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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
A POPULAÇÃO, RELIGIÃO E TERRITÓRIO: DIVERSIDADE
CULTURAL
Lucinéia Maria Staglianon Dossa¹ Sueli de Castro Gomes²
RESUMO
O presente estudo contempla a diversidade cultural e as manifestações socioespaciais dos lugares
sagrados representados dentro de cada tradição religiosa, bem como as formas de manifestações
que ocorrem no espaço geográfico, superando preconceitos existentes dentro dos diferentes grupos
em que convivemos. Objetivou desenvolver estudos sobre a territorialidade das religiões e suas
representações em Maringá – PR. O estudo desenvolveu-se mediante análise e reflexão sobre as
diferentes tradições religiosas no espaço geográfico no município de Maringá, levando-se em conta a
presença das diferentes representações religiosas e sua importância para a constituição de uma
nação.
Palavras chave: Paisagem. Território. Territorialidade. Religião. População.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto de reflexões que tem por base o projeto de
intervenção pedagógica desenvolvido com alunos do 7º ano turma B do Colégio
Estadual Duque de Caxias – Ensino fundamental e Médio, na cidade de Maringá,
Paraná. O objetivo foi desenvolver nos alunos estudos sobre a territorialidade das
religiões e suas representações no município e também identificar diferentes formas
dessas manifestações religiosas entendendo a importância na constituição da
população do município percebendo assim a grande diversidade cultural existente
tanto no Brasil como em Maringá. Visou, portanto, propiciar aos alunos maior
entendimento, reflexão e compreensão de como o espaço geográfico pode ser
modificado através dos tempos e da interferência de diferentes agentes que
implicam ritmos de vida, ensinamentos de valores, modos de relação com a
natureza e a vivência do sagrado com o profano. Segundo Vesentini (2000), “[...] a
Geografia é um instrumento indispensável para empreendermos essa reflexão,
reflexão que deve ser à base de nossa atuação no mundo”.
¹professora de Geografia da Rede Pública de Ensino do Paraná ²Professora Doutora do Departamento de Geografia, Universidade Estadual de Maringá
Sabemos que as manifestações culturais perpassam gerações, criam objetos
geográficos e são, portanto, parte do espaço, registros importantes para a
Geografia. Parafraseando Hall, a cultura é o meio pelo qual as pessoas transformam
o fenômeno cotidiano, do mundo material de símbolos significativos, ao qual dão
sentido e atrelam valores.
Geografia e religião são [...] duas práticas sociais. O homem sempre fez Geografia, mesmo que não soubesse ou que não reconhecesse formalmente uma disciplina denominada Geografia. A religião [...] sempre foi parte integrante da vida do homem, como se fosse uma necessidade sua para entender a vida. Ambas, Geografia e religião se encontram através da dimensão espacial, uma porque analisa o espaço, a outra porque como fenômeno cultural, ocorre espacialmente (ROSENDAHL 1996:11).
Assim como citado nas Diretrizes Curriculares de Geografia (2008) estudar as
manifestações culturais, a constituição demográfica das diferentes sociedades, as
migrações que imprimem novas marcas nos territórios e produzem novas
territorialidades deve permitir que nossos alunos compreendam o processo de
produção e transformação do espaço geográfico.
Portanto, pretendeu-se com o projeto desenvolver nos alunos um senso
crítico, a fim de que percebessem as transformações provocadas no espaço
geográfico e a dinâmica ocorrida pela territorialidade do sagrado nesse espaço, bem
como as manifestações socioespaciais da diversidade cultural. Pois de acordo com
Santos (1996), a imagem ultrapassa o código da escrita e se instaura no seio do
processo educativo, nos possibilitando ver e comparar como era o espaço e como se
tornou no decorrer dos tempos, pela mão do homem.
Metodologicamente o trabalho foi pautado nas Diretrizes Curriculares de
Geografia do Estado do Paraná que tem como conteúdo estruturante a dimensão
cultural e demográfica do espaço geográfico, que nos permite analisar o espaço
geográfico sob a ótica das relações culturais, bem como da constituição, distribuição
e mobilidade demográfica.
Dentro do conteúdo foram estudados os conceitos de paisagem, território e
territorialidade visando à questão da população e das manifestações religiosas
dentro do município de Maringá (PR), proporcionando aos alunos que
compreendessem o processo de produção e transformação do espaço geográfico,
procurando interligar os conteúdos com a realidade próxima e distante de sua vida.
Segundo Cavalcanti (2006), as paisagens são também entendidas como
dinâmicas e históricas, já que elas revelam expressões de movimento da sociedade,
havendo uma associação entre paisagem e natureza, sendo que os aspectos
objetivos captados na paisagem quanto os aspectos subjetivos dos sujeitos que dão
significado e sentidos aos elementos dessa paisagem.
A proposta dessa intervenção pedagógica foi dividida em seis etapas, de
acordo com o objetivo proposto de desenvolver estudos sobre a territorialidade das
religiões e suas representações no Município de Maringá (PR).
Na primeira etapa foi feita a apresentação do projeto aos alunos, seguido da
retomada do conceito de paisagem e sua importância no espaço geográfico.
Fizemos também atividades de observação e leitura da paisagem através de
imagens representando locais do município de Maringá. Em seguida assistimos a
um vídeo: Maringá, 50 anos que mostrou nossa cidade na década de 1990 para que
as imagens fossem comparadas com o momento atual e se observasse as
mudanças ocorridas no espaço, registrando, assim, através de uma descrição e
ilustrações os espaços representados.
Na segunda etapa estudamos a formação do município de Maringá incluindo
dados históricos, religiosos, populacionais e estatísticos tanto do município, do
estado, como do país. Elaboramos gráficos para que houvesse uma comparação
entre esses dados e se registrasse uma conclusão em relação aos resultados,
acrescentando ainda informações sobre a diversidade religiosa existente em nossa
sala de aula.
A etapa três constituiu-se no estudo da diversidade religiosa presente no
município e na sala de aula para que percebessem sua importância na constituição
da nossa população. Estudamos, ainda, sobre as primeiras igrejas que se instalaram
em Maringá e como interferiram no dia a dia da população, também nas
transformações do espaço urbano e seu poder de influência em nosso cotidiano.
No que se refere à quarta etapa fizemos um estudo do meio seguindo um
roteiro pré-determinado em que os alunos observaram e fotografaram a dinâmica
existente no local antes apresentado no vídeo Maringá, 50 anos, destacando os
aspectos tais como: mobilidade da população, a diversidade cultural presente no
local, comércio, escolas, centros de poder público. Assim, foi possível que
percebessem as transformações já ocorridas na paisagem com o decorrer do tempo.
A quinta etapa foi dedicada ao estudo das áreas visitadas, em que
organizamos o mapeamento dos locais visitados no município. Também tivemos a
presença de um representante da tradição Islâmica para esclarecer dúvidas sobre
sua tradição religiosa e cultura.
Para finalizar as atividades previstas em nosso projeto, na sexta etapa os
alunos organizaram a montagem de um painel no pátio da escola, no qual ficaram
expostos os registros desenvolvidos ao longo do projeto como: fotografias,
produções de textos, ilustrações, mapeamentos. A finalidade dessa atividade foi
socializar a experiência e os conhecimentos adquiridos, demonstrando a
territorialidade do Sagrado dentro do município de Maringá.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Breve discussão teórica
Estudar Geografia se constitui num modo particular de compreender o mundo
em que vivemos numa época em que a consciência da diversidade cultural entre
países e no seio das suas comunidades se acentuou ao qual a cultura adquire
formas diversas por meio do tempo e do espaço. A Geografia tem por objetivo
estudar a distribuição espacial dos fenômenos e as relações do homem com o meio
e ainda analisar as formas com seus diferentes códigos como a religião e outros
fenômenos que se materializam no espaço, podendo nos ensinar e indicar como
incentivar o aluno a desbravar novos espaços com um novo “olhar geográfico”.
O espaço é parte das possibilidades relacionais da existência, ali os
processos sociais se materializam assumindo as mais diversas feições, num
processo dinâmico levando em conta as condições de produção desse espaço para
circulação, comunicação, exercícios da política, da crença e do lazer como condição
de vida, em que se cria e recria diferentes espaços.
Nessa forma de apropriação do espaço, a religião passa a ser examinada em
um contexto geográfico, e esses espaços a ser denominados territórios que por sua
vez exercem controle de pessoas e coisas.Nessa estrutura a religião assume e cria
seus próprios territórios.
As diferentes manifestações que ocorrem no espaço geográfico, as inúmeras
formas de manifestações socioespaciais da diversidade cultural dos lugares
sagrados representados dentro de cada tradição religiosa devem ser de
conhecimento de todos, para que tenham a oportunidade de ampliar seus
conhecimentos relativos não só a sua crença, superando assim, preconceitos
existentes dentro dos diferentes grupos em que convivem.
Ainda de acordo com Claval (1992 e 1997) é conveniente partir da
experiência religiosa quando se deseja compreender a distribuição dos homens, o
controle das paisagens e a organização do espaço afetado pela fé.
De acordo com Rosendahl (1996) os estudos da religião na Geografia
ganham importância na compreensão do mundo através do estudo das relações do
indivíduo com a natureza, de seu comportamento geográfico, bem como dos seus
sentimentos e ideias a respeito do espaço e lugar. Ainda, segundo a mesma autora,
a Geografia deve, cada vez mais, considerar as crenças e os ritos que se realizam
em tempos e lugares simbólicos.
As práticas religiosas imprimem na paisagem marcas relacionadas com
aspectos culturais da comunidade de tal modo que o espaço pode ser percebido de
acordo com os valores simbólicos que ali estão representados. O espaço geográfico
é o conjunto de diferentes espaços sociais incluindo o espaço da religião, da
população e o território.
A paisagem se doa como um conjunto de objetos reais-concretos. Neste sentido a paisagem é transtemporal, juntando objetos passados e presentes, numa construção transversal. O espaço é sempre presente, uma construção horizontal, uma situação única. Cada paisagem se caracteriza por uma dada distribuição de formas-objetos, providos de um conteúdo técnico específico. Já o espaço resulta da intrusão da sociedade nestas formas e objetos (SANTOS, 1996, p. 83)
Devemos então nos preocupar não só com as particularidades, mas também
com a constituição demográfica das diferentes sociedades e as marcas que ficam na
produção dos territórios produzindo assim novas territorialidades.
Como o Brasil é um país de grandes dimensões, heterogeneidade
populacional e diversidade culturais tão acentuadas precisamos conhecer nossa
realidade nas diferentes regiões, porque convivemos dentro da escola com alunos
que vem de diferentes locais do Brasil e do mundo. Na atualidade temos como
exemplo a presença de imigrantes vindos do continente africano, europeu e América
Latina. Estas pessoas trazem consigo costumes e dogmas religiosos diferentes
daqueles com os quais não estamos acostumados a conviver e isso nos permite ter
uma visão de mundo mais ampla do que aquela que compartilhamos com os grupos
aos quais nos inserimos, além de que um mesmo indivíduo pode estar em diferentes
grupos levando para cada um deles suas experiências, tais como: organização
social, modo de relação com a natureza, a vivência com o sagrado e o profano.
Esses conhecimentos poderão fornecer subsídios para compreendermos o
entrelaçamento de componentes sociais, culturais e populacionais, significarão a
possibilidade de um conhecimento mais adequado sobre o Brasil e Maringá. Trata-
se de garantir espaço ao conhecimento específico, desenvolvendo um senso crítico
em nossos alunos para que percebam as transformações provocadas no espaço
geográfico e a dinâmica ocorrida pela territorialidade do sagrado nesse espaço e
assim refletirmos sobre as manifestações socioespaciais que devem possibilitar a
tolerância e a compreensão da diversidade cultural na constituição de uma nação.
Sendo o estudo do espaço produzido pela sociedade humana no campo da
geografia precisamos compreender, criticamente, as modificações que nele se
sucedem ao longo do tempo. Pois esse espaço é a cada momento reconstruído é,
portanto, dinâmico e histórico.Cabe então a escola proporcionar um espaço para
todos onde se busca entender a diversidade cultural presente em nosso país.
Com relação ao projeto e a implementação didático pedagógica, relativo ao
GTR – Grupo de Trabalho em Rede, ou seja, um curso on-line, ministrado pelo
professor PDE aos professores da Rede Pública da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná, detectou-se, através das atividades desenvolvidas, que o
projeto contribui para cidadania e convívio social, promovendo o diálogo inter-
religioso, o respeito às diferenças. Referiu-se também a importância da
materialização do trabalho não material, como característica importante na
construção do conhecimento.
2.2 Análise das atividades desenvolvidas
Para fundamentar o estudo sobre População, Religião e Território:
Diversidade Cultural realizaram-se várias atividades com os alunos do 7º Ano “B”.
Buscou-se, portanto, favorecer aos alunos melhor compreensão do espaço
geográfico e seu processo de transformação no decorrer dos tempos.
Entre as estratégias selecionadas foram apresentadas várias imagens
representando o município de Maringá para que fossem observadas. Esta
observação levou os educandos a realizarem um levantamento de hipóteses e
reflexões sobre mudanças positivas e negativas. Muitos apontaram para o avanço
da tecnologia e sua influência na transformação dessas paisagens e a melhoria na
qualidade de vida da população. Também disseram que apesar das mudanças que
o progresso gera, elas são mudanças que trazem benefícios para a maioria da
população.
Após observarem diferentes imagens e assistir ao vídeo Maringá 50 anos, os
alunos responderam a questões destacando os pontos positivos e negativos trazidos
para o local, os elementos que permaneceram e os que foram modificados, com a
atividade humana, puderam conversar em casa com pais e avós percebendo como a
paisagem de Maringá está em constante transformação através da ação do homem.
Foram realizados ainda estudos de diferentes textos que destacaram a
formação religiosa em diferentes países do mundo, de como o Brasil tornou-se um
país de maioria católica e como isso chegou a Maringá, formando sua população a
partir da religião. Analisamos mapas que indicaram como as diferentes religiões se
apresentam dentro do Brasil e também em Maringá refletindo sobre a territorialidade
da igreja Católica em nosso município e também de outras denominações religiosas.
No estudo dos textos os alunos fizeram abordagens e reflexões sobre a influência da
igreja e da religião na construção cultural da sociedade. Os mesmos puderam
perceber através desses estudos como a população de Maringá foi formada a partir
da diversidade cultura de diferentes imigrantes.
Partindo do estudo dos textos e pesquisa em site do IBGE registramos os
adeptos das diferentes denominações religiosas tanto no Brasil como em Maringá,
seguindo de pesquisa e registro do número de adeptos das religiões na turma do 7º
B. Os alunos ficaram surpresos em perceber a diversidade religiosa presente na sala
de aula e chegaram à conclusão que tanto no Brasil, como em Maringá e na turma,
houve destaque para a mesma representação religiosa, confirmando assim o que os
textos reafirmaram a forte presença do catolicismo, imposto no processo de
colonização do país, bem como sua forte presença até os dias atuais. A atividade
teve o envolvimento de todos os alunos, que se preocuparam em registrar os dados
obtidos com a pesquisa e, passá-los para os gráficos. Todos realizaram a atividade.
Na atividade seguinte foi realizado o estudo de textos que apresentavam o
surgimento das primeiras igrejas em Maringá, Capela São Bonifácio e Capela Santa
Cruz.Refletimos sobre a história e objetivo da instalação de cada uma dentro do
nosso município.
Os alunos conheceram também dados históricos sobre a construção da
Catedral Nossa Senhora da Glória, um importante símbolo religioso de Maringá e
ainda ponto turístico. Perceberam que a igreja católica ocupa posição de destaque
no centro da cidade e está cercada pelos diferentes poderes que compõem o
município: Executivo, Legislativo e Judiciário. Concluíram, assim, que o poder
religioso ocupa posição de destaque na espacialização de Maringá.
Muitos deles desconheciam a história do projeto da arquitetura da igreja estar
ligado a forma do satélite Sputnik1. Partindo da construção das igrejas tanto católica
como também protestantes verificamos que a cidade é formada por uma grande
diversidade religiosa e cultural trazida pelos imigrantes, pois aqui encontramos a
presença da cultura japonesa, islâmica, européia e também dos africanos, com base
nestas informações construímos uma linha do tempo apontando as primeiras igrejas
que aqui se fixaram. O fato de termos em Maringá essa grande diversidade foi vista
pelos alunos como positiva, disseram que é bom conhecer culturas diferentes e que
aprendemos com as diferenças.
Com o conhecimento da diversidade religiosa e cultural de Maringá
analisamos a formação da nossa população e a importância da mesma na
constituição da nação. Foi possível constatar a forte influência da igreja católica
dentro da sociedade maringaense desde o início de sua colonização, em que a
religião era uma forma de alento para o povo da época. Com isso a igreja foi se
expandindo e formando novos territórios e expressando sua territorialidade.
Uma estratégia adotada para que os alunos percebessem a territorialidade
que as diferentes igrejas exercem, foi apontar como através da interferência de Dom
Jaime, o catolicismo prevaleceu em Maringá, e em contrapartida outras diferentes
denominações religiosas também se destacaram e contribuíram com a formação
cultural maringaense. Os alunos também perceberam que em alguns países, esta
diversidade religiosa causa conflitos entre adeptos e não adeptos, daí a necessidade
de se trabalhar a tolerância e o respeito à diversidade cultural.
Depois de conhecermos um pouco da população e formação religiosa do
município realizamos o estudo do meio com roteiro pré-determinado, onde os alunos
foram orientados pela professora a observarem, anotarem e caso quisessem
fotografar.
A aparente “normalidade” dos arranjos sócio-espaciais impede o olhar mais profundo e que poderia revelar ao observador mais atento os conteúdos implícitos que a aparência, por si só, não pode revelar. Não seria este o
objetivo fundamental dos Estudos do Meio? Uma atividade curricular que visa estimular o hábito da pesquisa, mostrar aos seus participantes, por um caminho metodológico bem definido, uma realidade que, de outro modo, não poderia ser compreendida. (LOPES e PONTUSCHKA, 2009).
No retorno, após uma mesa redonda onde discutimos sobre o que foi
observado, os alunos fizeram uma descrição, apontando como estavam os locais
visitados, como é usado seus arredores e o movimento de pessoas nas
proximidades. Além do registro na forma de texto foi elaborado um croqui dos locais
visitados e o mapeamento dessas áreas. Esse trabalho foi uma base importante
para que se percebesse o poder das representações religiosas na vida da população
maringaense.
Figura 1. Mapa de Maringá
Fonte: mapasblogspot.com
Para complementar o trabalho de estudo do meio, agendamos e fizemos uma
aula no laboratório de informática onde foi possível rever os pontos visitados e
conhecermos um pouco mais da história de cada um deles.
Figura 2 Pontos Turísticos de Maringá
Fonte: Maringá.com
Os alunos reviram esses pontos e responderam questões em que puderam
ressaltar como é o local, a função social desse local e se é desempenhada alguma
atividade econômica nas proximidades. Alguns dos alunos apresentaram certa
dificuldade em fazer essa relação, outros observaram a Catedral apenas como uma
área de lazer para os fins de semana e outros ainda a citaram como um local de
reflexão. A Catedral foi o ponto que mais teve destaque dentre os citados pelos
alunos.
Com o objetivo de maiores conhecimentos e esclarecimento sobre a
territorialidade religiosa e a diversidade cultural convidamos um representante
religioso para realizar uma palestra, sendo o Islamismo a representação religiosa
escolhida pelos alunos. A palestra foi realizada no próprio colégio e a participação
dos alunos foi muito boa, demonstrando curiosidade, admiração e interesse em
saber sobre essa cultura religiosa.
Figura 3. Mesquita Sheik Mohamed Bem Nasser AlUbudi.
Fonte: blogspot.com
Mesquita Sheik Mohamed Bem Nasser AlUbudi, um dos pontos visitados
pelos alunos durante a saída de campo.
Para finalizar o projeto, os alunos organizaram um painel no pátio do Colégio
mostrando todo o trabalho desenvolvido: textos, fotos, imagens, gráficos e mapas,
com a finalidade de relatar seu aprendizado a alunos de diferentes turmas.
Aproveitamos a Feira Cultural realizada no mês de Outubro no colégio para
expor o trabalho, onde os alunos receberam outras turmas para que explicassem as
atividades expostas no painel, assim sanando dúvidas e aprimorando ainda mais o
conhecimento adquirido durante o período de desenvolvimento do projeto.
Figura 4 – atividades diversas. Painel 7º ano
Fonte: Dossa, L. M. S
Trabalho realizado durante o desenvolvimento do projeto, destacando a
inserção do Brasil na América do Sul e de Maringá no Estado do Paraná.
Figura 5 - atividades diversas. Painel 7º ano
Fonte: Dossa, L. M. S
Atividades diversificadas destacando o número de adeptos das diferentes
religiões no Brasil e em Maringá, seguida de imagens de alguns templos religiosos
do município de Maringá.
Figura 6 – imagens sobre conflitos religiosos. Painel 7° ano
Fonte: Dossa, L. M. S
De acordo com as figuras inseridas no painel acima foi elaborado o conceito
de territorialidade e produção de texto seguida de imagens sobre os conflitos
religiosos no mundo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho visou compreender a importância da tolerância com a
diversidade cultural e religiosa dentro do Brasil, em Maringá e no Colégio Estadual
Duque de Caxias, possibilitando haver pelos alunos maior compreensão da
territorialidade exercida pelas diferentes representações religiosas e sua importância
para a constituição da população do Brasil e também de Maringá.
Mediante atividades desenvolvidas não só em sala, como também com
estudo do meio, oportunizou aos alunos conhecer as modificações ocorridas no
espaço através da ação das diferentes entidades religiosas.
O trabalho foi desenvolvido de forma satisfatória, pois o mesmo trouxe
conhecimento de como a Geografia pode ser ensinada de maneira prazerosa, de
forma a verificar nos alunos motivação em realizar a atividades propostas.
Foi possível propiciar aos alunos atividades motivadoras, fazendo com que
vissem o estudo da Geografia como algo presente em seu cotidiano.O projeto
trabalhado será lembrado com satisfação por mim e pelos alunos que
desenvolveram com bastante interesse todas as atividades apresentadas. Apesar do
trabalho despendido, o resultado final recompensou todo o esforço.
Com a finalização dos trabalhos percebeu-se que os alunos têm autonomia
para realizar bons levantamentos de hipótese e desenvolver o pensamento crítico.
Isto mostrou que é possível trabalhar conteúdos relevantes e significativos com eles
de maneira aprofundada.
Assim foi possível repensar e reorganizar o plano de trabalho docente
pensando nas Diretrizes Curriculares como formadora plena do sujeito, relacionando
seus conteúdos ao cotidiano dos jovens do colégio.
Com esse trabalho será possível auxiliar os professores e pedagogos do
colégio a reorganizar o Projeto Político Pedagógico (PPP), de forma que as
diversidades religiosas e culturais sejam trabalhadas de maneira emancipadora.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, Lana de Souza. Formação de Professores: concepções e práticas em Geografia. Goiânia: Vieira, 2006.
CLAVAL, P. O tema da religião no estudo geográfico: Geografia e cultura. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992/1997.
LOPES, Claudivan S; PONTUSCHKA, Nídia N. Estudo do meio: teoria e prática. Universidade Estadual de Londrina,2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica: Geografia, 2008
ROSENDAHL, Z. Espaço e Religião: uma abordagem geográfica. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1996.
SANTOS, M. Pensando o espaço do homem. 4. Ed. São Paulo: Hucitec, 1996.
VESENTINI, J.W. Sociedade e espaço. 3. Ed. São Paulo: Ática, 2000.