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Os Censos Da URSS e a Fraude Do Holocaisto Ucraniano

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Comunidade

Josef Stalin

Os censos da URSS e a fraude do“holocausto ucraniano”

Fonte – A Hora Do Povo

http://www.horadopovo.com.br/2008/setembro/2703-19-09-08/P8/pag8a.htm

http://www.horadopovo.com.br/2008/setembro/2704-24-09-08/P8/pag8a.htm

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Os censos da URSS e a fraude do “holocausto ucraniano” (1) 

Na falta de fatos e de lógica, a partir de 1983, a manipulação de números dos

censos soviéticos passou a ser o principal método dos mercenários, fascistas e

outros desclassificados para tentarem colocar em pé a fraude do “holocausto

ucraniano”  

A fraude do “holocausto ucraniano” não éafirmar que houve fome na Ucrânia em 1932-1933. Nas localidades em que, durante acoletivização da agricultura, os “kulaks” (oscamponeses ricos) conseguiram destruirplantações e rebanhos, é óbvio que houvedificuldades – e as próprias fontes soviéticasda época relatam escassez localizada de

alimentos devido à sabotagem “kulak”.Lembremos que no início da coletivizaçãohavia, na URSS, 10 milhões de “kulaks” (parauma população camponesa total de 120milhões de pessoas) - e 1 milhão e 800 mildeles, por sabotagem, foram condenados amudar de localidade.

A fabricação do “holocausto ucraniano”não é, portanto, a existência de fome em tal

ou qual lugar, mas a de que Stalin,deliberadamente, provocou uma fome artificial para eliminar o povo ucraniano. Porque Stalin – que nem russo era – queria eliminar o povo ucraniano, estando a URSSà beira da invasão e da guerra, previstas por ele desde 1930, é coisa que osinventores dessa infâmia não se deram, até hoje, ao trabalho de explicar.Evidentemente, projetava-se sobre Stalin o plano de limpeza étnica de Hitler,anunciado por este em 1926, com menção explícita à Ucrânia, no “Mein Kampf” –e parcialmente executado durante a II Guerra Mundial, com ajuda dos traidoresucranianos, quando o país foi ocupado pelos alemães.

O MÉTODO 

Na falta de fatos e de lógica, a partir de 1983, a manipulação de números doscensos soviéticos passou a ser o principal método dos mercenários, fascistas eoutros desclassificados para tentarem colocar em pé a fraude do “holocaustoucraniano”. O método é simples: atribui-se uma determinada taxa de natalidade àUcrânia soviética e comparam-se os dois censos nacionais soviéticos anteriores à IIGuerra (1926 e 1939), subtraindo-se a população real de 1939 da que existiria se ataxa de natalidade fosse verdadeira – e não morresse ninguém. A diferença são os“mortos de fome” durante o inventado “holocausto ucraniano”.

O pioneiro do método foi Walter Dushnyck, um colaborador dos nazistas eterrorista da “Organização Militar Ucraniana” que refugiou-se nos EUA após a II

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Guerra (cf. seu obituário em “Ukrainian Weekly”, cit. por Douglas Tottle, “Fraud,

Famine and Fascism”, Progress Books, Toronto, 1987, pág. 67).

Dushnyck é autor de “50 Years Ago: The Famine

Holocaust in Ukraine” (New York, 1983), um panfleto

repleto de referências nazistas – inclusive a capa (umacaveira branca sobre uma foice e um martelovermelhos: um dos temas favoritos dos postershitleristas), as fotos da “fome ucraniana” publicadasoriginalmente no jornal de Hitler, o “VölkischerBeobachter” (e nos de seu apoiador americano,William Randolph Hearst), e as citações de livros

nazistas sobre o mesmo assunto.

Depois da incursão de Dushnyck pela alucinose estatística, o método se tornou

generalizado entre os anti-comunistas mais inescrupulosos: Robert Conquest, que,para escrever seu livro sobre o assunto, teve como ajudante James Mace, um dosseguidores do método estatístico de Dushnyck, o adotou, assim como o debilóideNicolas Werth, organizador do infame “livro negro do comunismo”.

[Nicolas Werth, pela mediocridade, merece uma observação à parte: trata-se dofilho de Alexander Werth, correspondente da BBC na URSS durante a II Guerra,autor de livros muito valiosos, em especial “Russia at War” e “Moscow 41”, e umcaso raro de anti-comunista: aquele que luta para que sua objetividade seja poucoafetada por seus preconceitos, como se pode ver por suas reportagens sobre as

batalhas de Leningrado e Stalingrado; sua confirmação, através de fontes nãosoviéticas, do complô pró-nazista de Tukachevsky; sua denúncia das atrocidadesnazistas na URSS e no Leste europeu; e a desmoralização a que submeteu os“números de vítimas” que Soljenitsyn atribuiu a Stalin. Alexander Werth era russode nascimento, tendo emigrado após a Revolução, aos 16 anos, acompanhando afamília, para a Inglaterra. Infelizmente, o filho puxou apenas ao anti-comunismo dopai, sem qualquer das suas qualidades].

Voltando ao método de Dushnyck, ele pode ser avaliado pelo seguinte trecho deseu livro: “tomando os dados do censo de 1926 e os do censo de 1939 e a média de

aumento [da população] antes da coletivização (2.36% ao ano), podemos calcular que a Ucrânia perdeu 7 milhões e 500 mil pessoas entre os dois censos”. Logo, essesseriam os mortos de fome entre 1932 e 1933...

Dushnyck, portanto, pressupõe que a taxa de natalidade permaneceu constantedurante os 13 anos em que na URSS ocorreu a mais extraordinária transformaçãoda História – com a industrialização pesada, a coletivização da agricultura, apreparação da defesa do país para a guerra e a construção do socialismo. Em suma,a URSS, que em 1926 era um país agrário, tornou-se uma potência industrial, mas,pelo “cálculo” de Dushnyck, isso não teria afetado a taxa de natalidade - o que éimpossível, como sabe todo brasileiro, principalmente se for nordestino e viertrabalhar em São Paulo.

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A conseqüência é que aqueles que jamais nasceram foram considerados mortospor um genocídio. Pois a taxa de natalidade, evidentemente, caiu entre 1926 e1939 – e caiu significativamente.

Além disso, Dushnyck pressupõe que ninguém morreu de outra causa que não a

fome entre 1926 e 1939, apesar de, além da morte por velhice, terem eclodido naURSS, durante esse período, duas grandes epidemias – tifo e malária, ambas semtratamento conhecido na época.

Como disse o sociólogo Albert Szymanski (“Human Rights in the Soviet Union”,Londres, 1984), para que o “cálculo” de Dushnyck tivesse algum sentido eranecessário que o número de mulheres no auge da fertilidade fosse o mesmo antese depois de 1932-1933. Mas, naturalmente, isso também é impossível, pois asmortes na guerra e o decréscimo de natalidade entre 1914 (início da I GuerraMundial) e 1921 (fim da Guerra Civil) trouxe, necessariamente, um decréscimo no

número de mulheres aptas a procriar durante a década de 30 (como lembrou odemógrafo S.G. Wheatcroft, anti-comunista, mas com escrúpulos, mulheres quenascessem em 1914 teriam apenas 16 anos em 1930).

No “cálculo” de Dushnyck se omite, também, que uma parte da população queno censo de 1926 era classificada como ucraniana – cerca de 2 a 3 milhões decossacos – foi reclassificada, no censo de 1939, como russa, pela simples razão deque viviam da Rússia e não na Ucrânia. Esses 2 a 3 milhões, no censo de 1926,estavam inflacionando indevidamente a população ucraniana.

Apesar disso tudo, entre os censos de 1926 e 1939, a Ucrânia aumentou suapopulação em 3 milhões e 339 mil pessoas. Porém, os adeptos desse método nãoconsideram a população real, mas uma projeção fantasiosa – e muito interessada -de qual “deveria ser” o número de habitantes.

Já voltaremos a esses gênios da estatística. Antes, veremos os motivos quelevaram a esse tipo doido de numerologia.

“HOLO-EMBUSTE” 

Numa declaração ao semanário “Village Voice”, de Nova Iorque, Eli Rosenbaum,então consultor legal do Congresso Mundial Judaico, fez uma observação agudasobre as tentativas de fabricação de um “holocausto ucraniano”: “eles estão sempre

aparecendo com um número [de mortos] maior do que seis milhões, para fazer o

leitor pensar: ‘Meu Deus, é pior que o Holocausto [judaico]” (Jeff Coplon, “In Search

of a Soviet Holocaust ”, Village Voice, 12/01/1988).

Rosenbaum, depois diretor do Office of Special Investigations (OSI) – a divisão doDepartamento de Justiça dos EUA encarregada de investigar criminosos de guerranazistas em território norte-americano – sabia do que estava falando.

Jeff Coplon, o articulista do Village Voice, nota que foi depois da instituição doOSI que a campanha do “holocausto ucraniano” se tornou mais intensa. A primeira

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ação relevante do OSI foi, precisamente, a prisão do ucraniano, naturalizado norte-americano, John Demjanjuk - que era, na verdade, o nazista “Ivan, o Terrível”, umdos mais atrozes carrascos do campo de extermínio de Treblinka.

Assim, não é uma coincidência que boa parte dos fabricantes do “holocausto

ucraniano” sejam os mesmos que negam a carnificina de Hitler sobre milhões de judeus e eslavos. No Village Voice havia um contundente exemplo:

“No último catálogo da Noontide Press, filiada ao Liberty Lobby do exuberante

  fascista Willis Carto, ‘The Harvest of Sorrow’ [o livro de Robert Conquest queexumou a fraude do “holocausto ucraniano”] é listado lado a lado com tomos

revisionistas tais como ‘O Mito de Auschwitz’ e ‘Hitler ao Meu Lado’ . Para

 propagandear o livro de Conquest e sua fome-terrorista, o catálogo nota: ‘O ato de

genocídio contra o povo ucraniano foi escamoteado [sic] até recentemente, talvez

 porque um holocausto real pode competir com um holo-embuste’ . Para os que não

são habituados com o jargão da Noontide, o ‘holo-embuste’ refere-se ao massacrede seis milhões de judeus” (Village Voice, art. cit.).

Voltaremos, num próximo artigo, às observações de Coplon. Por ora, basta a suadescrição do recrudescimento da campanha nos EUA:

“Pressionando cada pedal, mexendo todos os pauzinhos, está um lobby 

nacionalista ucraniano, esforçando-se em puxar para debaixo do tapete sua própria

história de colaboração com os nazistas. Pela revisão de seu passado, esses

emigrados ajudam a apoiar um mais ambicioso revisionismo: uma negação do

holocausto de Hitler contra os judeus”.

REAGAN 

Após a publicação, em 1987, de “Fraud, Famine and Fascism”, do pesquisadorcanadense Douglas Tottle, o “holocausto ucraniano” se tornou, para usar umaexpressão chegada ao assunto, um caso historicamente liquidado.

Na verdade, ele jamais se sustentou em pé, apesar de vários obcecados – e bempagos – elementos. A principal razão era a sua total falta de lógica. Não somentenão interessava a Stalin que a população ucraniana decrescesse, como essa jamaisfoi a política do governo da URSS. Pelo contrário, sua política era de estímulo aoaumento da população.

Além disso, em 1932 a coletivização foi completada. Se nesse ano aindapersistiam dificuldades, a colheita de 1933, na qual a participação da Ucrânia foidecisiva, foi um recorde na história do país, o que teria sido impossível sem asemeadura do ano anterior - que certamente não foi realizada pelos fantasmas dosque morreram de fome...

O fato é que, na década de 30, o “holocausto ucraniano” havia sido

desmascarado como uma fraude nazista. No pós-guerra, apesar da CIA terrecrutado apoiadores entre os nazistas ucranianos e financiado outra campanha em

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torno dele, acabou caindo em completo descrédito na segunda metade da décadade 60.

Sua última aparição de alguma importância, nessa época, foi em 1964, quandoum certo professor Dana Dalrymple publicou um artigo onde pretendia descobrir o

real número de mortos da fome: simplesmente, como o leitor poderá verificarnesta página, em que reproduzimos a tabela de Dalrymple, ele fez a média entre asmais estapafúrdias estimativas – incluindo as dos nazistas. Para que ficasse deacordo com os conformes, Dalrymple deu um toque pessoal à invenção: estendeu a“fome de 1932-33” até 1934 (cf. Dana Dalrymple, “The Soviet Famine of 1932-

1934”, Soviet Studies, janeiro, 1964).

Sem essa prorrogação da fome por mais um ano, Dalrymple não poderiaaproveitar as histórias de Thomas Walker, aliás, Robert Green - o foragido de umacadeia do Colorado que o magnata da imprensa americana W.R. Hearst contratou

para escrever sobre a “fome na Ucrânia”. Walker/Green, apresentado como“testemunha ocular” da fome, jamais esteve na Ucrânia, como confessou quandofoi recapturado, mas esteve alguns dias na URSS – porém, somente em 1934.Portanto, só poderia ter sido testemunha ocular da fome se ela fosse estendida atéesse último ano...

Depois da década de 60, a fraude somente foi retirada do baú em 1983 – porRonald Reagan, então em campanha acirrada contra a URSS e contra qualquer“distensão”. Três anos depois, no dia 7 de setembro de 1986, uma carta de Reagandirigida à viúva de Yaroslav Stetsko - criminoso de guerra, colaborador dos nazistas

durante a ocupação da Ucrânia e um dos cabecilhas da mal chamada “OrganizaçãoNacionalista Ucraniana” - foi lida pelo general John Singlaub, numa conferência daLiga Anti-comunista Mundial.

Disse Reagan à viúva de Stetsko: “  A coragem e dedicação de seu marido à

liberdade servirá como uma continuada fonte de inspiração para todos aqueles que

lutam pela liberdade e auto-determinação” (Village Voice, art. cit.).

MACE 

O novo método estatístico, introduzido por Dushnyck, fez sucesso entre osmercenários do anti-comunismo porque o antigo método – o chute descarado,puro e simples – estava desmoralizado, depois da tentativa de rejuvenescê-loatravés de uma simples média aritmética, feita por Dalrymple em 1964.

Assim, depois de Dushnyck, o parceiro de Conquest, James Mace, usou o mesmométodo em 1984, num artigo intitulado “Famine and Nationalism in Soviet 

Ukraine”. O artigo foi publicado pela revista “Problems of Communism” (edição demaio-junho de 1984). Essa revista (hoje rebatizada para “Problems of Post-Communism”) é o órgão da United States Information Agency (USIA), a mesmaagência do Departamento de Estado que, como lembra Douglas Tottle, é

responsável pela “Voz da América”, pela “Radio Marti”, tendo organizado a missãode espionagem do KAL 007 (o uso de um avião de passageiros sul-coreano para

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sobrevoar a URSS, com o resultado de que foi abatido pela defesa aérea soviética),entre outras aventuras.

Na próxima edição, examinaremos em detalhes o caso Mace/Conquest e suamanipulação dos censos soviéticos.

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O principal engodo foi apontado por Barbara Anderson e Brian Silver, dois

demógrafos muito respeitados: ao estabelecer uma taxa de natalidade

superfaturada, omitindo o decréscimo dessa taxa durante a década de 30, Mace

conta os que nunca nasceram como se fossem mortos. Os “mortos” são fabricados pelo truque de estabelecer uma falsificada taxa de natalidade 

CARLOS LOPES

Depois que Reagan, em1983, tirou o “holocaustoucraniano” do museu das

fraudes históricas, coube aRobert Conquest a tentativade dar a ele algumacredibilidade. Fez isto atravésde seu livro “The Harvest of Sorrow” (1986), um prolixopanfleto de mais de 400páginas segundo o qual Stalinpremeditou e provocou,contra o seu próprio interesse

como líder da URSS, umagigantesca fome para eliminar o povo ucraniano nos anos 1932-1933.

Na primeira parte deste artigo, vimos como, diante da insustentabilidade dahistória - na qual, sem fatos, sem testemunhas e sem vestígios, teriam morrido defome de 1 milhão a 15 milhões de ucranianos (haja rigor!) - passou-se a um novométodo de “cálculo” dos mortos, baseado na manipulação de números dos censossoviéticos: estabelecia-se uma taxa de natalidade irreal, superestimada, para operíodo entre os dois censos soviéticos anteriores à II Guerra Mundial (1926 e1939) e, assim, fabricavam-se os mortos com a diferença entre a estimativafantasiosa, inflacionada, e a população real que havia na URSS em 1939.

O problema é que seu inventor, como mencionamos, não era nada respeitável –um colaborador dos nazistas, terrorista, condenado na Ucrânia e abrigado nos EUA,Walter Dushnyck. Porém, já em 1984 (ano seguinte à da publicação do livreto deDushnyck), os parasitas da invenção nazista do “holocausto ucraniano” - RobertConquest, James Mace e outros – pareciam ter descoberto a pólvora. Mas tomaramo cuidado de escantear o verdadeiro autor do método, citando-o marginalmente,ou simplesmente evitando citações. Foi então que se pretendeu dar dignidadeacadêmica ao que não era mais do que uma charlatanice de fugitivos dos tribunaispara criminosos de guerra.

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O aproveitamento acadêmico datecnologia Dushnyck de manipulação doscensos soviéticos coube ao “pesquisadorcontratado” de Conquest, James Mace, daUniversidade de Harvard.

O motivo de ceder a primazia à Mace,que já vinha fazendo tentativas nessecampo específico da fraude histórica, é queConquest não sabe lidar com números,exceto quando se trata de dólares. Aaritmética extra-monetária nunca foi o seuforte. Em “O Grande Terror” (1968) eleinflou tanto o número dos atingidos pelarepressão soviética à sabotagem e

conspiração pró-nazista de antes da IIGuerra Mundial, que até o fundador da“sovietologia”, Alexander Dallin, autor de“Political Terror in Communist Systems”,fez questão de declarar que nada tinha aver com os números de Conquest. Malsabia Dallin, que tentava dar foros deciência ao que era apenas propagandaservida em forma de protocolo acadêmico,que em breve (1981) teria que suportar

Conquest dentro de seu própriodepartamento, na Universidade deStanford...

Depois da abertura dos arquivos da URSS, então, o livro tornou-se perfeitamenteridículo – exceto em algumas revistas e jornais que pouco se distinguem de umacasa de prostituição.

É verdade que, além da lambança que fez com os números de “vítimas” e naanálise dos censos soviéticos, Conquest contribuiu bastante para seu próprio

ridículo ao publicar, em 1984, um manual sobre o que os americanos deveriamfazer quando os russos invadissem o país (“What To Do When the Russians Come: A

Survivor’s Guide” - “O Que Fazer Quando os Russos Chegarem: Um Guia deSobrevivente”). A intenção era contribuir para a histeria insuflada por Reagan ecaterva contra a URSS, faturando uns cobres na onda. Mas, como disse umresenhista norte-americano isento de pendores para a esquerda, foi a propagandaanti-comunista mais hilariante da Guerra Fria.

Voltando aos números, em 2007, no prefácio à uma nova edição de “O GrandeTerror”, Conquest diminuiu em nada menos do que 7 milhões o número de“vítimas” na URSS durante o período de Stalin, em relação à edição de 1968 - com o

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mesmo critério com que antes incluiu esses 7 milhões, isto é, nenhum, e com aabertura dos arquivos soviéticos desmentindo o velho e o novo número.

DEMOGRAFIA 

Por sua ignorância em aritmética, Conquest cedeu o papel principal namanipulação estatística a James Mace. E, convenhamos, este se esmerou.

Já nos referimos ao seu artigo “Famine and Nationalism in Soviet Ukraine”(1984), publicado pelo órgão da United States Information Agency (USIA),“Problems of Communism”. Agora, vamos ao seu conteúdo.

Diz Mace:

“Se subtraímos nossa estimativa da população [ucraniana soviética] pós-fome da

 população [ucraniana soviética]  pré-fome, a diferença é 7.954.000, o que pode ser tomado como uma estimativa do número de ucranianos que morreram antes da sua

hora [died before their time]”.

O absurdo maior não está nesse perspicaz conceito de “morte antes da suahora” (não morreu ninguém de velhice na Ucrânia nos 13 anos entre os censos de1926 e 1939? E, por outro lado, quem morre, por exemplo, num acidente - teve“morte antes da sua hora”? E quem morre jovem de uma doença para a qual, naépoca, não existia tratamento? Em suma, não há significado em “morte antes dasua hora”, exceto atribuir aos comunistas qualquer morte que aconteça – ou

mortes inexistentes).

O principal engodo foi apontado por Barbara Anderson e Brian Silver, doisdemógrafos muito respeitados, ainda que sejam do tipo que acha científico fazercálculos sobre o “excesso de mortes” na URSS. Apesar disso, por não seremignorantes em seu campo de estudos, não querem sua reputação profissionalatirada na mesma vala de Mace, Conquest, Dushnyck e outros.

Exatamente como Dushnyck, ao estabelecer uma taxa de natalidadesuperfaturada, omitindo o decréscimo dessa taxa durante a década de 30, Maceconta os que nunca nasceram – isto é, a inexistente população fabricada por suafalsa taxa de natalidade - como se fossem mortos (cf. Barbara Anderson e BrianSilver, “Demographic Analyis and Population Catastrophes in the USSR”, SlavicReview, 44, Nº 3, 1985, págs. 517 a 519).

Resumindo: o “déficit” populacional ucraniano de Mace (quase 8 milhões depessoas) foi forjado por ele mesmo, ao usar uma taxa de natalidade falsa.

Os resultados de Barbara Anderson e Brian Silver tinham outro inconvenientepara a dupla Conquest/Mace: eles eram coerentes com os resultados alcançadospor um de seus alvos de difamação, o estatístico e demógrafo Frank Lorimer, que

em 1946, em Genebra, publicou, sob o patrocínio da ainda existente Liga dasNações, o livro “The Population of Soviet Union: History and Prospects”.

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Lorimer era um homem de imensa notoriedade em sua área de trabalho – quasesempre, justificada. O problema de Conquest e Mace era (e é) que os resultados deLorimer tornam impossível que houvesse 14,5 milhões - ou 10 milhões, ou 5milhões, ou mesmo 3 milhões - de mortos de fome somente na Ucrânia entre1932-1933, porque ele calculou para toda a URSS um “excesso de mortes” entre

3,2 milhões e 5,5 milhões entre 1926 e 1939.

É justo observar, como fazem Barbara Anderson e Brian Silver, que Lorimer diz,em seu livro: “Há, naturalmente, muitas outras fontes de possível erro em todas

essas computações. Conseqüentemente, estes resultados devem ser aceitos com

muitas reservas” (Frank Lorimer, “The Population of Soviet Union: History and 

Prospects”, Liga das Nações, Genebra, 1946, pág. 240, citado por Anderson e Silver,art. cit.).

Era inevitável que Conquest e Mace tentassem difamar Lorimer – que já havia

falecido quando Conquest publicou “The Harvest of Sorrow”.

Entretanto, como observou um comentarista, escrevendo no “Challenge”, deNova Iorque, o estudo de Silver e Anderson é ainda pior para o “holocaustoucraniano” (e para Conquest e Mace) que o de Lorimer:

“De fato, Anderson e Silver dão a impressão de acreditar que o número total [das‘mortes em excesso’ para toda a URSS] é, de longe, menor do que isso. Usando sua

[Taxa de] Alta Mortalidade Presumida, que ‘aproxima as taxas de mortalidade que

Lorimer pensou que efetivamente prevaleciam na URSS como um todo em 1926-27,

mais altas do que aquelas oficialmente relatadas’, das [taxas de mortalidade] de1939, pode ter havido somente 500 mil ‘mortes em excesso’ entre as pessoas vivas

em 1926” (Challenge, New York, ed. de 04/03/1987).

Em meio à maior luta de classes da História, isso é menos do que os mortosadmitidos oficialmente na Guerra Civil dos EUA (620 mil mortos). Com a diferençade que a Guerra Civil norte-americana durou 4 anos (1861-1865) - menos que umterço dos 13 anos de História da URSS aqui considerados (1926-1939).

NEO-MANIPULAÇÃO 

Até agora, não há novidades em relação a Dushnyck. O que James Mace faz éapenas plagiar o ex-terrorista e ex-colaborador dos nazistas, que, provavelmente,não imaginou que o seu método pudesse fazer tanto sucesso em Harvard eStanford. Aliás, nem deve ter percebido que era um método.

Porém, Mace resolveu dar o seu toque pessoal: “provar” a existência do“holocausto ucraniano”, através do censo soviético de 1959, ou seja, mais de trêsdécadas depois do censo de 1926.

Diz ele:

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“Nós podemos achar traços da fome procurando [no censo de 1959] por regiões

onde o número de camponesas (o segmento menos móvel da população) nas faixas

de idade que teriam nascido imediatamente antes ou durante a fome é

anormalmente pequeno. Estas regiões existem na Ucrânia Soviética, uma nação de

tradições ferozmente independentes; nas regiões habitadas por grandes populações

cossacas, também ferozmente independentes; e nas áreas dos alemães do Volga”(carta de Mace ao professor Jaroslaw Rozumnyj, 04/02/1984, citada por DouglasTottle, “Fraud, Famine and Fascism”, Toronto, 1987, pág. 72. A nota de Tottle – pág.149 – para esse trecho é a seguinte: “Uma cópia desta carta enviada por Mace aoComitê Canadense Ucraniano – UCC – foi apresentada em uma reunião doConselho Escolar de Winnipeg em 14 de fevereiro de 1984, para apoiar acampanha do UCC de incluir o tópico da “fome-genocídio” no currículo escolar”).

Com essa novidade, Mace conseguiu superar Dushnyck com vários corpos dedistância. Pelo menos, Dushnyck se limitou aos censos de 1926 e 1939. Assim, não

teve que ignorar, como faz Mace, que entre 1933 (o início da suposta “fome”) e1959 houve um acontecimento histórico denominado II Guerra Mundial – que foidecidido, precisamente, na URSS, e que teve na Ucrânia algumas das suas batalhasmais sangrentas, assim como alguns dos maiores massacres de toda a Históriahumana. Por falar em genocídio, segundo a Larousse, o maior de todos os temposfoi, exatamente, o realizado pelos nazistas na URSS, onde 15% da população,comprovadamente, morreu durante a invasão alemã.

Douglas Tottle observa, por exemplo, que, entre 1941 e 1943, a região ucranianada cidade de Kharkov foi terreno de quatro das maiores batalhas da II Guerra – e

que somente sobreviveram metade dos habitantes da cidade.

Da mesma forma, Mace omite que 600 a 700 mil dos “alemães do Volga”(colônias alemãs que existiam às margens desse rio) foram deslocados da regiãopelo governo soviético em 1941, quando os nazistas se aproximavam, por motivosóbvios (aliás, os alemães do Volga já haviam sido base das hordas “brancas” eestrangeiras durante a Guerra Civil, logo após a Revolução).

“  Além de ignorar aqueles que residiam [nessas regiões] nos anos 30 que

morreram ou foram deslocados devido à guerra, Mace também ignora o vasto

número que partiu para outras áreas e repúblicas durante o período dereconstrução em massa do pós-guerra. Em resumo, o censo de 1959, como o próprio

Mace sabe, revela padrões demográficos atribuíveis primariamente aos

desenvolvimentos pós-1941. (....) Pode-se concluir que qualquer admissão da [ocorrência da] II Guerra Mundial foi vista por Mace como um fato em detrimento

de seu caso – ele não trata do genocídio nazista, buscando somente convencer os

leitores do ‘genocídio comunista’ ” (Tottle, op. Cit.).

Resta dizer apenas que com essa manipulação dos números do censo de 1959,Mace, ao omitir o efeito da II Guerra Mundial sobre a população ucraniana e russa,inocentou os nazistas dos hediondos crimes que praticaram na URSS – todos os quemorreram na guerra e nos massacres de civis, todas as vítimas do nazismo, foram,

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através desse embuste, atribuídas a Stalin. O que, provavelmente, era mesmo aintenção.

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Os censos da URSS e a fraude do “holocausto ucraniano” (3) 

Funcionário do IRD - o departamento de “propaganda encoberta” do serviço

secreto inglês - Conquest tentou ressuscitar o “holocausto ucraniano”. Segundo ele,

“nessa espécie de história não há prova” e “a melhor fonte é o rumor”. Foi 

desmentido até pelos anti-comunistas da “sovietologia”  

CARLOS LOPES

Forçoso é reconhecer que GeorgeBush (pai) tinha suas razões paracondecorar Robert Conquest com a“Medalha Presidencial da Liberdade”:a presidência de Bush não era mais doque a extensão de seu mandato como

diretor da CIA; as obras “históricas”de Conquest são apenas acontinuação de sua atividadefuncional no departamento dedesinformação do MI6.

Há 17 anos, quando publicou, aquino HP, “A Constelação dosFalsificadores da História”(posteriormente incluído no livro “A

História Continua”), Cláudio Campos,fundador de nosso jornal e secretáriogeral do Movimento Revolucionário 8de Outubro, caracterizouprecisamente essa atividadefuncional:

“No final dos anos 60, Robert 

Conquest preencheu centenas e centenas de páginas, às quais deu o nome de ‘O

Grande Terror’. O livro pretendeu ser um estudo exaustivo e em profundidade dos

‘crimes’ e ‘expurgos’ de Stalin, e obteve grande repercussão nos meios que queriam

ouvir o que Conquest dizia. Ele era ‘apoiado’ numa quantidade verdadeiramente

impressionante de documentos, relatórios secretos e não secretos, atas de reuniões

e congressos do PCUS, testemunhos, uma infinidade de depoimentos em livros,

revistas e jornais. (....) “Conquest não revelava a menor capacidade de avaliar,

analisar, confrontar de forma séria esses documentos, de maneira a poder 

estabelecer qual era, de fato, a verdade histórica. Ele estava doentiamente

obcecado por uma fantasia que preestabelecem de Stalin, e usava esses

documentos simplesmente para pinçar aqui e ali, da forma mais irresponsável 

  possível, os elementos que lhe permitissem reproduzir o seu tenebroso pesadelo.

Revelava uma impermeabilidade verdadeiramente notável para os gritantes

elementos de verdade contidos naqueles materiais, completa adstringência aos

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relatos mais inverossímeis e, sobretudo, uma imaginação absolutamente solta e

 pervertida na ‘interpretação’ dos textos que reunira” .

Na época em que Cláudio escreveu as palavras acima, ainda não era conhecidoamplamente o passado de Conquest como funcionário do IRD (“Information

Research Department” - o departamento do serviço secreto inglês para, naspalavras de seu criador, Christopher Mayhew, “contra-ofensiva de propaganda

encoberta contra os russos”).

O fato, apesar de revelado pela primeira vez em 1978 pelo repórter David Leigh,no “The Guardian”, de Londres, não chamou a atenção até a segunda metade dadécada de 90.

Também não era sabido que “O Grande Terror” (1968) é, fundamentalmente,um recozinhamento dos textos que Conquest preparara para o IRD entre 1947 e

1956, recheados por citações da documentação soviética a que esse colarinhobranco do MI6 teve acesso antes da substituição de Kruschev na URSS.Confirmando a exatidão das palavras de Cláudio, o contato com essa documentaçãonão teve nenhum efeito sobre Conquest. Nada mudou no que já havia escrito.Serviu apenas para que ele pinçasse trechos, introduzindo-os no que antesproduzira sem precisar de documentação alguma.

“SOVIETÓLOGOS” 

Algo diferente aconteceu com “The Harvest of Sorrow” (1986), onde ele já não

dispunha mais de acesso aos arquivos soviéticos – e, mesmo que dispusesse, seriainútil para rechear a falcatrua do “holocausto ucraniano”, pois esses arquivos estãoabertos desde 1990 e ninguém conseguiu encontrar nada para apoiar essainvenção, nem Conquest conseguiu, a partir deles, acrescentar uma linha ao quehavia publicado em 1986.

Assim, as fontes de Conquest em “The Harvest of Sorrow” são, aberta e quaseexclusivamente, os colaboracionistas ucranianos – isto é, os criminosos de guerraque, depois da libertação da Ucrânia pelo Exército Vermelho, entraram nos EUA eCanadá, sendo depois aproveitados pela CIA.

Na verdade, foram eles que bancaram Conquest durante a feitura do livro: aUkrainian National Association, um grupo com sede nos EUA que desde antes da IIGuerra era composto por simpatizantes do nazismo (seu jornal, por germanofilia,foi proibido no Canadá durante a guerra), pagou US$ 80 mil a Conquest para que“The Harvest of Sorrow” fosse escrito - o que, segundo ele, foi uma generosadoação para as despesas com “pesquisas” (cf. Jeff Coplon, “In search of a soviet 

holocaust ”, Village Voice, 12/01/1988).

Em seguida à publicação, aqueles anti-comunistas do meio acadêmico quepretendiam alguma credibilidade, dissociaram-se, como observa Coplon,

imediatamente do livro de Conquest. A começar pelo já citado Alexander Dallin,declarando que a história de Conquest “não faz sentido”. (Dallin tinha fama de ser o

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mais “liberal” dos “sovietólogos”; para que o leitor tenha uma idéia, um dos seuslivros sobre a URSS foi escrito em parceria com sua aluna favorita, a senhoritaCondoleezza Rice).

Roberta Manning, que escreveu “The Tragedy of the Soviet Village:

Collectivization and Dekulakization”, resolveu ser caridosa com Conquest: “Ele éterrível fazendo pesquisa. Ele malbarata as fontes, distorce tudo”.

Um pouco mais incisiva foi sua colega Lynne Viola, autora de uma série de livrossobre a “resistência popular e camponesa” ao “regime de Stalin” e primeiraacadêmica dos EUA a ter acesso aos arquivos soviéticos sobre a coletivização daagricultura: “Eu desprezo completamente [o livro de Conquest]. Por que, em nome

de Deus, esse governo paranóico desejaria conscientemente produzir uma fome,

quando estavam aterrorizados pela guerra [com a Alemanha]? ”.

Mas nada se comparou, em síntese e expressividade, à reação de Moshe Lewin,autor de um calhamaço denominado “Russian Peasants and Soviet Power: A Studyof Collectivization”, ao livro de Conquest:

“Isso é merda, lixo [this is crap, rubbish]. Eu sou um anti-stalinista, mas não vejo

como essa campanha [do “holocausto ucraniano”] vai aumentar o nosso

conhecimento, somando horrores, somando horrores, até se tornar uma patologia”.

Mas quem disse que a questão – de Conquest e, na verdade, dos “sovietólogos”em geral - é aumentar o conhecimento?

BLACK PROPAGANDA 

Na reportagem de David Leigh no “The Guardian”, o fundador do IRD,Christopher Mayhew, que em 1947 era sub-secretário do Ministério das RelaçõesExteriores inglês (Foreign Office), declara que o material anti-comunista que odepartamento fornecia a jornalistas da Inglaterra e de outros países “somente era

‘black propaganda’ no sentido de que nosso trabalho era todo encoberto e a

existência do departamento era confidencial ” (cf. David Leigh, Death of the

department that never was, “The Guardian”, 27/01/1978, pág. 13; sobre o IRD, ver,também, “The Observer”, 29/01/1978, How the FO waged secret propaganda war 

in Britain).

“Black propaganda” é o nome dado pelos “serviços de inteligência” àpropaganda que é passada ao público sem que este saiba que é propaganda, isto é,como se fosse fato ou notícia. Somente por essa razão, para passar como fato apropaganda mais enganosa, o “trabalho” precisa ser “todo encoberto”, inclusive aexistência do departamento que o faz. Porém, a julgar pelo que diz Mayhew, ascoisas eram assim (inclusive em relação ao Parlamento) para garantir que apropaganda do IRD dissesse somente a verdade... Um fariseu inglês não temcompetidores entre os fariseus do mundo. São muitos anos de experiência e

refinamento. Segundo a reportagem do The Guardian, “ funcionários ‘seniores’ [do

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IRD] admitem que o material passado [aos jornalistas] era pesadamente

‘tendencioso’ [slanted]’’.

Leigh descreve que “o IRD também encorajou a produção de livros, descrita em

Whitehall [sede do Foreign Office] como ‘fertilização cruzada’ ”. O principal exemplo

de “fertilização cruzada” são os livros de Conquest, que aparece na reportagemcontando que “depois que deixou o IRD, foi  sugerido que ele poderia combinar em

um livro alguns dos dados que tinha reunido de publicações soviéticas. Ele vendeu à [editora] Bodley Head uma série já pronta [ready-made] de oito ‘estudos soviéticos’.

Bodley, disse, publicou-os como um negócio comercial normal, vendendo (....) um

terço das cópias para [o editor encoberto da CIA] Fred Praeger, que também

 publicou-os como um negócio comercial normal ”.

O departamento de Conquest só não era segredo para o serviço de segurançasoviético, que teve um agente dentro dele, Guy Burgess. O IRD sabia disso desde

1951, quando Burgess foi para a URSS. Mas isso não incomodou o departamento:quem não podia saber da sua existência era o povo inglês e outros povos domundo.

PERCOLAR 

Antes de “The Harvest of Sorrow”, Conquest já havia tentado outros pogromscontra a pátria de Gogol. Em “O Grande Terror”, a fome matava 3 milhões deucranianos. Dezoito anos depois, os mortos subiram para 14,5 milhões. Entre ummorticínio e outro, Conquest, com alguns parceiros, produziu, em 1984, “The Man-

Made Famine in Ukraine” (“ A fome artificial [“Man-Made”= fabricada pelo homem]na Ucrânia”).

Nesse panfleto precursor, diz Conquest:

“Nessa espécie de história nós não temos prova. (....) a incontestabilidade da

evidência pode ser plena mesmo quando não é documentada ou completa” (cf.pág. 37 de “The Man-Made Famine in Ukraine”, Washington, 1984, AmericanEnterprise Institute).

É mesmo pior do que a exposição que fez sobre “O Grande Terror”:

“ A verdade, portanto, somente pode ser filtrada [percolate] na forma de disse-

me-disse [hearsay] (....) basicamente, a melhor fonte, ainda que não infalível, é o

rumor ”.

Tão interessante quanto a declaração despudorada de que sua fonte é o boato,é a afirmação de que a verdade, em vez de conhecida em sua essência, precisa ser“filtrada” (no original, “percolada”, isto é, coada e limpa de “resíduos”, inclusivecom o uso de soda cáustica – v. os verbetes “percolação” e “percolar” no DicionárioCaldas Aulete, ed. 1980).

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Logo, vale tudo: a “fome provocada” na Ucrânia não foi uma punição aos quenão aderiram à coletivização, pois, diz Conquest, a fome foi também contra os queaderiram a ela. Por que Stalin iria fazer isso contra os que o apoiavam, Conquestnão explica. Não se sabe, também, porque Stalin desistiu de “eliminar” o povoucraniano após 1933.

E havia mais coisas inexplicáveis:

Tombaram, na luta contra o nazismo e os traidores do país que Hitler instaloudurante a ocupação, quase 9 milhões de ucranianos. Assim como os 500 milucranianos que constituíram a Resistência – isto é, que formaram a guerrilhasoviética debaixo da ocupação nazista – eles eram, na grande maioria, camponeses,e tinham, como lema, “por Stalin e pela pátria”. Tão heróico comportamento e tãogrande entusiasmo por Stalin, depois que 40% ou 60% de seus compatriotasmorreram numa fome deliberadamente provocada?

Com tanta coisa – e desse tamanho - por explicar, Conquest não podia se safarcom a fulgurante teoria de que o “holocausto ucraniano” não precisava de provas,simplesmente porque não tinha provas. Nem com a instituição do “disse-me-disse”como fonte suprema da verdade.

Daí, o recurso à manipulação dos números dos censos soviéticos.

ESTABLISHMENT 

Alguns leitores, provavelmente, nos perguntarão como é possível que umafalsificação tão grosseira tivesse o patrocínio de universidades como Harvard eStanford - que, com as de Princeton e Yale, são o “créme de la créme” doestablishment acadêmico dos EUA.

McGeorge Bundy, que foi reitor em Harvard, professor da Universidade de NovaIorque, Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA (1961-1966), coordenador dasoperações encobertas do governo norte-americano (1964-1966) e presidente daFundação Ford, definiu assim a questão:

“Em enorme medida, os programas de estudo de área desenvolvidos pelas

universidades americanas nos anos depois da guerra foram compostos, dirigidos ou

estimulados pelos diplomados do OSS [Office of Strategic Services: o antecessor daCIA] – uma notável instituição, meio tira-e-ladrão e meio encontro de faculdade.

  Ainda é verdade hoje, e eu espero que sempre será, que existe um alto grau de

interpenetração entre as universidades com programas de área e a miríade de

agências de informação do governo dos Estados Unidos.” (McGeorge Bundy, “TheDimensions of Diplomacy”, cit. em Douglas Tottle, “Fraud, Famine and Fascism”,pág. 58).

O OSS foi dissolvido pelo presidente Truman em setembro de 1945. Portanto,

não é ao OSS que McGeorge Bundy se refere, ao falar dos programas das

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universidades “nos anos depois da guerra”, mas à CIA – da qual foi um dosidealizadores, com Allen Dulles, George Kennan e Nelson Rockefeller.

Apenas, Bundy é demasiado fariseu para falar publicamente a verdade, mesmoquando sabe que todos sabem do que está falando, não fosse ele o inventor da

teoria da “negativa plausível”, pela qual o governo americano pode mentir àvontade, desde que tenha uma história para encobrir a mentira.

PREITO 

Em abril de 2005, durante a festa de aniversário de um companheiro e amigocomum, comentei com Cláudio Campos alguns artigos de Walter Duranty,correspondente, na década de 30, do “The New York Times” na URSS.

Naquele dia, o que mais interessou a Cláudio foi a campanha de difamação

contra Duranty, após sua morte, em 1957, cuja base é a de que ele teria ocultado a“fome na Ucrânia” dos leitores do “Times”. Ao contrário do que Conquest e outrosdisseram, as matérias de Duranty estão longe de ser apologéticas em relação aosocialismo, mesmo em relação à Ucrânia de 1932-1933. Apenas, ele recusou-se aendossar a fraude nazista.

Cláudio manifestou, então, que devíamos pesquisar e escrever um artigo sobre oassunto, e fez várias sugestões valiosas a esse respeito. Fiquei, então, de levar oprojeto à frente. No entanto, o falecimento de Cláudio, no mês seguinte, impediu-me de continuar contando com sua sempre luminosa orientação. Nos últimos três

anos, tenho voltado esporadicamente à pesquisa das fontes, mas sem tempo parafinalizar algo sobre o assunto.

O fato é que somente agora, depois do discurso de um senador da oposiçãorepetindo as infâmias nazistas de 75 anos atrás, senti-me obrigado a publicar o quevárias vezes esbocei.

Assim, este trabalho é dedicado ao seu verdadeiro idealizador. As imperfeições,naturalmente, devem ser depositadas na minha conta-corrente.

A Cláudio Campos, in memoriam.