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SIC CLÍNICA CIRÚRGICA ORTOPEDIA

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Autoria e colaboração

Márcia Angellica Delbon Atiê Jorge Graduada pela Faculdade de Medicina da Universida-de de Santo Amaro (UNISA). Título de especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Especialista em Ortopedia Pediátrica e em Doenças Neuromusculares pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (SCMSP) e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pe-diátrica (SBOP).

Gustavo Merheb PetrusGraduado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Ortopedia e Trauma-tologia, em Cirurgia do Joelho e em Artroscopia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatolo-gia (SBOT). Membro da Sociedade Latinoamericana de Artroscopia e Joelho (SLARD), da International Society of Arthroscopy Knee Surgery (ISAKOS) e da American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS). Médico assistente de Ortopedia da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.

Eduardo GasparottiGraduado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Especialista em Ortopedia e Traumatologia e residente em Microcirurgia e Cirurgia da Mão pela FMABC. Membro da Sociedade Brasileira de Ortope-dia e Traumatologia (SBOT).

Ellen de Oliveira GoianoGraduada pela Faculdade de Medicina da Universida-de Federal do Pará (UFPA). Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Associação Beneficente Nossa Senhora do Pari (ABNS Pari - São Paulo). Especialista em Ortopedia Pediátrica pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP). Títu-lo de especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e pela Associação Médica Brasileira (AMB). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediá-trica (SBOP). Coordenadora da Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia da ABNS Pari.

Bruno Eiras CrepadiGraduado pela Faculdade de Medicina da Universida-de de Santo Amaro (UNISA). Residente em Ortopedia e Traumatologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Cirurgia da Mão e Microcirurgia pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde também é médico complementando. Médico assistente do Grupo de Mão do Hospital Santa Marcelina e do Hospital Estadual de Vila Nova Cachoei-rinha.

Cibele Marino PereiraGraduada pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA). Residência em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital do Pari (São Paulo). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fellow em Oncologia Ortopédica pelo Hospital A. C. Camargo. Pós-graduanda em Fisiologia do Exercício Aplicada à Clí-nica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Ortopedista no Hospital Municipal do Jabaquara Dr. Ar-thur Ribeiro de Saboya.

Renan Pires NegrãoGraduado pela Faculdade de Medicina da Universida-de de São Paulo (FMUSP). Especialista em Ortopedia e Traumatologia e em Oncologia Ortopédica pelo Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP). Membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Li-banês, do Hospital Geral de Itapecerica da Serra e do Núcleo do Hospital de Força Aérea de São Paulo.

Assessoria didáticaJoão Ricardo Tognini

Atualização 2017Cibele Marino Pereira

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Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

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Índice

Capítulo 1 - Introdução ao estudo das afecções osteomioarticulares ........................ 15

1. Biologia óssea e conceitos fundamentais ..........162. Embriologia ................................................................. 173. Histologia e estrutura óssea .................................184. Metabolismo ósseo .................................................205. Outras estruturas que compõem o sistema

locomotor (partes moles)........................................216. Avaliação clínica na Ortopedia e

Traumatologia ........................................................... 237. Exames de imagem em Ortopedia e

Traumatologia ........................................................... 24Resumo .............................................................................27

Capítulo 2 - Terminologia ortopédica .......... 29

1. Conceitos ..................................................................... 302. Movimentos ................................................................323. Deformidades ........................................................... 34Resumo ............................................................................ 36

Capítulo 3 - Infecção osteoarticular .............37

1. Osteomielite ............................................................... 382. Artrite séptica ...........................................................44Resumo .............................................................................47

Capítulo 4 - Ortopedia adulto ....................... 49

1. Ombro .......................................................................... 502. Punho e mão.............................................................. 543. Síndromes compressivas ..................................... 564. Quadril......................................................................... 595. Joelho .......................................................................... 636. Hálux valgo .................................................................677. Lombalgias e lombociatalgias .............................. 68Resumo .............................................................................73

Capítulo 5 - Ortopedia Pediátrica .................75

1. Displasia do desenvolvimento do quadril ..........762. Doença de Legg-Calvé-Perthes ............................813. Epifi siólise proximal do fêmur ............................. 83

4. Sinovite transitória do quadril ............................ 86

5. Joelho varo e joelho valgo ..................................... 87

6. Pé torto congênito ..................................................88

7. Escoliose idiopática do adolescente ................... 89

8. Osteocondrites ..........................................................91

Resumo ............................................................................ 95

Capítulo 6 - Doenças do metabolismo ósseo ....................................................................97

1. Introdução .................................................................. 98

2. Osteoporose .............................................................. 98

3. Raquitismo ...............................................................104

4. Osteogênese imperfeita ...................................... 105

Resumo .......................................................................... 108

Capítulo 7 - Tumores ósseos e lesões pseudotumorais ............................................. 109

1. Tumor de Ewing (tumor de células redondas).....110

2. Osteossarcoma ........................................................110

3. Condrossarcoma ......................................................111

4. Mieloma múltiplo .................................................... 112

5. Lesões metastáticas .............................................. 113

6. Tumores benignos .................................................. 114

Resumo ........................................................................... 117

Capítulo 8 - Traumatologia ........................... 119

1. Introdução ............................................................... 1202. Fraturas .................................................................... 120

3. Princípios do tratamento de fraturas ..............124

4. Fraturas expostas ..................................................126

5. Síndrome compartimental .................................. 128

Resumo ........................................................................... 131

Capítulo 9 - Fraturas no adulto – coluna e bacia ...................................................................133

1. Coluna ........................................................................ 134

2. Bacia ........................................................................... 141

Resumo .......................................................................... 144

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

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Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

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Capítulo 10 - Fraturas no adulto – membros superiores .........................................................145

1. Fraturas da escápula e da clavícula .................. 1462. Fratura do úmero proximal .................................1473. Fratura diafisária do úmero ............................... 1484. Fraturas dos ossos do antebraço ..................... 1485. Fraturas do rádio distal ....................................... 1496. Fratura do escafoide ............................................1527. Fraturas da mão ......................................................153Resumo .......................................................................... 154

Capítulo 11 - Fraturas no adulto – membros inferiores...........................................................1551. Fraturas do fêmur proximal .................................1562. Fraturas diafisárias do fêmur ............................ 1583. Fraturas do fêmur distal .......................................1594. Fraturas da patela ................................................. 1605. Fraturas diafisárias da tíbia ............................... 1606. Fraturas do tornozelo ........................................... 1617. Fraturas dos ossos do pé ......................................162Resumo .......................................................................... 164

Capítulo 12 - Fraturas e luxações em crianças .............................................................165

- Princípios gerais ....................................................... 166Resumo ..........................................................................172

Capítulo 13 - Luxações e lesões ligamentares – Medicina Esportiva .....................................173

1. Entorse de tornozelo ..............................................1742. Luxação do ombro (glenoumeral) .....................1743. Fraturas por estresse ............................................1764. Tendinopatias ..........................................................1785. Ruptura do tendão calcâneo .............................. 1806. Lesão muscular .......................................................181Resumo .......................................................................... 184

Capítulo 14 - Doenças neuromusculares ....185

1. Paralisia cerebral ................................................... 1862. Mielomeningocele .................................................. 1893. Artrogripose ............................................................. 191Resumo ...........................................................................192

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Infecção osteoarticular

Márcia Angéllica Delbon Atiê JorgeEllen de Oliveira Goiano

Neste capítulo, discutiremos as principais infecções osteoarticulares, com cujos diagnósticos diferenciais e particularidades o candidato precisa estar familiari-zado, já que são situações que podem ser cobradas em provas de Ortopedia, Pediatria e Infectologia. A osteo-mielite é um processo infeccioso que acomete os ossos, geralmente causado por bactérias, e os mecanismos de infecção podem ocorrer por via hematogênica, contigui-dade ou inoculação direta. Na osteomielite hematogênica aguda, o agente mais comum em todas as faixas etárias é o Staphylococcus aureus e, em 90% dos casos, acomete os membros inferiores. O quadro clínico cursa com febre alta, astenia e dor localizada. O diagnóstico é feito por meio de história, exame físico e exames laboratoriais, que incluem hemograma, velocidade de hemossedimenta-ção (VHS), Proteína C Reativa (PCR), hemocultura e pela identificação do agente infeccioso através da cultura da secreção obtida por punção aspirativa da área afetada. A investigação é complementada com exames de imagem, inicialmente, radiografias. A Ressonância Nuclear Magné-tica (RNM) é o exame de imagem mais sensível e específico para o diagnóstico de osteomielite. O tratamento é feito com antibioticoterapia parenteral e limpeza cirúrgica. O tratamento inadequado da osteomielite aguda, a agres-sividade do germe e a imunodeficiência do hospedeiro podem determinar a osteomielite subaguda, sendo o diagnóstico realizado após 2 a 4 semanas do início dos sintomas. O quadro clínico não é típico, e os exames labo-ratoriais são inespecíficos. A imagem radiográfica clássica é conhecida como abscesso de Brodie, uma lesão osteo-lítica bem delimitada. A osteomielite crônica apresenta sintomas por semanas a meses e pode ser consequên-cia de antibioticoterapia por tempo insuficiente (menos do que 3 semanas) em uma infecção aguda e subaguda. Estão presentes sequestros ósseos (tecido ósseo desvi-talizado), devido ao prejuízo vascular do osso infectado. O tratamento requer debridamento agressivo e antibio-ticoterapia por tempo prolongado. A artrite séptica ou pioartrite pode ser secundária a uma osteomielite hema-togênica aguda, sendo os locais mais comuns quadril, úmero proximal, tíbia distal e porção proximal do rádio, com potencial para deixar graves sequelas. O quadro clí-nico caracteriza-se por manifestações locais, sistêmicas e laboratoriais, como dor e incapacidade de mover ou apoiar o membro afetado, febre, astenia, leucocitose e aumento da VHS e PCR. A ultrassonografia (USG) pode evidenciar líquido intra-articular. Deve-se proceder a punção articular e secreção analisada quanto a aparência, coloração de Gram, celularidade e cultura. A antibiotico-terapia intravenosa empírica deve ser iniciada logo após a punção articular com comprovação de infecção articular. A drenagem cirúrgica pela artrotomia deve ser feita na Urgência caso o produto da punção seja purulento.

3Bruno Eiras CrepaldiCibele Marino Pereira

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1. OsteomieliteA osteomielite é um processo infeccioso que acomete os ossos, geral-mente causado por bactérias. Raramente é causada por fungos, com exceção de indivíduos imunossuprimidos. Os mecanismos de infecção podem ser: - Inoculação direta: causada por ferimento penetrante, fratura ex-posta ou cirurgia; - Contiguidade: infecção por proximidade de foco infeccioso adjacente; - Via hematogênica: por meio da circulação sanguínea por bacteriemia.

Figura 1 - Exemplo de possível conta-minação direta, por meio do teste do pezinho

DicaA osteomielite hematogênica é

muito mais comum entre crianças e pode ser decorrente de infecções como impetigo, otite média, farin-

gite ou pneumonia.

O fluxo sanguíneo, ao atingir os ramos terminais das artérias metafisá-rias, sofre redução da velocidade e turbilhonamento, que propicia con-dição favorável para a bactéria se alojar nessa região (Figura 2).

A epífise geralmente é poupada, pois a placa de crescimento constitui uma barreira natural.

A infecção pode progredir pela cavidade medular, até o córtex meta-fisário, elevando o periósteo e formando um abscesso subperiosteal.

Figura 2 - Irrigação metafisária

Figura 3 - Região metafisária: os ramos terminais das artérias formam alças na altura da placa de crescimento e entram nos sinusoides venosos, provocando fluxo lento e turbulento, que facilita a instalação de bactérias

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Doenças do metabolismo ósseo

Márcia Angéllica Delbon Atiê Jorge Ellen de Oliveira Goiano

Neste capítulo, serão abordadas as principais doenças do metabolismo ósseo. Sobretudo a osteoporose e a osteopenia são situações cada vez mais comuns no coti-diano de ortopedistas, clínicos e ginecologistas, e saber manejá-las é importante na prática médica diária, bem como nos concursos médicos. Os níveis séricos de cálcio são essenciais para as funções cardíacas, esqueléticas e na atividade neuronal, e suas variações são reguladas pelo hormônio paratireoidiano (PTH), pela vitamina D e pela calcitonina. A hipocalcemia provoca liberação de PTH, e a hipercalcemia provoca liberação de calcitonina. A osteoporose é definida como perda da microarquitetura óssea, com diminuição da densidade mineral absoluta. A osteoporose pode ser primária (tipo I ou senil e tipo II ou idiopática) ou secundária. Há fatores de risco maiores ou não modificáveis e menores ou modificáveis envolvidos no processo. O quadro clínico em geral decorre de trauma mínimo ou de forma atraumática, além de ser assinto-mático inicialmente (“ladrão silencioso”). Na osteoporose primária, a dosagem sérica de cálcio, fósforo, fosfatase alcalina e PTH é normal – este último deve ser solici-tado na presença de hipercalcemia. O padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose é a densitometria mine-ral óssea (escore T ≤-2,5). O tratamento consiste em prevenção de quedas, mudanças no estilo de vida e medi-camentos como antirreabsortivos (inibem a atividade osteoclástica) e estimulantes de formação óssea (ana-bólicos). Já o raquitismo é uma deficiência de cálcio na matriz óssea, que, quando ocorre no adulto, denomina-se osteomalácia. O quadro clínico apresenta-se sob a forma de apatia e irritabilidade. A criança está abaixo do per-centil de crescimento para a idade, com baixa estatura, atraso na dentição, defeito do esmalte, cáries e alarga-mento das suturas cranianas. O diagnóstico se faz por estudos laboratoriais e radiográficos, com espessamento da fise, alargamento metafisário, afilamento cortical e osteopenia generalizada. O tratamento se faz de acordo com as deformidades. Já a osteogênese imperfeita é a doença genética (alterações qualitativas e quantita-tivas do colágeno tipo I) conhecida como “dos ossos de vidro”, cujo quadro clínico se caracteriza por fragilidade óssea, associado ou não a esclera azulada, dentinogênese imperfeita e frouxidão ligamentar generalizada. Aplica-se a classificação de Sillence. O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico e de achados radiográficos: osteopenia difusa, fraturas recorrentes, afilamento da cortical com diminuição do trabeculado ósseo normal e deformidades ósseas. A fosfatase alcalina pode estar aumentada, em virtude do aumento do turnover ósseo, e o cálcio sérico não apresenta alterações significativas. O tratamento é multidisciplinar, com prevenção de quedas e tratamento de fraturas e deformidades.

6Bruno Eiras CrepaldiCibele Marino Pereira

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1. IntroduçãoNoventa e nove por cento do cálcio do organismo está armazenado nos ossos, sob a forma de cristais de hidroxiapatita – Ca10(PO4)6(OH)2. O 1% restante está presente no líquido extracelular e é responsável por fun-ções vitais do organismo. Os níveis séricos de cálcio são essenciais para as funções cardíacas e esqueléticas e a atividade neuronal, e suas va-riações são reguladas pelo hormônio paratireoidiano (PTH), pela vita-mina D e pela calcitonina.

A hipocalcemia provoca liberação de PTH, e a hipercalcemia provoca li-beração de calcitonina. Os íons cálcio, mobilizados pela reabsorção ós-sea, são repostos pela formação de ossos. No entanto, se a formação não é igual à reabsorção, ocorre desequilíbrio com enfraquecimento ósseo.

Figura 1 - Fluxo do cálcio no organismo

2. Osteoporose

A - IntroduçãoNo Brasil, com o envelhecimento da população, a incidência da os-teoporose e suas consequências têm aumentado progressivamente. Nos Estados Unidos, 10.000.000 de pessoas têm osteoporose, 18.000.000 têm baixa densidade mineral óssea (osteopenia), e ocor-rem cerca de 1.500.000 fraturas ao ano. Uma fratura deverá ocorrer a cada 2 mulheres acima dos 50 anos, e em 1 a cada 3 homens acima dos 75 anos.

O esqueleto é formado 80% por osso cortical, responsável por proteção de órgãos, sustentação e alavancas para locomoção. Os demais 20% são formados por osso trabecular ou esponjoso, si-tuados principalmente nas vér-tebras e nas extremidades dos ossos longos, com a função me-cânica de formar as linhas de dis-tribuição de forças e abrigar a medula óssea vermelha. O osso trabecular tem, durante o ano, atividade metabólica 4 vezes maior do que o cortical.

Figura 2 - (A) Corte coronal do fêmur evidenciando osso cortical (compacto) e osso esponjoso e (B) úmero com as camadas ósseas

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QUESTÕES

Cap. 1 - Introdução ao estudo das afecções osteomioarticulares ........................................ 197

Cap. 2 - Terminologia ortopédica................................ 197

Cap. 3 - Infecção osteoarticular .................................. 197

Cap. 4 - Ortopedia adulto ..............................................199

Cap. 5 - Ortopedia Pediátrica ......................................204

Cap. 6 - Doenças do metabolismo ósseo ................208

Cap. 7 - Tumores ósseos e lesões pseudotumorais ........................................... 210

Cap. 8 - Traumatologia ...................................................213

Cap. 9 - Fraturas no adulto – coluna e bacia...........215

Cap. 10 - Fraturas no adulto – membros superiores .........................................................216

Cap. 11 - Fraturas no adulto – membros inferiores ........................................................... 217

Cap. 12 - Fraturas e luxações em crianças ...............219

Cap. 13 - Luxações e lesões ligamentares – Medicina Esportiva .......................................220

Cap. 14 - Doenças neuromusculares ..........................221

Outros temas .....................................................................221

COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Introdução ao estudo das afecções osteomioarticulares ....................................... 223

Cap. 2 - Terminologia ortopédica............................... 223

Cap. 3 - Infecção osteoarticular ................................. 223

Cap. 4 - Ortopedia adulto ............................................. 225

Cap. 5 - Ortopedia Pediátrica .......................................231

Cap. 6 - Doenças do metabolismo ósseo .................235

Cap. 7 - Tumores ósseos e lesões pseudotumorais ...........................................236

Cap. 8 - Traumatologia ..................................................240

Cap. 9 - Fraturas no adulto – coluna e bacia.......... 242

Cap. 10 - Fraturas no adulto – membros superiores ........................................................ 242

Cap. 11 - Fraturas no adulto – membros inferiores ...........................................................243

Cap. 12 - Fraturas e luxações em crianças ...............245

Cap. 13 - Luxações e lesões ligamentares – Medicina Esportiva ....................................... 246

Cap. 14 - Doenças neuromusculares ..........................247

Outros temas .....................................................................247

Índice

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Ortopedia

Introdução ao estudo das afecções osteomio-articulares

2014 - UFG - CLÍNICA CIRÚRGICA1. Qual é o melhor exame de imagem para investigar os-teomielite aguda em portador de pé diabético isquêmi-co com pulso poplíteo (+4/+4) e sem pulsos tibiais?a) cintilografi a ósseab) radiografi a simplesc) ressonância magnéticad) tomografi a computadorizada

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2012 - UFPE - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA 2. O sistema esquelético alberga até 35% dos casos de tuberculose extrapulmonar. Qual é o sítio esquelético onde mais frequentemente ocorre tuberculose?a) joelhob) coluna vertebralc) osso ilíacod) omoplata

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2015 - UFG3. Que tipo de fi bra de colágeno e que sal mineral estão presentes em maior quantidade no tecido ósseo?a) colágeno tipo I e carbonato de cálciob) colágeno tipo I e hidroxiapatita de cálcioc) colágeno tipo II e carbonato de cálciod) colágeno tipo II e hidroxiapatita de cálcio

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Terminologia ortopédica

2015 - UFF - CLÍNICA CIRÚRGICA 4. A camada mais espessa de tecido conjuntivo fi broso contínua à fascia lata da coxa é denominada fáscia:a) transversalisb) de Camper

c) de Scarpad) de Coopere) semilunar

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Infecção osteoarticular

2016 - FMJ-RJ5. Uma menina de 10 anos, previamente hígida, procura atendimento médico com queixa de dor no membro in-ferior direito há 7 dias, com difi culdade de deambular, associada a febre diária. Refere, também, queda da bi-cicleta há 3 semanas antes do início do quadro, sofren-do apenas escoriações locais. Ao exame físico, a criança encontra-se em regular estado geral, com Tax = 39,5°C, com edema local discreto, sem hiperemia na região pré--tibial esquerda. Há, ainda, intensa hiperestesia à pal-pação local, articulações de joelho e tornozelo livres e limitação à marcha, pois não consegue apoiar o membro inferior no chão. O restante do exame físico não tem al-terações signifi cativas. Qual é o exame de imagem de es-colha para confi rmar a hipótese diagnostica do quadro clínico descrito?a) ultrassonografi ab) ressonância nuclear magnéticac) radiografi a simplesd) tomografi a computadorizada

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2015 - FMUSP-RP6. Um menino de 10 anos, com quadro de febre alta persistente há 5 dias, associada a dor na virilha, coxa e joelho direitos, com claudicação, há 3 dias parou de an-dar. No exame físico, há atitude antálgica em abdução, rotação externa e fl exão do quadril direito, e a movi-mentação do joelho é livre. Não há lesão óssea evidente nas radiografi as do quadril, coxa e joelhos direitos. O hemograma mostra leucocitose com desvio. Assinale o diagnóstico mais provável e a conduta mais apropriada:a) artrite reumatoide; corticoterapia intravenosab) osteomielite aguda do fêmur; antibioticoterapia in-

travenosa

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ComentáriosOrtopedia

Introdução ao estudo das afecções osteomioarticulares

Questão 1. A cintilografi a óssea isotópica é o exame mais útil para diagnosticar osteomielite aguda, uma vez que, na fase aguda, a radiografi a simples pode ser negativa. Mas a cintilografi a com tecnécio-99m somente mostra captação aumentada em áreas de maior fl uxo sanguí-neo ou atividade osteoblástica. A tomografi a compu-tadorizada fornece excelente defi nição do osso cortical e avaliação razoável de tecidos moles adjacentes, além de ser especialmente útil na identifi cação de sequestros (osteomielite crônica). A ressonância nuclear magnética é mais útil para avaliação de partes moles do que a to-mografi a computadorizada, além de mostrar bem áreas de edema ósseo. Gabarito = C

Questão 2. O local mais comum de acometimento esque-lético na tuberculose é a coluna, principalmente na re-gião toracolombar. É conhecido como mal de Pott. Gabarito = B

Questão 3. Segundo Rockwood e Green, os componen-tes orgânicos da matriz óssea são: fi bras de colágeno tipo I + citocinas e fatores de crescimento, enquanto os minerais presentes são basicamente o cálcio na forma de hidroxiapatita de cálcio.Gabarito = B

Terminologia ortopédica

Questão 4. Segundo Sabiston, 18ª edição, o tecido celu-lar subcutâneo é composto por 2 fáscias:- 1ª, mais superfi cial, fáscia de Camper;- 2ª, mais profunda, fáscia de Scarpa.A fáscia de Camper é um verdadeiro panículo adiposo, capaz de ter vários centímetros de espessura em indiví-duos obesos. A fáscia de Scarpa é contínua à superfi cial que reveste a pelve (fáscia de Colle) e à fáscia que reves-te o escroto e o pênis. A fáscia de Scarpa é acoplada à profunda do abdome e adere a toda a extensão da crista

ilíaca e da arcada inguinal (às margens e ao ligamento in-guinal), havendo, portanto, uma interrupção entre tudo que está distal a ela, sendo as estruturas fasciais em continuidade abaixo dessa camada, denominada fascia lata. A fascia transversalis, que é interna ao plano mus-cular, fi xa-se ao periósteo do osso pube, portanto impe-de a disseminação de processos supurativos da parede abdominal anterior para o interior da pelve. O ligamento de Cooper/iliopectí neo é formado pelo perió steo e pela fá scia ao longo do ramo superior do pube, é posterior ao trato iliopúblico e forma a borda posterior do canal femoral. E semilunar é um osso do punho.Gabarito = C

Infecção osteoarticular

Questão 5. Um quadro de dor, edema, limitação fun-cional na perna há 7 dias, associada a febre e queda do estado geral, faz suspeitar de quadro infeccioso. O local tipicamente acometido são as metáfi ses, pela sua circu-lação terminal, que favorece a implantação de êmbolos sépticos. As escoriações referidas há semanas podem ter sido a porta de entrada de bactérias. Quanto aos exa-mes de imagem para confi rmação, podemos lançar mão da ressonância nuclear magnética, que mostrará pre-cocemente as alterações do processo infeccioso na es-trutura óssea. A radiografi a e a tomografi a vão mostrar alterações num estágio mais tardio, e a ultrassonografi a destina-se a complementar o estudo de alterações nas partes moles.Gabarito = B

Questão 6. Segundo Tachdjian’s, 4ª edição, 4 preditores auxiliam o diagnóstico da artrite séptica:- Febre >38,5°C;- Perda de peso;- VHS >40; - Leucocitose acima de 12.000.Associados a exame físico com abdução, rotação exter-na e fl exão do quadril, o que sugere distensão da articu-lação em questão. A artrite reumatoide geralmente não cursa com quadro agudo semelhante ao relatado. A os-teomielite cursa com quadro de dor, porém o imobilismo do membro acometido é mais compatível com o quadro de artrite séptica. A febre reumática em geral acomete

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