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II (Actos não legislativos) ORIENTAÇÕES ORIENTAÇÃO DO BANCO CENTRAL EUROPEU de 20 de Setembro de 2011 relativa aos instrumentos e procedimentos de política monetária do Eurosistema (reformulação) (BCE/2011/14) (2011/817/UE) O CONSELHO DO BANCO CENTRAL EUROPEU, Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, nomeadamente o primeiro travessão do artigo 127. o , n. o 2; Tendo em conta os Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu, nomeadamente os artigos 3. o -1, primeiro travessão, 12. o -1, 14. o -3, 18. o -2 e 20. o , primeiro parágrafo, Considerando o seguinte: (1) A Orientação BCE/2000/7, de 31 de Agosto de 2000, relativa aos instrumentos e procedimentos de política monetária do Eurossistema ( 1 ), foi já por várias vezes objecto de alterações substanciais ( 2 ). Sendo, agora, neces sárias alterações adicionais, deve a mesma, para maior clareza, ser reformulada. (2) A prossecução da política monetária única requer a de finição dos instrumentos e procedimentos a utilizar pelo Eurosistema para que a referida política possa ser objecto de aplicação uniforme em todos os Estados-Membros cuja moeda é o euro. (3) A obrigação de verificação apenas se deve aplicar às disposições que representem uma alteração de substância quando comparadas com as da Orientação BCE/2000/7, ADOPTOU A PRESENTE ORIENTAÇÃO: Artigo 1. o Princípios, instrumentos, procedimentos e critérios para a execução da política monetária única do Eurosistema A política monetária única deve ser executada de acordo com os princípios, instrumentos, procedimentos e critérios especificados nos anexos I e II da presente Orientação. Os bancos centrais nacionais (BCN) devem adoptar as medidas necessárias para a realização das operações de política monetária de acordo com os princípios, instrumentos, procedimentos e critérios especifi cados nos anexos I e II da presente Orientação. Artigo 2. o Verificação Os BCN devem enviar ao Banco Central Europeu (BCE), o mais tardar até ao dia 11 de Outubro de 2011, informação detalhada sobre os textos e meios que se proponham utilizar para dar cumprimento às disposições da presente orientação que repre sentem uma alteração de substância em relação à Orientação BCE/2000/7. Artigo 3. o Revogação 1. A Orientação BCE/2000/7 é revogada com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2012. 2. Todas as referências à orientação ora revogada devem entender-se como remissões para a presente orientação. Artigo 4. o Disposições finais 1. A presente orientação entra em vigor dois dias após a sua adopção. PT 14.12.2011 Jornal Oficial da União Europeia L 331/1 ( 1 ) JO L 310 de 11.12.2000, p. 1. ( 2 ) Ver o anexo III.

Orientação do Banco Central Europeu, de 20 de Setembro de ... · entender-se como remissões para a presente orientação. Artigo 4.o Disposições finais 1. A presente orientação

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  • II

    (Actos no legislativos)

    ORIENTAES

    ORIENTAO DO BANCO CENTRAL EUROPEU

    de 20 de Setembro de 2011

    relativa aos instrumentos e procedimentos de poltica monetria do Eurosistema

    (reformulao)

    (BCE/2011/14)

    (2011/817/UE)

    O CONSELHO DO BANCO CENTRAL EUROPEU,

    Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia, nomeadamente o primeiro travesso do artigo 127. o , n. o 2;

    Tendo em conta os Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu, nomeadamente os artigos 3. o -1, primeiro travesso, 12. o -1, 14. o -3, 18. o -2 e 20. o , primeiro pargrafo,

    Considerando o seguinte:

    (1) A Orientao BCE/2000/7, de 31 de Agosto de 2000, relativa aos instrumentos e procedimentos de poltica monetria do Eurossistema ( 1 ), foi j por vrias vezes objecto de alteraes substanciais ( 2 ). Sendo, agora, necessrias alteraes adicionais, deve a mesma, para maior clareza, ser reformulada.

    (2) A prossecuo da poltica monetria nica requer a definio dos instrumentos e procedimentos a utilizar pelo Eurosistema para que a referida poltica possa ser objecto de aplicao uniforme em todos os Estados-Membros cuja moeda o euro.

    (3) A obrigao de verificao apenas se deve aplicar s disposies que representem uma alterao de substncia quando comparadas com as da Orientao BCE/2000/7,

    ADOPTOU A PRESENTE ORIENTAO:

    Artigo 1. o

    Princpios, instrumentos, procedimentos e critrios para a execuo da poltica monetria nica do Eurosistema

    A poltica monetria nica deve ser executada de acordo com os princpios, instrumentos, procedimentos e critrios especificados nos anexos I e II da presente Orientao. Os bancos centrais nacionais (BCN) devem adoptar as medidas necessrias para a realizao das operaes de poltica monetria de acordo com os princpios, instrumentos, procedimentos e critrios especificados nos anexos I e II da presente Orientao.

    Artigo 2. o

    Verificao

    Os BCN devem enviar ao Banco Central Europeu (BCE), o mais tardar at ao dia 11 de Outubro de 2011, informao detalhada sobre os textos e meios que se proponham utilizar para dar cumprimento s disposies da presente orientao que representem uma alterao de substncia em relao Orientao BCE/2000/7.

    Artigo 3. o

    Revogao

    1. A Orientao BCE/2000/7 revogada com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2012.

    2. Todas as referncias orientao ora revogada devem entender-se como remisses para a presente orientao.

    Artigo 4. o

    Disposies finais

    1. A presente orientao entra em vigor dois dias aps a sua adopo.

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/1

    ( 1 ) JO L 310 de 11.12.2000, p. 1. ( 2 ) Ver o anexo III.

  • 2. A presente orientao aplicvel a partir de 1 de Janeiro de 2012.

    Artigo 5. o

    Destinatrios

    Os destinatrios da presente orientao so todos os bancos centrais do Eurosistema.

    Feito em Frankfurt am Main, em 20 de Setembro de 2011.

    Pelo Conselho do BCE O Presidente do BCE Jean-Claude TRICHET

    PT L 331/2 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

  • ANEXO I

    A EXECUO DA POLTICA MONETRIA NA REA DO EURO

    Documentao geral sobre os instrumentos e procedimentos de poltica monetria do Eurosistema

    NDICE

    INTRODUO

    CAPTULO 1 APRESENTAO GERAL DO ENQUADRAMENTO DA POLTICA MONETRIA

    1.1. O Sistema Europeu de Bancos Centrais

    1.2. Objectivos do Eurosistema

    1.3. Instrumentos de poltica monetria do Eurosistema

    1.3.1. Operaes de mercado aberto

    1.3.2. Facilidades permanentes

    1.3.3. Reservas mnimas

    1.4. Contrapartes

    1.5. Activos subjacentes

    1.6. Alteraes ao enquadramento da poltica monetria

    CAPTULO 2 CONTRAPARTES ELEGVEIS

    2.1. Critrios gerais de elegibilidade

    2.2. Seleco de contrapartes para leiles rpidos e operaes bilaterais

    2.3. Sanes pelo no cumprimento de obrigaes pelas contrapartes

    2.4. Eventuais medidas com base em fundamentos de natureza prudencial ou na sequncia de situaes de incumprimento

    2.4.1. Medidas com base em fundamentos de natureza prudencial

    2.4.2. Medidas na sequncia de situaes de incumprimento

    2.4.3. Aplicao proporcional e no discriminatria de medidas discricionrias

    CAPTULO 3 OPERAES DE MERCADO ABERTO

    3.1. Operaes reversveis

    3.1.1. Consideraes gerais

    3.1.2. Operaes principais de refinanciamento

    3.1.3. Operaes de refinanciamento de prazo alargado

    3.1.4. Operaes ocasionais de regularizao sob a forma de operaes reversveis

    3.1.5. Operaes estruturais sob a forma de operaes reversveis

    3.2. Transaces definitivas

    3.2.1. Tipo de operao

    3.2.2. Natureza jurdica

    3.2.3. Preo

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/3

  • 3.2.4. Outras caractersticas operacionais

    3.3. Emisso de certificados de dvida do BCE

    3.3.1. Tipo de operao

    3.3.2. Natureza jurdica

    3.3.3. Juros

    3.3.4. Outras caractersticas operacionais

    3.4. Swaps cambiais

    3.4.1. Tipo de operao

    3.4.2. Natureza jurdica

    3.4.3. Condies relativas moeda e taxa de cmbio

    3.4.4. Outras caractersticas operacionais

    3.5. Constituio de depsitos a prazo fixo

    3.5.1. Tipo de operao

    3.5.2. Natureza jurdica

    3.5.3. Juros

    3.5.4. Outras caractersticas operacionais

    CAPTULO 4 FACILIDADES PERMANENTES

    4.1. Facilidade permanente de cedncia de liquidez

    4.1.1. Tipo de instrumento

    4.1.2. Natureza jurdica

    4.1.3. Condies de acesso

    4.1.4. Prazo e juros

    4.1.5. Suspenso da facilidade

    4.1. Facilidade permanente de depsito

    4.2.1. Tipo de instrumento

    4.2.2. Natureza jurdica

    4.2.3. Condies de acesso

    4.2.4. Prazo e juros

    4.2.5. Suspenso da facilidade

    CAPTULO 5 PROCEDIMENTOS

    5.1. Procedimentos de leilo

    5.1.1. Consideraes gerais

    5.1.2. Calendrio dos leiles

    5.1.3. Anncio dos leiles

    PT L 331/4 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

  • 5.1.4. Preparao e apresentao das propostas pelas contrapartes

    5.1.5. Procedimentos de colocao em leilo

    5.1.6. Anncio dos resultados do leilo

    5.2. Procedimentos bilaterais

    5.2.1. Consideraes gerais

    5.2.2. Contacto directo com as contrapartes

    5.2.3. Operaes executadas atravs de bolsas de valores e de agentes de mercado

    5.2.4. Anncio das operaes efectuadas atravs de procedimentos bilaterais

    5.2.5. Dias de funcionamento

    5.3. Procedimentos de liquidao

    5.3.1. Consideraes gerais

    5.3.2. Liquidao de operaes de mercado aberto

    5.3.3. Procedimentos de fim de dia

    CAPTULO 6 ACTIVOS ELEGVEIS

    6.1. Consideraes gerais

    6.2. Especificaes de elegibilidade para os activos de garantia

    6.2.1. Critrios de elegibilidade para os activos transaccionveis

    6.2.2. Critrios de elegibilidade para os activos no transaccionveis

    6.2.3. Requisitos adicionais para a utilizao de activos elegveis

    6.3. Quadro de avaliao de crdito do Eurosistema

    6.3.1. mbito e elementos

    6.3.2. Estabelecimento de elevados padres de crdito para os activos transaccionveis

    6.3.3. Estabelecimento de elevados padres de crdito para os activos no transaccionveis

    6.3.4. Critrios de aceitao para sistemas de avaliao de crdito

    6.3.5. Acompanhamento do desempenho dos sistemas de avaliao de crdito

    6.4. Medidas de controlo de risco

    6.4.1. Princpios gerais

    6.4.2. Medidas de controlo de risco para activos transaccionveis

    6.4.3. Medidas de controlo de risco para activos no transaccionveis

    6.5. Princpios de valorizao dos activos subjacentes a operaes de poltica monetria

    6.5.1. Activos transaccionveis

    6.5.2. Activos no transaccionveis

    6.6. Utilizao transfronteiras de activos elegveis

    6.6.1. Modelo de banco central correspondente

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/5

  • 6.6.2. Ligaes entre sistemas de liquidao de ttulos

    6.7. Aceitao de activos de garantia denominados em moedas que no o euro, em situaes de contingncia

    CAPTULO 7 RESERVAS MNIMAS

    7.1. Consideraes gerais

    7.2. Instituies sujeitas a reservas mnimas

    7.3. Clculo das reservas mnimas

    7.3.1. Base de incidncia e rcios de reserva

    7.3.2. Clculo das reservas mnimas

    7.4. Manuteno de reservas

    7.4.1. Perodo de manuteno de reservas

    7.4.2. Reservas

    7.4.3. Remunerao das reservas

    7.5. Comunicao, aceitao e verificao da base de incidncia

    7.6. No cumprimento das obrigaes relativas a reservas mnimas

    APNDICE 1 Exemplos de operaes e procedimentos de poltica monetria

    APNDICE 2 Glossrio

    APNDICE 3 Seleco de contrapartes para operaes de interveno cambial e swaps cambiais para efeitos de poltica monetria

    APNDICE 4 Quadro de reporte das estatsticas monetrias e bancrias do Banco Central Europeu

    APNDICE 5 Stios do Eurosistema na Internet

    APNDICE 6 Procedimentos e sanes a aplicar em caso de incumprimento de obrigaes pelas contrapartes

    APNDICE 7 Criao de garantia vlida para direitos de crdito resultantes de emprstimos bancrios

    PT L 331/6 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

  • Abreviaturas

    BCE Banco Central Europeu

    BCN banco central nacional

    CDT central de depsito de ttulos

    CDTI central de depsito de ttulos internacional

    CE Comunidade Europeia

    CEE Comunidade Econmica Europeia

    CET Hora da Europa Central

    ECAF quadro de avaliao de crdito do Eurosistema

    EEE Espao Econmico Europeu

    ESP entidade do sector pblico

    FMM fundo do mercado monetrio

    IEAC instituio externa de avaliao de crdito

    IFM instituio financeira monetria

    IRB sistema baseado em notaes de crdito internas

    ISIN Nmero de Identificao Internacional dos ttulos

    MBCC modelo de banco central correspondente

    OICMV organismos de investimento colectivo em valores mobilirios

    PD probabilidade de incumprimento

    SEBC Sistema Europeu de Bancos Centrais

    SEC 95 Sistema Europeu de Contas 1995

    SIAC sistema interno de avaliao de crdito

    SLT sistema de liquidao de ttulos

    TARGET Sistema de Transferncias Automticas Transeuropeias de Liquidaes pelos Valores Brutos em Tempo Real, como definido na Orientao BCE/2005/16

    TARGET2 Sistema de Transferncias Automticas Transeuropeias de Liquidaes pelos Valores Brutos em Tempo Real, como definido na Orientao BCE/2007/2

    UE Unio Europeia

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/7

  • Introduo

    O presente documento apresenta o quadro operacional escolhido pelo Eurosistema para a poltica monetria nica na rea do euro. O documento, que faz parte do enquadramento jurdico dos instrumentos e procedimentos de poltica monetria do Eurosistema, destina-se a servir de Documentao Geral sobre os instrumentos e procedimentos de poltica monetria do Eurosistema, tendo como principal objectivo fornecer s contrapartes a informao necessria relativa ao enquadramento da poltica monetria do Eurosistema.

    A Documentao Geral, por si s, no confere quaisquer direitos nem impe obrigaes s contrapartes. O relacionamento jurdico entre o Eurosistema e as suas contrapartes encontra-se estabelecido em disposies contratuais ou regulamentares adequadas.

    O presente documento est dividido em sete captulos. O captulo 1 apresenta uma viso geral do quadro operacional da poltica monetria do Eurosistema. No captulo 2 so especificados os critrios de elegibilidade das contrapartes que participem em operaes de poltica monetria do Eurosistema. O captulo 3 descreve as operaes de mercado aberto, enquanto o captulo 4 apresenta as facilidades permanentes disposio das contrapartes. O captulo 5 especifica os procedimentos aplicados na execuo de operaes de poltica monetria. No captulo 6 so definidos os critrios de elegibilidade dos activos subjacentes s operaes de poltica monetria. O captulo 7 apresenta o regime de reservas mnimas do Eurosistema.

    Os apndices incluem exemplos de operaes de poltica monetria, um glossrio, critrios de seleco de contrapartes para operaes de interveno cambial do Eurosistema, uma apresentao do quadro de reporte das estatsticas monetrias e bancrias do Banco Central Europeu, uma lista dos stios do Eurosistema na Internet, uma descrio dos procedimentos e sanes a aplicar em caso de incumprimento de obrigaes pelas contrapartes e os requisitos legais adicionais para a criao de uma garantia vlida relativa aos direitos de crdito resultantes de emprstimos bancrios, aplicveis quando estes so utilizados como activos de garantia em operaes efectuadas com o Eurosistema.

    PT L 331/8 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

  • CAPTULO 1

    APRESENTAO GERAL DO ENQUADRAMENTO DA POLTICA MONETRIA

    1.1. O Sistema Europeu de Bancos Centrais

    O Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) constitudo pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelos bancos centrais nacionais (BCN) dos Estados-Membros da Unio Europeia (UE) ( 1 ). As actividades do SEBC so exercidas em conformidade com as disposies do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia (Tratado) e dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu (a seguir Estatutos do SEBC). O SEBC dirigido pelos rgos de deciso do BCE. Neste contexto, o Conselho do BCE define a poltica monetria, enquanto a Comisso Executiva tem poderes para executar a poltica monetria de acordo com as decises tomadas e as orientaes estabelecidas pelo Conselho do BCE. Com vista a assegurar a eficincia operacional o BCE recorre, na medida do que for possvel e apropriado, aos BCN ( 2 ) para que estes realizem as operaes integradas nas atribuies do Eurosistema. Se for necessrio para a implementao da poltica monetria, os BCN podem partilhar com os restantes membros do Eurosistema informao individualizada, tais como dados operacionais, relativa a contrapartes que participem em operaes do Eurosistema ( 3 ). As operaes de poltica monetria do Eurosistema so executadas em termos e sob condies idnticos em todos os Estados-Membros ( 4 ).

    1.2. Objectivos do Eurosistema

    O objectivo principal do Eurosistema consiste na manuteno da estabilidade de preos, tal como previsto no n. o 1 do artigo 127. o do Tratado. Sem prejuzo do objectivo principal da estabilidade de preos, o Eurosistema deve apoiar as polticas econmicas gerais na UE. Na prossecuo dos seus objectivos, o Eurosistema tem que actuar de acordo com o princpio de uma economia de mercado aberto e de livre concorrncia, favorecendo uma eficiente afectao de recursos.

    1.3. Instrumentos de poltica monetria do Eurosistema

    A fim de atingir os seus objectivos, o Eurosistema dispe de um conjunto de instrumentos de poltica monetria: o Eurosistema realiza operaes de mercado aberto, disponibiliza facilidades permanentes e impe s instituies de crdito a constituio de reservas mnimas em contas no Eurosistema.

    1.3.1. Operaes de mercado aberto

    As operaes de mercado aberto desempenham um papel importante na poltica monetria do Eurosistema, para efeitos de orientao das taxas de juro, de gesto da liquidez no mercado e de informao sobre a orientao que se pretende dar poltica monetria. O Eurosistema dispe de cinco tipos de instrumentos para a realizao de operaes de mercado aberto. O instrumento mais importante a operao reversvel (efectuada atravs de acordos de recompra ou de emprstimos com garantia). O Eurosistema pode ainda recorrer a transaces definitivas, emisso de certificados de dvida do BCE, a swaps cambiais e constituio de depsitos a prazo fixo. As operaes de mercado aberto so iniciadas pelo BCE, o qual tambm decide qual o instrumento a utilizar e os termos e condies para a sua execuo. Estas operaes podem ser realizadas atravs de leiles normais, de leiles rpidos ou de procedimentos bilaterais ( 5 ). Dependendo dos seus objectivos, frequncia e procedimentos, as operaes de mercado aberto do Eurosistema podem ser divididas nas quatro categorias que se seguem (ver tambm o Quadro 1):

    a) As operaes principais de refinanciamento so operaes reversveis de cedncia de liquidez com uma frequncia semanal e normalmente um prazo de uma semana. Estas operaes so efectuadas pelos BCN atravs de leiles normais. As operaes principais de refinanciamento desempenham um papel crucial na prossecuo dos objectivos das operaes de mercado aberto do Eurosistema.

    b) As operaes de refinanciamento de prazo alargado so operaes reversveis de cedncia de liquidez com uma frequncia mensal e normalmente um prazo de trs meses. Estas operaes tm como objectivo proporcionar s contrapartes refinanciamento complementar a prazo mais longo e so executadas pelos BCN atravs de leiles normais. Nestas operaes, o Eurosistema, regra geral, no pretende enviar sinais ao mercado, actuando, portanto, normalmente, como tomador de taxa.

    c) As operaes ocasionais de regularizao (fine-tuning) so realizadas numa base ad hoc com o objectivo de gerir a situao de liquidez no mercado e de controlar as taxas de juro, em especial para neutralizar os efeitos produzidos sobre estas por flutuaes inesperadas da liquidez no mercado. As operaes ocasionais de

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/9

    ( 1 ) De salientar que os BCN dos Estados-Membros cuja moeda no o euro conservam os seus poderes em matria de poltica monetria, em conformidade com a legislao nacional, no estando assim envolvidos na conduo da poltica monetria nica.

    ( 2 ) No presente documento, o termo BCN refere-se aos BCN dos Estados-Membros cuja moeda o euro. ( 3 ) Esta informao est sujeita a sigilo profissional conforme o disposto no artigo 37. o dos Estatutos do SEBC. ( 4 ) No presente documento, o termo Estado-Membro refere-se a um Estado-Membro que tenha adoptado a moeda nica nos termos do

    Tratado. ( 5 ) Os diferentes procedimentos para a realizao de operaes de mercado aberto do Eurosistema, ou seja, leiles normais, leiles rpidos

    e procedimentos bilaterais, so descritos pormenorizadamente no captulo 5. Os leiles normais decorrem durante um perodo mximo de 24 horas, contado entre o anncio do leilo e a certificao dos resultados da colocao. Todas as contrapartes que satisfaam os critrios gerais de elegibilidade especificados na Seco 2.1 podem participar nos leiles normais. Os leiles rpidos so normalmente executados num perodo de 90 minutos. O Eurosistema pode seleccionar um nmero limitado de contrapartes para participarem nos leiles rpidos. A expresso procedimentos bilaterais refere-se a quaisquer casos em que o Eurosistema realize uma transaco com uma contraparte, ou um nmero reduzido de contrapartes, sem recorrer a leiles. Os procedimentos bilaterais incluem as operaes realizadas atravs de bolsas de valores ou de agentes de mercado.

  • regularizao podem ser realizadas no ltimo dia do perodo de manuteno de reservas mnimas, para fazer face a desequilbrios na situao de liquidez acumulados desde a colocao da ltima operao principal de refinanciamento. As operaes ocasionais de regularizao assumem geralmente a forma de operaes reversveis, podendo tambm ser realizadas a ttulo de swaps cambiais ou de constituio de depsitos a prazo fixo. Os instrumentos e procedimentos a adoptar na realizao de operaes ocasionais de regularizao devem ser ajustados aos tipos de transaco e aos objectivos especficos visados nessas operaes. As operaes ocasionais de regularizao so normalmente realizadas pelos BCN mediante leiles rpidos ou de procedimentos bilaterais. O Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, as operaes ocasionais de regularizao efectuadas por procedimentos bilaterais podem ser realizadas pelo prprio BCE.

    d) Alm disso, o Eurosistema pode realizar operaes estruturais atravs da emisso de certificados de dvida do BCE, de operaes reversveis e de transaces definitivas. Estas operaes so realizadas sempre que o BCE pretenda alterar a posio estrutural do Eurosistema face ao sector financeiro (numa base regular ou no regular). As operaes estruturais sob a forma de operaes reversveis e a emisso de instrumentos de dvida so realizadas pelos BCN atravs de leiles normais. As operaes estruturais sob a forma de transaces definitivas so realizadas atravs de procedimentos bilaterais. O Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, as operaes estruturais podem ser realizadas pelo prprio BCE.

    1.3.2. Facilidades permanentes

    As facilidades permanentes tm como objectivo ceder e absorver liquidez pelo prazo overnight, assinalar a orientao da poltica monetria e delimitar as taxas de juro overnight de mercado. Duas facilidades permanentes esto disposio das contrapartes elegveis, por sua iniciativa, sujeitas ao cumprimento de algumas condies operacionais de acesso (ver tambm o Quadro 1):

    a) As contrapartes podem utilizar a facilidade permanente de cedncia de liquidez a fim de obterem dos BCN fundos pelo prazo overnight contra activos elegveis. Em circunstncias normais, no h limites de crdito nem quaisquer outras restries ao acesso das contrapartes a esta facilidade, excepo da exigncia de apresentao de activos em quantidade suficiente. A taxa de juro da facilidade permanente de cedncia de liquidez estabelece normalmente um limite mximo para a taxa de juro overnight de mercado.

    b) As contrapartes podem utilizar a facilidade permanente de depsito para constiturem depsitos junto dos BCN pelo prazo overnight. Em circunstncias normais, no h limites para os montantes depositados nem quaisquer outras restries ao acesso das contrapartes a esta facilidade. A taxa de juro da facilidade permanente de depsito estabelece normalmente um limite mnimo para a taxa de juro overnight de mercado.

    As facilidades permanentes so geridas de forma descentralizada pelos BCN.

    1.3.3. Reservas mnimas

    O regime de reservas mnimas do Eurosistema aplicvel s instituies de crdito na rea do euro e prossegue, primordialmente, os objectivos de estabilizao das taxas de juro do mercado monetrio e de criao (ou aumento) de escassez estrutural de liquidez. As reservas mnimas de cada instituio so determinadas com base em elementos do seu balano. Por forma a prosseguir o objectivo de estabilizao das taxas de juro, o regime de reservas mnimas do Eurosistema permite que as instituies utilizem clusulas de mdia. Assim, o cumprimento das reservas mnimas determinado com base na mdia de valores dirios das reservas detidas pela instituio ao longo do perodo de manuteno de reservas. As reservas mnimas detidas pelas instituies so remuneradas taxa das operaes principais de refinanciamento do Eurosistema.

    Quadro 1

    Operaes de poltica monetria do Eurosistema

    Operaes de poltica monetria

    Tipos de transaces

    Prazo Frequncia Procedimentos Cedncia de liquidez Absoro de liquidez

    Operaes de mercado aberto

    Operaes principais de refinanciamento

    Operaes reversveis

    Uma semana Semanal Leiles normais

    Operaes de refinanciamento de prazo alargado

    Operaes reversveis

    Trs meses Mensal Leiles normais

    Operaes ocasionais de regularizao

    Operaes reversveis Swaps cambiais

    Operaes reversveis Constituio de depsitos a prazo fixo Swaps cambiais

    No normalizado No regular Leiles rpidos Procedimentos bilaterais

    PT L 331/10 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

  • Operaes de poltica monetria

    Tipos de transaces

    Prazo Frequncia Procedimentos Cedncia de liquidez Absoro de liquidez

    Operaes estruturais

    Operaes reversveis

    Emisso de certificados de dvida do BCE

    Normalizado/ no normalizado

    Regular e no regular

    Leiles normais

    Transaces definitivas (compra)

    Transaces definitivas (venda)

    No regular Procedimentos bilaterais

    Facilidades permanentes

    Facilidade permanente de cedncia de liquidez

    Operaes reversveis

    Overnight Acesso por iniciativa das contrapartes

    Facilidade permanente de depsito

    Depsitos Overnight Acesso por iniciativa das contrapartes

    1.4. Contrapartes

    O enquadramento da poltica monetria do Eurosistema formulado com vista a assegurar a participao de um vasto conjunto de contrapartes. As instituies sujeitas a reservas mnimas, nos termos do artigo 19. o -1 dos Estatutos do SEBC, podem aceder s facilidades permanentes e participar nas operaes de mercado aberto efectuadas atravs de leiles normais e de transaces definitivas. O Eurosistema pode seleccionar um nmero limitado de contrapartes para participarem em operaes ocasionais de regularizao. Os swaps cambiais executados para efeitos de poltica monetria so efectuados com interveno de participantes activos no mercado cambial. O conjunto de contrapartes para estas operaes limitado s instituies seleccionadas para operaes de interveno cambial do Eurosistema estabelecidas na rea do euro.

    Considera-se que as contrapartes tm conhecimento de, e cumpriro, todas as obrigaes que lhes forem impostas pela legislao contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.

    1.5. Activos subjacentes

    Nos termos do artigo 18. o -1 dos Estatutos do SEBC, todas as operaes de crdito do Eurosistema (ou seja, operaes de cedncia de liquidez de poltica monetria e de crdito intradirio) devem ser adequadamente garantidas. O Eurosistema aceita um vasto conjunto de activos para garantia das suas operaes, tendo desenvolvido um quadro nico de activos de garantia elegveis, comum a todas as operaes de crdito do Eurosistema (tambm referido como a Lista nica). Em 1 de Janeiro de 2007, este quadro nico substituiu o sistema de duas Listas em vigor desde o incio da Terceira Fase da Unio Econmica e Monetria. O quadro nico abrange activos transaccionveis e no transaccionveis que cumprem critrios de elegibilidade uniformes em toda a rea do euro, especificados pelo Eurosistema. No feita qualquer distino entre activos transaccionveis e no transaccionveis quanto sua qualidade e sua elegibilidade para os diversos tipos de operaes de poltica monetria do Eurosistema, excepo de que os activos no transaccionveis no so utilizados pelo Eurosistema em transaces definitivas. Todos os activos elegveis podem ser utilizados numa base transfronteiras atravs do modelo de banco central correspondente (MBCC) e, no caso dos activos transaccionveis, atravs de ligaes elegveis entre sistemas de liquidao de ttulos (SLT) da UE.

    1.6. Alteraes ao enquadramento da poltica monetria

    O Conselho do BCE pode, em qualquer momento, introduzir alteraes nos instrumentos, condies, critrios e procedimentos para a execuo de operaes de poltica monetria do Eurosistema.

    CAPTULO 2

    CONTRAPARTES ELEGVEIS

    2.1. Critrios gerais de elegibilidade

    As contrapartes para operaes de poltica monetria do Eurosistema tero de cumprir determinados critrios de elegibilidade ( 6 ). Estes critrios so definidos com o objectivo de proporcionar acesso s operaes de poltica monetria do Eurosistema a um vasto conjunto de instituies, contribuindo para a igualdade de tratamento entre as instituies em toda a rea do euro, e de assegurar que as contrapartes preenchem determinados requisitos operacionais e prudenciais:

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/11

    ( 6 ) Para a realizao de transaces definitivas nenhuma restrio colocada a priori ao conjunto de contrapartes.

  • a) Apenas as instituies sujeitas ao regime de reservas mnimas do Eurosistema, nos termos do artigo 19. o -1 dos Estatutos do SEBC, so elegveis como contrapartes. As instituies isentas das obrigaes decorrentes do regime de reservas mnimas do Eurosistema (ver Seco 7.2) no so elegveis como contrapartes para efeitos de acesso s facilidades permanentes e s operaes de mercado aberto do Eurosistema.

    b) As contrapartes tm de ser financeiramente slidas, e estar sujeitas pelo menos a uma forma de superviso harmonizada estabelecida pela UE/EEE, levada a cabo por autoridades nacionais ( 7 ). Dada a especificidade da sua natureza institucional ao abrigo do direito da Unio, as instituies previstas no n. o 2 do artigo 123. o do Tratado que estejam sujeitas a um controlo de padro comparvel ao da superviso exercida por autoridades nacionais competentes e dotadas de solidez financeira podem ser aceites como contrapartes. Podem igualmente ser aceites como contrapartes as instituies dotadas de solidez financeira e que estejam sujeitas a superviso por autoridades nacionais competentes no harmonizada, mas de padro comparvel ao da superviso harmonizada da UE/EEE, como o caso de sucursais estabelecidas na rea do euro de instituies constitudas fora do EEE.

    c) As contrapartes devero cumprir todos os critrios operacionais especificados nas disposies contratuais ou regulamentares relevantes aplicadas pelo respectivo BCN (ou pelo BCE), de forma a assegurar a realizao eficiente das operaes de poltica monetria do Eurosistema.

    Estes critrios gerais de elegibilidade so uniformes para toda a rea do euro. As instituies que preencham estes critrios gerais de elegibilidade podem:

    a) aceder s facilidades permanentes do Eurosistema; e

    b) participar nas operaes de mercado aberto do Eurosistema efectuadas atravs de leiles normais.

    As instituies podem ter acesso s facilidades permanentes e s operaes de mercado aberto efectuadas atravs de leiles normais do Eurosistema apenas atravs do BCN do Estado-Membro no qual foram constitudas. Se a instituio tiver estabelecimentos (sede ou sucursal) situados em mais do que um Estado-Membro, cada estabelecimento tem acesso s referidas operaes atravs do BCN do Estado-Membro no qual estiver localizado, no obstante as propostas de uma instituio apenas poderem ser apresentadas por um nico estabelecimento (sede ou sucursal designada para esse feito) em cada Estado-Membro.

    2.2. Seleco de contrapartes para leiles rpidos e operaes bilaterais

    Para a realizao de transaces definitivas nenhuma restrio colocada a priori ao conjunto de contrapartes.

    Em swaps cambiais para efeitos de poltica monetria, as contrapartes devem estar habilitadas a realizar operaes cambiais de grande volume de modo eficiente, independentemente das condies do mercado. O leque de contrapartes para a realizao de swaps cambiais corresponde ao das contrapartes estabelecidas na rea do euro seleccionadas para as operaes de poltica cambial do Eurosistema. Os critrios e procedimentos a adoptar na seleco de contrapartes para a realizao de operaes de interveno cambial so apresentados no Apndice 3.

    Para a realizao de outras operaes efectuadas atravs de leiles rpidos e procedimentos bilaterais (operaes ocasionais de regularizao sob a forma de operaes reversveis e constituio de depsitos a prazo fixo), cada BCN selecciona, entre as instituies estabelecidas no respectivo Estado-Membro, um conjunto de contrapartes que cumpram os critrios gerais de elegibilidade. A este respeito, a actividade no mercado monetrio o principal critrio de seleco. Outros critrios que podem ser tomados em considerao so, por exemplo, a sua eficincia operacional e a sua capacidade para licitar.

    Para a realizao de leiles rpidos e de operaes bilaterais, os BCN negoceiam com as contrapartes includas no conjunto das seleccionadas para a realizao de operaes ocasionais de regularizao. Os leiles rpidos e as operaes bilaterais podem tambm ser executados com um conjunto mais alargado de contrapartes.

    O Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, as operaes ocasionais de regularizao efectuadas mediante procedimentos bilaterais podem ser realizadas pelo prprio BCE. Caso o BCE venha a realizar operaes bilaterais, a seleco de contrapartes ser feita pelo BCE de acordo com um esquema de rotao entre as contrapartes na rea do euro elegveis para leiles rpidos e operaes bilaterais, com vista a garantir condies equitativas de acesso a essas operaes.

    2.3. Sanes pelo no cumprimento de obrigaes pelas contrapartes

    Nos termos do Regulamento (CE) n. o 2532/98 do Conselho de 23 de Novembro de 1998, relativo ao poder do Banco Central Europeu de impor sanes ( 8 ), do Regulamento (CE) n. o 2157/1999 do Banco Central Europeu, de 23 de Setembro de 1999, relativo aos poderes do Banco Central Europeu para impor sanes (BCE/1999/4) ( 9 ), do Regulamento (CE) n. o 2531/98 do Conselho, de 23 de Novembro de 1998, relativo aplicao de reservas mnimas obrigatrias pelo Banco Central Europeu ( 10 ) e do Regulamento (CE) n. o 1745/2003 do Banco Central

    PT L 331/12 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

    ( 7 ) A superviso harmonizada das instituies de crdito baseada na Directiva 2006/48/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Junho de 2006, relativa ao acesso actividade das instituies de crdito e ao seu exerccio (JO L 177 de 30.6.2006, p. 1).

    ( 8 ) JO L 318 de 27.11.1998, p. 4. ( 9 ) JO L 264 de 12.10.1999, p. 21.

    ( 10 ) JO L 318 de 27.11.1998, p. 1.

  • Europeu, de 12 de Setembro de 2003, relativo aplicao do regime de reservas mnimas (BCE/2003/9) ( 11 ), o BCE impor sanes s instituies que no cumpram as suas obrigaes decorrentes de Regulamentos e Decises do BCE relativos aplicao de reservas mnimas. As sanes relevantes e as regras de procedimento para a sua aplicao so especificadas nos Regulamentos acima mencionados. Alm disso, em caso de incumprimento srio das obrigaes em matria de reservas mnimas, o Eurosistema pode suspender a participao das contrapartes em operaes de mercado aberto.

    Nos termos das disposies contratuais ou regulamentares aplicadas pelos respectivos BCN (ou pelo BCE), o Eurosistema impor sanes pecunirias s contrapartes ou suspender a sua participao em operaes de mercado aberto, caso as contrapartes no cumpram as suas obrigaes previstas nas disposies contratuais ou regulamentares aplicadas pelos BCN (ou pelo BCE), tal como estipulado adiante.

    Este procedimento aplicvel a casos de incumprimento (a) das regras das operaes efectuadas atravs de leiles (caso uma contraparte seja incapaz de transferir um montante suficiente de activos subjacentes ou de numerrio ( 12 ) para liquidar a operao (na data da liquidao), ou de garantir, at ao vencimento da operao e sob a forma de valores de cobertura adicional, o montante de liquidez que lhe tenha sido atribudo numa operao de cedncia de liquidez, ou no consiga entregar um montante suficiente de numerrio para liquidar o montante que lhe tenha sido atribudo numa operao de absoro de liquidez; e (b) das operaes efectuadas atravs de procedimentos bilaterais, caso uma contraparte no consiga entregar um montante suficiente de activos subjacentes ou no consiga transferir um montante suficiente de numerrio para liquidar o montante acordado em operaes efectuadas atravs de procedimentos bilaterais, ou no consiga garantir, sob a forma de entrega de valores de cobertura adicional e em qualquer momento at ao seu vencimento, qualquer operao bilateral pendente.

    Tal igualmente aplicvel a casos de no cumprimento por uma contraparte: (a) das regras que regulam a utilizao dos activos subjacentes a operaes de poltica monetria (caso uma contraparte utilize activos que so, ou se tornaram, no elegveis, ou que no possam ser utilizados pela contraparte, por exemplo devido a relaes estreitas entre o emitente/garante e a contraparte ou por estes se terem tornado numa mesma entidade) e (b) das regras aplicveis aos procedimentos de fim de dia e s condies de acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez (caso uma contraparte apresente um saldo negativo no final do dia na sua conta de liquidao e no satisfaa as condies de acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez).

    Alm disso, a medida de suspenso tomada em relao a uma contraparte no cumpridora poder ser aplicada s suas sucursais estabelecidas em outros Estados-Membros. Sempre que necessrio, dada a gravidade do incumprimento conforme evidenciado, por exemplo, pela sua repetio ou durao, e como medida excepcional, a contraparte pode ficar suspensa de participar em todas as operaes de poltica monetria durante um determinado perodo de tempo.

    As sanes pecunirias impostas por BCN pelo no cumprimento das regras aplicveis s operaes efectuadas atravs de leilo ou de procedimentos bilaterais, aos activos subjacentes a operaes de poltica monetria e aos procedimentos de fim de dia e condies de acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez so calculadas a uma taxa penalizadora predefinida (tal como estabelecido no Apndice 6).

    2.4. Eventuais medidas com base em fundamentos de natureza prudencial ou na sequncia de situaes de incumprimento

    2.4.1. Medidas com base em fundamentos de natureza prudencial

    O Eurosistema pode tomar as seguintes medidas com base em fundamentos de natureza prudencial:

    a) nos termos das disposies contratuais ou regulamentares aplicadas pelo respectivo BCN ou pelo BCE, o Eurosistema pode suspender, limitar ou excluir o acesso de contrapartes especficas aos instrumentos de poltica monetria;

    b) o Eurosistema pode rejeitar, condicionar a utilizao de, ou aplicar margens de avaliao suplementares a, activos fornecidos a ttulo de garantia por contrapartes especficas em operaes de crdito do Eurosistema.

    2.4.2. Medidas na sequncia de situaes de incumprimento

    O Eurosistema pode suspender, limitar ou excluir o acesso a operaes de poltica monetria a contrapartes que se encontrem em situao de incumprimento, nos termos das disposies contratuais ou regulamentares adoptadas pelos BCN.

    2.4.3 Aplicao proporcional e no discriminatria de medidas discricionrias

    Todas as medidas discricionrias exigidas para assegurar a gesto prudente de riscos so aplicadas e calibradas pelo Eurosistema de forma proporcional e no discriminatria. Qualquer medida discricionria tomada relativamente a uma contraparte especfica ser devidamente justificada.

    CAPTULO 3

    OPERAES DE MERCADO ABERTO

    As operaes de mercado aberto desempenham um papel importante na poltica monetria do Eurosistema. So utilizadas para controlar as taxas de juro, gerir a situao de liquidez no mercado e assinalar a orientao da poltica monetria. Relativamente aos seus objectivos, regularidade e procedimentos, as operaes de mercado aberto do Eurosistema podem ser divididas em quatro categorias: operaes principais de refinanciamento, operaes de refinanciamento de prazo alargado, operaes ocasionais de regularizao e operaes estruturais. Quanto aos instrumentos utilizados, as operaes

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    ( 11 ) JO L 250 de 2.10.2003, p. 10. ( 12 ) Se aplicvel, no que se refere aos valores de cobertura adicional.

  • reversveis so o principal instrumento das operaes de mercado aberto do Eurosistema, podendo ser utilizadas em qualquer das quatro categorias de operaes referidas, enquanto os certificados de dvida do BCE podem ser utilizados em operaes estruturais de absoro de liquidez. As operaes estruturais podem ser tambm realizadas por meio de transaces definitivas, ou seja, compras e vendas. Alm destes, o Eurosistema tem ainda sua disposio dois outros instrumentos para a realizao de operaes ocasionais de regularizao: swaps cambiais e constituio de depsitos a prazo fixo. As seces que se seguem apresentam em pormenor as caractersticas especficas dos diferentes tipos de instrumentos utilizados pelo Eurosistema nas operaes de mercado aberto.

    3.1. Operaes reversveis

    3.1.1. Consideraes gerais

    3.1.1.1. T i p o d e o p e r a o

    As operaes reversveis consistem em operaes nas quais o Eurosistema compra ou vende activos elegveis sob a forma de acordos de reporte ou concede crdito sob a forma de emprstimos garantidos por penhor de activos elegveis. As operaes principais de refinanciamento e as operaes de refinanciamento de prazo alargado so efectuadas sob a forma de operaes reversveis. Alm disso, operaes estruturais e operaes ocasionais de regularizao podem tambm ser efectuadas pelo Eurosistema sob a forma de operaes reversveis.

    3.1.1.2. N a t u r e z a j u r d i c a

    Os BCN podem realizar operaes reversveis, quer sob a forma de acordos de reporte (ou seja, a propriedade do activo transferida para o credor e as partes acordam reverter a transaco atravs da transferncia da propriedade do activo do credor para o devedor numa determinada data futura), quer sob a forma de emprstimos garantidos [isto , constituda uma garantia executria (penhor) sobre os activos mas, pressupondo o cumprimento da obrigao pelo devedor, por este mantida a propriedade do activo]. Outras regras aplicveis s operaes reversveis, efectuadas sob a forma de acordos de reporte so especificadas nas disposies contratuais estabelecidas pelo respectivo BCN (ou pelo BCE). As disposies contratuais para operaes reversveis efectuadas sob a forma de emprstimos garantidos tm em conta os diferentes procedimentos e formalidades aplicveis nas diversas jurisdies, exigidos para constituio e ulterior execuo da garantia [por exemplo, um penhor, uma cesso de crditos ou qualquer nus constitudo sobre activos relevantes (charge)].

    3.1.1.3. J u r o s

    A diferena entre o preo de compra e o preo de recompra num acordo de reporte corresponde aos juros devidos sobre o montante do crdito obtido ou concedido durante o prazo da operao, ou seja, o preo de recompra inclui os respectivos juros a pagar. Os juros de uma operao reversvel sob a forma de emprstimo garantido so determinados aplicando a taxa de juro especfica ao montante do crdito durante o prazo da operao. A taxa de juro das operaes reversveis do Eurosistema uma taxa de juro simples aplicada de acordo com a conveno nmero efectivo de dias/360.

    3.1.2. Operaes principais de refinanciamento

    As operaes principais de refinanciamento so as operaes de mercado aberto mais importantes executadas pelo Eurosistema e desempenham um papel crucial na prossecuo dos objectivos de controlar as taxas de juro, gerir a situao de liquidez no mercado e assinalar a orientao da poltica monetria.

    As caractersticas operacionais das operaes principais de refinanciamento podem resumir-se da seguinte forma:

    a) so operaes reversveis de cedncia de liquidez;

    b) so realizadas regularmente com uma frequncia semanal ( 13 );

    c) tm normalmente um prazo de uma semana ( 14 );

    d) so executadas de forma descentralizada pelos BCN;

    e) so realizadas atravs de leiles normais (conforme especificado na Seco 5.1);

    f) todas as contrapartes que satisfaam os critrios gerais de elegibilidade (conforme referido na Seco 2.1) podem apresentar propostas para as operaes principais de refinanciamento; e

    g) os activos transaccionveis e no transaccionveis (conforme especificado no captulo 6) so elegveis como activos a dar em garantia na realizao de operaes principais de refinanciamento.

    3.1.3. Operaes de refinanciamento de prazo alargado

    O Eurosistema realiza tambm operaes de refinanciamento regulares, normalmente com um prazo de trs meses, destinadas a proporcionar ao sector financeiro refinanciamento adicional de prazo alargado. Nestas operaes, o Eurosistema, regra geral, no pretende enviar sinais ao mercado, actuando, portanto, normalmente, como tomador de taxa. Assim, as operaes de refinanciamento de prazo alargado so, em regra, executadas

    PT L 331/14 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

    ( 13 ) As operaes principais de refinanciamento e as operaes de refinanciamento de prazo alargado so realizadas de acordo com um calendrio previamente anunciado para os leiles do Eurosistema (ver tambm Seco 5.1.2), que se encontra disponvel no stio do BCE na Internet (www.ecb.europa.eu), bem como nos stios do Eurosistema na Internet (ver Apndice 5).

    ( 14 ) O prazo das operaes principais de refinanciamento e das operaes de refinanciamento de prazo alargado pode ocasionalmente variar dependendo, nomeadamente, dos feriados bancrios nos Estados-Membros.

    http://www.ecb.europa.eu

  • atravs de leiles de taxa varivel e, periodicamente, o BCE indica o volume de liquidez a colocar em leiles subsequentes. Em circunstncias excepcionais, o Eurosistema tambm pode realizar operaes de refinanciamento de prazo alargado atravs de leiles de taxa fixa.

    As caractersticas operacionais das operaes de refinanciamento de prazo alargado podem resumir-se da seguinte forma:

    a) so operaes reversveis de cedncia de liquidez;

    b) so realizadas regularmente com uma frequncia mensal ( 15 );

    c) tm normalmente um prazo de trs meses ( 16 );

    d) so executadas de forma descentralizada pelos BCN;

    e) so realizadas atravs de leiles normais (conforme especificado na Seco 5.1);

    f) todas as contrapartes que satisfaam os critrios gerais de elegibilidade (conforme referido na Seco 2.1) podem apresentar propostas para realizarem operaes de refinanciamento de prazo alargado; e

    g) os activos transaccionveis e no transaccionveis (conforme especificado no captulo 6) so elegveis como activos a dar em garantia na realizao de operaes de refinanciamento de prazo alargado.

    3.1.4. Operaes ocasionais de regularizao sob a forma de operaes reversveis

    O Eurosistema pode realizar operaes ocasionais de regularizao sob a forma de operaes reversveis. As operaes ocasionais de regularizao destinam-se a gerir a situao de liquidez no mercado e a controlar as taxas de juro, em especial com o objectivo de neutralizar os efeitos produzidos sobre estas por flutuaes inesperadas da liquidez no mercado. As operaes ocasionais de regularizao podem ser realizadas no ltimo dia do perodo de manuteno de reservas mnimas para fazer face a desequilbrios na situao de liquidez que tenham sido acumulados desde a realizao da ltima operao principal de refinanciamento. A eventual necessidade de uma rpida interveno em caso de uma evoluo inesperada do mercado torna desejvel a manuteno de um elevado grau de flexibilidade na escolha de procedimentos e caractersticas operacionais na realizao destas operaes.

    As caractersticas operacionais das operaes ocasionais de regularizao sob a forma de operaes reversveis podem resumir-se da seguinte forma:

    a) podem ser operaes de cedncia ou de absoro de liquidez;

    b) a sua frequncia no normalizada;

    c) os prazos no so normalizados;

    d) as operaes ocasionais de regularizao de cedncia de liquidez sob a forma de operaes reversveis so normalmente realizadas atravs de leiles rpidos, embora no seja de excluir a possibilidade de utilizao de procedimentos bilaterais (ver Captulo 5);

    e) as operaes ocasionais de regularizao de absoro de liquidez sob a forma de operaes reversveis so, em regra, realizadas atravs de procedimentos bilaterais (conforme especificado na Seco 5.2);

    f) so normalmente executadas de forma descentralizada pelos BCN (o Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, operaes ocasionais de regularizao sob a forma de operaes reversveis realizadas atravs de procedimentos bilaterais podero ser executadas pelo BCE);

    g) o Eurosistema pode seleccionar, de acordo com os critrios especificados na Seco 2.2, um nmero limitado de contrapartes para participarem em operaes ocasionais de regularizao realizadas sob a forma de operaes reversveis; e

    h) os activos transaccionveis e no transaccionveis (conforme especificado no captulo 6) so elegveis como activos a dar em garantia na realizao de operaes ocasionais de regularizao realizadas sob a forma de operaes reversveis.

    3.1.5. Operaes estruturais sob a forma de operaes reversveis

    O Eurosistema pode realizar operaes estruturais sob a forma de operaes reversveis, com o objectivo de alterar a posio estrutural do Eurosistema face ao sector financeiro.

    As caractersticas operacionais destas operaes podem resumir-se da seguinte forma:

    a) so operaes de cedncia de liquidez;

    b) a sua frequncia pode ser regular ou no regular;

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/15

    ( 15 ) As operaes principais de refinanciamento e as operaes de refinanciamento de prazo alargado so realizadas de acordo com um calendrio previamente anunciado para os leiles do Eurosistema (ver tambm Seco 5.1.2), que se encontra disponvel no stio do BCE na Internet (www.ecb.europa.eu), bem como nos stios do Eurosistema na Internet (ver Apndice 5).

    ( 16 ) O prazo das operaes principais de refinanciamento e das operaes de refinanciamento de prazo alargado pode ocasionalmente variar dependendo, nomeadamente, dos feriados bancrios nos Estados-Membros.

    http://www.ecb.europa.eu

  • c) os prazos no so a priori normalizados;

    d) so realizadas atravs de leiles normais (conforme especificado na Seco 5.1);

    e) so executadas de forma descentralizada pelos BCN;

    f) todas as contrapartes que satisfaam os critrios gerais de elegibilidade (conforme referido na Seco 2.1) podem apresentar propostas para realizarem operaes estruturais sob a forma de operaes reversveis; e

    g) os activos transaccionveis e no transaccionveis (conforme especificado no captulo 6) so elegveis como activos a dar em garantia na realizao de operaes estruturais sob a forma de operaes reversveis.

    3.2. Transaces definitivas

    3.2.1. Tipo de operao

    As transaces definitivas so operaes em que o Eurosistema compra ou vende no mercado, a ttulo definitivo, activos elegveis. Estas operaes so executadas apenas para fins estruturais.

    3.2.2. Natureza jurdica

    Uma transaco definitiva implica a transferncia de plena propriedade do vendedor para o comprador, sem qualquer acordo de transferncia inversa. As transaces so executadas de acordo com as convenes de mercado aplicveis ao instrumento de dvida utilizado na transaco.

    3.2.3. Preo

    No clculo dos preos, o Eurosistema actua de acordo com a conveno de mercado mais amplamente aceite para os instrumentos de dvida utilizados na transaco.

    3.2.4. Outras caractersticas operacionais

    As caractersticas operacionais das transaces definitivas do Eurosistema podem resumir-se da seguinte forma:

    a) podem ser operaes de cedncia de liquidez (compra definitiva) ou de absoro de liquidez (venda definitiva);

    b) a sua frequncia no normalizada;

    c) so realizadas atravs de procedimentos bilaterais (conforme especificado na Seco 5.2);

    d) so normalmente executadas de forma descentralizada pelos BCN (o Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, transaces definitivas podero ser realizadas pelo BCE);

    e) nenhuma restrio colocada a priori ao conjunto de contrapartes para a realizao de transaces definitivas; e

    f) apenas os activos transaccionveis (conforme especificado no captulo 6) so utilizados como activos a dar em garantia na realizao de transaces definitivas.

    3.3. Emisso de certificados de dvida do BCE

    3.3.1. Tipo de operao

    O BCE pode emitir certificados de dvida com o objectivo de ajustar a posio estrutural do Eurosistema face ao sector financeiro, com vista criao (ou aumento) de escassez de liquidez no mercado.

    3.3.2. Natureza jurdica

    Os certificados de dvida do BCE constituem uma obrigao do BCE para com o respectivo titular. So emitidos e registados sob forma desmaterializada em centrais de valores mobilirios na rea do euro. O BCE no impe quaisquer restries transferibilidade dos certificados. Outras disposies relacionadas com os certificados de dvida do BCE sero includas nos termos e condies desses certificados.

    3.3.3. Juros

    Os certificados de dvida do BCE so emitidos a desconto, ou seja, so emitidos abaixo do valor nominal e reembolsados pelo valor nominal na data do seu vencimento. A diferena entre o valor da emisso e o valor do reembolso corresponde aos juros calculados sobre o valor de emisso, taxa de juro acordada, tendo em conta o prazo de vencimento do certificado. A taxa de juro uma taxa de juro simples aplicada de acordo com a conveno nmero efectivo de dias/360. O clculo do valor da emisso apresentado na Caixa 1.

    PT L 331/16 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

  • CAIXA 1

    Emisso de certificados de dvida do BCE

    O valor da emisso :

    P T N 1

    1 r I D 36 000

    sendo:

    N = valor nominal do certificado de dvida do BCE

    r I = taxa de juro (em %)

    D = prazo de vencimento do certificado de dvida do BCE (em dias)

    P T = valor de emisso descontado do certificado de dvida do BCE

    3.3.4. Outras caractersticas operacionais

    As caractersticas operacionais da emisso de certificados de dvida do BCE podem resumir-se da seguinte forma:

    a) os certificados so emitidos com o objectivo de absorver liquidez do mercado;

    b) os certificados podem ser emitidos numa base regular ou no regular;

    c) os certificados tm um prazo inferior a 12 meses;

    d) os certificados so emitidos atravs de leiles normais (conforme especificado na Seco 5.1);

    e) os certificados so colocados em leilo e liquidados de forma descentralizada pelos BCN; e

    f) todas as contrapartes que satisfaam os critrios gerais de elegibilidade (conforme especificado na Seco 2.1) podem apresentar propostas de subscrio de certificados de dvida do BCE.

    3.4. Swaps cambiais

    3.4.1. Tipo de operao

    Os swaps cambiais executados para fins de poltica monetria consistem na realizao simultnea de duas transaces, vista e a prazo (spot e forward), em euros contra uma moeda estrangeira. So utilizados para efeitos de regularizao das condies de mercado, com o principal objectivo de gerir a situao de liquidez no mercado e de controlar as taxas de juro.

    3.4.2. Natureza jurdica

    Os swaps cambiais realizados para fins de poltica monetria so operaes em que o Eurosistema compra (vende) vista um dado montante de euros contra uma moeda estrangeira e, simultaneamente, vende (compra) esse montante de euros contra a mesma moeda estrangeira numa transaco a prazo, em data-valor futura fixada. Outras regras relativas a swaps cambiais so especificadas nas disposies contratuais estabelecidas pelo respectivo BCN (ou pelo BCE).

    3.4.3. Condies relativas moeda e taxa de cmbio

    Regra geral, o Eurosistema realiza swaps cambiais apenas com moedas amplamente transaccionadas e de acordo com as prticas normais de mercado. Em cada operao de swap cambial, o Eurosistema e as contrapartes acordam os respectivos pontos de swap para essa operao. Os pontos de swap correspondem diferena entre a taxa de cmbio da transaco a prazo e a taxa de cmbio da transaco vista. Os pontos de swap do euro em relao moeda estrangeira so cotados de acordo com as convenes gerais de mercado. As condies relativas s taxas de cmbio dos swaps cambiais so especificadas na Caixa 2.

    3.4.4. Outras caractersticas operacionais

    As caractersticas operacionais dos swaps cambiais podem resumir-se da seguinte forma:

    a) podem ser operaes de cedncia ou de absoro de liquidez;

    b) a sua frequncia no normalizada;

    c) os prazos no so normalizados;

    d) so realizados atravs de leiles rpidos ou de procedimentos bilaterais (ver Captulo 5);

    e) so normalmente executados de forma descentralizada pelos BCN (o Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, swaps cambiais atravs de procedimentos bilaterais podero ser executados pelo BCE); e

    f) o Eurosistema pode seleccionar, de acordo com os critrios especificados na Seco 2.2 e no Apndice 3, um nmero limitado de contrapartes para participarem em swaps cambiais.

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/17

  • CAIXA 2

    Swaps cambiais

    S = taxa de cmbio vista (na data da transaco do swap cambial) entre o euro (EUR) e uma moeda estrangeira ABC

    S x ABC 1 EUR

    FM = taxa de cmbio a prazo entre o euro e uma moeda estrangeira ABC na data de recompra do swap (M)

    F M y ABC 1 EUR

    = diferena (em pontos) entre as taxas de cmbio a prazo e vista do euro face moeda ABC na data de recompra do swap (M)

    M = F M S

    N(.) = montante vista da moeda; N(.) M o montante a prazo da moeda:

    N (ABC) = N (EUR) S ou N EUR N ABC S

    N (ABC) M = N (EUR) M F M ou NEUR M N ABC M

    F M

    3.5. Constituio de depsitos a prazo fixo

    3.5.1. Tipo de operao

    O Eurosistema pode convidar as contrapartes a constiturem depsitos a prazo fixo, remunerados, nos BCN dos Estados-Membros onde a contraparte se encontra estabelecida. A constituio de depsitos a prazo fixo est prevista apenas para efeitos de regularizao das condies de mercado, a fim de absorver liquidez do mercado.

    3.5.2. Natureza jurdica

    Os depsitos constitudos pelas contrapartes tm um prazo e uma taxa de juro fixados na data da sua constituio. Por esses depsitos no prestada qualquer garantia pelos BCN.

    3.5.3. Juros

    A taxa de juro dos depsitos uma taxa de juro simples aplicada de acordo com a conveno nmero efectivo de dias/360. Os juros so pagos na data de vencimento do depsito.

    3.5.4. Outras caractersticas operacionais

    As caractersticas operacionais da constituio de depsitos a prazo fixo podem resumir-se da seguinte forma:

    a) os depsitos so constitudos com o objectivo de absorver liquidez;

    b) a frequncia com que os depsitos so constitudos no normalizada;

    c) o prazo dos depsitos no normalizado;

    d) a constituio de depsitos normalmente realizada atravs de leiles rpidos, embora no seja de excluir a possibilidade de se utilizarem procedimentos bilaterais (ver Captulo 5);

    e) a constituio de depsitos a prazo fixo normalmente executada de forma descentralizada pelos BCN (o Conselho do BCE pode decidir que, em circunstncias excepcionais, a constituio de depsitos a prazo fixo ( 17 ) atravs de procedimentos bilaterais poder ser executada pelo BCE); e

    f) o Eurosistema pode seleccionar, de acordo com os critrios especificados na Seco 2.2, um nmero limitado de contrapartes para a constituio de depsitos a prazo fixo.

    CAPTULO 4

    FACILIDADES PERMANENTES

    4.2. Facilidade permanente de cedncia de liquidez

    4.1.1. Tipo de instrumento

    As contrapartes podem utilizar a facilidade permanente de cedncia de liquidez para obterem liquidez dos BCN pelo prazo overnight a uma taxa de juro anunciada antecipadamente contra activos elegveis (conforme

    PT L 331/18 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

    ( 17 ) Os depsitos a prazo fixo so mantidos em contas abertas nos BCN; este procedimento continua a aplicar-se ainda que essas operaes sejam realizadas de forma centralizada pelo BCE.

  • especificado no captulo 6). Esta facilidade destina-se a satisfazer necessidades temporrias de liquidez das contrapartes. Em circunstncias normais, a taxa de juro da facilidade estabelece um limite mximo para a taxa de juro overnight de mercado. Os termos e condies desta facilidade so idnticos em toda a rea do euro.

    4.1.2. Natureza jurdica

    Os BCN podem ceder liquidez atravs da facilidade permanente de cedncia de liquidez, quer sob a forma de acordos de reporte pelo prazo overnight (ou seja, a propriedade dos activos transferida para o credor, embora as partes acordem reverter a transaco atravs da transferncia da propriedade dos activos do credor para o devedor, no dia til seguinte) ou de emprstimos garantidos pelo prazo overnight [ou seja, constituda sobre os ttulos uma garantia executria (penhor) mas, pressupondo o cumprimento da obrigao pelo devedor, por este mantida a propriedade do activo]. Outras regras para os acordos de reporte so especificadas nas disposies contratuais aplicadas pelo respectivo BCN. As disposies contratuais para a cedncia de liquidez sob a forma de emprstimos garantidos tm em conta os diferentes procedimentos e formalidades aplicveis nas diversas jurisdies, exigidos para constituio e ulterior execuo da garantia [por exemplo, um penhor, uma cesso de crditos ou qualquer nus constitudo sobre activos relevantes (charge)].

    4.1.3. Condies de acesso

    As instituies que cumpram os critrios gerais de elegibilidade das contrapartes especificados na Seco 2.1 podem aceder facilidade permanente de cedncia de liquidez. O acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez permitido atravs do BCN do Estado-Membro onde a instituio est estabelecida. A facilidade permanente de cedncia de liquidez s pode ser utilizada nos dias em que o TARGET2 ( 18 ) esteja operacional ( 19 ). Nos dias em que os SLT relevantes no estejam operacionais, pode aceder-se facilidade permanente de cedncia de liquidez com base nos activos de garantia previamente depositados no BCN.

    No final de cada dia til, os saldos devedores registados nas contas de liquidao das contrapartes junto dos BCN so automaticamente considerados como um pedido de acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez. Os procedimentos para o acesso de fim de dia facilidade permanente de cedncia de liquidez so especificados na Seco 5.3.3.

    Uma contraparte pode tambm ter acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez enviando um pedido ao BCN do Estado-Membro em que est estabelecida. A fim de o BCN poder processar o pedido no prprio dia no TARGET2, o pedido dever ser recebido pelo BCN o mais tardar 15 minutos aps a hora de encerramento do TARGET2 ( 20 ), ( 21 ). Regra geral, o sistema TARGET2 encerra s 18 horas, hora do BCE (CET). O prazo para o pedido de acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez alargado por um perodo adicional de 15 minutos no ltimo dia til do Eurosistema de cada perodo de manuteno de reservas mnimas. O pedido dever mencionar o montante do crdito e tambm os activos a entregar para garantia da operao, se os mesmos no tiverem sido antecipadamente depositados no BCN.

    Para alm da exigncia de apresentao de activos elegveis em quantidade suficiente, no h limites ao montante de crdito que pode ser concedido ao abrigo da facilidade permanente de cedncia de liquidez.

    4.1.4. Prazo e juros

    O crdito ao abrigo desta facilidade concedido pelo prazo overnight. Quanto s contrapartes que participam directamente no TARGET2, o reembolso efectuado hora de abertura do i) TARGET2; e ii) do(s) SLT relevante(s), no dia seguinte em que esses sistemas estejam operacionais.

    A taxa de juro anunciada antecipadamente pelo Eurosistema e os juros so calculados com base numa taxa de juro simples aplicada de acordo com a conveno nmero efectivo de dias/360. O BCE pode alterar a taxa de juro em qualquer momento, com efeitos apenas a partir do dia til seguinte do Eurosistema, inclusive ( 22 ), ( 23 ). Os juros relativos a esta facilidade so pagos com o reembolso do crdito.

    4.1.5. Suspenso da facilidade

    O acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez permitido apenas de acordo com os objectivos e com as consideraes gerais de poltica monetria do BCE. O BCE pode alterar as condies da facilidade permanente de cedncia de liquidez ou suspend-la em qualquer momento.

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/19

    ( 18 ) A infra-estrutura tcnica descentralizada do TARGET foi substituda, a partir de 19 de Maio de 2008, pelo TARGET2. O TARGET2 consiste na plataforma nica partilhada (por via da qual todas as ordens de pagamento so transmitidas e processadas e atravs da qual os pagamentos so recebidos de forma tecnicamente idntica) e, enquanto tal for aplicvel, nos sistemas de liquidao prprios dos BCN.

    ( 19 ) Alm disso, o acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez s concedido s contrapartes com acesso a uma conta no BCN onde a transaco possa ser liquidada, como por exemplo na plataforma nica partilhada do TARGET2.

    ( 20 ) Em alguns Estados-Membros, o BCN (ou algumas das suas sucursais) pode(m) no se encontrar aberto(as) para efeitos da realizao de operaes de poltica monetria em determinados dias teis do Eurosistema, devido a feriados bancrios nacionais ou regionais. Neste caso, o BCN em causa responsvel por informar previamente as contrapartes sobre as medidas a tomar para o acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez no feriado bancrio.

    ( 21 ) Os dias de encerramento do TARGET2 so anunciados no stio do BCE na Internet (www.ecb.europa.eu), e nos stios do Eurosistema na Internet (ver Apndice 5).

    ( 22 ) Neste documento, a expresso dia til do Eurosistema designa qualquer dia no qual o BCE e, pelo menos, um BCN se encontram abertos para realizarem operaes de poltica monetria do Eurosistema.

    ( 23 ) O Conselho do BCE toma habitualmente as decises sobre alteraes das taxas de juro no mbito da avaliao da orientao da poltica monetria, na sua primeira reunio do ms. Normalmente, estas decises s entram em vigor no incio do perodo de manuteno de reservas seguinte.

    http://www.ecb.europa.eu

  • 4.2. Facilidade permanente de depsito

    4.2.1. Tipo de instrumento

    As contrapartes podem recorrer facilidade permanente de depsito a fim de constiturem depsitos nos BCN pelo prazo overnight. Os depsitos so remunerados a uma taxa de juro anunciada antecipadamente. Em circunstncias normais, a taxa de juro desta facilidade estabelece um limite mnimo para as taxas de juro overnight de mercado. Os termos e condies da facilidade permanente de depsito so idnticos em toda a rea do euro ( 24 ).

    4.2.2. Natureza jurdica

    Os depsitos constitudos pelas contrapartes pelo prazo overnight so remunerados a uma taxa de juro fixa. No prestada qualquer garantia contraparte pelos depsitos.

    4.2.3. Condies de acesso ( 25 )

    As instituies que satisfaam os critrios gerais de elegibilidade especificados na Seco 2.1 podem aceder facilidade permanente de depsito. O acesso facilidade permanente de depsito permitido atravs do BCN do Estado-Membro no qual a instituio est estabelecida. O acesso facilidade permanente de depsito permitido apenas nos dias em que o TARGET2 esteja aberto ( 26 ).

    A fim de ter acesso facilidade permanente de depsito, a contraparte dever enviar um pedido ao BCN do Estado-Membro em que est estabelecida. A fim de o BCN poder processar o pedido no prprio dia no TARGET2, o pedido dever ser recebido pelo BCN o mais tardar 15 minutos aps a hora de encerramento do TARGET2, que , regra geral, 18 horas, hora do BCE (CET) ( 27 ), ( 28 ). O prazo para o pedido de acesso facilidade permanente de depsito alargado por um perodo adicional de 15 minutos no ltimo dia til do Eurosistema de cada perodo de manuteno de reservas mnimas. O pedido dever mencionar o montante a depositar ao abrigo da facilidade permanente de depsito.

    No h qualquer limite estabelecido para o montante que uma contraparte poder depositar ao abrigo da facilidade permanente de depsito.

    4.2.4. Prazo e juros

    O prazo dos depsitos ao abrigo desta facilidade overnight. Quanto s contrapartes que participam directamente no TARGET2, os depsitos detidos ao abrigo desta facilidade vencem-se hora de abertura do TARGET2 no dia seguinte em que este sistema esteja operacional.

    A taxa de juro anunciada antecipadamente pelo Eurosistema e os juros so calculados com base numa taxa de juro simples aplicada de acordo com a conveno nmero efectivo de dias/360. O BCE pode alterar a taxa de juro em qualquer momento, com efeitos apenas a partir do dia til seguinte do Eurosistema, inclusive ( 29 ). Os juros relativos ao depsito so pagos na data do seu vencimento.

    4.2.5. Suspenso da facilidade

    O acesso facilidade permanente de depsito permitido apenas de acordo com os objectivos e com as consideraes gerais de poltica monetria do BCE. O BCE pode alterar as condies da facilidade permanente de depsito ou suspend-la em qualquer momento.

    CAPTULO 5

    PROCEDIMENTOS

    5.1. Procedimentos de leilo

    5.1.1. Consideraes gerais

    As operaes de mercado aberto do Eurosistema so normalmente executadas sob a forma de leiles. Os leiles do Eurosistema so efectuados em seis fases operacionais, tal como se encontra especificado na Caixa 3.

    O Eurosistema distingue entre dois tipos diferentes de procedimentos de leilo: os leiles normais e os leiles rpidos. Os procedimentos relativos aos leiles normais e aos leiles rpidos so idnticos, excepto no que se refere ao horrio e s contrapartes que neles participam.

    PT L 331/20 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

    ( 24 ) Poder haver diferenas operacionais entre os pases da rea do euro resultantes da existncia de diferentes estruturas de contas nos respectivos BCN.

    ( 25 ) Devido existncia de diferentes estruturas de contas entre os BCN, o BCE pode autoriz-los a aplicar condies de acesso ligeiramente diferentes das aqui mencionadas. Os BCN apresentaro informao sobre quaisquer diferenas das condies de acesso descritas no presente documento.

    ( 26 ) Alm disso, o acesso facilidade permanente de depsito s concedido s contrapartes com acesso a uma conta no BCN onde a transaco possa ser liquidada, como por exemplo na plataforma nica partilhada do TARGET2.

    ( 27 ) Alm disso, o acesso facilidade permanente de cedncia de liquidez s concedido s contrapartes com acesso a uma conta no BCN onde a transaco possa ser liquidada, como por exemplo na plataforma nica partilhada do TARGET2.

    ( 28 ) Neste documento, a expresso dia til do Eurosistema designa qualquer dia no qual o BCE e, pelo menos, um banco central nacional se encontram abertos para realizarem operaes de poltica monetria do Eurosistema.

    ( 29 ) O Conselho do BCE toma habitualmente as decises sobre alteraes das taxas de juro no mbito da avaliao da orientao da poltica monetria, na sua primeira reunio do ms. Normalmente, estas decises s entram em vigor no incio do perodo de manuteno de reservas seguinte.

  • 5.1.1.1. L e i l e s n o r m a i s

    Relativamente aos leiles normais, decorre um prazo mximo de 24 horas, contado entre o anncio do leilo e a certificao dos resultados da colocao (sendo de aproximadamente duas horas o perodo que decorre entre o limite do prazo para apresentao de propostas e o anncio dos resultados da colocao). O Grfico 1 apresenta um horrio normal das fases operacionais para os leiles normais. O BCE pode decidir ajustar o horrio em operaes individuais, se tal for considerado apropriado.

    As operaes principais de refinanciamento, as operaes de refinanciamento de prazo alargado e as operaes estruturais ( excepo das realizadas sob a forma de transaces definitivas) so sempre executadas atravs de leiles normais. As contrapartes que cumpram os critrios gerais de elegibilidade especificados na Seco 2.1 podem participar nos leiles normais.

    5.1.1.2. L e i l e s r p i d o s

    Os leiles rpidos so normalmente executados no prazo de 90 minutos contado a partir do anncio do leilo, ocorrendo a certificao imediatamente aps o anncio dos resultados da colocao. O horrio normal das fases operacionais dos leiles rpidos apresentado no Grfico 2. O BCE pode decidir ajustar o horrio em operaes individuais, se tal for considerado conveniente. Os leiles rpidos so apenas utilizados para a execuo de operaes ocasionais de regularizao. O Eurosistema pode seleccionar um nmero limitado de contrapartes para participarem nos leiles rpidos, de acordo com os critrios e os procedimentos especificados na Seco 2.2.

    5.1.1.3. L e i l e s d e t a x a f i x a e l e i l e s d e t a x a v a r i v e l

    O Eurosistema pode realizar leiles de taxa fixa (montante) ou leiles de taxa varivel (taxa). Num leilo de taxa fixa, o BCE fixa antecipadamente a taxa de juro e as contrapartes participantes no leilo licitam o montante que pretendem transaccionar taxa de juro fixada ( 30 ). Num leilo de taxa varivel, as contrapartes licitam os montantes e as taxas de juro s quais pretendem efectuar as transaces com os BCN ( 31 ).

    CAIXA 3

    Fases operacionais dos procedimentos de leilo

    Fase 1 Anncio do leilo

    a. Anncio efectuado pelo BCE atravs de agncias de notcias e do stio do BCE na Internet

    b. Anncio efectuado pelos BCN atravs de agncias de notcias nacionais e directamente s contrapartes a nvel individual (se necessrio)

    Fase 2 Preparao e apresentao das propostas pelas contrapartes

    Fase 3 Compilao das propostas pelo Eurosistema

    Fase 4 Resultado da colocao e anncio dos resultados

    a. Deciso de colocao do BCE

    b. Anncio dos resultados da colocao efectuado atravs de agncias de notcias e do stio do BCE na Internet

    Fase 5 Certificao dos resultados individuais da colocao

    Fase 6 Liquidao das transaces (ver Seco 5.3.)

    5.1.2. Calendrio dos leiles

    5.1.2.1. O p e r a e s p r i n c i p a i s d e r e f i n a n c i a m e n t o e o p e r a e s d e r e f i n a n c i a m e n t o d e p r a z o a l a r g a d o

    As operaes principais de refinanciamento e as operaes de refinanciamento de prazo alargado so executadas de acordo com um calendrio indicativo publicado pelo Eurosistema ( 32 ). O calendrio publicado pelo menos trs meses antes do incio do ano a que respeita. Os dias normais de transaco para as operaes principais de refinanciamento e para as operaes de refinanciamento de prazo alargado so apresentados no Quadro 2. O BCE pretende assegurar que as contrapartes em todos os Estados-Membros possam participar nas operaes principais de refinanciamento e nas operaes de refinanciamento de prazo alargado. Por conseguinte, ao elaborar o calendrio dessas operaes, o BCE efectua os ajustamentos necessrios ao calendrio normal, de forma a ter em considerao os feriados bancrios em cada Estado-Membro.

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/21

    ( 30 ) Nos leiles de swaps cambiais de taxa fixa, o BCE fixa os pontos de swap da operao e as contrapartes oferecem o montante de moeda fixa que pretendem vender (e recomprar) ou comprar (e revender) a essa taxa.

    ( 31 ) Nos leiles de swaps cambiais de taxa varivel, as contrapartes licitam o montante de moeda fixa e a cotao dos pontos de swap qual pretendem participar na operao.

    ( 32 ) O calendrio para os leiles do Eurosistema encontra-se disponvel no stio do BCE na Internet (www.ecb.europa.eu), bem como nos stios do Eurosistema na Internet (ver Apndice 5).

    http://www.ecb.europa.eu

  • 5.1.2.2. O p e r a e s e s t r u t u r a i s

    As operaes estruturais realizadas atravs de leiles normais no so executadas de acordo com qualquer calendrio estabelecido antecipadamente. Porm, estas operaes so normalmente contratadas e liquidadas apenas nos dias que sejam dias teis dos BCN ( 33 ) em todos os Estados-Membros.

    5.1.2.3. O p e r a e s o c a s i o n a i s d e r e g u l a r i z a o

    As operaes ocasionais de regularizao no so executadas de acordo com qualquer calendrio estabelecido antecipadamente. O BCE pode decidir realizar operaes ocasionais de regularizao em qualquer dia que seja dia til do Eurosistema. Apenas podem participar nessas operaes os BCN dos Estados-Membros em que o dia da transaco, o dia da liquidao e o dia do reembolso sejam dias teis.

    Grfico 1

    Horrio normal das fases operacionais nos leiles normais

    [as horas so apresentadas na hora legal do BCE (CET)]

    Nota: Os nmeros referem-se s fases operacionais definidas na Caixa 3.

    Grfico 2

    Horrio normal das fases operacionais nos leiles rpidos

    Nota: Os nmeros referem-se s fases operacionais definidas na Caixa 3.

    Quadro 2

    Dias normais de transaco para operaes principais de refinanciamento e operaes de refinanciamento de prazo alargado

    Tipo de operao Dia normal de transaco (T)

    Operaes principais de refinanciamento Todas as teras-feiras

    Operaes de refinanciamento de prazo alargado ltima quarta-feira de cada ms ( 1 )

    ( 1 ) Devido ao perodo de Natal, a operao de Dezembro antecipada normalmente uma semana, isto , para a quarta-feira anterior.

    PT L 331/22 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

    ( 33 ) No presente documento, o termo dia til do BCN refere-se a qualquer dia no qual o BCN de um determinado Estado-Membro se encontre aberto para realizar operaes de poltica monetria do Eurosistema. Em alguns Estados-Membros, as sucursais do respectivo BCN podem estar encerradas nos dias teis do BCN, por motivo de feriados bancrios locais ou regionais. Em tais casos, o respectivo BCN responsvel por informar antecipadamente as contrapartes sobre os procedimentos a adoptar relativamente s operaes que envolvam essas sucursais.

  • 5.1.3. Anncio dos leiles

    Os leiles normais do Eurosistema so anunciados publicamente atravs das agncias de notcias e do stio do BCE na Internet. Alm disso, os BCN podero anunciar as operaes efectuadas atravs de leilo directamente s contrapartes que no tenham acesso s agncias de notcias. O anncio pblico do leilo contm normalmente as seguintes informaes:

    a) o nmero de referncia do leilo;

    b) a data do leilo;

    c) o tipo de operao (cedncia ou absoro de liquidez e forma da sua realizao);

    d) o prazo da operao;

    e) a forma de leilo (leilo de taxa fixa ou leilo de taxa varivel);

    f) o mtodo de colocao (leilo holands ou americano, de acordo com a definio constante da Seco 5.1.5);

    g) o montante indicativo da operao (normalmente apenas no caso de operaes de refinanciamento de prazo alargado);

    h) a taxa de juro/preo/ponto de swap (no caso de leiles de taxa fixa);

    i) a taxa de juro/preo/ponto de swap mnimos/mximos aceites (quando aplicvel);

    j) a data-valor da operao e a sua data de vencimento (quando aplicvel), ou a data-valor e a data de vencimento do instrumento de dvida (no caso da emisso de certificados de dvida do BCE);

    k) as moedas envolvidas e a moeda cujo montante mantido fixo (no caso de swaps cambiais);

    l) a taxa de cmbio vista de referncia que ser utilizada no clculo das propostas (no caso de swaps cambiais);

    m) o montante mximo das propostas (quando existir);

    n) o montante mnimo individual atribudo (quando existir);

    o) o rcio mnimo de colocao (quando existir);

    p) a hora limite para apresentao de propostas;

    q) a denominao dos certificados (no caso da emisso de certificados de dvida do BCE); e

    r) o cdigo ISIN da emisso (no caso da emisso de certificados de dvida do BCE).

    Com o objectivo de aumentar a transparncia das operaes ocasionais de regularizao, o Eurosistema, normalmente, anuncia pblica e antecipadamente os leiles rpidos. Porm, em condies excepcionais, o BCE pode decidir no efectuar antecipadamente o anncio pblico dos leiles rpidos. O anncio dos leiles rpidos segue os mesmos procedimentos que os adoptados para os leiles normais. Num leilo rpido, em que no h antecipadamente um anncio pblico, as contrapartes seleccionadas so contactadas directamente pelos BCN. Nos leiles rpidos que sejam anunciados publicamente, os BCN podem contactar directamente as contrapartes seleccionadas.

    5.1.4. Preparao e apresentao das propostas pelas contrapartes

    As propostas apresentadas pelas contrapartes devem seguir o modelo fornecido pelos BCN para a operao em questo. Devem ser apresentadas ao BCN do Estado-Membro no qual a instituio se encontra estabelecida (sede ou sucursal). As propostas de uma instituio apenas podem ser apresentadas por um estabelecimento (quer seja a sede ou uma sucursal designada para o efeito) em cada Estado-Membro.

    Nos leiles de taxa fixa as contrapartes tm de mencionar, nas respectivas propostas, o montante que pretendem transaccionar com os BCN ( 34 ).

    Nos leiles de taxa varivel as contrapartes podem apresentar at dez propostas diferentes de taxa de juro/preo/ /pontos de swap. Em circunstncias excepcionais, o Eurosistema pode estabelecer um limite ao nmero de propostas que podem ser apresentadas em leiles de taxa varivel. Em cada proposta as contrapartes tm de mencionar o montante que pretendem transaccionar com os BCN e a respectiva taxa de juro ( 35 ), ( 36 ). A proposta respeitante s taxas de juro deve ser apresentada em mltiplos de 0.01 pontos percentuais. No caso de um leilo de swap cambial de taxa varivel, os pontos de swap tm de ser cotados de acordo com as convenes de mercado e as propostas tm de ser apresentadas em mltiplos de 0.01 pontos de swap.

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/23

    ( 34 ) Nos swaps cambiais de taxa fixa, tem de ser mencionado o montante de moeda fixa que a contraparte pretende transaccionar com o Eurosistema.

    ( 35 ) No que respeita emisso de certificados de dvida do BCE, este pode decidir que as propostas devem ser apresentadas sob a forma de preo e no de taxa de juro. Em tais casos, os preos tm de ser cotados como percentagem do valor nominal.

    ( 36 ) Nos swaps cambiais de taxa varivel, tm de ser mencionados o montante da moeda fixa que a contraparte pretende transaccionar com o Eurosistema e o respectivo nvel de pontos de swap.

  • Nas operaes principais de refinanciamento o montante mnimo de cada proposta fixado em 1 000 000 EUR. As propostas acima daquele montante mnimo devem ser apresentadas em mltiplos de 100 000 EUR. Estes mesmos montantes so aplicados nas operaes ocasionais de regularizao e nas operaes estruturais. O montante mnimo de cada proposta aplicado a cada proposta de taxa de juro/preo/ponto de swap.

    Nas operaes de refinanciamento de prazo alargado cada BCN define um montante mnimo para as propostas entre 10 000 EUR e 1 000 000 EUR. As propostas que excedam o montante mnimo definido devem ser expressas em mltiplos de 10 000 EUR. O montante mnimo da proposta aplicado a cada nvel individual de taxa de juro.

    O BCE pode fixar um montante mximo para as propostas, a fim de impedir propostas excessivamente elevadas. Tais limites mximos so sempre fixados no anncio pblico do leilo.

    As contrapartes devem sempre estar em condies de entregar activos elegveis suficientes para garantia dos montantes que lhes forem atribudos ( 37 ). As disposies contratuais ou regulamentares aplicadas pelo respectivo BCN prevem a imposio de sanes caso uma contraparte falhe na transferncia de um montante suficiente de activos ou de numerrio para liquidar o montante que lhe tenha sido atribudo num leilo.

    As propostas so revogveis at hora limite de apresentao. As propostas apresentadas aps a hora limite fixada no anncio do leilo no so consideradas vlidas. O cumprimento deste prazo avaliado pelos BCN. Os BCN rejeitam todas as propostas de uma contraparte se o montante agregado dessas propostas exceder o montante mximo que tenha sido fixado pelo BCE. Os BCN tambm rejeitam as propostas com valor inferior ao do montante mnimo permitido ou que tenham valores inferiores ao mnimo ou superiores ao mximo aceites para taxa de juro/preo/ponto de swap. Alm disso, os BCN podem rejeitar propostas que estejam incompletas ou que no respeitem o modelo estabelecido. Quando uma proposta for rejeitada, o respectivo BCN informar a contraparte dessa deciso antes da colocao.

    5.1.5. Procedimentos de colocao em leilo

    5.1.5.1. L e i l e s d e t a x a f i x a

    Na colocao em leiles de taxa fixa, as propostas recebidas das contrapartes so adicionadas. Se o montante agregado das propostas exceder o montante disponvel para colocao, as propostas apresentadas sero satisfeitas atravs de rateio, de acordo com o rcio entre o montante a colocar e o montante agregado das propostas (ver Caixa 4). O montante atribudo a cada contraparte arredondado para o euro mais prximo. No entanto, o BCE pode decidir atribuir um montante/rcio mnimo a cada proponente nos leiles de taxa fixa.

    CAIXA 4

    Colocao em leiles de taxa fixa

    A percentagem de colocao a seguinte:

    all % A X n i 1

    a i

    O montante atribudo i-sima contraparte :

    all i = all % (a i )

    sendo:

    A = montante total colocado

    n = nmero total de contrapartes

    a i = montante licitado pela i-sima contraparte

    all% = percentagem de colocao

    all i = montante total atribudo i-sima contraparte

    5.1.5.2. L e i l e s d e t a x a v a r i v e l e m e u r o s

    Nos leiles de taxa varivel para operaes de cedncia de liquidez em euros, as propostas so ordenadas por ordem decrescente das respectivas taxas de juro. As propostas com as taxas de juro mais elevadas so satisfeitas em primeiro lugar e posteriormente as propostas com as taxas de juro sucessivamente mais baixas so aceites at a liquidez total a colocar ser esgotada. Se ao nvel mais baixo de taxa de juro aceite (isto , taxa de juro marginal), o montante agregado das propostas exceder o remanescente a ser colocado, o montante remanescente rateado entre as propostas, de acordo com o rcio entre o montante remanescente a colocar e o montante total das propostas, taxa de juro marginal (ver Caixa 5). O montante atribudo a cada contraparte arredondado para o euro mais prximo.

    PT L 331/24 Jornal Oficial da Unio Europeia 14.12.2011

    ( 37 ) Ou de liquidar em numerrio, no caso de operaes de absoro de liquidez.

  • Nos leiles de taxa varivel para operaes de absoro de liquidez (os quais podem ser utilizados para a emisso de certificados de dvida do BCE e para a constituio de depsitos a prazo fixo), as propostas so ordenadas por ordem crescente das respectivas taxas de juro (ou ordem decrescente dos respectivos preos). As propostas com as taxas de juro mais baixas (preos mais elevados) so satisfeitas em primeiro lugar e posteriormente as propostas com taxas de juro sucessivamente mais elevadas (propostas de preos mais baixas) so aceites at se esgotar toda a liquidez a absorver. Se taxa de juro mais elevada (preo mais baixo) aceite (isto , taxa de juro/preo marginal), o montante agregado das propostas exceder o montante remanescente a ser colocado, este ser rateado entre as propostas, de acordo com o rcio entre o montante remanescente a ser colocado e o montante total das propostas taxa de juro/preo marginal (ver Caixa 5). No que respeita emisso de certificados de dvida do BCE, o montante atribudo a cada contraparte arredondado para o mltiplo mais prximo da denominao dos certificados de dvida do BCE. No que respeita s outras operaes de absoro de liquidez, o montante atribudo a cada contraparte arredondado para o euro mais prximo.

    Nos leiles de taxa varivel, o BCE pode decidir atribuir um montante mnimo a cada proponente considerado.

    CAIXA 5

    Colocao em leiles de taxa varivel em euros

    (o exemplo refere-se a propostas de taxa de juro)

    A percentagem de colocao taxa marginal :

    all% r m A X m 1

    s 1 ar s

    ar m

    A atribuio i-sima contraparte taxa de juro marginal :

    all (r m ) i = all%(r m ) a(r m ) i

    A atribuio total i-sima contraparte :

    all i X m 1 s 1

    ar s i allr m i

    sendo:

    A = montante total colocado

    r s = s-sima taxa de juro proposta pelas contrapartes

    n = nmero total de contrapartes

    a(r s ) i = montante proposto s-sima taxa de juro (r s ) pela i-sima contraparte

    a(r s ) = montante total proposto s-sima taxa de juro (r s )

    ar s X n i 1

    ar s i

    r m = taxa de juro marginal:

    r 1 r s r m para um leilo de cedncia de liquidez

    r m r s r 1 para um leilo de absoro de liquidez

    r m1 = taxa de juro anterior taxa de juro marginal (ltima taxa de juro qual as propostas so integralmente satisfeitas):

    r m1 > r m para um leilo de cedncia de liquidez

    r m > r m1 para um leilo de absoro de liquidez

    all%(r m ) = percentagem de colocao taxa de juro marginal

    all(r s ) i = atribuio i-sima contraparte s-sima taxa de juro

    all i = montante total atribudo i-sima contraparte

    PT 14.12.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 331/25

  • 5.1.5.3. L e i l e s d e s w a p s c a m b i a i s d e t a x a v a r i v e l

    Nos leiles de swaps cambiais para cedncia de liquidez as propostas so ordenadas por ordem crescente das cotaes em pontos de swap ( 38 ). As propostas com as cotaes em pontos de swap mais baixas so satisfeitas em primeiro lugar e posteriormente as propostas com cotaes mais elevadas so sucessivamente aceites at se esgotar o montante total da moeda fixa a ser colocado. Se, cotao em pontos de swap mais elevada aceite (isto , a cotao marginal em pontos de swap), o montante agregado das propostas exceder o montante remanescente a ser colocado, o montante remanescente rateado entre as propostas, de acordo com o rcio entre o montante remanescente a ser colocado e o montante total das propostas cotao marginal em pontos de swap (ver Caixa 6). O montante atribudo a cada contraparte arredondado para o euro mais prximo.

    Nos leiles de swaps cambiais de taxa varivel para absoro de liquidez as propostas so ordenadas por ordem decrescente das cot