Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

A LEITURA DE IMAGENS NA ESCOLA: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO

DE CIÊNCIAS UTILIZANDO RÓTULOS DE EMBALAGENS DE ALIMENTOS

RIBEIRO, Edilson Farias1

PAIVA, Wagner José Martins2

RESUMO: No dia a dia, aumenta o consumo de diversos alimentos industrializados e nos rótulos destes produtos há informações indicando sua composição química e alguns dados nutricionais, porém nem sempre percebidos pelos consumidores. Tais informações são de grande valor para prevenção de certas doenças tais como a diabete e a variação da pressão arterial. Para tanto, precisa-se capacitar os alunos da educação básica a perceber tais informações contidas nos rótulos que os mesmos estão consumindo, e analisar de que forma esses alimentos estão entrando em sua dieta diária, com o pensamento de se ter sempre uma alimentação com qualidade, e também de orientar no sentido de saber aquilo que se está ingerindo e sua quantidade dia, para prevenção de futuros problemas de saúde. É preciso ter a percepção dessas informações contidas nos rótulos dos alimentos, pois nem sempre as mesmas estão claras, é premente interpretá-las e entendê-las para se tenha uma alimentação saudável

Palavras-chaves: Rótulos de alimentos, Alimentos industrializados, Valor nutricional, Diabetes, Pressão arterial.

ABSTRACT: On a daily basis, increases the consumption of processed foods and many labels of these products there is information indicating chemical composition and some nutritional data, but not always perceived by consumers. Such information is of great value for prevention of certain diseases such as diabetes and blood pressure changes. For this, one needs to train students in basic education to realize such information on the labels that they are consuming, and analyze how these foods are coming into your daily diet, with the thought of always having a power quality , and also to guide to know what you are ingesting and quantity day to prevent future health problems. You must have the perception that information contained on food labels, it is not always the same are clear, it is urgent to interpret them and understand them to have a healthy diet.

Keywords: Food labels, Processed foods, Nutritional value, Diabetes, Arterial blood pressure.

1Professor da Rede Estadual de Educação do Paraná Professor orientador da Universidade Estadual de Londrina

1. INTRODUÇÃO

No dia a dia se compram vários produtos e neles é possível se

observar informações nos rótulos, como, por exemplo, dados nutricionais como

sua composição química. Algumas dessas informações são de grande valia

para as pessoas acometidas por doenças, como diabetes ou a variação da

pressão arterial. Ainda é possível observar nos rótulos dados que interessam a

pessoas com problemas de colesterol alto e outros males crônicos.

As informações disponíveis nem sempre são lidas ou mesmo

compreendidas pelas pessoas em geral. Portanto, entende-se que a visão

acerca de trabalhar os rótulos dos alimentos no cotidiano dos alunos é a

missão dos professores, pois eles têm a tarefa de conscientizar os alunos

acerca da necessidade de uma alimentação saudável.

É preciso trabalhar com os alunos sobre a necessidade de uma

alimentação saudável, podendo ter como ponto de partida a leitura de

embalagens do seu cotidiano e observando que muito se pode aprender sobre

a alimentação. Como destaca Evangelista (1994), a alimentação é o processo

responsável por atender às necessidades orgânicas do indivíduo, possibilitando

seu crescimento, aumento e manutenção do peso e estatura, Então no

processo de alimentação é preciso saber o que e como se come visando uma

melhor qualidade de vida.

Além disso, acredita-se que o ensino de ciências deve favorecer ao

aluno a possibilidade de relacionar a teoria desenvolvida em sala com a

realidade a sua volta. Essa relação é que faz sentido dentro da educação.

Junto a essa possibilidade, é preciso fazer com que o ensino de ciências seja

prazeroso, interativo, instigue o aluno a reconhecer no seu dia a dia o que

aprendeu e possa aplicar, de modo efetivo, esse conhecimento.

Diante dessas considerações, a abordagem dos rótulos em sala de

aula permitirá unir a teoria à prática, influenciando no cotidiano do aluno. A

proposta, então, é capacitar o aluno para que ele possa ler as embalagens,

decodificá-las e compreender o significado das informações, já que estas

podem mudar o cotidiano de uma pessoa. Tais informações contribuem para a

conscientização acerca daquilo que está sendo ingerido. Porém, a mais

específica é: será que o aluno do ensino básico tem consciência dessas

informações, sua validade e seu relacionamento com seu cotidiano?

O presente trabalho teve como objetivo geral desenvolver a leitura

interpretativa de rótulos de embalagens dos alimentos, a fim de que os alunos

possam ler e identificar informações relativas à saúde e à composição dos

alimentos, contribuindo assim para a formação de alunos mais conscientes de

sua alimentação. Especificamente os objetivos deste trabalho foram: mostrar

aos alunos o significado dos rótulos das embalagens; desenvolver a leitura

analítica desses rótulos e aplicar atividades que possam despertar o aluno

quanto ao consumo de sódio e quantidade calórica absorvida por dia.

Este trabalho foi realizado no Colégio Estadual Barão do Rio Brancona

cidade de Londrina, com alunos do 8º ano, do Ensino Fundamental nas aulas

de ciências. As atividades foram trabalhadas de forma organizada em uma

sequência de unidades de atividades que resultaram em uma avaliação

formativa e somativa dos educandos.

Assim, foi empregada uma forma de abordagem em que o aluno foi um

sujeito ativo no processo ensino-aprendizagem e o professor mediador do

conhecimento, auxiliando o processo de interpretação e leitura dos rótulos

alimentícios.

2. DESENVOLVIMENTO

Hoje em dia, a sociedade está cada vez mais preocupada com a

alimentação, em busca de produtos naturais e de se ter uma vida mais longa e

com qualidade. Dentro deste propósito, o presente projeto pretende levar os

alunos da escola pública a criar hábitos que já deveriam estar agregados em

seu dia a dia, que é o de observar e ler os rótulos das embalagens de

alimentos no seu cotidiano.

Segundo Evangelista (1994), a alimentação é o processo responsável

por atender as necessidades orgânicas do indivíduo, possibilitando seu

crescimento, aumento e manutenção do peso e estatura. Disso incide o fato de

que é preciso saber o que se come e como se come, com vistas a melhor

qualidade de vida.

O objetivo do ensino de ciências é “ter como objeto de estudo o

conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza, conforme

propõem as Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental do

Estado do Paraná (...) entende-se por Natureza o conjunto de elementos

integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade.” (PARANÁ,

2008, p.4).

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Paraná (2008), a Ciência é conceituada como um conjunto de descrições,

interpretações, teorias, leis, modelos, os quais visam ao conhecimento de uma

parcela da realidade. Desse modo, o Ensino de Ciências não pode ser

encarado como simples transmissão de conceitos científicos, mas sim como

processo de aprendizagem.

A questão do processo de aprendizagem presente é: será que o aluno

tem consciência da validade dessas informações e será que ele consegue

correlacioná-las com seu cotidiano?

Pesquisas onde a imagem é o ponto de partida, (Silva et. al, 2006),

demonstram que é preciso ter cautela na sua utilização dessa ferramenta, pois

em muitas vezes o seu conteúdo não é transparente, o professor tem um papel

intencional ou não, direto ou indireto, no modo como as imagens funcionam em

sala de aula. Existe ainda, muitas imagens com conteúdo não são adequados à

idade, por isso, o professor deve ser o mediador da interpretação, mostrando

como os significados das imagens podem ser interpretados.

Conforme Zilberman (1982), a leitura se consolida, num primeiro

momento, mais como caráter informativo, do que de forma de lazer. Afirma a

pesquisadora que mesmo este caráter informativo propiciou um

desdobramento de uma ideologia que ainda atualmente consolida e legitima a

leitura em nossa sociedade.

No entanto, encontrar este conteúdo que as imagens comunicam não é

fácil. Tampouco é fácil fazer com que um amontoado de cores e contornos se

torne algo representativo, por isso, a leitura da imagem necessita de

estratégias, a fim de que se chegue a um significado. A leitura precisa:

Ter como finalidade possibilitar que indivíduos entendam a cultura e a sociedade em que vivem, dando-lhes condições para evitar a manipulação da mídia e a produzir sua própria identidade e resistência para que possam participar de sua transformação cultural e social (BRAGA, 2006, p. 05).

Assim, ler uma imagem ou esquema é ir à busca do conteúdo por ela

expresso. Como destaca Kellner (1995, p. 109), “ler imagens criticamente

implica aprender como apreciar, decodificar e interpretar, analisando tanto a

forma como elas são construídas e operam em nossas vidas, quando o

conteúdo que elas comunicam em situações concretas”.

Neste trabalho, ler as embalagens de produtos com os alunos é buscar

a percepção visual com os alunos. Em um primeiro momento, incentivou o

interesse sobre os componentes químicos indicados no rótulo, mostrando aos

alunos a composição dos produtos. Depois, o foco foi a quantidade de sódio e

no valor calórico. Nesse momento, se discutiu que o consumo excessivo de

sódio é prejudicial, acarretando doenças crônicas como a hipertensão, por

exemplo. Finalmente se mostrou ao aluno que, ao observar o valor calórico dos

alimentos, indicado nas embalagens, é possível pensar, antes do consumo, em

controlar a quantidade de calorias ingeridas ao longo do dia.

Os rótulos dos alimentos integram a política de alimentação e nutrição

desenvolvida pela Agencia Nacional de Vigilância e Saúde (ANVISA). O

propósito da rotulagem nutricional é promover práticas alimentares mais

saudáveis. No entanto, muitas vezes, as pessoas nem ao menos leem os

rótulos ou não conseguem interpretá-los. As informações contidas nos rótulos

trazem uma linguagem científica, termos como carboidratos ou açucares são

comumente empregados, por isso, faz-se necessário ler com os alunos e

auxiliá-los na leitura e interpretação dessas informações, de modo que esse

conhecimento possa trazer benefícios ao cotidiano e, sobretudo, mudança em

hábitos alimentares.

Neves, Guimarães e Merçon (2009) compôs uma atividade didática

extremamente rica, que favoreceu a motivação, a investigação, a tomada de

decisão e a socialização das atividades. Os autores elaboraram uma pesquisa

com observação de rótulos nutricionais, somada ao trabalho na sala de aula,

envolvendo uma análise e interpretação do conteúdo indicativo dos rótulos. De

maneira semelhante foi o que foi proposto por este trabalho.

3. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Primeiramente foi realizada uma Reunião com a Direção e a Equipe

Pedagógica do Colégio Estadual Barão do Rio Branco para formalizar o início

da Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica. Durante a semana

pedagógica de Janeiro de 2014 o projeto foi apresentado a comunidade

escolar.

Para a implementação do projeto na escola foi desenvolvida uma

unidade didática onde houve comentários sobre os rótulos, questionamentos

sobre a importância deles parao consumidor. Também foram disponibilizados

rótulos de produtos e, junto com o professor, os alunos realizaram a leitura,

decodificando as informações, analisando-as. As estratégias de ação

necessárias á execução do projeto estão destacadas abaixo através das aulas.

2.1.. PRIMEIRA ATIVIDADE

A primeira atividade teve como objetivo avaliar o conhecimento prévio

do aluno sobre a leitura dos rótulos das embalagens. Para atingir os objetivos

os alunos formaram equipes de 5 ou 6 alunos para receber o caderno onde

foram registradas as atividades, bem como os resultados obtidos em cada uma

delas, esse caderno foi denominado “Diário de bordo”.

Além disto, os alunos trabalharam com embalagens trazidas por eles

de suas casas, de acordo com suas preferências, e sem nenhuma informação

prévia. Nesta atividade os alunos relataram o nome do produto, informaram a

quantidade consumida e o que é levado em consideração, citaram no mínimo

três aspectos que chama atenção nessa embalagem, qual o consumo médio

por semana desse produto, qual o período do dia é consumido, e quais os

símbolos que aparecem em sua embalagem. O resultado desta atividade é

descrito a seguir:

De imediato os alunos informaram 55,5% dos deles consomem estes

tipos de produtos industrializados mais de 1 vez por semana, enquanto que

44,5% consomem apenas uma vez por semana. Em relação ao produto tipo de

produto os alunos trouxeram 28% de alimentos salgados, 67% de alimentos

doces e 5% líquidos conforme a figura 1.

Figura 1 - Tipo de alimento escolhido pelos alunos

28%

67%

5%

Alimento Salgado

Alimento doce

Líquido

Considerando os tipos de alimentos consumido por estes alunos,

49,5% deles afirmaram que o sabor é que influencia a escolha, 34,5% dos

alunos acreditam que o alimento é muito bom, 11% levam em consideração os

nutrientes e 5% afirmaram que sacia conforme se observa na figura 2.

Figura 2- Tipo de alimentos consumidos pelos alunos

49%

35%

11%

5%

Sabor

Alimento muito bom

Nutrientes

Saciedade

O que chama atenção na embalagem do alimento, foi possível

perceber que 40% afirmaram que as cores vibrantes da emmbalagem chamam

a atenção, 36% levam em conta a imagem presente na embalagem, 12%

levam em consideração a marca do produto e 12% apenas se preocupam com

as informações nutricionais conforme se observa na figura 3.

Figura 3 - O que chama atenção na embalagem do alimento

40%

36%

12%

12%

Cores vibrantes

Imagem

Marca do Produto

Informações Nutricionais

Em relação a imagem das embalagens dos produtos o que mais chama

a atenção para 63% dos alunos foi o desenho do produto, 32% o símbolo do

fabricante e 5% a embalagem conforme observa na figura 4.

Figura 4 – O que chama atenção nas imagens do s produtos

63%

32%

5%

Desenho do Produto

Simbolo do Fabricante

Embalagem

Através desta atividade percebeu-se que a análise da informação

nutricional presentes na embalagem não é um procedimento utilizado

frequentemente pelos alunos. Em virtude disto, é importante desenvolver a

leitura interpretativa de rótulos de embalagens, a fim de que os alunos possam

ler e identificar informações relativas à saúde e à composição dos alimentos,

contribuindo assim para a formação de alunos mais conscientes de sua

alimentação.

2.2 SEGUNDA ATIVIDADE

Esta atividade teve como objetivo Informar aos alunos a respeito da

proposta do projeto; justificar a 1ª atividade como sendo uma informação cega

a respeito do foco do projeto. Para atingir o objetivo foi desenvolvida uma aula

expositiva em forma de apresentação do projeto para os alunos. Percebeu-se

que os alunos se interessaram e se comprometeram a desenvolver o trabalho.

2.3 TERCEIRA ATIVIDADE

O objetivo desta atividade foi abordar através de aula expositiva e

atividades lúdicas o aparelho digestório e circulatório. Para atingir o objetivo o

professor fez a exposição de conceitos importantes para o funcionamento do

aparelho digestório e circulatório através de aula expositiva e vídeos. Para

fixação do conteúdo os alunos jogaram o Bingo Digestivo/Circulatório.

Os conceitos trabalhados foram os seguintes: função da digestão,

digestão química e mecânica, trajeto dos alimentos no corpo, bem como

conhecer os órgãos e glândulas desse sistema. Função do sistema circulatório,

principais do aparelho circulatório, fisiologia da circulação.

2. 4 QUARTA ATIVIDADE

Esta atividade teve como objetivo construir conceitos com a ajuda da

internet. Para atingir o objetivo esta atividade foi desenvolvida no laboratório de

informática, onde os alunos com suas embalagens buscaram algumas

definições relacionadas a alimentação.

Os alunos definiram os seguintes conceitos:calorias, carboidratos,

energia, proteínas, lipídios, fibras, colesterol, diabetes, pressão alta e sódio,

símbolos e figuras encontradas nas embalagens.

2.5 QUINTA ATIVIDADE

Esta atividade teve como objetivoaprender a analisar a tabela

nutricional. Para isto os alunos trouxeram as embalagens comumente utilizadas

por eles no cotidiano e por seus familiares, para analisar um a uma e entender

o que contêm em suas informações. Ao final dessa atividade os grupos fizeram

as anotações pertinentes a esta atividade no diário de bordo.

2.6 SEXTA ATIVIDADE

O objetivo desta atividade foireconhecer a importância de conhecer a

tabela nutricional. Para tanto, realizou-se atividades de pesquisa utilizando a

internet sobre o tema, “importância da tabela nutricional”. No estudo com vários

materiais, desde figuras, vídeos e depoimentos, os alunos apresentaram

relatos desses e opções de como é possível propor uma forma alternativa

frente a produtos rico em sódio, um vídeo com uma nutricionista mostra como

deve ser uma simples ida ao supermercado, nosso olhar nas embalagens e de

seus riscos no consumo excessivo de certos produtos químicos.

2.7 SÉTIMA ATIVIDADE – 3 aulas

Esta atividade teve o objetivo de analisar a quantidade de sódio e

açúcar dos alimentos. Os alunos buscaram referências da quantidade de sódio

e de açúcar que devemos ingerir em nossa alimentação diária e estabeleceram

uma relação (tabela 1) com o que consumimos em nosso dia a dia.

Após analisarem a tabela nutricional os alunos elaboraram cartazes

onde representaram em saquinhos a quantidade gramas existentes de cada

alimento industrializado mais consumidos por eles e com isso, visualizaram a

quantidade que estavam ingerindo de sódio e açúcar (Figura 5).

Figura 5 - Tabela Nutricional

Alimento Porção Sódio Açúcar

Refrigerante 1 lata (350 ml) 49 mg 39 g

Biscoito doce recheado 3 unidades (30 g) 88 mg 19 g

Maionese Tradicional 1 colher de sopa (12g) 95 mg 1 g

Macarrão instantâneo 1 pacote (85 g) 3032 mg 54 g

Molho de tomate 1 colher de sopa (20 g) 100 mg 3 g

Chocolate 1 unidade (45 g) 36 mg 28 g

Achocolatado 1 unidade (200 ml) 130 mg 32 g

Suco de Laranja 1 copo (200 ml) 7,2 mg 25 g

2.8 OITAVA ATIVIDADE

Esta atividade teve o objetivo decriar uma Pirâmide Alimentar para

visualizar a quantidade necessária diária de cada categoria de alimento. A

partir da pirâmide alimentar, os alunos perceberam a quantidade de nutrientes

necessários na dieta diária.

2.10. NONA ATIVIDADE

Nesta atividade o objetivo era elaborar o relatório final. Os alunos

elaboraram o relatório final onde relataram as experiências advindas do

desenvolvimento das atividades.

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Primeiramente é necessário dizer que a escola é o lugar ideal para o

desenvolvimento de projetos de promoção à saúde.

A escola é um espaço ideal para o desenvolvimento de ações voltadas à promoção da alimentação saudável e prática de atividade física. Assim, a inserção desses temas como componentes transversais aos currículos do ensino infantil, fundamental e médio pode dar sustentabilidade às iniciativas de educação em saúde. Os alunos devem ser estimulados a discutir os benefícios e os riscos à saúde de suas escolhas alimentares (BRASIL, 2014, p. 03).

Optou-se por trabalhar este projeto em grupos de alunos, pois de as

Diretrizes Curriculares de Ciências incentiva o trabalho em grupo, em virtude

de possibilitar a de troca de experiências, de confronto de ideias,

desenvolvimento do espírito de equipe e da atitude colaborativa. Além do que

aproxima o estudo de Ciências dos problemas reais, contribuindo para a

construção significativa de conhecimento pelo estudante (PARANÁ, 2008).

Através das embalagens trazidas pelos alunos percebeu-se que a

alimentação dos nossos alunos é baseada em alimentos industrializados, com

alto teor de açúcar e sódio e com baixo valor nutricional. Além disto, os alunos

fazem sua opção de consumo em virtude do sabor, beleza e colorido da

embalagem. Alguns alunos até mencionaram que fazem a leitura dos rótulos

dos alimentos antes da compra, no entanto, eles não entendem a informação

nutricional expressa nas embalagens.

É preciso ler e entender os rótulos dos alimentos para além das

imagens, figuras e coloridos. De acordo com Schlichta (2009, p. 3214), ler uma

imagem é ao mesmo tempo à assimilação da sua transparência (o que se quer

mostrar) e da sua opacidade (do que não se vê). Assim, observa-se que a

leitura vai além das letras, é uma atividade que exige do sujeito leitor olhar

além das cores, imagens, rostos, figuras e extrair do que vê significado. Para

tanto, o aluno necessita de conhecimento teórico e prático, ou seja, precisa

deparar-se com a imagem (seria então a teoria) e estar preparado para extrair

dela significado (seria então a prática).

Através do Bingo Digestivo/Circulatório foi possível criar em sala de

aula um ambiente saudável, produtivo, agradável e favorável à aprendizagem.

Através dos desse material foi possível explorar conceitos, reforçar conteúdos,

testar conhecimentos já adquiridos e, sobretudo, desenvolver a autoconfiança

do aluno, para a elaboração de estratégias a serem aplicadas na resolução de

problemas do dia-a-dia escolar.

Por meio da atividade de pesquisa na internet foi possível criar uma

ligação entre o interesse natural pelo computador mais especificamente pela

Internet com o conhecimento empírico propriamente dito, pois é papel do

professor, como mediador do conhecimento, direcionar atividades prazerosas

proporcionadas para conhecimento desenvolvido no espaço escolar.

As novas tecnologias e multimeios surgiram para proporcionar um novo

impulso à socialização do conhecimento, que apresenta como pressuposto

básico a interatividade entre tecnologia e educação. Elas exercem o papel de

facilitadoras do processo educativo a partir do momento que se tornam parte

integrante desta nova perspectiva, pois podem incrementar as propostas

pedagógicas vigentes, atuando como ferramenta do professor e,

principalmente, tornar atraente o ambiente educacional.

Através de vídeos utilizados na internet foi possível visualizar

estratégias para a promoção da alimentação saudável, e também que essas

ações podem ser aplicadas na escola. De acordo com o Ministério da Saúde

“escola deve promover atividades e encontros onde toda a família possa

discutir e aprender sobre a promoção da alimentação saudável “(BRASIL,

2014, p. 04).

Em um encontrado por um grupo de alunos no laboratório de

informática, a nutricionista salientou as consequências do excesso de sódio e

açúcar na alimentação diária. Além disto, abordou a importância da

alimentação balanceada, e também as formas que podemos substituir alguns

alimentos ricos em sódio por outros com menos, porém com o mesmo poder

nutricional, exemplo disso, podemos apresentar o macarrão tipo instantâneo,

rico em teor de sódio, podemos optar pelo macarrão cabelinho de anjo e fazer

um tempero natural utilizando legumes e baixíssima quantidade de sódio.

Ao construir a uma Pirâmide alimentar (atividade lúdica), os alunos

trabalharam a quantidade de nutrientes necessária na sua alimentação diária.

É preciso diversificar as aulas, tornando-as mais atrativas para os alunos e

proporcionar a possibilidade de melhorar o desempenho e facilitando a

aprendizagem. Neste sentido, as atividades lúdicas devem ser introduzidas no

processo de ensino-aprendizagem para facilitar a compreensão dos conteúdos

pelos alunos.

Para que a aula se torne significativa, o lúdico é de extrema importância, pois o professor além de ensinar, aprende o que o seu aluno construiu até o momento, condição necessária para as próximas aprendizagens. A tendência é de superação, desde que o ambiente seja fecundo à aprendizagem e que o mestre tenha noção da responsabilidade que esta busca exige. Estuda-se o passado, vive-se o presente, busca-se o futuro. Através da ludicidade podemos fazer novas perguntas para velhas respostas (ROLOFF, 2010, p. 03).

A avaliação dos alunos aconteceu de forma contínua durante o

processo de implantação do projeto. No processo educativo, a avaliação deve

estar presente tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-

aprendizagem, como instrumento de investigação da prática pedagógica.

Assim a avaliação assume uma dimensão formadora, pois, o fim desse

processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também possibilitar a

reflexão sobre a ação da prática pedagógica (PARANÁ, 2008).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento do processo educacional com novas maneiras de

apresentar o aprendizado ao aluno, envolvendo-o em novas estratégias que

promovam o melhor desenvolvimento cognitivo, precisa estarem presentes nos

planos de aulas atuais. O que se defende atualmente é que o ato de educar

tem o seu significado de importância quando se percebe que o resultado é o

desenvolvimento de um indivíduo. O foco, portanto, volta-se para uma

preocupação mais personificada do que simplesmente padronizada.

Este desenvolvimento deve acompanhar todo contexto de

transformação social, apresentando peculiaridades e inovações pertinentes a

esse processo evolutivo do indivíduo. Peça chave neste sistema, o professor

precisa se organizar de maneira a propor situações de aprendizagem mediada

que possibilitem ao educando acesso ao aprendizado efetivo.

Utilizar de várias formas estratégicas que levem a um trabalho eficiente

e de resultados no processo de torna-se essencial no plano de professores.

Neste sentido este projeto contribuiu para uma aprendizagem significativa,

pois foi realizada com prazer, propiciou a socialização, exerceu a cooperação,

estimulou a criatividade.

Este projeto estudou as embalagens de produtos com os alunos do 8º

ano do Ensino fundamental, a fim de incentivá-los a uma postura mais

avaliativa no que diz respeito ao que está sendo ingerido e o que e como esse

produto pode acarretar em seu organismo com o uso excessivo. Em um

primeiro momento, o interesse foi sobre os componentes químicos indicados no

rótulo, mostrando sua composição química. Depois, o foco foi direcionado para

o estudo da quantidade de sódio, gorduras, açúcar e no valor calórico

indicados nas embalagens. A seguir discutiu-se como o consumo excessivo de

sódio e açúcar pode ser prejudicial, podendo acarretar doenças crônicas como

a hipertensão e a diabetes, por exemplo. Ainda mostrou aos alunos que, ao

observar o valor calórico dos alimentos, indicado nas embalagens, pode-se

pensar antes do consumo, controlando a quantidade de calorias ingeridas ao

longo do dia, e também podemos pensar em alimentos alternativos , com uma

baixa quantidade desses produtos químicos e com o mesmo fator nutritivo,

podemos visualizar produtos em estantes de supermercado o de menor

quantidade de sódio e açúcar e criar hábitos alimentares saudáveis para nossa

vida e família.

A realização deste trabalho proporcionou em sala de aula uma

aprendizagem de forma consciente, sistematizada, prazerosa. A relação do

ensino e aprendizagem evolui constantemente com o tempo. As técnicas para

a transferência do conhecimento estabelecem também as diferentes formas de

relacionamento professor e aluno. Encontrar o real papel de cada ator neste

contexto é fundamental para que se possa trabalhar uma educação de

qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Mônica Mitchell de Morais. O modernismo brasileiro dos anos 30 e 40 em contextos educativos. In: ANAIS do IV Fórum De Pesquisa Científica Em Arte. Diversidade Cultural e Saberes Docentes. Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Curitiba, 2006. Disponível em: http://www.embap.pr.gov.br/arquivos/File/anais4/monica_braga.pdf Acesso em 28 de abril de 2013. BRASIL, Ministério Da Saúde. Secretaria De Atenção À Saúde. Departamento De Atenção Básica. Coordenação Geral Da Política De Alimentação E Nutrição. Dez Passos para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas. Disponível em <

http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/dezPassosPasEscolas.pdf> Acesso em 23/08/2014. EVANGELISTA, J. Tecnologia de alimentos. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 1994. DR FUHRMAN. Nutrição. 2011. Disponível em < http://wwwvida-saudavel.blogspot.com.br/2011/02/nutricao-dr-fuhrman.html> Acesso em 13/10/2013.

KELLNER, Douglas. Lendo imagens criticamente: em direção a uma pedagogia pós-moderna. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Alienígenas na sala de aula. Petrópolis: Vozes, 1995. NEVES, Amanda Porto; GUIMARÃES, Pedro Ivo Canesso; MERÇON, Fábio. Interpretação de Rótulos de Alimentos no Ensino de Química. In: Química Nova na escola. Vol. 31 N° 1, FEVEREIRO 2009. Disponível em: http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_1/07-RSA-1007.pdf Acesso 17 mai. 2013. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Ciências. Curitiba. 2008. ROLOFF, Eleana Margarete. A importância do lúdico em sala de aula. 2010.

Disponível em

<http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/Xsemanadeletras/comunicacoes/Eleana-

Margarete-Roloff.pdf> Acesso em 23/03/2014.

SCHLICHTA, Consuelo Alcioni B. D. Ensino da arte, formação dos sentidos e leitura da imagem: reflexões sobre o que parece explicado. p.p. 3212 a 3225. In: Anais do 18º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas Transversalidades nas Artes Visuais – 21 a 26/09/2009 - Salvador, Bahia. Disponível em: http://www.anpap.org.br/2009/pdf/ceav/consuelo_alcioni_b_d_schlichta.pdf Acesso em 25 de abril de 2013. ZILBERMAN, Regina. (org). Leitura em crise na escola; as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto,1982. SILVA, Henrique Cesar da. et al. Cautela ao usar imagens em aulas de ciências. Ciências e educação, v.12, n.2, p.219-233, Bauru, 2006