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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · trabalho e em 1889, seguro invalidez e doença, custeados pelo empregado, empregador e Estado, serviram de base

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

APOSENTADORIA E SEUS PROCESSOS

João Luís Tusset Alvarenga1

RESUMO

O presente trabalho apresenta reflexões sobre os processos de aposentadoria dos servidores da educação do Estado do Paraná. Este trabalho pretende fornecer subsídios e saberes legais para que os servidores da educação compreendam o encaminhamento dos processos de aposentadoria, abono permanência e licença remuneratória, entre outros, a partir das leis que a apoiam a aposentadoria. Pretende-se ainda identificar os conhecimentos dos servidores e mostrar meios de acesso aos documentos pela internet. A partir da pesquisa bibliográfica e análise de dados de campo percebemos as visões de vários servidores sobre a aposentadoria e seus processos. A preocupação de repassar os conhecimentos para facilitar o servidor na leitura de seu dossiê histórico funcional, através de uma cartilha, é reforçada depois de dados analisados. Foram consultados os autores Minayo e Sanches para as abordagens quantitativa e qualitativa da pesquisa e os resultados evidenciam a necessidade de um conhecimento maior sobre as leis, evitando que o servidor seja prejudicado por falta de conhecimentos na sua carreira funcional. Palavras-chave: aposentadoria, política previdenciária, servidor da educação.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo propõe uma reflexão sobre as leis e os processos que

envolvem a aposentadoria. Aposentadoria é entendida como um direito do

tabalhador, depois de contribuir e trabalhar boa parte de sua vida. É através da

aposentadoria que o trabalhador pode desfrutar da última etapa de sua vida de

maneira digna. A aposentadoria tem sido amplamente discutida pelo Estado, uma

vez que a espectativa de vida aumentou e mudanças acerca disto tem mobilizado a

iniciativa privada e os órgãos públicos.

A definição de aposentadoria de acordo com o dicionário “Aurélio” é o “ato ou

efeito de aposentar, de deixar o serviço ou atividade”. De acordo com a Constituição

Federal, temos o princípio do direito do trabalhador à aposentadoria, compreendido

na seguridade social, destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à

previdência e à assistência social.

A relevância do assunto foi constatada através da vivência diária na

Secretaria de Estado da Educação (SEED), com as dificuldades e dúvidas que

surgem quando o servidor pretende solicitar sua aposentadoria e os benefícios afins.

1 Professor de Ciências atuando na Coordenação de Concessão de Benefícios da Secretaria de

Estado da Educação do Estado do Paraná. E-mail: [email protected]

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O trabalho orienta sobre como e quando solicitar os benefícios, através da leitura do

dossiê histórico funcional, documento de fácil acesso, mas nem sempre de fácil

compreensão, e que contém dados para o servidor sobre quando tem direito ao

benefício que pretende usufruir. Aprender a “ler” o dossiê é de grande valia para o

servidor, conforme será discutido ao longo deste artigo.

Pensando em desenvolver com os servidores, subsídios que dão base a

construção de conhecimentos de seus direitos sobre os processos de aposentadoria,

abono de permanência e licença remuneratória para fins de aposentadoria, a

pesquisa orientou-se no levantamento de dados sobre os conhecimentos dos

servidores da educação no Estado do Paraná.

O objeto deste estudo foi sendo consolidado por meio das respostas da

pesquisa a respeito dos conhecimentos sobre aposentadoria.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O servidor necessita conhecer formas de facilitar a montagem e o

encaminhamento dos seus processos de aposentadoria, abono de permanência e

licença remuneratória, fazendo uso de meios de acesso a documentos como a

internet.

A construção de processos que levem a autonomia dos sujeitos,

particularmente na educação, é fundamental. Entendo autonomia como uma

liberdade para fazer escolhas, tomar decisões, sendo a capacidade do indivíduo de

conduzir suas próprias ações. Rios lembra que,

é importante destacar que autonomia não é independência. Ela é sempre relativa - e isso não quer dizer que seja pouca. Significa, sim, que se configura pela relação e pode ser ampliada quando descobrimos - ou inventamos - possibilidades de atuação que fortaleçam a afirmação da cidadania, de uma articulação estreita de direitos e deveres e de um trabalho efetivamente coletivo. (2009, p.58)

É necessário, também, que conheça o momento adequado para fazer o

pedido de qualquer desses benefícios para não ser prejudicado financeiramente, o

que implica conhecer os requisitos básicos de concessão para os mesmos.

Um termo jurídico que acredito possa iniciar esta fundamentação seria:

"Dormientibus non socurrit jus", o qual significa "O Direito não socorre os que

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dormem". Ou seja, devemos conhecer os nossos direitos, estando atentos às leis

segundo as quais somos governados.

2.1 Seguridade Social e seus princípios

Seguridade Social é o conjunto de ações de iniciativas integradas, vindas da

sociedade e dos poderes públicos, visando assegurar os direitos à assistência

social, à saúde e à previdência social.

Martins (2002, p. 19), afirma que:

o Direito da Seguridade Social é um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de Proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prever as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Nota-se que estamos tratando de um conjunto de medidas que venham a

proteger o indivíduo de algum risco ao qual esteja sujeito.

2.2 História da origem da proteção social

As primeiras ideias sobre o assunto surgiram na Grécia e na Roma antigas,

quando a sociedade, que se tornava mais complexa, percebeu a necessidade de

prestar assistência àqueles que estavam em dificuldade. Essa assistência tinha um

cunho mutualista, isto é, havia contribuição de todas as partes envolvidas para sua

efetivação.

Na Roma antiga tinha-se o “pater familias”, que seria o “pai de família”, cuja

obrigação de proteção se estendia além dos familiares, abrangendo todo o grupo,

incluindo até os servos e parceiros comerciais. Nessa época surgiram também

corporações profissionais para administrar os fundos arrecadados, visando

seguridade para seus membros.

No século XVII, na Inglaterra, a Lei dos Pobres, editada em 1601, foi um

grande passo na direção da assistência social. A partir dessa lei seguiu-se a

regulamentação do auxílio aos necessitados, que passaram a ter direito à

assistência do Distrito ao qual pertenciam. Foi no século XIX, na Alemanha, com

Otto Von Bismark, que de fato as ideias de direito previdenciário começaram a tomar

forma. Em 1883, a criação do seguro doença; em 1884, o seguro de acidente de

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trabalho e em 1889, seguro invalidez e doença, custeados pelo empregado,

empregador e Estado, serviram de base para a nossa Constituição.

No Brasil, a Constituição de 1891 aparece a expressão aposentadoria, mas

só em 1934 a Constituição Federal previu a contribuição do trabalhador, do

empregador e do Estado, para financiar a Previdência Social, tal qual ocorre hoje.

Na Constituição de 1937, instituiu-se os seguros de vida, invalidez e velhice e criou-

se o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado. Então, com o

Decreto-lei 8742, de 19 de janeiro de 1946, criou-se o Departamento Nacional de

Previdência Social, e, em 1960, com a Lei Orgânica 3807 da Previdência Social,

houve a unificação de todos os setores previdenciários existentes.

Em 1988, com o retorno do Estado Democrático, a Constituição desse mesmo

ano promove um reforço quanto aos direitos fundamentais individuais e sociais,

através do art.60 §40, II, que impede qualquer supressão dos mesmos. Isto é,

ninguém será privado da dignidade humana, pois lhe é garantido por essa

Constituição Cidadã, a assistência mínima existencial, num sistema onde a saúde e

a assistência social não dependem de custeio.

2.3 Previdência Social

Do latim praevidentia, originou a palavra previdência. Que significa prever,

assegurar-se para algum problema futuro.

De acordo com Russomano (1983 p.02), “a Previdência Social tem sua

história ligada a 2 tentativas inatas do homem: poupança e a caridade”. Isto porque

o homem tem uma necessidade de se assegurar para o futuro, além de ter

naturalmente um sentimento de solidariedade se manifestando na ajuda aos mais

necessitados.

Já segundo Martinez (1995 p.136), “ a Previdência Social surgiu quando o

homem teve a compreensão de, sozinho, ou mesmo em família, isoladamente, não

pode suportar o peso dos encargos produzidos pelos riscos sociais”.

Deste modo, o homem não podia se firmar apenas na religião e começou a

agrupar-se para suportar os encargos que viriam. Surgindo assim a Previdência

Social.

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2.3.1 Tipos de Previdências no Brasil

A Previdência, no Brasil, divide-se em previdência privada e previdência

pública. A previdência privada pode ser aberta ou fechada. A aberta é para todos,

feita por seguradoras ou bancos. Já a fechada ocorre em algumas empresas onde

os associados tem um fundo de pensão como por exemplo a PREVI do Banco do

Brasil. Quanto à previdência pública, esta se divide em Regime Geral de Previdência

Social (RGPS) e Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

O Regime Geral de Previdência Social está amparado pelo Ministério da

Previdência Social (MPS), estando a cargo de um de seus órgãos, o Instituto

Nacional de Seguro Social (INSS). Abrangendo os trabalhadores da iniciativa

privada e até servidores públicos, quando assim desejarem ou mesmo quando o

ente federativo (Município, por exemplo) não tenha um regime próprio.

Regime Próprio de Previdência Social, o qual contempla os entes federativos,

tais como União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Sendo que o RPPS é

orientado, acompanhado e supervisionado pelo Ministério da Previdência Social.

2.4 Regime Próprio de Previdência Social para os Servidores Públicos

Neste regime encontram-se a maioria dos servidores públicos (municipais,

estaduais e federais). No Estado do Paraná, temos Paranaprevidência como a

instituição responsável pelo Regime Próprio de Previdência Social.

Pela Lei 12398 de 31.12.1998 o Sistema de Seguridade do Paraná transforma

o Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado do Paraná (IPE)

em Serviço Social Autônomo – PARANAPREVIDÊNCIA (PRPREV).

Em nosso Estado o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), no que se

refere à Secretaria de Educação (SEED), abrange servidores do Quadro Próprio do

Magistério (QPM), do Quadro Único de Pessoal (QUP - servidores sem formação

acadêmica), do Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE), do Quadro dos

Funcionários da Educação Básica (QFEB).

2.5 Termos muito usados em processos de aposentadoria

Os processos de aposentadoria utilizam uma variada nomenclatura que

adquirem uma conceituação específica. Portanto, torna-se fundamental, antes de

avançar na tessitura deste artigo, discorrer sobre alguns conceitos.

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2.5.1 Dossiê Histórico Funcional

É o registro da vida do servidor em uma determinada linha funcional (LF). Foi

implantado em outubro de 2007 em substituição ao antigo RHC (Relatório Histórico

Funcional). Ambos os históricos são coordenados pela CELEPAR. É a partir do

Dossiê que serão analisados os direitos do servidor, direitos estes que variam desde

uma licença até uma aposentadoria.

No Dossiê deve aparecer a maioria dos dados do funcionário, tais como:

nome, RG, CPF, sexo, data de nascimento, Portarias e Resoluções, contagens de

tempo, licenças, afastamentos, férias, faltas entre outros, com o número dos

protocolados (caso hajam processos).

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2.5.2 Paridade

É a revisão dos proventos na mesma proporção e na mesma data. Assim,

sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, serão

modificados os proventos dos inativos.

2.5.3 Média salarial

É uma base de cálculos criada através da Lei 10887/04, ocorrendo em

aposentadorias voluntárias pela EC 41, art.40 e art.2º, aposentadoria por invalidez e

aposentadoria compulsória, das quais trataremos adiante. É feito pela PRPREV um

levantamento do todos os salários desde julho de 1994 (troca da moeda), corrigidos,

até os dias atuais. É separado 80% dos maiores salários e feito uma média. Haverá

uma comparação entre esta média e o salário atual. O menor destes será a

aposentadoria.

2.5.4 Tempo de Cargo

De acordo com o art.3º da Lei 6174/70 “Cargo é o conjunto de atribuições e

responsabilidades cometidas a um funcionário, identificando-se pelas características

de criação por lei, denominação própria, número certo e o pagamento pelos cofres

do Estado”. Este tempo de cargo se inicia a partir do efetivo exercício do funcionário

no órgão público, através de concurso, podendo mudar através de sua carreira. O

tempo mínimo de cargo para o servidor ter direito à aposentadoria voluntária é de 05

anos.

2.5.5 Tempo de Carreira

O tempo de carreira começa a ser exigido no art.6º da Emenda Constitucional

41 de 2003 e art.3º da Emenda Constitucional 47 de 2005. Podemos declarar que

carreira é a união de todos os cargos. O tempo de carreira só é contado dentro do

Estado do Paraná. Os tempos de Prefeitura e particulares aqui não serão contados.

2.5.6 Tempo de Serviço Público

É o tempo prestado em qualquer órgão público, seja ele municipal, estadual

ou federal, tais como prefeituras municipais, secretarias de estado, forças armadas,

antigo Banestado, e outros. Vale lembrar que o tempo pela Paranaeducação e o

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tempo de PSS (Processo Seletivo Simplificado) ou CRES (Contrato de Regime

Especial), não contam como serviço público.

O tempo de cargo e de carreira é serviço público. Entretanto, quanto é feito

processo de contagem de tempo, temos que observar se há período trabalhado em

órgão público, para que possamos adicioná-lo. Esta é uma das razões da anexação

do processo de contagem de tempo (caso o tenha) ao processo de aposentadoria ou

de abono de permanência.

Para a aposentadoria e o abono de permanência, o mínimo de tempo de

serviço público é de 10 anos.

2.5.7 Tempo de Serviço Público

É o tempo prestado em qualquer órgão público, seja ele municipal, estadual

ou federal, tais como prefeituras municipais, secretarias de estado, forças armadas,

antigo Banestado, e outros. Vale lembrar que o tempo pela Paranaeducação e o

tempo de Processo Seletivo Simplificado (PSS) ou Contrato de Regime Especial

(CRES), não contam como serviço público.

O tempo de cargo e de carreira é de serviço público. Entretanto, quanto é feito

processo de contagem de tempo, temos que observar se há período trabalhado em

órgão público, para que possamos adicioná-lo. Esta é uma das razões da anexação

do processo de contagem de tempo (caso o tenha) ao processo de aposentadoria ou

de abono de permanência.

Para a aposentadoria e o abono de permanência, o mínimo de tempo de

serviço público é de 10 anos.

2.5.8 Pedágio

É um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo

que, um dia antes da data da publicação da Emenda Constitucional 20 (16.12.1998),

faltaria para atingir o limite de tempo para aposentar-se.

O cálculo do pedágio é feito automaticamente pelo sistema. O pedágio foi

criado em um período de transição e só aparece no artigo 8º da Emenda

Constitucional 20 e no artigo 2º da Emenda Constitucional 41. Ele só é utilizado

quando o funcionário tem muito tempo de contribuição e pouca idade (mínimo de 48

para mulher e 53 para homem). Só terão direito ao pedágio os funcionários que se

efetivaram no Estado antes de 31.12.2003 (data da Emenda Constitucional 41). E

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mesmo quando tiver direito ao pedágio como meio à aposentadoria, na maioria das

vezes não é interessante, visto que há um redutor de salário quando envolve

pedágio.

2.5.9 Efetivo exercício do magistério

Corresponde ao tempo exercido em estabelecimento de ensino como

professor da educação infantil, fundamental ou médio, além de direção,

coordenação e supervisão (Lei 11301/06 e Decreto 4212/09). Entrando também os

professores readaptados em estabelecimento de ensino(Lei 15308/06). Lembrando

que o tempo como professor em prefeituras e escolas particulares também é

contado como efetivo exercício, só que pela PRPREV.

2.5.10 Adicionais

De acordo com as Leis vigentes, podemos constatar que os adicionais de

05% sobre o salário base (quinquênio), são implantados de forma automática.

Haverá um acréscimo de 05%, a cada 05 anos de exercício, até 25 anos de serviço

(art.170 da Lei 6174/70). Posteriormente, a partir de 31 anos de serviço, o servidor

terá um acréscimo de 05% a cada ano trabalhado (anuênio pelo art.171). Sendo que

as professoras terão este direito a partir de 26 anos de serviço (Lei Complementar

103/2004, parágrafo único).

Vale lembrar que nem todo o tempo de contribuição entra como adicional,

apenas serão contados os tempos como Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT),

Suplementarista, Geplanepar, antigo Banestado, se já incluídos como contagem de

tempo, entrarão como adicionais. Entretanto, se ainda não foi feito o processo de

Contagem de Tempo de Serviço, este adicional só será contado a partir do pedido

protocolado.

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2.5.11 Proventos Proporcionais

Corresponde a remuneração (na aposentadoria) proporcional ao tempo

trabalhado. A proporcionalidade ocorre também nas gratificações, tais como período

noturno, direção, acréscimo de jornada, aulas extraordinárias, entre outras. É bom

esclarecer que a proporcionalidade é feita pela PRPREV por mês. (Acórdão

3.155/14 – TC).

2.5.12 Curiosidade sobre aposentadoria

Pelo Regime Próprio da Previdência Social (RPPS) o servidor poderá ter: 02

aposentadorias como professor (02 linhas), não interessando a carga horária; 01

aposentadoria como professor e uma como técnico; 01 aposentadoria como

professor e uma como Juiz.

Além dessas aposentadorias vistas anteriormente, o servidor ainda poderá ter

uma aposentadoria pelo INSS e também uma aposentadoria privada (feita por

bancos ou seguradoras).

As aposentadorias para os servidores da Secretaria de Estado da Educação e

da Secretaria de Administração e Previdência baseadas na Constituição de 1988

são: Quadro Próprio do Magistério ou Professores (QPM), do Quadro Único dos

Servidores, que compreende os servidores sem formação acadêmica (QUP), Quadro

Próprio do Poder Executivo (QPPE) e Quadro dos Funcionários da Educação Básica

(QFEB).

2.6 Tipos de aposentadorias

Apresentaremos os tipos de aposentadoria existentes no Brasil, bem como

quais os requisitos para ser contemplado com esse benefício.

2.6.1 Aposentadoria Compulsória

O servidor, de ambos os sexos, quando alcançar 70 anos é aposentado

automaticamente. A aposentadoria poderá ser integral ou proporcional. Integral no

caso do servidor já ter alcançado o tempo de contribuição (30 anos para mulher e 35

anos para homem), ou proporcional, sendo que a base de cálculos será feita pela

média de contribuição (Lei 10887/04), a partir de julho de 1994 (ano que houve a

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mudança da moeda) com uma proporcionalidade ao tempo trabalhado. Nunca

recebendo menos que um salário mínimo.

2.6.2 Aposentadoria por Invalidez

Esta é uma aposentadoria onde o servidor é incapaz de desempenhar o seu

trabalho e será aposentado compulsoriamente por incapacidade de desempenha-lo.

Ocorrendo com frequência em caso de doença muito grave.

A base de cálculos poderá ser feita sob duas formas: para quem entrou antes

da Emenda Constitucional 41 de 31.12.2003, será integral e com paridade; para

quem entrou após a Emenda Constitucional 41, será pela média das remunerações,

a partir de julho de 1994 e sem paridade, entretanto haverá um reajuste para não

perder o valor real, de acordo com o §8º da própria EC 41.

2.6.3 Aposentadoria Voluntária Proporcional por Idade

O servidor poderá aposentar-se proporcionalmente ao tempo trabalhado. Mas

para isso é necessário que tenha 05 anos de cargo de 10 anos de serviço público, e

ainda uma idade mínima que é de 60 anos para mulheres e 65 anos para homens.

Os cálculos para os proventos são pela média (atualizada), a partir de julho de

1994, sendo que não há paridade. Nunca recebendo menos que um salário mínimo.

2.6.4 Aposentadoria voluntária

A especificidade desta modalidade de Aposentadoria Voluntária, refere-se ao

mencionado pelos art. 3º, 8º e 40 da EC 20 de 15.12.1998 do Diário Oficial da União

de 16.12.1998, art. 2º, 6º e 40 da EC 41 de 19.12.2003 do Diário Oficial da União de

31.12.2003 e pelo art. 3º da EC 47 de 05.07.2005 do Diário Oficial da União de

06.07.2005.

É assegurada a concessão de aposentadoria e pensão, a qualquer tempo,

aos servidores públicos e aos segurados do regime geral de previdência social, bem

como aos seus dependentes, que, até a data da publicação destas Emendas,

tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base nos

critérios da legislação então vigente. Existem vários artigos que se referem a

aposentadoria voluntária, com especificações para cada um deles.

2.7 Aposentadoria na Secretaria de Educação do Paraná

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As responsabilidades da Coordenação de Concessão de Benefícios (CCB) da

Secretaria de Estado da Educação (SEED) são as seguintes: aposentadoria; revisão

de proventos; licenças; abono permanência; reassunção; exoneração; contagem de

tempo; certidão de contribuição previdenciária; acervo; férias; abandono de cargo.

2.7.1 Aposentadoria

Para se aposentar na forma integral, deverão ser cumpridos dois requisitos:

idade e tempo de contribuição. Nas aposentadorias integrais como professor, o

homem deverá ter no mínimo 30 anos de contribuição e 55 anos de idade. No caso

da mulher, 25 anos de contribuição e 50 anos de idade. Em se tratando de

vantagem previdenciária quanto à profissão, a atividade de professor reduzirá em

cinco anos o tempo de contribuição e a idade, com relação às outras atividades

habituais. A profissão é considerada como atividade especial quando ministrada na

Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio.

As aposentadorias para os demais servidores da educação que não são

professores ou para aqueles professores que não estão atuando em

estabelecimento de ensino, deverão ter no mínimo 35 anos de contribuição e 60

anos de idade, se homem, e 30 anos de contribuição e 55 anos de idade, se mulher.

2.7.2 Revisão de Proventos

Após ter se aposentado, o servidor pode não estar satisfeito com seus

proventos, se sentindo de alguma forma lezado. Neste caso, irá protocolar um

processo de revisão de proventos, que será encaminhado à PRPREV.

2.7.3. Licença Especial

Esta licença está contemplada na Lei 6174/70 (Estatuto do Servidor Público

do Paraná) nos artigos 247 e 249. Para ter direito ao pedido de licença especial, é

necessário ter, a cada cinco (05) anos no cargo, um máximo de 05 faltas, 180 dias

de licença médica para tratamento próprio e 90 dias de licença para tratamento de

pessoa da família. Vale a pena observar que neste tempo não serão contadas as

férias, e licença para o trato de interesses particulares com até 90 dias.

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2.7.4. Licença para o Trato de Interesses Particulares

As licenças sem vencimento são para um prazo de 02 anos, podendo ser

para acompanhamento de cônjuge (art.245) ou não (art.240), tendo algumas

diferenças entre elas: pelo art. 240, será concedida primeiramente após o estágio

probatório (03 primeiros anos). Após este tipo de licença o servidor terá de voltar ao

serviço e só terá direito a uma nova licença após 02 anos; pelo art.245 será

concedida a qualquer momento também podendo ser renovada sucessivamente.

Neste caso o conjuge deve ser um funcionário público e ter sido removido para outro

Estado ou País.

Visto que o desconto previdenciário é de 11% do salário, caso o servidor

tenha interesse ele pode pagar à PRPREV o tempo em licença sem vencimento. Só

que neste caso o servidor terá que pagar a parte do Governo que também é de 11%.

Ficando assim um pagamento mensal de 22% do salário.

Se o servidor optar por pagar a PRPREV nesta licença, terá como vantagem

o tempo para aposentadoria e estará assegurado em caso de acidente, inclusive

com pensão em caso de morte. Entretando este tempo não é contado como

adicional, efetivo exercício do magistério (aposentadoria especial de professor) ou

como tempo de serviço público.

2.7.5. Licença Remuneratória para fins de aposentadoria

De acordo com a Lei e o Decreto da Licença Remuneratória, o servidor só

terá direito a esta, se toda a documentação do processo de aposentadoria estiver

completa e tiver direito à aposentadoria. A licença remuneratória poderá ser

implantada após o processo de aposentadoria permanecer 30 dias consecutivos ou

alternados dentro da PRPREV. Depois de completados os 30 dias dentro da

PRPREV a CCB tem o prazo de 15 dias para implantar a Licença Remuneratória no

sistema, comunicando o afastamento ao NRE, o qual entrará em contato com o

servidor.

Como a licença remuneratória é um afastamento, o abono de permanência,

algumas gratificações (aulas extraordinárias e acréscimo de jornada) e cargo de

comissão, serão automaticamente interrompidos. Assim como não será mais

possível incluir férias para o servidor.

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2.7.6. Abono de Permanência

A Emenda Constitucional 41 cria o Abono de Permanência e extingue a

isenção previdenciária. Todo o servidor tem um desconto mensal que irá para a

Paranaprevidência, e nada mais é que a contribuição previdenciária. O abono de

permanência é um valor igual a este desconto, sendo pago pelo Governo do Estado.

Para receber o abono de permanência é necessário, além de protocolar o pedido, ter

direito à aposentadoria, mas continuar trabalhando. Alguns tipos de aposentadoria

não dão direito ao abono de permanência, tais como: aposentadoria proporcional por

idade e aposentadoria pela Emenda Constitucional 47.

2.7.7 Reassunção

A reassunção deve ser pedida a qualquer período da licença sem vencimento

ou quando terminá-la. Caso não haja um processo de reassunção, após um mês de

faltas, começará um processo de abandono de cargo.

2.7.8 Exoneração

O servidor poderá pedir a exoneração em qualquer momento de sua carreira.

2.7.9. Contagem de Tempo

Refere-se a todo o tempo trabalhado, com contribuição, em outro órgão

(público ou privado) ou mesmo como autônomo. Este tempo pode ser acrescentado

ao seu tempo de contribuição. Isto, se já não tenha sido usado para aposentar-se

em outra linha funcional ou mesmo em outro órgão (Prefeitura ou INSS). Em alguns

casos estes tempos podem gerar além de tempo para aposentadoria, adicionais.

No dossiê histórico funcional, o item contagem de tempo (se tiver), pode

aparecer da seguinte forma:

- AA = aposentadoria e adicionais. É usado na aposentadoria e gera adicionais.

Exemplo: antiga Copel e Banestado.

- AD = aposentadoria e disponibilidade. É usado na aposentadoria e não gera

adicionais. Exemplo: Prefeituras e Regimes Próprios de Prefeitura.

- TL = todos efeitos legais ou tempo legal. É usado na aposentadoria e gera

adicionais (semelhante ao AA). Exemplo: tempo de um padrão exonerado (não

sendo paralelo ou mesma data), CLT, Suplementarista, Geplanepar.

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- AI = tempo de empresa privada ou particular. Só é usado como tempo para

aposentadoria, não gerando adicionais.

2.7.10 Certidão de contribuição previdenciária

É uma certidão fornecida a ex-funcionários (estatutários, suplementaristas ou

do regime GEPLANEPAR). Como em muitos casos esta documentação é antiga, há

a necessidade de encontrá-la em microfilmes.

2.7.11 Acervo

Caso o funcionário tenha 05 anos antes de 15.12.1998, e não tenha usado

este tempo em licença especial, poderá acervar este tempo, contando como 06

meses a mais como tempo para aposentadoria e adicionais.

2.7.12 Férias

As férias escolares são em janeiro. Portanto, os professores de escolas

fruirão as férias em janeiro. Exceto se houver alguma licença. Neste caso as férias

serão subsequentes à licença, pois não pode haver dois afastamentos ao mesmo

tempo.

Quanto aos funcionários QPPE e QFEB, deverão fazer um acerto para fruir as

férias em uma data autorizada pela direção do estabelecimento. As férias de

funcionários de Núcleos Regionais da Educação (NRE) e SEED são incluídas pela

CCB.

Vale lembrar que o pagamento de 1/3 de férias é efetuado automaticamente

pela Secretaria de Estado da Administração de da Previdência (SEAP) para o salário

de janeiro.

2.7.13 Abandono de Cargo

Temos que ter a ciência de que para se iniciar um processo de abandono de

cargo, o funcinonário necessita ter 30 dias de faltas consecutivas. Portanto se o

funcionário faltar, e, se estas faltas não forem incluídas (no sistema META 4), não

haverá processo.

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3 ANÁLISE DA PESQUISA SOBRE CONHECIMENTOS DE

APOSENTADORIA

Considerando que a subjetividade do pesquisador sempre está presente,

mesmo nas pesquisas quantitativas, o melhor procedimento a tomar é fazer um

cruzamento de dados, podendo assim obter uma melhor compreensão do problema

estudado. Esta pesquisa foi de cunho qualitativo e quantitativo. Essa técnica

segundo Cortes,

[...]caracterizam-se pelo aproveitamento de possibilidades de se proceder à mensuração de certos fenômenos ou variáveis em termos numéricos [...] permitem a construção de descrições detalhadas, que podem ser organizadas em variáveis e enquadradas em modelos usados para testar possíveis relações entre elas e, desse modo, explicar certos fenômenos ( 2002, p. 237).

Já os trabalhos qualitativos, [...] possibilitam descrever as qualidades de

determinados fenômenos ou objetos de estudo. Por meio da análise do material, é

possível elaborar tipologias ou categorizações e construir variáveis nominais e

ordinais (CORTES, 2002, p. 237). Tanto a pesquisa quantitativa, quanto a pesquisa

qualitativa, são vitais para um levantamento de dados acerca do conhecimento que

os sujeitos desta pesquisa, possuem a respeito de sua vida funcional, isto é, como

entendem os preceitos legais que asseguram seu direito aos benefícios de

aposentadoria, abono de permanência e licença remuneratória para fins de

aposentadoria, objetos do trabalho proposto.

Neste sentido, esta pesquisa utilizará as duas técnicas, pois pretende

descrever as opiniões sobre os conhecimentos da aposentadoria e também analisar

os dados acerca do assunto, ou seja, caracterizar o universo dos professores e

funcionários da educação do Estado do Paraná.

Quanto ao aspecto quantitativo, a pesquisa de campo baseou-se sobre os

conhecimentos dos servidores da educação sobre aposentadoria iniciou-se com um

questionário impresso. Foram distribuídos 30 questionários em cada um dos órgãos

abaixo descritos, totalizando 90 questionários de cinco perguntas e devolvidos 54

questionários. Dos trintas questionários do Colégio João Turin, retornaram 19

questionários distribuídos ao corpo docente, sendo 14 professores e 5 funcionários,

17 questionários da Escola Estadual Padre João Wislinski, sendo 12 professores e 5

17

funcionários e 18 questionários aos funcionários da SEED, formulado e aplicado pelo

pesquisador aos sujeitos envolvidos, e posteriormente recolhidos para análise e

mensuração.

Vamos expor os dados de uma forma que possamos identificar o

conhecimento dos entrevistados, com o intuito de compreendermos e visualizarmos

mais precisamente os aspectos até então abordados, e, por conseguinte,

realizarmos a análise da pesquisa, vinculando-a com as implicações que a falta de

conhecimento acarreta, enfatizando a necessidade de preparação que este

processo necessita.

Gráfico 1: Questão 1 Fonte: próprio autor

Do grupo de professores e funcionários do Colégio Estadual João Turim a

maioria desconhece os requisitos exigidos, assim como na Escola Estadual Padre

João Wislinski e na SEED percebe-se que mais professores e funcionários conhece

os requisitos para aposentadoria, embora por estar próximo dos recursos humanos

da secretaria o número ainda e menor do que deveria.

18

Gráfico 2: Questão 2 Fonte: próprio autor

Nesta questão grande parte desconhece a questão sobre pedágio na

aposentadoria. Novas regras introduzidas pela reforma da Previdência, que entraram

em vigor a partir de 16 de dezembro de 1998, algumas alterações ainda são

desconhecidas pela população, o que pode acarretar prejuízos na hora de optar pelo

tipo de aposentadoria que será requerida, assim como o pedágio que é

incompreendido pela maioria dos servidores.

Gráfico 3: Questão 3 Fonte: próprio autor

Na questão aposentadoria e abono de permanência também a maioria

desconhece seus direitos. O servidor público quando completa os requisitos da

aposentadoria voluntária (por idade ou tempo de contribuição) e que continuar

trabalhando tem direito ao recebimento de abono de permanência no valor da

19

contribuição previdenciária. Essa questão reforça a necessidade fazer com que os

servidores conheçam seus direitos.

Gráfico 4: Questão 4 Fonte: próprio autor

Nesta questão também aparece o desconhecimento sobre a licença

remuneratória, visto que quando implantada no sistema o servidor, na maioria das

vezes, desconhece que será prejudicado. Já que não receberá mais o abono de

permanência, gratificações de período noturno, direção e aulas extraordinárias (caso

os tenha).

Gráfico 5: Questão 5 Fonte: próprio autor

20

A existência de várias regras de aposentadoria não é de conhecimento na

maioria dos servidores. Essa falta de conhecimento faz com que as pessoas se

confundam na hora de pedir a aposentadoria levando os servidores a acreditarem

que já tem direito e a decepção de saber que não se aplica a ele. As dúvidas que os

funcionários têm sobre aposentadoria, abono de permanência, licenças (sem

vencimento, remuneratória, especial), acervo, contagem de tempo, etc., realmente

são muitas. A intenção da cartilha é justamente diminuir um pouco estas dúvidas.

Com relação a análise do aspecto qualitativo, pela natureza do tema, a

pesquisa teve seu suporte teórico, com acento principal às Constituições Federal e

Estadual, ao Estatuto do Funcionalismo Público do Estado do Paraná e aos atos

oficiais regulatórios, o que trouxe o suporte técnico e teórico ao trabalho, porém

também foram consultados os autores Minayo e Sanches (1993), em seu estudo

intitulado “Quantitativo-Qualitativo: oposição ou complementaridade?”, nos ajudam a

compreender a relação existente entre estas duas abordagens de pesquisa. Para os

referidos autores, a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa são formas de se

aproximar da realidade, porém, nenhuma é tão boa que possa ser suficiente para a

compreensão completa dessa realidade. Portanto, podem e devem ser utilizadas

como complementares, desta forma um estudo quantitativo pode gerar questões que

podem ser aprofundadas qualitativamente e vice-versa.

Para a obtenção dos dados e análise dos mesmos, recorreremos aos relatos

que alguns professores e funcionários fizeram no grupo de trabalho em rede (GTR)

realizado durante a aplicação do projeto sobre aposentadoria. A pergunta inicial no

GTR foi: Você conhece os requisitos básicos para solicitar a aposentadoria? As

citações transcritas a seguir são exemplos qualitativos nos permitem constatar o

desconhecimento sobre o assunto.

Assim como eu pode-se verificar que a maioria das pessoas desconhecem

seus direitos, fato que contribui com que os funcionários deixem de solicitar

seus benefícios garantidos por lei. ( professora)

Com base no que foi exposto, percebi que precisamos fazer um trabalho

sobre o assunto urgentemente. ( professora)

Ao ler sobre aposentadoria descobri que tenho mais dúvidas que certezas.

(Professora.)

Não me interessei ainda pela aposentadoria, pois falta tempo, embora se nós

não conhecermos os direitos poderemos perder benefícios. ( professor)

21

A aposentadoria é um beneficio que devemos conhecer. Talvez não tão a

fundo, mas de modo geral temos que estar conscientes deste direito. Assim

como dos outros benefícios. ( professora)

Assim sendo, a maioria dos entrevistados, com base no cartáter subjetivo da

questão, se limitou apenas mostrar as dúvidas e a falta de conhecimento que

professores e funcionários tem sobre aposentadoria e outros assuntos pertinentes.

Nesse sentido, verificamos que mais uma vez a abordagem sobre

aposentadoria deve ser estimulada para trazer benefícios aos professores e

funcionários para não se configurarem como preocupações e/ou surpresas no final

da carreira. A intenção de fazer uma cartilha é pra ser mais uma fonte de consulta,

orientando a todos. O objetivo dessa pesquisa era saber o conhecimento sobre

aposentadoria, falar do tema, provocar curiosidade e a busca de subsídios para

conhecer e entender melhor a vida funcional. O assunto, apesar de ser considerado

complexo, proporcionou bastante interesse por parte dos participantes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados obtidos para a totalidade da amostra confirmaram a necessidade de

mecanismos para a informação de todos. O quadro que se apresentou após a

efetivação dessa primeira parte do trabalho, ensejou a reafirmação do já esperado

resultado e da necessidade de formular um apoio para a publicação de informações

sobre aposentadoria, no próprio estabelecimento de ensino, para facilitar o

conhecimento da vida funcional do interessado. Daí o caderno pedagógico, ou

cartilha, pensado pelo pesquisador, para servir como apoio quando da intenção do

servidor de solicitar os benefícios abordados no presente trabalho.

Mediante o diagnóstico possibilitado pela análise do questionário aplicado ao

corpo docente e funcionários, foram elaboradas 03 aulas expositivas, abordando as

principais dificuldades de como e quando solicitar os benefícios em questão

(aposentadoria, abono de permanência e licença remuneratória), e reservando a

última delas para a montagem de um processo de aposentadoria.

Durante as aulas expositivas foram apresentados dossiês históricos

funcionais para orientar os profissionais quanto sua leitura e consequente

22

reconhecimento das leis aplicadas a cada caso de aposentadoria e ou abono de

permanência.

Após as aulas expositivas, o trabalho teve continuidade com atendimento

presencial ou via email, com o objetivo de complementar os estudos e análises dos

diferentes tipos de aposentadorias, das vantagens ou não dos benefícios de abono e

licença remuneratória, e de firmar ideia a respeito da necessidade de conhecer bem

sua vida funcional para usufruir seus direitos e benefícios. Ainda a título de síntese,

destaco algumas falas:

O problema da legislação é mesmo sério. Ela muda muito. Ainda estamos

com processos que se baseiam na Constituição de 1967. E a Constituição de

1988 vive sendo modificada em um artigo ou outro.Mas de qualquer forma

uma cartilha ajudaria muito ( professora)

Acho que devereria ter um serviço de disque aposentadoria, promoção e

progressão para auxiliar os professores e funcionários.( professora)

Como tenho acesso ao sistema, notei a falta de informação que os servidores

têm, e a criação da cartilha é uma excelente ideia. ( professora)

Gostei muito dá ideia da cartilha. Acredito que o material deva ser

disponibilizado para todos os funcionários públicos do Paraná. Afinal a Lei é

pra todos, mas a Emenda Constitucional 41 e a 47 é só para os funcionários

públicos. (professor)

Este material realmente foi feito para facilitar a vida do servidor. Para que ele

não fique a mercê de opiniões que as vezes não são certas. Acredito a

cartilha voltada ao servidor é de grande ajuda. ( funcionária)

As afirmações feitas por professores e funcionários no GTR, refletem a

opinião da maioria dos entrevistados. Assim sendo, percebemos a preocupação com

a falta de conhecimento sobre a aposentadoria e outros direitos e nos mostra a

necessidade de nos emprenharmos para que as informações sejam disponibilizadas

a todos os servidores de forma democrática e acessível.

Para que todos os funcionários tenham acesso às informações, é desejável e

de grande importância a divulgação do caderno pedagógico nas escolas com os

principais pontos a serem observados para a solicitação de cada benefício em

questão, além de uma síntese dos tipos de aposentadorias, para que os

profissionais possam consultar sempre que necessário. Nessa direção, pretendo

23

disponibilizar este material no site dia a dia educação como forma de contribuição

e/ou retribuição social e política referente ao meu período de formação no PDE.

24

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