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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ
GOVERNO
DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -
DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ana Mairlene Moleta Retko
UNIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Arte Plumária Indígena Brasileira
PONTA GROSSA
2013
PARANÁ
GOVERNO
DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -
DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ana Mairlene Moleta Retko
Arte Plumária Indígena Brasileira
.
Unidade Didático-Pedagógica, apresentada conforme exigência do Programa de Desenvolvimento da Educação - PDE/2013-2014, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Professor Orientador: Ms. José Roberto de Vasconcelos Galdino
‘’A tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas qualidades de seres humanos. É fomentada pelo conhecimento, pela abertura de espírito, pela comunicação e pela liberdade de pensamento, de consciência e crença”. (Declaração de Princípios sobre Tolerância - 1995)
PONTA GROSSA
2013
3
PARANÁ
GOVERNO
DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -
DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIDADE DIDÁTICO- PEDAGÓGICA
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
1.1 Professor PDE: Ana Mairlene Moleta Retko
1.2 Área PDE: História.
1.3 NRE: Ponta Grossa.
1.4 Professor Orientador IES: Ms. José Roberto de Vasconcelos Galdino .
1.5 IES vinculada: Universidade Estadual de Ponta Grossa.
1.6 Escola de Implementação: Escola Estadual Professor Amálio Pinheiro
1.7 Público objeto da intervenção: Alunos do 9º Ano
2- Tema de Estudo do professor PDE: Arte Indígena
3-Título: Arte Plumária Indígena Brasileira
4
Ficha catalográfica da Produção Didático-Pedagógica
Turma – PDE/2013
Título: Arte Plumária Indígena Brasileira
Autora Ana Mairlene Moleta Retko
Disciplina/Área de ingresso no
PDE
História
Escola de Implementação do
Projeto
Escola Estadual Professor Amálio Pinheiro
Município da escola Ponta Grossa
Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa
Professor Orientador Ms. José Roberto de VasconceoJosé Roberto de Vasconcelos Galdino
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar Arte, Antropologia, Sociologia, Geografia
Resumo Durante séculos de colonização os
povos indígenas viram negadas suas culturas e
identidades. Ao longo desse processo, foram alvo
de percepções e julgamentos marcados por
preconceitos e ignorância por parte dos não
índios.
Construíram-se em torno deles
inúmeras representações sociais equivocadas e
discriminatórias. É com base nessa visão limitada,
contraditória e de senso comum que muitas
pessoas ainda percebem o índio brasileiro.
A relevância desse estudo está na
necessidade de mostrar às novas gerações a
diversidade étnica e cultural desses povos,
portadores de inúmeros saberes, entre eles as
artes com seus significados e importância como
5
elementos integradores e mantenedores das
culturas indígenas.
Nesse sentido, o Material Didático
proposto se justifica, como importante subsídio
para desconstruir visões discriminatórias e
etnocêntricas que se forjaram sobre os indígenas
e ainda fazem parte do imaginário de muitas
pessoas.
Para tanto, alguns objetivos foram
traçados:
Valorizar a riqueza e pluralidade
cultural dos povos indígenas.
Desconstruir noções
equivocadas e discriminatórias
que ainda predominam sobre
esses povos.
Dar mais visibilidade a Arte
Plumária Indígena em sua
riqueza de significados.
Refletir sobre as
transformações da plumária
indígena na atualidade.
O encaminhamento metodológico consistirá na
aplicação de questionário visando traçar o perfil
cultural dos alunos envolvidos, análise de textos
que abordem os conteúdos básicos, questões
reflexivas, leitura de documentos e imagens e
vídeos que abordem a temática.
Palavras-chave Diversidade, Povos Indígenas, Arte Plumária,
Urubu Kaapor.
UrubuUrubu Kaapor.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo 9º Ano do Ensino Fundamental
6
Prezados estudantes, esta Unidade Didática pretende oferecer subsídios ao
estudo da diversidade étnica e cultural dos povos indígenas do Brasil, enfatizando as
artes indígenas, mais especificamente a Arte Plumária.
Através da arte, muito se pode conhecer sobre os povos e suas culturas,
pois as manifestações artísticas trazem as características de seu tempo, de seus
criadores e dos lugares onde foram criadas. Elas nos permitem perceber as sociedades
indígenas como portadoras de manifestações artísticas e culturais variadas que tomam
formas diferentes de acordo com os grupos, o local em que habitam e a disponibilidade de
matéria-prima para a confecção de sua arte.
Para esses povos a criação artística está a serviço da coletividade e a arte
representa as tradições daquela comunidade, é por essa razão o artista indígena não se
vê como artista, nem seu povo o vê como tal. As artes indígenas se expressam na
cerâmica, nos trançados, na cestaria, na pintura corporal, no grafismo, na música, nas
máscaras e na plumária.
Vários grupos indígenas brasileiros se expressam pela Arte Plumária, que
compreende a confecção de adornos corporais e emplumação de alguns objetos
utilitários, tendo como matéria-prima principal as penas, plumas e penugens, que podem
ser associadas a vários outros materiais.
7
O uso e confecção de utensílios plumários vai muito além da função de
enfeitar o corpo e está vinculado à transmissão de informações sobre o indivíduo, o sexo,
a família, a posição social e os mitos de um povo.
Juntos vamos conhecer essa importante manifestação artística-cultural para podermos, a partir daí, lançar um novo olhar sobre os povos indígenas brasileiros em sua diversidade étnica e cultural.
E a partir desse olhar, propomos desconstruir ideias errôneas, estereotipadas
e etnocêntricas a seu respeito: (vinculado ao passado, exótico, genérico, homogêneo, a
caminho da extinção, aculturado, ingênuo, etc). Essas concepções discriminatórias e
negativas ainda fazem parte do senso comum de muitas pessoas, o que as impede de
perceber os povos indígenas como sujeitos e protagonistas de sua história que
reivindicam o reconhecimento de sua cidadania, seus usos, costumes, manifestações
religiosas, culturais, demarcação e homologação de suas terras.
Essa Unidade Didática foi elaborada com textos, imagens e exercícios
variados para que você desenvolva as atividades nela contida visando a concretização da
Proposta de Intervenção Pedagógica na Escola, como elemento integrante do Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação sobre a
cultura indígena: Arte Plumária Indígena Brasileira.
BOM TRABALHO!
Assuntos: Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica e as formas de
implementação por intermédio das atividades elaboradas na presente Unidade Didática e
construção do perfil cultural dos alunos.
Objetivos: Apresentar o Projeto de Intervenção Pedagógica e construir um perfil cultural
dos participantes.
1º Encontro
8
1- 1-Nome completo:
2- Sexo ( ) FEM ( ) MASC
2- 3- Você mora com
( ) Pais e irmãos ( ) Avós ( ) Irmão mais velho ( ) Tios
Outros - Quais? __________________________
3- 4- Gosta de leitura?
( ) Sim ( ) Não
4- 5- Quando lê, costuma ler
( ) Jornais ( ) Revistas de esporte ( ) Fofoca de TV e celebridades
( ) Gibis ( ) Livros literários ( ) Outro, qual __________
6- Religião:
( ) Católica ( ) Evangélica ( ) Protestante ( ) De matriz africana
( ) Testemunha de Jeová ( ) Anglicana ( ) Espírita
7- Na Tv costuma assistir
( ) Noticiários ( ) Filmes ( ) Novelas ( ) Programas de esporte
( ) Documentários ( ) Programas de auditório ( ) Reality Show
8- Você julga possuir uma cultura geral:
( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
9- Sobre sua ascendência (origem), você descende de:
( ) Ucranianos ( ) Poloneses ( ) Italianos ( ) Alemães
9
( ) Portugueses ( ) Negros ( ) Indígenas ( ) Sírios-libaneses
( ) Outros/ qual?______________ ( ) Não sei
10- Sobre os indígenas brasileiros, você considera seu conhecimento
( ) Satisfatório ( ) Razoável ( ) Fraco ( ) Nenhum
11- Se você fosse definir para alguém que não tivesse nenhuma noção a respeito
do indígena brasileiro, sobre ele você diria:
_________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
10
Assunto: Apresentação do vídeo “Quem são eles”? Leitura e interpretação do texto
‘’Diversidade Étnica’’.
Objetivos: Comparar os conhecimentos prévios dos alunos em relação aos indígenas
antes e verificar o que aprenderam após os encaminhamentos metodológicos previstos e
postos em prática para o 2º encontro; reconhecer, valorizar e respeitar a pluralidade
étnica e cultural dos povos indígenas.
Você sabe o que é diversidade étnica?
Quando falamos em diversidade, falamos no que é diverso, diferente, a
palavra étnica, diz respeito a povos, grupos humanos diversos. Nesse estudo iremos
nos referir ao povos indígenas que vivem no território brasileiro e suas variadas
manifestações culturais.
A diversidade étnica, social e cultural dos indígenas brasileiros é enorme,
pois cada etnia tem suas próprias características: um modo específico de se
organizar em sociedade, de pensar, de ver e entender o mundo (espiritual e natural).
A maior parte das etnias indígenas vive na Amazônia Legal, algumas com
população numerosa, vivendo em aldeias, comunidades, vilas e cidades. Há também
etnias pequenas, com poucos remanescentes de povos que outrora eram
numerosos. Existem apenas dois estados brasileiros nos quais não habitam
populações indígenas: Piauí e Rio Grande do Norte.
TEXTO 1
2 2 2º Encontro
11
Figura 1: Grupos étnicos do Brasil, índios das tribos Assurini,Tapirajé
Kaiapó, Kapirapé, Rikbaktsa e Bororo.
Fonte: Agência Brasil
As sociedades indígenas se organizam de modo a conviver e se relacionar
com outros povos (indígenas ou não), com a natureza e com o mundo sobrenatural.
Os povos indígenas tem diferentes formas de falar, de morar, construir
casas, entender e explicar o mundo, trabalhar, produzir, constituir família, celebrar
festas, rituais, curar doenças, fazer política, hábitos alimentares e de entender
espíritos e divindades. Enfim, possuem características próprias pelas quais se
diferenciam uns dos outros.
É possível termos uma ideia dessa variedade de povos e culturas, se
considerarmos que os estudos indicam que existiam no Brasil, quando da chegada
dos portugueses, dois a quatro milhões de índios que falavam mais de mil línguas
diferentes. Atualmente as pesquisas apontam 230 povos indígenas, falantes de 180
línguas.
Figura 2: Pintura Corporal
Fonte: http://artenaescola.ogr.br
12
Essa grande diversidade, presente nas sociedades indígenas, é o que
diferencia um povo de outro. Muitos aspectos da cultura indígena estão presentes de
alguma forma em nossa cultura. Você conhece algum costume, tradição ou palavra
que usamos no cotidiano e que tenha origem na cultura indígena?
A Antropologia nos ensina que não podemos falar em “índio” no sentido
genérico e no singular, mas sim em povos indígenas, que vivem no Brasil há muito
tempo, bem antes dos europeus chegarem a essa terra e darem a ela o nome de
Brasil. É importante lembrar que aquele índio genérico e estereotipado construído na
história da conquista, não é real, não existe da forma como muitas pessoas ainda o
veem.
Figura 3: Artesanatos indígenas
Fonte: educarparacrescer.abril.com.br
GLOSSÁRIO
ANTROPOLOGIA: Ciência que estuda os homens, as sociedades e as culturas em
suas semelhanças, diferenças e variações ao longo do tempo.
AMAZÔNIA LEGAL: é o nome atribuído a uma determinada área da Floresta
Amazônica, pertencente ao Brasil, e que abrange nove Estados: Acre, Amapá,
Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do
Maranhão. Tem área corresponde a aproximadamente 5.217.423 km2, cerca de
61% do território brasileiro.
13
Atividade proposta:
1) O que você compreendeu por diversidade cultural?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
2) O que faz de alguém ser índio?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
3) Em que elementos, hábitos e tradições estão presentes a diversidade das
culturas indígenas?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
Refletindo sobre
o texto....
Caro aluno, para auxiliá-lo a atingir os
objetivos propostos nesse encontro,
sugerimos que responda as questões
abaixo.
14
4) Realize uma pesquisa sobre a carta do escrivão Pero Vaz de Caminha,
transcreva o trecho na qual ele refere-se aos enfeites de penas que os indígenas portavam e faça um comentário sobre o mesmo.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Assunto: Leitura e interpretação de texto “Representações sociais”,
Objetivos: Discutir e refletir sobre as representações sociais construídas
historicamente, por séculos a respeitos das culturas indígenas, visando desconstruir
noções deturpadas e preconceituosas a seu respeito, ainda presentes na sociedade
brasileira.
Texto 2
3º Encontro
15
Certamente você já teve oportunidade de ver imagens de indígenas em
livros, revistas, outros materiais impressos, na TV e em outros tipos de mídias.
Diante dessas imagens ou textos, você já se perguntou se a forma como eles estão
ali representados é fiel e corresponde à realidade?
Durante o processo de “conquista” e colonização, o termo “’índios” foi
usado pelos portugueses de modo preconceituoso e incorreto para designar os
povos e culturas que já viviam nessas terras há séculos, como se eles fossem todos
iguais. Eram também chamados de gentios, negros da terra, bárbaros, bugres, entre
outros, e vistos como homens de inteligência inferior e incultos. Representações dos
indígenas brasileiros eram feitas por pessoas que nunca os tinham visto, por essa
razão os artistas europeus os representavam com corpos estilizados e aparência
europeizada, ou seja, bem diferentes de como eram de fato.
Ao longo do tempo muitas representações deturpadas, preconceituosas e
distorcidas apresentavam um índio genérico e homogêneo, (sem identidade étnica e
cultural), exótico, cristão, miscigenado e a caminho da extinção.
Muitas dessas representações incorretas ainda continuam sendo
publicadas, seja por ignorância, preconceito ou intolerância. Apesar de alguns
avanços que mostram que culturas indígenas aos poucos vem sendo resgatadas e
valorizadas, os povos indígenas ainda continuam pouco conhecidos. São muitos os
estereótipos, (em imagens, textos e na literatura, vinculados a seu respeito). É
preciso ter claro que aquele índio genérico que nos dá a ideia de serem todos iguais
em todos os lugares, não existe. O que existe são povos distintos com identidades,
costumes, línguas e manifestações culturais próprias, a exemplo dos Ianomâmi, dos
Bororo, dos Kaingang, dos Urubu-Kaapor, dos Terena, entre muitos outros que
habitam diversas regiões do país.
É preciso entender os grupos indígenas como sujeitos e protagonistas da
sua história e que buscam formas de conviver e se adaptar a nossa sociedade.
Apesar dos problemas que enfrentam, muitos grupos indígenas vem atualmente
reafirmando sua identidade e cultura, resgatando antigos costumes ou reaprendendo
a falar a língua original, quase esquecida por alguns grupos.
Buscam o direito de ressocializar-se, adaptar-se e mesmo de adotar alguns
costumes da sociedade branca (uso de roupas, celular, relógio, morar em casas,
etc.). O fato de consumirem produtos industrializados, terem acesso a novos
conhecimentos e tecnologia, não faz com que um grupo indígena deixe de ser
indígena.
Nesse sentido, vale lembrar que a capacidade de transformação e
adaptação existe em qualquer cultura, inclusive na indígena, que não é uma cultura
estática e imutável, mas que sofre transformações ao longo de sua existência.
16
Apesar do contato e das influências da sociedade branca e uso de
elementos da mesma, os grupos indígenas ainda mantem muitos elementos que
identificam sua própria cultura e seu modo de viver e pensar, como por exemplo, os
ritos de iniciação, de nominação, rituais fúnebres, a escolha dos parceiros para o
matrimônio, entre outros.
Diante disso, podemos dizer que não existe uma cultura pura ou estática,
as culturas, (inclusive as indígenas) são o resultado de trocas de experiências e
interações entre pessoas e grupos sociais. Assim, ao mesmo tempo que os grupos
indígenas absorvem influências e elementos da sociedade não índia, também
influenciam essa mesma sociedade.
Atividade proposta:
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Agora é com você. . .
Após termos lido e discutido
sobre o texto Representações
Sociais, elabore o seu próprio
texto sobre o assunto.
Refletindo sobre o
texto....
17
“”
Assunto: Análise e interpretação da imagem: “Caçador de escravos” de Jean
Baptiste Debret.
Objetivo Levar os alunos a perceber o uso de fontes visuais e seus elementos como
auxiliares na compreensão das representações que se construíram em torno do
indígena, buscando desconstruí-las, refletir sobre o olhar do artista e sua influência
na obra, bem como contexto em ela foi criada.
Figura 5: “Caçador de escravos” (1820 - 1830) - Jean Baptiste Debret
Museu de Artes de São Paulo
Fonte: www.geocities.ws
4º Encontro
18
Atividades Propostas. . .
a) Quem são as pessoas representadas na tela?
b) Como elas estão representadas e o que você pensa sobre elas?
c) Que ideia o artista procurou transmitir?
d) Na sua opinião o artista esteve presente no local da cena que pintou?
e) Para conhecer melhor o autor da imagem e suas ideias, realize uma
pesquisa sobre ele.
Assuntos: Arte Plumária, Arte Plumária na Atualidade
Objetivos: Compreender o conceito de Arte Plumária, oportunizar conhecer a
origem, variedade e técnicas empregadas na confecção dos objetos plumários,
5º Encontro
Refletindo sobre a
imagem...
a imagem. . .
Prezados alunos, assim como a escrita,
uma imagem isolada ou no conjunto
dos elementos que a formam, também
nos transmite muitas informações...
Sobre a imagem proposta, responda:
19
perceber os múltiplos significados do uso de adornos plumários e compreender
processos de transformação pelas quais as essa prática artística vem passando.
Certamente você tem alguma ideia formada sobre o que seja Arte, mas se
falarmos em Arte Plumária... que tipo de arte é essa? Já ouviu falar? Que culturas e
povos fazem objetos e enfeitam-se com penas? Em que ocasiões usam seus
adornos e qual o significado dos mesmos?
Pois bem, são muitas as perguntas, que ao longo dos textos que
preparamos a seguir, tentaremos responder.
Arte Plumária é o processo de confecção de adornos corporais e enfeites de objetos utilitários com penas, plumas ou penugens, sendo essas as matérias-primas essenciais, mas que podem ser associadas a diversos outros materiais como fibras, tecido, couro, conchas, ossos, cipós e outros.
PENAS: são os maiores elementos da plumagem, retiradas das asas e cauda da
ave.
PLUMAS: largas e arredondadas, cobrem o corpo da ave, com exceção das asas e
caudas.
PENUGENS: são mais leves que a pluma, elas protegem o corpo dos filhotes e
aparecem em várias regiões do corpo da ave. Sua estrutura delicada facilita a
colagem na ponta de outras penas ou diretamente sobre o próprio corpo dos
indígenas.
Os povos indígenas fazedores de Arte Plumária no Brasil utilizam como
matéria-prima plumagens que provém de diversas espécies de pássaros da fauna
brasileira, que fornecem uma grande variedade de cores, formas, tamanhos e
Texto 3
20
texturas de penas. Essa matéria-prima é obtida e selecionada cuidadosamente
conforme as tradições culturais de cada tribo.
Figura 6: veste cerimonial Munduruku - Museu Etnológico de Viena
Fonte: commons.Wikimedia.org
Entre as diversas espécies de pássaros que fornecem plumagem para a
confecção de artefatos plumários estão araras, tucanos, garças brancas, pombas
troval, japus, mutuns, gaviões, urubu-rei, anambé azul, anambé roxo, pica-pau,
periquitos, papagaios, entre outras.
Vários grupos étnicos indígenas brasileiros praticam a Arte Plumária como
os: Tukano, Xavante, Tapirapé, Karajá, Juruna, Kamaiurá, Kagwahiva, Kayapó,
Bororo, Yanomami, Urubu-Kaapor, entre outros.
Diferentes adornos plumários podem ser encontrados nas culturas
indígenas brasileiras que executam essa manifestação artística, tanto adornos para
o corpo, como para armas, instrumentos musicais e máscaras.
21
Figura 7: Máscara Tapirapé
Fonte: MAE/USP
O que define a Arte Plumária dos grupos indígenas que a praticam é
principalmente a busca pela beleza, pela estética. Porém, os estilos variam de um
grupo para outro e os objetos plumários seguem padrões estabelecidos pelas
tradições culturais de cada tribo. Cada uma desenvolve seu próprio estilo, embora
possa haver semelhanças entre eles.
A Arte Plumária nacional apresenta uma grande variedade quanto à
técnica de confecção, associação com outros materiais, formas, tamanhos,
categorias, usos e texturas.
Entre os vários objetos plumários para adorno corporal estão cocares,
diademas, braçadeiras, brincos, peitorais, colares, pulseiras e labretes. Alguns
desses, os mais elaborados e suntuosos são utilizados exclusivamente nas grandes
cerimônias e rituais públicos, enquanto outros, mais simples, são de uso cotidiano e
trocados após o desgaste gerado pelo uso.
.
22
Figura 8: Labrete Kaapor
Fonte: MAE/USP
Figura 9: Pente emplumado Kaapor
Fonte: Livro Arte Plumária dos índios Kaapor
Museu do Índio – Guache de Georgette Dumas
23
Os grupos indígenas utilizam várias técnicas de transformação da
matéria-prima. Alguns, sabem por exemplo, alterar a cor original das penas através
da tapiragem, alteram também a forma das penas com diferentes cortes.
GLOSSÁRIO
Quanto às técnicas de fixação, das penas, esta pode ser feita com
amarrações ou colagens, (utilizando resinas vegetais), em diferentes tipos de
materiais e superfícies como: hastes, suportes cordéis, sementes, unhas, conchas,
ossos, madeira, couro, entre outros, conforme o tipo, forma, tamanho e finalidade do
artefato plumário a ser feito.
A confecção plumária é uma atribuição masculina, embora por vezes as
mulheres se dediquem à atividade, mas cabe aos homens fazer a maior parte dos
adornos plumários, é entre eles que se encontram os melhores plumistas.
Confeccionam as peças, depois da tribo estar suprida de caça e farinha ou às
vésperas de grandes festividades.
Figura 10: Manto Guarani
Fonte: MAE/USP
LABRETE - ornamento plumário usado nos lábios.
TAPIRAGEM – técnica utilizada por alguns grupos indígenas, pela qual modificam
a coloração original das penas de certas aves, principalmente de papagaios e
araras.
24
O uso de artefatos plumários vai muito além do adorno do corpo, a prática
dessa atividade é uma forma de expressão das comunidades indígenas, uma
linguagem visual; uma comunicação não verbal que transmite mensagens sobre
comportamento, sexo, idade, posição social, filiação, ritos de passagem e religião. A
junção de elementos artísticos e socioculturais próprios da plumária indígena confere
a essa arte um papel importante para a manutenção da cultura nos grupos que a
praticam.
A Arte Plumária indígena é uma prática bastante antiga entre os índios
brasileiros. Em sítios arqueológicos do Nordeste, que datam do século IX, se pode
ver pessoas portando adornos plumários.
No Brasil, a primeira menção à plumária dos povos nativos foi feita pelo
escrivão da frota de Cabral, Pero Vaz de Caminha, em 1500 na carta enviada ao
rei português, quando o cronista, relata sobre as “terras descobertas” e menciona
admirado o uso de exuberantes penas com as quais os indígenas enfeitavam o
corpo. Os portugueses coletaram vários ornamentos plumários que foram enviados
a Europa. Lá, esses objetos eram vistos mais como um artesanato exótico, do que
como arte.
O olhar europeu de curiosidade e exotismo sobre a plumária indígena
brasileira, era dessa forma porque os padrões de arte na época se enquadravam
nos moldes europeus e nessa perspectiva não se reconhecia o valor artístico e muito
menos o significado da prática plumária dos povos indígenas que viviam nessas
terras.
Sobre a coleta de objetos da cultura material, inclusive artefatos plumários,
dos indígenas da América, Ribeiro e Velthen (1992) APUD Costa (2011) afirmam:
[...] o recolhimento de elementos materiais das culturas ameríndias teve início com a descoberta do Novo Mundo. Esses artefatos tornaram-se conhecidos na Europa por meio das crônicas orais e escritas, gravuras, desenhos e por si próprios, e eram apreciados, na época, muito mais por seu exotismo e pela raridade dos materiais constituintes do que por suas qualidades estéticas. Ainda conforme relatam as autoras, viajantes e naturalistas europeus estiveram nas Américas desde a segunda metade do século XVIII até fins do século XIX, pesquisando e recolhendo elementos de história natural com objetivos classificatórios e taxonômicos. Paralelamente, coletavam objetos artesanais, conduzidos para a Europa e depositados em instituições públicas, onde se transformavam em fontes de informação, integradas ao universo do homem ocidental.(COSTA, 2011)
Os primeiros estudos sobre a plumária indígena brasileira iniciaram a partir
da segunda metade do século XX com Darcy Ribeiro. Outros estudos se sucederam
com Lúcia Hussak van Velthem, Sonia Ferraro Dorta, Maria Helena Fénelon Costa e
Maria Helena Dias Monteiro.
25
Atualmente a atividade plumária continua sendo realizada por
determinados grupos indígenas em maior ou menor escala. Contudo, o rico acervo
de tradições que a ‘‘linguagem visual” das obras plumárias transmite, vem passando
por certas transformações e alguns estudiosos falam até no desparecimento dessas
manifestações artísticas.
A continuidade da expressão plumária pode estar fadada ao
desaparecimento, ao mesmo tempo que passa por processos de mudanças. Isso
ocorre porque alguns grupos passaram a comercializar seus objetos plumários, e
estes vem adquirindo o sentido de objeto decorativo para consumo dos turistas,
perdendo assim seus significados e usos tradicionais. Outra ameaça a continuidade
da existência das tradições plumárias está na legislação que proíbe aos indígenas
abater espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção.
Figura 11: Índio Pataxó com adornos plumários
Fonte: commons.wikimedia.org
TEXTO 4
26
Conforme vimos, os processos de transformações pelos quais a Arte
Plumária passa, nos leva a reforçar que as culturas não permanecem estáticas e
paradas no tempo, elas são dinâmicas, se reelaboram e se reinventam, e, então, é
possível compreender as mudanças na prática dessa manifestação artística-cultural.
Em outras palavras, podemos dizer que as culturas se adaptam e se transformam
em função de suas necessidades, das influências vindas da sociedade não índia, ou
da diminuição ou escassez de matérias prima.
Sendo assim, algumas tribos continuam a desenvolver sua plumária,
cujo destino das peças é mais a comercialização ou troca com os visitantes, mais do
que para uso próprio, como foi no passado. Percebe-se nisso uma clara
demonstração de mudança na finalidade e destino dos objetos plumários indígenas.
Atividades propostas. . .
Com base nos textos 3 e 4, realize os exercícios abaixo:
1) Conceitue Arte Plumária.
2) Qual a origem da matéria-prima empregada nesse tipo de arte?
3) Cite algumas aves da fauna brasileira que fornecem a matéria-prima para
confecção plumária.
4) Os adornos plumários são apenas corporais? Justifique.
5) Com base na palavra-chave, complete a cruzadinha. . .
I - Um dos grupos indígenas brasileiros que praticam a Arte Plumária.
II - É o elemento principal que se busca na confecção de um adorno
plumário.
III - Elemento plumário caracterizado por serem largas e arredondadas,
cobrem o corpo das aves.
IV - Também são objetos em que aplicam enfeites de penas.
V - Ornamento plumário para o corpo.
VI - Enfeite para os lábios.
VII - Principal ocasião de uso dos adornos plumários.
27
VIII - Técnica que altera a cor original das penas de certas aves.
Atividade em dupla
Convide um(a ) colega para desenvolverem uma atividade de caça-palavra com
base no texto 4 - “Atividade plumária na atualidade”: Cada qual elabora o seu
próprio exercício para depois trocar com o colega que resolverá o seu e vice-
versa.
P
L
U
M
Á
R
I
A
I
II
III
IV
V
VI
VI
I
VI
II
II
II
III
IV
V
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VII
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III
IV
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VI
VII
VIII
VIII
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
28
Assunto: O Povo Urubu-Kaapor
Objetivo: Oportunizar aos participantes adquirir informações básicas sobre o
grupo indígena, objeto desse estudo.
Urubu-Kaapor é o nome de um povo que vive no estado do Maranhão.
O seu nome significa “povo da mata”, pela junção dos termos tupis Dá-a (mata) e
poro (povo). Também são conhecidos pelos nomes Urubus-captores, urubus
cambos e Kaapor. O termo Urubu lhes foi atribuído no século XVI pelos luso-
brasileiros. Eles não se referem a si mesmos pelo apelido recebido. A esse respeito,
Ribeiro assim se refere:
Não sei a razão do nome sinistro que lhes dão. Não é, naturalmente, a autodenominação deles, que se desconhece e tenho que descobrir. Urubus é um nome depreciativo, dado por gente que os odiava e temia, vendo-os como gente desumana e detestável. Pelo pouco que se sabe deles e do dialeto tupi que falam, bem podem ser remanescentes daqueles Tupinambá que, depois das primeiras décadas de contato mortífero com a civilização, se afundaram
mata adentro para sobreviver. (RIBEIRO, 1996, p. 17-18)
TEXTO 5
6º Encontro
Prezados alunos:
Já abordamos conteúdos específicos sobre Arte
Plumária, agora conheceremos um dos grupos
indígenas brasileiros que possui longa tradição
nessa manifestação artística. Para tal,
preparamos um resumo abordando informações
básicas sobre esse povo. Vamos conhecê-los?
29
Há cerca de 300 anos os Kaapor surgiram como povo distinto,
possivelmente na região entre os rios Tocantins e Xingu. Por causa de conflitos com
colonizadores luso-brasileiros e com outros grupos indígenas, iniciaram uma longa
migração através do rio Gurupi, no período de 1870, que os levou ao do Pará ao
Maranhão.
Figura 12: Mapa do Brasil com a localização dos Urubu-Kaapor
Fonte: kitecenter.com.br
Autoridades brasileiras tentaram pacificá-los pela primeira vez em
1911, e os Kaapor assim como os Nambiquara (Mato Grosso), eram tidos como os
povos nativos mais hostis do país. A pacificação dos Kaapor acontece em 1928 e
durou quase setenta anos.
Invasões recentes à terra dos Kaapor vem ocasionando mais
hostilidades, colocando novamente a sobrevivência étnica desse povo em risco.
Madeireiros, posseiros e fazendeiros invadiram e estão desmatando a Terra
Indígena Turiaçu, homologada desde 1989. Em muitos casos tais invasões são
insufladas por grileiros e políticos locais. A situação é marcada por tensão e
aumento da escalada de violência com ataques de posseiros e madeireiros às
aldeias indígenas e contra-ataque dos índios aos acampamentos dos primeiros.
SUA HISTÓRIA
30
Cerca de um terço das áreas Kaapor vem sendo devastada ilegalmente, se
transformando em campos de arroz, pastagens e cidades.
Atualmente a população é de aproximadamente 800 pessoas. Estão
distribuídos em 10 aldeias numa superfície de mais ou menos sete mil quilômetros
quadrados.
GLOSSÁRIO
É um povo horticultor, cultivam cerca de 50 espécies de plantas,
usadas como alimento, tempero, remédio e fibras. Armazenam frutos e também
sobrevivem da caça de vários animais como veado galheiro, porcos-do-mato, cutia,
jacarés, mutuns, jacus, inhambus, entre outros e pescam o surubim, pacu, traíra e
jeju.
A divisão sexual do trabalho não é rígida, porém as mulheres
dedicam mais tempo que os homens na preparação dos alimentos, principalmente
no processamento da mandioca brava, (principal fonte de calorias), se encarregam
ainda de trançar, costurar, tecer e coletar a lenha. Os homens passam mais tempo
caçando, tecem as redes, os tipitis, fazem a carpintaria, cestaria e modelagem dos
acessórios de aço.
LÍNGUA
DIVISÃO DO TRABALHO
DIVISÃO DO TRABALHO
ECONOMIA
ECONOMIA
GRILEIRO - Indivíduo que procura apossar-se de terras alheias mediante falsas
escrituras de propriedade.
TIPITI - cesto cilíndrico de palha onde se coloca a mandioca brava ralada, para
ser espremida e retirado o suco venenoso.
31
A língua Kaapor é uma língua da Família Tupi-Guarani, ou Tupi
Antigo, ou simplesmente Tupinambá, ligada à língua oiampi, falada a uma distância
de 900 km, do outro lado do rio Amazonas. A língua Kaapor parece que foi
influenciada pela língua geral amazônica, pelas línguas oiampi e pelas línguas
caribes setentrionais.
O Tupi foi a língua que maior influência exerceu no português pela
incorporação de muitas palavras Tupinambá ou Tupi Antigo, especialmente na flora,
na fauna e no nome de lugares. Alguns exemplos: arara, anu, maracujá, paca,
pereba, piranha, peteca, cuia, sabiá, jaboti, jacaré, samambaia, entre outras.
60% dos Kaapor são monolíngue, outros 40% falam um português
regional. Uma característica interessante desse povo foi o desenvolvimento de uma
língua de sinais entre eles, pois possuem uma elevada taxa de surdez, (um surdo
para cada 75 ouvintes), o que correspondia a 2% da população nos anos 80.
A incidência de surdez está relacionada com a bouba neonatal,
doença endêmica que hoje está erradicada. Muitos tornaram-se surdos, perdendo a
habilidade para a língua falada, desenvolvendo uma linguagem de sinais intertribal,
ou seja, usada apenas nas tribos Kaapor para comunicação dos surdos com os não
surdos.
Figura fundamental dentro da religiosidade do povos Kaapor, é Maíra,
espécie de divindade e herói mítico a quem atribuem a criação do mundo e de todos
os povos, o surgimento da natureza e a origem de todas as coisas.
As lendas descrevem Maira como um Kaapor moreno, com corpo
pintado de vermelho e negro, usando o arranjo tribal de decoro e o diadema amarelo
de penas de japu. A divindade teria ensinado os Kaapor a fazer os ditos diademas e
na terra andava entre os homens caçando pássaros para fazer esse ornamento.
Por meio da mitologia é possível percebermos o orgulho e a
importância da plumária para o povo Kaapor pela ligação que atribuem essa prática
com a divindade criadora Maira, principalmente com relação a confecção dos
diademas amarelos de penas caudais do japu.
Os Kaapor em suas aldeias praticam o Xamanismo. Os xamãs
invocam os antepassados e outras divindades como Iriwar, por acreditarem que
essa ajuda a prever o futuro, diagnosticar e curar doenças e restaurar os
suprimentos da caça que se esgotaram.
RELIGIÃO
32
Acredita-se que no xamanismo Kaapor, exista certa influência de uma
divindade afro-brasileira, o Kurupir (Curupira), também chamado “pretinho”. No
transe dos xamãs, acompanhados de danças e cânticos, essa entidade é invocada.
A prática xamanística é uma performance que ocorre em público, onde
o estado de consciência fica alterado por horas de jejum e consumo de tabaco,
cenário em que entidades do mundo sobrenatural são invocadas.
A relação com a morte se manifesta por aparições de fantasmas dos
antepassados chamados Angã, que lhes incute grande medo.
Pessoas que tenham cometido erros graves (matar o outro, por
exemplo), são submetidos a rituais de purificação envolvendo o sangue humano ou
a sangria, pela escarificação do corpo com dentes de cutia.
A cerimônia de nominação é a mais importante cerimônia pública e
festa grupal entre os Kaapor, está relacionada à afirmação da fertilidade feminina e
reafirmação dos laços entre os agrupamentos familiares. É o momento de escolher
um nome para as crianças da tribo, que ocorre quando já estão crescidas, com um
ano ou mais.
O ritual de nominação não se estende a todas as crianças, é destinado
apenas aos filhos homens e só aos que nasceram em período de fartura de
alimentos e cujos pais foram produtivos e zelosos.
Nessa ocasião festiva para os Kaapor, os pais e padrinhos se esforçam
na confecção de colares-apitos emplumados e diademas amarelo-ouro, (estes feitos
das penas da cauda do japu) e outros adornos de plumas que fazem para si próprios
e para os outros.
A respeito da fabricação de objetos plumários pelos Kaapor para
cerimônias públicas, Ribeiro e Ribeiro, afirmam:
A confecção dos adornos plumários representa uma das mais gratas ocupações para os índios Kaapor. Homens e mulheres dedicam a ela as horas de lazer que se seguem aos exaustivos esforços para assegurar a provisão diária de caça ou pesca e farinha. Na véspera das grandes festividades é que mais se empenham na fabricação destes adereços. O seu uso obedece certas regulamentações que podem ser acompanhadas através do ciclo de vida. (RIBEIRO e RIBEIRO, 1957, p. 25)
De uso exclusivo dos homens adultos, o colar-apito (que é tocado
durante o ritual de nominação pela pessoa que dará o nome à criança), juntamente
RITUAL DE NOMINAÇÃO
33
com o diadema de penas de japu são os principais adornos plumários e presença
obrigatória nas cerimônias de nominação das crianças Kaapor.
Figura 13: Chefe Kaapor com ornamentos plumários
próprios para dias de grandes cerimônias
Fonte: Livro Arte Plumária dos índios Kaapor
Figura 14: Colar-apito “Awa tukaniwar” - Museu do índio
Guache de Georgette Dumas
Fonte: Livro Arte Plumária dos índios Kaapor
34
A comunidade se prepara para a cerimônia coletiva com antecedência
de um ano ou mais, pois é necessário que haja comida, bebida e adornos plumários
para todos. Prepara-se o tradicional caxiri, o qual todos devem tomar à noite,
adultos e crianças. Para a ocasião, os Kaapor enfeitam-se com seus mais bonitos
adornos de penas.
Cada criança a ser nomeada deverá ter seu próprio padrinho, que é um
parente ou irmão de sexo oposto a um dos pais. Este coloca sobre a cabeça do
afilhado o diadema de penas de japu, aberto em círculo. Em um certo momento da
cerimônia, o padrinho começa a gritar o nome da criança que é repetido muitas
vezes em uma só voz por todos.
Figura 15: Diadema de penas de japu - Museu do índio
Guache de Georgette Dumas
Fonte: Livro Arte Plumária dos Índios Kaapor
Em seguida, o pai ou mãe anuncia um segundo nome, que também
será repetido várias vezes. Então a criança é levantada pelo padrinho que sopra
por longo tempo o apito de osso de gavião real, do seu colar-apito e dança com a
criança até ela adormecer. Esse processo é repetido pelo padrinho de cada criança
que será nominada, até que seus nomes estejam bem gravados na memória
coletiva da tribo.
Na foto abaixo a criança tem sobre a cabeça um diadema de penas
amarelas de japu, que segundo creem, o protótipo teria sido dado pelo próprio
35
herói-mítico Maira ao povo Kaapor. Esse é o momento central do ritual de
nominação em que ela adormece ao som do colar-apito.
Figura 16: Cerimonial de nominação Kaapor
Fonte: Livro Arte Plumária dos índios Kaapor
GLOSSÁRIO
XAMANISMO - religião de certos povos, baseada na crença de que os espíritos
bons ou maus são dirigidos pelo xamã; sistema de magia e exorcismos usados
por muitos povos.
36
Atividade proposta:
Alunos, agora que vocês adquiriram algumas noções sobre a história,
localização e alguns aspectos culturais dos Urubu-Kaapor, propomos a
seguinte atividade: formar 7 ou 8 grupos de 4 alunos em cada, será entregue a
cada grupo um tema abordado no texto, para desenvolverem um bonito e
criativo material que poderá ser na seguinte forma:
Quadrinho, (podem criar personagens Kaapor, contendo legendas ou
balões com falas).
Cartaz, preferencialmente com ilustrações.
Desenho livre sobre o tema recebido.
Mãos a obra! Caprichem, sejam criativos!
Obs: O material produzido será exposto em painel cultural ao final das
atividades dessa Unidade Didática.
CAXIRI - um tipo de cerveja, preparada pelas mulheres a base de mandioca,
banana ou caju, utilizada em ocasiões festivas, mutirões e cerimônias
coletivas. Também é utilizada pelo pajé para entrar em transe.
CURUPIRA - ser fantástico que segundo a crença, habita as florestas, sua
função é a de proteger as plantas e os animais, além de punir quem os agride.
O Curupira é descrito como um menino ruivo com os pés virados ao contrário.
Suas pegadas enganam os caçadores e seringueiros que se perdem nas
florestas.
ESCARIFICAÇÃO - ato ou efeito de escarificar, ou produzir pequenas incisões
simultâneas e superficiais na pele.
37
Assunto: Arte Plumária Kaapor nas origens Tupinambá.
Objetivo: Compreender as origens históricas da tradição plumária Kaapor,
proveniente dos antigos Tupinambá.
O povo Urubu-Kaapor é descendente dos antigos Tupinambá, que eram
habilidosos na confecção plumária, característica essa, que herdaram de seus
antepassados. Os Tupinambá que viviam numa grande faixa do litoral foram os
primeiros a entrar em contato com os portugueses, razão pela qual também serão os
primeiros a serem extintos ainda no século XVII, em enfrentamentos com o invasor
em defesa de seu território.
Bem antes da chegada dos brancos, o continente americano era dotado
de muitos povos com uma realidade sociocultural bem diferenciada e que eram
possuidores de uma cultura e arte própria que foi revelando aos olhos europeus um
novo mundo.
Vale salientar que a presença da plumária entre os povos americanos era
ampla na época da conquista. Para os astecas, os objetos e tecidos de pena, muito
utilizados, era um bem precioso, vestiam imperadores e eram oferecidos aos
deuses.
No Brasil, os portugueses constataram a originalidade e exuberância da
plumária indígena Tupinambá, que era bastante desenvolvida. Esses povos
confeccionavam grandes mantos de penas, os mantos Tupinambá, que encantaram
TEXTO 6
7º Encontro
38
os primeiros europeus que por aqui passaram. Eram feitos principalmente com
penas de guará e papagaio, presas a uma trama. A forma de dispor as penas, todas
no mesmo sentido, davam grande beleza à peça. Exemplares desses mantos foram
logo levados à Europa como espécies de troféus de conquista, lá foram chamados
erroneamente de mantos de Montezuma, referindo-se ao Imperador do México, pois
acreditavam ter vindo desse país.
É importante lembrar que a presença da plumária entre os povos
americanos era grande na época da “conquista”. Para os astecas, os objetos e
tecidos de pena eram um bem precioso, vestiam imperadores e eram oferecidos aos
deuses.
No caso dos povos Tupinambá, o uso do manto de penas era
reservado apenas aos homens dos mais elevados graus na hierarquia da tribo e em
ocasiões especiais, como execução de prisioneiros ou troca de nome em função da
passagem para a vida adulta.
Existem apenas sete mantos Tupinambá no mundo (nenhum deles no
Brasil) e todos estão em museus europeus. Por ocasião da Mostra do
Redescobrimento, Brasil 500 Anos, realizada no Parque Ibirapuera, em São Paulo,
no ano 2000, um desses mantos, foi trazido do museu de Copenhagen, (Dinamarca),
para ser exposto naquela oportunidade.
GLOSSÁRIO
TUPINAMBÁ - no período colonial era a denominação genérica para os povos
indígenas do litoral. Parte do grupo linguístico tupi-guarani, os Tupinambá se
localizavam no vasto território entre São Paulo e Ceará, enquanto os Guarani,
entre São Paulo e Lagoa dos Patos, ( RS).
39
Figura 16: Dança Tupinambá
Fonte: Commons.wikimedia.org
Atividades propostas. . .
1) Escreva sobre a Influência Tupinambá na Arte Plumária Kaapor.
2) Você consegue imaginar como seria um manto plumário usado pelos
antigos Tupinambá? Que tal fazer um desenho, representando-o?
3) Observado atentamente a imagem apresentada dos Tupinambá, faça
uma pequena legenda sobre ela e atribua-lhe um novo título.
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40
Agora é hora de conhecermos uma verdadeiro Manto Tupinambá, que tanta
admiração causou aos olhos europeus, (virtualmente, é claro)!
Os alunos serão encaminhados ao laboratório de Informática para visualizarem
imagens de alguns Mantos Tupinambá que encontram-se em museus
europeus ou sites e portais sobre cultura indígena.
Queridos estudantes:
Nesse encontro final propomos a duas últimas atividades referentes a
essa Unidade Didática:
A primeira, delas consiste em conhecer um pouco mais sobre acervos
virtuais a respeito de diferentes artefatos plumários existentes em museus
brasileiros. Para tal, utilizaremos o laboratório de Informática no qual
acessaremos o Portal dia-a-dia, no link Recursos Didáticos – Museu.
Nessa oportunidade, faremos uma visita ao Museu de Arqueologia e
Etnologia da USP- (MAE), onde além de realizarem a atividade proposta, vocês
poderão sanar possíveis dúvidas ou curiosidades sobre o assunto.
8º Encontro
41
Atividade Proposta
A última atividade sugerida é conhecermos um portal da Cultura Indígena na
Internet chamado Índio Educa, cujo diferencial é o fato de serem os próprios
indígenas, que abordam temas de suas culturas. Falam sobre seus costumes,
tradições, alimentação, religiosidade, aspectos do cotidiano, respondem
dúvidas do público, e muito mais! É a história indígena contada por eles
próprios.
Após observação cuidadosa dos diferentes
objetos plumários ali expostos: (tamanho, formas,
cores, associação com outros materiais, origem
étnica, entre outros ítens), escolha um desses
artefatos e faça a sua releitura sobre ele,
representando-o em um desenho bem criativo...
não esquecendo de mencionar o nome do objeto
escolhido e a procedência étnica do mesmo.
Fazendo a releitura de objetos plumários do MAE. . .
42
Quem somos? O que é ser
índio hoje? O índio e a
universidade. Pinturas
corporais indígenas. Estou
na cidade e continuo sendo
índio. Dia do índio se
comemora ou se indigna?
Artesanatos indígenas. Uso
e costume da pimenta
malagueta macuxi. Crença
na ferroada de formiga. O
que não fazer no dia do
índio. Ajudando o
professor. Mitos e
verdades, entre outros.
Trata-se de uma ONG (Organização Não Governamental) que começou a
ser pensada em 2008, porque percebeu-se a carência de material para trabalhar
com a Cultura Indígena nas escolas, quando a Lei 11.645/2008 tornou a temática
obrigatória no currículo de ensino.
Desde então, a ONG começou a buscar por materiais. Para isso foram
chamados indígenas que estavam estudando em universidades para fazer um
grupo de trabalho, cuja produção abasteceria o site. A partir daí, muitas matérias
vem sendo produzidas para o Portal, (atualmente conta com duzentas), com a
participação de 10 etnias diferentes.
O conteúdo do site é em formato de Recurso Educacional e aberto com
licença Creative commons, o que significa pode ser copiado e compartilhado por
todos que se interessam pela cultura indígena e para trabalhos escolares e
acadêmicos. Entre alguns temas abordados no Portal Índio Educa, estão:
Breve histórico sobre o surgimento do Portal Índio Educa
43
Segundo Sebastian Gerlic, “a época do índio sem voz está terminando, o projeto tem o
objetivo de empoderar o indígena para dialogar. Trabalhamos em cima dos preconceitos que
existem, como as pessoas acharem que eles ainda vivem nús’’ (ÍNDIO EDUCA, 2013)
Atividade Proposta:
a) Você acha importante para as sociedades indígenas o acesso aos recursos
da tecnologia da sociedade do homem branco? Justifique.
Conhecendo o Portal Índio Educa...
Alunos:
Finalizamos essa Unidade Didática nos
reportando mais uma vez ao tema Diversidade e
nessa perspectiva, solicitamos que reflita e
responda as questões tendo por base a fala de
Gerlic, acima citada.
v
44
b) A partir do momento que o indígena tem acesso a elementos da sociedade
envolvente, (como a tecnologia de informação e comunicação ou outros
produtos industrializados), ele deixa de ser índio? Justifique.
c) Escolha um dos vários temas abordados no Portal Índio Educa que lhe
tenha chamado atenção e escreva sobre ele. Não esqueça de mencionar a
etnia. Emita sua opinião pessoal sobre o tema escolhido.
A proposta de trabalho apresentada nessa Unidade Didática teve o intuito
de mostrar o indígena brasileiro não de forma genérica, como se fossem todos
iguais, modo como quase sempre foram apresentados. Ao contrário disso,
pretendeu-se que os alunos os percebessem em sua diversidade, onde cada grupo
é portador de singularidades próprias em termos de tradições, costumes, línguas,
artes, religiosidade, entre outros.
Tivemos como objetivo principal contribuir para a reflexão em torno dessas
sociedades, visando desenvolver o senso de reconhecimento e valorização para
com a cultura do outro.
Dessa forma, os textos elaborados e as atividades propostas pretenderam
embasar os alunos, a lançar um novo olhar sobre as culturas indígenas,
desconstruindo estereótipos, ideias equivocadas e preconceitos arraigados no senso
comum, sobre esses povos.
Sabemos que diante da grande pluralidade étnico-cultural e em tempo tão
delimitado, torna-se impossível um estudo mais abrangente sobre a temática. Isso
demandaria um tempo de pesquisa e estudos muito maior.
Por essa razão, optamos pelo estudo da Arte Plumária, dando mais
visibilidade a essa expressão artística, principalmente a praticada pelo grupo Urubu-
Kaapor, problematizando as transformações que essa manifestação vem
atravessando atualmente.
Para avaliar a aplicação desse material didático, serão levadas em
consideração a participação dos alunos envolvidos e suas respostas às atividades
propostas e questões reflexivas sobre os temas abordados.
45
Para culminar com o fechamento deste estudo, pretende-se reunir a
produção dos alunos e expor o material em um painel cultural, visando a divulgação,
o despertar de reflexões, de maior interesse, e consequente valorização sobre a
temática indígena na comunidade escolar.
MELATTI, Julio Cesar. Índios do Brasil, 7ª ed., São Paulo: Hucitec, 1993.
BRASIL. Constituição 1998. Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado, 1998.
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escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. São Paulo:
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BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino e história: fundamentos e
metodologia. São Paulo: Cortez, 2004.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Guaracira Lopes Louro.
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NICOLA, Norberto; DORTA, Sonia Ferraro. Aromeri: Arte plumária do indígena
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TIRAPELI, Percival. Arte indígena do pré-colonial à contemporaneidade. São
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46
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