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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · práticas escravistas ainda estão presentes nos dias de hoje. Não se pretende aqui, cometer um anacronismo histórico, e sim,

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Governo do Estado

do Paraná

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SEED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2013

Título: A Escravidão teve fim? Uma transposição de conceitos – da Escravidão

Negra no Brasil à Exploração do Trabalho na Atualidade.

Autor Gilberto de Almeida Dobbins

Disciplina/Área História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Jardim Alegre– EFMP

Rua Acácia, nº 195 – Bairro Jardim Alegre

CEP 84268-480

Telêmaco Borba – PR

Município da escola Telêmaco Borba

Núcleo Regional de Educação

Telêmaco Borba

Professor Orientador Profª Drª Christiane Marquez Szesz

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar Sociologia, Arte

Resumo O presente projeto será implementado no Colégio

Estadual Jardim Alegre na cidade de Telêmaco

Borba, com alunos do 2º Ano do Ensino Médio.

Tem como objetivo aprofundar o conhecimento

crítico dos educandos de tal forma que conduza a

reflexão sobre o conceito de Escravidão Hoje

com a História da Escravidão Negra no Brasil.

Pretendo levar o educando a perceber que

embora a Escravidão Negra tenha sido encerrada

com a assinatura da Lei Áurea em 1888 as

práticas escravistas ainda estão presentes nos

dias de hoje. Não se pretende aqui, cometer um

anacronismo histórico, e sim, realizar um diálogo

entre passado e presente, analisando a prática

da escravidão como uma forma de subjulgar o

homem ao seu semelhante. Para tanto, será feito

a apresentação do tema aos educandos,

direcionando-os para que possam refletir sobre o

tema estudado, visando ampliar ou formar novos

conceitos sobre a escravidão.

Palavras-chave Escravidão. Exploração do trabalho. Violência.

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 2º Ano do Ensino Médio

APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática faz parte do Programa de Desenvolvimento

Educacional da disciplina de História, a qual será implementada no Colégio

Estadual Jardim Alegre na cidade de Telêmaco Borba, com alunos do 2º Ano do

Ensino Médio, no primeiro semestre de 2014. A proposta de trabalho tem como

objetivo aprofundar o conhecimento crítico dos educandos de tal forma que

conduza a reflexão dos fatos cotidianos comparando os conceitos de escravidão

hoje com a História da Escravidão Negra no Brasil.

Para tanto, alguns objetivos específicos foram elencados para que sejam

alcançados pelos educandos:

1- perceber que a História não é feita de fatos isolados e sim de

continuidades;

2- compreender as características da sociedade atual comparando-a com

outros tempos e espaços;

3- proporcionar uma reflexão no tocante a mudanças de conceitos –

escravidão/exploração do trabalho – com o passar do tempo;

4- mostrar que os agentes históricos são todos agentes sociais;

5- traçar um paralelo entre a escravidão negra com o trabalho escravo na

atualidade,

O Programa de desenvolvimento Educacional (PDE) é uma política

desenvolvida no Estado do Paraná, a qual propicia a produção do conhecimento

aliada a formação continuada. E, espera-se que ao propor o título: “A Escravidão

teve fim? Uma transposição de conceitos – da Escravidão Negra no Brasil à

Exploração do Trabalho na Atualidade”, os educandos possam perceber que após

a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888 continua

existindo a escravidão no Brasil na atualidade, portanto, essa forma de

exploração desumana da força de trabalho não foi abolida por completo.

Dessa forma, podemos encontrar vários casos de pessoas sendo

subjulgadas à condição de escravos, sem ser garantidos os seus direitos de

cidadãos, sendo vítimas de violência física e psicológica. Aqui cabe resaltar que

não se pretende cometer um anacronismo histórico, e sim, pensar no tema

Escravidão, tendo claro as suas especificidades temporais e espaciais.

INTRODUÇÃO

Para realizar essa proposta de trabalho faz-se necessário que se tenha

bem claro que o ensino de história pretende ampliar nos educandos seus

aspectos cognitivos, sociais, políticos, afetivos e culturais. Para que o mesmo seja

capaz de se reconhecer como agente participativo da História e que esta, é uma

produção humana, a qual é constituída de permanências e de mudanças. Dessa

forma, esse educando deve ter condições para estabelecer relações dos

conteúdos estudados na disciplina de história, com a sua realidade, bem como,

com outros tempos e espaços.

Durante o processo de ensino e aprendizagem de História, é preciso que

se contemple a perspectiva de dar sentido aos conteúdos estudados, para que

assim, atinja o objetivo da aprendizagem com a ampliação dos conhecimentos

dos educandos. Dando ênfase, à problematização dos conteúdos propostos para

o ensino de História. O que para SCHMIDT & CAINELLI (2004),

Problematizar o conhecimento histórico significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas. (SCHMIDT & CAINELLI, 2004, p.52)

O ensino de História deve ser trabalhado de forma mais ampla, ou seja, de

forma contextualizada, deixando de lado um modelo que se fundamentava em

causas e consequências e, em fatos isolados. Para que dessa forma possa

propiciar ao educando uma formação mais crítica, no que se refere a todos os

âmbitos da sociedade, bem como, se reconhecer como agente transformador

desta sociedade onde está inserido.

A partir dessa perspectiva de ensino de História, este trabalho propõe que

se realize um diálogo entre passado e presente. Dessa maneira, pretende-se

aprimorar a criticidade dos educandos de tal forma que os conduzam à reflexão

dos acontecimentos da história presente, e a partir disso, estabelecer pontos de

semelhanças e diferenças dos fatos acontecidos no Brasil no decorrer de sua

história. Dessa forma, essa proposta de trabalho não deve se esgotar na temática

“Escravidão”, mas, permear todos os conteúdos de História.

SONDAGEM PRÉVIA DO CONHECIMENTO DOS EDUCANDOS REFERENTE

AO TEMA PROPOSTO NA UNIDADE DIDÁTICA

É de extrema relevância fazer uma sondagem entre os alunos para saber o

nível de conhecimento sobre o tema “Escravidão Negra e Trabalho Escravo na

Atualidade”, para que se tenha a possibilidade de problematizar o tema, bem

como, despertar no aluno o interesse e envolvimento para que o mesmo possa

participar do processo de ensino e aprendizagem, adquirindo a partir disso, um

conhecimento mais significativo.

PROPOSTA DE ATIVIDADE:

Entregar as seguintes perguntas aos alunos para que seja

respondido a partir de seus conhecimentos adquiridos durante a vida

escolar. Na sequencia, recolher as mesmas para posterior análise das

respostas pessoais dos alunos.

1- Defina com suas palavras o que é “ser escravo”?

2- O Brasil foi um dos países que utilizou um grande número de

escravos negros africanos nas suas atividades coloniais, escreva de

que forma pessoas livres na África se tornavam escravas? E como

passavam a ser comercializadas como “mercadorias”?

3- Como era o tratamento dispensado aos escravos e escravas vindos

da África e aos Afrodescendentes no Brasil colonial?

4- A História é feita de mudanças e de continuidades. Sob essa

perspectiva, a Escravidão como prática exploratória acabou no

momento de assinatura da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888?

Justifique a sua resposta.

5- Existem relações de exploração do homem sobre o homem, ou seja,

de escravidão em nossos dias? Discorra sobre isso.

Escravidão Negra no Brasil

O Brasil a colonização portuguesa foi

baseada na grande propriedade

monocultora, pois tinha como

finalidade fornecer matérias primas, como por

exemplo, produtos alimentícios e minérios, ao

comércio europeu. Para suprir essa demanda

houve a “necessidade” de ser utilizada a mão

de obra compulsória primeiramente do índio e

depois do negro africano.

Economicamente o tráfico de escravos

africanos foi muito vantajoso, o que fez do

escravo uma mercadoria muito cobiçada. No entanto, não era reconhecida a sua

condição humana, portanto, o escravo não tinha direitos garantidos.

O tráfico de escravos fez de muitos traficantes portugueses, bem como, de

outras nacionalidades europeias, comerciantes ricos, pois o escravo negro era

N

ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL E EXPLORAÇÃO DO TRABALHO NA

ATUALIDADE

A escravidão foi uma

instituição nacional. Penetrou

toda a sociedade,

condicionando seu modo de

agir e de pensar. O desejo de

ser dono de escravos, o

esforço por obtê-los ia da

classe dominante ao modesto

artesão branco das cidades.

Houve senhores de engenho

e proprietários de minas com

centenas de escravos,

pequenos lavradores com

dois ou três, lares

domésticos, nas cidades,

com apenas um escravo. O

preconceito contra o negro

ultrapassou o fim da

escravidão e chegou

modificado a nossos dias. [...]

O trabalho manual foi

socialmente desprezado

como “coisa de negro”.

(FAUSTO, 2010, p. 69)

FIGURA 1

Disponível em: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?f

oto=4&evento=1#menu-galeria. Acesso em 10/11/2013

uma mercadoria das mais valiosas. Dessa forma, o sistema colonial ficou cada

vez mais fortalecido entre metrópole portuguesa e colônia.

Desde o início da exploração do trabalho escravo negro no Brasil e relação

entre os senhores de escravos e os

negros não aconteceu de forma pacífica,

pois os trabalhadores negros não

aceitavam a sua condição de explorados

tão pacificamente, exemplo disso, são as

tentativas de fugas, tanto individuais

como em massa, agressões aos seus

senhores e prejuízos que causavam a

estes.

Apesar das tentativas de

resistência por parte dos escravos negros

ou dos afro-brasileiros, estes se viram obrigados a se submeter ao trabalho

forçado. Viram-se isolados de seus familiares e amigos, pois foram tirados de

seus países de origem e enviados para diferentes regiões do Brasil.

O tratamento dispensado ao escravo negro era desumano. Seu trabalho

era explorado ao máximo. Trabalhavam de sol-a-sol. A alimentação era de

péssima qualidade e as roupas eram comparadas a farrapos. Viviam em senzalas

DE ONDE VINHAM OS

ESCRAVOS NEGROS?

De diversas regiões, sobretudo

da Guiné, Angola, Congo e

Moçambique, eram deixados

em cativeiros na própria África,

até a chegada do comerciante

europeu para serem

transportados. Uma vez

embarcados nos navios

negreiros, conhecidos como

tumbeiros, os novos escravos

eram tratados com violência.

Nus e mal alimentados, eram

castigados e expostos a todos

os tipos de doenças e

humilhações desde o cativeiro

no continente africano.

(VÁRIOS AUTORES, 2006, p.

74)

FIGURA 2

Disponível em:

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/det

alhe.php?foto=2&evento=1. Acesso em: 01/11/2013.

úmidas e com pouca iluminação e

higiene. Eram vigiados pelos

capitães do mato e recebiam

constantemente castigos físicos. Em

alguns casos, eram até mesmo

acorrentados para que se evitassem

as fugas.

Os escravos negros

realizavam várias formas de

trabalho, como exemplo pode citar

as atividades agrícolas de

monoculturas que estavam voltadas

para o comércio externo, bem como,

de escravos domésticos (amas-de-

leite, mucamas, cozinheiras, negros

de recado) e de escravos de

aluguel.

Após a assinatura da Lei

Áurea pela princesa Isabel em 13 de

maio de 1888, não houve uma

política de inserção social dos

negros recém-libertos no mercado

de trabalho. A partir de então, esses

trabalhadores foram considerados

“livres”, no entanto, precisavam se

inserir no mercado de trabalho, mas

ainda estavam fortemente marcados

pela negatividade de ser ex-

escravos.

Nos primeiros anos da

República foi criada uma legislação

que incentivava a substituição da mão de obra dos negros, recém-libertos, pela de

imigrantes europeus.

TEXTO COMPLEMENTAR Na condição de fugidos e não

fugitivos, os (as) escravizados

(as) se embrenhavam mata

adentro, e formaram

comunidades negras.

Geralmente as terras ocupadas

eram férteis e localizavam-se

nas regiões altas e de difícil

acesso; uma estratégia que

garantia a sobrevivência do

grupo, pois dificultava o acesso

de estranhos, ou seja, dos

caçadores de escravos. Por

outro lado, a localização dos

quilombos no topo das

montanhas e serras

possibilitava aos aquilombados

enxergar os movimentos de

ataque e organizar a defesa ou

fuga para outras localidades.

(CHAGAS, 2009, p. 24)

Atividade do texto

Após a leitura e discussão do

texto pelo grupo elabore uma

definição para quilombo.

ATIVIDADES:

1- Observando a figura 1 o que lhe chama mais a atenção na cena dos negros no

porão de Johann Moritz Rugendas?

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__________________________________________________________________

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2- Descreva o que você observa na figura 2 que está retratando a habitação dos

negros de Johann Moritz Rugendas.

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__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

3- Em duplas fazer uma pesquisa de imagens da Escravidão Negra no Brasil,

para isso vocês poderão utilizar-se da internet, de livros ou de revistas. Após

escolher uma imagem, a dupla deverá confeccionar um cartaz reproduzindo a

imagem, utilizando-se dos materiais disponíveis expresse a sua criatividade.

Esses cartazes farão parte de uma exposição final que será realizada para o

coletivo da escola. Sugestão básica de materiais: cartolina branca, lápis,

borracha, tinta guache, pincéis, lápis de cor, canetinhas hidrográficas.

4- Após o estudo da Escravidão Negra no Brasil faça os seguintes apontamentos:

Por que o escravo negro era considerado uma mercadoria?

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Como era a relação interpessoal dos senhores de escravos e os negros

escravizados no Brasil?

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Descreva como era a vida dos escravos negros.

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Como aconteceu o processo de libertação dos escravos negros com a

assinatura da Lei Áurea em 1888?

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TEXTO COMPLEMENTAR

Disponível em:

http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=384&evento=4#menu-galeria Acesso em: 04/10/2013

Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de

desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.

Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas

(galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.

Fonte do texto: http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm. Acesso em: 04/10/2013

Atividades: 1- O que é a capoeira? 2- Qual o motivo da criação da capoeira? 3- Para quê servia a prática da capoeira?

ATIVIDADE COM VÍDEO:

Utilizando-se da TV Pendrive assistir o recorte do filme Amistad (Drama,

país Estados Unidos, 1997, direção Steven Spielberg, duração do trecho 9 min

49 s).

Entregar para os alunos na forma impressa as seguintes questões:

1- Você já havia assistido o recorte ou o filme Amistad na íntegra?

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2- Qual foi o sentimento despertado em você ao ver o trecho do filme apresentado

a respeito da forma de tratamento dado a outro ser humano?

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Disponível em http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17235 Acesso em 02/11/2013.

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3- Descreva as situações apresentadas no trecho do filme que mais te chamaram

a atenção em relação ao tema Escravidão Negra.

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Exploração do trabalho na atualidade

urante muitos anos o ensino de História reproduziu a ideia que a

Escravidão acabou no Brasil, e que esta prática exploratória do homem

sobre o seu semelhante havia sido extinguida. No entanto, podemos

encontrar várias situações análogas à de escravidão nos meios de comunicação

escrito e falado na atualidade.

Pessoas que perdem seus direitos, são

explorados e violados na sua condição de

cidadão. Trabalham exaustivamente para

compor um sistema que visa o enriquecimento

dos patrões. Essa relação de trabalho escravo

na atualidade é tão lucrativa quanto o foi no

período colonial.

A prática da escravidão é muito antiga,

sempre esteve presente em diferentes tempos e

sociedades pelo mundo. No Brasil atual não é

D

O que é trabalho escravo?

A Convenção nº 29 da OIT

de 1930, define sob o

caráter de lei internacional

o trabalho forçado como

“todo trabalho ou serviço

exigido de uma pessoa

sob a ameaça de sanção

e para o qual não se tenha

oferecido

espontaneamente.” A

mesma Convenção nº 29

proíbe o trabalho forçado

em geral incluindo, mas

não se limitando , à

escravidão. A escravidão

é uma forma de trabalho

forçado. Constitui-se no

absoluto controle de uma

pessoa sobre a outra, ou

de um grupo de pessoas

sobre outro grupo social.

Fonte do texto:

http://reporterbrasil.org.br/t

rabalho-escravo/. Acesso

em 12/11/2013

Foto: Lisa Kristine Disponível em:

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/08/fotografia-a-escravidao-moderna-que-fingimos-nao-ver.html. Acesso em:

12/11/2013

diferente, e essa escravidão moderna, deve ser tratada como um problema de

ordem social, política e econômica. Dessa forma, não devemos entender essa

prática exploratória como legítima, devemos pensar na sua verdadeira extinção, e

para isso, é preciso uma conscientização de todos os governantes e demais

segmentos da sociedade brasileira.

No Brasil, não diferente de outros países do ocidente, existe uma

escravidão “ilegal”, e essa prática inicia no momento que o empregado é

recrutado para trabalhar por intermédio de um empreiteiro, o qual também é

popularmente conhecido como “gato”.

VAMOS REFLETIR?

Foto: Andre Penner

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/escravidao-ainda-existe-historia-trabalho-escravo-cana-agronegocio-546462.shtml. Acesso em 11/11/2013.

A erradicação do trabalho escravo talvez seja um dos poucos problemas sociais que, se corretamente instrumentalizado, pode ser extinto em curto prazo. Entretanto, é necessário focalizar mais nas causas do problema do que em suas conseqüências. Para erradicar-se o trabalho escravo, são necessárias ações estruturais nas regiões afetadas que incluam, orquestradamente, políticas de desenvolvimento sustentável; de reinserção social; de trabalho, emprego e renda; de reforma agrária; e de educação. Ademais, devido às suas especificidades, qualquer articulação se torna ineficaz sem um ágil sistema de combate à impunidade. (ANTERO, 2007, p. 10-11) Responda: A Escravidão é uma prática proibida por lei, mesmo assim, podemos presenciar formas de exploração do trabalho compulsório. Segundo a sua visão por que isso ainda acontece?

As atividades realizadas pelos escravizados são bem variadas, como por

exemplo, no cultivo da cana-de-açúcar, na criação de animais, na plantação de

algodão, de frutas, de feijão, de café, na derrubada de mata, na exploração de

madeiras, na produção de carvão vegetal, em fábricas, na construção civil, entre

outras.

Os trabalhadores contratados, que podem ser homens, mulheres,

adolescentes e até mesmo crianças, são geralmente levados para locais distantes

de seus lares e familiares, podendo ser até mesmo em outros Estados ou países.

Sem saber as verdadeiras

condições de trabalho, de

alojamento, de alimentação

e de tratamento que serão

submetidos, acreditam que

terão um trabalho para

melhorar a sua condição de

vida e de sua família.

Quando chegam aos

locais de trabalho se

deparam com outra

realidade, a qual não

esperava, pois esses locais

não oferecem a mínima condição de higiene necessária, não possuem

instalações sanitárias, não contam com atendimento médico hospitalar, nem

mesmo, com os básicos primeiros socorros.

Para chegar ao local de trabalho, as pessoas já contraíram dívidas, por

exemplo, pelo transporte, pela alimentação, pelas ferramentas que utilizarão nas

suas atividades. O que já torna difícil o retorno destas pessoas para seus locais

de origem. Como não conseguem pagar as dívidas, são obrigadas a

permanecerem e a se submeterem às condições de escravas.

As tentativas de fugas são muito arriscadas, pois são constantemente

vigiados. Caso haja tentativa, os mesmos são perseguidos, e se capturados

recebem castigos severos e, até mesmo, podem ser assassinados.

A exploração do trabalho na forma de escravidão está presente em vários

Disponível em: http://www.brasilescola.com/sociologia/escravidao-nos-dias-de-

hoje.htm. Acesso em: 11/11/2013

países do mundo que tem um modelo econômico e social que favorece essa

prática, como exemplo, pode citar a fragilidade dos direitos fundamentais de

trabalhadores e trabalhadoras que fortalecem as práticas já existentes ou podem

criar novos modelos de exploração.

A escravidão na atualidade está presente nas mais diversas atividades do

mundo do trabalho, portanto, não acontece exclusivamente no meio rural. É

possível encontrar casos de trabalhadores nos centros urbanos sendo mantidos

sob coação e violência física e moral. Entre estes, estão estrangeiros e pessoas

que são vítimas da exclusão social e econômica que facilmente são incluídos

nessa prática do trabalho escravo nas áreas urbanas.

ATIVIDADES: 1- Utilizando-se da ferramenta Internet, pesquise uma definição do termo

escravidão e socialize com seus colegas em um grande círculo, observando se

existem diferenças ou semelhanças. Após a apresentação, elabore uma definição

do termo escravidão levando em consideração os apontamentos do grupo.

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2- Nesta atividade sugiro a divisão da turma em três grupos. Cada grupo ficará com

um texto sugerido. Fazer a leitura para posterior apresentação dos pontos

relevantes do texto na forma de seminário.

Texto 1: O que é trabalho escravo. Disponível em:

http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/

Texto 2: Como uma pessoa escrava se torna livre. Disponível em:

http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/como-uma-pessoa-escrava-se-

torna-livre/

Texto 3: Trabalho escravo atualmente. Disponível em:

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/trabalho-

escravo/trabalho-escravo-atualmente.aspx

Texto 4: Brasil é elogiado, mas fica entre 100 piores em ranking de trabalho

escravo. Disponível em:

http://www.forcasindicalbahia.com.br/2013/10/17/brasil-e-elogiado-mas-fica-

entre-100-piores-em-ranking-de-trabalho-escravo/

3- O que você sugere para acabar com a permanência das práticas escravistas de

homens, mulheres e crianças no Brasil atual?

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4- Além do que foi estudado nesta unidade, você já ouviu falar sobre a

permanência da Escravidão no Brasil na atualidade? Comente sua resposta.

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ATIVIDADE COM VÍDEO:

Utilizando-se da TV Pendrive assistir o vídeo “Trabalho escravo no Brasil

atual” (duração 13 min 18 s).

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_IXzAUf_JwI. Acesso em 11/11/2013.

Entregar para os alunos na forma impressa, antes de iniciar o vídeo, as

seguintes questões:

1- Qual a diferenciação que é feita no vídeo da Escravidão Negra com a

Escravidão hoje?

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2- Segundo o que foi apresentado no vídeo, por que pessoas nos dias de hoje se

encontram na condição de escravos?

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3- Escreva as situações apresentadas no vídeo “Trabalho escravo no Brasil atual”

que mais te chamaram a atenção em relação ao tema Escravidão hoje.

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4- Descreva os ambientes de trabalho apresentados no vídeo assistido.

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PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ENCERRAR O TEMA ESTUDADO:

Após termos estudado a Escravidão Negra no Brasil e a Escravidão nos

dias atuais, observando as semelhanças desses dois fenômenos históricos, redija

um texto de 15 a 25 linhas apresentando seu ponto de vista sobre a permanência

dessa prática de exploração do homem sobre o homem. Não se esqueça de dar

um título ao seu texto.

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REFERÊNCIAS:

AGUIAR, Maria Osório de & MOREIRA, Andre Luiz. Ação afirmativa: a luta do

negro para o ingresso nos espaços de poder. In: CAMPOS, Adriana Pereira &

SILVA, Gilvan Ventura da (orgs). A escola e suas cores – cidadania, educação

e relações étnicorraciais. 4. Ed. Vitória: GM, 2011.

ANTERO, Samuel A.. Monitoramento e avaliação do Programa de Erradicação

do Trabalho Escravo. Disponível em:

<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/EPPGG/prod

ucaoAcademica/ARTIGO_SAMUELANTERO_RAP2.pdf>. Acesso em 21/03/2013.

CHAGAS, Waldeci Ferreira. Por dentro da História – Formação docente e cultura

afro-brasileira. In. SILVA, André Luiz dos S. & SANTOS, Nágila Oliveira dos (orgs).

Educação e Relações Étnicorraciais. Maricá: Ponto de Cultura, 2009.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São

Paulo, 2010.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização

e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-

Raciais. Brasília: SECAD, 2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais

da Educação Básica - História. Curitiba: SEED, 2008.

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