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1 Teatro Grego e Tragédia ORIGEM DO TEATRO GREGO Grécia do século VI A.C.; Evoluiu do Ditirambo; Institucionalizou-se através dos primeiros festivais (534 a.C.); O TEATRO ENQUANTO INSTITUIÇÃO Superação do improviso ritualístico; Profissionalização do espetáculo: Política e economicamente; Profissionalização: formal – ator, dramaturgo, cenógrafo, etc.; produção – organização dos festivais; Aparecimento de uma teoria teatral: Aristóteles – “Poética” COMO SE ORGANIZAVAM OS FESTIVAIS? Surgem em 534 a.C.; Aconteciam anualmente e duravam 3 à 5 dias; Econômica e politicamente organizava-se: três representantes sociais – ARCONTE, COREGOS e o ESTADO; Existência de um regulamento: autor – TETRALOGIA (três Tragédias e um Drama Satírico); - Drama Satírico: peça curta que ridicularizava deuses e heróis, mostrando-os em situações ridículas (sátira da Tragédia); FUNÇÃO DOS REPRESENTANTES DA SOCIEDADE NOS FESTIVAIS

Origem Do Teatro Grego

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Page 1: Origem Do Teatro Grego

1 Teatro Grego e Tragédia

ORIGEM DO TEATRO GREGO

Grécia do século VI A.C.;

Evoluiu do Ditirambo;

Institucionalizou-se através dos primeiros festivais (534 a.C.);

O TEATRO ENQUANTO INSTITUIÇÃO

Superação do improviso ritualístico;

Profissionalização do espetáculo: Política e economicamente;

Profissionalização: formal – ator, dramaturgo, cenógrafo, etc.; produção – organização dos festivais;

Aparecimento de uma teoria teatral: Aristóteles – “Poética”

COMO SE ORGANIZAVAM OS FESTIVAIS?

Surgem em 534 a.C.;

Aconteciam anualmente e duravam 3 à 5 dias;

Econômica e politicamente organizava-se: três representantes sociais – ARCONTE, COREGOS e o ESTADO;

Existência de um regulamento: autor – TETRALOGIA (três Tragédias e um Drama Satírico);

- Drama Satírico: peça curta que ridicularizava deuses e heróis, mostrando-os em situações ridículas (sátira da Tragédia);

FUNÇÃO DOS REPRESENTANTES DA SOCIEDADE NOS FESTIVAIS

ARCONTE: era responsável por administrar o festival (espécie de produtor), era um magistrado da cidade;

COREGOS: espécie de mecenas da época, escolhido entre os comerciantes poderosos da cidade. Bancava parte do festival junto com o Estado – pagava atores, cenários, figurinos, etc;

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2 Teatro Grego e Tragédia

ESTADO: responsável pela manutenção do teatro, pelo pagamento do coro e dos

prêmios.

TEORIA TEATRAL ARISTOTÉLICA

1º teórico do teatro – Aristóteles (384-322 a.C.), estipulou vários conceitos sobre os elementos do teatro em seu escrito – “Poética”;

Conceituou:

TEATRO;

ELEMENTOS DA AÇÃO DRAMATÚRGICA (CONFLITO, CLIMAX e HARMATIA);

CATARSE

REGRAS DAS TRÊS UNIDADES (TEMPO, ESPAÇO e AÇÃO);

DOIS GÊNEROS DRAMÁTICOS (TRAGÉDIA E COMÉDIA)

CONCEITO DE TEATRO

Etimologicamente: Thea – Visão;

Theatro: lugar de onde se vê – AÇÃO;

Conceito aristotélico: é a imitação da ação.

ELEMENTOS DA AÇÃO DRAMATÚRGICA

CONFLITO: resulta da visão antagônica das personagens sob uma mesma situação;

CLIMAX: é consequência do conflito, seria uma ampliação do conflito, que o encaminha para o desfecho. É caracterizado pelo momento de maior atenção por parte do espectador;

HARMATIA ou FALHA TRÁGICA: harmatia – erro. Seria o erro cometido pelo herói, que tem por consequência a catástrofe;

CATÁSTROFE: é o momento final, onde o herói paga pelo seu erro, com o sacrifício de sua vida e o reconhecimento de sua culpa.

CATARSE

É uma das finalidades e uma das consequências da Tragédia. Trata-se da identificação do espectador com as emoções e sentimentos vividos pelo personagem, onde tal identificação opera uma espécie de purgação, “lavagem” ou purificação desses sentimentos.

ORIGINA-SE: Kathasis – purgação

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3 Teatro Grego e Tragédia

TRÊS UNIDADES ARISTOTÉLICAS

AÇÃO: conjunto de atitudes desenvolvidas pelo comportamento das personagens. Para Aristóteles, a ação deve ser UNIFICADA e INVIOLÁVEL, ou seja, deve ter COMEÇO, MEIO e FIM;

ESPAÇO ou LUGAR: é o âmbito onde desenvolve-se a ação. Na visão aristotélica, esse lugar deve ser determinado por um único lugar,em que o espectador tenha condições de englobá-lo pelo olhar ;

TEMPO: esta regra exige que a duração da ação não exceda vinte e quatro horas. Aristóteles aconselha que não ultrapasse o tempo de uma “revolução solar”.

ARQUITETURA TEATRAL GREGA

DISPOSIÇÃO BÁSICA: divide-se em três estruturas – THEATRON, ORCHÉSTRA e SKÉNE;

SUBDIVIDE-SE EM: PÁRADOI e PROSKÉNION.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!

O teatro grego caracteriza-se por sua principal função, a de educar a sua grande parte da sociedade através das encenações e de sua dramaturgia, isto se deve pelo fato de grande parte dos textos teatrais da época, trazerem em seus escritos toda a cultura e história da Grécia. Esta educação se dá, seja através de suas Tragédias ou Comédias.

TRAGÉDIA

ORIGEM: evolui do Ditirambo;

A Tragédia origina-se da evolução do canto em louvor a Dionísio para o diálogo;

ETIMOLOGICAMENTE: Tragos – bode + Edia - canto = Tragoedia – canto o bode.

Lembra-nos do coro de homens vestidos de bode das manifestações do Ditirambo.

CONCEITO:

“A tragédia é a imitação de uma ação de caráter elevado e completo, de uma certa extensão, numa linguagem temperada com condimentos de uma espécie particular conforme as diversas partes, imitação que é feita por personagens em ação e não por meio de uma narrativa, e que, provocam piedade e temor...” (ARISTÓTELES – Poética)

CONCEITO²:

“Tragédia é uma peça que representa uma ação humana funesta muitas vezes terminada em morte.”

(PAVIS – “Dicionário de Teatro”)

CARACTERÍSTCAS GERAIS DA TRAGÉDIA:

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4 Teatro Grego e Tragédia

Escrita e Linguagem rebuscada;

Possui como temáticas: morte, destino, relações entre os humanos e deuses, presença de heróis e semideuses e as relações de poder (homens, deuses e reis);

O sentido trágico de responsabilidade, mediante a reflexão sobre a ação humana;

Presença e acontecimentos aterrorizantes: regicídio, parricídio e incesto.

ESTRUTURA DRAMATÚRGICA DA TRAGÉDIA:

CATARSE: purgação operada pela identificação do espectador com o sofrimento do herói;

HARMATIA: falha trágica, erro cometido pelo herói;

HYBRIS: orgulho e a teimosia o herói, que permanece com suas convicções;

PATHOS: sofrimento do herói comunicado pela tragédia;

ANAGORÍSIS: explicação da falha trágica;

CATÁSTROFE: final trágico.

ELEMENTOS VISUAIS DA REPRESENTAÇÃO TRÁGICA:

Uso de coturnos: espécie de sapatos com solados altos, para elevar a estatura dos atores;

O Quitón (Chitón): espécie de túnica (manta), ricamente adornada, usada para vestir os atores;

Cenários: compostos de telões pintados ou construções de pedras, em que, obrigatoriamente representavam a fachada de um palácio;

Máscaras: com aspectos expressivos dramáticos (crueldade, espanto, medo, sofrimento, etc.), além de ajudar na projeção vocal dos atores,pois elas possuíam uma caixa e ressonância eficaz.

FORMA DE REPRESENTAÇÃO DOS ATORES:

Na tragédia, os atores possuíam gestos contidos; postura altiva, ereta, para lembrar nobres, deuses e heróis; suas ações eram determinadas por suas emoções e tecnicamente controladas.

OS PRINCIPAIS DRAMATURGOS TRÁGICOS (TRAGEDIÓGRAFOS):

ÉSQUILO

SÓFOCLES

EURÍPEDES

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5 Teatro Grego e Tragédia

ÉSQUILO (525-456 a.C.)

1º dramaturgo grego; encenador, diretor de sua companhia; ator; músico; cenógrafo, militar, servindo na guerra contra os Persas

CONTRIBUIÇÕES PARA O TEATRO: desenvolveu a dança trágica; deu mais expressividades as máscaras; introduziu o antagonista (2º ator), construiu cenários permanentes; contribuiu com o uso dos coturnos.

CARACTERÍSTICAS DA DRAMATURGIA DE ÉSQUILO

Estuda o comportamento humano entre o religioso e a ordem civilizada;

Celebra o herói pelos benefícios que trouxe a humanidade. Ex.: “Prometeu Acorrentado”;

Algumas de suas obras possui o caráter histórico e temáticas voltadas para guerra. Ex.: “Os Persas”.

OUTRAS OBRAS: Os sete contra Tebas; Orestia e As suplicantes.

SÓFOCLES (496-405 a.C.)

Foi sacerdote ordenado, ator, poeta, pintor, ministro do tesouro, uma homem ativo na política;

CONTRIBUIÇÕES PARA O TEATRO: introduziu o tritagonista (3º ator), aumentando os diálogos; criou o telão (cenário pintado); humanizou a tragédia, seus heróis eram mais “humanos”, mortais, dotados de consciência humana.

CARACTERÍSTICAS DA DRAMATURGIA DE SÓFOCLES

Dramaturgia marcada por questões de ordem política, social e aborda temáticas que giram em torno do destino humano;

Em “Antígona”, ele trata de conflitos entre a mulher que defende a família e o homem apoiado pelo estado; conflitos entre as leis e ordens políticas e a consciência individual e a oposição entre amor e ódio;

Em “Édipo Rei”, Sófocles tem como tema central o duelo entre o destino e a luta contra ele; o homem é vítima de seu próprio destino, mas tem consciência de seus atos.

OUTRAS OBRAS: Ajax; As traquinas; Édipo em Colona; Electra.

EURÍPEDES (480-406 a.C.)

Tem origem humilde, filho de uma feirante, foi atleta, pintor e músico.

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6 Teatro Grego e Tragédia

CONTRIBUIÇÕES PARA O TEATRO: introduziu personagens populares na tragédia; criou

o Prólogo (resumo da peça); recurso cenográfico conhecido por “deus ex machine” (aparato cenográfico que cria o efeito de vôo), introduz a crítica social em seus textos e cria o drama realista e psicológico.

CARACTERÍSTICAS DA DRAMATURGIA DE EURÍPEDES:

Sua dramaturgia caracteriza-se pelo cunho social, defesa da igualdade entre escravos e senhores, homem e mulher, cidadãos e estrangeiros; caracteriza-se também por temáticas pacifistas e humanitárias.

Em sua obra prima “Medéia”, Eurípedes trata do conflito entre os gêneros, análise dos interesses dos homens e da mulher, o tema central é vingança, concretizada pelo ciúme frenético, que pondera entre o amor aos filhos e o desejo de punir o pai.