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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PROFESSOR DE MATEMÁTICA X PROFESSOR DE SALA DE RECURSOS:
UMA PROPOSTA DE TRABALHO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA.
Edson Luiz Valdomeri
1
Simone Aparecida Miloca2
Resumo: Este artigo mostra resultados de um projeto de intervenção
pedagógica do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE),
desenvolvido na cidade de Santa Lucia no Colégio Estadual Orlando Luiz
Zamprônio – Ensino Fundamental e Médio, tendo como objetivo analisar os
resultados obtidos na aplicação das atividades propostas para alunos das salas
de recursos matutino e vespertino, alunos estes com “Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade” - TDAH do Ensino Fundamental, utilizando atividades
desenvolvidas de modo diferenciado para alunos com TDAH. O método utilizado
para a obtenção das informações foi através da aplicação das atividades
propostas, desenvolvendo as questões individualmente, sempre com
explicações e orientações do professor PDE e auxilio dos professores das Salas
de Recursos. As atividades desenvolvidas mostraram que ao se trabalhar de
maneira diferenciada com esses alunos, com turmas menores de alunos, maior
tempo para se trabalhar, atendimentos mais individualizados, com atividades
mais elaboradas e pré-desenvolvidas, os resultados obtidos são bem mais
satisfatórios.
1 Professor de Matemática da rede pública de ensino do Estado do Paraná, integrante do
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE
2 Professora da UNIOESTE do Curso de Matemática, doutora em Métodos Numéricos em
Engenharia pela UFPR.
Palavras-chave: Matemática; Sala de Recursos; TDAH.
1. INTRODUÇÃO
O ensino de matemática nas séries iniciais do ensino fundamental tanto a
nível primário (1º a 5º anos) e nas demais séries do ensino fundamental (6ºs a
9ºs anos) vem enfrentando dificuldades quanto ao ensino aprendizagem de
matemática para alunos que apresentam algumas deficiências na aprendizagem,
haja vista que, estes alunos exigem do professor uma maior atenção e
dedicação, o que muitas vezes o professor não consegue fazer pelo fato de
trabalhar com turmas com grande quantidade de alunos ou tem que dar
andamento aos conteúdos de forma a cumprir o planejamento e calendário
propostos.
As Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs) do estado do Paraná
propõem que nossos alunos tenham uma formação básica necessária para o
enfrentamento de sua realidade social e econômica bem como o domínio básico
dos conteúdos propostos por todas as disciplinas.
Algumas dificuldades encontradas por professores de matemática no
sentido de fazer com que o aluno entenda a aplicabilidade da matemática na sua
vida, para que serve esses conteúdos na vida cotidiana, onde ele irá usar tais
conhecimentos. A falta dessa compreensão e raciocínio, o desgaste pela matéria
são fatores que podem prejudicar o aprendizado dos alunos.
Algumas práticas podem despertar um maior interesse pela matemática
por parte dos alunos, no entanto, para alguns que apresentam dificuldade na
aprendizagem esse trabalho deve ser realizado de forma diferenciada, com
aproveitamento individualizado, maior tempo para o aluno resolver os exercícios,
levar atividades prontas, dividir as tarefas em partes menores, estimular os
alunos a se orientarem no espaço da sala de aula, são estratégias que podem
auxiliar o professor no ensino aprendizagem.
Este artigo tem por objetivo propor atividades de matemática envolvendo
operações básicas com números naturais para alunos de 6º ano que freqüentam
a sala de recursos, alunos estes já diagnosticados por psicólogos e exames
médicos tendo como resultado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
– TDAH.
Segundo Portal Banco de Saúde (2009), crianças com TDAH têm
problemas para fixar sua atenção pelo mesmo período de tempo que outras
interessadamente. Elas não tem problemas em filtrar informações, parecem
prestar atenção aos mesmos temas que as crianças que não apresentam TDAH.
Elas se sentem entediadas ou perdem o interesse por seu trabalho mais
rapidamente que outras crianças, parecem atraídas pelos aspectos mais
recompensadores, divertidos. Optam por trabalhos menores, mais rápidos, em
troca de recompensa imediata, embora menor, ao invés de trabalhar por mais
tempo em troca de uma recompensa maior que só estaria disponível mais tarde.
Quando se reduz a estimulação se torna ainda mais difícil para uma criança com
TDAH manter a atenção. Apresentam dificuldades em controlar impulsos. Os
problemas de atenção e de controle de impulsos também se manifestam nos
atalhos que elas utilizam em seu trabalho. Elas aplicam menor quantidade de
esforço e defendem menor quantidade de tempo para realizar tarefas
desagradáveis.
A inclusão social de modo geral significa trabalhar em sala de aula com
alunos que possuem algum tipo de “deficiência de aprendizagem”, tais como:
cegos, surdos, mudos, alunos que apresentam TDAH (Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade) entre outros.
Atualmente nós professores de matemática estamos nos deparando com
uma situação em que não estamos habituados a trabalhar, a inclusão de alunos
que apresentam alguma deficiência na aprendizagem e freqüentam a sala de
recurso e aprendizagem que é utilizada como estratégia para resgatar esse
aluno e recuperar os conteúdos em que o mesmo tem dificuldade.
Muitos destes alunos freqüentaram sala de recursos por anos e acabaram
chegando aos 6ºs anos do ensino fundamental ainda precisando de apoio por
professores de sala de recursos e salas de apoio, mas na maioria das vezes,
nós professores, não somente o professor de matemática, mas todos de um
modo geral não estamos acostumados a nem preparados para trabalhar com
possíveis diferenças de aprendizagem desses alunos.
Diante do exposto, este artigo descreve resultados de um trabalho
desenvolvido com alunos que apresentam TDAH do Colégio Estadual Orlando
Luiz Zamprônio – Ensino Fundamental e Médio do município de Santa Lúcia –
Pr., na sala de recursos multifuncionais nos períodos da manhã e tarde, em
parceria com o professor regente.
São propostas atividades de matemática envolvendo operações básicas
com números naturais para alunos de 6º ano que freqüentam a sala de
recursos, alunos estes já diagnosticados por psicólogos e exames médicos
tendo como resultado Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.
2. Revisão de literatura
Há atualmente uma grande dificuldade por parte dos professores do
ensino regular, incluindo os professores de matemática, de trabalhar com alunos
com alguma dificuldade de aprendizagem, pois a maioria dos professores não
teve um preparo ou um aperfeiçoamento mais amplo de como se trabalhar com
alunos com dificuldades de aprendizagem, em especial alunos com TDAH.
Segundo a Associação Brasileira do Déficit da Atenção – ABDA, o
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno,
neurológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é reconhecido oficialmente por
vários países e pela Organização Mundial de Saúde – OMS. Em alguns países,
como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a
receberem tratamento diferenciado na escola.
O TDAH é o transtorno mais comum entre crianças e adolescentes
encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças,
em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da
metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora
os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
O TDAH é uma combinação de dois tipos de sintomas: Desatenção e
Hiperatividade-Impulsividade.
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no
relacionamento com demais crianças. Os meninos tendem a ter mais sintomas
de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos.
Crianças com TDAH parecem apresentar mais problemas de comportamento,
como por exemplo, dificuldades de regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e
do trabalho, bem como a memória (são muito esquecidos), são inquietos, vivem
mudando de uma coisa para outra e são impulsivos.
Estudos comprovam que o TDAH é semelhante em diversas regiões, o
que indica que o TDAH não é secundário a fatores culturais ou de modo como
os pais educam os filhos.
Estudos indicam que os portadores do TDAH tem alterações na região
frontal e suas conexões com o resto do cérebro.
A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em
comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição de
comportamento, pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole,
organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de
um sistema de substâncias químicas chamados neurotransmissores
(principalmente dopamina e norodrenalina) que passam informações entre as
células nervosas (neurônios).
De acordo com Cavalcante (2004), trabalhar com uma turma de inclusão,
de qualquer nível, envolvendo o tema TDAH pode ser, à primeira vista,
uma tarefa árdua. A questão é contribuir para que alunos que muitas
vezes se sentem diferentes e que têm a auto-estima fragilizada por
causa de suas limitações se valorizem.
Para ela a solução é identificar e exaltar as capacidades de cada um, em
vez de colocar em primeiro plano as possíveis limitações. O que é
indicado para turmas de qualquer idade e série.
Uma dificuldade possivelmente apresentada por alunos com TDAH refere-
se ao desempenho cognitivo. Lacosta (2008) afirma que as dificuldades de
aprendizagem do aluno com TDAH são obstáculos específicos, gerados pelos
próprios sintomas do transtorno, provocando no aluno atrasos acadêmicos
significativos, apesar de este ter capacidade.
Segundo Camañes et al. (2008, p.18), “as tarefas escolares e o
funcionamento da sala de aula implicam uma atividade de
manutenção da atenção”, e alunos com déficit de atenção muitas
vezes apresentam dificuldades em selecionar informações
relevantes e manter atenção necessária numa mesma atividade
durante o tempo necessário. A atenção serve para selecionar,
voluntária e involuntariamente, os dados aos quais o cérebro vai
se ater, e também para se ter consciência de nossas sensações,
pensamentos, afetos etc., além de ser fundamental para
memorizar e, por conseguinte, aprender.
Segundo Miranda-Casas (2006), observou-se que crianças com TDAH
com dificuldades de aprendizagem da Matemática, solucionaram menos
problemas na vida real e realizaram operações aritméticas mais lentamente, em
comparação a outras crianças.
Crianças com déficit em Matemática podem apresentar comprometimento
nas tarefas que exigem o uso da memória, repercutindo em tarefas tais como:
diferenciar números similares, memorizar ordenadamente os números das
quantidades, entre outros.
Desta forma, cabe ao professor estimular a apropriação do conhecimento
através da consciência que o aluno deve ter daquilo que ele pode ou precisa
fazer, tornando-o capaz de usar estratégias próprias, testar sua eficácia e se
sentir motivado para o fazer, sendo protagonista de sua aprendizagem. (Souza-
2006).
3. Proposta de Trabalho
Propomos trabalhar com os alunos de maneira a resgatá-los e de
recuperar os conteúdos de matemática propostos na sala de aula do ensino
regular, envolvendo atividades matemáticas referente aos 6ºs anos do ensino
regular.
A metodologia utilizada, nas duas turmas de alunos das Salas de
Recursos Multifuncional (SRM) é, trabalhar com materiais concretos (palitos,
grãos, dominós, jogos matemáticos, etc) e de se utilizar de atividades impressas
(folhinhas), evitando ao máximo que o aluno desvie sua atenção, haja visto que
alunos com TDAH tem um grau muito elevado de desvio de atenção e
concentração.
Inicialmente fez-se um levantamento junto aos professores dos 6ºs anos
do ensino regular e professora da sala de recursos do número de alunos com
TDAH, já diagnosticados por profissionais da área.
Em um segundo momento, foram elaborados materiais didáticos e
metodologias de ensino diferenciadas entre professores com experiência em
sala recursos e professores habilitados na disciplina de matemática.
3.1. Procedimentos para o desenvolvimento da proposta.
Em primeiro momento houve uma conversa com a direção da Escola e
sua Equipe Pedagógica, já no inicio do ano letivo de 2013, onde foi exposta à
Direção as intenções para o desenvolvimento do trabalho de PDE 2013/2014.
A proposta da Unidade Didática foi apresentada na semana pedagógica a
todos os presentes: Professores e funcionários do Colégio Estadual Orlando
Luiz Zamprônio – Ensino fundamental e Médio de Santa Lucia – Pr. Após, foi
apresentado o projeto para os professores docentes das Salas de Recurso
Multifuncional.
Foi desenvolvido um levantamento junto aos professores das salas
regulares dos 6ºs anos “A” e “B”, de quais alunos desenvolviam o quadro de
hiperatividade e que já diagnosticados teriam que ser atendidos em contra turno
nas salas de recurso multifuncional.
As atividades propostas para alunos com Transtorno de Deficit de Atenção
e Hiperatividade foram elaboradas em contra turno das salas regulares e
também contou com o auxilio dos professores das Salas de Recursos
Multifuncional. As duas Salas de Recursos Multifuncional, uma pela manhã e
outra pela tarde contam com 10 alunos cada uma com TDAH.
As atividades foram elaboradas para que os alunos trabalhassem de
acordo com suas necessidades, ou seja, sempre atividades impressas, (pois
alunos com TDAH têm muitas dificuldades de copiar do quadro) então, sugerem-
se atividades sempre prontas.
Para uma turma com 10 alunos no máximo, o atendimento pode ser feito
de maneira mais individualizada, tendo assim um melhor rendimento.
As atividades propostas não tinham um tempo limite para seu término. O
aluno com TDAH tem muitas dificuldades de desenvolver atividades com limite
de tempo para seu desenvolvimento.
3.2. Atividades Desenvolvidas.
Atividade 01: Trabalhando com Números Pares e Ímpares.
Esta atividade envolve os conteúdos sobre os números naturais pares e
ímpares e tem por objetivo que os alunos tenham a compreensão e saibam a
diferença sobre os números pares e ímpares.
Todos os alunos receberam folhinhas com atividades prontas para serem
desenvolvidas.
Com o auxilio do quadro de giz, o professor explicou o conteúdo sobre
números pares e ímpares, com alguns exemplos: Pares: (0, 2, 4, 6, 8, 10...) e
Ímpares: (1, 3, 5, 7, 9, 11...). Após explicação, os alunos resolveram os
exercícios individualmente com acompanhamento do professor. No final dos
exercícios os alunos apresentaram as soluções para cada problema proposto.
Questionou-se os erros e acertos. Para essa atividade o professor
trabalhou com materiais concretos, por exemplo: grãos de feijão, tampinhas de
garrafas, palitos, entre outros.
Os exercícios foram de fácil compreensão por parte dos alunos onde a
maioria acertou quase todos os exercícios propostos. Houve um índice muito
alto de concentração por parte dos alunos.
Atividade 02: Calculando as Subtrações
Esta atividade envolve conteúdos de subtração e tem por objetivo que ao
final dos exercícios propostos os alunos possam ter uma maior noção sobre
subtrações.
Todos os alunos receberam folhinhas com atividades prontas para serem
desenvolvidas.
Após a explanação do conteúdo pelo professor, os alunos, já com o
material de trabalho em mãos resolveram tabelas com exercícios de subtração,
onde cada acerto correspondia a uma letra do nosso alfabeto.
Após a resolução dos exercícios propostos teriam que responder a uma
charada: Quantos lados têm a bola? A resposta correta somente teria sentido se
os alunos respondessem de forma correta. Questionou-se os erros e acertos.
Houve um pouco de dificuldade nos exercícios de subtração. Cerca de
50% dos alunos completaram os exercícios sem a ajuda do professor, os demais
precisaram da ajuda do professor. Nesta atividade o grau de concentração foi
baixo, sendo que os alunos se distraiam facilmente.
Atividade 03: Adição com Quadrados Mágicos.
Esta atividade envolve conteúdos de Adição. O aluno terá que completar
tabelas, para isso, deverá resolver exercícios que envolvam adições. O objetivo
é que o aluno tenha uma maior interpretação e compreensão sobre os
conteúdos de adição.
Todos os alunos receberam folhinhas com Atividades prontas a serem
desenvolvidas.
O professor levou para sala de aula vários “quadrados mágicos” e
distribuiu sobre sua mesa. Cada aluno escolheu um aleatoriamente e resolveu
individualmente. Os alunos que terminaram primeiro foram ajudando os demais
colegas.
Questionou-se as dificuldades encontradas. Houve dificuldade de
interpretação quando se tem que somar duas parcelas para depois diminuir do
total. Aproximadamente 70% dos alunos conseguiram resolver os exercícios
sozinhos. Houve um bom índice de concentração.
Atividade 04: Ligando os iguais e completando Tabelas.
Esta atividade envolve os conteúdos de Multiplicação e Divisão. O
objetivo é que os alunos compreendam os conteúdos de Multiplicação e Divisão
bem como identifiquem os números iguais escritos de maneiras diferentes.
Os alunos receberam folhinhas com atividades prontas a serem
desenvolvidas. Os alunos tinham que ligar os números iguais dentro de uma
tabela na forma de divisão e depois na forma de multiplicação. Os exercícios
propostos foram de fácil compreensão pelos alunos, foram estimulantes e
motivadores por se tratarem de exercícios em forma de brincadeiras (ligar
números iguais e pintar números iguais escritos de maneiras diferentes).
Houve maior nível de concentração, até mesmo por parte dos alunos com
um grau menos elevado de concentração. Quase a totalidade dos alunos
resolveu sem auxilio de colegas ou do professor.
Atividade 05: Pintando Frações.
Esta atividade envolve os conteúdos de Adição e Subtração de Frações.
O objetivo destas atividades propostas é que os alunos identifiquem os tipos de
frações bem como possam desenvolver cálculos de adição e subtração das
mesmas.
Os alunos receberam as atividades prontas. Com o auxilio do quadro de
giz, o professor explicou os conteúdos e deu exemplos referentes a partes: um
meio, um terço, um quarto, entre outras frações. Os alunos pintaram as frações.
A atividade foi de fácil compreensão por se tratar de pintura de frações e
de somar e diminuir frações com o mesmo denominador. A grande maioria
resolveu os exercícios sem auxilio de colegas ou professor.
Atividade 06: Dominó de Divisão e Multiplicação.
Esta atividade envolve os conteúdos de Divisão e Multiplicação. O
objetivo das atividades propostas é que os alunos possam compreender e
resolver exercícios de divisão e multiplicação propostos para alunos dos 6ºs
anos do ensino fundamental.
Os alunos trouxeram alguns materiais como: cartolinas, caixas de
calçados, régua, lápis de cor, canetinhas e tesoura. Os alunos receberam as
atividades prontas para serem confeccionadas, ou seja, dominós de divisão e
multiplicação.
Os alunos montaram seus respectivos dominós, coloriram os mesmos da
melhor maneira que conseguiram e depois passaram o restante da aula
brincando (jogando dominó) com seus colegas.
Com uma pequena ajuda do professor todos conseguiram montar seus
dominós. A aula foi muito divertida e com excelente aproveitamento. Houve
muita concentração e dedicação por parte dos alunos.
Atividade 07: Trabalhando a Tabuada de Forma Lúdica.
Esta atividade envolve o conteúdo de Multiplicação. O objetivo dessa
atividade (em forma de brincadeira e pintura) é que os alunos melhorem seu
raciocínio e aproveitamento na resolução de atividades de multiplicação.
Os alunos receberam uma folhinha com três atividades a serem
desenvolvidas. As atividades envolvem multiplicação por 3, 4 e 5. Os resultados
foram sendo pintados em uma tabelinha onde os alunos traçaram um caminho.
Os exercícios propostos foram de fácil compreensão e concentração,
sendo que todos conseguiram resolver os exercícios. Foi uma aula muito
divertida por ser em forma de pintura, despertando a curiosidade dos alunos.
4. Considerações Finais
No desenvolver das atividades propostas neste trabalho podemos
perceber que algumas atividades foram de mais fácil compreensão de que
outras por parte dos alunos. Atividades com um grau maior de interpretação
(atividades 1 e 3), exigem muito mais do professor regente e portanto são
consideradas mais difíceis. O professor tem que acompanhar muito mais de
forma individualizada, tirando dúvidas dos alunos para que os mesmos não
desviem sua atenção dos exercícios propostos evitando assim que essas
atividades se tornem mais demoradas.
As atividades desenvolvidas de forma mais lúdica (brincadeira, pintura,
etc.,) chamam mais a atenção dos alunos com TDAH.
As atividades de maior compreensão por parte dos alunos acabam sendo
resolvidas mais rapidamente. Aluno com TDAH tem como característica querer
resolver os exercícios mais rapidamente.
Certamente das atividades propostas neste trabalho, a que os alunos
mais gostaram foi a atividade de nº 6, “Dominó de Divisão e Multiplicação”.
Por ser uma atividade desenvolvida sob forma de brincadeira todos os
alunos participaram efetivamente na resolução dos exercícios propostos e na
confecção dos seus dominós.
Após a confecção, os alunos passaram o restante do tempo brincando
(jogando) com os demais colegas. Seguramente também foi a atividade mais
demorada.
Segundo a opinião das colegas professoras das Salas de Recursos
Multifuncional, as atividades propostas foram muito boas e elas puderam
perceber um grande resultado no que se refere a área de matemática, pois as
mesmas trabalham de forma semelhante no que se referem a materiais mais
concretos, folhinhas, jogos, brincadeiras, mas como não são formadas na área
de matemática, e por terem que trabalhar todas as disciplinas com alunos com
TDAH, não conseguem desenvolver um trabalho tão aprofundado em uma só
disciplina conforme o proposto neste.
Através do desenvolvimento deste trabalho pode-se concluir que
apresentou ótimos resultados, um deles pode ser observado quando o trabalho
é desenvolvido de maneira mais individualizada com exercícios de matemática
para alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Percebe-se que a dificuldade encontrada por professores, não só das
áreas de matemática, mas de todas as disciplinas que envolvem o ensino
regular, de trabalhar com alunos que apresentam TDAH e demais dificuldades
de aprendizagem, podem ser superadas em grande parte com propostas de
trabalhos diferenciadas.
Algumas propostas como menor número de alunos por turma onde se
encontram alunos com TDAH ou outras dificuldades de aprendizagem já
diagnosticadas por médicos especialistas, para que o professor possa fazer
também um trabalho mais individualizado com esses alunos, pois na sua grande
maioria, o professor das Salas de Recursos Multifuncionais não tem formação
em Matemática.
Treinamento aos professores para que possam aprimorar e repassar
melhor os conteúdos propostos a esses alunos.
Acompanhamento psicológico constante (deveria ter psicólogos nas
escolas públicas) para que os alunos não demorem tanto tempo para serem
diagnosticados ou para voltarem ao médico para seus respectivos
acompanhamentos.
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