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Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número
23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs
OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO
BRASIL
Carlos Cesar Domingos do Amaral (USCS/UNIUBE/FMU)1
Resumo
A Luta Livre surge em 1920 nos Estados Unidos e, no Brasil, é sucesso com o nome de
Telecatch. No passado a forma de consumir produtos nacionais de Luta Livre estava
relacionada às apresentações e álbuns de figurinhas. Hoje, existem lojas virtuais
nacionais para as negociações, além de equipes brasileiras que apostam em conseguir
público com a criação de produtos exclusivos. O objetivo deste artigo é mostrar quais
são as empresas que buscam espaço frente a esse mercado, a partir de uma revisão
bibliográfica do assunto, além de entrevistas com os que levam a possibilidade de
consumo de produtos aos fãs. Os resultados apontam o início da atividade no mercado
brasileiro nessa área, que é de suma importância para um futuro da Luta Livre nacional.
Palavras-chave: Luta livre. Produtos. Consumo. Esporte de Entretenimento.
Abstract
The Wrestling appears in 1920 in the United States and, in Brazil, is successfully under
the name Telecatch. In the past the way to consume National Wrestling product was
related to the presentations and sticker albums. Today, there are national web shops for
negotiations, and Brazilian teams betting on getting public with the creation of unique
products. The purpose of this article is to show what companies seeking space in front
of this market, from a literature review of the subject, as well as interviews with leading
the possibility of consumer products to fans. The results indicate the beginning of the
activity in the Brazilian market in this area, which is of paramount importance for the
future of the National Wrestling.
Keywords: Wrestling. Products. Consumption. Entertainment Sport.
1Mestre em Comunicação pela Universidade São Caetano do Sul (USCS). Jornalista pela Universidade de
Uberaba (UNIUBE). Especialista em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pelas Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU). Contato: [email protected]
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Introdução
A Luta Livre surge em 1920 nos Estados Unidos e chega ao Brasil por volta de
vinte anos depois; mas é em 1960 que esse Esporte de Entretenimento faz sucesso na
TV brasileira com o nome de Telecatch. A palavra é uma junção de outras duas, Tele de
TV e Catch de Catch-as-catch-can, um dos primeiros estilos de Luta Livre criados.
Atualmente, é chamado de Pro-Wrestling em nível mundial. Barthes (1972, p. 11)
compreende que o significado para a existência desse esporte é fazer com que o vilão
pague por todas as suas malvadezas dentro do ringue.
Nesse contexto, o objetivo deste artigo é apresentar as formas de consumo de
produtos de Luta Livre, no Brasil, por meio de pesquisa bibliográfica e entrevistas
realizadas com duas equipes de Luta Livre no Brasil que comercializam produtos e
outras duas lojas que focam nas vendas de produtos da WWE – World Wrestling
Entertainment. Essa produção se justifica pela insuficiência de estudos sobre o tema.
O Pro-Wrestling busca entreter as pessoas, assim sua nomenclatura de esporte
também é diferente. Em geral, os esportes buscam a competição e a Luta Livre, o
entretenimento. Assim, DoAmaral define o novo termo:
Esporte de Entretenimento: Prática esportiva que mistura ações do teatro e
espetáculo em busca de levar entretenimento aos espectadores. Os resultados
são determinados nos bastidores, os participantes e a empresa sabem o que
irá acontecer, os fãs não. Os praticantes precisam ser atletas, pois o esforço
físico é alto. Os riscos de integridade física são os mesmos que qualquer
outro esporte. Objetos cortantes, cadeiras, escadas, mesas e até mesmo fogo
podem ser usados na busca de maior adrenalina. O local para as exibições
podem ser o ringue, tatame ou qualquer outro espaço como garagens, jardins,
parques, etc. (DOAMARAL, 2016, p. 11-12)
Baccega (2011, p. 30) entende que “na sociedade contemporânea, a inter-
relação comunicação e consumo aparece como marca destacada”. A forma como os
produtos são consumidos atualmente é de extrema rapidez; em relação aos produtos de
Luta Livre, no Brasil, é importante ressaltar que esse processo é recente e ainda não está
acelerado. “Nesta fase do capital, o transitório tomou o lugar do permanente, ou seja, o
tempo de existência de cada produto, material ou simbólico, reduz-se rapidamente”
(BACCEGA, 2011, p. 30). Algo que deve se realizar em breve, pois os fãs sempre
querem inovações e novidades. Não se reinventar distanciará empresas de seus
consumidores.
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A autora complementa que “a produção se volta sempre para outros produtos,
novos ou renovados, os quais precisam ser rapidamente consumidos para que possam
ser substituídos” (BACCEGA, 2011, p. 30). Quanto mais existir variedades de produtos,
cores e formatos aliados ao show dentro do ringue, melhor para as equipes, assim como
para as lojas virtuais que trabalham com lutadores estrangeiros. “Quando se fala em
produção, fala-se também em consumo, pois a primeira só opera estando afinada com o
segundo” (BACCEGA, 2011, p. 30). Ninguém vai se interessar por algo ligado a uma
empresa ou lutador que não seja um exemplo a ser seguido, assim fica nas mãos dos
organizadores a forma de aplicar as histórias entre os lutadores, para levar o público a
adquirir objetos ligados aos mesmos, além de saber como utilizar as características do
heel (vilão) e do face (herói) nesse contexto.
“O objetivo da sociedade de consumo não é levar os sujeitos ao consumo
objetivando satisfazer suas necessidades, reais ou imaginárias, e sim transformar o
próprio consumidor em mercadoria, em produto consumível” (BACCEGA, 2011, p.
31). Nesse sentido, o apreciador de Luta Livre se sente bem apenas se estiver com o
último modelo lançado sobre sua empresa ou lutador favorito. “As mercadorias parecem
perder as marcas dos processos que as geraram (sem história), tornando-se
‘independentes’ e aparentemente incontroláveis” (BACCEGA, 2011, p. 31). Para que
esse processo aconteça são necessárias ações de divulgação, pois isso fomenta o ego do
consumidor em ter o produto. “A publicidade, entre as várias mídias, é a especialidade
cuja relação com o consumo é mais facilmente verificável numa sociedade
mercadorizada” (BACCEGA, 2011, p. 31).
A comunicação se relaciona com o consumo em pelo menos três âmbitos: 1.
O consumo é ele próprio, um código capaz de comunicar-se com os sujeitos.
Ele tem uma linguagem que é possível identificar e compreender; 2. No
âmbito da difusão dos produtos e serviços, apresentados como necessidades e
revelados como índices de classificação social; 3. Na importância que a
publicidade assumiu em nossa época, também chamada era da publicidade,
devido à transformação das coisas em mercadoria e sua estetização. (JAPPE,
2006 apud BACCEGA, 2011, p. 41)
Engana-se quem pensar que lançar produtos de qualquer segmento ou buscar
parcerias é algo fácil. Para qualquer tipo de ação é necessário conhecer seu público e as
formas corretas de se alcançar os objetivos, assim como afirma Smith:
Quando eu vendo um patrocínio, eu descubro qual é a meta da empresa: o
que ela quer com esse evento, essa liga ou essa equipe. Eles querem é
introduzir um novo produto usando esse evento? Querem criar hospitalidade
para seus clientes? Querem apenas ter exposição na mídia, televisão, jornal e
etc.? O que eles querem fazer com esse programa? Quando eu descubro isso,
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eu posso elaborar um programa que vai atraí-los, porque eu estou dizendo: 'Sr
presidente, essa é a forma pela qual você pode atingir o seu objetivo; através
de um suporte de programa esportivo'. E já estou meio caminho andado; eu
disse as coisas que eles querem ouvir. Então nós temos que fazer as
pesquisas; temos que nos preparar. Isso está se tornando uma indústria.
Aqueles que talvez estejam saindo para o campo nos próximos anos, à
medida que o Brasil tenta mover-se para dentro dessa arena e disputar mais,
esse é o desafio que vocês têm. Criar uma atmosfera de negócios, fazer
pesquisas com os clientes. (SMITH, 1996, p. 36)
Por se tratar de uma modalidade de esporte, as ações de marketing focam nesse
nexo. Assim para Melo Neto:
Uma vantagem do marketing esportivo é a sua capacidade de fixação da
marca ou do produto da empresa investidora na mente do consumidor, o que
contribui para a melhoria da imagem da empresa e da sua marca junto aos
clientes atuais e potenciais. (MELO NETO, 1995, p. 26-27)
Sendo assim, segundo esse mesmo autor os retornos imediatos podem ser
medidos de duas maneiras: publicidade e imagem; mas isso depende do grau em que se
investe, em uma cidade do interior, na capital, pelo país ou até mesmo em outros
continentes. “O terceiro retorno é, indiretamente, o marketing esportivo alavancando
vendas, porque promove institucionalmente a empresa, a marca e o produto” (MELO
NETO, 1995, p. 26-27).
1 Características da Luta Livre em seu desenvolvimento pelo mundo
Para Amezquita Mercado et al (2009, p. 3), muitos foram os tipos de combates
que aconteceram entre os homens durante a civilização e são destacados os seguintes:
“Wrestling das Canárias e o leonês, duas formas tradicionais de luta na Espanha e os
Jogos Olímpicos gregos foram provas que aconteceram no ano 1600 a. C.”
(AMEZQUITA MERCADO et al, 2009, p. 3). Na sequencia, vieram as lutas entre os
gladiadores romanos. “As lutas nas culturas da Suméria, datadas de 2300 antes da era
cristã; há evidência arqueológica na Babilônia, datando de 2600 a. C.” (AMEZQUITA
MERCADO et al, 2009, p. 3). Esses autores lembram da luta entre os hititas, com
murais etruscos representando a luta em seus túmulos.
Poliakoff (1989, p. 7) afirma que existiram três tipos de lutas: “Boxe, wrestling
e pankration, esportes que permitiram uma variedade de táticas de combate desarmado”
(POLIAKOFF, 1989, p. 7). Segundo Alves (2011, p. 12) “o Pankration foi uma das
primeiras lutas desarmadas, com poucas regras, que vieram a se popularizar, sendo
apresentada pela primeira vez nos Jogos Olímpicos da Grécia, em 648 a. C.”. Esse autor
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escreve que o Pro-Wrestling nasceu após a II Guerra Mundial e que esse período ficou
marcado pelo surgimento de uma modalidade da Luta Livre de competição denominada
“shoot (tiro), na qual os lutadores realmente competiam, e show (demonstração,
apresentação), que evoluiu para os modernos shows de Luta Livre Profissional”
(ALVES, 2011, p. 13).
Gladiatorium (2014) afirma que a partir do final dos anos de 1920 as lutas
mudaram seu âmbito de competição para o entretenimento e assim nasceu a Luta Livre
que existe até hoje. “As competições se mantiveram com confrontos sem lutas
combinadas, mas os profissionais perceberam que era mais vantajoso participar de
companhias que priorizavam os espetáculos sem se machucarem (GLADIATORIUM,
2014).
Assim, Gladiatorium (2014) entende que os lutadores poderiam lutar mais
vezes por semana e buscar riquezas. Para o autor, o Professional Wrestling ou Pro-
Wrestling ficou associado apenas às lutas combinadas. O autor explica que para o
público leigo eram mais atrativos esses espetáculos, nos quais as técnicas eram
ensaiadas e o apelo dos movimentos plásticos produziam maior audiência.
Assim, os confrontos esportivos de competição perderam espaço para uma
performance que a cada dia encontra mais adeptos. O que era espetáculo de praças e
feiras partiu para o circo e depois “passou a ser um espetáculo puro de entretenimento, e
ainda hoje há quem acredite que a luta é real” (GLADIATORIUM, 2014, s/p). Ser um
lutador de Luta Livre está muito longe de ser fácil, atletas de grandes empresas treinam
por oito horas para que os combates saiam da melhor forma possível e sem nenhum tipo
de lesão que possa tirar o wrestler de outras apresentações.
Porter (2011, p. 3) analisa que “a chave para o wrestling é a presença de
artistas capazes de dominar suas muitas nuances. A fim de alcançar o sucesso no
negócio, os lutadores têm que se tornar artistas híbridos” (PORTER, 2011, p. 3). Esse
autor afirma que, para realmente ter sucesso, é preciso desenvolver inúmeras
habilidades para condicionamento físico. Um lutador que protagoniza mais agilidade
sempre é mais bem recebido do que os outros. “Como uma produção essencialmente
ficcional se está em constante necessidade de características que podem apelar para o
mais vasto possível, garantindo lucrativas receitas” (PORTER, 2011, p. 3).
O ato de se vender bem as histórias no ringue, assim como a vitória do herói
sobre o vilão, são as tônicas desse esporte, então se souberem a maneira de trabalhar
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esses elementos, o sucesso acontece. “Portanto, um lutador é necessário para cativar,
para chamar o público para a emocional luta que acontece dentro do ringue” (PORTER,
2011, p. 3). Os lutadores são as formas de ligação entre o público e a empresa e cabe a
eles passar todo o conflito que envolve aquela história aos que assistem, sendo as
possibilidades de desenrolar aquela rivalidade, as mais diversas possíveis.
Chow (2012, p. 14-15) explica que o desenrolar das lutas pode ocorrer de
diversas formas, assim como o ataque repetido em uma parte do corpo, golpes
improvisados, pois o que é certo aos lutadores é apenas o seu final. Algumas vezes os
lutadores apenas se veem na hora da luta, o que impossibilita uma marcação mais
detalhada do que irá acontecer no ringue. “A capacidade de ‘vender’ o movimento
como real e a capacidade de trabalhar com e para o próprio oponente (…) sempre
apresenta a possibilidade de violência real, lesão e dor” (CHOW, 2012, p. 14-15).
É um dos deveres dos lutadores protegerem o seu adversário, pois a
brutalidades dos outros esportes de luta dá lugar ao desporto que busca apenas entreter a
população. O ato de saber passar ao público o sofrimento frente aos fortes ataques faz
com que muitos ainda o entendam como violento, mas são circunstâncias como essas
que fizeram da Luta Livre um imenso sucesso, pois é o único esporte de luta que
consegue aliar golpes plásticos e momentos de aflição e dor. Outros combates possuem
apenas um desses dois elementos.
Smith (2008, p. 164) explica que os lutadores usam golpes maleáveis (chave de
braço, pescoço e pernas) contra os adversários, pois assim ambos podem modificar a
luta a qualquer instante, assim como uma pausa para recuperarem o fôlego, mas sempre
é preciso que usem de trabalho facial, o que faz que o público não veja aquela parte
como um intervalo ou um descaso com os espectadores. O autor ainda afirma que “a
Luta Livre profissional, por outro lado, apresenta um caso de artistas servindo os
clientes com zombarias, rosna e carrancas” (SMITH, 2008, p. 174). Isso porque “em
vez de induzi-los a um confortável estado emocional relaxado, os artistas trabalham
para alcançar um estado de agitação, indignação e desespero nos outros” (SMITH,
2008, p. 174). Esse trabalho é feito por ambos os lutadores, mas enquanto os heróis
usam da agitação e da vitória para trazerem a felicidade, os vilões usam de gritos,
xingamentos e zombarias no intuito de deixar as pessoas com raiva.
“Wrestlers e outros são esmurrados, pontapeados, jogados e feridos por uma
variedade de armas. O comportamento violento ocorre dentro e fora do ringue”
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Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número
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(MAGUIRE, 2006, p. 160-161). Mesmo que a Luta Livre não busque machucar os
lutadores, o dano corporal acontece, pois os golpes acertam. “Cedo ou tarde, quase
todos os wrestlers estão feridos e forçados a parar de lutar até que a lesão esteja curada.
Acidentes e erros de cálculos podem ocorrer” (MAGUIRE, 2006, p. 160-161). Os
lutadores envolvidos em uma rivalidade sabem o que irá acontecer e até mesmo seus
familiares poderão participar dessas histórias. Tudo para que o público tenha mais raiva
do vilão e apoie ainda mais o herói. “As vítimas da violência incluem lutadores,
gerentes, árbitros, locutores, promotores e fãs. Mesmo membros de família e de
personalidades de wrestling são agredidos” (MAGUIRE, 2006, p. 160-161).
Entre as mais diversas rivalidades a serem apresentadas na Luta Livre está a de
se apostar as máscaras que compõem os personagens dos lutadores. Esse tipo de
combate é escolhido principalmente por uma aposentadoria ou despedida do lutador
daquela mesma entidade. Quem é desmascarado deve dizer seu nome, idade e onde
mora. “Em lutas que valem máscara são geralmente muito sangrentas. [...] Quando um
lutador perde uma luta valendo a máscara, ele não pode usá-la nunca mais”
(VILLARREAL, 2009, p. 3-4).
Thompson (1987, 16-19) traz inúmeros fatores para o Pro-Wrestling japonês, o
Puropesu, ter dado certo no país. Os meios de comunicação estavam aliados à prática;
policiais se comprometiam a cuidar dos shows para que a segurança pudesse acontecer
nas exibições. Os políticos sabiam que aquela era uma forma do orgulho nacional após a
destruição da Segunda Guerra Mundial. Tudo isso junto das vitórias dos japoneses
sobre adversários estrangeiros fizeram as lutas prosperarem em todos os sentidos. A
Luta Livre “pode facilmente se adaptar e satisfazer as necessidades de seu público. Esta
é provavelmente a razão que sobrevive, apesar de contínuas dúvidas sobre sua
legitimidade" (THOMPSON, 1987, p. 23).
2 As mercadorias brasileiras do Telecatch ao Pro-Wrestling
No passado, as únicas formas de se consumir Luta Livre era acompanhando
pela TV, indo às apresentações ao vivo ou adquirindo um álbum de figurinhas (Figura
1) para colecionar os vilões e heróis brasileiros. Não existiam outras formas, e mesmo
assim, a legião de fãs era grande.
Segundo dados do Ibope (2013), 32% dos que assistem a eventos esportivos,
veem MMA e Luta Livre. Isso demonstra o sucesso de programas de Luta Livre,
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mesmo ainda não existindo diversidade em produtos, principalmente para as crianças.
Os lutadores são seus heróis e a cada vitória sobre os vilões, o gosto por aquela arte
aumenta.
Figura 1 – Álbum de Figurinhas do Telecatch
Fonte: BLOG Álbum e Figurinhas (2015)
O Telecatch para Passos (2013, p. 1-2) é “um dos principais pilares da cultura
de massa televisiva. O auge de sua popularidade ocorreu nas décadas de 1960 e 1970.
Desde sua estreia, em 1959, na TV Tupi”. Mesmo assim a memória da Luta Livre no
Brasil é de certa forma desconhecida, isso porque faltam relatos nos antigos meios de
comunicação. Traçar uma linha temporal é algo difícil, o que impossibilita entender se
além dos álbuns de figurinhas existia alguma outra maneira de se aproximar o público
das estrelas. A autora afirma que "os eventos eram capazes de esgotar as bilheterias,
lotando as arquibancadas" (PASSOS, 2013, p. 1-2).
Passos (2013, p. 8) e Drago (2007, p. 44) concordam que no ano de 1969 o
coronel Aloysio Muhlethaler, Chefe do Serviço de Censura da Polícia Federal proibia os
shows de Telecatch na televisão até as 23 horas, argumentando haver muita violência e
sangue jorrando dos lutadores. Eles não compreendiam que nada daquilo estava fora dos
planos dos combatentes, “o que fez os patrocinadores deixarem de investir nesse
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esporte” (DRAGO, 2007, p. 44). Esse era um artifício para dar mais drama ao lutador
simbolizando seu sofrimento, para depois conseguir sua vitória, o que surpreendia a
todos e fixava o ato de não desistir.
Atualmente, no Brasil é mais fácil assistir a WWE do que as equipes
brasileiras. A Luta Livre nacional vive de ocasiões para aparecer na TV. Já a WWE,
maior empresa de Pro-Wrestling do mundo, tem seus shows televisionados em mais de
170 países e, no Brasil, tem programas exibidos todos os dias da semana pelo Fox
Sports, com reprises aos finais de semanas.
O sucesso da americana WWE faz com que a procura por produtos ligados às
suas estrelas, cresçam. Os brasileiros podem comprar pelo WWE Shop, mas por falta de
fluência no inglês ou cartões internacionais, o consumo acaba por não acontecer. Para
suprir essa demanda existem essas duas lojas virtuais nacionais que não possuem
nenhum vínculo com a WWE.
3 Mercadão Wrestling
Alisson Richard é o proprietário do Mercadão Wrestling e o porquê de se
acreditar em investir em vendas de produtos da Luta Livre é ligado diretamente ao
valor. “Os anúncios que via na época cobravam valores absurdos, sendo que o dólar
estava sempre na casa dos R$ 2,00 e tenho certeza que muitos produtos que vendo hoje,
incluindo frete incluso, taxa, etc, ainda são melhores (RICHARD, 2016, s/p). O foco da
loja de Alisson é na WWE. Camisetas, bermudas, acessórios, jogos, DVD’s, bonecos e
outros são algumas das mercadorias (Figura 2).
Devido aos direitos autorais de imagem dos produtos, hoje temos cerca de
400 produtos cadastrados na loja, mas a disponibilidade sob encomenda é
maior. Vejo como grande diferencial o atendimento com o cliente, faço o
possível para responder o quanto antes, sendo sempre transparente com todas
as informações. Não tenho a informação exata, mas a média seria algo em
torno de R$150,00 (a média dos preços). (RICHARD, 2016, s/p)
Com o dólar em alta, os preços também sobem, os produtos são todos
importados. Antes da loja em si, Alisson já tinha vendido produtos esporadicamente; a
fundação do Mercadão Wrestling vai completar quatro anos em outubro.
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Figura 2 – Alguns dos produtos do Mercadão Wrestling
Fonte: MERCADÃO Wrestling (2016)
4 Luta Livre Shop
“A Luta Livre Shop é uma parceria entre o Wrestlemaníacos e o Humor
Wrestling, dois blogs bem conhecidos no ramo da Luta Livre no Brasil, decidimos criar
a loja pelo simples fato de não ter algo do tipo no país” (MACEDO, 2016, s/p). Macedo
entende que “não tínhamos opções para comprar camisetas e acessórios de Luta Livre
aqui no Brasil”. Para suprir esse déficit é que esse projeto saiu do papel.
“A loja tem pouco mais de nove meses. A procura de produtos está indo muito
bem. Todo momento tem pessoas comentando, querendo, dando dicas, pedindo coisas
novas, de modéstia parte, já temos o carinho do público” (MACEDO, 2016, s/p). O foco
das vendas é também a WWE, mas não os produtos oficiais, mas independentes da
marca americana. “No momento temos 14 modelos de camisetas, contando com as da
pré-venda, que ainda não foram fabricadas. Todas exclusivas” (MACEDO, 2016, s/p).
Para Pablo Macedo (2016) o ponto chave da Luta Livre Shop (Figura 3) já está
em evidência. “O nosso maior diferencial talvez seja a exclusividade, todos os nossos
modelos são exclusivos, feitos por pessoas muito capacitadas” (MACEDO, 2016, s/p).
Por enquanto são vendidas apenas camisetas. “Pôsteres e canecas estão sendo
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desenvolvidos, mas nós fazemos o máximo para ter um preço justo, um preço que uma
pessoa possa pagar com tranquilidade” (MACEDO, 2016, s/p).
Macedo entende que o consumo de produtos de Luta Livre é grande, porém
não existem muitas opções de adquirir os mesmos. “Infelizmente para ter algo da
empresa mesmo, você tem que recorrer à pirataria, esperar meses até que chegue à sua
casa, ou se arriscar comprando do site oficial, com risco de tributos e tudo mais”
(MACEDO, 2016, s/p). Ele complementa: “Essa é a nossa realidade, mas a Luta Livre
Shop está tentando mudar isso, nós vamos mudar isso. Preços justos, produtos de alta
qualidade, para a satisfação do fã de Luta Livre, tudo o que nós merecemos”
(MACEDO, 2016, s/p).
Figura 3 – Anúncio dos produtos da Luta Livre Shop
Fonte: LUTA Livre Shop (2016)
5 Equipes de Luta Livre no Brasil e seus produtos
5.1 CFW – Crazy Freestyle Wrestling
A CFW é de Ribeirão Pires, São Paulo. A equipe recentemente abriu para
vendas a sua primeira camiseta (Figura 4). O objetivo é ir ao encontro do fã de Luta
Livre brasileiro que busca por opções de produtos nacionais; assim, isso ajudaria no
desenvolvimento da equipe. A proposta é que o valor da camiseta seja de R$ 30,00.
“Vamos investir todo o dinheiro em elementos que melhorem nossas gravações e
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edições, assim como as pessoas também irão conhecer melhor o nosso trabalho” (AS
BLAZE, 2014, s/p). Para Leon “As Blaze” Henrique isso impacta o meio da Luta Livre,
em geral, pois mostra o comprometimento da CFW em estar junto do seu público.
Figura 4 – CFW lança sua primeira camiseta
Fonte: CFW (2016)
5.2 SWU – South Wrestling Union
A SWU é uma empresa do Rio Grande do Sul e disponibiliza três modelos de
camisetas (Figura 5) para venda; o valor é de R$ 25,00. Eduardo Goulart Rusher,
presidente da empresa, acredita que é de suma importância esse contato com os fãs. “As
camisetas dão a oportunidade de expandir a SWU, ou seja, é uma forma de divulgação e
também uma maneira de aproximar o fã da SWU” (RUSHER, 2014, s/p). Ele conta que
o dinheiro arrecadado vai para a estruturação da equipe: “Usamos para a compra de
materiais para as lutas, pagamento de ambulância para um dia de evento, para reforçar a
estrutura do ringue e adaptá-lo cada vez mais esteticamente” (RUSHER, 2014, s/p).
Com o consumo dos fãs por esses artigos, a SWU planeja o futuro: “Com o tempo,
investir em caixas de sons próprias, mesas de som, microfones próprios, refletores, etc”
(RUSHER, 2014, s/p). Agora a SWU se prepara para o lançamento de pôsteres dos
eventos em que participaram e bottons com a logomarca da empresa e dos lutadores.
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Figura 5 – SWU promove modelos diversos para agradar o público
Fonte: SWU (2015)
6 Resultados
O fã brasileiro de Luta Livre possui poucas chances de possuir um produto
sobre esse tema, mas aqueles que oferecem essa oportunidade são visionários. Ao
consumir aquele objeto, o mesmo se sentirá parte daquele setor. A imagem do lutador
ou empresa será o fator concreto de atração. Ao que parece, um verdadeiro fã é aquele
que faz parte daquele mundo com suas simbologias atreladas ao espetáculo. Contudo, é
necessário entender também que possuir ou não algo de Luta Livre não te fará mais ou
menos conhecedor daquilo.
As equipes e lojas que oferecem esse serviço apenas buscam dar opções a
quem deseja ter algo do tipo, assim como a quantia recebida é para ajudar no
desenvolvimento dos mesmos. É necessário que existam pessoas que façam esse
trabalho, pois o futuro da Luta Livre está em jogo.
Considerações Finais
A Luta Livre hoje necessita vender o seu consumo seja em forma de produtos
ou como mensagem. Todos os esportes são assim e ter um lugar ao sol é para poucos. A
WWE consegue vender seus inúmeros produtos com grande frequência. O ato de inovar
nas cores e formatos acontece diariamente e talvez seja um dos segredos da empresa,
além de formatar isso junto das lutas e lutadores. O Mercadão Wrestling e a Luta Livre
Shop tentam buscar, a partir dessa imagem de sucesso, o seu próprio caso de conquistas.
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Sua importância fica clara com o contato dos fãs que não possuem noções de inglês,
assim como para quem procura se diferenciar.
Os trabalhos de CFW e SWU são de extrema importância, pois de alguma
forma mostram aos brasileiros que a Luta Livre nacional existe e assim os fideliza com
sua própria marca, o que dará ao espectador mais curiosidade de acompanhar os shows
e apresentações da equipe.
Destaque-se que tudo é recente no Brasil, alguns já se aventuraram no meio,
mas é necessário acontecer o primeiro passo para que o caminho seja aberto. O futuro
da Luta Livre no Brasil depende disso, pois quanto mais os valores estiverem chegando
às lojas ou empresas será a garantia que o Telecatch não morrerá, priorizando assim a
continuação de sua história.
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Recebido em: 26/06/2016.
Aceito em: 09/07/2016.