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Orientações nutricionais para pacientes em

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Orientações nutricionais para pacientes em

Tratamento Oncológico

Serviço de Nutrição e Dietética

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Este manual contou com a colaboração de: nutricionista Taiane Dias Barreiro, professora Thais Steemburgo e acadêmica de Nutrição Lourena Carvalho Pinto.

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Sumário

APRESENTAÇÃO 5

Principais sinais do tratamento oncológico 7

Anorexia (perda de apetite) e perda de peso 7

Aterações do paladar (disgeusia) 7

Xerostomia (boca seca/ redução da saliva) 8

Mucosite (placas brancas na boca) 9

Disfagia (dificuldade de engolir) e odinofagia 10 (dor ao engolir)

Trismo (dificuldade em abrir a boca) 11

Principais sintomas gastrointestinais 12 do tratamento oncológico

Distensão abdominal 12

Náuseas e vômitos 12

Diarreia 13

Constipação intestinal (prisão de ventre) 14

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Apresentação

Este manual foi elaborado para ajudar você e seus familiares a conhecer mais sobre os prin-cipais sinais e sintomas do tratamento oncoló-gico, seja ele quimioterapia e/ou radioterapia, que podem diminuir seu consumo de alimen-tos e piorar o seu estado nutricional. Você vai aprender dicas que irão ajudar a aumentar o seu consumo alimentar e a lidar melhor com os efeitos colaterais deste tratamento.

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Principais sinais do tratamento oncológico

Anorexia (perda de apetite) e perda de peso

•Tentar comer mesmo que não esteja com muita vontade. É im-portante!

•Reforçar as primeiras refeições do dia: após algumas horas de jejum, é provável que seja mais fácil ingerir alimentos.

•Fazer refeições frequentes e em pequenas quantidades, evitan-do assim a saciedade precoce e a distensão gástrica (abdominal) que, associadas à falta de apetite, limitam a ingestão alimentar.

•Aumentar o teor de proteínas e calorias da alimentação (con-sultar um nutricionista).

•Limitar a ingestão de líquidos durante as refeições, pois o ex-cesso contribui para a sensação de estômago cheio.

•Evitar excessos de gorduras, pois alimentos ricos em gorduras contribuem para aumentar a saciedade e atrasar o esvaziamento gástrico.

Alterações do paladar (disgeusia)

•Desde que a alteração do paladar não seja acompanhada por mucosite e/ou estomatite, uma abordagem possível é mudar para sabores e cheiros mais intensos, utilizando ervas aromáticas (hortelã), especiarias (canela) e cítricos (limão e lima).

•Fazer bochecho de água antes das refeições pode ajudar a me-lhorar o paladar dos alimentos.

•Fazer pequenas refeições e frequentes, recorrendo a lanches saudáveis.

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•Utilizar talhares de plástico se os alimentos tiverem gosto me-tálico.

•Substituir a carne vermelha por frango, peixe, ovos e queijos, já que a aversão a ela é frequente e associada ao sabor metálico deixado na boca.

Xerostomia (boca seca/ redução da saliva)

•A primeira abordagem é aumentar a ingestão de líquidos, de 30 a 40ml para cada quilo de peso por dia, e consumir alimentos preparados com bastante líquidos e molhos.

•Chupar balas e alimentos gelados.

•Realizar a higiene oral é muito importante para prevenir infec-ções.

•Escovar os dentes e limpar a boca pelo menos quatro vezes ao dia.

•Limpar as próteses dentárias com frequência.

•Evitar as soluções orais com álcool, pois secam as mucosas.

•Hidratar frequentemente a boca, com pequenos goles de água, e manter os lábios lubrifi-cados com batom de glicerina ou vaselina.

•Preferir alimentos com molhos (sopas, guisados etc.).

•Chupar balas de frutas ácidas e frutos ácidos sem açúcar que aju-dam a estimular a saliva.

•Beber os líquidos através de um canudinho (há menor contato com as mucosas).

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•Os substitutos comerciais de saliva (saliva artificial) podem ser úteis, particularmente nos pacientes submetidos à radioterapia, pois hidratam a mucosa oral.

•Mastigar e chupar gelo feito de água, água de coco e suco frutas ou picolés.

•Utilizar gotas de limão na água pode ajudar no aumento da in-gestão de líquidos durante o dia.

Mucosite (placas brancas na boca)

•Quando prescritos analgésicos tópicos, utilizar 15 minutos an-tes das refeições. O mesmo efeito pode ser conseguido lavando a boca com solução de bicarbonato de sódio.

•Evitar alimentos ácidos e gordurosos, porque aumentam a se-creção ácida do estômago.

•Evitar condimentos, especiarias e excesso de açúcar.

•Preferir alimentos à temperatura ambiente (nem muito frios, nem muito quentes).

•Ingerir alimentos macios e com molhos (pastosos), purês, cre-mes, batidas de leite e frutas.

•Evitar bebidas alcoólicas, cafeína e tabaco.

•Lavar a boca após as refeições, usando uma escova extra macia (fazer bochechos com chá de camomila ou malva).

•O uso de gelo especial (receita abaixo), antes das refeições, pode ajudar em situações de desconforto na mastigação dos ali-mentos.

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Receita de gelo especial:

200ml suco maçã ou gelatina

Quatro colheres sopa de TCM

Liquidificar e colocar em formas de gelo e levar ao congelador ou freezer.

Disfagia (dificuldade de engolir) e odinofagia (dor ao engolir)

•As estratégias alimentares têm por finalidade facilitar a degluti-ção, impedir a aspiração e evitar o impacto dos alimentos.

•Fazer refeições frequentes e de pequenos volumes.

•Manter uma postura ereta durante as refeições para reduzir os riscos de aspiração.

•Evitar alimentos com temperaturas extremas.

•Evitar alimentos secos e duros.

•Cozinhar os alimentos até que fiquem moles e macios.

•Preferir alimentos de consistência líquida-pastosa ou pastosa, pois são mais tolerados na presença da disfagia.

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•Modificar a consistência dos alimentos líquidos utilizando es-pessantes (receita abaixo) pode prevenir o risco de aspiração na presença da disfagia.

Receita de uso de espessantes:

200ml de líquidos em geral (água, sucos, leite etc.)

Duas colheres medidas de espes-sante

Misturar bem e tomar.

Atenção: os líquidos espessados não podem ter grumos. Eles devem escorrer da colher formando um V (consistência tipo mel - Figura ao lado)

Trismo (dificuldade em abrir a boca)

•Modificar a consistência da dieta, de acordo com a sua aceitação.

•Utilizar artifícios para facilitar a inges-tão (canudos, seringas, colheres, garra-fa tipo atleta).

•Manter a higiene oral diária.

•Escolher líquidos ricos em calorias.

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Principais sintomas gastrointestinais do tratamento oncológico

Distensão abdominal

•Utilizar roupas largas.

•Fazer refeições frequentes e pouco volumosas.

•Limitar ingestão de líquidos durante as refeições.

•Evitar alimentos crus.

•Evitar preparações gordurosas ou muito ricas em molhos.

Náuseas e vômitos

•Se houver indicação médica, utilizar medicações antieméticas (para vômitos) antes das refeições.

•Consumir alimentos com baixo teor de gordura, pouco condi-mentados e de cheiro neutro.

•Comer devagar, fazendo refeições frequentes e de pouco vo-lume.

•Comer antes de ficar com fome, pois a fome pode exacerbar as náuseas.

•Evitar líquidos durante as refeições. Beber pequenas quanti-dades ao longo do dia, dando preferência a goles ou utilizando canudinhos.

•Preferir os alimentos e bebidas mornas ou frias, porque alimen-tos quentes contribuem para as náuseas.

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•Descansar após as refeições, mas nunca deitar. A náusea mati-nal pode ser amenizada comendo-se torradas secas antes de se levantar.

•Evitar roupas apertadas.

•Evitar preparações e alimentos muito doces.

•Em relação aos vômitos, deve-se: evitar consumir alimentos ou bebidas durante as crises; iniciar a ingestão alimentar por água, refrigerante tipo cola ou caldo sem gordura; tomar uma colher de chá de 10 em 10 minutos; aumentar lentamente de acordo com a tolerância, até perfazer duas colheres de sopa a cada 30 minutos; progredir para uma dieta líquida completa ou pastosa.

•A suplementação de extrato seco de gengibre (1,2 gramas por dia) pode melhorar os sintomas das náuseas causadas pela qui-mioterapia.

Diarreia

•Anotar a característica, quantidade e frequência das evacua-ções.

•Ingerir refeições pequenas e frequentes.

•Evitar alimentos ricos em lactose (leite e produtos lácteos), sa-carose (açúcar), alimentos condimentados, flatulentos, ricos em fibras insolúveis (vegetais crus), gorduras (frituras, maionese, chocolates etc.), álcool e cafeína.

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•Ingerir fibras solúveis como maçã e pera sem casca e banana.

•Aumentar a ingestão de líquidos para pelo menos três litros ao dia é uma medida terapêutica importante e que poderá incluir: água, bebidas desportivas, caldo de carne, chás e refrigerantes sem cafeína, sucos coados e gelatina para evita a hiponatremia (baixa quantidade de sódio no organismo), hipocalemia (baixa quantidade de potássio no organismo) e desidratação.

•Avisar a equipe de saúde se não melhorar.

Constipação intestinal (prisão de ventre)

•Aumentar a ingestão de líquidos, dando preferência aos sucos laxativos.

•Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras (legumes, frutas, verduras, cereais).

•Evitar o consumo de maisena e creme de arroz.

•Comer pelo menos cinco porções de frutas e vegetais por dia.

•Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico) são exce-lentes fontes de fibras.

•Sempre que possível, comer frutas com casca e vegetais crus, assegurando-se que estejam bem lavados.

•Adicionar vegetais no recheio de sanduíches, tortas e sopas.

•Comer frutas em vez de beber suco, pois elas possuem maior quantidade de fibras.

•Usar frutas frescas ou secas para lanches e sobremesas. Podem ser adicionadas em iogurtes ou cereais instantâneos.

•Utilizar mais grãos integrais (arroz integral, farelos, trigo inte-gral, germe de trigo) em sopas, saladas e pratos principais.

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•Substituir o pão branco por integral.

•Incluir no desjejum e nos lanches: cereais integrais ricos em fi-bras, barras de cereais e oleaginosas (amendoim, castanha, no-zes, amêndoas).

Receita natural de coquetel laxativo:

Colocar cinco ameixas pretas em meio copo de água e deixar de véspera na geladeira. Acrescentar uma fatia de mamão sem casca e sem semente, uma laranja sem cas-ca e sem semente, uma colher de sopa de farelo de trigo, duas colheres de sopa de iogurte ou creme de leite e duas colheres de gelo picado.

Liquidificar e tomar pela manhã em jejum.

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Coordenadoria de Comunicação do HCPA - janeiro/21 - PES 113 - 302043

Aprovado pelo Conselho Editorial em janeiro/21

') UFRGS UNJVERSIDADE FEDERAL

DO RtO GRANDE DO SUL

HOSPITAL DE

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