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19 + 20 Maio 2016 quinta, 21:00h / sexta, 19:00h Grande Auditório Orquestra Gulbenkian Claudio Scimone Anna Dennis Julie Boulianne 20 Maio 2016 sexta, 21:30h Grande Auditório Solistas da Orquestra Gulbenkian claudio scimone © dr

Orquestra Gulbenkian · escrita orquestral atingiu um novo nível de ... como crítico teatral e musical, ... toda a orquestra e o ambiente mantém-se

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19 + 20 Maio 2016quinta, 21:00h / sexta, 19:00hGrande Auditório

Orquestra GulbenkianClaudio ScimoneAnna DennisJulie Boulianne

20 Maio 2016sexta, 21:30h — Grande Auditório

Solistas da Orquestra Gulbenkian

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GULBENKIAN.PT/MUSICA

mecenasgrandes intérpretes

mecenascoro gulbenkian

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mecenasconcertos de domingo

mecenasmúsica de câmara

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quinta 19 Maio 201621:00h — Grande Auditório

sexta 20 Maio 201619:00h — Grande Auditório

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Orquestra GulbenkianClaudio Scimone maestroAnna Dennis sopranoJulie Boulianne meio-soprano

Gioachino RossiniAbertura da ópera Semiramide

Arrigo BoitoSinfonia em Lá menor

Allegro con fuoco – Andante affettuoso –Allegro come primaMeno mosso – Andante afetuoso come primaAllegro moderato – Presto

Giuseppe Verdi Abertura da ópera Aida

intervalo

Giovanni Battista PergolesiStabat Mater

1. Stabat Mater dolorosa2. Cujus animam gementem3. O quam tristis et afflicta4. Quae moerebat et dolebat5. Quis est homo6. Vidit suum dulcem natum7. Eja mater fons amoris8. Fac, ut ardeat cor meum9. Sancta Mater, istud agas10. Fac ut portem Christi mortem11. Inflammatus et accensus12. Quando corpus morietur – Amen

Duração total prevista: c. 1h 50 min.Intervalo de 20’

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2005

sexta 20 Maio 201621:30h — Grande Auditório

Solistas da Orquestra GulbenkianCristina Ánchel flauta

Pedro Ribeiro oboé

Esther Georgie clarinete

Vera Dias fagote

Gabriele Amarù trompa

Paul HindemithPequena música de câmara, op. 24 n.º 2

Allegre: Moderadamente vivoValsa: Sempre muito tranquiloTranquilo e simplesRápidoMuito vivo

György LigetiSeis bagatelas para quinteto de sopros

Allegro con spiritoRubato. LamentosoAllegro graziosoPresto ruvidoAdagio. MestoMolto vivace. Capriccioso

Duração total prevista: c. 60’Concerto sem intervalo

Carl NielsenQuinteto para Sopros, op. 43

Allegro ben moderatoMenuetPraeludium – Tema con variazioni

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Gioachino Rossinipesaro, 29 de fevereiro de 1792passy, 13 de novembro de 1868

Gioachino Rossini distinguiu-se na primeira metade do século XIX como um dos compositores que maior prestígio e popularidade alcançou, tendo fornecido um contributo imenso para o repertório operático italiano. As suas primeiras produções revelam a ascendência de figuras aclamadas como Cimarosa, Paer e Paisiello – para além dos modelos de Haydn e Mozart –, todo um conjunto de referências que refundiu num estilo próprio que exerceria uma influência preponderante nas décadas subsequentes. Em 1814, a convite do empresário Domenico Barbaja, Rossini tornou-se diretor dos teatros reais de Nápoles, com um contrato que implicava a composição regular de novas óperas. Em 1822 dedicou-se àquela que seria a sua última opera seria italiana: Semiramide, melodramma trágico, em dois atos, com libreto de Gaetano Rossi baseado na tragédia Sémiramis (1748) de Voltaire, que por sua vez se inspirou na lenda babilónica homónima.Estreada com sucesso em 1823, no Teatro La Fenice, em Veneza, Semiramide constitui um exemplo modelar dos processos estabelecidos à época na ópera italiana,

cuja cristalização se deveu também à ação do próprio Rossini. Plena de imaginação melódica, a abertura, recorrendo a materiais da própria ópera, é um exemplo de como a sua escrita orquestral atingiu um novo nível de sofisticação. Os floreados iniciais dão origem a uma introdução lenta na qual as trompas apresentam uma ideia lírica, tomada em seguida pelas madeiras sobre os pizzicati das cordas, ideia que é interrompida pelos acordes dramáticos do tutti, num breve prenúncio da desgraça. No Allegro que se segue, em Ré maior, surge um primeiro tema nas cordas, marcado pelas notas repetidas e saltitantes, e um segundo tema em Lá maior, de caráter mais jovial e marcial, primeiro nos clarinetes e fagotes, depois no flautim. Inicia-se então uma longa passagem em crescendo – o famoso “crescendo rossiniano”, explorado aqui de forma bastante efetiva –, até que um breve interlúdio das cordas faz regressar o material do início do Allegro, dando assim lugar a uma repetição dessa grande secção. O “crescendo rossiniano” conduz desta feita a um final cujo brilhantismo não faz prever a tragédia sangrenta que advirá.

Abertura da ópera Semiramide

composição: 1822-23estreia: veneza, 3 de fevereiro de 1823duração: c. 12’

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Arrigo Boitopádua, 24 de fevereiro de 1842milão, 10 de junho de 1918

Arrigo Boito desenvolveu uma atividade multifacetada enquanto escritor, jornalista, libretista e compositor, tendo-se celebrizado sobretudo pelos libretos para as óperas Otello e Falstaff de Verdi, bem como pela sua ópera Mefistofele. Nas décadas de 60 e 70 do século XIX, Boito afirmou-se como um dos principais expoentes da Scapigliatura, um movimento artístico e literário iconoclasta milanês que pretendia confrontar o provincianismo da cultura italiana.Nesse âmbito, Boito desenvolveria atividade como crítico teatral e musical, expondo os seus próprios princípios para a reforma do melodrama italiano (no que revelou alguma aproximação a Wagner) e assumindo também alguma importância, juntamente como amigo Franco Faccio, na promoção do sinfonismo germânico em Itália.A sua produção como compositor foi,no entanto, para além de muito reduzida, bastante criticada pela discrepância relativamente aos pressupostos estéticos defendidos. Esse é, de facto, o caso da sua Sinfonia em Lá menor, composta em data incerta. A peça abre com um tema de caráter marcial, marcado pelos seus ritmos pontuados e por um motivo harpejado nas

cordas graves. Este primeiro tema é emseguida trabalhado pela orquestra, sucessivamente pelos sopros e pelo tutti, diluindo-se numa passagem de transição. Num tempo mais lento, os sopros graves enunciam solenemente o tema principal, dando lugar a um segundo tema no oboé, acompanhado pelas cordas em fluentes e dançantes pizzicati. A nova ideia melódicaé desenvolvida pelos violinos, surgindo nos graves novo motivo de acompanhamento, que passa para os agudos quando este segundo tema é tomado pelo clarinete. Após um momento conclusivo, regressa o ambiente marcial do início, comentado desta feita por escalas descendentes e ascendentes. Subitamente surge uma nova ideia dançante nas cordas, que dá início a um esboço de desenvolvimento em que se cruzam vários motivos da exposição até que tudo se suspende nos trémulos das cordas nos agudos. O segundo tema é mais uma vez apresentado pelos sopros, em notas repetidas, e depois de nova suspensão as cordas recuperam a atmosfera dançante,mas um motivo saltitante acaba por contagiar toda a orquestra e o ambiente mantém-se animado até ao final.

Sinfonia em Lá menor

composição: s.d.duração: c. 11’

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Giuseppe Verdi roncole, 10 de outubro de 1813milão, 27 de janeiro de 1901

Giuseppe Verdi é considerado o mais distinto representante da música dramática em Itália, tendo adquirido, ainda em vida, um estatuto emblemático na consciência nacional italiana. A partir de 1849, a sua produção começa a revelar uma insatisfação relativamente às convenções adotadas dos seus antecessores, que haviam marcado as óperas do início da sua carreira. Assim, já depois da sequência de três óperas que consolidaram a sua fama internacional – Rigoletto, Il trovatore e La traviata (1851-1853) –, o compositor aproximar-se-ia do género grand opéra francês, desenvolvendo aspetos como o contraponto entre cenas sérias e cómicas, a espetacularidade cénica e a orquestração mais colorida, para além da maior duração e do elenco mais alargado. A ópera Aida, em quatro atos, com libreto de Antonio Ghislanzoni, foi estreada no Cairo em 1871. No ano seguinte ocorreria a estreia italiana (e europeia), no Teatro alla Scala, em Milão, também com grande sucesso. Trata-se de uma obra notável pelos seus coros magnificentes, conjuntos complexos e bailados elaborados, bem como

pela sofisticação com que a orquestra é explorada. Depois de inicialmente ter optado por um breve prelúdio orquestral, Verdi trabalhou em 1872 numa grande abertura ao estilo potpourri – um desfile das principais melodias da ópera –, mas acabaria por rejeitá-lae, de facto, atualmente essa peça nunca é usada no início da obra. No registo agudo,as cordas introduzem um ambiente expressivo e algo misterioso, que gradualmente se intensifica, transmitindo-se ao tutti.O clarinete enuncia um novo tema lírico, sobre os tremolos das cordas, conduzindoa um andamento mais agitado que desemboca numa breve apresentação fugada do tema inicial. Uma passagem de transição dá lugar à apresentação de uma outra ideia melódica nos violoncelos, e após nova passagem agitada ressurge o lirismo do clarinete.O tutti majestoso intervém e o motivo inicial é recuperado num ambiente mais sereno, primeiro nos oboés, depois nos violinos.De súbito, esse tema é tomado pelas sonoridades grandiosas da orquestra num final de grande efeito.

Abertura da ópera Aida

composição: 1872duração: c. 11’

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GiovanniBattista Pergolesijesi, 4 de janeiro de 1710pozzuoli, 16 de março de 1736

Giovanni Battista Pergolesi foi um dos primeiros compositores setecentistas a cultivar, de modo consistente, os princípios de um novo “estilo galante”, caracterizado pela simplicidade melódica e pela simetria frásica, bem como pela adequação diligente das linhas vocais à acentuação métrica e à sensibilidade expressiva do texto no sentido de garantir a clareza da compreensão. Apesar da sua curta existência, o compositor notabilizou-se particularmente enquanto um dos protagonistas na ascensão da opera buffa no século XVIII, mas na sua produção contam-se também exemplos importantes no campo da música instrumental e da música sacra.Encomendado por uma confraria italiana para a sua meditação anual de Sexta-Feira Santa em honra da Virgem Maria, o Stabat Mater para soprano, contralto, orquestra de cordas e baixo contínuo, composto por Pergolesi em 1736, nos seus últimos tempos de vida, constituiu certamente uma das primeiras aplicações à música sacra da nova orientação, em equilíbrio com o antigo estilo mais contrapontístico. Apesar da resistência inicial de alguns comentadores, a obra alcançaria grande popularidade ao longo

de todo o século XVIII. Trata-se de mais um dos incontáveis tributos musicais inspirados pela figura da Virgem, musicando neste caso os versos latinos de Jacobus de Benedictis (séc. XIII), que lhe elevam uma prece depois de numa primeira parte descreverem a sua angústia aos pés da cruz. A atmosfera plangente é estabelecida de imediato pelo número de abertura, “Stabat Mater dolorosa” (Grave), em Fá menor, um dueto arrebatador marcado pelo seu lirismo tocante perpassado por dissonâncias agonizantes. O ambiente lamentoso que predomina nas primeiras estrofes é suspenso por momentos no n.º 4, “Quae moerebat et dolebat” (Allegro), em Mi bemol maior, uma ária de contralto que evoca a bênção que representa para os mortais a morte do salvador. No n.º 7, “Eja mater, fons amoris” (Andantino), em Dó menor, o uníssono entre as linhas vocais e instrumentais sugere a comunhão dos suplicantes com a Virgem,o que se intensifica nos números seguintes, até que, em “Quando corpus morietur” (n.º 12, Largo assai) os devotos aspiram pela jornada segura até ao Paraíso. notas de luís miguel santos

Stabat Mater

composição: 1736duração: c. 45’

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Giovanni Battista PergolesiStabat Mater

1. Dueto: GraveStabat Mater dolorosa,Juxta crucem lacrimosa,Dum pendebat filius. 2. Soprano: Andante amorosoCujus animam gementem,Contristatam et dolentem,Pertransivit gladius. 3. Duo: LarghettoO quam tristis et afflictaFuit illa benedictaMater unigeniti. 4. Alto: AllegroQuae moerebat et dolebat,Pia Mater, dum videbatNati poenas incliti. 5. Dueto: LargoQuis est homo, qui non fleret,Matrem Christi si videretIn tanto supplicio? Quis non posset contristari,Christi Matrem contemplariDolentem cum filio? AllegroPro peccatis suae gentisVidit Jesum in tormentis,Et flagelis subditum.

6. Soprano: Tempo giustoVidit suum dulcem natumMoriendo desolatum,Dum emisit spiritum. 7. Alto: AndantinoEja Mater, fons amoris,Me sentire vim dolorisFac, ut tecum lugeam.

Encontrava-se a Mãe chorosa,Junto da cruz,Onde o filho agonizava, Uma espada penetrou,A sua alma aflita,Contristada e dolorida. Oh! Como estava triste e aflitaEsta Mãe abençoadaDe um único Filho. Ela gemia e suspirava,Mãe piedosa, vendo os sofrimentosDo seu divino Filho. Quem não choraria,Vendo a Mãe de CristoNum tal suplício? Quem poderia, sem tristeza,Contemplar a Mãe aflitaCom os sofrimentos do seu filho? Pelos pecados do seu povoEla via Jesus sofrer os maiores tormentos,Flagelado pelas chicotadas. Ela viu o seu doce FilhoMorrendo, desolado,Entregar a sua alma. Ó Mãe, fonte de amor,Faz-me sentir a violência das tuas doresFaz que eu chore contigo.

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8. Dueto: AllegroFac, ut ardeat cor meumIn amando Christum Deum,Ut sibi complaceam. 9. Dueto: Tempo giustoSancta Mater, istud agas,Crucifixi fige plagas,Cordi meo valide. Tui Nati vulnerati,Tam dignati pro me pati,Poenas mecum divide. Fac me vere tecum flere,Crucifixo condolere,Donec ego vixero. Juxta crucem tecum stare,Te libenter sociareIn planctu desidero. Virgo virginum praeclara,Mihi jam non sis amara:Fac me tecum plangere. 10. Alto: LargoFac, ut portem Christi mortem,Passionis fac consortemEt plagas recolere. Fac me plagis vulnerari,Cruce hac inebriariOb amorem Filii. 11. Dueto: Allegro ma non troppoInflammatus et accensus,Per te, Virgo, sim defensusIn die judicii. Fac me cruce custodiri,Morte Christi praemuniri,Confoveri gratia. 12. Dueto: Largo assai / Presto assaiQuando corpus morietur,Fac, ut animae doneturParadisi gloria! Amen.

Faz com que o meu coraçãoSe abrase de amor por Cristo, meu Deus,Para que eu possa agradar-lhe. Mãe Santíssima, grava profundamenteAs chagas do Crucificado,No meu coração. Do teu filho ferido,Que se dignou sofrer por mim,Partilha comigo as penas. Faz com que eu verdadeiramente chore contigo,E enquanto eu viver possa compadecer-meDas dores do Crucificado. Junto da Cruz quero ficar contigo,E contigo unir-me livrementeA teu luto. Ó Virgem ilustre entre as virgens,Comigo já não ficais tão triste:Deixa-me chorar contigo. Faz que eu traga comigo a morte de Cristo,Faz que eu partilhe as suas doresE venere as suas chagas. Faz que eu venere as suas feridas,Inebria-me da CruzE do amor do Teu Filho. Que eu seja defendido por ti, ó Virgem,De ser consumido pelas chamasNo dia do Juízo. Faz com que eu seja protegido pela cruz,Fortalecido pela morte de Cristo,Sublimado pela graça.

Quando o meu corpo morrer,Faz que seja concedida à minha almaA glória do Paraíso! Ámen.

tradução de manuel matos

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Paul Hindemithhanau, 16 de novembro de 1895frankfurt am main, 28 de dezembro de 1963

O compositor alemão Paul Hindemith produziu um acervo musical considerável, percorrendo desde a linguagem românticatardia ao expressionismo e ao desenvolvimento de um complexo estilo contrapontístico identificado como neoclássico, embora num sentido diferente do de Stravinsky. Dedicou alguma atenção aos instrumentos de sopro, compondo várias obras nas quais explora as suas possibilidades tímbricas e idiomáticas. Entre elas, destaca-se o quinteto para sopros op. 24 n.º2, incluído num conjunto de sete obras genericamente intituladas Kammermusik (op. 24, 36 e 46), que compôs entre 1921 e 1927. Os opus 36 e 46 foram concebidos como concertos de câmara e os opus 24 como música para grupos mais reduzidos. Em particular, a peça Pequena música de câmara (Kleine Kammermusik), op. 24 n.º 2, foi escrita para flauta, oboé, clarinete, fagote e trompa. A influência de Stravinsky, nomeadamente de Pétruchka, está presente, ainda que neste caso a sua linguagem musical seja também permeada pela leveza dos divertimenti do classicismo e pelas texturas mais emotivas do séc. XIX.

A obra divide-se em cinco andamentos, alguns de curta dimensão, que funcionam como intermezzi. O primeiro andamento inicia-se com um tema bem marcado, apresentado pelo clarinete, com três motivos que são depois desenvolvidos. Cabe ao oboé enunciar um tema mais suave e doce e que contrasta com a tensão do anterior. Os outros instrumentos repetem o tema principal, conduzindo a um final de forte dissonância. No segundo andamento, mais tranquilo, Hindemith utiliza o tom satírico numa valsa breve, com a entrada do fagote, seguido da trompa, apoiando depois o tema no clarinete. Ainda mantendo o ambiente de tranquilidade, o andamento seguinte inicia-se com a flauta e o clarinete, juntando-se depois os restantes instrumentos. Segue-se uma secção em pianissimo e staccato, retomando depois o tema inicial. O quarto andamento, rápido, funciona como um interlúdio para o último, oferecendo minicadências de todos os instrumentos. A obra termina com um andamento muito vivo, dotado de um tratamento rítmico refinado, com notas marcadas, síncopas e contrastes dinâmicos entre as diferentes secções.

Pequena música de câmara, op. 24 n.º 2

composição: 1922estreia: colónia, 13 de junho de 1922duração: c. 13’

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György Ligetitârnaveni (diciosânmartin), 28 de maio de 1923viena, 12 de junho de 2006

O compositor húngaro György Ligeti foi um dos mais inovadores e vanguardistas da sua geração. Durante o período em que residiu na Hungria, até 1956, a sua escrita musical foi muito influenciada pela estética de Bartók e, mesmo no momento em que considerava a música do passado como irrelevante, manteve alguma proximidade com esse universo, como referem vários especialistas. Entre 1951 e 1953, compôs a obra para piano Musica ricercata, que engloba onze peças nas quais procura afirmar um estilo composicional próprio, deixando em aberto algumas das opções musicais que viria a desenvolver em obras futuras. Em 1953, quando era ainda professor na Academia de Música de Budapeste, transcreveu para quinteto de sopros seis dos onze andamentos de Musica ricercata, nomeadamente os andamentos III, V, VII, VIII, IX e X.A liberdade formal que a bagatela permite é bem explorada por Ligeti em todos os andamentos, escrevendo pequenos quadros e miniaturas com justaposição de tonalidades e exploração das potencialidades tímbricas e expressivas dos instrumentos. O Allegro

con spirito, com um início forte, apresenta momentos de diálogo entre os instrumentos, como por exemplo entre o fagote e o clarinete, seguindo-se o apontamento do oboé e do flautim. O Rubato. Lamentoso inicia-secom a melodia do oboé, num lamento suportado pelos restantes instrumentos, de caráter quase religioso, seguindo-se depois o fagote, num tom mais dramático, misterioso e intenso. A terceira bagatela, Allegro grazioso, dá destaque inicial à flauta, com uma melodia quase mágica, com o apoio repetitivo do clarinete e do fagote, passando depois a melodia para o clarinete e o oboé. O Presto ruvido inicia-se com um acorde forte, marcado por uma paisagem sonora com inspiração na música popular húngara. A quinta bagatela, Adagio. Mesto, dedicada à memória de Béla Bartók, alterna harmonias e motivos simples com outros mais fortes e vivos, inspirados em Bartók e na música tradicional. A bagatela final, Molto vivace. Capriccioso assume-secomo a mais virtuosa, com motivos melódicos e rítmicos verdadeiramente vivos e contrastantes, terminando de forma surpreendente.

Seis bagatelas para quinteto de sopros

composição: 1953duração: c. 12’

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O Quinteto para Sopros, op. 43, do compositor dinamarquês Carl Nielsen, foi composto em 1922 como Quinteto para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote. A inspiração e motivação para a obra surgiu depois do compositor ter ouvido os músicos do Quinteto de Sopros de Copenhaga, os quais viriam a estrear a obra em outubro de 1922. Com uma receção muito positiva, o quinteto foi considerado uma das mais refinadas obras do género, revelando a nobreza da escrita musical de Nielsen. Os seus três andamentos procuram refletir, segundo o compositor, os diferentes carateres dos instrumentos musicais, entre diálogos mais vivos e momentos mais serenos, com uma linguagem que balança entre o modernismo e o neoclassicismo.O primeiro andamento tem a estrutura da forma sonata, com a apresentação do tema no fagote, repetido depois pela trompa. O segundo tema surge na trompa, sendo repetido pelos restantes instrumentos com exceção da flauta e do clarinete que o acompanham. No desenvolvimento, Nielsen tira partido da textura instrumental, desenvolvendo o material temático de forma

criativa, antes de apresentar a reexposição dos temas. O Menuet inicia-se com o tema apresentado pelo dueto entre o fagote e o clarinete, utilizando uma linguagem neoclássica que permeia também o segundo tema, desta feita um dueto entre o oboé e a flauta, contando sempre com apontamentos dos restantes instrumentos. O fagote, o oboé e a flauta ganham destaque no Trio, de natureza mais contrapontística. O último andamento, Praeludium – Tema con variazioni, é o mais complexo ao nível da interpretação e da escrita musical. Na apresentação do tema, o oboé é substituído pelo corne inglês e consta que tal mudança se deveu ao solo deste instrumento na Sinfonia Fantástica de H. Berlioz, que Nielsen dirigira em Bremen.No total, são onze variações distintas, baseadas num coral que Nilsen compusera anos antes. Algumas variações são mais suaves, como a 1.ª ou a 8.ª, e outras mais marcadas, como a 2.ª ou a 4.ª, explorando em várias delas o jogo de dinâmicas, bem como os contrastes rítmicos e motívicos. A obra termina com a reexposição do tema inicial, em Andantino Festivo.

notas de pedro russo moreira

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Carl Nielsennørre lyndelse, 9 de junho de 1865copenhaga, 3 de outubro de 1931

Quinteto para Sopros, op. 43

composição: 1922estreia: copenhaga, 9 de outubro de 1922duração: c. 25’

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Coleção de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian ( 21)

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Pedro Casqueiro (Lisboa, 1959)Galeria, 1997Tinta acrílica sobre tela; 156 x 273 cmInv. 97P527Coleção CAM – Fundação Calouste Gulbenkian

Esta obra pode ser vista na exposição “As Casas na Coleção do CAM”,até 29 de agosto de 2016, no no Centro de Arte Moderna.

Uma estrutura geométrica organiza o espaço interior da Galeria, caraterística das pinturas de Pedro Casqueiro do período de 1997, data desta tela do CAM. Com uma forte dimensão arquitetónica, de cores lisas, a representação

deste espaço cruza-se com um espaço abstrato, que pode representar pinturas nas paredes, ou representar simplesmente paredes vazias, espaços dentro de espaços, num movimentode construção dinâmica.

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Claudio Scimone é Maestro Honorário da Orquestra Gulbenkian, tendo sido o Maestro Titular entre 1979 e 1986. É também o fundador e diretor do agrupamento I Solisti Veneti. Natural de Pádua, em Itália, estudou direção de orquestra com Dimitri Mitropoulos e Franco Ferrara e alcançou reputação internacional dirigindo produções de ópera em salas como a Royal Opera House, em Londres, a Grande Ópera de Houston, a Ópera de Zurique, a Arena de Verona, o Teatro La Fenice de Veneza, o Lincoln Center de Nova Iorque, ou a Ópera de Roma. Dirigiu também, em concerto, muitas das principais orquestras sinfónicas internacionais. Reconhecido musicólogo e teórico musical, é autor do famoso tratado de interpretação Segno, Significato, Interpretazione (1970) e igualmente notável é a sua revisão e publicação da obra instrumental e dramática de Antonio Vivaldi. Gravou em disco mais de 250 títulos, incluindo as quatro Grandes Sinfonias de Clementi, obras inéditas de Puccini, Mercadante e A. Boito, aberturas italianas de Donizetti, Spontini e Ponchielli, concertos de Albinoni e mais de 250 obras de Vivaldi. Entre outros prémios, recebeu o Grand Prix du Disque da Academia Charles Cros, o Grand Prix de l’Académie du Disque Lyrique, um Grammy pela gravação de L'Italiana in Algeri de Rossini, com I Solisti Veneti, o Prémio Mundial do Disco de Montreux, o Diapason d'Or, o Prémio da Crítica Discográfica Italiana e a Medalha de Ouro da República Italiana. Vários compositores contemporâneos escreveram novas obras que lhe foram dedicadas.

Anna Dennis estudou na Royal Academy of Music, em Londres, com Noelle Barker. Notáveis atuações em concerto incluem:o War Requiem, de Britten, na Philharmonie de Berlim; Life Story, de Thomas Adès,no Lincoln Centre White Light Festival,em Nova Iorque; e A Criação, de J. Haydn,com o Ensemble Kanazawa, no Japão.Apresenta-se com regularidade nos BBC Proms, onde atuou com a City of Birmingham Symphony Orchestra, a Orquestra Sinfónica da BBC, a Britten Sinfonia e a Orchestra of the Age of Enlightenment. Desempenhos recentes no domínio da ópera incluem: Paride ed Elena (Paride), de Gluck, na Ópera de Nuremberga; Dr Dee (Katherine Dee),de Damon Albarn, na English National Opera; Siroe (Emira), de Händel, no Festival Händel de Göttingen; Andrea Chenier (Bersi), de U. Giordano, na Opera North; Idomeneo (Ilia) de Mozart, com a Companhia da Ópera de Birmingham; A flauta mágica (Pamina),de Mozart, no Festival de Lichfield; e Morte em Veneza (Vendedora de Morangos), de Britten, no Scala de Milão. No domínio da música contemporânea, Anna Dennis participou em várias estreias, nomeadamente: Café Kafka, de Francisco Coll, na Royal Opera House; The Walk From The Garden e The Enchanted Pig, de Jonathan Dove, no Festival de Salisbury e no Young Vic (Londres), respetivamente; The Shops, de Edward Rushton, no Festival de Bregenz; Pleasure's Progress, de Will Tuckett, na Royal Opera House; e An Ocean of Rain, de Yannis Kyriakides, no Festival de Aldeburgh.

Notas Biográficas

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Julie Boulianne diplomou-se pela Schulich School of Music – McGill University, em Montreal. Venceu o Concurso Canadiano de Música e o concurso “Joy of Singing”, em Nova Iorque, cidade onde recebeu também o Prémio Silverman do International Vocal Arts Institute. O seu repertório é extenso e com um foco especial na música de Mozart e Rossini.Na presente temporada estreou-se na Royal Opera House, como Aloès, em L’Étoile de Chabrier, na Ópera de Zurique, no papel de Annio, em La Clemenza di Tito de Mozart, na Ópera de Lyon, como Robin-Lu, em Le Roi Carotte de Offenbach, e na Ópera de Angers Nantes, como Concepción, em L’heure espagnole de Ravel. Em concerto, interpretou, como solista: a Missa Glagolítica de Janácek, com a Orchestre Métropolitain (Montreal) e o maestro Yannick Nézet-Séguin; Romeu e Julieta de Berlioz, com a Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse; Les nuits d’été de Berlioz, com a Sinfónica de Fort Worth; a Missa Solemnis de Beethoven, com a Sinfónica de Indianápolis; e a Sinfonia n.º 4 de Mahler, com a Sinfónica de Illinois. Também recentemente, estreou-se no papel de Miranda, da ópera The Tempest de Thomas Adès, no Festival de Ópera do Quebeque, sob a direção do compositor. Outros destaques da carreira de Julie Boulianne incluem atuações na Metropolitan Opera de Nova Ioque, como Diane, em Iphigénie en Tauride de Gluck, na Ópera de Vancouver e na Ópera de Montreal, no papel de Cherubino, em As bodas de Figaro de Mozart, ou a sua estreia na Ópera do Minnesota, no papel de Rosina, em O barbeiro de Sevilha de Rossini.

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Cristina Ánchel Estebas nasceu em Espanha e começou a estudar flauta no Conservatório de Música de Torrent, em Valência, onde obteve as mais altas classificações. Prosseguiu a sua formação no Conservatório Superior de Música Oscar Esplá, em Alicante, onde se diplomou com a nota máxima. Frequentou também cursos de aperfeiçoamento no Mozarteum de Salzburgo e na Bachakademie de Estugarda. Em 2001 venceu o Concurso Internacional de Música Pedro Bote, em Villafranca de los Barros. Colaborou com várias orquestras, incluindo a Sinfónica Europeia, a Orquestra Clássica de Valência, a Orquestra do Mediterrâneo, a Orquestra de Câmara Rainha Sofia, a Sinfónica de Málaga, a Sinfónica de Valência, a Sinfónica do Principado das Astúrias, a Philarmonia de Bilbau, a Sinfónica de Madrid e a Orquestra Nacional de Espanha. Como solista, interpretou obras de Mozart, Ibert, C. Ph. E. Bach e J. S. Bach, com a Orquestra da Universidade de Valência e a Sinfónica da Estremadura. Como membro do agrupamento de câmara Carl Nielsen, atuou em festivaisde música por toda a Espanha.Entre 2000 e 2007, Cristina Ánchel foi flauta solista da Orquestra Sinfónica da Estremadura. É 1.º Solista auxiliar da Orquestra Gulbenkian desde 2007.

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Pedro Ribeiro iniciou os seus estudos de oboé na Escola Profissional Artística do Vale do Ave, com Saúl Silva, tendo concluído a licenciatura na Escola Superior de Música do Porto, na classe de Ricardo Lopes. Foi laureado com o 1.º Prémio da Juventude Musical Portuguesa, o Prémio Jovens Músicos, o Prémio Maestro Silva Pereira e o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte. Lecionou na Universidade de Aveiro, na Escola Superior de Música do Porto e na Academia Nacional Superior de Orquestra. É membro do Opus Ensemble, com o qual gravou o CD 2007. Faz também parte do Trivm de Palhetas, da Camerata Senza Misura e do Quinteto Artziz, tendo realizado com este grupo uma digressão pela Índia e Macau. Estreou diversas obras de música de câmara de compositores portugueses e gravou com o Ensemble Mediterrain o CD Música Contemporânea Portuguesa. Tocou como solista com a Orquestra Gulbenkian, a Filarmónica da UNAM (México), a Sinfónica de Zurique, a Landesjugendkammer Orchester Nordrhein-Westfalen, a Musique Militaire du Luxembourg, a Sinfonieta de Lisboa, a Orquestra do Algarve e a Filarmonia das Beiras. Além dos festivais de música nacionais, participou no Jeunes Solistes Europeénnes (Luxemburgo) e no Stellenbosch International Chamber Music Festival (África do Sul). É membro da Orquestra Gulbenkian desde 2000, tendo assumido em 2006 as funções de 1.º Oboé. Em 2005 integrou a City of Birmingham Symphony Orchestra, como1.º Oboé convidado, tendo realizado concertos em Birmingham e nos BBC Proms, em Londres.

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Esther Georgie nasceu em Michigan, nos Estados Unidos da América. Filha de mãe pianista e de pai organista, começou a tocar piano a partir dos três anos de idade. Mais tarde apaixonou-se pelo clarinete, tendo atuado com a sua mãe em vários recitais. Aos doze anos viajou para Inglaterra para prosseguir os seus estudos de piano e clarinete no Royal College of Music, em Londres. Diplomou-se com First Class Honours e foi distinguida com vários prémios, incluindo o Frederick Thurston Memorial Prize. Nessa altura, venceu a International Young Concert Artists Competition e o Young Artists Platform de Londres. Estes êxitos permitiram-lhe apresentar-se em recitais no Wigmore Hall, no Fairfield Hall, na Leighton House e para a BBC. Sir David Willcoks convidou-a para interpretar o Quinteto de Brahms, com o Quarteto Auriol, na presença de S. A. R. o Príncipe de Gales. Como1.º Clarinete, colaborou com a Royal Liverpool Philharmonic no ano em que esta orquestra celebrou 150 anos, incluindo um concerto de gala na presença da Rainha Elizabeth.Em 1987 tornou-se 1.º Clarinete Solista da Orquestra Gulbenkian, com a qual tem atuado como solista em muitas ocasiões. É membro fundador do Trio Bartikian e mais recentemente integra um quinteto de sopros constituído por solistas da Orquestra Gulbenkian. Toca também regularmente em duo com o clarinetista João Pedro Santos. Mervyn Cooke, Ivan Moody e Diogo Alvim dedicaram-lhe obras suas.

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Gabriele Amarù nasceu em 1988, em Palermo, cidade onde iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Vincenzo Bellini. Continuou a estudar trompa com Radovan Vlatkovic na Hochschule der Künste, em Zurique, tendo concluído em 2013 um mestrado em Music Performance. Estuda atualmente com Thomas Hauschild na Hochschule für Musik und Theater Felix Mendelssohn, em Leipzig.Gabriele Amarù venceu o Concurso para Jovens Músicos Città di Caccamo (2007) e recebeu também o 1.º Prémio no concurso Wettbewerb Interpretation Zeitgenössische Musik Zürich (2013) com o Coda Quintet. Gabriele Amarù tocou com a Orquestra Juvenil Italiana, a Orchestra Accademia Teatro alla Scala, a Sinfonieorchester Basel e a Orchestre de la Suisse Romande. Como trompista convidado, tocou no Teatro alla Scala, na Ópera de Zurique, na Ópera de Roma, no Teatro Massimo di Palermo, no Teatro La Fenice de Veneza, no Teatro Massimo Bellini de Catânia, no Teatro San Carlo em Nápoles, e ainda com a Orquestra Sinfónica Haydn de Bolzano e a Orquestra Sinfónica Siciliana. Trabalhou com os maestros Zubin Metha, Charles Dutoit, Riccardo Muti, Jeffrey Tate, Alain Lombard, Gianandrea Noseda, James Conlon, Gabriele Ferro, Russell Davies, Neeme Järvi, Yuri Temirkanov, Manfred Honeck e Esa-Pekka Salonen. Em 2012 integrou, como solista, a Bayerischen Philharmonie, tendo tocado no Konzerthaus de Viena e no Cuvilliés Theater, em Munique. Desde 2014, é 1.º Trompa Solista da Orquestra Gulbenkian.

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Vera Dias nasceu em Guimarães. Aos 12 anos de idade ingressou na Escola Profissional Artística do Vale do Ave, onde iniciou os seus estudos musicais na classe de fagote de Jesus Coelho. Posteriormente, estudou com Paulo Martins, com quem terminou o Curso de Instrumentista de Sopro, tendo-lhe sido atribuído o prémio Dra. Manuela Carvalho. Aos 18 anos foi admitida na Staatliche Hochschule für Musik – Karlsruhe, na classe de fagote de Günter Pfitzenmaier. Licenciou-se em 2008 na Escola Superior de Música de Lisboa. Colaborou com a Orquestra Portuguesa das Escolas de Música, a Orquestra Aproarte, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra de Câmara da Staatliche Hochschule für Musik – Karlsruhe, a Orquestra de Câmara de Pforzheim e a Orquestra de Câmara de Estugarda, tendo efetuado concertos em toda a Europa e no Oriente. Em 2003 e 2004, foi selecionada para integrar a escola de verão da Orquestra de Jovens da União Europeia, tendo-a apenas frequentado em 2004. Em 2003 declinou aquela oportunidade para poder concorrer ao Prémio Jovens Músicos, onde recebeu o 1.º Prémio – Nível Superior, na modalidade de Fagote. Em 2004 foi 2.º Prémio no concurso Landespolizei, em Karlsruhe. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian de 2003 a 2006. É 1.º Fagote Solista da Orquestra Gulbenkian desde setembro de 2006.

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Orquestra Gulbenkian

Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Na temporada 2012-2013, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) celebrou 50 anos de atividade, período ao longo do qual foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta e seis instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências dos programas executados. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian a abordagem interpretativa de um amplo repertório, desde o Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora interior.Em cada temporada, a orquestra realiza

uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música (maestros e solistas). Atuando igualmente em diversas localidades do país, tem cumprido desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian tem vindo a ampliar gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, Ásia, África e Américas. No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida desde muito cedo com diversos prémios internacionais de grande prestígio.Paul McCreesh é o atual Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, sendo Susanna Mälkki a Maestrina Convidada Principal e Joana Carneiro e Pedro Neves os Maestros Convidados. Claudio Scimone, titular entre 1979 e 1986, é Maestro Honorário, e Lawrence Foster, titular entre 2002 e 2013, foi nomeado Maestro Emérito.

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primeiros violinosErik Heide Concertino Principal *Teresa Krahnert 1º Concertino Auxiliar *Bin Chao 2º Concertino AuxiliarPaula Carneiro 2º Concertino Auxiliar *Pedro Meireles 2º Concertino AuxiliarAntónio José MirandaAntónio Veiga LopesPedro PachecoAlla JavoronkovaDavid WanhonAna Beatriz ManzanillaElena RyabovaMaria BalbiMaria José LaginhaManuel Abecassis *

segundos violinosAlexandra Mendes 1º SolistaJordi Rodriguez 1º SolistaCecília Branco 2º SolistaMaria Leonor MoreiraStephanie AbsonJorge TeixeiraTera ShimizuStefan SchreiberOtto PereiraCatarina Silva Bastos *Félix Duarte *Rui Fernandes *Catarina Barreiros *Vasken Fermanian *

violasSamuel Barsegian 1º SolistaLu Zheng 1º SolistaIsabel Pimentel 2º SolistaAndré CameronPatrick EisingerLeonor Braga SantosChristopher HooleyMaia KouznetsovaArtur Mouradian *Augusta Romaskeviciute *

violoncelosVaroujan Bartikian 1º SolistaMarco Pereira 1º SolistaMartin Henneken 2º SolistaLevon MouradianJeremy LakeRaquel ReisFernando Costa *Lara Ariznabarreta *

contrabaixosPedro Vares de Azevedo 1º SolistaManuel Rêgo 2º SolistaMarine TrioletMaja PlüdemannRomeu Santos *Emanuel Oliveira *

flautasSophie Perrier 1º SolistaCristina Ánchel 1º Solista AuxiliarAmália Tortajada 2º Solista

oboésPedro Ribeiro 1º SolistaNelson Alves 1º Solista AuxiliarAlice Caplow-Sparks 2º Solista Corne inglês

clarinetesEsther Georgie 1º SolistaJosé María Mosqueda 2º Solista Clarinete baixo

fagotesRicardo Ramos 1º SolistaVera Dias 1º Solista AuxiliarJosé Coronado 2º Solista Contrafagote

trompasGabriele Amarù 1º SolistaKenneth Best 1º SolistaEric Murphy 2º SolistaDarcy Edmundson-Andrade2º Solista

trompetesStephen Mason 1º SolistaDavid Burt 2º Solista

trombonesJordi Rico 1º SolistaAndré Conde 1º Solista *Rui Fernandes 2º SolistaPedro Canhoto 2º SolistaTiago Noites 2º Solista * Trombone baixo

tubaAmilcar Gameiro 1º Solista

timbalesRui Sul Gomes 1º Solista

percussãoAbel Cardoso 2º Solista

cravoAndrea Balazs 1º Solista *

* Instrumentistas Convidados

Paul McCreesh maestro titularSusanna Mälkki maestrina convidada principalJoana Carneiro maestrina convidadaPedro Neves maestro convidadoLawrence Foster maestro eméritoClaudio Scimone maestro honorário

coordenaçãoAntónio Lopes Gonçalves

produçãoAmérico MartinsMarta AndradeInês RosárioFrancisco Tavares

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25 Maio18:30h — Grande Auditório

Entrada livreLimitada aos lugares disponíveis

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Apresentação daNova Temporada 16/17

Esperamospor si!

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direção criativaIan Andersondesign e direção de arteThe Designers Republicdesign gráficoAH–HA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentração dos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem600 exemplares

Lisboa, Maio 2016

Esperamospor si!

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FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN