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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · políticos, sociais e civis. Cidadania é um conceito histórico que varia no tempo e no espaço”. Para Jaime Pinsky (2005):

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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HISTÓRIA POLÍTICA E FORMAÇÃO CIDADÃ ATRAVÉS DO LEGISLATIVO MUNICIPAL

Simone Aparecida Otto1

RESUMO:Este Artigo apresenta as metas, ações e resultados da Oficina Inicial para a Formação Cidadã, envolvendo treze aluno/as do ensino médio do colégio estadual Barão do Cerro Azul e do Programa Jovem Vereador/a, executado em parceria com o legislativo local, com a participação de onze estudantes do ensino médio dos três colégios estaduais do município de Cruz Machado (PR). A partir de atividades sobre a temática da história política foi possível constatar que aluno/as, e até mesmo a comunidade em geral, possuem pouco conhecimento do que seja, efetivamente, história política, tanto local como nacional, bem como cidadania, poder, democracia e participação política. Foram identificados ainda falta de interesse, participação e atuação política neste município assim como, desta mesma forma ocorre na sociedade brasileira, não sendo estas características diferentes ao/as aluno/as do Ensino Médio. Assim, buscou-se desenvolver junto aos aluno/as o conhecimento da História política local como forma de construção de identidade histórica e formação cidadã. Também, identificar a trajetória histórica política do município de Cruz Machado (PR). Ressaltando que os objetivos propostos possuem relação direta com os objetivos da educação brasileira, alicerçados em promover a construção de sujeitos autônomo/as e crítico/as, que exerçam os princípios democráticos previstos na Constituição e que atuem de forma competente, comprometida e participativa na sociedade em que vivem.

PALAVRAS-CHAVEEnsino de História; História Local; Política e Cidadania; Programa Jovem Vereador.

ABSTRACTThis article presents the goals, actions and results of the Inicial Workshop for Citizenship Education, involving thirteen high school students from state school Barão do Cerro Azul and of Young Councillor Program, executed in partnership with the local legislature, with the participation of eleven high school students from three state schools of Cruz Machado (PR). From activities about the theme of political history it was found that students and even the general community, have little knowledge of what are, effectively, both local and national political history, as well as citizenship, power, democracy and political participation. It were also identified a lack of interest, participation and political activity in this city as well as this same form occurs in Brazilian society; these features were not different from high school students. Thus, we sought to develop with the students the knowledge of local political history as a way of building historical identity and citizenship training. Also, identify the historical trajectory politics of Cruz Machado (PR). Emphasizing that the goals are directly related to the objectives of the Brazilian education, grounded in promoting the construction of autonomous and critical people, to exercise democratic principles outlined in the Constitution and acting in a competent, committed and participatory society they live.

KEY WORDS:History Teaching; Local History; Politics and Citizenship; Young Councillor Program.

1. INTRODUÇÃO:

Este trabalho surgiu de inquietações decorrentes de atividades desenvolvidas,

nas aulas de História com os alunos do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul, ao se

1 Professora da Rede Estadual do Paraná, licenciada em História pela FAFI-UV, com especialização em Psicologia de Educação, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE (2013-1024). E-mail: [email protected] Professor Orientador Dr. Aurélio Bona Junior. E-mail: [email protected]

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abordar a temática da história política. A partir destas atividades foi possível

constatar que os alunos, e até mesmo a comunidade em geral, possuem pouco

conhecimento do que seja, efetivamente, a história política, tanto local como

nacional, bem como cidadania, poder, democracia e participação política.

Também, há falta de interesse, participação e atuação política no município de Cruz

Machado (PR) assim como, desta mesma forma ocorre na sociedade brasileira. Não

sendo diferentes estas características nos alunos do Ensino Médio do referido

colégio.

Alguns problemas comuns no sistema educacional ocorrem também no

Colégio Estadual Barão do Cerro Azul que conta com o ensino fundamental do 6ª ao

9ª anos, ensino médio regular, EJA fundamental e médio e o Curso de Formação de

docentes, atendendo alunos da área rural e urbana do município de Cruz Machado

(PR). Podendo ser citados indisciplina em sala de aula; situações de conflito entre os

alunos; alunos faltosos; aumento da repetência e da evasão. Além desses, existe

também o problema quanto à aprendizagem e desinteresse pela política local e

exercício da cidadania. Por consequência, observa-se no PPP desta unidade escolar

uma proposta de desenvolver ações de maneira que a escola se torne um lugar

onde, além dos conteúdos disciplinares, se desenvolvam também atividades que

envolvam a sociedade como um todo em atividades extraclasses. Assim, o colégio

propõe formar cidadãos capazes, em cooperação com os outros, de respeitar e

preservar o patrimônio social e também de construir ou transformar as leis e normas

da sociedade em que vivem. (PPP, 2012).

Partindo do pressuposto que a educação é um processo integrado entre

família e escola e diante do fato que o problema identificado atinge não só os

alunos, mas a comunidade como um todo, busca-se através da formação dos alunos

criar uma nova forma da comunidade escolar conceber a cidadania através do

conhecimento da história política local.

Afinal, conhecer e verificar como atuam os membros eleitos diretamente por

votos, no caso do legislativo local, deve ser tarefa mínima no ensino de História.

Sendo esta uma das possibilidades de compreender a política, tornando-a mais

simples, transparente e próxima à realidade dos alunos.

O direito que o povo tem de escolher seus representantes, tanto aqueles que,

em seu nome, vão administrar as coisas públicas e governar – ou executar as

políticas ou prioridades, de cujas escolhas a sociedade pode participar com mais ou

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menos intensidade – quanto àqueles que vão fazer as leis, acompanhar e fiscalizar

os governos, é o mais clássico exemplo e exercício da política. Esse exercício é

construído historicamente e transformado de forma processual nas relações sociais.

Assim, o preço da comida, a distribuição da renda, o valor do salário, os

direitos e os deveres da cada um são resultados da política. E sua influência direta

no cotidiano da sociedade, seja positiva ou negativa, está presente, inerente e

necessária à vida humana. Entendendo que o objetivo principal da política seja

proteger a dignidade da pessoa humana em todas as suas dimensões, considera-se

que o envolvimento das pessoas seja resultante do processo histórico político por

eles vividos.

Considerando que a participação política é construída historicamente, este

projeto, através da história política local contextualizada a nacional, buscou

desenvolver junto aos alunos o conhecimento acerca de suas origens políticas como

forma de compreender a atual realidade de participação cidadã.

A partir destas constatações, puderam ser levantadas algumas questões para

investigação: De que forma o conhecimento da História política local pode contribuir

para mudanças de hábitos e atitudes dos alunos acerca da participação política? O

processo de escolha dos representantes políticos ao longo da História contribuiu

para o atual uso limitado do voto como forma de se isentar de responsabilidades do

acompanhamento político? O conhecimento da trajetória histórica política local

aliado às atividades integradas ao poder legislativo é uma possibilidade real para

mudar atitudes frente à participação na política?

Para tanto este projeto tem como objetivo principal desenvolver junto aos

alunos o conhecimento da História política local através da implantação do programa

Jovem Vereador junto à Câmara Legislativa do município de Cruz Machado-PR,

como forma de construção de identidade histórica e formação cidadã.

Bem como, ainda:

• Identificar a trajetória histórica política do município de Cruz Machado- PR.

• Reconhecer a evolução histórica da democracia brasileira identificando os

poderes constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário, com ênfase para o

Legislativo municipal.

• Desenvolver habilidades de comunicação, oralidade e socialização dos

alunos.

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• Conduzir o aluno a identificar-se como sujeito histórico que produz e contribuí

para a História, através de uma postura crítica, atuante, comprometida e

participativa na política local.

Diante das considerações acima citadas, entendeu-se que a importância

deste projeto foi à oportunidade de trazer conhecimentos em perspectivas de senso

crítico e integração cidadã dos alunos nas atividades do legislativo municipal, bem

como, na forma de demonstrar diferentes contextos históricos sobre a atuação

política democrática.

Esta proposta de trabalho foi realizada em três momentos. Primeiro com

aluno/as do Ensino Médio do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul, no município de

Cruz Machado (PR), através da Oficina Inicial para a Formação Cidadã, com

atividades em contra turno.

Num segundo momento foram envolvidos os três colégios estaduais do

município de Cruz Machado, Colégio Estadual Barão do Cerro Azul (localizado na

área urbana), Colégio Estadual do Campo Estanislau Wrublewski (localizado no

distrito de Santana a 17 quilômetros do centro) e Colégio Estadual Helena Kolody

(localizado na Linha Vitória a 13 quilômetros do centro) onde o/as aluno/as da

Oficina Inicial para a Formação Cidadã relataram um pouco dos conhecimentos

adquiridos nesta formação, destacando a importância de ter conhecimento e

participar de modo efetivo na construção de uma verdadeira democracia. Ainda,

divulgaram, orientaram e estimularam a participação de todo/as no Programa Jovem

Vereador/a.

E o ponto culminante foi o desenvolvimento das atividades do Programa

Jovem Vereador/a, em parceria com a Câmara Legislativa de Cruz Machado. Este

Programa Jovem Vereador/a, que tem como base a simulação de atividades

parlamentares, seguiu toda a tramitação legal exigida, sendo aprovado sob a Lei nº

1433/2013, em 28 de novembro de 2013.

2. ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL E CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA

O objetivo principal da educação brasileira está em promover a construção de

sujeitos autônomos e críticos, que exerçam os princípios democráticos previstos na

Constituição e que atuem de forma competente na sociedade em que vivem.

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Objetivo também previsto na LEI nº 9.394 de 1996- Lei de Diretrizes e Bases da

Educação:

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

E este modelo de formação é, também, um objetivo relevante nas instituições

escolares. Através de um importante documento escolar, o Projeto Político

Pedagógico –PPP – do Colégio Estadual Barão do Cerro Azul, pode identificar-se a

busca pela formação de um cidadão que tenha condições de exercer sua cidadania

com êxito:

Temos como objetivo uma educação transformadora, voltada para a prática social e que seja também significativa para a vida do aluno e para a sociedade de forma geral, onde partindo do conhecimento adquirido possa exercer sua cidadania e assim vir a transformar sua realidade (PPP, 2013, p.25).

Segundo Silva (2012, p.47) cidadania seria “Um complexo de direitos e

deveres atribuídos aos indivíduos que integram uma Nação, [...] abrange direitos

políticos, sociais e civis. Cidadania é um conceito histórico que varia no tempo e no

espaço”.

Para Jaime Pinsky (2005):

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito a educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, A uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais (PINSKY, 2005, p. 9).

Cabe especificarmos um pouco mais o conceito dos direitos acima citados,

para uma melhor compreensão de cidadania.

Compreendem-se por direitos civis aqueles fundamentais à vida, à liberdade,

à propriedade, à igualdade perante a lei (CARVALHO, 2012).

Já, aos direitos sociais inclui-se a educação, o trabalho, o salário justo, a

saúde, a aposentadoria. São estes direitos que permitem às sociedades

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politicamente organizadas, controlar as desigualdades produzidas pelo sistema

capitalista, visando à garantia mínima de bem-estar para todos.

Os direitos políticos podem ser definidos como sendo a participação do

cidadão no governo de sua sociedade, pois são eles que conferem legitimidade à

sua organização política (SILVA, 2012). Ainda, segundo Silva (2012), estes direitos

políticos são confundidos com a participação política, a limitação à ação de votar e

ser votado. Entretanto, nem o voto é uma garantia de cidadania e nem esta sintetiza

o exercício do voto. Ao contrário, os direitos políticos seriam a base de conquista

aos demais.

Através da educação política possibilitou-se às pessoas, ao longo da história,

tomar conhecimento de todos estes direitos e organizarem-se na luta para tê-los. E é

a ausência desta educação um dos principais obstáculos a uma cidadania completa.

Fato reforçado pela citação abaixo:

Não é o excesso, mas a falta de política, na perspectiva do senso crítico e da participação cidadã, que tem levado à descrença nas instituições. Sem ela prevalece a lei do mais forte, o individualismo, o “salve-se quem puder” (QUEIROZ, 2012, p.08).

Avaliando sua própria amplitude e a frequência com que o conceito de

cidadania aparece, não só na mídia, mas no discurso da maioria das pessoas, fica

claro que esta definição esteja mais condicionada à participação social e política em

um Estado do que simplesmente sua definição. Participação esta que deva ser

efetiva em todo o processo e nos diversos níveis, “Em um processo participativo,

promove-se a elevação dos atores para os níveis mais altos do processo decisório -

estimula-se a interação dos que decidem com os que executam e com os que serão

atingidos pelas decisões tomadas” (CORDIOLI, 2001, p.24).

Segundo Hobsbawm (1998), podemos considerar o passado como sendo,

essencialmente o padrão para o presente.

Todo ser humano tem consciência do passado (definido como o período imediatamente anterior aos eventos registrados na memória de um indivíduo) em virtude de viver com pessoas mais velhas. Provavelmente todas as sociedades que interessam ao historiador tenham um passado, pois mesmo as colônias mais inovadoras são povoadas por pessoas oriundas de alguma sociedade que já conta com uma longa história. Ser membro de uma comunidade humana é situar-se em relação ao seu passado (ou da comunidade), ainda que apenas para rejeitá-lo. O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente inevitável

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das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana (HOBSBAWM, 1998, p. 22).

Quanto à memória, Le Goff (2003, p. 469) afirma que “a memória é um

elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva,

cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de

hoje.” Através da memória as informações passadas serão preservadas para a

posteridade.

Neste viés, encontramos a importância do trabalho com a História local, que

nos aproxima ao objeto de estudo, em qual a narrativa deixa de se prender a fatos

distantes para incorporar-se aos acontecimentos próximos. Possibilitando o

reconhecimento e a valorização de uma comunidade ou município (BENZAK, 2012).

A História local pode favorecer a recuperação de experiências individuais e

coletivas dos alunos, possibilitando vê-las como constitutivas de uma realidade

histórica. E, a partir disso, o aluno aprende a valorizar a história e a cultura de sua

localidade.

As Diretrizes Curriculares Nacionais de História trazem uma preocupação

com a História local, ao acreditarem que esta faz com que os alunos ampliem a

capacidade de observar seu entorno para compreenderem as relações sociais

existentes em seu tempo, enfatizando que sempre se deve partir do presente para

então, explorar as mudanças e permanências do passado. Tais discussões fazem

com que os alunos não se sintam isentos da história, ao contrário, eles passam a

sentir-se parte integrante, sujeitos dessa história. Pois, quando questões locais são

enfocadas mostra-se que nenhum grupo é deixado à margem do processo histórico,

mas estes fazem parte desse contexto, sendo, portanto, elemento dos fatos.

Com relação à memória dos fatos políticos, esta trás juízos de valor com

ênfase, pois não se trata somente de narrar os acontecimentos, mas de deixar clara

a posição assumida. (BOSI, 1994).

Se a memória da infância e dos primeiros contatos com o mundo se aproxima, pela sua força e espontaneidade, da pura evocação, a lembrança dos fatos públicos acusa, muitas vezes, um pronunciado sabor de convenção. Leitura social do passado com os olhos do presente, o seu teor ideológico se torna mais visível (BOSI, 1994, p.453).

Nesse contexto a utilização da História local é um elemento importante para

que os alunos possam compreendê-la contextualizada à História nacional. No

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entanto, um aspecto primordial para que as análises possam ter êxito é a crítica ao

documento, pois segundo Le Goff (2003) o documento é um produto da sociedade

que o fabricou. Fato ressaltado por Rémond (2003):

A história de fato não vive fora do tempo em que é escrita, ainda mais quando se trata da história política: suas variações são resultado tanto das mudanças que afetam o político como das que dizem respeito ao olhar que o historiador dirige ao político. Realidade e percepção interferem (REMOND, 2003, p.22).

Agora, uma breve análise da história política e cidadania no Brasil:

3. HISTÓRIA POLÍTICA E CIDADANIA NO BRASIL

Pairando sobre diversos conceitos de relevância ao tema da história política,

está o Estado que segundo Silva (2012, p.115) se define como: “Entidade abstrata

que comanda e organiza a vida em sociedade. Composta por diversas instituições,

de caráter político, que comanda um tipo complexo de organização social”.

Também Queiroz (2009) define Estado como:

[...] uma estrutura que se destaca da sociedade: os cidadãos dão o voto para a formação de uma superestrutura política; o Estado moderno é uma grande máquina política que se estrutura a partir da sociedade com o objetivo de gerenciá-la dentro de uma estrutura legal (QUEIROZ, 2009, p.27).

Considerando que sua existência seja para possibilitar a vida em sociedade, o

uso deste conceito deve levar em consideração as conjunturas diversas e peculiares

de cada sociedade. Mas, do ponto de vista que aqui nos interessa – ele se tornou

apenas um espaço administrativo e burocrático situado fora do corpo de cidadãos.

Onde a participação foi substituída pela eleição de representantes da maioria

(SILVA, 2012).

Analisando a referência que fazemos atualmente, à política, de acordo com

Silva (2012, p.336): “Política diz respeito, por um lado, à gestão dos negócios

públicos e, por outro, às ações da sociedade civil a fim de ter suas reivindicações

atendidas”.

Entende-se que sejam na política resolvida as grandes questões, com ou sem

a nossa participação. Participar, portanto, é o ponto crucial. Temos que resgatar a

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participação política direta. Desmistificando esta história de que política não se

discute e é “bobagem”. Fato atestado por Rémond (2003, p.24):

Como sustentar ainda que o político não se refere às verdadeiras realidades, quando ele tem por objeto geri-las? A prova disso está na atração cada vez maior que a política e as relações com o poder exercem sobre agrupamentos cuja finalidade primeira não era, contudo, política: associações de todos os tipos, organizações sócio profissionais, sindicatos e igrejas, que não podem ignorar a política.

Para Cordioli (2001, p. 27) “[...] participar também se aprende, se pratica. É o

melhor caminho para o fortalecimento da cidadania, em suas mais diversas

possibilidades”. Porém, para que haja esta participação, temos que pensar como se

desenvolveu a cidadania entre os brasileiros.

A construção da cidadania no Brasil foi edificada em meio a um longo

processo de exclusão. Em uma rápida passada à fase colonial, citamos a conquista

como dominação e extermínio dos milhões de indígenas. Também a conotação

comercial de um empreendimento do governo colonial incorporado a particulares

(CARVALHO, 2012).

Durante o Império, escravos, libertos, mulheres e pobres em geral estiveram

fora do exercício de cidadania. Com relação às câmaras municipais, estas existiam

“somente nas localidades que tivessem pelo menos a categoria de vila” (LEAL,

1997, p.81). Suas funções, no entanto, eram amplas:

Tinham funções muito mais importantes do que as das modernas municipalidades. Assim é que, além das atribuições de interesse peculiar do município, exerciam elas funções hoje a cargo do Ministério Público, denunciando crimes e abusos aos juízes, desempenhavam funções de polícia rural e de inspeção da higiene pública, auxiliavam os alcaides no policiamento da terra e elegiam grande número de funcionários da administração local (LEAL, 1997, p.82).

Tais colocações fizeram com que as câmaras municipais possuíssem imenso

poder, desafiando o poder público em benefício do poder privado, fazendo com que

suas atribuições resultassem “muito menos da lei do que da vida” (LEAL, 1997, p.85

). A situação preocupa a Coroa, mas que não encontra muito que fazer, pois, “o fator

básico dessa situação era o isolamento em que viviam os senhores rurais, livres,

portanto de um elemento efetivo de contraste de sua autoridade” (LEAL, 1997, p.86).

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A transladação da Corte para o Brasil e, depois, a independência e a constitucionalização do país muito contribuíram para acelerar o processo de redução progressiva do poder privado. Mais próximo e melhor aparelhado, pôde o governo estender sua autoridade sobre o território nacional com muito maior eficiência (LEAL, 1997, p.90).

Na Independência do Brasil, D. Pedro assumiu uma participação ativa na

defesa dos interesses dos grupos dominantes. “Assim, ao mesmo tempo em que o

reino caminhou para a independência, caminhou também para a

constitucionalização” (SANGOI, 2008, p. 16). Mesmo com a convocação de uma

Assembleia, ficam claras duas posições divergentes. E, D. Pedro deixa a grande

marca do nosso primeiro momento político constitucional: o império da força

(SANGOI, 2008). Temos, assim, a Constituição Imperial de 1824, outorgada. A

Constituição traz como principal característica o Poder Moderador, conforme

especifica Figueiredo (2011):

Destinado a ser a “chave mestra de toda a organização política”, exercido privativamente pelo imperador (Art. 98 a 101). O legislativo era bicameral (Câmara de Senadores ou Senado e Câmara de Deputados). O mandato do senador era vitalício. A legislatura tinha duração de quatro anos. Os presidentes das Províncias eram escolhidos pelo monarca. Havia, ainda, em cada distrito, uma Câmara e, na capital de cada Província, um Conselho- Geral. O sufrágio era censitário, com eleições em dois graus. Recorde-se ainda que a Carta do Império era flexível para emendas: só a “matéria constitucional” é que se achava sujeita a quorum específico. O que não fosse “matéria constitucional” poderia ser alterado por quórum ordinário (Art. 178). O monarca, segundo a Carta de 1824 concentrava “todas as atribuições que não são legislativas, em que esse centro, todavia tem parte, ou judiciárias, sobre que ainda assim tem inspeção”, esta forma de governo “simboliza a unidade e a força nacional, a estabilidade na vida interior do Estado e nas suas relações internacionais” (FIGUEIREDO, 2011, p.127).

Deste modo, a colonização portuguesa no Brasil deixou marcas duradouras,

acentuadas ao problema em questão.

A transição da Monarquia para a República “ocorreu de forma tranquila, sem

qualquer esboço de reação. Sob as ordens de Marechal Deodoro da Fonseca, a

população completamente à margem do processo “revolucionário” presenciou o fim

do Império e o nascimento da República” (SANGOI, 2008, p.26).

Na Primeira República, apesar da pressão de diversos grupos, não foram

realizadas grandes mudanças. Mesmo com a abolição da escravidão e a

incorporação dos ex-escravos aos direitos civis, esta ação foi muito mais formal do

que real. (CARVALHO, 2012). Prevalecia o poder do coronel. De acordo com Leal

(1997, p. 40), o coronelismo era concebido como:

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Resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada. Não é, pois, mera sobrevivência do poder privado, cuja hipertrofia constitui fenômeno típico de nossa história colonial. É antes uma forma peculiar de manifestação do poder privado, ou seja, uma adaptação em virtude da qual os resíduos do nosso antigo e exorbitante poder privado têm conseguido coexistir com um regime político de extensa base representativa.

Designado como a pessoa de poder no município. O chefe político local

participava de práticas eleitorais fraudulentas. Desse modo, o voto possuía um

sentido onde: “O votante não agia como parte de uma sociedade política, de um

partido político, mas como dependente de um chefe local, ao qual obedecia com

maior ou menor fidelidade” (CARVALHO, 2012, p.35).

O coronelismo transformava seus trabalhadores e dependentes em seus

súditos, pois imperava a lei do coronel, criada e executada por ele. Quando o Estado

se aproximava, era dentro do acordo coronelista pelo qual o governador retribuía o

apoio político do coronel lhe permitindo a indicação das autoridades locais. Com o

controle destes cargos, o coronel premiava seus aliados, controlava sua mão de

obra e sonegava impostos. Colocando a justiça e a polícia a beneficio do poder

privado. Não havendo, dessa maneira, justiça e poder verdadeiramente público. Não

havendo cidadãos civis (CARVALHO, 2012). Assim, não havia noção do que fosse

um governo representativo e do que constituía o ato de escolher alguém como seu

representante político. Considerando que “Nestas circunstâncias, não poderia haver

cidadãos políticos. Mesmo que lhes fosse permitido votar, eles não teriam as

condições necessárias para o exercício independente do poder político”

(CARVALHO, 2012, p.57).

Com a influência dos militares nos primeiros governos republicanos, a

oligarquia vinha, aos poucos, neutralizando-as e garantindo um governo civil estável

(CARVALHO, 2012). Porém, os militares visavam recuperar sua influência perdida.

Assim, “o tenentismo não tinha características propriamente democráticas, mas foi

uma poderosa força de oposição”. (CARVALHO, 2012, p. 91) que, ao encontrarem

circunstâncias favoráveis, forneceram à liderança militar auxílio para derrubar o

governo (CARVALHO, 2012).

A década de 1930 foi um divisor de águas na história do país. O Brasil passou

por uma época de ampla agitação política, superando todos os movimentos políticos

anteriores pela amplitude e grau de organização destes. Foi criada, inclusive, uma

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legislação previdenciária e trabalhista para os trabalhadores urbanos e um código

eleitoral incluindo o direito de voto às mulheres (SILVA, 2012). No entanto, tratava-se

de uma concepção da política social como privilégio e não como direito, como

assinala José Murilo de Carvalho (2012, p.114):

Ao lado do grande avanço que a legislação significava, havia também aspectos negativos. O sistema excluía categorias importantes de trabalhadores. No meio urbano, ficavam de fora todos os autônomos e todos os trabalhadores (na grande maioria, trabalhadoras) domésticos. Estes não eram sindicalizados nem se beneficiavam da política de previdência. Ficavam ainda de fora todos os trabalhadores rurais, que na época ainda eram maioria.

Mesmo com estas características, não podemos deixar de destacar que este

foi o período dos direitos sociais. ”O que veio depois foi aperfeiçoamento,

racionalização e extensão da legislação a número maior de trabalhadores”

(CARVALHO, 2012, p.123).

A Revolução de 1964 marca o início do governo de militares, também definido

como Ditadura Militar, no Brasil. Que teve a duração de duas décadas, cujas

realizações adquiriram “inegável dimensão histórica”, infelizmente, pelo controle

absoluto de toda e qualquer liberdade de expressão e ação e pelas severas

punições/torturas àqueles que descumprissem tal regra (COUTO, 1999).

As punições atingiam a todos aqueles que, de alguma maneira, se

mostrassem contrários aos ideais do governo. Inicialmente referenciados à classe

média e que foi, posteriormente, engrossado por professores, estudantes,

jornalistas, técnicos, escritores, cientistas, funcionários públicos, arquitetos e até

padres. (COUTO, 1999).

Com relação à amplitude de tais punições, encontramos na citação abaixo, a

tentativa de justificar a limitação destas, destacando a segunda fase destas ações:

Sempre que alguém diz que a revogação do Ato Institucional nº 5 ou do decreto-lei nº 477 é um problema que só interessa às elites, uma orquestra de vozes iradas se levanta, procurando querer provar que o povo está lutando denodadamente para a anulação desses instrumentos de que o Governo dispõe, como medidas excepcionais, para combater a subversão e a corrupção. É o caso de se indagar com honestidade: você, homem do povo, que trabalha e luta para, de forma anônima, fazer esse país crescer; você que luta para garantir o pão de sua família e que quer nos fins de semana ter o direito do mais merecido descanso, está com receio de que o Governo venha a aplicar sobre sua pessoa o AI-5 ou o 477? É muito antigo um ditado popular: quem não deve não teme. Somente aqueles que procuram, sob a inspiração comunista, agitar o País ou os que procuram, à

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custa do povo, ganhar lucros excessivos e por formas pouco honestas são os que mais lutam contra os instrumentos legais (MAJ. CARLOS MAIA DE ASSIS, 1975 citado por COUTO, 1999, p.188).

Estes “instrumentos punitivos foram constituídos pelos diversos atos

institucionais e complementares, cujo conjunto configura a institucionalização da

Revolução (COUTO, 1999, p.189). Foram dezessete Atos Institucionais- AIs e

noventa e seis atos complementares - ACs que tratavam “também de assuntos

políticos, político-administrativos, jurídicos e interesse social” (COUTO, 1999, p.222),

porém, a ênfase era nas medidas punitivas, consideradas necessárias à

implementação do processo revolucionário. Destacando, inclusive, com o AI-13 o

banimento ou exílio.

A abertura política ficou muito mais na intenção do que em uma pequena

prática dos governos revolucionários. Ela somente se torna possível, com a

redemocratização do Brasil e a Constituição de 1988- Constituição Cidadã - que,

elaborada em um clima de democratização, envolvendo amplos debates, permitiu

especial atenção aos direitos fundamentais individuais e coletivos, sociais e de

solidariedade, garantindo como fundamentos básicos, a cidadania e a dignidade da

pessoa humana. Instituiu, também, uma democracia participativa, que chama o

cidadão a colaborar na gestão e fiscalização da Administração Publica.

Como ponto relevante, nos países democráticos, “todos concebem o Governo

sob a imagem de um poder único, simples, provincial e criador” (TOCQUEVILLE,

1998, p.352). Sendo que:

Só com muito esforço é que os cidadãos dos países democráticos se afastam de seus afazeres particulares para se ocupar de assuntos comuns; sua tendência natural é entregar esse cuidado ao representante visível e permanente dos interesses coletivos, que é o Estado. Não só lhe falta o gosto de se ocupar com o público, como não dispõem de tempo para fazê-lo. A vida privada é tão atrativa e tão cheia de solicitações e de trabalho que quase não resta energia nem lazer a um homem para se entregar à vida política (TOCQUEVILLE, 1998, p.353).

Justificando, desta maneira, o fato de que grande parte da população

desconheça seus direitos civis, sociais e, principalmente políticos, condicionando o

pensamento que a única forma de ser cidadão é exercendo os direitos políticos

ativos, ou seja, votando apenas. Este procedimento,

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[...] sustenta que os atores políticos tomam decisões tendo em vista seus interesses pessoais. Ou, em outras palavras, a opção pública está condicionada pelas preferências, pelos valores e pelos interesses pessoais de quem faz as escolhas em nome da coletividade. E dessa lógica decorre que as instituições de uma determinada sociedade têm o importante papel de impor controle sobre as escolhas dos atores políticos para que aconteçam respeitando o interesse da coletividade (QUEIROZ, 2009, p.36).

Pois, ao ignorarmos a importância da participação, nos tornamos potenciais

vítimas de uma política dominadora e excludente, transferindo o poder de decisão e

participação dos cidadãos a grupos econômicos e de poder que buscarão no

aparelho do Estado somente interesses próprios. Concluímos com as palavras de

Dantas (2013):

[...] o público alvo dessa atividade não é o político, mas sim o cidadão que carece de informações acerca do trabalho de seus representantes e encontra nesse processo uma das possíveis formas de olhar para o parlamento – por vezes esquecido, ou visto por muitos apenas como uma indústria de favores ou uma agência de despacho dos desejos do Poder Executivo (DANTAS, 2013, p.14).

4. RELATO DA EXPERIÊNCIA

A primeira ação, em 2013, foi um contato prévio com o Executivo e a Câmara

Legislativa Municipal para discussão e apresentação do Projeto Jovem Vereador/a, a

ser efetivado no ano letivo de 2014. Esta ação concretizou-se através da

apresentação e aprovação, por unanimidade, do Programa Jovem Vereador/a como

Lei nº 1433/2013, em 28 de novembro de 2013, bem como sua publicação em Diário

Oficial.

No ano de 2014, iniciou-se pela apresentação do projeto à direção, equipe

pedagógica e professore/as dos três Colégios Estaduais- Barão do Cerro Azul,

Estanislau Wrublewski e Helena Kolody- do município.

Em seguida, especificamente no Colégio Barão do Cerro Azul, o convite,

através de cartazes espalhados pelo Colégio e nas salas de aula, aos aluno/as para

a participação na Oficina Inicial para a Formação Cidadã.

Com o/as aluno/as inscrito/as foi realizada a primeira atividade, sendo uma

dinâmica das bexigas, onde cada participante deveria cuidar para que estas não

caíssem. O objetivo, além de uma melhor integração entre o/as participantes

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(considerando que estes aluno/as eram de séries e turnos diferentes) foi de atentar

ao fato de sermos pessoas diferentes, porém unidas em prol de um mesmo trabalho.

Após, a exploração dos conhecimentos prévios do/as aluno/as sobre o tema,

através de uma produção de texto.

Exibição do vídeo “O perigo de uma única visão de História” de Chimamanda

Ngozi Adichie. Esta atividade tinha por objetivo, ao fazer relação com o tema da

Oficina, a reflexão que, independente do assunto, é sempre necessário buscar mais

de uma fonte de informação para não fazermos com que uma história torne-se a

“única história”.

Na segunda-feira seguinte, dia da reunião do Legislativo local, nos fizemos

presentes. Esta participação frequente nas sessões semanais ocorreu de março a

junho do corrente ano.

No encontro seguinte, explicações com slides e textos, sobre alguns pontos

pertinentes ao tema: conceitos históricos específicos; formas, regime e sistema de

Governo; função e constituição do Estado. Também, combinamos a atividade

seguinte.

Atividade de visita ao prédio da Câmara municipal e da Prefeitura.

Encontro de orientações e preparo para posterior realização de entrevistas

com representantes e ex-representantes políticos locais e algumas pessoas que

frequentam, assiduamente, as reuniões legislativas semanais. Foram organizados

os grupos, já de acordo com a afinidade estabelecida entre ele/as.

Organização de leitura, análise, estudo e discussão da Constituição; Lei

Orgânica do município e Regimento Interno da Câmara local; e texto sobre a origem

e o desenvolvimento histórico das Câmaras municipais brasileiras.

Orientações, preparo e realização da pesquisa de campo nas Atas da Câmara

municipal. O/as aluno/as foram organizados em grupos e, em contra turno, de

acordo com a disponibilidade da Câmara, sempre acompanhados de um

professor/a, ele/as passavam horas lendo e registrando as informações que

encontravam nas Atas. Esta foi uma atividade que o/as aluno/as gostaram muito.

Pois ficavam admirado/as com as informações que liam. Infelizmente, por ser um

trabalho minucioso, analisamos apenas três livros Atas: o primeiro, de 04 de janeiro

de 1953/19 de dezembro de 1963; o segundo de 14 de fevereiro de 1964/03 de

fevereiro de 1970; e o terceiro de 04 de fevereiro de 1970/04 de dezembro de 1973.

Coleta e organização do material produzido pelo/as o/as aluno/as – produção

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textual, charges, desenhos, histórias em quadrinhos, cartazes- sobre os temas

trabalhados ao longo do desenvolvimento da Oficina.

Discussão, análise, organização e execução dos

resultados/concepções/compreensão dos temas trabalhados na Oficina e

incorporados/compreendidos pelo/as participantes, preparados para serem

repassados aos demais aluno/as do Ensino Médio do município. Interessante frisar

que ele/as se organizaram por conta própria, criando espaços para que todo/as

participassem.

Divulgação e conscientização para a participação no Programa Jovem

Vereador/a a todo/as o/as aluno/as de segundas e terceiras do Ensino Médio,

Formação de Docentes e Casa Familiar Rural dos três colégios estaduais do

município. Foram diversos dias e turnos em que, de acordo com a disponibilidade

do/as participantes da Oficina, percorremos todos os colégios estaduais do

município e a Casa Familiar Rural. Em alguns momentos, contamos com o

transporte escolar, em outros horários, fomos por conta própria. Atingimos cerca de

600 aluno/as. Essa atividade teve um resultado impressionante, cuja repercussão foi

muito além do esperado para esta ação. Acredito que isso se deu pelo fato de ter

aluno/as falando aos seus pares.

Neste momento, no período da manhã, nos dedicamos aos preparos finais

para a execução das atividades do Programa Jovem Vereador/a. Inclusive, neste

dia, demos uma entrevista ao jornal local sobre nossas atividades.

Nesta noite, além participarmos da reunião na Câmara municipal, tivemos a

abertura oficial das atividades do Programa Jovem Vereador/a. Onde, eu, através do

uso da palavra, fiz as apresentações do projeto, do Programa, do/as jovens

vereadore/as selecionados e do projeto de lei de cada um dele/as.

Dia da viagem à capital do nosso Estado- Curitiba, com visitações à Câmara

Legislativa, Assembleia Estadual, Jardim Botânico e Museu Oscar Niemeyer.

Participaram desta viagem o/as treze aluno/as da Oficina Inicial para a Formação

Cidadã, o/as onze jovens vereadore/as selecionados de cada colégio e quatro

professore/as e pedagoga acompanhantes. A Assembleia Estadual do Paraná tem

uma equipe de excelente competência, que recepciona e organiza a visita.

Proporcionando inclusive, um momento com o presidente desta casa de leis.

Neste dia nossas atividades foram realizadas no prédio da Câmara municipal.

Iniciamos com apresentações do executivo e alguns membros do legislativo local

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falando deste trabalho, sua importância e relatando suas próprias experiências como

legisladores. Contamos com a disponibilidade da assessora jurídica, que palestrou

sobre: Funções e Leis específicas do Legislativo local. Também, a palestra sobre

Filosofia e o poder Político: uma breve reflexão sobre suas origens e a realidade

atual com o professor de Filosofia Lisandro Walczak, do colégio Barão. Ainda,

apresentação e análises de clip de músicas relacionadas à História Política e

Cidadania, incitando discussões pertinentes ao tema, preparado pelo/as aluno/as da

Oficina.

Apresentação dos 11 projetos de lei participantes do Programa Jovem

Vereador/a.

Entrega de certificação e medalha a todo/as o/as participantes.

Organização e execução da Sessão dos Jovens Vereadore/as, transmitida ao

vivo pela Internet, no dia vinte de outubro de 2014.

5. PROGRAMA JOVEM VEREADOR/A

Este programa tem como base a simulação de atividades parlamentares.

Através da simulação parlamentar estimula-se nos estudantes a reflexão

sobre o processo democrático e o exercício da cidadania.

Ainda, aprofunda os conhecimentos sobre o funcionamento do Legislativo,

bem como oferece um canal de expressão e desenvolve o interesse pela

participação política. Sendo que esta prática está sendo considerada uma das mais

bem-sucedidas ações de educação para a democracia, na atualidade. Acontece

usualmente fora do ambiente escolar ou com configuração extracurricular, pois se

trata de um evento que imita o funcionamento de um parlamento na discussão de

um tema ou proposta de ação, normalmente envolvendo público escolar. Ainda que

não seja uma atividade exclusiva dos parlamentos, raras são as casas legislativas

de países democráticos, hoje, que não apresentam alguma forma de simulação de

seus trabalhos para estudantes (COSSON, 2008).

Ao considerarmos que o Legislativo é popularmente conhecido como a Casa

do Povo, nesse sentido devemos estar próximos, emparceirados, atentos e unidos

(DANTAS, 2013, p.13). Antes, durante e depois do momento do voto, pois

consideramos que acompanhar os trabalhos dos membros eleitos diretamente por

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votos, no caso do legislativo local, deve ser tarefa mínima para uma educação

política e o exercício de uma verdadeira cidadania, sendo esta uma das melhores

possibilidades de compreender a política, tornando-a mais simples, transparente e

próxima à realidade de todo/a cidadão/ã, possibilitando que este se identifique como

sujeito histórico que produz e contribuí para a História, ao perceber que a política

possui influência direta em nosso cotidiano, compreendendo que o preço da comida,

a distribuição de renda, o valor do salário, os direitos e os deveres de cada um são

resultados desta.

Existindo no Brasil dificuldade para que os cidadão/ãs, de maneira geral,

entendam que a verdadeira cidadania vai além do direito de votar e de ser votado e

passem a acreditar na política como instrumento de transformação e construção

conjunta da realidade, esta ação desenvolvida em parceria com o Poder Legislativo

local, marcará um tempo novo. Um tempo de conhecimento, compreensão,

cumplicidade, cobrança e produção de uma nova cultura política, efetivando ainda

mais a democracia.

O Programa Jovem Vereador/a de Cruz Machado teve como base o

Programa Parlamento Jovem. Cuja principal ação é a elaboração de projetos de

relevância para o nosso município. Sendo onze Jovens Vereadores- número

equivalente aos vereadores desta municipalidade, distribuídos entre os três colégios

estaduais.

O público alvo são aluno/as do Ensino Médio com dezesseis anos completos.

Esta faixa etária, considerada crítica pelas transformações que lhe são específicas,

busca referências no meio social e político em que vivem. E cabe a todos nós

mostrar a eles que sua participação pode ser decisiva para a construção do futuro

que eles sonham. Compete-nos ainda fornecer-lhes os instrumentos éticos de

participação.

Pois, pensar a trajetória, funções e importância do poder legislativo local

significa evidenciar um resgate histórico e valorizar a construção política desta

municipalidade.

A implantação deste Programa no município seguiu todo trâmite legal exigido

para ser efetivado como Lei nº 1433/2013. Sendo aprovado por unanimidade, em 28

de novembro de 2013, bem como sua publicação em Diário Oficial.

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6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Partindo dos objetivos previstos aos resultados finais, concluo que estes

foram alcançamos, em maioria. Sendo, inclusive, superadas as expectativas em

determinadas questões.

Inicio citando que, na maioria das situações, comprovamos aquilo que,

supostamente já sabíamos e pensávamos sobre a mesma realidade de descrédito,

desconhecimento, descomprometimento do/as aluno/as e da nossa sociedade em

relação à falta de conhecimento/participação sobre política e tudo o que diz respeito

a ela. Postura esta modificada e percebida, durante e após a realização do projeto.

Também, a certeza de que este trabalho nos levou às inúmeras outras

situações e discussões necessárias: conhecimento sobre política e não politicagem,

e tudo mais o que a envolve: voto, eleições, acompanhamento, participação direta e

indireta; organizações na sociedade: Grêmio Estudantil, Associações, Sindicatos,

ONGs, Conselhos Municipais, enfim, todas as instâncias de participação;

importância e posse dos documentos pessoais; conhecimento de Leis e estatutos; a

existência/importância dos impostos/tributos; preconceitos raciais e outros; a

questão de gênero/mulher.

Finalizo com dois pontos de destaque: primeiro, o interesse e participação na

Oficina Inicial para a Formação Cidadã de aluno/as de classe social baixa, faltosos,

com dificuldade de aprendizagem, com dificuldades nas habilidades de

comunicação, oralidade e socialização que, em grande parte, as superaram, com

êxito. Pois, desde o início da Oficina, alguns professore/as e funcionário/as

surpreendiam-se, de forma negativa, infelizmente, com a presença destes aluno/as.

Passando a opinião de que não fosse possível, verdadeiro e sério o

interesse/participação dele/as. Sendo que, posteriormente, ficou comprovado

inclusive pelo/as mesmo/as professore/as que desacreditaram, a melhora na

autoestima, na frequência/presença às aulas regular, no rendimento e na

participação do/as referidos aluno/as, aproximadamente oito do total de treze

participantes. Resultados estes que, inclusive, foi destaque nas observações da

equipe pedagógica que acompanha as turmas deste/as aluno/as nas suas séries do

regular.

E o segundo ponto de destaque foi à atividade de divulgação do Programa

Jovem Vereador/a. Todo o preparo e apresentação aos demais aluno/as foi iniciativa

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e execução do/as aluno/as da Oficina, com a participação de todo/as, superando

seus próprios limites.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A política, aqui definida como sendo a participação do/a cidadão/ã no governo

de sua sociedade, sempre foi e vai ser importante na história da humanidade. Esse

exercício é construído historicamente e transformado de forma processual nas

relações sociais. E sua influência direta no cotidiano da sociedade, seja positiva ou

negativa, está presente, inerente e necessária à vida humana. Ligada ao contexto de

cada época, continua em movimento e aberta a novas transformações.

Inevitavelmente, todo/as nós estamos envolvido/as na política, participando e

ajudando a formular as leis ou simplesmente aceitando o que o/as outro/as decidem

por nós. Considerando que o envolvimento das pessoas seja resultante do processo

histórico político por eles vividos, é comum ouvirmos falar que a política é dever de

“fulano” ou de “ciclano”, como se não fosse dever de todos. Ao não participar, as

pessoas ficam alienadas diante da situação em que vivem, e, em consequência, não

conhecem seus direitos/deveres de cidadão/ãs. Assim sendo, ao iniciar este

trabalho, a consciência de que seria um grande desafio em diversos sentidos, foi

fato irrevogável. Comprovado. No entanto, muitos destes desafios foram superados,

proporcionando grandes contribuições, não somente ao/as envolvido/as diretamente,

mas a todo/as o/as demais.

Ainda quanto ao tema política, podemos salientar que é algo tão

desacreditado, infelizmente, que alguns aluno/as nunca tinham sequer entrado no

prédio do legislativo local. Menos ainda para assistir uma reunião. Sendo que, com o

desenvolvimento dos trabalhos, o/as aluno/as participantes tornaram-se

frequentadores assíduos.

Para a montagem da turma: atrair participantes, disponibilidade para

atividades em contra turno e sobrecarga de trabalho. Neste caso, nem todo/as o/as

interessado/as deram conta. Alguns realmente por não se identificarem com o tema.

O ponto positivo é que permaneceu somente quem teve interesse e queria mesmo.

Algumas ações foram realizadas em forma de amostragem, pois houve muita

dificuldade de disponibilidade de tempo e horários para dar conta de tudo o que

havia sido previsto.

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O interesse e o entusiasmo despertado pelas atividades realizadas eram

constantes. Tanto é que, por exemplo, resultou na criação de uma página na internet

para expor e divulgar o projeto e o tema. Página esta que continua sendo

alimentada/atualizada por três aluno/as da Oficina. .

Anualmente estarei em parceria com a Câmara municipal efetivando a

realização das atividades do Programa Jovem Vereador/a (Lei nº 1433/2013).

Que este Programa vigore por muitos anos, ao longo dos quais ele seja

inovado, se tornando um espaço de aprendizagem e de grandes debates sobre

vários assuntos, contribuindo para que a participação chegue às diversas faixas

etárias.

Ainda, que contribua para despertar a curiosidade, instigar novas pesquisas e

promover outras iniciativas que possam valorizar e exaltar a comunidade cruz

machadense.

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