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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · grupos étnicos mostrando duas hipóteses: a ocupação efetiva que compõe o município de Medianeira e as relações possíveis

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

UM OLHAR HISTÓRICO CULTURAL DO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU NO CONTEXTO DO OESTE PARANAENSE

Marinez Cassanego1

Nilceu Jacob Deitos2

Resumo: O objetivo deste estudo foi relatar uma pesquisa reunindo informações sobre dois olhares, percebendo essa dupla dimensão de um espaço preservado e um espaço colonizado, com enfoque no município de Medianeira, cujo aporte teórico baseou-se em autores como Sérgio Buarque de Holanda: a ideia de aventura e trabalho. A segunda parte trata das migrações e colonizações no oeste do Paraná e fontes primárias expressas em algumas obras, tais como: O resgate da história de Medianeira e outras relacionadas ao conceito desenvolvimentista e preservacionista. E a terceira, de Rudy Nick Vencato, relatando as memórias dos desapropriados do Parque Nacional do Iguaçu; percebendo os valores histórico-culturais e locais. Este estudo abrangeu o 4° ano do curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. No município de Medianeira realizando diversas atividades teóricas e práticas visando maior conhecimento histórico-cultural do oeste paranaense e do Parque Nacional do Iguaçu e do meio ambiente. Subsidiando teórico e metodologicamente, motivando-as (os) para um aprendizado onde futuramente irão usar com seus alunos. Os resultados revelam que a aplicação do projeto ampliou o interesse e as informações dos alunos pelo conteúdo, despertou a interação entre alunos, família e escola, promovendo desta forma a interdisciplinaridade.

Palavras- chave: Migração. Colonização. Desenvolvimentismo. Preservacionismo.

1. Introdução

O objetivo deste artigo é aprofundar o conhecimento da Região Oeste do

Paraná. Considerando o estudo das migrações sobre o meio local ou regional

especificamente no município de Medianeira. Bem como a formação do Parque

Nacional do Iguaçu, que veio a se tornar Patrimônio Natural da Humanidade a

partir de 1939 e propor um estudo investigativo que possibilita lançar um olhar

histórico-cultural do Parque Nacional do Iguaçu (PNI) no contexto do oeste

paranaense.

1 Professora de História, Especialista em Formação Sócio Econômica do Brasil e Gestão Escolar. Professora da rede Pública do Estado e atua no Colégio Estadual Marechal Arthur da Costa e Silva, Medianeira-PR. 2 Orientador da Pesquisa. Doutor em História e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

Através de uma série de leituras, análises e reflexões, o presente artigo,

configura-se como uma reflexão teórica e de um trabalho pedagógico. Através

de exposição de temas, debates, palestra, vídeos, visitas técnicas,

aprofundando os conhecimentos no processo migratório e a presença de

grupos étnicos mostrando duas hipóteses: a ocupação efetiva que compõe o

município de Medianeira e as relações possíveis que se estabeleceram com o

Parque Nacional do Iguaçu, que se constitui a partir da efetiva ocupação da

região Oeste paranaense e a preservação do PNI.

Um material didático relevante para que os alunos percebam a história

da ocupação de Medianeira em épocas remotas, refletindo sobre essa

sociedade que ocupou a região oeste, através de colonizadores.

A efetivação desse projeto teve início com a apresentação da Proposta

Pedagógica ao diretor, professores, equipe pedagógica e funcionários do

Colégio Estadual João Manoel Mondrone. Na continuidade foi apresentado

aos alunos do 4° ano reafirmando a participação efetiva de todos. Nas etapas

realizadas destacam-se a realização da Palestra com a professora Hilegarde

Maria Rohde, sobre o município de Medianeira; vídeos sobre: “Resgate da

memória de Medianeira” e “Parque Nacional do Iguaçu”; visita ao Parque

Nacional do Iguaçu no município de Foz do Iguaçu através da Escola Parque e

SOS-Mata Atlântica, através do Parque das Aves de Foz do Iguaçu; pesquisas

realizadas pelos alunos com seus familiares ou moradores antigos da cidade,

sobre a sua migração ao município de Medianeira; além de várias aulas

expositivas leituras e debates de diversos assuntos sobre a região oeste do

Paraná, Parque Nacional do Iguaçu, meio ambiente e a formação e

colonização do município de Medianeira; bem como atividades

complementares sobre: municípios do Paraná, municípios do entorno e que

fazem divisa com o PNI, royalties de cada município em relação ao PNI.

Sempre com diversas metodologias individual e em grupos utilizando mapas,

confecção de cartazes, relatório, seminários, permitindo aos alunos construir o

seu próprio conhecimento e a sua capacidade criativa.

2. Desenvolvimento da pesquisa

O desenvolvimento do projeto de intervenção partiu da aplicação de uma

unidade didática específica organizada em três momentos que compreendeu a

problematização inicial tendo como objetivo socializar, assim foi apresentado

aos professores, equipe pedagógica, funcionários e alunos. O segundo

momento do projeto compreendeu a organização do conhecimento e teve

como objetivo realizar pesquisas, investigações e leituras que permitissem a

construção de conhecimentos a respeito do preservacionismo e do

desenvolvimentismo.

No terceiro momento aconteceu a aplicação do conhecimento com o

objetivo de reconhecer como os saberes construídos na escola podem ser

aplicados na vida cotidiana.

2.1 O Desenvolvimentismo e o Preservacionismo

A intervenção do homem na natureza provoca ações transformadoras:

Sejam elas preservacionistas ou desenvolvimentistas. Dessa forma, o processo

de migração e ocupação do território paranaense, ocorreu da mesma maneira,

concedeu grandes hectares de terras devolutas às empresas colonizadoras.

Estas faziam a propaganda no Rio Grande do Sul e atraíam imigrantes

europeus e seus filhos pelo baixo preço das terras e pela possibilidade de

continuidade da cultura familiar de subsistência.

De acordo com Nadalin ( 2001,p.85) Daí porque se explica que a finalidade econômica dessas colônias era, ainda na década de 1950, praticamente o autoconsumo, que definia o tipo de produção colonial. Produção fundada na manutenção de uma cultura, hábitos e costumes trazidos e cristalizados pelo isolamento não só originado da falta de comunicações, mas também pela infestação de grileiros e aventureiros de toda a espécie que dificultava o desenvolvimento de um processo de transformações culturais e econômicas nesta população.

A migração que colonizou o oeste do Paraná se deu através de

permissão, ou seja, de concessões de terra para que fossem ocupadas e

exploradas. Como afirma Gregory, “Foram efetivadas grandes concessões de

terras nessa área despovoada para que ocorresse a ocupação”. Contudo,

devido ao favorecimento às grandes empresas estrangeiras, a colonização não

foi desenvolvida conforme era prevista. ‘Não resultaram na ocupação da terra,

nem na sua distribuição por colonos, pequenos proprietários. Exploraram de

modo depredatório as matas e os ervais, com suas obrages e mensus

(Westphalen, 1987, p.6). Esses seriam os primórdios da colonização moderna.

“A colonização das terras do Oeste do Estado do Paraná, portanto sua

ocupação efetiva começou a acontecer a partir da participação de empresas

colonizadoras após 1930”. (Gregory, 2008, p. 40)

Outro aspecto da fundamentação teórica que deve ser contemplado

estabelece aqui duas visões a desenvolvimentista, que se refere à ocupação

de espaços através de colonização do oeste do Paraná, em especial o

município de Medianeira. E a visão preservacionista, que trata sobre as áreas

de parques, como uma beleza natural, voltando um olhar ao PNI, como beleza

cênica que deve ser preservada.

Durante o governo Vargas, principalmente entre os anos de 1951- 1954

eram pautados no nacionalismo, porém visando o desenvolvimentismo, que se

caracterizou por uma economia onde o Estado assegurava investimentos nas

áreas onde faltassem recursos para se aventurar, havia uma preocupação com

os recursos naturais devendo os mesmos estar salvos da exploração

estrangeira.

Ainda ganhando ênfase nos anos 50, atrelado ao capitalismo no governo

de Juscelino Kubitschek, trata do crescimento industrial do país e da

infraestrutura, enfocando o dinamismo aumentando assim a economia do país

através da participação ativa do estado como um todo, com um olhar voltado

para o crescimento sustentável. Já pensar o preservacionismo é analisar uma

beleza como algo intocado, selvagem, onde não deve haver a presença

humana, ou seja, longe do desenvolvimento industrial urbano e moderno.

Analisar a criação de parques é olhar por duas dimensões, para a

indígena como sendo a sua própria realidade, tirando seu sustento sem agredir

a natureza, para o homem branco como um espaço que deveria ser preservado

sem a ação humana, com visões de áreas protegidas e conservadas.

Como informa Gregory, durante a década de 1950, se processou uma

rápida migração para a fronteira colonial do Oeste do Paraná, onde

empreendimentos colonizadores e de exploração madeireira criaram e

dinamizaram uma estrutura colonial, um novo espaço colonial.

Devido à exploração de recursos naturais indevidos ocorreu a

necessidade de construção de Parques Nacionais, objetivando a preservação

de ecossistemas. Cabe agora, problematizar a criação de valores que

demarcaram e demarcam pelo mundo os espaços de proteção ambiental e

neste caso específico, no Brasil. Para isso, em Antonio Carlos Santana

Diegues, encontrei aportes que problematizam a criação de parques pelo

mundo e ajudam a pensar a criação do PNI (Vencatto, aput, Diegues, p. 37).

Segundo Vencatto, por Diegues, nos Estados Unidos do século XIX, os

termos teóricos que buscavam discutir estes espaços ambientais estavam

embasados em duas visões do mundo natural as quais exercem grande

influência no movimento de conservação dentro e fora deste país. Estas duas

vertentes instituidoras das políticas ambientais foram: o “Conservacionismo dos

Recursos Naturais” e o “Preservacionismo”. (Vencatto, p.38)

No ano de 1939 o governo federal criou o Parque Nacional do

Iguaçu nos 3300 ha de terras doadas pelo Estado do Paraná, junto às

Cataratas do Iguaçu. Adquiriu a ampliação da área do Parque em quatro linhas

divisórias de fácil reconhecimento: ao norte, a estrada do Iguaçu –

Guarapuava; a leste, o rio Gonçalves Dias; ao sul, o rio Iguaçu; e ao oeste, o

rio São João. Apenas em 1981 é que foram definidas as atuais divisas do

parque atingindo um total de 185.262,5 hectares. (DALLO, 1998, p.4)

Conforme Vencatto (2010, p. 63), em um apanhado geral, o PNI

foi criado oficialmente em 10 de Janeiro de 1939 pelo governo Vargas, por

meio do Decreto n° 10.035, e ampliado no ano de 1944 através dos Decretos

n° 6.505 de 17 de maio, n° 6.587 de 14 de junho e n° 6.664 de 07 de julho.

Todavia, com os assentamentos populacionais ocorridos na década de 1960,

somente no ano de 1967, em obediência à Portaria n° 42/67 do Ministro da

Agricultura, iniciou-se o processo de regularização fundiária do parque.

Refletindo sobre o PNI, para a lógica da colonização, o espaço territorial

se apresentava como sendo um espaço de ocupação e produção. Entre as

motivações dos agricultores colonos a territorialidade se configurava como um

espaço selvagem que deveria ser domesticado pela presença humana,

produzindo assim condições materiais de existência, mas para o naturalismo

do século XIX, a única forma de proteger a natureza é afastá-la do homem, por

meio de “ilhas” onde esse pudesse apenas admirá-la. (VENCATTO, 2010).

Na tentativa de controlar as áreas do Oeste do Paraná, criou-se a

Colônia Militar de Foz do Iguaçu, tornando-se ponto estratégico por ser

fronteira com os países Paraguai e Argentina, e tendo como outro objetivo

desbravar e ocupar o Oeste, mas a Colônia Militar foi extinta, criando-se, tempo

depois, o Território Federal do Iguaçu.

Para Lopes (2002), a criação do território pode ser concebida como um

ato de ocupação definitiva da faixa fronteiriça afastando o perigo estrangeiro e

rompendo o isolamento com o restante do país.

Os grupos humanos que ocuparam o Oeste do Paraná, anterior ao

processo da colonização, configuram-se inicialmente pela presença indígena.

Depois se registra a ação migratória de caboclos (Ruy Christovam Wachowicz,

1987) e a presença de paraguaios e argentinos pela ação das obrages. Mais

tarde, a partir da Era Vargas, ao implantar o Programa de Marcha para o

Oeste, busca consolidar o processo de nacionalização com a efetiva presença

de brasileiros nesse espaço, que ocorreu através de colonos que migraram do

Rio Grande do Sul e Santa Catarina para colonizar a região Oeste do Paraná.

Segundo Rudy Nick Vencatto (2010), registram-se na história que as

famílias que viviam na área do PNI foram desapropriadas pelo Instituto

Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e pelo Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Muitos começaram a ser

perseguidos, ameaçados ou presos, porque buscava na terra um modo de

subsistência. Para reassentar as famílias desapropriadas, o INCRA criou o

Projeto Integrado de Colonização-Ocoí (PIC-OCOÍ), em uma área de São

Miguel do Iguaçu, reassentando em torno de 500 famílias. Após a

desapropriação criou-se o Parque Nacional do Iguaçu oficialmente em 10 de

janeiro de 1939 pelo governo Vargas, somente no ano de 1967 iniciou-se o

processo de regularização fundiária do parque tornando-o uma área

preservada. (VENCATTO, 2010).

2.2 Migração

A migração está relacionada ao nosso cotidiano, sempre buscando

alguma coisa melhor pela frente, pois migrações são fenômenos sociais

relacionados à busca de riqueza em geral, a posse, as quais fez crescer, bem

como surgir novas cidades e delimitando áreas fronteiriças. Para Sérgio Odilon

Nadalin (2001), o ato de migrar está associado ao nosso cotidiano. As

migrações são fenômenos sociais, históricos, políticos e econômicos, mas

profundamente enraizados na procura de riqueza obtida pelo trabalho.

Nos anos 1930, as migrações para o Oeste do Paraná foram facilitadas

pela ação das companhias colonizadoras e pelo preço baixo das áreas. Dessa

forma, o processo de migração e ocupação do território paranaense foi também

empregado durante o governo de Manoel Ribas, que concedeu grandes

hectares de terras devolutas às empresas colonizadoras. Estas faziam a

propaganda nos outros estados da região Sul e atraíam migrantes

descendentes de europeus pelo baixo preço das terras e pela possibilidade de

continuidade da cultura familiar de subsistência. (NADALIN, 2001)

As pessoas migram pelo fato de descobrir que em seus meios

tradicionais não conseguiriam sobreviver, ou seja, nos locais de origem, pois se

fosse pela sua própria vontade, a maioria com algumas exceções não

abandonaria suas comunidades, seu local de origem. Há casos, em menor

número, onde ocorre a migração devido ao fato de serem perseguidas por

concepções ideológicas divergentes.

Segundo a concepção de Sérgio Buarque de Holanda (2011), em seu

livro Raízes do Brasil, ele cita que existe dois tipos de homem: o trabalhador e

o aventureiro. “Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do

trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua

predominância, na distinção fundamental entre os povos caçadores ou

coletores e os povos lavradores. Para uns o objeto final, a mira de todo esforço,

o ponto de chegada, assume a relevância tão capital, que chega a dispensar,

por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu

ideal será colher o fruto sem plantar a árvore. O trabalhador, ao contrário, é

aquele que enxerga primeira a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O

esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas

as possibilidades de esperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante,

tem sentido nítido para ele”.

O ato de deslocamentos humanos é considerado como ocupação, ou

seja, povoamento e conquista de território, consequentemente em relação à

ideologia do pioneirismo, vai ser produzido um discurso ideológico que busca

construir a representação de que foram pioneiros e, por isso, heróis.

2.3 O Processo de Ocupação do Oeste do Paraná - “A Marcha para o

Oeste”

A ocupação do Oeste paranaense teve início com a vinda de algumas

expedições entre os séculos XVI e XVII por ser região fronteiriça e disputada

por portugueses e espanhóis.

Citado por Gregory (2002), Getúlio Vargas, após assumir o governo pela

Revolução de 1930 adotou medidas drásticas do ponto de vista nacionalista.

Vargas tinha interesse na criação do Território Federal do Iguaçu e na política

da “Marcha para o Oeste”. Com o tempo os resultados esperados não

ocorreram e o governo federal acabou criando o Território Federal do Iguaçu e

dessa forma iniciando a chamada “Marcha para o Oeste”.

A Marcha para o Oeste teve a finalidade de estimular a colonização

agrícola dos territórios que ainda não tinham sido colonizados. Através de uma

propaganda que incentivou a migração de colonos principalmente do Rio

Grande do Sul e Santa Catarina.

Conforme Lopes (2002), “Tratava-se, pois, de uma propaganda

impregnada de sentimento nacionalista, na qual os intelectuais ajustados com

as ideias do governo tratavam com ideologia e simbolismo os programas do

governo, inspirando assim, com a Marcha para Oeste um novo bandeirantismo

para as longínquas regiões a serem ocupadas”.

2.4 A Construção do Parque Nacional do Iguaçu

O PNI representa uma área de riqueza inquestionável, que deve ser

preservada para a proteção da biodiversidade, garantindo de certa forma o

equilíbrio dos ecossistemas naturais, equilíbrio entre homem e natureza e por

possuir uma beleza cênica de grande relevância ecológica.

De acordo com Vencatto “para entender as relações homem e natureza

no Brasil, temos que voltar para um período mais longínquo ainda no período

colonial com a influência dos cronistas, Essa temporalidade marca o processo

de criação de uma imagem atraente do Brasil, através de sua natureza para os

olhares europeus”.

Para proteger e preservar os recursos naturais bem como o propósito de

conciliar desenvolvimento e qualidade de vida de alguns municípios ocorreu a

necessidade da construção de parques nacionais. Esse ambiente repleto de

vida com uma vegetação exuberante e com espécies animais raros da Mata

Atlântica brasileira era o local onde o homem era tido como destruidor dessa

natureza. Dessa forma como menciona Vencatto, “Os debates que vão instituir o PNI, desde sua criação, estiveram de

algum modo muito relacionados com estes ideais de natureza intocada, sendo utilizadas como argumento para legitimar a expropriação dos agricultores colonos que viviam no seu interior desde a década de 1960. A expropriação de agricultores justificou a necessidade de ‘resgatar’ aquele espaço ‘selvagem’ que de certa

forma corria o risco de desaparecer. Uma natureza mitificada na qual a presença humana não era vista como um elemento integrador deste espaço, mas como o agente externo causador do fim das tidas ‘belezas naturais’”.

O Parque Nacional do Iguaçu é a maior área protegida fora da região

amazônica, sendo uma das últimas amostras da fauna e flora da região. Esse

complexo formado pelo PNI, que engloba as Cataratas do Iguaçu, que é um

local de beleza cênica, deve ser preservado para que não ocorram impactos

ambientais. Por outro lado, atrai milhares de turistas do mundo inteiro.

Conforme Vencatto (2010, p. 63) o PNI foi criado oficialmente em 10 de

janeiro de 1939 pelo governo Vargas, por meio do Decreto n° 10.035, e

ampliado no ano de 1944 através dos Decretos n° 6.505 de 17 de maio, n°

6.587 de 14 de junho e n° 6.664 de 07 de julho. Todavia, com os

assentamentos populacionais ocorridos na década de 1960, somente no ano

de 1967, em obediência à Portaria n° 42/67 do ministro da Agricultura, iniciou-

se o processo de regularização fundiária do parque.

O Parque Nacional do Iguaçu abriga uma riqueza enorme de fauna e

flora brasileira e é o maior parque nacional da mata atlântica, porém é uma

área que se encontra em constantes ameaças devido aos grandes perigos

como caça, pesca predatória, extração de palmito, doenças de animais

silvestres em razão da alimentação incorreta oferecida pelos turistas, lixo

encontrado em locais incorretos, animais atropelados dentro e no entorno do

parque, uso de agrotóxicos inadequados nas regiões do entorno do parque,

polêmicas a respeito da estrada do colono. Perante os transtornos criaram-se

programas de educação ambiental, como a Escola Parque, que atende a

população dos municípios do entorno, tendo como objetivo atenuar os

problemas ambientais e colaborar para o manejo e defesa das unidades de

conservação, ajudando a preservar uma área natural da região Oeste.

O município de Medianeira atualmente não é lindeiro ao PNI, ou seja,

não faz divisa, embora suas águas sejam drenadas pelo Rio Iguaçu.

Historicamente parte do território de Medianeira foi desmembrada, criando

novos municípios, como por exemplo, a criação do município de Serranópolis

do Iguaçu. Anteriormente a esta emancipação, Medianeira se configurava

como lindeiro ao PNI.

2.5 Formação e Colonização do Município de Medianeira

Para entendermos o processo de formação e colonização do município

de Medianeira requer minucioso estudo sobre a região Oeste do Paraná

enfocando fatos que contribuíram para a formação da história deste município.

Alguns colonos3 narraram histórias do seu cotidiano que também

colaboraram para a construção da memória da colonização formando o que

hoje podemos chamar de município de Medianeira.

3 Davi Felix Schreiner apresenta o conceito de colono a partir da compreensão de Alfredo Bosi (Dialética

da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1998). Segundo o autor “o termo colono designa agricultores com pouca terra que organizam a produção agropecuária com base no trabalho familiar”.

Schreiner considera ainda a concepção apresentada por Seyferth a qual explica que colônia refere-se às pequenas propriedades adquiridas por imigrantes alemães e italianos e seus descendentes, por meio de projetos oficiais ou privados de colonização, nas quais desenvolveram a produção agrícola tanto para a subsistência das suas famílias como para o mercado. Segundo Schreiner “é comum, ainda hoje, no Oeste e Sudoeste do Paraná, o emprego de colônia como sinônimo de área rural de um município. E, em algum momento durante a década de 70 e 80, o termo colono passou a ser utilizado pelos citadinos com conotação pejorativa, em contraposição ao agricultor modernizado, que incorporou tecnologia na produção e estava diferenciando-se economicamente com o boom da soja”. Para Ferreira, colono é o

2.5.1 Como surge Medianeira

Entre os vários fatores que contribuíram para a colonização do Oeste

paranaense destaca-se a exploração de erva mate e madeira.

Segundo Steca e Flores os argentinos haviam se instalado de forma

organizada, durante o século XIX para explorar ervais nativos e madeira,

originando as obrages. Exerciam completo domínio, fosse econômico ou

político na região, muitas vezes facilitados pela “inoperância administrativa das

autoridades brasileiras” que abandonaram a região. Como estratégia de defesa

para desbravar e ocupar o Oeste paranaense surge a pressão de uma colônia

militar na fronteira do rio Iguaçu, marcando a efetiva ocupação por brasileiros e

onde mais tarde seria a cidade de Foz do Iguaçu.

A Revolução de 1924 influenciou a vida política e econômica do Oeste

do Paraná, pondo fim às empresas obrageras e ao contrabando realizado por

elas na região, tais fatos desencadearam a partir da revolução de 1930, a

chamada Marcha para o Oeste. Getúlio Vargas, que assumiu o governo após a

Revolução de 1930 com o apoio de militares que participaram da coluna

Prestes tinha conhecimento da situação das fronteiras brasileiras do Oeste do

Paraná.

Citado por Gregory, “Vargas assinou o Decreto 19.842, de 12 de

dezembro de 1930 que adotava medidas drásticas do ponto de vista

nacionalista. Este decreto exigia que as empresas tivessem em seus quadros

de empregados no mínimo 2/3 de trabalhadores brasileiros, dificultando o

ingresso e a permanência de estrangeiros, no caso, paraguaios e argentinos

nas terras brasileiras impondo novas dificuldades às empresas estrangeiras”.

Com o objetivo de defender a fronteira “guarani”, divisa entre Brasil,

Paraguai e Argentina, foi criado, na década de 1940, o território do Iguaçu.

Para isso, nomeou o então interventor Mário Tourinho para o governo do

Paraná. Posteriormente assumiu o governo paranaense o interventor Manoel

Ribas. A partir das ações do estado e do governo federal ficou proibido o uso

de trabalhadores não brasileiros nas obrages, fato que ocasionou a alta taxa de

impostos cobrados. Alguns obrageros começaram a fazer empréstimos e a

hipotecar suas propriedades não saudando seus compromissos perderam para

trabalhador agrícola ou pequeno proprietário rural, especialmente quando imigrante ou descendente deste. (FERREIRA, 1999)

seus credores, desaparecendo as obrages surgindo, posteriormente, a

presença de colonos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Durante a década de 1950 se processou uma rápida migração para a

fronteira colonial do Oeste do Paraná, onde empreendimentos colonizadores e

de exploração de madeira criaram e dinamizaram uma estrutura colonial.

Diversas empresas colonizadoras se esmeraram em registrar e divulgar suas

intenções e suas atividades desenvolvidas. Exemplo disso foi a Industrial

Agrícola Bento Gonçalves Ltda., que colonizou o polo microrregional de

Medianeira. (GREGORY, 2008. p. 94)

Conforme reprodução parcial do Estatuto da Sociedade Industrial e

Agrícola Bento Gonçalvez Ltda., no artigo 1°, citado na obra: “O Resgate da

História de Medianeira”, diz que: Em assembleia geral, realizada no dia 29 de

setembro de 1949, no município de Bento Gonçalves, Estado do Rio Grande do

Sul, ficou decidido criar e formar uma sociedade por quotas de

responsabilidade limitada, a reger-se por estatutos e pelo decreto n° 3.708, de

10.01.1919.

Ainda citado por Rohde e Biesdorf, definida a área de Medianeira,

foi afirmado a derrubada e decidiu-se o local da avenida central, fixou-se que a

futura cidade teria 2 km ao correr da estrada federal e 2 km rumo ao sul, tendo

um pequeno aumento de área pela inclinação da estrada na passagem pelo

perímetro urbano. Algumas quadras foram doadas pela colonizadora para

construção de escolas, hospitais, igrejas, educandários, coletoria, fórum,

prefeitura, correio, praças, clubes e bosques. A maior parte dos lotes na

avenida foi doada à homens e mulheres que se empenharam na construção e

povoamento.

De acordo com o IBGE a área atual de Medianeira é de

aproximadamente 329 km², e sua população, conforme o senso de 2010 era de

41.817 mil habitantes. Medianeira é um município que se situa a 60 km da

fronteira com o Paraguai e a Argentina, cidade que recebe turistas que passam

rumo a Foz do Iguaçu. Medianeira faz parte da rota de escoamento de grãos

ao Porto de Paranaguá.

2.6 Companhia Industrial e Agrícola Bento Gonçalves

Considerando a obra: “Resgate da Memória de Medianeira” (ROHDE e

BIESDORF, 1996), como fonte primária, é pertinente destacar que é um

trabalho louvável, mas que merece um olhar crítico sobre a abordagem da

história de Medianeira. Na obra se afirma que o representante da colonizadora

Pinho & Terras Ltda, tendo como responsável legal os empresários: Alberto

Dalcanale, Luis Dalcanale e Alfredo Paschoal Ruaro, partiu com mais 20

homens no dia 27 de maio de 1949 rumo ao Oeste do Paraná, composta por

grupos que vinham de vários municípios do Rio Grande do sul, interessados

em adquirir uma gleba de terras que estava localizada entre Matelândia e São

Miguel do Iguaçu.

A sociedade ficou denominada: Industrial Agrícola Bento Gonçalves,

com sede para efeitos comerciais no município e comarca de Foz do Iguaçu,

Estado do Paraná. Os objetivos da sociedade eram: Explorar o ramo de

colonização e loteamento de terras; extração, industrialização e comércio de

madeira em geral; iniciativas agrícolas de qualquer natureza, bem como tudo

quanto possa interessar. “A área colonizada pela Industrial e Agrícola Bento Gonçalves Ltda, obedece ao título de domínio pleno de terras, expedido pelo governo do Estado do Paraná, no Departamento Administrativo do Oeste, sob n.01, do Livro 01 de Títulos de Compra e Venda de Terras Devolutas, em 10.11.50 e registrado em 11.1.50, no Registro Geral de Imóveis da Comarca de Foz do Iguaçu, sob n.1849, às fls. 115\ 116 do livro n. 3 de Transcrição Verbo adverdum, cuja área foi desmembrada da Gleba Iguaçu. A localização coube ao agrimensor Anísio Paim da Rocha, através de levantamento de marcos antigos de amarração com abertura de linhas e muitos cálculos para fechamento das divisas dos 290.400.000m2 ou 12.000 alqueires ou 29.040 hectares da propriedade que ficaram subdivididos em: lotes rurais, lotes urbanos, chácaras, vila Flor da Serra (484.000m2), ponto de apoio Espigão Norte, área mais tarde modificada pelo Incra (Rohde e Biesdorf, 1996, p.43)

3. Relato da experiência com os alunos

A experiência com o projeto, “Um Olhar Histórico Cultural do Parque

Nacional do Iguaçu no Contexto do Oeste Paranaense”, foi aplicado no ano de

2014 em uma escola pública do município de Medianeira, no Colégio Estadual

João Manoel Mondrone com alunos do 4° Ano do curso de Formação de

Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na

tentativa de que possam repassar para seus alunos a prática pedagógica

quando estiverem atuando em sala de aula, buscando refletir historicamente

sobre quem somos e como contribuímos para a transformação e que fazemos

em favor da preservação, preparando o aluno para conhecer-se como sujeito

da própria sociedade.

Pretendendo-se que o aluno conheça suas raízes históricas e crie sua

identidade cultural, valorizando o Parque Nacional do Iguaçu na região

exaltando a sua importância para a região oeste do Paraná. Buscando uma

estratégia que conscientize os grupos sociais e população sobre a importância

cultural, histórica e ambiental da região, com ênfase no PNI. Compreendendo a

ação da Companhia Industrial e Agrícola Bento Gonçalves.

Edificando um conhecimento das migrações sobre o meio local ou

residentes da região do oeste paranaense, especificamente de Medianeira,

oportunizando e criando maiores conhecimentos e subsídios a esses

educandos.

3.1 Relatos das experiências com o do Grupo de Trabalho em Rede

(GTR)

Houve várias contribuições e sugestões apresentadas no decorrer das

atividades, o grupo na sua maioria avaliou positivamente a forma como foram

planejadas as atividades e como foi desenvolvida a efetivação avaliou como

muito interessante e viável, a proposta de aplicação do mesmo com alunos de

turma de Formação de Docentes, bem como a metodologia empregada. Muitos

também concordam que o mesmo poderá ser aplicado em outras turmas de

ensino Médio principalmente, mas que poderá se estender para outras faixas

etárias é só readequá-lo.

Na análise feita pelos membros grupo acredita-se que os conteúdos são

condizentes com a realidade do aluno, que fazem uma integração entre aluno,

família e comunidade, que os trabalhos foram bem estruturados e

interdisciplinares.

Comentaram que conhecer a história local é perceber-se como sujeito

da própria história, gerando um sentimento de pertencimento e fazendo com

que valorizem as riquezas da região, avaliando suas mudanças e

permanências ocorridas ao longo do tempo, analisando assim as riquezas

culturais e ambientais, bem como o estudo físico e geográfico, e a importância

do Parque Nacional do Iguaçu para a região e o Brasil.

Desta forma temos que despertar um entendimento de desenvolvimento

nos educando, para que perceba as disparidades econômicas e sociais da

região, bem como o espaço preservado que contribuirá para a transformação

histórica cidadã na preservação do meio ambiente.

4. Considerações finais

O desenvolvimentismo e o preservacionismo são ações antagônicas. Ao

aplicar o Projeto de Intervenção Pedagógica, contribuiu para entendermos que

desde a década de 1930, o objetivo da ocupação e colonização do Oeste do

Paraná era o preservacionismo. No entanto, os catarinenses e gaúchos em

grande parte depararam-se ao longo do tempo com ações desenvolvimentistas.

Isso se identifica pela visibilidade do avanço do agronegócio com grande ajuda

de verbas públicas.

A pequena e média propriedade é responsável pela maioria dos

alimentos que chegam a nossa mesa, estão perdendo espaço para o

agronegócio, por não receberem o apoio necessário das políticas públicas.

Deste modo, analisando esta realidade, o Parque Nacional do Iguaçu ainda é

uma alternativa de um desenvolvimento sustentável e que contraria o poder

das sociedades capitalistas. Diante disso a escola pode estar aprofundando

essa reflexão com alunos/as objetivando-se entender como funciona essa

nossa sociedade capitalista.

Este estudo foi muito importante proporcionando-me reconstruir parte da

história do oeste paranaense, compreendendo a história nas suas diferentes

possibilidades, como uma continuidade bem como suas mudanças ao longo do

tempo; permitindo analisar os diversos momentos históricos do meio regional e

local bem como o envolvimento dos educandos, que foram motivados para

encontrar metodologias adequadas e diferenciadas tornando o seu ensino

mais significativo como futuros professores.

Ao apresentar o tema formação e colonização do município de

Medianeira, levou os alunos a um contato direto com os momentos históricos

vivenciados pelas famílias do município aproximando o educando da realidade

histórica e a sua capacidade criativa.

A temática principal tratando sobre o desenvolvimentismo e

preservacionismo trouxe à tona a sensibilização para reaprender o valor da

natureza, principalmente do Parque Nacional do Iguaçu.

O ponto principal do desenvolvimento do projeto foi a visita ao Parque

Nacional do Iguaçu e Parque das Aves, os alunos ficaram entusiasmados com

a excursão observando e questionando os diferentes ambientes e espécies,

criando sua própria ideia de preservação.

Hoje a riqueza do Parque Nacional do Iguaçu está ameaçada pela caça

predatória e clandestina, o uso de agrotóxicos próximo aos rios que adentram o

parque, a retirada de madeira, desmatamento da mata ciliar entre tantos

outros. Por esses motivos deve-se trabalhar nas escolas a importância dessa

conservação que se encontra ameaçada, repensar as atitudes e o respeito pelo

meio ambiente em que vivemos fazer o aluno sentir-se incluso e fazendo parte

dessas mudanças e atitude.

5. Referências Bibliográficas

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