração

Ciência Avícola

E vidência de uma rápida mudança no epitopo dominante da proteína

hemaglutinina do vírus da gripe aviária (H5N1) de ordem asiática”. Este foi o tema da pesquisa conduzida por Hele-na Lage Ferreira, que recebeu o prêmio de melhor trabalho na categoria Jovem Cientista do 7º Simpósio Internacional em Influenza Aviária, realizado em abril na Universidade da Geórgia, nos Esta-dos Unidos.

O estudo, desenvolvido durante o pós-doutorado no Veterinary Agrochemical Research Centre (VAR), na Bélgica, descre-ve o mapeamento de mutações na proteí-na hemaglutinina dos vírus influenza H5N1, de alta patogenicidade. “Nosso trabalho conseguiu detectar uma região importante para a origem de novas varian-tes virais. Com isso, entendemos um pou-co mais sobre a evolução destes vírus”, afirma Helena.

Segundo ela, a idéia de desenvolver a pesquisa surgiu da quase inexistência da

descrição da estrutura da hemaglutinina baseada em vírus mutantes. “Eu queria desenvolver mais meus estudos com biologia molecular, particularmente com estrutura de proteínas, após meu douto-rado”, comenta. O trabalho premiado recebeu o apoio do Escritório de Política Científica Federal da Bélgica, agência de fomento à pesquisa do país europeu.

Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) em 2003, Helena fez doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 2007. Já o pós-doutorado em Influenza Aviária foi concluído no Veterinary Agro-chemical Research Centre (VAR), em 2008 na Bélgica. Atualmente, Helena atua como pesquisadora assistente no VAR na área de Virologia Animal, com ênfase em doenças aviárias, como Me-tapneumovírus Aviário, Doença de Gum-boro, Influenza Aviária e Bronquite Infec-

ciosa das Galinhas. Além disso, é responsável por um projeto de pesquisa financiado pela Comissão Européia que busca o desenvolvimento e a avaliação de uma nova vacina de IA para patos. “A vacina gera uma alta proteção dos ani-mais e é baseada na estratégia ‘DIVA’, que permite a diferenciação entre ani-mais vacinados e infectados”.

A oportunidade de estudar na Bélgi-ca surgiu quando, em 2005, conheceu o Dr. Thierry van den Berg, que apre-sentava uma palestra na Conferência APINCO. “Nesta ocasião, conversamos sobre a possibilidade de uma colabora-ção futura”, explica. Thierry é Diretor Operacional de Doenças Virais no Vete-rinary Agrochemical Research Centre, que consiste em dar suporte às pesqui-sas científicas e na provisão de serviço em epidemia, endemia, doenças emer-gentes e infecciosas que ameaçam a saúde pública, entre outros.Para mais informações: www.var.fgov.be/

28 Produção Animal | Avicultura

Reconhecimento

Biodigestor em pautaNova tecnologia é utilizada na Geórgia, Tennesse, Nevada e Califórnia

Brasileira recebe prêmio no 7º Simpósio em Influenza AviáriaTrabalho descreve mapeamento de mutações de proteínas dos vírus H5N1

N a última edição da Revista do AviSite, nesta mesma seção, foi

divulgado um texto sobre um biodi-gestor desenvolvido por uma empresa de São Paulo que utiliza a cama de frango como fonte geradora de ener-gia para uma granja de aves. Agora, a tecnologia também está sendo estuda-da no exterior: recentemente um bio-digestor desenvolvido pela empresa vietnamita American Technologies Inc. Petroleum foi patenteado. A informa-ção foi divulgada pela publicação Biomass Magazine (www.biomassma-gazine.com).

Um dos locais beneficiados com

essa novidade é a Geórgia (EUA), que usará meta-no para produ-zir eletricidade para gerar energia elétrica para uma gran-ja de aves.A ATI também expandiu a novidade para o Ten-nesse, Neva-da e Califórnia.

Resíduos

Produção Animal | Avicultura 29

Helena Lage Ferreira, ex aluna da Unicamp e da UNESP, foi a vencedora do prêmio Jovem Cientista

Inéditas e recentes informações sobre a persistência do vírus da Influenza Aviá-

ria - as quais afirmam que este pode sobreviver 600 dias - levaram um grupo de pesquisadores da Universidade da Geórgia e do Instituto Nacional de Saúde (ambos dos EUA), bem como do Instituto Pasteur, na França, a desenvolverem o primeiro parâmetro que leva em conta, a um só tempo, a transmissão direta e indireta do vírus entre as aves.

O modelo, detalhado na edição da primeira semana de maio do jornal “Pro-ceedings of the National Academy of Sciences”, possibilita enfocar de maneira inédita como se iniciam os surtos da doença em populações de aves silvestres.

Conforme o líder dos pesquisado-res, Professor Pejman Rohani, a trans-missão ambiental do vírus da Influenza Aviária entre aves é relativamente rara, “mas nosso modelo indica que ela desempenha importante papel na ocor-rência de surtos”.

Rohani observa que, pelos parâme-tros atuais, somente é levada em conta a transmissão direta que ocorre, por exem-plo, quando aves aquáticas disseminam o vírus através das fezes e acabam contami-nando a água. Mas os pesquisadores da Geórgia constataram que o vírus sobrevi-ve na água por mais de 150 dias, o que significa que, mesmo não havendo na área aves contaminadas, o risco de um

surto permanece. Rohani afirmou que situações em que

é ignorada a possibilidade de uma trans-missão ambiental podem fazer com que se subestimem as probabilidades, magni-tude e duração de um surto.

A pesquisa realizada envolveu apenas vírus da Influenza Aviária considerados de baixa patogenicidade. Mas um dos parti-cipantes do estudo, Professor John Drake, observa que é preciso conhecer e enten-der os vírus ditos “de baixa patogenicida-de”, já que são um reservatório de varia-ções genéticas que podem dar origem a novas cepas, potencialmente mais peri-gosas. A pesquisa pode ser encontrada na íntegra no site www.pnas.org/.

Novas luzes sobre a Influenza Aviária

Estudo detectouregião importantepara a origem de novas variantes

virais

Brasileira recebe prêmio no 7º Simpósio em Influenza Aviária

Vírus sobrevive na água por mais de 150 dias, dizem pesquisadores

“Duro de matar”

Os vírus Influenza possuem RNA, um envelope viral derivado da célula

hospedeira e 10 proteínas virais. Eles são classificados em tipos A, B ou C de acordo com as diferenças antigênicas de duas proteínas internas: a nucleoproteína e a proteína matriz. Sua subtipagem é basea-da em duas proteínas encontradas no envelope viral: hemaglutinina (HA) e neu-raminidase (NA).

A HA é o principal alvo dos anticor-pos de defesa. Desta forma, as popula-ções virais são selecionadas para escapar do sistema de defesa do hospedeiro, o que favorece uma alta variação antigêni-ca desta proteína. Atualmente, os vírus H5N1 são divididos em 10 clados de acordo com a análise genética da HA e apenas três foram capazes de infectar pessoas: clados 0, 1 e 2.

O objetivo foi identificar quais muta-ções na HA poderiam ser relacionadas à resistência aos anticorpos específicos à proteína. Com isso, o estudo produziu anticorpos específicos para a proteína

HA H5 dos vírus do clado 1. Estes anti-corpos foram misturados com os vírus para selecionar populações virais capa-zes de “escapar” da neutralização des-tes anticorpos. Após sucessivas passa-gens virais na presença dos anticorpos, duas populações foram selecionadas e suas HAs foram seqüenciadas. As se-qüencias obtidas foram analisadas para identificar os aminoácidos responsáveis pela resistência à neutralização aos anticorpos e comparadas com diversas seqüencias dos clados 1 e 2 dos vírus H5N1. A estrutura tridimensional da HA por homologia também foi determinada e as mutações das variantes foram ma-peadas na estrutura 3D da HA.

Conseguimos detectar um aminoáci-do na HA que pode ser considerado como um dos epitopos dominantes dos vírus H5N1. O mapeamento das muta-ções na HA é importante para monitorar as variantes virais que possam gerar os vírus dominantes e possivelmente pandêmicos.

Resumo da tese premiada

O Brasil não tem ovos para expor-tar?” A pergunta foi dirigida à

Célio Porto, da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), do MAPA, durante uma das missões comerciais de que participou para

promover o agronegócio brasileiro. Porto reproduziu a frase na abertura do AgroEx (Seminário do Agronegó-cio para Exportação), que fez parte dos eventos paralelos realizados no 21º Congresso Brasileiro de Avicultu-

ra e foi direcionado ao setor de postu-ra. Ele explica melhor: “A SRI, em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mento (APEX), organiza e recebe mui-tas missões e tem havido demanda para as importações de ovos. Temos o prestígio do frango, do farelo de soja e do milho, entre outros. Porque não estendê-lo para o ovo?”

O secretario, que está desde o iní-cio de 2006 no mesmo cargo, compa-ra o trabalho de abertura de novos mercados à uma árvore: Demora a dar frutos, mas quando dá, é um fruto muito saboroso. Por isso a importân-cia das missões comerciais e de even-tos como este.

A edição em questão do AgroEx aconteceu na manhã do dia 27 de maio e teve entrada gratuita. Os participantes receberam uma pas-ta com material impresso que complementa as apresentações. Nas próximas páginas, segue um resumo das principais sugestões e idéias abordadas nas palestras.

Oportunidades para o setor de postura brasileiro estão abertasDiversas sugestões, algumas já conhecidas, outras nem tanto, foram apresentadas como formas de impulsionar as exportações de ovos

postura

30 Produção Animal | Avicultura

Célio Porto (em pé): Abertura de novos mercados pode ser comparada a uma árvore: Demora a dar frutos, mas quando dá, é muito saboroso

Produção Animal | Avicultura 31

A s formas de integração contratual são as associações, cooperativas,

condomínios e consórcios. A mais co-nhecida delas, as cooperativas, são de-finidas como sociedade civis simples, sem fins lucrativos, com a finalidade de realizar negócios em favor de seus cooperados. Devem ser formadas por um mínimo de 20 pessoas, que cele-bram um contrato de sociedade coo-perativa, se comprometendo a exercer uma atividade comum. As cooperati-vas se caracterizam também por for-marem uma nova personalidade jurí-dica, ou seja, seus direitos, deveres, obrigações, patrimônio e ações são distintos daqueles dos cooperados.

O condomínio rural pode ser cons-tituído por um mínimo de duas pes-soas. É formado na maioria das vezes para viabilizar um empreendimento com investimento elevado para ser feito por apenas um produtor. O con-domínio formado por dois avicultores do Paraná para a construção de um

aviário gigante, como mostra a maté-ria das páginas 20 a 23 desta Revista, é um exemplo.

Já o consórcio tem características mais flexíveis. Por meio de um contra-to, os produtores, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou ser-viços para a realização de um determi-nado empre-endimento, sem consti-tuir uma nova pes-soa jurídi-ca. Assim como o con-domínio, pode ser formado com o míni-mo de dois p r o d u t o r e s rurais, que, neste caso, podem ou

não possuir personalidade jurídica. Os consorciados devem uniformizar os insumos de produção, padronizar processos, controlar a produção inte-grada, classificar os produtos e im-plantar a rastreabilidade.

E duardo Sampaio Marques, Diretor do Departamento de Promoção

Internacional do Agronegócio (DPI/SRI/MAPA), Guilherme Antônio da Costa Junior, Diretor do Departamen-to de Negociações Sanitárias e Fitos-sanitárias (DNSF/SRI/MAPA), e Edu-ardo Mello Mazzoleni, Coordenador de Acompanhamento do Departa-mento de Cooperativismo e Associa-tivismo Rural (DENACOOP/SDC/MAPA), foram os palestrantes da pri-meira parte do evento.

Os profissionais lembraram a im-portância de agregar valor a qual-quer produto que se quer exportar, além de investir na marca e na escala de produção. O investimento na construção de uma imagem pode significar a consolidação do produto no exterior. Já a escala de produção

pode trazer redução de custos e via-bilizar novos investimentos. Outra sugestão pode ser procurar um nicho

de mercado que ainda não esteja to-talmente preenchido, por exemplo, o de orgânicos.

A grande perspectiva brasileira é

acessar o mercado da União Européia para importação de ovos. Neste caso, o produto exportado seria industriali-zado, nas formas líquida e em pó, en-tre outras. O ovo in natura atualmen-te passa por exigências em relação à presença de salmonela que o Brasil ainda não consegue atender. Vale des-tacar que o mercado da União Euro-péia não significa apenas os 27 mem-bros do bloco, já que outros países se baseiam pelas suas exigências.

Além dos pontos técnicos, a orga-nização do setor é essencial para au-mentar as exportações de ovos. Uma maneira de se organizar é através da integração contratual. Essa é também uma forma de ganhar escala e aumen-tar a participação de cada produtor no exterior. A idéia é compartilhada por todos os palestrantes do AgroEx.

Participação brasileira no mercado internacional de ovos foi de 8,5% em 2007, contra 39,9% na carne de frango

Estratégias para o comércio internacional

Formatação do modelo de integração

Imagem que faz parte do livreto Integração do Agronegócio para Exportação, distribuído para os participantes do AgroEx. Idéia vale também para os exportadores de ovos

32 Produção Animal | Avicultura

postura

Apoio para exportações

N a segunda parte do AgroEx, os palestrantes Louise Branco, da

Divisão de Informação Comercial do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Alberto Bicca, da APEX e Adil-son Farias, do NIEX (Departamento de Promoção Internacional), concluí-ram a seqüência de palestras do even-to. Eduardo Gonçalves, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social), foi o respon-sável por mostrar os caminhos para conseguir crédito para investimentos e exportação.

Os representantes do governo bra-sileiro sugeriram aos participantes a maior utilização do portal Brazil Trade Net (www.braziltradenet.com.br), de-senvolvido pelo Departamento de Pro-moção Comercial do MRE. Na página, é possível acessar informações (em português, inglês e espanhol) como oportunidades de negócios e realizar pesquisas sobre produtos e mercados

para exportadores brasileiros e impor-tadores ou investidores estrangeiros. Neste mesmo site está disponível o manual “Exportação Passo a Passo”, além de um calendário de feiras e even-tos e indicadores econômicos. Os pro-dutores brasileiros que tenham inte-resse em exportar podem fazer um cadastro gratuito no sistema e a partir daí a empresa indicada passa a integrar o “Registro de Empresas”, que fica acessível para consulta de potenciais parceiros, no exterior. Já os importado-res estrangeiros podem entrar no mes-mo sistema e buscar empresas brasilei-ras que tenham para oferecer o produto que procuram comprar.

Através da Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) é possível fazer pesquisas sobre as demandas de im-portação de produtos brasileiros. O NCM para ovos é: “ovos de aves com casca, frescos, conservados ou cozidos” (código 040700); “ovos de aves sem

casca, gemas de ovos, frescos, secos, cozidos em água ou vapor, moldados, congelados ou conservados de outro modo, mesmo adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes” (código 0408) e “gemas de ovos” (código 04081).

Fazendo uma pesquisa rápida no sistema, após um cadastro prévio, a equipe da Revista do AviSite localizou

Setor de postura vem dando passos importantes nos

últimos anos com a formação da Ovos

Brasil

Produção Animal | Avicultura 33

uma empresa sediada na Flórida, Esta-dos Unidos, que busca comprar 100 to-neladas de produtos compreendidos nas nomenclaturas citadas. É possível visualizar diversos dados referentes a esta empresa, como nome para conta-to, e-mail, telefone, endereço, idioma e outros. Além disso, a navegação no site é fácil. Há ainda um documento com “Perguntas Freqüentes” que pode ser baixado em PDF. Nele, há informa-ções sobre impostos, registros e certifi-cados no Ministério da Agricultura, barreiras às exportações e outras. As demandas das empresas estrangeiras

são cadastradas pelos Setores de Pro-moção Comercial (Secom), do Ministé-rio das Relações Exteriores. Os Secom’s são escritórios sediados nos consula-dos brasileiros de 59 países, que podem auxiliar o empresário e também forne-

cem informações para o Ministério da Agricultura brasileiro.

O mercado de compra de alimen-tos da Organização das Nações Unidas (ONU) também pode ser uma opção para os exportadores de ovos brasilei-ros. O órgão compra todos os anos cer-ca de 8 bilhões de dólares em bens (aí inclusos alimentos e produtos agrope-cuários) e serviços, por licitação. Atra-vés do site da United Nations Global Market Place (http://www.ungm.org) é possível cadastrar empresas que te-nham interesse em participar das lici-tações da ONU.

Além disso, o Ministério das Rela-ções Exteriores possui o Programa de Promoção das Exportações para o Sis-tema das Nações Unidas (PPE-ONU) para divulgar as oportunidades exis-tentes nos negócios com a ONU.

Por sua vez, o representante do BNDES no evento apresentou aos participantes o Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br/). O novo pro-duto visa financiar os investimentos das micro, pequenas e médias em-presas. Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal são os bancos emissores do cartão. O limi-te de crédito é de até R$ 500 mil, em função da movimentação financeira da empresa, com prazo de parcela-mento de 3 a 48 meses, com taxa de juros de 1% ao mês. O cartão pode ser utilizado exclusivamente para a compra dos produtos cadastrados e expostos no portal. Entre as máqui-nas e equipamentos que interessam ao setor de postura e podem ser ad-quiridas com o cartão, estão, por exemplo, embaladoras e classifica-doras de ovos.

Em suma: O setor de postura vem dando passos importantes nos últimos anos com a formação da Ovos Brasil, que já possui uma pági-na na internet para divulgar infor-mações sobre o consumo do alimen-to. Não seria o caso de o setor ganhar agora um web site para difundir in-formações sobre as exportações?

Produtores brasileiros que têm interesse em exportar podem fazer um cadastro gratuito no sistema Brazil Trade Net e a partir daí a

empresa indicada passa a integrar o “Registro de Empresas”

Alavancando as exportações de ovos

Brazil Trade Net (www.braziltradenet.com.br): Portal para ligação do ex-portador com o comprador

ONU compra todos os anos cerca de 8 bilhões de dólares em bens (aí inclusos produ-tos agropecuários) e servi-ços, por licitação

Com o novo produto do BNDES é possível comprar produtos de empresas ca-dastradas no portal www.cartaobndes.gov.br/

21º Congresso Brasileiro de Avicultura e 27ª Conferência FACTAUnião de dois eventos resulta em extensa programação política e técnica

Neste ano, o 21º Congresso Brasileiro de Avicultura foi realizado simulta-

neamente à 27ª Conferência FACTA (25 a 28 de maio de 2009, Porto Alegre, RS). A união de dois grandes eventos envol-veu em sua organização as três princi-pais entidades que representam a avicul-tura brasileira nacionalmente: União Brasileira de Avicultura (UBA), Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA) e Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (ABEF). O novo formato do evento também permitiu

a realização de uma feira com a participação de diversas empresas do setor avícola.

A programação do Congresso foi extensa e reuniu temas políticos e técnicos, além de eventos paralelos, como a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Suí-nos do Ministério da Agricultura. A já tradicional homenagem feita pela FACTA a um profissional escolhido e o prêmio Lamas também tiveram lugar na programação.

Prêmio FACTA “Profissional do Ano”

Horácio Santiago Rostagno foi o ganhador da quarta versão do

Prêmio FACTA “Profissional do Ano” de 2009. A homenagem foi anunciada na abertura do evento, ainda no pri-meiro dia da programação.

O agraciado possui graduação em Agronomia pela Universidad Catolica de Santa Fe, Argentina (1966), e mes-trado e doutorado em Animal Science

pela Purdue University, Estados Unidos (1970). Atualmente, Rostagno é Pro-fessor Titular da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.

O objetivo da premiação, confor-me a entidade, é valorizar e difundir o nome e o trabalho daqueles que, ao desenvolverem suas responsabilidades profissionais, não só as engrandecem, como também contribuem para o desenvolvimento do País, especial-mente da avicultura.

Prêmio Lamas 2009A FACTA anunciou na noite do pe-

núltimo dia do Congresso, durante a Festa de Confraternização, os vencedo-res do Prêmio de Pesquisa Avícola José Maria Lamas da Silva.

A seguir, os ganhadores do prêmio apresentado pelo Diretor da FACTA, Professor Dr. Edir Nepomuceno da Silva. Em tempo: Os leitores da Revista do AviSite podem conferir na próxima edição (nº28/agosto) um resumo dos trabalhos vencedores.

34 Produção Animal | Avicultura

Professor Rostagno (à esquerda) foi o homenageado pela FACTA neste ano

Avicultura reunida

Novo formato permitiu a realização de uma feira de exposições

Evento reuniu diversas personalidades do setor avícola na cerimônia de abertura

Nos dias 18 e 19 de junho, a As-sociação dos Avicultores do Es-

tado do Espírito Santo (AVES) pro-moveu a segunda edição do Simpósio da Avicultura Capixaba. O evento

gratuito teve como público alvo os avicultores e políticos locais, além de empresários, principalmente do Es-pírito Santo, ligados ao setor.

O objetivo principal foi debater assuntos de interesse do setor avíco-la regional para chamar a atenção

das autoridades políticas para al-guns entraves – como o abasteci-mento de grãos e o licenciamento ambiental.

Segundo o Presidente da asso-ciação, Antonio Venturini, o simpó-sio superou mais uma vez a expec-tativa de público. Com cerca de 300 pessoas presentes ao longo dos dois dias, o evento teve como tema principal “A avicultura capixaba no rumo certo”.

Representantes da União Brasileira de Avicul-tura (UBA) e da Ovos Brasil também estiveram presentes no evento e detalharam as ações pro-movidas pelas entidades nos âmbitos institucional, político e técnico.

AVES promove o segundo Simpósio de Avicultura Capixaba

Espírito Santo

Avimig colabora em projeto de treinamento específico

Minas Gerais

Venturini lembra mais uma vez que o abastecimento de grãos é um dos principais entraves enfrentados pelos produtores capixabas

Evento teve como tema principal “A avicultura

capixaba no rumo certo”

Aassociação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) está cola-

borando com os treinamentos especí-ficos do Instituto Mineiro de Agrope-cuária (IMA) que consiste em melhorar o sistema de atenção veterinária e a capacidade de resposta à uma emer-gência sanitária para assim elevar o status avícola de Minas Gerais.

O IMA possui 14 médicos veteri-nários que irão trabalhar com exclusi-vidade para a avicultura.

“Para que o objetivo seja alcança-do, a associação tem colaborado com o conhecimento sobre o setor e com algum recurso financeiro para educa-ção continuada”, afirma Marília

Martha Ferreira, Superintendente da Avimig.

Segundo ela, a expectativa é que o IMA forme uma equipe especial-mente preparada para atender às

exigências do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e também garantir a competitividade do setor avícola mineiro.

Criado pelo IMA, o Grupo de Atenção Veterinária Especial em Avicultura (Gavea), responsável pelos treinamentos, entrou em operação na cidade de Barbacena em abril deste ano e a expectativa é continuar atuando nas áreas de maior concen-tração avícola. O Gavea também é responsável pelo recadastramento de granjas avícolas, atendimento a sus-peitas de doenças de notificação obrigatória e cadastro de estabeleci-mentos que comercializam aves vivas.

Melhorar a capacidade de resposta a uma

emergência sanitária é um

dos objetivos do treinamento

Produção Animal | Avicultura 35

Associações

36 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

A metade daquele que chegou a ser prognosticado como o mais apocalíptico ano das últi-

mas oito décadas (isto é, desde 1929/30) já ficou para trás. Com efei-tos em geral menos perversos que os alardeados. Pois se anunciava, quase, o fim do mundo. E o mundo, embora ainda capenga, continua a girar, dan-do vivos sinais de recuperação.

Também na avicultura brasileira os resultados foram menos danosos do que se poderia supor logo após a eclosão da grande crise econômica mundial, no trimestre final de 2008. É verdade que os problemas de crédito e de falta de capital de giro persistem, dificultando o dia-a-dia das empresas avícolas. Mas esse não é um problema exclusivo do setor, afeta com maior ou menor intensidade toda a econo-mia brasileira. De alguma forma, po-rém, conseguiu-se no decorrer do se-mestre, via controle rigoroso da produção, impedir que os dois produ-tos básicos do setor, frango e ovos, continuassem a apresentar os eleva-

dos prejuízos enfrentados no encerra-mento de 2008. Ou será que alguém já esqueceu que eles fecharam o ano com, senão o menor, um dos menores preços reais do ano?

Isso, de certa forma, foi superado nos seis primeiros meses de 2009, pois um e outro produto encerra o período

com média de preços que, mesmo sen-do igual ou pouco superior à média do ano passado (afinal, um dos melhores exercícios para todos os segmentos da economia, não apenas para o setor avícola), proporciona novamente ga-nho (e possibilidade de recapitalização) a toda atividade.

Continua sendo pouco, sem dúvi-da. Mas é um pouco que ganha nova e maior dimensão se considerado que o ano foi iniciado com, por exemplo, o maior estoque interno de carne de frango de todos os tempos. Uma situa-ção que ainda poderia ser agravada pela queda das exportações que, feliz-mente, passaram a dar sinais de recu-peração no decorrer do período e po-dem encerrar o primeiro semestre com o mesmo volume embarcado há um ano – possibilidade impensável há me-nos de seis meses.

Um alerta, porém: o pior pode ter ficado para trás, mas continuamos em meio à tempestade. Que ainda pode ocasionar naufrágios aqui e ali. E um dos riscos enfrentados está na revela-ção de que o consumidor brasileiro en-cerrou o semestre com o maior nível de inadimplência da história. Ou seja: é fundamental continuar mantendo a produção – de frangos, mas também de ovos – sob absoluto controle, pois as dificuldades econômicas do consu-midor ainda não foram superadas.

O pior pode ter passado, mas continuamos (todos) em meio à tempestade

É fundamental continuar mantendo a produção – de frangos, mas também de ovos – sob absoluto controle, pois as dificuldades econômicas do consumidor ainda não foram superadas

Produção Animal | Avicultura 37

EVOLUÇÃO MENSALMILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Junho 3,358 4,037 20,22%

Julho 3,601 4,409 22,46%

Agosto 3,527 4,348 23,28%

Setembro 3,347 3,866 15,52%

Outubro 3,945 3,915 -0,77%

Novembro 3,858 3,965 2,76%

Dezembro 3,766 3,999 6,18%

Janeiro 4,265 3,560 -16,53%

Fevereiro 3,852 3,496 -9,23%

Março 3,944 3,482 -11,71%

Abril 3,953 3,488 -11,77%

Maio 4,012 3,679 -8,30%

EM 5 MESES 20,025 17,704 -11,59%

EM 12 MESES 45,427 46,243 1,80%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em maio passado, após três meses consecutivos de volumes inferiores a

3,5 milhões de cabeças, o alojamento brasileiro de matrizes de corte voltou a crescer. Conforme a UBA, foram aloja-das no mês 3,679 milhões de cabeças, correspondentes a um aumento de qua-se 5,5% sobre o mês anterior, abril de 2009. De toda forma, esse alojamento foi 8,30% menor que o do mesmo mês do ano passado, o que significa, tam-bém, que ainda não se retornou à realidade.

Considerados os cinco primeiros me-ses de 2009 o alojamento de matrizes de corte soma 17,704 milhões de cabeças, volume que corresponde a uma redução de 11,59% sobre o mesmo período do ano passado. Além disso, há nove meses o volume alojado mensalmente perma-nece inferior aos 4 milhões de cabeças e soma (nos mesmos nove meses decorri-dos entre setembro/08 e maio/09) cerca de 33,450 milhões de cabeças, pratica-mente o mesmo volume alojado nos nove meses decorridos entre junho de 2007 e fevereiro de 2008.

Projetado para os 12 meses de 2009, o volume atual sugere alojamento total de, aproximadamente 42,5 milhões de cabeças, 12,5% a menos que o registra-do no ano passado e praticamente o mesmo volume observado em 2007 (42,482 milhões de cabeças). Mas, fren-te ao alojamento mais recente (que não deve apresentar retrocesso e é, por isso, um bom indicador do que vem pela fren-te), esse número deve ser facilmente su-perado. Assim, supondo-se que o núme-ro de maio passado se mantenha no restante do ano, 2009 será fechado com cerca de 43,5 milhões de matrizes de corte, o que significa redução de quase 10,5% sobre 2008.

Por ora, esse indicador permanece positivo. Pois o volume acumulado nos 12 meses encerrados em maio de 2009 somou 46,243 milhões de matrizes de corte e permanece 1,8% acima do que foi alojado nos 12 meses anteriores.

Alojamento de matrizes de corteMesmo com ligeira expansão no mês, volume alojado desde eclosão da crise

econômica permanece negativo

38 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteVolume real alcançado em maio foi inferior ao do mês anterior

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Junho 418,857 437,041 4,34%

Julho 434,635 476,081 9,54%

Agosto 444,830 484,328 8,88%

Setembro 424,434 485,261 14,33%

Outubro 463,378 496,165 7,08%

Novembro 431,508 431,662 0,04%

Dezembro 451,775 443,854 -1,75%

Janeiro 460,687 417,755 -9,32%

Fevereiro 427,892 406,918 -4,90%

Março 441,119 425,628 -3,51%

Abril 429,048 455,711 6,21%

Maio 455,492 461,811 1,39%

EM 5 MESES 2.214,238 2.167,822 -2,10%

EM 12 MESES 5.283,656 5.422,215 2,62%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Dados da APINCO mostram que em maio de 2009 a produção brasilei-

ra de pintos de corte correspondeu ao maior volume dos últimos sete meses, subindo para 461,8 milhões de cabe-ças, Apesar, porém, do incremento, o volume registrado teve variação de ape-nas 1,3% - tanto sobre o mesmo mês do ano passado, maio de 2008, como sobre o mês anterior, abril de 2009, ocasiões em que o volume alcançado foi praticamente o mesmo.

O mais importante, entretanto – considerando-se que continua prevale-cendo no setor a recomendação de que não se abra mão, ainda, do controle exercido sobre a produção – é que os números de maio foram inferiores, em valores reais, aos do mês anterior. Ou, considerando-se que maio teve um dia a mais, o volume diário do período foi cerca de 2% menor que o do mês ante-rior, o que, com certeza, ajuda a expli-car melhor a firmeza do mercado do frango no decorrer de junho.

Sob esse aspecto, aliás, o setor foi favorecido também em relação ao alo-jamento interno, que em termos reais decresceu mais de 2% no mês graças a um aumento significativo nas exporta-ções do produto.

Decorridos os cinco primeiros meses de 2009, a produção brasileira de pin-tos de corte soma quase 2,168 bilhões de cabeças, volume que, em relação ao mesmo período do ano passado, cor-responde a uma redução de 2,10%. No fechamento do semestre, essa variação negativa tende a ficar próxima de zero. Não tanto porque se preveja grande au-mento da produção em junho/09 e, sim, porque o volume produzido em ju-nho do ano passado foi, em valores re-ais, um dos menores do primeiro se-mestre de 2008.

De toda forma, o acumulado nos últimos 12 meses ainda permanece po-sitivo. Entre junho de 2008 e maio de 2009 o Brasil produziu pouco mais de 5,422 bilhões de pintos de corte.

Produção Animal | Avicultura 39

Produção de carne de frangoVolume produzido em maio volta a aumentar e alcança as 900 mil toneladas

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Junho 851,567 861,759 1,20%

Julho 872,616 897,014 2,80%

Agosto 871,782 923,774 5,96%

Setembro 866,903 926,548 6,88%

Outubro 891,434 990,463 11,11%

Novembro 887,928 998,586 12,46%

Dezembro 945,515 975,672 3,19%

Janeiro 914,036 889,681 -2,66%

Fevereiro 866,302 780,499 -9,90%

Março 926,478 862,047 -6,95%

Abril 879,984 830,420 -5,63%

Maio 872,144 901,884 3,41%

EM 5 MESES 4.458,944 4.264,531 -4,36%

EM 12 MESES 10.646,689 10.838,347 1,80%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Pelas estimativas da APINCO, em maio passado foram produzidas no Brasil

901.884 toneladas de carne de frango. Apresentando evolução de 3,41 % e de 8,61% sobre, respectivamente, maio de 2008 e abril de 2009, esse é, por ora, o maior volume registrado em 2009. Entre-tanto, vale registrar que:

1) Em forte crise no primeiro semes-tre de 2008, o setor registrou, em maio/08, a menor produção do ano que passou. Daí, sem dúvida, a variação posi-tiva observada agora, em 2009;

2) Em valores reais o incremento de maio foi ligeiramente menor, de 5,1%.

Isso, é verdade, não desmente o fato de estar havendo significativo aumento da produção. Mesmo assim não deixa de ser notório que o volume produzido nos cinco primeiros meses de 2009 permane-ce 4,36% abaixo daquele registrado nos mesmos cinco meses de 2008, época em que os produtores também eram contin-genciados a realizar corte na produção.

Sob esse aspecto, aliás, o melhor mesmo é comparar a produção atual com a acumulada entre janeiro e maio de 2007, um período pré-crises (mais tarde ocorreriam duas crises). Neste caso, cons-tata-se que o volume atual é 3,57% su-perior, o que configura evolução anual de pouco mais de 1,5%.

Projetado para a totalidade do ano o volume produzido em cinco meses, tem-se uma produção anual da ordem de 10,235 milhões de toneladas, 7% a me-nos que em 2008. E mesmo que o volu-me alcançado entre junho e dezembro se mantenha, na média, com as mesmas 902 mil toneladas de maio passado, o volume deste ano será inferior ao de 2008. Mas o grande risco é manter-se o índice de variação registrado entre abril e maio, caso em que em pouquíssimo tem-po se ultrapassará o temido milhão de toneladas.

Espera-se que, pelo menos enquanto não estiverem definidas as tendências de mercado, a avicultura não cometa esse erro.

40 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoRetrocesso em maio torna novamente negativos os embarques do ano

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Junho 259,319 330,125 27,30%

Julho 284,002 339,360 19,49%

Agosto 304,735 322,698 5,89%

Setembro 242,126 323,949 33,79%

Outubro 313,372 315,632 0,72%

Novembro 298,903 235,061 -21,36%

Dezembro 299,929 266,598 -11,11%

Janeiro 274,897 274,781 -0,04%

Fevereiro 292,538 263,222 -10,02%

Março 313,233 306,539 -2,14%

Abril 270,022 329,922 22,18%

Maio 361,415 303,767 -15,95%

EM 5 MESES 1.512,105 1.478,231 -2,24%

EM 12 MESES 3.514,491 3.611,654 2,76%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

D ados da ABEF indicam que em maio passado as exportações brasileiras

de carne de frango somaram 303.767 toneladas, recuando 15,95% e 7,93% em relação, respectivamente, a maio de 2008 e a abril de 2009.

Isso significa que os resultados ex-cepcionais de abril/09 podem ter sido apenas uma “bolha”. Mesmo assim, o volume alcançado em maio promete re-sultados vindouros melhores que os aventados no ápice da crise de 2008, quando as estimativas eram de 250 mil toneladas mensais. E a tendência, agora, é de exportações em torno das 300 mil toneladas, como ocorreu em março (306,539 mil/t) e em maio (303,767 mil/t).

Em função do último resultado, o vo-lume acumulado no ano – 1,478 milhão de toneladas entre janeiro e maio de 2009 – voltou a ficar negativo em 2,24% comparativamente aos cinco primeiros meses de 2008. No mês anterior, abril, essa situação havia sido revertida, regis-trando-se expansão de 2,07% sobre o mesmo quadrimestre do ano anterior.

Adotados, como parâmetro, os resul-tados acumulados em cinco meses, pro-jeta-se para a totalidade de 2009 embar-ques da ordem de 3,550 milhões de toneladas de carne de frango, volume 2,6% inferior. Porém, se nos 149 dias úteis restantes do ano, entre junho e de-zembro, for exportado o mesmo volume alcançado nos 102 dias úteis decorridos entre janeiro e maio, o volume anual pra-ticamente se igualará ao alcançado em 2008.

Como é pouco provável que os em-barques vindouros retrocedam aos níveis de janeiro e fevereiro de 2009, é pratica-mente certo que o volume global de 2009 supere o do ano passado. Assim, os valores acumulados em 12 meses devem, em breve, apresentar reversão. No mo-mento, o acumulado em 12 meses soma 3,612 milhões de toneladas e apresenta evolução de 2,76% sobre o mesmo perí-odo anterior.

Produção Animal | Avicultura 41

Disponibilidade interna de carne de frangoOferta permanece aquém das 600 mil toneladas

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Junho 592,248 531,634 -10,23%

Julho 588,614 557,654 -5,26%

Agosto 567,047 601,076 6,00%

Setembro 624,757 602,599 -3,55%

Outubro 578,062 674,830 16,74%

Novembro 589,025 763,525 29,63%

Dezembro 645,586 709,074 9,83%

Janeiro 639,139 614,900 -3,79%

Fevereiro 573,764 517,277 -9,84%

Março 613,245 555,508 -9,41%

Abril 609,962 500,498 -17,95%

Maio 510,729 598,117 17,11%

Em 5 meses 2.946,839 2.786,300 -5,45%

Em 12 Meses 7.132,178 7.226,692 1,33%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

E mbora tenha apresentado um ines-perado e preocupante aumento no

mês – em valores nominais, quase 100 mil toneladas a mais, adicional corres-pondente a, praticamente, 20% do vo-lume observado no mês anterior – a dis-ponibilidade interna de carne de frango de maio de 2009 permaneceu abaixo das 600 mil toneladas pelo quarto mês consecutivo, mantendo-se dentro dos padrões preconizados pelas lideranças do setor.

Assim, deduzido da produção do mês (APINCO) o volume exportado apontado pela ABEF, permaneceram no mercado interno 598.117 toneladas de carne de frango, quantidade que além de ser um quinto maior que a de abril/09, também ficou 17% acima do disponibi-lizado internamente em maio de 2008.

Aqui, dois fatos principais explicam os elevados índices de expansão – men-sal e anual:

1º) A baixa base de 2008: no ano passado, justamente em maio, regis-trou-se a menor disponibilidade interna do ano. Assim, por exemplo, se tomada como base a média do primeiro semes-tre de 2008 (perto de 580 mil toneladas mensais), aquele incremento de 17% cai para pouco mais de 3%;

2º) Uma também inesperada queda das exportações no mês – recuo de qua-se 8% em relação a abril, o que injetou no mercado interno um volume extra de 26 mil toneladas de carne de frango.

Apesar, no entanto, dos altos índi-ces de incremento registrados, a dispo-nibilidade interna do ano permanece negativa. Soma 2,786 milhões de tone-ladas e, portanto, se encontra 5,45% abaixo do ofertado no mesmo período de 2008. Ou, trata-se do menor volume disponibilizado nesse período nos últi-mos quatro anos.

Em suma: há bons motivos para que o mercado interno do frango se mostre firme. Mas essa firmeza pode se romper se o setor extrapolar e voltar a produzir altos volumes.

42 Produção Animal | Avicultura

Alojamento de matrizes de posturaSegmento tem variação mínima em relação a maio de 2008

EVOLUÇÃO MENSAL(ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊSMATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

2007/2008 2008/20092007/2008 2008/2009 VAR. %

Junho 95,915 104,611 9,07% 63,49% 68,73%

Julho 53,253 58,108 9,12% 64,66% 69,68%

Agosto 63,392 45,253 -28,61% 85,02% 31,33%

Setembro 67,212 32,233 -52,04% 43,68% 61,20%

Outubro 24,339 78,722 223,44% 55,63% 69,35%

Novembro 40,126 47,700 18,88% 91,92% 66,04%

Dezembro 50,503 44,380 -12,12% 80,03% 71,16%

Janeiro 92,858 16,736 -81,98% 56,45% 87,23%

Fevereiro 98,130 29,311 -70,13% 85,95% 81,24%

Março 47,021 17,549 -62,68% 62,69% 59,22%

Abril 42,813 83,830 95,81% 69,68% 67,14%

Maio 83,167 82,784 -0,46% 81,46% 75,57%

EM 5 MESES 364,024 230,210 -36,76% 72,48% 72,82%

EM 12 MESES 758,764 641,217 -15,49% 70,28% 67,31%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Após registrar variações bastante sig-nificativas (para cima e para baixo)

nos quatro primeiros meses de 2009, o volume de matrizes de postura alojadas no País apresentou variações mínimas em maio passado. Conforme a UBA, o alojamento do mês somou 82.784 matri-zes de linhagens produtoras de ovos brancos e vermelhos (75,57% de ovos brancos), volume que representou varia-ção de 0,46% sobre o mesmo mês do ano passado, maio de 2008, e de 1,25% sobre o mês anterior, abril de 2009.

Mesmo assim não escapa que o alo-jamento deste ano se encontra reduzido a menos de dois terços do que foi aloja-do nos cinco primeiros meses de 2008. Ou seja: o volume acumulado nesse perí-odo recuou de 364.024 cabeças para 230.210 cabeças, o que corresponde a uma redução de 36,76% ou 133.814 matrizes a menos. Assim, a média men-sal de cerca de 72,8 mil cabeças observa-da entre janeiro e maio do ano passado se encontra, neste ano, em pouco mais de 46 mil cabeças, projetando para a to-talidade de 2009 alojamento da ordem de 550 mil matrizes de postura, quase 30% a menos que o alojado no decorrer do ano passado.

Por ora, no entanto, o volume acumu-lado em 12 meses apresenta redução equi-valente a cerca da metade desse índice, já que o total alojado entre junho de 2008 e maio de 2009, somando 641.217 matrizes de postura, apresenta redução de 15,49% em relação às 758.764 matrizes acumula-das nos 12 meses imediatamente anteriores.

Registre-se ainda que o total alojado nos últimos dozes meses, embora em recu-peração, mantém o setor com um dos me-nores plantéis de matrizes dos anos 2000.

Estatísticas e Preços

Volume alojado no mês somou 82.784 matrizes, variação de 0,46% sobre maio passado

Produção Animal | Avicultura 43

Alojamento de pintainhas de posturaPlanejamento continua dando o tom dos números de produção

EVOLUÇÃO MENSAL(ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊSPINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

2007/08 2008/092007/2008 2008/2009 VAR.%

Junho 5,142 4,955 -3,63% 74,39% 72,25%

Julho 5,078 5,237 3,14% 74,30% 72,35%

Agosto 5,091 4,895 -3,85% 74,48% 73,25%

Setembro 5,074 5,135 1,22% 72,28% 74,34%

Outubro 5,166 5,015 -2,92% 73,26% 72,88%

Novembro 5,105 4,811 -5,77% 73,80% 73,22%

Dezembro 5,017 5,083 1,31% 75,79% 74,79%

Janeiro 4,897 4,990 1,90% 75,11% 74,87%

Fevereiro 5,048 4,790 -5,11% 73,17% 75,92%

Março 5,122 5,161 0,76% 72,51% 75,27%

Abril 5,127 4,951 -3,43% 71,79% 75,30%

Maio 4,788 4,797 0,18% 74,17% 72,92%

Em 5 meses 24,981 24,688 -1,17% 73,26% 74,87%

Em 12 meses 60,653 59,819 -1,38% 73,72% 73,95%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Ou seja: não há nada

de novo a acrescentar sobre o aloja-mento de pintainhas comerciais de postura, que segue como de hábito: com diferenças mínimas em relação ao mês anterior, ao ano anterior ou ao que foi registrado há dois anos. Em maio, por exemplo, foram alojadas no Brasil, conforme a UBA, 4,797 milhões de pintainhas de postura, cerca de 73% delas de linhagens produtoras de ovos

brancos. Esse volume correspondeu a um incremento de 0,18% sobre o que foi alojado em maio do ano passado e a uma redução de 3,11% em relação ao mês anterior, abril de 2009.

Nesse andar – pouco mais, pouco menos de 5 milhões de cabeças men-sais – o acumulado em cinco meses fi-cou próximo dos 25 milhões de pintai-nhas. Mais exatamente, em 24,688 milhões de cabeças, 1,17% a menos que o alojado nos mesmos cinco meses do ano passado. Ou, para quem não se importa em ir mais longe, apenas 0,6% a mais que o alojado entre janeiro e maio de 2007, isto é, dois anos atrás.

Isso considerado, não há mérito ne-nhum em projetar o alojamento total de 2009 entre 59-60 milhões de cabe-ças, mesmo porque nos últimos 22 me-ses o volume acumulado em períodos de 12 meses tem-se mantido nesse es-paço – mais exatamente, entre um mí-nimo de 59,7 milhões de cabeças e um máximo de 60,8 milhões de cabeças. Dessa forma, o acumulado dos últimos 12 meses (junho de 2008 a maio de 2009) soma 59,819 milhões de pintai-nhas de postura, volume que corres-ponde a um decréscimo de 1,38% so-bre o acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores.

Acumulado em cinco meses ficou próximo dos 25 milhões de pintainhas

44 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/Kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JUN/2008 1,78 27,14% 10,55%

JUL/2008 1,89 12,50% 6,18%

AGO/2008 1,94 5,43% 2,64%

SET/2008 1,85 10,12% -4,64%

OUT/2008 1,63 1,87% -11,89%

NOV/2008 1,74 12,25% 6,75%

DEZ/2008 1,62 -1,82% -6,90%

JAN/2009 1,68 10,52% 3,70%

FEV/2009 1,80 30,43% 7,14%

MAR/2009 1,68 35,48% -6,66%

ABR/2009 1,60 20,30% -4,76%

MAI/2009 1,61 0,00% 0,63%

JUN/2009 1,88 5,62% 16,77%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2005 1,35 -8,72%

2001 0,97 6,47% 2006 1,16 -14,70%

2002 1,13 16,49% 2007 1,55 33,62%

2003 1,45 28,31% 2008 1,63 5,16%

2004 1,49 2,75% 2009* 1,71 4,76%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais* Até 30 de junho de 2009

Crise? Que crise? Essa será a reação de quem fizer desavisada avalia-

ção do comportamento dos preços do frango vivo nos seis primeiros meses de 2009 dentro do panorama apre-sentado por aquela que vem sendo considerada a pior crise da economia mundial em mais de meio século.

Porque o produto atravessou o se-mestre sem que, pelo menos em ter-mos de preço, fosse possível efetuar uma correlação mais direta de seu de-sempenho com a crise. Não que os preços tenham sido excepcionais. Mas o desempenho obtido foi bem melhor que o observado em situações simila-res. Por exemplo, na crise de 2006, quando as exportações foram afetadas por questões decorrentes da Influenza Aviária. Ou na crise do primeiro semes-tre de 2008, quando os preços do fran-go sofreram fortíssima desvalorização.

Para comprovar, basta observar que ao contrário do ocorrido em exer-cícios anteriores, em nenhum dos seis primeiros meses do ano o preço médio foi inferior ao do mesmo período de 2008. A pior situação foi experimenta-da em maio, quando a média do mês igualou-se à de maio de 2008.

A realidade é que ao alcançar no semestre preço médio de R$1,71/kg, o frango vivo comercializado no interior paulista registra, em relação ao preço médio do mesmo período do ano pas-sado, ganho de 15,69%, índice con-trastante com aqueles obtidos nos cin-co anos anteriores (quedas de 3% em 2004 e 2005 e de 23% em 2006; au-mentos de 1,4% em 2007 e 2008).

Os resultados atuais são reflexos da estrita adequação da produção ao mercado. Que, entretanto, conti-nua insuficiente frente à inflação. Pois considerados os índices de evo-lução acima, do final de 2003 para cá o produto apresenta variação de preços pouco superior a 20%, índice aquém da inflação acumulada no período, superior a 30%.

Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo no 1º semestre de 2009Bons resultados são reflexos da estrita adequação da produção ao mercado

FRANgO ViVO - PREÇOS hiStóRicOS E PREÇO EFEtiVO EM 2009

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/KG, granja, interior paulista)

R$ 1

,68

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

120

100

80

60

40

20

0

R$ 1,85

R$ 1,80

R$ 1,75

R$ 1,70

R$ 1,65

R$ 1,60

R$ 1,55

R$ 1

,80

91,7 96

,3

86,6

84,9 85,9 94

,6

97,6 10

5,8

108,

3

108,

7

108,

8

109,

0

R$ 1

,68

R$ 1

,60

R$ 1

,61

R$ 1

,88

Produção Animal | Avicultura 45

Influenciado não só pelos efeitos da crise econômica mundial sobre o con-

sumidor, mas também por um aumen-to de oferta decorrente da menor pro-dução de pintos de corte (fator que, no trimestre inicial do ano, afetou profun-damente o setor de postura comercial), o ovo encerrou o primeiro semestre de

2009 com um preço médio (R$42,89/caixa para o extra branco no atacado paulista) cerca de 5% menor que o re-gistrado nos seis primeiros meses de 2008 (R$44,96/caixa). Proporcional-mente à média registrada nos 12 meses de 2008 (R$43,62/caixa), a queda foi ligeiramente menor, de 1,67%.

Como, comparativamente a exercí-cios anteriores, a variação negativa foi relativamente pequena, não chegou a neutralizar os ganhos (excepcionais, sem dúvida) alcançados no mesmo se-mestre de 2007 e 2008, ocasiões em que o produto registrou valorização de 45% e 17%, respectivamente.

Entretanto, como em 2004 e 2006 o preço do ovo enfrentou perdas bas-tante significativas (queda de 14% no primeiro semestre de 2004; e de incrí-veis 28% no mesmo período de 2006), até mesmo os ganhos obtidos mais re-centemente acabaram “zerados”. O que quer dizer, em outras palavras, que o preço médio ora registrado, próximo, mas ainda inferior a R$43,00/caixa, se encontra apenas 57 centavos (ou 1,3%) acima daquele alcançado em idêntico período de 2003 (R$42,32/caixa). Por-tanto, perde de longe para a inflação acumulada de lá para cá (INPC/IBGE), superior a 30%.

OVO BRANcO EXtRA Evolução de preços no atacado paulista – R$/caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JUN/2008 45,82 5,19% 2,73%

JUL/2008 47,50 12,74% 3,67%

AGO/2008 45,98 6,09% -3,20%

SET/2008 43,25 12,57% -5,93%

OUT/2008 37,92 1,69% -12,32%

NOV/2008 39,36 5,78% 3,80%

DEZ/2008 39,69 -12,38% 0,84%

JAN/2009 37,40 -3,33% -5,76%

FEV/2009 43,54 -14,14% 16,41%

MAR/2009 46,94 -6,68% 7,80%

ABR/2009 45,46 14,71% -3,15%

MAI/2009 41,84 -6,19% -7,96%

JUN/2009 43,12 -5,89% 3,06%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2005 33,48 -2,87%

2001 24,07 4,11% 2006 27,48 -17,92%

2002 27,88 15,83% 2007 39,42 43,45%

2003 39,67 42,29% 2008 43,62 10,65%

2004 34,47 -13,11% 2009* 42,89 -1,67 %Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais* Até 30 de junho de 2009

Desempenho do ovo no 1º semestre de 2009Preço médio se encontra 1,3% acima daquele alcançado em idêntico

período de 2003

OVO EXtRA BRANcO - PREÇOS hiStóRicOS E PREÇO EFEtiVO EM 2009

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/caixa, no atacado paulista)

Variação negativa foi pequena quando comparada a exercícios anteriores e não chegou a neutralizar os ganhos alcançados no mesmo semestre de 2007 e 2008

jun

R$ 3

7,40

jan fev mar abr mai jul ago set out nov dez

120

100

80

60

40

20

0

R$ 44,00

R$ 42,00

R$ 40,00

R$ 38,00

R$ 36,00

R$ 34,00

R$ 32,00

R$ 4

6,94

R$ 4

3,54

87,6 10

8,1

112,

2

100,

8

102,

9

110,

8

108,

1

106,

7

97,1

97,1

101,

2 114,

0

R$ 4

5,46

R$ 4

1,84

R$ 4

5,12

Estatísticas e Preços

Média junho

R$ 22,25 MáximoR$ 24,00

Preço médio MilhoR$/saca de 60kg, interior de SP

junh

ojulho

agosto

setembro

outubro

novembro

dezembro

jane

irofevereiro

março

abril

maio

junh

o

2008 2009

MínimoR$ 20,50

29,0028,0027,0026,0025,0024,0023,0022,0021,0020,0019,00

Média junho

R$ 864,00Mínimo

R$ 815,00Máximo

R$ 900,00

Preço médio Farelo de sojaR$/tonelada FOB, interior de SP

950900850800750700650600

junh

oju

lho

agos

tose

tem

bro

outu

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Matérias-PrimasMilho segue retomada sustentável

O preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, foi de R$22,25 em junho de 2009, 1,09% maior que o

preço médio de maio deste ano, R$22,01/saca.A valorização é maior que os índices inflacionários da

economia brasileira, mas o ritmo de retomada ainda é lento, uma vez que na comparação com o valor da saca de um ano atrás a queda continua bastante significativa: redução de 18,77% em relação ao valor médio de junho de 2008, R$27,39/saca.

Valores de troca – Milho/Frango vivoConsiderado o valor médio da saca de milho, em junho o

produtor precisou de 197,2 kg de frango vivo (interior de SP) para comprar uma tonelada do grão. Este valor foi 13,43% menor que o de maio de 2009 – 227,8 kg/t.

A melhora da relação de troca deu-se devido à valoriza-ção do frango vivo, que fechou o mês com média de R$1,88/kg (na granja, interior de São Paulo), valorização de 16,77% em relação ao mês anterior.

Valores de troca – Milho/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, a relação

de troca entre o ovo (granja, interior paulista) e o milho em junho de 2009 foi de 10,26 caixas de ovos para uma tonela-da do grão. Em maio foram necessárias 10,56 caixas/t, o que significa 2,83% menos ovos para obter a mesma quantidade de milho.

O fator principal da recuperação na relação de troca foi a melhora da cotação do ovo em junho: o preço médio de R$36,12 por caixa representou 4,03% de valorização em relação ao valor de maio deste ano, que foi de R$34,72.

Farelo de soja sofre leve recuo

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em junho ao preço médio de R$864/tonelada, valor 1,37%

menor que o de maio/09 – R$876/t. Na comparação com junho de 2008 – R$761/t – a cotação de junho passado foi 13,53% superior, o que faz do farelo de soja uma das poucas commodi-ties que se valorizaram em 2009.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o valor médio do farelo de soja em junho, fo-

ram necessários 459,5 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em maio pas-sado essa relação foi de 544 kg/t de farelo, o volume de frango necessário para se obter a mesma quantidade do produto caiu 15,5%. Essa recuperação foi importante, já que nos últimos meses a alta do insumo e a queda no valor do frango vivo trou-xeram uma combinação que reduziu perigosamente o poder de compra da avicultura. Em relação aos valores de um ano atrás, há queda na capacidade de compra: -6,97%, posto que em junho de 2008 foram necessários 427,5 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada de farelo de soja.

Valores de troca – Farelo/OvoEm junho, considerados os preços médios de um e outro

produto, foram necessárias 23,9 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Este valor significa 5,19% menos ovos em comparação a maio de 2009, quando 25,23 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a junho de 2008, a queda no poder de compra é bastante acentuada (20,37%), já que naquele período uma to-nelada de farelo de soja custava, em média, 19 caixas de ovos.

46 Produção Animal | AviculturaFonte das informações: www.jox.com.br

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50 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

50 Produção Animal | Avicultura

O ano de 2005 foi de crescimento recorde no alojamento de comerciais de postura no Brasil com o alojamento de 75 mi-

lhões e 588 mil aves. Sem que houvesse qualquer contra partida para fomentar a demanda, o setor enfrentou, no ano seguinte, uma grave crise e so-freu prejuízos consideráveis, pois os custos de produção elevaram-se substancialmente pela alta nas cotações do milho e da soja, enquanto os pre-ços pagos ao produtor e no atacado foram reduzi-dos em função do conseqüente aumento da ofer-ta. Esse cenário ocasionou o fechamento de granjas e provocou uma ação inédita dos produ-tores que, por consenso e de acordo com os for-necedores de pintainhas, estabeleceram uma for-te redução na recomposição dos plantéis diminuindo a reposição do número de aves aloja-das e antecipando os descartes. A medida resul-tou na diminuição de 20,7% no plantel estimado de poedeiras e de 6% na produção estimada de ovos em 2008 comparado a 2006, conforme nú-meros divulgados pela UBA.

A maior diminuição da produção deu-se em São Paulo, que em 2006 chegou a participar com 51,45% do total produzido no país e em 2008 baixou essa participação para 38,54%. A adoção dessa prática teve como resultado a recuperação das margens e foi imprescindível para a manu-tenção da atividade.

A estratégia adotada com sucesso foi fruto de um engajamento e ação coletiva dos produtores. No decorrer de 2009 os números relativos ao aloja-mento de comerciais de postura têm se mantido iguais ou inferiores aos do ano passado. Outro fa-tor novo que contribuiu para minorar a disponibi-lidade interna foi o incremento substancial da ex-portação de ovos em casca cuja comercialização para o exterior apresenta boas possibilidades de consolidação e continuidade. A persistir essa polí-tica, a avicultura de postura preservará suas recei-tas e margens possibilitando sua sobrevivência com resultados positivos. Entretanto, para que não haja paralisação e retrocesso no desenvolvi-mento da atividade é preciso analisar o cenário global, suas tendências e a possibilidade de voltar a produzir volumes condizentes com aqueles atin-gidos no passado e com a importância do nosso país no cenário mundial. Assim, é necessário pon-derar o comportamento mundial do alojamento de comerciais de postura no período analisado

(2006/2008), que teve um crescimento de 34%, enquanto no Brasil houve uma redução de 8%. Além do nosso país, as maiores reduções se deram na União Européia e outros países da Europa. A legislação pertinente ao meio ambiente e ao bem-estar das aves faz prever um aumento de custos para os europeus e uma boa oportunidade para o comércio exterior do produto brasileiro. A retoma-da do desenvolvimento coadunando aumento do volume produzido e rentabilidade é o grande desa-fio que a avicultura de postura deverá enfrentar nos próximos anos. Em 1990 os números da FAO apontavam o Brasil como o 5º país no “ranking” mundial dos dez maiores produtores de ovos em casca; em 2007 passamos a ocupar o 7º lugar.

Para que se estabeleça um planejamento es-tratégico é necessária a adoção de medidas de ca-ráter institucional a partir da fixação de metas, prazos e estratégias que assegurem um cresci-mento ordenado.

A população brasileira projetada pelo IBGE para o ano de 2019 é de 206 milhões de habitan-tes, 8,4% maior que a atual. População que certa-mente priorizará a procura por alimentos saudá-veis. Já que o ovo é uma proteína animal de grande valor alimentício e de baixo custo para o consumidor, ele se torna o produto adequado para suprir as necessidades dos consumidores, ge-rando perspectivas extremamente favoráveis para o setor de postura.

Para que isso se concretize é mister a organiza-ção dos produtores e um completo envolvimento dos mesmos comungando os mesmos ideais e se empenhando numa empreitada comum para atin-gir o alvo de incremento estabelecido. Experiên-cias vividas anteriormente mostram que um fator importantíssimo para a consecução dessas propos-tas é a comunicação. A avicultura de postura se ressente de um diálogo com o governo, com o mercado e com o consumidor. Quanto a este últi-mo é indispensável que se estabeleça uma fonte de informações que o esclareça sobre o ovo. A utiliza-ção de uma mídia adequada que mostre como este alimento é produzido e como deve ser manipula-do e conservado, pode evitar a desinformação. As mensagens deverão modificar a imagem mostran-do a importância dos cuidados na produção tais como genética, nutrição, instalações e equipamen-tos, tendo como escopo enfatizar a valorização do produto ovo e daqueles que o produzem.

O desafio a ser enfrentado pela avicultura de postura

José Carlos Teixeira da Silva

é consultor da Associação Paulista de Avicultura

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Ponto Final