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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · 4.4.1 Menina Bonita do Laço de Fita ... sociedade excludente e racista, o que levou a implementação ... traficados

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

1

NEIVA VIEIRA

A VALORIZAÇÃO E O RESPEITO À DIVERSIDADE EM SALA DE AULA:CONTRIBUIÇÕES DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Guarapuava

2014

2SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

NEIVA VIEIRA

UNIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

A VALORIZAÇÃO E O RESPEITO À DIVERSIDADE EM SALA DE AULA:

CONTRIBUIÇÕES DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Produção Didática (Unidade Didático-Pedagógica)apresentado à Secretaria de Estado de Educaçãodo Paraná (SEED), para o Programa deFormação Continuada intitulado Programa deDesenvolvimento Educacional (PDE), sob aorientação da Professora Rosângela Abreu doPrado Wolf, da UNICENTRO, Guarapuava – PR.

Guarapuava

2014

31 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2014...........................................................................................................................04

1.1Título: A Valorização e o Respeito à Diversidade em Sala de Aula: Contribuições da

Cultura Afro-Brasileira........................................................................................................04

2 APRESENTAÇÃO..........................................................................................................06

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................07

3.1 A Afrodescendência Brasileira......................................................................................07

3.1.1 A Fé e a Religião....................................................................................................10

3.1.2 O Estilo de Dança..................................................................................................10

3.1.3 Os Ritmos na Música.............................................................................................11

3.1.4 O Diferencial na Culinária......................................................................................12

3.1.5 Contribuição de ideias na literatura........................................................................13

4 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA..................15

4.1 1º Momento: Atividades Iniciais...............................................................................15

4.2 2º Momento: Análise e Seleção de Vídeos sobre Diversidade................................16

4.3 3º Momento: Análise das contribuições afro-culturais mais significativas para a formação cultural no Brasil.................................................................................................17

4.4 4º Momento: Leitura dos livros: “Menina Bonita do Laço de Fita” de Ana Maria Machado; “Diversidade” de Tatiana Belinky, “As Tranças de Bintou” de Sylviane A. Diouf; para posterior interpretação e discussão...........................................................................17

4.4.1 Menina Bonita do Laço de Fita (resumo).............................................................18

4.4.2 As Tranças de Bintou (resumo)............................................................................18

4.4.3 Diversidade (resumo)...........................................................................................19

4.4.4 PROPOSTA DE ATIVIDADE DOS TÍTULOS ACIMA...............................................19

4.5 5º Momento: Pesquisa da Lenda da Boneca Abayomi...............................................20

4.6 6º Momento: Leitura do Livro: Felicidade não tem Cor.............................................20

4.6.1 Felicidade não tem Cor (resumo).........................................................................21

5 CRONOGRAMA.............................................................................................................22

5.1 CRONOGRAMA 2015...............................................................................................22

6 REFERÊNCIAS..............................................................................................................23

41 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA –PDE/2014

1.1Título: A Valorização e o Respeito à Diversidade em Sala de Aula: Contribuições

da Cultura Afro-Brasileira.

Autora: Neiva Vieira

Disciplina/Área: Pedagogia

Escola de

Implementação do

Projeto:

Colégio Estadual Castro Alves – Ensino Fundamental e Médio

Localização: Av. das Araucárias S/N – Vila Residencial Salto Osório

Município da escola: Quedas do Iguaçu – PR

Núcleo Regional de

Educação:

Laranjeiras do Sul – PR

Professor Orientador: Rosângela Abre do Prado Wolf

Instituição de Ensino

Superior:

UNICENTRO

Relação Interdisciplinar: Língua Portuguesa, História e Arte

5

Resumo Em nosso país, o preconceito sempre foi um problema

nas relações entre as pessoas, e dentre eles o preconceito

racial vem tratando o negro por longos anos, como um ser

inferior.

Devido a isso, e embasado na Constituição Federal de

1988, em seu Artigo 5º, que determina que somos todos iguais

perante a lei; bem como, a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Lei nº 9394/96), tornar obrigatório o estudo

da cultura africana em todas as instituições de ensino; e ainda

com a Lei nº 10.639/03, tornar obrigatório o ensino de História e

Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Apesar alguns avanços ainda vivemos em uma

sociedade excludente e racista, o que levou a implementação

de leis e de um sistema de cotas para garantir aquilo que

deveria ser naturalmente garantido a todos, indistintamente.

Sendo a escola um excelente veículo de transformação

que atinge a todas as camadas sociais, é nela que devemos

buscar subsídios para a superação das desigualdades sociais e

culturais, para transformar a sociedade e prepará-la para lidar

com a diversidade.

Nesse sentido, a presente unidade didática, cujas

atividades serão aplicadas no Colégio Estadual Castro Alves –

Ensino Fundamental e Médio, pretende valorizar a diversidade e

fazer um resgate da cultura afro-brasileira e das contribuições

desses povos na culinária, na arte (artesanato), nas

brincadeiras e na literatura infantil, como forma de expressão e

instrumento de reflexão sobre a discriminação presente na

escola em relação ao aluno negro e/ou descendente.

Palavras-chave: Racismo; Preconceito; Respeito; Diversidade; Literatura; CulturaAfro-Brasileira,

Formato do Material Didático:

Unidade Didática

Público Alvo: Amostragem de alunos do 6º ao 9º Ano - Ensino Fundamental

62 APRESENTAÇÃO

O preconceito racial é uma tentativa de domínio de uma raça sobre a outra, por

esta razão precisamos encontrar meios possíveis para solucionar a discriminação, a

violência, como o bullyng racista que é decorrente deste tipo de preconceito.

No Colégio Estadual Castro Alves, a diversidade étnica de seus alunos, está

presente, tanto nas questões sócio-econômicas quanto nas culturais. Por esta razão

buscaremos os subsídios necessários, tanto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (Lei nº 9394/96) que tornou obrigatório o estudo da cultura africana em todo

país, quanto na Lei nº 10.639/03 que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana nos currículos de todas as escolas do país, em todos os graus e

modalidades de ensino que deixa claro, para que através da educação possamos

promover a mudança de mentalidade da comunidade local no que se refere a valorização

da diversidade em sociedade. No entanto, as leis por si só não são suficientes para

garantir uma nova forma de ver o negro na sociedade, com o merecido respeitado dos

seus direitos como todo cidadão brasileiro, conforme o artigo 5º da Constituição Federal,

que determina que todos são iguais perante a Lei. Neste sentido, pretende-se, com a

presente unidade didática, valorizar a diversidade e fazer um resgate da cultura afro-

brasileira, mostrando que estes povos em muito contribuíram para o desenvolvimento do

país.

Para tanto, tomaremos como ponto de estudo a culinária, as brincadeiras e a

literatura infantil, como formas de expressão e instrumentos de reflexão sobre a

discriminação que alguns alunos de origem racial negra sofrem, e que contribui muitas

vezes para o abandono escolar deste. Portanto, nosso empenho será no sentido de levar

a comunidade escolar a uma revisão sobre seus preconceitos e a construírem uma nova

forma de ver o aluno negro e/ou descendente, que estudam neste Colégio.

73 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 A AFRODESCENCIA BRASILEIRA

Antes de qualquer coisa precisamos entender um pouco sobre alguns conceitos

que vem passando de geração em geração, não se sabe exatamente onde e quando teve

início, mas a história da humanidade revela que desde que o homem começou a se

organizar em sociedade, já se baseavam em padrões e sistemas classificatórios e

hierarquizados, seja por questões intelectuais, religiosas, econômicas ou raciais, onde

alguns nasciam para comandar e outros para obedecer.

Na teoria aristotélica defendia-se que:

Uma parte dos homens nasceu forte e resistente, destinado expressamente pelanatureza para o trabalho duro e forçado. A outra parte, (os senhores), nasceufisicamente débil; contudo possuidora de dotes artísticos, capacitada, assim parafazer grandes progressos nas ciências filosóficas e outras. (SANT'ANA apudMUNANGA, 2005, p.43).

Sabe-se que as raízes do preconceito e desigualdade racial fazem parte de uma

hierarquização social formada ideologicamente através dos tempos, a partir disso o que

nós, como educadores podemos fazer para minimizar atitudes racistas e preconceituosas

presentes na escola?

Na apresentação do livro Superando o Racismo na Escola, Munanga (2005, p. 05)

fala que alguns de nós, professores, não recebemos uma educação que nos preparasse

para lidar com a problemática da diversidade e das manifestações de discriminação, com

as quais nos deparamos constantemente no exercício da profissão. Então como podemos

formar cidadãos conscientes se nós mesmos não somos ou não fomos educados para

isso?

Essa nossa falta de preparo e conhecimento nos faz perder muitas oportunidades

de trabalhar a diversidade presente na sala de aula e enfatizar as importantes

contribuições culturais, sociais, políticas e econômicas trazidas por outros povos que

colonizaram nosso país, seja como colonizadores ou como escravos. Esses últimos são o

foco principal desta unidade didática.

Historicamente os negros estão presentes no Brasil desde o início da colonização

quando foram trazidos, traficados como escravos para trabalhar nas lavouras de café.

Sofreram muitas limitações desde então, limitações essas que os desmoralizavam e os

levavam à inferiorização racial em relação aos demais.

8O racismo se fundamentou na ideia de que as desigualdades entre os seres

humanos são de cunho biológico, da sua natureza e constituição. Segundo Munanga

(2005), com o sistema escravista, o racismo passa a ser a expressão do preconceito de

cor (raça inferior) e o preconceito de classe (pobre).

Atitudes preconceituosas e racistas estão presentes no dia a dia das pessoas e

grupos, na vivência e convivência entre pessoas na sociedade, na família nos grupos

sociais. O preconceito é repassado através de comentários distorcidos e piadinhas a

respeito da superioridade ou inferioridade de uma raça sobre a outra. Isso é tão presente

que até mesmo as pessoas que deveriam defender sua etnia passam a acreditar que de

fato são inferiores. Esse fato pode ser claramente observado no vídeo ”Bonecas Negras e

Brancas”, ou “auto-racismo” onde um entrevistador branco apresenta bonecas negras e

brancas às crianças negras com idades entre cinco e dez anos e pergunta a respeito da

beleza e bondade das mesmas, bem como com qual boneca ela se parece e com a qual

gostaria de parecer. Todas as crianças negras que participaram da entrevista

responderam que a boneca branca era a mais bela, inteligente e que gostaria de se

parecer com a boneca branca. Com base neste vídeo podemos constatar que a criança

negra precisa se identificar como “negra” e aceitar de forma natural essa condição e ter

orgulho de seus antepassados e das contribuições que estes deram para a formação dos

hábitos, costumes, crenças, cultura, etc.

Conforme Lopes (2005, p. 43):

As pessoas não herdam, geneticamente, ideias de racismos, sentimentos depreconceito e modos de exercitar a discriminação, antes os desenvolvem comseus pares, na família, no trabalho, no grupo religioso, na escola. Da mesmaforma, podem aprender a ser ou tornam-se preconceituosos e discriminadores emrelação a povos e nações.

Atualmente há um forte movimento anti-racista apoiado pela Lei 10.639/03 que

torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira na educação básica, que

instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-

Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos conteúdos do

ensino básico e a implementação das cotas raciais e ou cotas sociais, nos processos

seletivos das universidades públicas, com intuito de valorizar as raízes africanas e

superar o racismo. Essas conquistas são importantes, mas o fato de se fazer necessário a

implementação de uma lei e de um sistema de cotas para garantir aquilo que deveria ser

naturalmente garantido a todos indistintamente, nos coloca diante de uma realidade que

9

insistimos em negar, a de que ainda vivemos em uma sociedade excludente e racista

mas, que já possui leis que amparam os estudos e mudanças a serem feitas na educação

Conforme Conselho Nacional da Educação Projeto de Resolução, Parecer CNE/CP

003/2004 que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações

Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em seu Art.

3º resolve:

§1° A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação eprodução de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores queeduquem cidadãos quanto ao seu pertencimento étnico-racial - descendentes deafricanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos - capazes deinteragir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, ter igualmenterespeitados seus direitos, valorizada sua identidade e assim participem daconsolidação da democracia brasileira. (BRASIL, 2004 p. 20).

Parece que estamos caminhando na contra mão, quanto mais falamos sobre

diversidade, mais reforçamos as desigualdades. Diante dessa realidade e da citação

acima, a escola tem papel importantíssimo na desconstrução da mentalidade racista e

discriminadora e também na eliminação da discriminação e do preconceito dentro das

escolas, para a emancipação dos grupos discriminados, com vistas a formar o cidadão,

de qualquer raça, livre de preconceitos dentro de espaços democráticos e igualitários.

Para tanto, nas escolas sabe-se da necessidade desses estudos para o próprio

crescimento e até mesmo conhecimento das raízes que deram origem ao povo brasileiro

e a embasamento cultural que se vivencia atualmente.

De acordo com o site do Portal da Cultura Afro-brasileira (2012, p. 01)

Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasilque sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos doBrasil colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maiorparte, trazida pelos escravos negros na época do tráfico transatlântico deescravos.

A contribuição do negro no Brasil foi muito além do setor econômico e dos serviços

que necessitasse força. Os costumes, rituais religiosos, na arte, dança, culinária, música

entre outras contribuições ajudaram a enriquecer o acervo cultural do nosso país.

A seguir apresentaremos as contribuições da cultura afro no Brasil, tais como: na

religião, dança, música, culinária,

103.1.1 A fé e religião

Hoje em dia esta cultura está presente no dia a dia do brasileiro, colaborando em

vários aspectos para crescimento do pluriculturalismo da nação. Muitos brasileiros

assumem religiões africanas, que segundo o Portal da Cultura Afro-brasileira [s.a] existem

as seguintes, consideradas religiões afro-brasileiras: Babaçuê, Batuque, Cabula,

Candomblé, Culto aos Egungun, Culto de Ifá, Macumba, Omoloko, Quimbanda, Tambor-

de-Mina, Terecô, Umbanda, Xambá, Xangô do Nordeste, Confraria, Irmandade dos

homens pretos e Sincretismo. Todas elas seguidas por brasileiros em vários lugares do

país.

As principais religiões afro-brasileiras inclusas no Brasil são o candomblé e a

umbanda. De acordo com o Portal Brasil (2001, p. 01) o candomblé é:

Religião afro-brasileira que cultua os orixás, deuses das nações africanas delíngua ioruba dotados de sentimentos humanos como ciúme e vaidade. Ocandomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX com o tráfico de escravosnegros da África Ocidental.

Ainda o Portal Brasil (2001, p. 01) “Umbanda é uma religião brasileira nascida no

Rio de Janeiro nos anos de 1920, da mistura de crenças e rituais africanos e europeus”.

De acordo com o site do afro ao brasileiro:

Nas religiões afro-brasileiras a música é um elemento constitutivo do culto, dandoforma a conteúdos inexprimíveis por outras linguagens. Todos os rituais do cultosão apoiados também na música, que mostra um caráter estruturante das diversasexperiências religiosas vividas por seus fiéis. Do paó (palmas usadas parareverência no candomblé) aos toques (xirê ou giras), a música faz parte de cadacerimônia, constituindo-a, delimitando situações e ordenando o conjunto daspráticas extremamente detalhadas. (AMARAL &SILVA, 2011, p. 01)

Essas religiões trazidas pelos africanos e assumidas pelos brasileiros fazem deles

pessoas de fé, crentes em seus deuses, com muitos ritos, reverências e músicas.

3.1.2 O estilo de dança

Para vários estudiosos da cultura afro-brasileira a dança e a música são elementos

importantes na construção da identidade esses povos. Encontramos nas manifestações

11da cultura popular o jongo, batuque, samba reggae, afoxé, samba de roda, dança do

maculelê, reggae e danças rituais.

Uma dança, também considerada um esporte, que até hoje é praticada e

prestigiada por muitos é a capoeira.

Segundo Batista e Carvalho (2009, p. 01)

A capoeira foi, no início, praticada nas senzalas, à noite, ocasião em que osescravos ficavam com os braços acorrentados. Justifica-se assim o fato de acapoeira ser praticada com os pés. No entanto existe outra versão para a origemda capoeira. Era quando os negros, denominados negros de ganho, escravos oulibertos que vendiam alimentos pelas ruas viam as perspectivas de suasmercadorias serem roubadas. Para protegerem sua mercadoria movimentavam ocorpo numa coreografia diferente e com o movimento brusco dos pés, afastavamos que os ameaçavam. Como sua mercadoria ficava em cestos chamados decapoeiras, os movimentos de defesa passaram a ter este nome.

Os brasileiros herdaram muitas coisas em suas culturas e crenças dos africanos,

sendo até hoje zelada e praticada por muitas pessoas. Muito se vê crianças em aulas de

capoeira e campeonatos, para ver quem é o melhor. Nas escolas também se ensina o

que é essa dança, que pode servir como prática desportiva, pois movimenta e da grande

flexibilidade ao corpo, mas serve principalmente para divulgar e valorizar essa cultura de

origem negra.

3.1.3 Os ritmos na música

Os motivos que levam o povo africano cantar e dançar não poderiam ser mais bem

expressados do que no relato do jornalista da equipe de Leonardo Boff, Washington

Novaes:

”Há alguns anos, na África do Sul, impressionei-me ao ver que bastava sereunirem três ou quatro negros para começarem a cantar e a dançar, com umlargo sorriso. Um dia, perguntei a um jovem motorista de táxi: ”Seu povo sofreu eainda sofre muito. Mas basta se juntarem umas poucas pessoas e vocês estãodançando, cantando, rindo. De onde vem tanta força?” E ele: “Com o sofrimento,nós aprendemos que a nossa alegria não pode depender de nada fora de nós. Elatem de ser só nossa, estar dentro de nós.” (BOFF apud NOVAES, 2013, p. 01)

Se todos pensassem assim, mais felizes seríamos, pois é na simplicidade deste

povo que está a alegria estampada na música popular brasileira, que é fortemente

influenciada pelos ritmos dos povos africanos, que, apesar do sofrimento e das torturas

sofridas desde o Brasil Colônia, mantiveram viva sua cultura. As expressões de música

12afro-brasileira mais conhecidas são o samba, o maracatu, o ijexá, o coco, o jongo, o

carimbó, a lambada, o maxixe e o maculelê.

Conforme o site do afro ao brasileiro (2011, p. 01)

A incorporação dos ritmos africanos dos terreiros ao repertório musical brasileirose expressa em estilos musicais populares como o lundu, maxixe, coco, lelê,tambor-de-crioula, “sotaques” de bumba-meu-boi, jongo, maculelê, maracatu,afoxé e o samba, entre muitos outros.

Sempre foi próprio da raça africana a música, a instrumentação fazendo parte da

cultura como forma de alívio para a alma, um apelo às melodias e seus rituais.

Ainda de acordo com o site do afro ao brasileiro (2011, p. 01)

As letras dos sambas, cantadas ao fim das “rodas de santo” nas casas das tiasbaianas, ou nos encontros festivos populares, como a Festa da Penha, refletiam ocotidiano dos grupos negros do Rio de Janeiro e a própria importância da músicaneste cotidiano. Descrevem, entre outros temas, a pobreza, os amores, traições, amalandragem, a comida, o jogo, a política, conflitos com a polícia, e, permeandotudo isso, frequentemente, o papel da macumba e do feitiço como instrumentos deinterferência em favor próprio nas vicissitudes do dia-a-dia.

Lembrando que para eles, e também para os brasileiros, a música, a diversificação

de instrumentos para cada tipo de melodia é muito importante, pois muitos vivem da

música e da dança.

Muitas músicas no decorrer dos anos foram compostas por vários artistas retratam

a vida dos negros, seus oferecimentos e a vida que levavam, uma certa mistura de

religiosidade, mistério, prostração, as vezes até mesmo com caráter exótico.

Nas décadas seguintes essa religiosidade, impulsionada pela crescentevisibilidade adquirida pela umbanda no sudeste, e pela continuada e crescentetematização do candomblé, sobretudo nos meios artístico e acadêmico, foi, aospoucos, conquistando legitimidade entre as classes médias e brancas sendocantada em novas versões. (AMARAL &SILVA, 2006, p. 204)

Hoje é cada vez maior o número de música e cantigas de origem africana cantada

por baianos e brasileiros em si.

3.1.4 O diferencial na culinária

A comida brasileira é muito saborosa e variada, isso é resultado da mistura de

temperos e ingredientes trazidos pelos povos que colonizaram o Brasil e também dos

13ingredientes usados pelos indígenas que habitavam essas terras. Os índios se

alimentavam de frutas, mandioca, peixes e carnes da caça; os portugueses trouxeram o

pão, o queijo, o arroz, os doces e vinho, já os escravos, como se alimentavam dos restos

que seus senhores lhes destinavam, precisavam ser criativos e da mistura de

ingredientes, especiarias e da memória que traziam da sua cultura, preparavam seu

alimento em tachos de ferro. (STRECKER, 2006, p. 01).

Conforme Andrew (2012 p. 01)

A participação da cozinha - ou das cozinhas - africanas no processo do sistemaalimentar brasileiro apresenta um aspecto particular. Ela se vem fixando na dietado povo desde o século XVIII. Por esse tempo, muitos dos pratos africanos jáeram correntes na alimentação popular, vendidos nas ruas da cidade negra daBahia, por "escravos-de-ganho".

As comidas são feitas em terreiros e outros mesmos oferecidos nos tabuleiros aos

orixás. Segundo o Portal da Cultura Afro-brasileira, (2006, p. 01) “a culinária baiana é a

que mais demonstra a influência africana nos seus pratos típicos, como acarajé, caruru,

vatapá e moqueca”. Não se pode esquecer de mencionar a feijoada, um dos pratos

preferidos dos brasileiros, também tem origem na senzala. Enquanto as melhores carnes

alimentavam os senhores, os escravos ficavam com as sobras: pés e orelhas de porco,

linguiça, carne-seca, etc., eram misturados com feijão preto ou mulatinho e cozidos num

grande caldeirão.

3.1.5 Contribuição de ideias na literatura

A literatura infantil é um ótimo recurso para o trabalho de conscientização e

valorização da criança negra/afrodescendente em sala de aula, objetivando a construção

da identidade da criança, de qualquer raça, desprovidos de pré-conceitos distorcidos e

preconceituosos.

Conforme Mariosa e Reis (2011, p.01)

A construção da identidade da criança é algo que vai passar inevitavelmente pelosreferenciais que forem a ela apresentados. [...] os brinquedos, os personagens dedesenho animado e as histórias infantis. [...] uma, é através da oralidade e a outraatravés dos livros. Tanto em uma como em outra a criança vai deparar com ospersonagens principais, os heróis, as mocinhas, os animaizinhos, os príncipes eas princesas, as fadas, dentre outros. O que encontramos nestas histórias sãopersonagens de origem europeia, mocinhas brancas e frágeis esperando porpríncipes, também brancos, que irão salvá-las.

14Esses conceitos são repassados há gerações, não por culpa dos pais ou das

próprias crianças, mas de um sistema político e econômico de interesse de poucos, que

colonizaram nosso país e ainda detém o poder do capital, dos meios de produção e

também dos meios de comunicação, como é o caso do Brasil, nosso foco de estudo. Essa

ideologia dominante leva a criança negra a acreditar que é inferior e a querer ser branca

para não ser discriminada, e a criança branca a acreditar que é mesmo superior às

demais.

De acordo com Barreiros (2010, p. 05)

Após a implementação da Lei 10.639/2003, e como forma de (re)conhecimento dacultura negra na construção da sociedade brasileira, muitas obras de literaturainfantil antigas foram reeditadas, algumas traduzidas e outras criadas, visandoatender uma demanda educacional sobre o referido tema. Essas produções sãoalvos de várias pesquisas, que, em geral, buscam compreender a representaçãodo negro nelas veiculadas.

Ainda para mesma autora, a literatura infantil oferece uma gama de informações e

representações, através das quais o leitor pode, além de desenvolver a leitura, adquirir

novos conhecimentos e valores que os auxiliam em situações da vida real. Quanto a

criança, as histórias infantis, como as fábulas e os contos de fada, auxiliam no

desenvolvimento cognitivo através do processo de representações e construções

simbólicas. A literatura de temática afro-brasileira contribui para romper com conceitos

fundamentados nas desigualdades e para construir uma nova visão baseada na

valorização da diversidade.

A escola como formadora de opinião é responsável por essa construção e

desconstrução de conceitos, para tal pode se munir de recursos literários que mostrem o

outro lado dos contos de fada. Que as princesas não sejam sempre brancas e as negras

não sejam só as empregadas ou as personagens más das histórias. Na literatura

encontramos títulos muito interessantes para trabalhar e valorizar a cultura negra, a

diversidade e respeito ao direito do outro, tais como: Menina Bonita do Laço de Fita; A

Felicidade não tem Cor; As Tranças de Bintou; Diversidade, e muitos outros, que farão

parte da intervenção pedagógica relacionada a esta unidade didática.

15 4 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA

4.1 1º Momento:

Atividades Iniciais

Tempo: 2 aulas de 50 minutos.

Recurso Didático: Internet e dicionários.

Objetivo: Conscientizar sobre os aspectos negativos do preconceito, da discriminação e

bullyng racial na comunidade escolar.

Na primeira atividade de implementação, serão lançadas aos alunos palavras

relacionadas ao tema, tais como:

Racismo - é a convicção sobre a superioridade de determinadas raças, com base em

diferentes motivações, em especial as características físicas e outros traços do

comportamento humano.

Diversidade - significa variedade, pluralidade, diferença. É um substantivo feminino que

caracteriza tudo que é diverso, que tem multiplicidade.

Diversidade cultural - são os múltiplos elementos que representam particularmente as

diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a religião, os costumes, a

organização familiar, a política, entre outros, que reúnem as características próprias de

um grupo humano em um determinado território.

Raça e etnia - não são sinônimos, mas o conceito de raça é associado ao de etnia. Etnia

é uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais. A palavra etnia

é derivada do grego ethnos, que significa povo. A diferença entre raça e etnia, é que etnia

também compreende fatores culturais, como a nacionalidade, religião, língua e as

tradições, enquanto raça compreende apenas os fatores morfológicos, como cor de pele,

constituição física, estatura, etc. A palavra etnia, muitas vezes, é usada erroneamente

como um eufemismo para raça.

Homofobia – significa versão irreprimível repugnância, medo, ódio, preconceito que

algumas pessoas, ou grupos nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e

transexuais.

Xenofobia - significa aversão a pessoas ou coisas estrangeiras. O termo é de origem

grega e se forma a partir das palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo). A

xenofobia pode se caracterizar como uma forma de preconceito ou como uma doença, um

transtorno psiquiátrico. O preconceito gerado pela xenofobia é algo controverso.

16Geralmente se manifesta através de ações discriminatórias e ódio por indivíduos

estrangeiros.

Os termos acima estão disponíveis para a pesquisa em: <http://www.significados.com.br>

Multiculturismo - é a existência de uma grande diversidade de culturas numa localidade,

cidade ou país. Na maioria os casos, não há o predomínio de uma raça ou cultura ,mas

sim, uma igualdade que considera o número de pessoas provenientes dos diferentes e

mais longínquos pontos do globo.

Disponível em: <http://multiculturalismogrupo5.blogspot.com.br/>

Além dos termos acima citados, os alunos poderão pesquisar outros termos e seus

significados para posterior debate no grupo, com o objetivo de conscientizar sobre a

diversidade e riqueza cultural desses povos.

4.2 2º Momento:

Análise e seleção de vídeos sobre diversidade.

Tempo: 4 aulas de 50 minutos.

Recurso Didático: Laboratório do Pró-info e do Paraná Digital (Internet)

Objetivo: Pretende-se, com o mesmo objetivo do primeiro momento, analisar os vídeos:

Diversidade e Cultura Brasileira; Cultura Brasileira Herança de Outros Povos, além de

outros vídeos sugeridos pelos alunos (as) que venham a contribuir com a temática

proposta.

Iniciar a atividade com a questão:

O que é diversidade?

Esperar as respostas dos alunos e transcrevê-las, em seguida passar os vídeos abaixo,

solicitar que procurem também outras fontes de informação, e voltar a questioná-los,

registrando novamente suas respostas para então compará-las com as primeiras e ver o

que ou se mudaram as opiniões a respeito do tema. Fazer o registro dos resultados.

http://youtu.be/x0diuzQd770

http://youtu.be/v46R9cgLkgg

Outras sugestões de vídeos sobre diversidade:

http://youtu.be/00gVGw1-Mgk

http://youtu.be/EAxcgrvxgL s

17 4.3 3º Momento:

Análise das contribuições afro-culturais mais significativas para a formação cultural

no Brasil.

Tempo: 4 aulas de 50 minutos.

Recurso didático: Laboratório do Pró-info e do Paraná Digital (Internet)

Objetivo: Analisar as contribuições afro-culturais mais significativas no Brasil, através da

pesquisa, fazer um levantamento sobre as contribuições dos povos africanos e/ou

afrodescendentes, na música, na dança, na arte, na culinária, nas brincadeiras e na

literatura, para posteriores apresentações artísticas de teatro, dança (capoeira) e comidas

típicas.

Estratégias de ação:

Dividir a turma em grupos para que pesquisem sobre as contribuições afro-culturais dos

povos africanos e/ou afrodescendentes. Cada grupo ficará responsável por um tema:

música; dança; arte; culinária; brincadeiras e literatura.

Concluídas as pesquisas, estas deverão ser socializadas no grupo para discussão.

Sugestão de vídeo:

http://youtu.be/lqiJk8NOSu4

http://youtu.be/3xLTbkkoB84

4.4 4º Momento

Leitura dos livros: “Menina Bonita do Laço de Fita”, de Ana Maria Machado;

“Diversidade”, de Tatiana Belinky; “As Tranças de Bintou”, de Sylviane A. Diouf;

para posterior interpretação e discussão.

Tempo: 5 aulas de 50 minutos

Recurso didático: Livros citados acima.

Objetivo: Compreender a importância de se valorizar nossos semelhantes como iguais

(humanos).

184.4.1 Menina Bonita do Laço de Fita - Ana Maria Machado

Resumo:

Trata-se da história de um coelho branco apaixonado pela cor de

uma menina negra. Ele que ter uma filha igual à menina, mas não

contente com isso, resolve que ele mesmo que ficar igual a ela e

começa a questioná-la sobre o que ela faz para ser assim, tão

linda, fazendo tudo o que a menina sugere: entra numa lata de

tinta preta, come jabuticabas até passar mal e toma inúmeras

xícaras de café. Como nada disso dá o resultado esperado, ele

volta mais uma vez para perguntar qual é o segredo para ser tão pretinha. Então a

lindíssima mãe da criança entra em cena e explica tudo para o curioso animal. Daí em

diante, o coelho segue um caminho e compreendeu que se quisesse ter uma filha

pretinha teria que se casar com uma coelha negra. Disponível em:

http://www.fpc.ba.gov.br/menina-bonita-do-laco-de-fita-de-ana-maria-machado-destaca-

ilustracoes-de-claudius/ - Acesso em 02/10/2014.

4.4.2 As Tranças de Bintou - Sylviane A. Diouf

Resumo:

Este livro conta a história de uma menina que vivia na África e

sonhava em ter tranças enfeitadas com conchinhas e pedras

coloridas como as meninas mais velhas e as mulheres

tinham. A avó lhe explica que as tranças são para as meninas

mais velhas porque enquanto se é menina, deve-se preocupar

em brincar e fazer coisas de criança, só mais tarde, deveria

preocupar-se com a vaidade. Porém, Bintou não fica satisfeita

e vive a perguntar por que ela tem birotes e não tranças.

Disponível em: http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/search?q=as+tran

%C3%A7as+de+bintou&x=0&y=0 - Acesso em 02/10/2014

194.4.3 Diversidade - Tatiana Belinky

Resumo:

Cada pessoa é de um jeito. A colocação é feita para a criançada,

que aprende aqui a reconhecer e respeitar as diferenças. Através

de versos simples e graciosos e ilustração caprichada, essa lição

é transmitida em forma de brincadeira.

Livro ilustrado com texto poético que trata das diferenças

físicas e psicológicas de cada ser humano e que isto é o grande

barato, pois, se fôssemos todos iguais, seria muito chato.

Disponível em:

http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2010/11/diversidade-tatiana-belinky.html

Acesso em 02/10/2014

4.4.4 PROPOSTA DE ATIVIDADE APÓS LEITURA DOS TÍTULOS CITADOS NESTA

UNIDADE DIDÁTICA:

Contamento de História

Grupo de alunos sentados no bosque, em frente da escola, debaixo das árvores, para a

leitura dos livros: “As tranças de Bintou” de Sylviane Anna Diouf; “Menina Bonita do Laço

de Fita” de Ana Maria Machado; “Diversidade” de Tatiana Belinsky. Após a leitura dos três

títulos abrir espaços para questionamentos:

O que os três títulos tem em comum?

O que é diferente?

Onde se passam as histórias?

As histórias tem alguma coisa em comum com nossas vidas?

Que sonhos temos? O que fazemos para realizá-los?

Somos persistentes como o Coelho Branco e Bintou?

Os maiores desejos de Bintou era ter tranças e do coelho branco era ser tão pretinho

quanto a menina dos laços de fita. Qual é o seu maior desejo?

Que relação essas duas histórias tem com o livro “Diversidade”?

Se fossemos todos iguais, seria melhor? Por quê?

O que há de bom ou de ruim na “diversidade”? Por quê?

20Após esse debate e troca de ideias, propor uma produção de texto, considerando os

desejos de cada um e o quanto é importante ser único, diferente, humano.

4.5 5º Momento

Pesquisa da lenda da Boneca Abayomi.

Tempo: 1 aula de 50 minutos para a pesquisa;

9 aulas de 50 minutos para confecção das bonecas de pano e dos livros de

histórias.

Recurso didático: Laboratório do Pró-info e do Paraná Digital (Internet), tecidos pretos e

coloridos, papel A4, canetas coloridas, capas e espiral para encadernação.

Objetivo: Conhecer a lenda da boneca Abayomi que mostra as dificuldades de se viajar,

sendo traficados, trazendo crianças nos navios negreiros.

Descrição da atividade: Após conhecer essa história, cada grupo deverá confeccionar

um livro infantil, utilizando as bonecas de pano, feitas por eles, para ilustrá-los. Estes

livros serão expostos para os demais alunos do colégio, no dia 20 de Novembro, Dia

Nacional da Consciência Negra.

4.6 6º Momento

Leitura do livro: “Felicidade não tem cor” de Júlio Emílio Braz (62 páginas, ilustrado)

Tempo: - Período de uma semana para que os alunos leiam o livro em casa. Após essa

leitura, far-se-ão as seguintes atividades:

- 2 aulas de 50 minutos para discutir como será montada a peça teatral e quem serão os

alunos que interpretarão cada personagem;

- 5 aulas de 50 minutos para ensaios da peça;

- 2 aulas de 50 minutos para organização e apresentação.

Recurso Didático: Cópias do livro “Felicidade não tem cor”; boneca de pano; figurinos.

Descrição da Atividade: Montagem de peça teatral baseada no livro de Júlio Emílio Braz

– Felicidade não tem cor, a ser representada pelos alunos, no Dia Nacional da

Consciência Negra.

214.6.1 Felicidade não tem cor – Júlio Emílio Braz

Resumo:

Maria Mariô, a boneca de pano negra, ficava no fundo da

caixa da sala de brinquedos da escola. Às vezes se magoava,

pois poucas crianças a procuravam para brincar; mas,

paciente e filósofa, ela se conformava. Um dia conhece Fael,

menino negro como ela. O sonho dele era ser branco, por isso

vivia pensando em ir falar com Cid Bandalheira, o disk-jóquei

da Rádio Roda-Viva, para pedir o endereço do pop star

Michael Jackson, que sabia o segredo para virar branco. O

que Fael não aguentava eram os apelidos que lhe davam: Carvão, Negão, e outros ainda

piores. Seu grande inimigo é Romãozinho, com quem acaba se engalfinhando na escola.

É suspenso, sente-se injustiçado e incompreendido até pelos pais e assim resolve fugir,

decidido a buscar ajuda com Cid Bandalheira. Nessa fuga, leva junto a boneca, que se

tornara sua confidente. Depois de muitos percalços, ele chega aos estúdios da Rádio

Roda-Viva. Ali, uma surpresa o espera: seu ídolo, o maior disk-jóquei do planeta, o exímio

dançarino, vive numa cadeira de rodas. Depois de uma longa conversa, Fael entende que

não se pode dar asas ao preconceito e desiste da sua ideia. Passa a aceitar-se, desvia

suas energias para coisas mais gratificantes e assim amadurece mais feliz.

Disponível em: http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2010/05/felicidade-nao-

tem-cor-julio-emilio.html - Acesso em 16/09/2014.

A partir dessas estratégias de ação, a implementação buscará atingir os objetivos

propostos nesta unidade didática, desenvolvendo as atividades de pesquisa, leitura e

apresentações artísticas preparadas por (amostragem) alunos do 6º ao 9º Ano, com o

apoio da bibliotecária e das professoras de Língua Portuguesa e Arte do Colégio Estadual

Castro Alves – Ensino Fundamental e Médio.

225 CRONOGRAMA

5.1 CRONOGRAMA 2015

AtividadesRealizadas

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Aplicação

da Unidade

Didática

X X X

Discussão

do Material

no GTR

X X X X

Registro e

AvaliaçãoX X X

Escrita do

ArtigoX X X X X

Encontros

com

Orientador

X X X X X X X X X X

236 REFERÊNCIAS

ANDREW, Thomas. Origem da Culinária Afro-brasileira. Disponível em:<http://culinaria-afro-brasileira.blogspot.com.br/>. Acesso em: 07 de maio de 2014.

AMARAL, Rita; SILVA, Vagner Gonçalves. Foi Conta Para Todo Canto: As ReligiõesAfro-Brasileiras nas Letras do Repertório Musical Popular Brasileiro. Disponívelem:<http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia34_pp189_235_Amaral_Vagner.pdf> Acessoem: 01 de jul. de 2014.

AMARAL, Rita; SILVA, Vagner Gonçalves. Portal do afro ao brasileiro: Música Populare cultura religiosa afro-brasileira. Disponível em:<http://www.doafroaobrasileiro.org/contacanto1.html> Acesso em: 07 de maio de 2014.

BARREIROS, Ruth Ceccon. Leitura e Formação Identitária na Literatura InfantilAfrobrasileira. In: II Seminário Nacional em Estudos da Linguagem, Diversidade, Ensinoe Linguagem UNIOESTE – Cascavel, Anais Cascavel: UNIOESTE, 2010. Disponível em:<cac-php.unioeste.br/>.Acesso em: 26 de maio de 2014. BATISTA, Luiza H. C; CARVALHO, Simone A. de. A Trajetória do Negro no Brasil e aimportância da Cultura Afro. Alegre: 2009. Disponível em:<http://www.webartigos.com/artigos/a-trajetoria-do-negro-no-brasil-e-a-cultura-afro/37626/> Acesso em: 01 de maio de 2014.

BOFF, Leonardo. et al. Por que no meio da dor os negros, dançam, cantam e riem.Disponível em: <http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2013/12/11/por-que-no-meio-da-dor-os-negros-dancam-cantam-e-riem/> Acesso em: 25 de maio de 2014.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura-MEC. Parecer CNE/CP 003/2004. Disponívelem: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/003.pdf> Acesso em: 22 de maio de 2014.

BRASIL. Ministério da Educação- UNESCO. Contribuições para Implementação da Lei10.639/03. Disponível em:<http://www.acordacultura.org.br/sites/default/files/documentos/contribuicoes_para_implementacao_da_lei.pdf> Acesso em 22 de maio de 2014.

MARIOSA, Gilmara Santos; REIS, Maria da Glória. A Influência da Literatura InfantilAfro-Brasileira na Construção das Identidades das Crianças. Disponível em:<http://www.uel.br/pos/letras/EL/vagao/EL8AArt06.pdf> Acesso em 25 de maio de 2014. MUNANGA, Kabengele. Superando o Racismo na Escola. Ministério da Educação,Secretaria da Educação e Diversidade, 2ª edição, 2005. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/racismo_escola.pdf.

24Acesso em 01de maio de2014

PAIVA, Eduardo França. Escravidão e Universo Cultural na Colônia. Minas Gerais:UFMG, 2001.

PORTAL Brasil: Religiões Afro-Brasileiras. Disponível em:<http://www.portalbrasil.net/religiao_religioes_afrobrasileiras.htm> Acesso em: 07 de maio de 2014.

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STRECKER, Heidi. Cultura Brasileira – Culinária afro-brasileira: Africanos enriquecema cozinha brasileira. Pedagogia e Comunicação, 2006. Disponível em:<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/culinaria-afro-brasileira-africanos-enriqueceram-a-cozinha-brasileira.htm> Acesso em: 23 de maio de 2014

VÍDEOS-DOCUMENTÁRIOS PARA ESTRATEGIAS DE AÇÃO

Trabalho de Sociologia apresentado pelas alunas Aline, Flávia, Milena, Nathali e Náthaly

do Col. Est. Dona Branca do Nascimento Miranda: Diversidade Cultural Brasileira 2010.

Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=x0diuzQd770> Acesso em 02 de junho de 2014

ELY, Willian: Cultura Brasileira Herança de Outros Povos. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=v46R9cgLkgg>. Acesso em 02 de junho de 2014.