17
1 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número 23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL Carlos Cesar Domingos do Amaral (USCS/UNIUBE/FMU) 1 Resumo A Luta Livre surge em 1920 nos Estados Unidos e, no Brasil, é sucesso com o nome de Telecatch. No passado a forma de consumir produtos nacionais de Luta Livre estava relacionada às apresentações e álbuns de figurinhas. Hoje, existem lojas virtuais nacionais para as negociações, além de equipes brasileiras que apostam em conseguir público com a criação de produtos exclusivos. O objetivo deste artigo é mostrar quais são as empresas que buscam espaço frente a esse mercado, a partir de uma revisão bibliográfica do assunto, além de entrevistas com os que levam a possibilidade de consumo de produtos aos fãs. Os resultados apontam o início da atividade no mercado brasileiro nessa área, que é de suma importância para um futuro da Luta Livre nacional. Palavras-chave: Luta livre. Produtos. Consumo. Esporte de Entretenimento. Abstract The Wrestling appears in 1920 in the United States and, in Brazil, is successfully under the name Telecatch. In the past the way to consume National Wrestling product was related to the presentations and sticker albums. Today, there are national web shops for negotiations, and Brazilian teams betting on getting public with the creation of unique products. The purpose of this article is to show what companies seeking space in front of this market, from a literature review of the subject, as well as interviews with leading the possibility of consumer products to fans. The results indicate the beginning of the activity in the Brazilian market in this area, which is of paramount importance for the future of the National Wrestling. Keywords: Wrestling. Products. Consumption. Entertainment Sport. 1 Mestre em Comunicação pela Universidade São Caetano do Sul (USCS). Jornalista pela Universidade de Uberaba (UNIUBE). Especialista em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Contato: [email protected]

OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

1

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO

BRASIL

Carlos Cesar Domingos do Amaral (USCS/UNIUBE/FMU)1

Resumo

A Luta Livre surge em 1920 nos Estados Unidos e, no Brasil, é sucesso com o nome de

Telecatch. No passado a forma de consumir produtos nacionais de Luta Livre estava

relacionada às apresentações e álbuns de figurinhas. Hoje, existem lojas virtuais

nacionais para as negociações, além de equipes brasileiras que apostam em conseguir

público com a criação de produtos exclusivos. O objetivo deste artigo é mostrar quais

são as empresas que buscam espaço frente a esse mercado, a partir de uma revisão

bibliográfica do assunto, além de entrevistas com os que levam a possibilidade de

consumo de produtos aos fãs. Os resultados apontam o início da atividade no mercado

brasileiro nessa área, que é de suma importância para um futuro da Luta Livre nacional.

Palavras-chave: Luta livre. Produtos. Consumo. Esporte de Entretenimento.

Abstract

The Wrestling appears in 1920 in the United States and, in Brazil, is successfully under

the name Telecatch. In the past the way to consume National Wrestling product was

related to the presentations and sticker albums. Today, there are national web shops for

negotiations, and Brazilian teams betting on getting public with the creation of unique

products. The purpose of this article is to show what companies seeking space in front

of this market, from a literature review of the subject, as well as interviews with leading

the possibility of consumer products to fans. The results indicate the beginning of the

activity in the Brazilian market in this area, which is of paramount importance for the

future of the National Wrestling.

Keywords: Wrestling. Products. Consumption. Entertainment Sport.

1Mestre em Comunicação pela Universidade São Caetano do Sul (USCS). Jornalista pela Universidade de

Uberaba (UNIUBE). Especialista em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte pelas Faculdades

Metropolitanas Unidas (FMU). Contato: [email protected]

Page 2: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

2

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

Introdução

A Luta Livre surge em 1920 nos Estados Unidos e chega ao Brasil por volta de

vinte anos depois; mas é em 1960 que esse Esporte de Entretenimento faz sucesso na

TV brasileira com o nome de Telecatch. A palavra é uma junção de outras duas, Tele de

TV e Catch de Catch-as-catch-can, um dos primeiros estilos de Luta Livre criados.

Atualmente, é chamado de Pro-Wrestling em nível mundial. Barthes (1972, p. 11)

compreende que o significado para a existência desse esporte é fazer com que o vilão

pague por todas as suas malvadezas dentro do ringue.

Nesse contexto, o objetivo deste artigo é apresentar as formas de consumo de

produtos de Luta Livre, no Brasil, por meio de pesquisa bibliográfica e entrevistas

realizadas com duas equipes de Luta Livre no Brasil que comercializam produtos e

outras duas lojas que focam nas vendas de produtos da WWE – World Wrestling

Entertainment. Essa produção se justifica pela insuficiência de estudos sobre o tema.

O Pro-Wrestling busca entreter as pessoas, assim sua nomenclatura de esporte

também é diferente. Em geral, os esportes buscam a competição e a Luta Livre, o

entretenimento. Assim, DoAmaral define o novo termo:

Esporte de Entretenimento: Prática esportiva que mistura ações do teatro e

espetáculo em busca de levar entretenimento aos espectadores. Os resultados

são determinados nos bastidores, os participantes e a empresa sabem o que

irá acontecer, os fãs não. Os praticantes precisam ser atletas, pois o esforço

físico é alto. Os riscos de integridade física são os mesmos que qualquer

outro esporte. Objetos cortantes, cadeiras, escadas, mesas e até mesmo fogo

podem ser usados na busca de maior adrenalina. O local para as exibições

podem ser o ringue, tatame ou qualquer outro espaço como garagens, jardins,

parques, etc. (DOAMARAL, 2016, p. 11-12)

Baccega (2011, p. 30) entende que “na sociedade contemporânea, a inter-

relação comunicação e consumo aparece como marca destacada”. A forma como os

produtos são consumidos atualmente é de extrema rapidez; em relação aos produtos de

Luta Livre, no Brasil, é importante ressaltar que esse processo é recente e ainda não está

acelerado. “Nesta fase do capital, o transitório tomou o lugar do permanente, ou seja, o

tempo de existência de cada produto, material ou simbólico, reduz-se rapidamente”

(BACCEGA, 2011, p. 30). Algo que deve se realizar em breve, pois os fãs sempre

querem inovações e novidades. Não se reinventar distanciará empresas de seus

consumidores.

Page 3: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

3

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

A autora complementa que “a produção se volta sempre para outros produtos,

novos ou renovados, os quais precisam ser rapidamente consumidos para que possam

ser substituídos” (BACCEGA, 2011, p. 30). Quanto mais existir variedades de produtos,

cores e formatos aliados ao show dentro do ringue, melhor para as equipes, assim como

para as lojas virtuais que trabalham com lutadores estrangeiros. “Quando se fala em

produção, fala-se também em consumo, pois a primeira só opera estando afinada com o

segundo” (BACCEGA, 2011, p. 30). Ninguém vai se interessar por algo ligado a uma

empresa ou lutador que não seja um exemplo a ser seguido, assim fica nas mãos dos

organizadores a forma de aplicar as histórias entre os lutadores, para levar o público a

adquirir objetos ligados aos mesmos, além de saber como utilizar as características do

heel (vilão) e do face (herói) nesse contexto.

“O objetivo da sociedade de consumo não é levar os sujeitos ao consumo

objetivando satisfazer suas necessidades, reais ou imaginárias, e sim transformar o

próprio consumidor em mercadoria, em produto consumível” (BACCEGA, 2011, p.

31). Nesse sentido, o apreciador de Luta Livre se sente bem apenas se estiver com o

último modelo lançado sobre sua empresa ou lutador favorito. “As mercadorias parecem

perder as marcas dos processos que as geraram (sem história), tornando-se

‘independentes’ e aparentemente incontroláveis” (BACCEGA, 2011, p. 31). Para que

esse processo aconteça são necessárias ações de divulgação, pois isso fomenta o ego do

consumidor em ter o produto. “A publicidade, entre as várias mídias, é a especialidade

cuja relação com o consumo é mais facilmente verificável numa sociedade

mercadorizada” (BACCEGA, 2011, p. 31).

A comunicação se relaciona com o consumo em pelo menos três âmbitos: 1.

O consumo é ele próprio, um código capaz de comunicar-se com os sujeitos.

Ele tem uma linguagem que é possível identificar e compreender; 2. No

âmbito da difusão dos produtos e serviços, apresentados como necessidades e

revelados como índices de classificação social; 3. Na importância que a

publicidade assumiu em nossa época, também chamada era da publicidade,

devido à transformação das coisas em mercadoria e sua estetização. (JAPPE,

2006 apud BACCEGA, 2011, p. 41)

Engana-se quem pensar que lançar produtos de qualquer segmento ou buscar

parcerias é algo fácil. Para qualquer tipo de ação é necessário conhecer seu público e as

formas corretas de se alcançar os objetivos, assim como afirma Smith:

Quando eu vendo um patrocínio, eu descubro qual é a meta da empresa: o

que ela quer com esse evento, essa liga ou essa equipe. Eles querem é

introduzir um novo produto usando esse evento? Querem criar hospitalidade

para seus clientes? Querem apenas ter exposição na mídia, televisão, jornal e

etc.? O que eles querem fazer com esse programa? Quando eu descubro isso,

Page 4: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

4

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

eu posso elaborar um programa que vai atraí-los, porque eu estou dizendo: 'Sr

presidente, essa é a forma pela qual você pode atingir o seu objetivo; através

de um suporte de programa esportivo'. E já estou meio caminho andado; eu

disse as coisas que eles querem ouvir. Então nós temos que fazer as

pesquisas; temos que nos preparar. Isso está se tornando uma indústria.

Aqueles que talvez estejam saindo para o campo nos próximos anos, à

medida que o Brasil tenta mover-se para dentro dessa arena e disputar mais,

esse é o desafio que vocês têm. Criar uma atmosfera de negócios, fazer

pesquisas com os clientes. (SMITH, 1996, p. 36)

Por se tratar de uma modalidade de esporte, as ações de marketing focam nesse

nexo. Assim para Melo Neto:

Uma vantagem do marketing esportivo é a sua capacidade de fixação da

marca ou do produto da empresa investidora na mente do consumidor, o que

contribui para a melhoria da imagem da empresa e da sua marca junto aos

clientes atuais e potenciais. (MELO NETO, 1995, p. 26-27)

Sendo assim, segundo esse mesmo autor os retornos imediatos podem ser

medidos de duas maneiras: publicidade e imagem; mas isso depende do grau em que se

investe, em uma cidade do interior, na capital, pelo país ou até mesmo em outros

continentes. “O terceiro retorno é, indiretamente, o marketing esportivo alavancando

vendas, porque promove institucionalmente a empresa, a marca e o produto” (MELO

NETO, 1995, p. 26-27).

1 Características da Luta Livre em seu desenvolvimento pelo mundo

Para Amezquita Mercado et al (2009, p. 3), muitos foram os tipos de combates

que aconteceram entre os homens durante a civilização e são destacados os seguintes:

“Wrestling das Canárias e o leonês, duas formas tradicionais de luta na Espanha e os

Jogos Olímpicos gregos foram provas que aconteceram no ano 1600 a. C.”

(AMEZQUITA MERCADO et al, 2009, p. 3). Na sequencia, vieram as lutas entre os

gladiadores romanos. “As lutas nas culturas da Suméria, datadas de 2300 antes da era

cristã; há evidência arqueológica na Babilônia, datando de 2600 a. C.” (AMEZQUITA

MERCADO et al, 2009, p. 3). Esses autores lembram da luta entre os hititas, com

murais etruscos representando a luta em seus túmulos.

Poliakoff (1989, p. 7) afirma que existiram três tipos de lutas: “Boxe, wrestling

e pankration, esportes que permitiram uma variedade de táticas de combate desarmado”

(POLIAKOFF, 1989, p. 7). Segundo Alves (2011, p. 12) “o Pankration foi uma das

primeiras lutas desarmadas, com poucas regras, que vieram a se popularizar, sendo

apresentada pela primeira vez nos Jogos Olímpicos da Grécia, em 648 a. C.”. Esse autor

Page 5: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

5

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

escreve que o Pro-Wrestling nasceu após a II Guerra Mundial e que esse período ficou

marcado pelo surgimento de uma modalidade da Luta Livre de competição denominada

“shoot (tiro), na qual os lutadores realmente competiam, e show (demonstração,

apresentação), que evoluiu para os modernos shows de Luta Livre Profissional”

(ALVES, 2011, p. 13).

Gladiatorium (2014) afirma que a partir do final dos anos de 1920 as lutas

mudaram seu âmbito de competição para o entretenimento e assim nasceu a Luta Livre

que existe até hoje. “As competições se mantiveram com confrontos sem lutas

combinadas, mas os profissionais perceberam que era mais vantajoso participar de

companhias que priorizavam os espetáculos sem se machucarem (GLADIATORIUM,

2014).

Assim, Gladiatorium (2014) entende que os lutadores poderiam lutar mais

vezes por semana e buscar riquezas. Para o autor, o Professional Wrestling ou Pro-

Wrestling ficou associado apenas às lutas combinadas. O autor explica que para o

público leigo eram mais atrativos esses espetáculos, nos quais as técnicas eram

ensaiadas e o apelo dos movimentos plásticos produziam maior audiência.

Assim, os confrontos esportivos de competição perderam espaço para uma

performance que a cada dia encontra mais adeptos. O que era espetáculo de praças e

feiras partiu para o circo e depois “passou a ser um espetáculo puro de entretenimento, e

ainda hoje há quem acredite que a luta é real” (GLADIATORIUM, 2014, s/p). Ser um

lutador de Luta Livre está muito longe de ser fácil, atletas de grandes empresas treinam

por oito horas para que os combates saiam da melhor forma possível e sem nenhum tipo

de lesão que possa tirar o wrestler de outras apresentações.

Porter (2011, p. 3) analisa que “a chave para o wrestling é a presença de

artistas capazes de dominar suas muitas nuances. A fim de alcançar o sucesso no

negócio, os lutadores têm que se tornar artistas híbridos” (PORTER, 2011, p. 3). Esse

autor afirma que, para realmente ter sucesso, é preciso desenvolver inúmeras

habilidades para condicionamento físico. Um lutador que protagoniza mais agilidade

sempre é mais bem recebido do que os outros. “Como uma produção essencialmente

ficcional se está em constante necessidade de características que podem apelar para o

mais vasto possível, garantindo lucrativas receitas” (PORTER, 2011, p. 3).

O ato de se vender bem as histórias no ringue, assim como a vitória do herói

sobre o vilão, são as tônicas desse esporte, então se souberem a maneira de trabalhar

Page 6: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

6

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

esses elementos, o sucesso acontece. “Portanto, um lutador é necessário para cativar,

para chamar o público para a emocional luta que acontece dentro do ringue” (PORTER,

2011, p. 3). Os lutadores são as formas de ligação entre o público e a empresa e cabe a

eles passar todo o conflito que envolve aquela história aos que assistem, sendo as

possibilidades de desenrolar aquela rivalidade, as mais diversas possíveis.

Chow (2012, p. 14-15) explica que o desenrolar das lutas pode ocorrer de

diversas formas, assim como o ataque repetido em uma parte do corpo, golpes

improvisados, pois o que é certo aos lutadores é apenas o seu final. Algumas vezes os

lutadores apenas se veem na hora da luta, o que impossibilita uma marcação mais

detalhada do que irá acontecer no ringue. “A capacidade de ‘vender’ o movimento

como real e a capacidade de trabalhar com e para o próprio oponente (…) sempre

apresenta a possibilidade de violência real, lesão e dor” (CHOW, 2012, p. 14-15).

É um dos deveres dos lutadores protegerem o seu adversário, pois a

brutalidades dos outros esportes de luta dá lugar ao desporto que busca apenas entreter a

população. O ato de saber passar ao público o sofrimento frente aos fortes ataques faz

com que muitos ainda o entendam como violento, mas são circunstâncias como essas

que fizeram da Luta Livre um imenso sucesso, pois é o único esporte de luta que

consegue aliar golpes plásticos e momentos de aflição e dor. Outros combates possuem

apenas um desses dois elementos.

Smith (2008, p. 164) explica que os lutadores usam golpes maleáveis (chave de

braço, pescoço e pernas) contra os adversários, pois assim ambos podem modificar a

luta a qualquer instante, assim como uma pausa para recuperarem o fôlego, mas sempre

é preciso que usem de trabalho facial, o que faz que o público não veja aquela parte

como um intervalo ou um descaso com os espectadores. O autor ainda afirma que “a

Luta Livre profissional, por outro lado, apresenta um caso de artistas servindo os

clientes com zombarias, rosna e carrancas” (SMITH, 2008, p. 174). Isso porque “em

vez de induzi-los a um confortável estado emocional relaxado, os artistas trabalham

para alcançar um estado de agitação, indignação e desespero nos outros” (SMITH,

2008, p. 174). Esse trabalho é feito por ambos os lutadores, mas enquanto os heróis

usam da agitação e da vitória para trazerem a felicidade, os vilões usam de gritos,

xingamentos e zombarias no intuito de deixar as pessoas com raiva.

“Wrestlers e outros são esmurrados, pontapeados, jogados e feridos por uma

variedade de armas. O comportamento violento ocorre dentro e fora do ringue”

Page 7: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

7

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

(MAGUIRE, 2006, p. 160-161). Mesmo que a Luta Livre não busque machucar os

lutadores, o dano corporal acontece, pois os golpes acertam. “Cedo ou tarde, quase

todos os wrestlers estão feridos e forçados a parar de lutar até que a lesão esteja curada.

Acidentes e erros de cálculos podem ocorrer” (MAGUIRE, 2006, p. 160-161). Os

lutadores envolvidos em uma rivalidade sabem o que irá acontecer e até mesmo seus

familiares poderão participar dessas histórias. Tudo para que o público tenha mais raiva

do vilão e apoie ainda mais o herói. “As vítimas da violência incluem lutadores,

gerentes, árbitros, locutores, promotores e fãs. Mesmo membros de família e de

personalidades de wrestling são agredidos” (MAGUIRE, 2006, p. 160-161).

Entre as mais diversas rivalidades a serem apresentadas na Luta Livre está a de

se apostar as máscaras que compõem os personagens dos lutadores. Esse tipo de

combate é escolhido principalmente por uma aposentadoria ou despedida do lutador

daquela mesma entidade. Quem é desmascarado deve dizer seu nome, idade e onde

mora. “Em lutas que valem máscara são geralmente muito sangrentas. [...] Quando um

lutador perde uma luta valendo a máscara, ele não pode usá-la nunca mais”

(VILLARREAL, 2009, p. 3-4).

Thompson (1987, 16-19) traz inúmeros fatores para o Pro-Wrestling japonês, o

Puropesu, ter dado certo no país. Os meios de comunicação estavam aliados à prática;

policiais se comprometiam a cuidar dos shows para que a segurança pudesse acontecer

nas exibições. Os políticos sabiam que aquela era uma forma do orgulho nacional após a

destruição da Segunda Guerra Mundial. Tudo isso junto das vitórias dos japoneses

sobre adversários estrangeiros fizeram as lutas prosperarem em todos os sentidos. A

Luta Livre “pode facilmente se adaptar e satisfazer as necessidades de seu público. Esta

é provavelmente a razão que sobrevive, apesar de contínuas dúvidas sobre sua

legitimidade" (THOMPSON, 1987, p. 23).

2 As mercadorias brasileiras do Telecatch ao Pro-Wrestling

No passado, as únicas formas de se consumir Luta Livre era acompanhando

pela TV, indo às apresentações ao vivo ou adquirindo um álbum de figurinhas (Figura

1) para colecionar os vilões e heróis brasileiros. Não existiam outras formas, e mesmo

assim, a legião de fãs era grande.

Segundo dados do Ibope (2013), 32% dos que assistem a eventos esportivos,

veem MMA e Luta Livre. Isso demonstra o sucesso de programas de Luta Livre,

Page 8: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

8

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

mesmo ainda não existindo diversidade em produtos, principalmente para as crianças.

Os lutadores são seus heróis e a cada vitória sobre os vilões, o gosto por aquela arte

aumenta.

Figura 1 – Álbum de Figurinhas do Telecatch

Fonte: BLOG Álbum e Figurinhas (2015)

O Telecatch para Passos (2013, p. 1-2) é “um dos principais pilares da cultura

de massa televisiva. O auge de sua popularidade ocorreu nas décadas de 1960 e 1970.

Desde sua estreia, em 1959, na TV Tupi”. Mesmo assim a memória da Luta Livre no

Brasil é de certa forma desconhecida, isso porque faltam relatos nos antigos meios de

comunicação. Traçar uma linha temporal é algo difícil, o que impossibilita entender se

além dos álbuns de figurinhas existia alguma outra maneira de se aproximar o público

das estrelas. A autora afirma que "os eventos eram capazes de esgotar as bilheterias,

lotando as arquibancadas" (PASSOS, 2013, p. 1-2).

Passos (2013, p. 8) e Drago (2007, p. 44) concordam que no ano de 1969 o

coronel Aloysio Muhlethaler, Chefe do Serviço de Censura da Polícia Federal proibia os

shows de Telecatch na televisão até as 23 horas, argumentando haver muita violência e

sangue jorrando dos lutadores. Eles não compreendiam que nada daquilo estava fora dos

planos dos combatentes, “o que fez os patrocinadores deixarem de investir nesse

Page 9: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

9

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

esporte” (DRAGO, 2007, p. 44). Esse era um artifício para dar mais drama ao lutador

simbolizando seu sofrimento, para depois conseguir sua vitória, o que surpreendia a

todos e fixava o ato de não desistir.

Atualmente, no Brasil é mais fácil assistir a WWE do que as equipes

brasileiras. A Luta Livre nacional vive de ocasiões para aparecer na TV. Já a WWE,

maior empresa de Pro-Wrestling do mundo, tem seus shows televisionados em mais de

170 países e, no Brasil, tem programas exibidos todos os dias da semana pelo Fox

Sports, com reprises aos finais de semanas.

O sucesso da americana WWE faz com que a procura por produtos ligados às

suas estrelas, cresçam. Os brasileiros podem comprar pelo WWE Shop, mas por falta de

fluência no inglês ou cartões internacionais, o consumo acaba por não acontecer. Para

suprir essa demanda existem essas duas lojas virtuais nacionais que não possuem

nenhum vínculo com a WWE.

3 Mercadão Wrestling

Alisson Richard é o proprietário do Mercadão Wrestling e o porquê de se

acreditar em investir em vendas de produtos da Luta Livre é ligado diretamente ao

valor. “Os anúncios que via na época cobravam valores absurdos, sendo que o dólar

estava sempre na casa dos R$ 2,00 e tenho certeza que muitos produtos que vendo hoje,

incluindo frete incluso, taxa, etc, ainda são melhores (RICHARD, 2016, s/p). O foco da

loja de Alisson é na WWE. Camisetas, bermudas, acessórios, jogos, DVD’s, bonecos e

outros são algumas das mercadorias (Figura 2).

Devido aos direitos autorais de imagem dos produtos, hoje temos cerca de

400 produtos cadastrados na loja, mas a disponibilidade sob encomenda é

maior. Vejo como grande diferencial o atendimento com o cliente, faço o

possível para responder o quanto antes, sendo sempre transparente com todas

as informações. Não tenho a informação exata, mas a média seria algo em

torno de R$150,00 (a média dos preços). (RICHARD, 2016, s/p)

Com o dólar em alta, os preços também sobem, os produtos são todos

importados. Antes da loja em si, Alisson já tinha vendido produtos esporadicamente; a

fundação do Mercadão Wrestling vai completar quatro anos em outubro.

Page 10: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

10

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

Figura 2 – Alguns dos produtos do Mercadão Wrestling

Fonte: MERCADÃO Wrestling (2016)

4 Luta Livre Shop

“A Luta Livre Shop é uma parceria entre o Wrestlemaníacos e o Humor

Wrestling, dois blogs bem conhecidos no ramo da Luta Livre no Brasil, decidimos criar

a loja pelo simples fato de não ter algo do tipo no país” (MACEDO, 2016, s/p). Macedo

entende que “não tínhamos opções para comprar camisetas e acessórios de Luta Livre

aqui no Brasil”. Para suprir esse déficit é que esse projeto saiu do papel.

“A loja tem pouco mais de nove meses. A procura de produtos está indo muito

bem. Todo momento tem pessoas comentando, querendo, dando dicas, pedindo coisas

novas, de modéstia parte, já temos o carinho do público” (MACEDO, 2016, s/p). O foco

das vendas é também a WWE, mas não os produtos oficiais, mas independentes da

marca americana. “No momento temos 14 modelos de camisetas, contando com as da

pré-venda, que ainda não foram fabricadas. Todas exclusivas” (MACEDO, 2016, s/p).

Para Pablo Macedo (2016) o ponto chave da Luta Livre Shop (Figura 3) já está

em evidência. “O nosso maior diferencial talvez seja a exclusividade, todos os nossos

modelos são exclusivos, feitos por pessoas muito capacitadas” (MACEDO, 2016, s/p).

Por enquanto são vendidas apenas camisetas. “Pôsteres e canecas estão sendo

Page 11: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

11

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

desenvolvidos, mas nós fazemos o máximo para ter um preço justo, um preço que uma

pessoa possa pagar com tranquilidade” (MACEDO, 2016, s/p).

Macedo entende que o consumo de produtos de Luta Livre é grande, porém

não existem muitas opções de adquirir os mesmos. “Infelizmente para ter algo da

empresa mesmo, você tem que recorrer à pirataria, esperar meses até que chegue à sua

casa, ou se arriscar comprando do site oficial, com risco de tributos e tudo mais”

(MACEDO, 2016, s/p). Ele complementa: “Essa é a nossa realidade, mas a Luta Livre

Shop está tentando mudar isso, nós vamos mudar isso. Preços justos, produtos de alta

qualidade, para a satisfação do fã de Luta Livre, tudo o que nós merecemos”

(MACEDO, 2016, s/p).

Figura 3 – Anúncio dos produtos da Luta Livre Shop

Fonte: LUTA Livre Shop (2016)

5 Equipes de Luta Livre no Brasil e seus produtos

5.1 CFW – Crazy Freestyle Wrestling

A CFW é de Ribeirão Pires, São Paulo. A equipe recentemente abriu para

vendas a sua primeira camiseta (Figura 4). O objetivo é ir ao encontro do fã de Luta

Livre brasileiro que busca por opções de produtos nacionais; assim, isso ajudaria no

desenvolvimento da equipe. A proposta é que o valor da camiseta seja de R$ 30,00.

“Vamos investir todo o dinheiro em elementos que melhorem nossas gravações e

Page 12: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

12

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

edições, assim como as pessoas também irão conhecer melhor o nosso trabalho” (AS

BLAZE, 2014, s/p). Para Leon “As Blaze” Henrique isso impacta o meio da Luta Livre,

em geral, pois mostra o comprometimento da CFW em estar junto do seu público.

Figura 4 – CFW lança sua primeira camiseta

Fonte: CFW (2016)

5.2 SWU – South Wrestling Union

A SWU é uma empresa do Rio Grande do Sul e disponibiliza três modelos de

camisetas (Figura 5) para venda; o valor é de R$ 25,00. Eduardo Goulart Rusher,

presidente da empresa, acredita que é de suma importância esse contato com os fãs. “As

camisetas dão a oportunidade de expandir a SWU, ou seja, é uma forma de divulgação e

também uma maneira de aproximar o fã da SWU” (RUSHER, 2014, s/p). Ele conta que

o dinheiro arrecadado vai para a estruturação da equipe: “Usamos para a compra de

materiais para as lutas, pagamento de ambulância para um dia de evento, para reforçar a

estrutura do ringue e adaptá-lo cada vez mais esteticamente” (RUSHER, 2014, s/p).

Com o consumo dos fãs por esses artigos, a SWU planeja o futuro: “Com o tempo,

investir em caixas de sons próprias, mesas de som, microfones próprios, refletores, etc”

(RUSHER, 2014, s/p). Agora a SWU se prepara para o lançamento de pôsteres dos

eventos em que participaram e bottons com a logomarca da empresa e dos lutadores.

Page 13: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

13

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

Figura 5 – SWU promove modelos diversos para agradar o público

Fonte: SWU (2015)

6 Resultados

O fã brasileiro de Luta Livre possui poucas chances de possuir um produto

sobre esse tema, mas aqueles que oferecem essa oportunidade são visionários. Ao

consumir aquele objeto, o mesmo se sentirá parte daquele setor. A imagem do lutador

ou empresa será o fator concreto de atração. Ao que parece, um verdadeiro fã é aquele

que faz parte daquele mundo com suas simbologias atreladas ao espetáculo. Contudo, é

necessário entender também que possuir ou não algo de Luta Livre não te fará mais ou

menos conhecedor daquilo.

As equipes e lojas que oferecem esse serviço apenas buscam dar opções a

quem deseja ter algo do tipo, assim como a quantia recebida é para ajudar no

desenvolvimento dos mesmos. É necessário que existam pessoas que façam esse

trabalho, pois o futuro da Luta Livre está em jogo.

Considerações Finais

A Luta Livre hoje necessita vender o seu consumo seja em forma de produtos

ou como mensagem. Todos os esportes são assim e ter um lugar ao sol é para poucos. A

WWE consegue vender seus inúmeros produtos com grande frequência. O ato de inovar

nas cores e formatos acontece diariamente e talvez seja um dos segredos da empresa,

além de formatar isso junto das lutas e lutadores. O Mercadão Wrestling e a Luta Livre

Shop tentam buscar, a partir dessa imagem de sucesso, o seu próprio caso de conquistas.

Page 14: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

14

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

Sua importância fica clara com o contato dos fãs que não possuem noções de inglês,

assim como para quem procura se diferenciar.

Os trabalhos de CFW e SWU são de extrema importância, pois de alguma

forma mostram aos brasileiros que a Luta Livre nacional existe e assim os fideliza com

sua própria marca, o que dará ao espectador mais curiosidade de acompanhar os shows

e apresentações da equipe.

Destaque-se que tudo é recente no Brasil, alguns já se aventuraram no meio,

mas é necessário acontecer o primeiro passo para que o caminho seja aberto. O futuro

da Luta Livre no Brasil depende disso, pois quanto mais os valores estiverem chegando

às lojas ou empresas será a garantia que o Telecatch não morrerá, priorizando assim a

continuação de sua história.

Referências

ALVES, Luiz. MMA Mixed Martial Arts: História, Teoria, Grandes Eventos,

Técnicas. São Paulo: On Line, 2011.

AMEZQUITA MERCADO, Claudia Stephanie (et al). La Lucha Libre en México.

Universidad Nacional Autónoma de México, 2009. Disponível em:

<http://pt.slideshare.net/academica/lucha-libre-2795537?qid=c29a4768-1d48-4903-

a5f6-d9360f15ceed&v=default&b=&from_search=8>. Acesso em: 12 out. 2014.

AS BLAZE, Leon Henrique. Entrevista concedida na sede da equipe CFW. Ribeirão

Pires: 14 set. 2014.

BACCEGA, Maria Aparecida. Inter-relações comunicação e consumo na trama cultural:

o papel do sujeito ativo. In: CARRASCOZA, João Anzanello; ROCHA, Rose de Melo.

(Orgs.) Consumo midiático e culturas da convergência. São Paulo: Miró Editorial,

2011.

BARTHES, Roland. Mitologias. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1972.

BLOG Álbum e Figurinhas. Disponível em: <http://goo.gl/iA3XUU>. Acesso em 28

set. 2015.

CFW Crazy Freestyle Wrestling. Disponível em: <https://goo.gl/oZvg3p>. Acesso em

17 abr. 2016.

CHOW, Broderick; WELLS, Tom. Professional Wrestling and Embodied Politics. How

Performance Thinks. In: International conference co-organized by the psi perfomance &

Page 15: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

15

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

philosophy working group and Kingston University, 2012, Reino Unido. Anais.

Documento eletrônico. Disponível em:

<http://www.academia.edu/1715082/Work_and_Shoot_wrestling_and_embodied_politi

cs>. Acesso em: 18 out. 2014.

DOAMARAL, Carlos Cesar Domingos. Luta Livre: Esporte de Entretenimento, WWE

e Outras Plataformas. Alemanha: Novas Edições Acadêmicas, 2016.

DRAGO. Telecatch: Almanaque de Luta Livre. São Paulo: Matrix editora, 2007.

DUARTE, Jorge; BARROS, Antônio (Orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em

comunicação. São Paulo: Atlas, 2009.

GLADIATORIUM. Origem da Luta Livre Brasileira, 2014. Disponível em:

<http://www.gladiatorium.com.br/2014/03/06/catch-as-catch-can-na-origem-da-luta-

livre-brasileira-primeira-chegada-ao-brazil/ >. Acesso em: 21 mar. 2014.

IBOPE. Target Group Index. 32% dos que assistem a eventos esportivos, veem

MMA e Luta Livre. Publicado em 21/01/2013. Disponível em:

<http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/32-dos-que-assistem-a-eventos-

esportivos-veem-MMA-e-Luta-Livre.aspx>. Acesso em: 02 abr. 2015.

LUTA Livre Shop. Disponível em: <https://goo.gl/hZKeUF>. Acesso em 17 abr. 2016.

MACEDO, Pablo. Entrevista concedida na Loja virtual Luta Livre Shop. Jaru: 17 abr.

2016.

MAGUIRE, Bredan. American Professional Wrestling: Evolution, Content, and Popular

Appeal. In: Sociological Spectrum: Mid-South Sociological Association, Illinois, v. 25,

n. 2, p. 155-176, ago, 2006. Disponível em:

<http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02732170590883960#preview>. Acesso

em: 16 mar. 2014.

MELO NETO, Francisco De Paulo. Marketing Esportivo. Rio de Janeiro: Record,

1995.

MERCADÃO Wrestling. Disponível em: <https://goo.gl/QiK7c5>. Acesso em 17 abr.

2016.

PASSOS, Daniela de Alencar. Os Artistas do Ringue: Memórias do Telecatch

Curitibano. Anais do XXVII Simpósio Nacional de História ANPUH: conhecimento

histórico e diálogo social, 2013, Natal. Anais. Disponível em:

<http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364944312_ARQUIVO_ARTIGO

teleca tchDANIELLAPASSOS.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2014.

Page 16: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

16

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

PIZZANI, Luciana et al. A arte da pesquisa bibliográfica na busca de conhecimento. In:

Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v.10, n.1, p.

53-66, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://goo.gl/ebs0kH> Acesso em: 01maio 2014.

POLIAKOFF, Michael. Combat sports in ancient world: competition, violence, and

culture. New Haven: Yale University, 1989.

PORTER, Nicholas. The Dark Carnival: the construction and performance of race in

american professional wrestling. 125 f. Dissertação (Mestrado em Artes) – Graduate

College of Bowling Green State University. Toledo, Ohio, 2011. Disponível em:

<https://etd.ohiolink.edu/!etd.send_file?accession=bgsu1308331340&disposition=inline>.

Acesso em: 05 nov. 2014.

RICHARD, Alisson. Entrevista concedida na loja virtual Mercadão Wrestling. Osvaldo

Cruz: 17 abr. 2016.

RUSHER, Eduardo Goulart "Rusher". Entrevista concedida na sede da equipe SWU.

Porto Alegre: 12 set. 2014.

SÁ-SILVA, Jackson Ronie et al. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas.

In: Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 1, n. 1, p. 1-15, [S.l.]: 2009.

Disponível em:

<http://www.unisc.br/portal/upload/com_arquivo/pesquisa_documental_pistas_teoricas

_e_metodologicas.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2014.

SMITH, D. A Ciência do Marketing Esportivo. In: Seminário Indesp de

Marketing Esportivo, Ouro Preto, 1995. Anais. Brasília, Instituto Nacional de

Desenvolvimento do Desporto, 1996.

SMITH, R. Tyson. Passion Work: The Joint Production of Emotional Labor in

Professional Wrestling. In: Social Psychology Quarterly. Canadá, v. 71, n. 2, p. 157-

176, 2008. Disponível em: <http://spq.sagepub.com/content/71/2/157.full.pdf+html>.

Acesso em: 29 out. 2014.

SWU South Wrestling Union. Camisetas. Disponível em: <http://goo.gl/IBf3K1>.

Acesso em: 28 set. 2015.

THOMPSON, Lee A. Professional wrestling in Japan: Media and Message. In: Annuals

of Human Sciences 1987, Osaka. Anais. Osaka: Osaka University, 1987. Disponível

em: <http://irs.sagepub.com/content/21/1/65.full.pdf+html>. Acesso em: 17 out. 2014.

VEJA. “A Farsa do Telecatch”. Revista Veja. São Paulo, n. 31, p. 64, abril. 1969.

VILLARREAL, Héctor. Simulacro, Catarsis y Espectáculo Mediático en la Lucha

Page 17: OS PRODUTOS DE CONSUMO DA LUTA LIVRE NO BRASIL

17

Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 6, número

23, agosto de 2016. www.faceq.edu.br/regs

Libre. In: Razón y Palabra: Primera Revista Electrónica en América Latina

Especializada en Comunicación. México, n. 69, 2009.

Recebido em: 26/06/2016.

Aceito em: 09/07/2016.