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OS FILÓSOFOS E A EDUCAÇÃO Fausto dos Santos

Os Filósofos e a Educação

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Introdução e apresentação do livro Os Filósofos e a Educação de Fausto dos Santos

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Page 1: Os Filósofos e a Educação

OS FILÓSOFOSE A EDUCAÇÃO

Fausto dos Santos

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Chapecó, 2014

Fausto dos Santos Amaral Filho

OS FILÓSOFOSE A EDUCAÇÃO

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Todos os direitos reservados à Argos Editora da Unochapecó

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Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.

370.1 Amaral Filho, Fausto dos Santos A845f Os filósofos e a educação / Fausto dos Santos Amaral Filho. – Chapecó : Argos, 2014. 188 p. ; 23 cm. - (Debates ; 11) Inclui bibliografias ISBN: 978-85-7897-140-3 1. Educação – Filosofia. I. Título. II. Série CDD 370.1

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Para minha esposa, a professora Valéria Marcondes Brasil, por tudo.

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PROFESSORA

Ai, ai,Professora querida

Sala de aulaPower pointMaquinaria

Gráficos Tabelas

Esquemas

Ai, ai,Professora querida

Como seráQue seria

SeAo invésDe tanta

MetodologiaA sua aula tivesse

Um poucoUm pouquinho mais

De melodia.

Fausto dos Santos

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Sumário

11 Prefácio

15 Apresentação

17 Heráclito: educação e lógos

27 Protágoras e o parâmetro humano

41 A efetivação do projeto político pedagógico na República de Platão

59 Platão: ensinando a aprender, aprendendo a ensinar (epistéme, eunoia, parresía)

69 Aristóteles: do negócio ao ócio

93 Tomás de Aquino e os conselhos a frei João

105 Descartes e a dúvida educativa

121 Meditando com Descartes

131 Os mais belos tratados de educação e a hermenêutica das suas possibilidades

143 Com Marx, contra os marxismos: a educação tem que ser pensada

159 Hannah Arendt e a crise na educação

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Prefácio

Sem a pretensão de fazer história da filosofia da educação, Fausto dos Santos, em Os filósofos e a educação, numa série de ensaios, comenta questões filosóficas orientadas para o fenômeno da educação. O con-junto de estudos contribui para o esclarecimento de aspectos relevantes da educação. Sem esquecer Heráclito e Protágoras, passando obrigato-riamente por Platão e Aristóteles, examina posições de Marx e Hanna Arendt, de Tomás de Aquino e Descartes, portanto, abre o debate para uma ampla visão histórica que apresenta questões relevantes para um estudo sistemático. A abordagem não pretende ser uma investigação completa de autores e temas, mas uma introdução ao leitor que deseja o entendimento das reais conexões entre filosofia e educação.

A filosofia surge na Grécia Antiga, intimamente ligada à pe-dagogia. Pode-se afirmar, sem exagero, que a filosofia nascente é por natureza pedagógica. Assim podem ser lidos Platão e Aristóteles. Todavia, séculos depois, essa conaturalidade entre as duas manifes-tações, devido ao avanço dos conhecimentos e das caraterísticas de nossa época e especialmente da situação econômico-política, tornou

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essas instituições autônomas, embora ainda ligadas por laços de origem e aspectos éticos e epistemológicos. Com o surgimento das ciências sociais e humanas, houve um momento em que até se pensou que se poderia fazer educação sem filosofia. Todavia, esse equívoco mo-mentâneo parece já ter sido superado. Atualmente, pode-se assistir, no Brasil, a um retorno dos estudos filosóficos na área da educação. Inúmeros artigos e livros comprovam isso.

Nesse cenário, no entanto, a importância das relações entre a filosofia e a educação não pode ser reduzida a uma disciplina, ou seja, à filosofia da educação. Na realidade, interessa à educação a pesquisa filosófica que abarca os domínios ontológicos, epistemológicos, éticos, estéticos, enfim, todo o pensamento filosófico. E, isso, conjuntamente com a investigação científica e o desenvolvimento dos saberes em geral. A natureza da educação exige uma abordagem que ultrapassa os limites das matérias institucionalizadas. Nesse sentido, a filosofia ocupa, em relação às teorias pedagógicas, uma função especial de inter e de transdisciplinaridade. A educação é de fato o exemplo de processo que exige o envolvimento de toda sociedade.

Fausto dos Santos mostra, com seu jeito de professor e sensibili-dade de escritor, as possíveis conexões entre o pensamento filosófico e a ação pedagógica. De fato, há uma dimensão pedagógica da filosofia, especialmente na tradição e, igualmente, há uma dimensão filosófica da pedagogia que ninguém pode negar. Hoje as relações entre filosofia e educação ganham novos contornos, pois se apresentam enriqueci-das com outros conhecimentos necessários para descrever e explicar o fenômeno educacional e da aprendizagem. As aproximações entre o pensamento filosófico e os processos educativos e formativos, no essencial, continuam vivas e atuantes. Não é possível nenhum sistema educacional sem pressupostos e definições filosóficas, mesmo quando esses pressupostos priorizam aspectos econômicos, sociais e políticos.

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Apesar da relevância do tema, há o problema de seu acesso e de investigação das relações entre filosofia e educação. Pode-se reafirmar que filosofia não pode ser reduzida a estudos disciplinares parciais. Em vista disso, torna-se quase impossível falar da filosofia da edu-cação sem abranger os domínios da ontologia, da epistemologia, da ética, da estética e da história da filosofia. As disciplinas que tratam o assunto, quando superficiais, não suportam mais a emergência e a complexidade do pensamento filosófico atual que, por sua vez, também se vê dividido em posições contrárias e complementares. São comuns, na atualidade, os estudos filosóficos da educação que investigam apenas um ou alguns autores e/ou textos ignorando ou-tras tendências e posições. Também é comum se observar notáveis professores de filosofia que não escreveram uma linha sequer sobre educação, como se o tema fosse de exclusividade de professores da área educacional. Portanto, o panorama do ensino da filosofia, na perspectiva da formação na área da educação, apresenta dificuldades naturais. Por isso, uma obra que oferece a possibilidade de examinar alguns filósofos frente à educação, na perspectiva da história da filo-sofia e da pedagogia, sempre é bem-vinda, pois, além de despertar o interesse dos estudiosos, contribui efetivamente com o esclarecimento de questões fundamentais.

O título deste livro, Os filósofos e a educação, é adequado aos objetivos do autor. Não se trata de filosofia e de educação, mas da apresentação de filósofos, de sistemas filosóficos que refletem sobre a educação, ou que influenciam processos educacionais. Apesar das dificuldades naturais de uma apresentação, ora pela extensão e rigor da obra, ora pelo enfoque das reflexões, Fausto dos Santos, experiente em seu ofício, assume o risco de examinar temas consagrados e os revê de modo acessível, facilitando assim a comunicação entre o leitor e os textos clássicos. Esse trabalho de mediação entre os textos e os

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problemas educacionais, que os professores cotidianamente realizam ensinando nas salas de aula e nos trabalhos escritos, tem como meta a aprendizagem dos estudantes e dos leitores em geral.

Jayme Paviani Caxias do Sul, 30 de maio de 2014

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Apresentação

Com o título Os filósofos e a educação não se quer aqui produzir uma espécie de historiografia filosófica que, não poucas vezes, confundimos com a tarefa do pensamento, não. Aqui se quer pensar com os filósofos a educação, mormente na contemporaneidade que nos é própria. Pensa errado quem pensa que pensar é coisa difícil e que filosofia é coisa eso-térica apenas para um grupo de iniciados. Se definimos o ser humano como sendo o animal que pensa, qualquer um de nós, sendo humano, é capaz de pensar. No entanto, de fato, hodiernamente, quando somos engolfados pela brutal quantidade apressurada da desconexão infor-mativa, dificilmente temos tempo para pensar. Sendo assim, podemos concluir que levamos, cada vez mais, uma vida desumana. Possibilidade própria apenas do que é humano. O pensar requer o humano tanto quanto o humano requer o pensar. A temporalidade de ambos solicita a conexão com o simples. Mas o simples desvanece em meio ao ruidoso da maquinação da maquinaria do modo de produção da existência humana vigente. Perceber o quanto tal modo de produção determina a nossa existência, é o primeiro passo para, abafando o ruidoso, auscultar o simples pensar. Abafar o ruidoso é o esforço para o começo de todo

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pensamento que simplesmente eflui. O simples pensar, uma vez efluído, constantemente flui. Em meio à finitude nada mais é capaz de detê-lo.

Ainda que as questões que envolvam a educação sejam extrema-mente complexas, pois interligadas à totalidade do fenômeno social, foi com este intuito, de simplesmente pensar a educação, que este livro foi escrito. É na simplicidade pensante que a totalidade complexa se desvela no apuramento do olhar.

Nos capítulos que compõem Os filósofos e a educação tentei, de alguma forma, estabelecer um diálogo entre os filósofos e os possíveis leitores dos textos. Diálogo este que, se profícuo, como espero que seja, poderá ser prolongado nas salas de aula, nos grupos de estudo, nas rodas de amigos e onde mais a educação necessite ser pensada e dialogada. Educação que não diz respeito apenas aos profissionais e especialistas no assunto, mas, também, à sociedade de uma forma geral.

A ordenação da grande maioria dos capítulos segue uma ordem cronológica. Poderia não seguir particularmente essa ordem, visto que, como já foi dito, não se trata aqui de um estudo historiográfico, mas, antes, de uma tarefa do pensamento, o que não se produz necessaria-mente de maneira linear. Por isso mesmo, o leitor pode ler o livro na ordem dos seus interesses, o que não o exime de lê-lo todo como um todo, em busca da sua integralidade orgânica; aquela que lhe confere o simples pensar a partir dos filósofos da educação. Comece por onde começar, é a hora, então!

Fausto dos Santos Amaral FilhoCuritiba, julho de 2014

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Sobre o autor

Fausto dos SantosNasceu em Santos (SP). Graduado em Filosofia (bacharelado e licen-ciatura) pela PUCRS (1996), onde também fez o seu Mestrado em Filosofia (1999). Doutorou-se em Filosofia pela UFRJ (2005) com tese sobre Platão. Lecionou disciplinas filosóficas por dez anos na ULBRA – Canoas, e atualmente é professor-pesquisador do PPGEd da Universidade Tuiuti do Paraná. Além de diversos artigos e capítulos de livros, são suas as seguintes obras: Filosofia aristotélica da linguagem (Chapecó: Argos, 2002), A estética máxima (Chapecó: Argos, 2003), Platão e a linguagem poética: o prenúncio de uma distinção (Chapecó: Argos, 2008), Prospecções filosóficas: Platão e Aristóteles, Estética, Hermenêutica e Teologia (Chapecó: Argos, 2012). É organizador da obra de Edvino A. Rabuske, publicada postumamente: Teologia e Filosofia: irmãs rivais (Chapecó: Argos, 2013).

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Título

Autor

Coleção

Coordenador

Assistente editorial

Assistente de vendas

Secretaria

Distribuição e vendas

Divulgação

Projeto gráfico e capa

Diagramação

Preparação dos originais

Revisão

Formato

Tipografiia

Papel

Número de páginas

Tiragem

Publicação

Impressão e acabamento

Os filósofos e a educação

Fausto dos Santos Amaral Filho

Debates, n. 11

Dirceu Luiz Hermes

Alexsandro Stumpf

Neli Ferrari

Leonardo FaveroMarcos Domingos Robal dos Santos

Neli FerrariAndressa CazalliXimena Gil da Silva Reinehr

Joice Juliana Godoi de Oliveira

Alexsandro Stumpf

Alexsandro StumpfCaroline KirschnerKamila Kirschner

Emanuelle Pilger Mittmann Bárbara Cristina Milioransa Michailoff

Carlos Pace DoriEmanuelle Pilger MittmannOneida Maria Ragnini Belusso

16 X 23 cm

Adobe Caslon Pro entre 10 e 14 pontos

Capa: Supremo 280 g/m2

Miolo: Pólen Soft 80 g/m2

188

500

Julho de 2014

Gráfica e Editora Pallotti – Santa Maria (RS)

Argos Editora da Unochapecówww.unochapeco.edu.br/argos

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ISBN 978-85-7897-140-3

Ainda que as questões que envolvam a educação sejam extremamente complexas, pois estão interligadas à totalidade do fenômeno social, foi com este intuito, de simplesmente pensar a educação, que este livro foi escrito. Pois é na simplicidade pensante que a totalidade complexa se desvela no apuramento do olhar.

Nos capítulos que compõem Os filósofos e a educação buscou-se, de alguma forma, estabelecer um diálogo entre os filósofos e os possíveis leitores dos textos. Diálogo este que poderá ser prolongado nas salas de aula, nos grupos de estudo, nas rodas de amigos e onde mais a educação necessite ser pensada e dialogada. Educação que não diz respeito apenas aos profissionais e especialistas no assunto, mas, também, à sociedade de uma forma geral.