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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 4, 5 e 6 de junho de 2012 OS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO BRASIL E O EQUILIBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL (EFA) Otoni Gonçalves Guimarães

Os Regimes de Previdência Social Dos Servidores Públicos Do Brasil e o Equilibrio Financeiro

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Os Regimes de Previdência Social Dos Servidores Públicos Do Brasil e o Equilibrio Financeiro. Esse documento estuda o Regimes de Previdência Social Dos Servidores Públicos Do Brasil e o Equilibrio Financeiro, em especial o Regime Próprio de previdência dos servidores públicos (como os estaduais). Trata do estudo dos regimes estatutários, não obstante também observar o Regime Previdênciário Normal.

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  • Centro de Convenes Ulysses Guimares

    Braslia/DF 4, 5 e 6 de junho de 2012

    OS REGIMES DE PREVIDNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PBLICOS DO BRASIL

    E O EQUILIBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL (EFA)

    Otoni Gonalves Guimares

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    Painel 01/002 A previdncia do servidor pblico: trajetria, mudanas em curso e perspectivas

    OS REGIMES DE PREVIDNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES

    PBLICOS DO BRASIL E O EQUILIBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL (EFA)

    Otoni Gonalves Guimares

    1 INTRODUO

    O trabalho prope apresentar, no contexto do Sistema Previdencirio

    Brasileiro, a aplicabilidade do art. 40 da Constituio Federal Brasileira que assegura

    aos servidores pblicos titulares de cargos efetivos da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e Municpios, Regimes Prprios de Previdncia Social, institudos

    nos termos da Lei no 9.717, de 27 de novembro de 1998, quanto observncia do

    Equilbrio Financeiro e Atuarial.

    2 ESTRUTURA DA PREVIDNCIA NO BRASIL

    A Constituio Federal de 1988 representou marco determinante na

    estrutura da previdncia social quando, explicitamente, estipulou o seu sistema de

    seguridade social nos moldes recomendados pela Declarao Universal dos Direitos

    Humanos de 1948 e Conveno no 102/1952 da Organizao Internacional do

    Trabalho (OIT), caracterizado como sistema de "proteo social" que a sociedade

    proporciona aos seus membros, mediante uma srie de medidas pblicas contra as

    privaes econmicas e sociais que, de outra maneira provocariam o

    desaparecimento ou forte reduo dos seus rendimentos em consequncia de

    enfermidades diversas, maternidade, acidente de trabalho, enfermidade profissional,

    emprego, invalidez, velhice e morte, bem como de assistncia mdica e de apoio

    famlia com filhos.

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    O texto Constitucional de 1988, no seu ttulo VIII que trata da Ordem Social,

    ensina que a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o

    bem-estar e a justia social, Buscando ento dar efetividade a essa assertiva, o

    Captulo II do referido ttulo, define a Seguridade Social como sendo um conjunto

    integrado de aes de iniciativa dos poderes pblicos e da sociedade, destinadas a

    assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social, devendo

    ser organizada pelo poder pblico, tendo como objetivos a universalidade de

    cobertura e do atendimento, a uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios

    s populaes rurais e urbanas, a seletividade e distributividade na prestao dos

    benefcios e servios, a irredutibilidade do valor dos benefcios, a equidade na forma

    de participao no custeio, a diversidade da base de financiamento, o carter

    democrtico e descentralizao da administrao, mediante gesto quadripartite, com

    participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo

    nos rgos colegiados, com financiamento de toda sociedade de forma direta e

    indireta, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios e das contribuies sociais, provenientes dos

    empregadores incidentes sobre as folhas de salrios e demais rendimentos do

    trabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste servio,

    mesmo sem vinculo empregatcio, sobre a receita ou faturamento e sobre o lucro,

    alm dos trabalhadores e demais segurados. So tambm fontes de recursos da

    seguridade social as receitas de concursos de prognsticos e do importador de bens

    ou servios do exterior.

    Cuida tambm a Constituio Federal no seu Captulo I que trata dos

    direitos e deveres individuais das pessoas, ao garantir como direitos sociais, alm da

    educao, da sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a proteo

    maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, a previdncia social.

    Pois bem, sendo a previdncia social um direito fundamental do cidado, por

    consequncia natural, obrigao do Estado Brasileiro a promoo da garantia desse

    direito e, para viabiliz-lo, assim como na maioria dos pases europeus e

    iberoamericanos, portanto no contexto das orientaes dos diversos organismos

    internacionais que cuidam do tema, cada um dentro das suas particularidades e

    peculiaridades, o sistema previdencirio brasileiro se estrutura da seguinte forma:

  • 3

    a) Regime Geral de Previdncia Social;

    b) Regime de Previdncia no Servio Pblico; e

    c) Regime Complementar.

    2.1 O Regime Geral de Previdncia Social (RGPS)

    O Regime Geral de Previdncia Social, tratado no art. 201 da Constituio

    Federal do Brasil, como o prprio nome j define, o regime de responsabilidade da

    Unio que busca amparar todas as pessoas a ele vinculados na qualidade de

    empregados, empregadores urbanos e rurais, trabalhadores autnomos, alm das

    filiaes facultativas, tais como a dona de casa, o estudante e outros. Trata-se de

    regime de carter contributivo, devendo atender cobertura de eventos de doena,

    invalidez, morte e idade avanada, a proteo maternidade, ao trabalhador em

    situao de desemprego involuntrio, a penso por morte e outros, segundo regras

    definidas em lei.

    2.2 Os Regimes de Previdncia do Servidor Pblico ou Regimes Prprios de Previdncia Social (RGPS)

    A Constituio Federal do Brasil, de 5 de outubro de 1988, objetivando

    trazer uma nova configurao Administrao Pblica em relao ao conjunto dos

    entes integrantes da Federao, especialmente em razo das inegveis distores

    verificadas, como a contratao de servidores sem concurso pblico, presena de

    regimes jurdicos diferenciados para servidores que exerciam as mesmas atividades,

    adotou vrias medidas, entre as quais, a determinao aos entes pblicos da

    obrigatoriedade da instituio de Regime Jurdico nico aos Servidores Pblicos.

    Associado questo, criou-se a possibilidade de o ente pblico deixar de

    verter as contribuies previdencirias ao RGPS e adotar sistemas de previdncia

    social prpria para os seus servidores, que em decorrncia do chamado pacto

    federativo, representado pela autonomia poltica e administrativa de cada, a eles

    facultado legislar concorrentemente sobre a organizao e funcionamento, princpio

    aplicado tambm sobre os seus sistemas de previdncia, desde que obedecidos os

    limites constitucionais e regras gerais.

  • 4

    Assim, no campo previdencirio, desde que submetidos s regras gerais

    ditadas pelo poder central, tem como facultado aos demais entes federativos tratarem

    da matria instituindo regimes prprios de previdncia para os seus servidores

    pblicos titulares de cargos efetivos, ou seja, aqueles submetidos a estatuto prprio e

    cuja investidura ao cargo tenha ocorrido mediante aprovao em seleo pblica de

    provas ou de provas e ttulos, hiptese em que estes servidores podero ser

    desvinculados do RGPS e filiados ao respectivo RPPS de cada ente federativo.

    O RPPS , portanto, sistema de previdncia, estabelecido no mbito de

    cada ente federativo, que assegura, por lei, a servidor titular de cargo efetivo, pelo

    menos os benefcios de aposentadoria e penso por morte, previstos no artigo 40 da

    Constituio Federal, cujo texto atual diz que aos servidores titulares de cargos

    efetivos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas

    autarquias e fundaes, assegurado regime de previdncia de carter contributivo

    e solidrio, mediante contribuio do respectivo ente pblico, dos servidores ativos e

    inativos e dos pensionistas, observados critrios que preservem o equilbrio

    financeiro e atuarial, de onde destacamos, por oportuno, o chamamento de que

    sejam observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial.

    Uma vez institudo o RPPS pelo ente federativo, a filiao dos seus

    servidores titulares de cargos efetivos , portanto, compulsria, para o qual devero

    contribuir em alquota no inferior a 11% incidente sobre a remunerao do cargo

    efetivo, cabendo ao ente provedor instituidor a contribuio mnima, tambm,

    correspondente a pelo menos 11% incidente sobre a mesma base de clculo do

    servidor, ou conforme lei de custeio especfica. Em ambos os casos estes

    percentuais podero ser majorados em razo do resultado da avaliao atuarial

    obrigatria de modo a se buscar o equilbrio financeiro e atuarial determinado pela

    Constituio Federal.

    Diferentemente do segurado do RGPS que est submetido a um teto de

    salrio de contribuio e por consequncia o valor do seu benefcio, para os RPPS,

    a alquota definida em lei, deve incidir sobre a totalidade da base remuneratria do

    cargo efetivo do servidor segurado, exceto no caso da existncia de Previdencia

    Complementar instituda.

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    Os RPPS no contexto da previdncia social brasileira quanto a propostas

    concretas de organizao e funcionamento na modelagem atual, tem uma trajetria

    bem recente e por isso mesmo ainda em construo, com a assuno de vultosos

    passivos oriundos de um passado sem regras bem definidas.

    Anteriormente Emenda Constitucional no 20, de 16 de dezembro de

    1998, como regra, a aposentadoria era tratada como mera extenso do contrato de

    trabalho, no vinculada a contribuio, portanto financiada diretamente pelos tributos

    arrecadados pelos respectivos tesouros, tendo apenas o tempo de servio do

    servidor ao ente federativo (Unio, Estado ou Municpio), como suficiente para a

    exigibilidade do direito assim, os chamados servidores inativos, mantinham os

    mesmos direitos que os ativos, inclusive quanto aos reajustes remuneratrios, a

    conhecida paridade entre remunerao e proventos. Raros casos de contribuio do

    servidor tinham o objetivo apenas de financiar o pagamento de penses ou outros

    benefcios assistenciais ou de sade.

    Essa caracterstica da previdncia dos servidores pblicos, com advento

    da CF de 1988, ou seja, por ser um sistema no contributivo e, em razo da viso

    imediatista dos dirigentes polticos, especialmente na dcada de 90, serviu de

    grande incentivo para que os entes federativos institussem RPPS apenas com o

    intuito de deixar de recolher as contribuies ao RGPS, sob a tica de que assim

    poderiam reduzir suas despesas com a previdncia social e direcionar recursos para

    outras finalidades, cuja consequncia natural foi a gerao de enormes esqueletos

    de responsabilidade de cada tesouro, dada a ausncia de perspectiva de equilbrio

    atuarial, expondo assim os servidores pblicos merc da prpria sorte e da

    capacidade de pagamento dos tesouros dos entes que, via de regra, j tem seus

    oramentos extremamente comprometidos, aliados ao aumento da expectativa de

    vida das pessoas e por consequncia natural o pagamento dos benefcios por

    perodos mais elsticos, a necessidade de reposio do agora servidor inativo, alm

    da demanda por ampliao do atendimento das necessidades crescentes pelos

    servios pblicos.

    Como consequncia quase que natural, em 1998, promulga-se a Emenda

    Constitucional no 20, tendo como escopo principal aproximao dos dois regimes

    previdencirios, o RGPS e o RPPS, o que na verdade no aconteceu integralmente

    como idealizado, por diversas razes, especialmente as dificuldades de acordos

    polticos entre os diversos segmentos, haja vista o natural conflito de interesses.

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    Para os RPPS, a EC 20 trouxe alteraes conceituais profundas e

    fundamentais que deram um novo direcionamento para estes regimes

    previdencirios, entre outros destacam:

    a) a insero do carter contributivo, significando a mudana radical do

    conceito de regime no contributivo para contributivo;

    b) a vinculao do regime to somente a servidores titulares de cargos

    efetivos;

    c) a introduo da exigncia de observncia do equilbrio financeiro e

    atuarial, este, certamente, o vetor mais importante na direo de

    construo de regimes com perspectiva de sustentabilidade, indicando

    novos horizontes para a construo de sistemas equilibrados;

    d) a permissividade de instituio de previdncia complementar para os

    servidores pblicos;

    e) como o regime passou a ser de carter contributivo e no intuito de

    incentivar o adiamento das aposentadorias dos servidores, a instituio

    da iseno da contribuio para tais optantes. Pela EC no 41, de 2003,

    a iseno foi substituda pelo abono de permanncia;

    f) a possibilidade de criao de fundos integrados pelos recursos

    provenientes de contribuies e por bens, direitos e ativos de qualquer

    natureza, a serem administrados segundo normas gerais estabelecidas

    em lei, como forma de se buscar a sustentabilidade dos regimes

    prprios, portanto na lgica do art. 40;

    g) o estabelecimento de regras de transio e preservao dos direitos

    adquiridos.

    So, portanto, sbios os ensinamentos constitucionais, pois ao mesmo

    tempo em que exige a observncia do equilbrio financeiro e atuarial, buscando criar

    as condies viabilizadoras da sustentabilidade do sistema, admite a construo de

    fundos de bens, direitos e ativos, e ainda, trata de regras de gesto, conforme

    disposto no art. 249 da CF que assim expressa:

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    com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e penses concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adio aos recursos dos respectivos tesouros, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuies e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que dispor sobre a natureza e administrao desses fundos.

    Ainda na fase de discusso da EC, e j buscando as condies de

    viabilizao da nova configurao dos RPPS, em 29 de outubro de 1998, portanto

    antes da promulgao da Emenda, foi editada a Medida Provisria no 1.723, dispondo

    sobre regras gerais para organizao e funcionamento dos regimes prprios de

    previdncia social dos servidores pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal

    e dos Municpios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal, convertida na Lei no

    9.717, de 27 de novembro de 1998, lei esta recepcionada pela CF, inclusive por

    confirmaes do Supremo Tribunal Federal (STF) em aes especficas.

    Contudo, especialmente em razo de a primeira reforma no ter trazido

    os impactos financeiros e atuariais desejados para a previdncia do setor pblico,

    principalmente numa viso de longo prazo e ainda na busca de dar continuidade a

    questes no resolvidas, em 2003, j no incio do governo do Presidente Lula, nova

    Proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi apresentada ao Congresso Nacional,

    culminando com as edies das Emendas Constitucionais no 41, de 31 de dezembro

    de 2003 e no 41, de 15 de julho de 2005, que mantm o carter contributivo, desta

    feita definindo expressamente os sujeitos passivos da obrigao quais sejam os

    servidores ativos, os aposentados e os pensionistas, fixando alquotas mnimas.

    2.3 A previdncia complementar

    Assim como em todo planeta, trata-se de um regime de previdncia

    privada de carter complementar e facultativo, organizado de forma autnoma em

    relao aos regimes de previdncia social, baseado na constituio de reservas

    garantidoras do benefcio contratado e operado pelas entidades de previdncia

    complementar, que tem como objetivo principal recompor o nvel de renda do

    segurado de previdncia social nas situaes de aposentadoria, invalidez e morte,

    sustentada fundamentalmente sob trs pilares:

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    o primeiro pilar, atravs de uma previdncia social pblica, garantindo

    um benefcio bsico aos trabalhadores, onde o beneficirio percebe

    deste o valor mximo equivalente ao teto do regime geral, atualmente

    R$ 3.916,20.

    o segundo pilar, por intermdio de Planos de Previdncia

    Complementar, fundos fechados, para os quais os trabalhadores e os

    patrocinadores contribuem para a suplementao ou complementao

    dos benefcios pagos pela previdncia social. At ento a Unio e o

    Estado de So Paulo aprovaram leis instituindo sistema de previdncia

    complementar para os seus servidores.

    e o terceiro pilar, via Plano de Previdncia Complementar Individual,

    facultativo, onde as pessoas fsicas contribuem para entidades abertas

    de Previdncia Complementar.

    3 OS REGIMES PRPRIOS DE PREVIDNCIA SOCIAL (RPPS) ORGANIZAO, FUNCIONAMENTO, ORIENTAO, ACOMPANHAMENTO, SUPERVISO E CONTROLE

    As regras para a organizao e funcionamento dos Regimes Prprios de

    Previdncia Social, os comumente chamados RPPS, tem seus fundamentos no

    artigo 40 da Constituio Federal de 1988, nas redaes das emendas posteriores,

    as EC no 20, 41, 47 e 70, na forma consubstanciada pela Lei no 9.717, de 27 de

    novembro de 1998, sendo organizados com base em normas gerais de

    contabilidade e aturia, de modo a garantir o seu equilbrio financeiro e atuarial,

    entre outras, sob as seguintes regras:

    realizao de avaliao atuarial inicial e em cada balano utilizando-se

    parmetros gerais, para a organizao e reviso do plano de custeio e

    benefcios, este ponto ser adiante tratado em detalhes;

    financiamento mediante recursos provenientes da Unio, dos

    Estados, do Distrito Federal e dos Municpios e das contribuies do

    pessoal civil e militar, ativo, inativo e dos pensionistas, para os seus

    respectivos regimes;

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    as contribuies e os recursos vinculados ao Fundo Previdencirio da

    Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios e as

    contribuies do pessoal civil e militar, ativo, inativo, e dos

    pensionistas, somente podem ser utilizadas para pagamento de

    benefcios previdencirios dos respectivos regimes, ressalvadas as

    despesas administrativas estabelecidas no art. 6o, inciso VIII, desta Lei,

    observado os limites de gastos estabelecidos em parmetros gerais;

    cobertura exclusiva a servidores pblicos titulares de cargos efetivos e

    a militares e os respectivos dependentes, vedado o pagamento de

    benefcios mediante convnios ou consrcios entre Estados, entre

    Estados e Municpios e entre Municpios, alm da proibio de

    contratao de resseguros;

    garantia de pleno acesso dos segurados s informaes relativas

    gesto do regime e participao de representantes dos servidores

    pblicos e dos militares, bem como dos aposentados, nos colegiados e

    instncias de deciso em que os seus interesses sejam objeto de

    discusso e deliberao;

    contabilidade individualizada em relao ao ente federativo, conforme

    diretrizes gerais;

    identificao e consolidao em demonstrativos financeiros e

    oramentrios de todas as despesas fixas e variveis com pessoal, bem

    como dos encargos incidentes sobre os proventos e penses pagos;

    sujeio s inspees e auditorias de natureza atuarial, contbil,

    financeira, oramentria e patrimonial dos rgos de controle interno

    e externo;

    vedao de incluso nos benefcios de parcelas remuneratrias pagas

    em decorrncia de local de trabalho, de funo de confiana ou de cargo

    em comisso, exceto quando tais parcelas integrarem a remunerao de

    contribuio do servidor que se aposentar com fundamento no art. 40 da

    Constituio Federal, salientando que a prpria CF determina que os

    proventos de aposentadoria e as penses, por ocasio de sua

    concesso, no podero exceder a remunerao do respectivo servidor

    no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de

    referncia para a concesso da penso;

  • 10

    existncia de contas bancrias do fundo distintas da conta do Tesouro

    da unidade federativa;

    aplicao e investimento dos recursos previdencirios, conforme

    estabelecido pelo Conselho Monetrio Nacional;

    vedao da utilizao de recursos do fundo de bens, direitos e ativos

    para emprstimos de qualquer natureza, inclusive Unio, aos

    Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, a entidades da

    administrao indireta e aos respectivos segurados. Esta proibio

    consta tambm da Lei Complementar no 101, de 2000, a denominada

    Lei de Responsabilidade Fiscal;

    vedao da aplicao de recursos em ttulos pblicos, com exceo de

    ttulos do Governo Federal;

    avaliao de bens, direitos e ativos de qualquer natureza integrados

    ao RPPS;

    estabelecimento de limites para a taxa de administrao;

    gesto do RPPS por meio de Unidade Gestora (UG) nica, entendida

    como a entidade ou rgo integrante da estrutura da Administrao

    Pblica de cada ente federativo, que tenha por finalidade a

    administrao, o gerenciamento e a operacionalizao do RPPS,

    incluindo a arrecadao a gesto de recursos e fundos

    previdencirios, a concesso, o pagamento e a manuteno dos

    benefcios do respectivo plano de benefcios, que dever contar com

    colegiado ou instncia de deciso, no qual ser garantida a

    representao dos segurados, incluindo o registro obrigatrio no

    Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica (CNPJ), independentemente

    da personalidade jurdica da UG.

    Dado a obrigao originria definida pelo art. 6o da Constituio Federal

    que trata a previdncia social como direito social do cidado, captulo tido como uma

    das clausulas ptreas da CF, portanto no sujeita a alterao por meio de Emenda

    Constitucional, poderamos ento dizer que os RPPS, na verdade, representam uma

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    concesso da Unio aos demais entes federativos no oferecimento dos benefcios

    previdencirios, portanto, competncia do concedente, no caso a Unio, exercer o

    acompanhamento, a superviso e controle sobre tais regimes, pois, assim fazendo,

    est to somente cumprindo a sua prerrogativa de zelar pelo direito constitucional do

    cidado trabalhador servidor pblico.

    Por sua vez, o Ministrio da Previdncia Social, como rgo responsvel

    pelo acompanhamento, orientao e superviso dos RPPS, portanto normatizador e

    supervisor exerce a sua competncia por meio de auditorias direta e ou indireta,

    definidas em seus normativos internos, tendo como objetivo a verificao do

    cumprimento da legislao de carter normativo geral, por parte dos regimes

    prprios de previdncia. A auditoria direta exercida por Auditor Fiscal da Receita

    Federal do Brasil (AFRFB), que o servidor tpico do Estado Brasileiro responsvel

    pela fiscalizao dos contribuintes de tributos em geral arrecadados pelo Tesouro

    Nacional e, em razo da competncia funcional estabelecida na lei que trata das

    carreiras de fiscalizao federal, ao AFRFB atribuda, em carter privativo, a

    competncia para fiscalizar as entidades e fundos dos regimes prprios de

    previdncia social.

    As irregularidades de ordem administrativa por ventura detectadas e no

    solucionadas durante o processo de auditoria direta, so includas em Notificao

    especfica que tem o condo de dar conhecimento ao auditado sobre as mesmas,

    bem como o documento de abertura do Processo Administrativo Previdencirio

    (PAP), que tem rito processual prprio no escopo.

    Atualmente so quase 2.000 entes federativos com regimes prprios, de

    um total de 5.691 possveis, ou seja, prximo de 35% do total de entes, incluindo a

    Unio, o Distrito Federal, os 26 Estados e respectivas capitais e mais de 1950

    Municpios, contemplando quase 10 milhes de servidores civis e militares, o que

    numa conta simples, nos leva a estimar que sejam regimes que interessam

    diretamente a, no mnimo, 40 milhes de brasileiros, ou seja, mais de 15 %

    da populao.

  • 12

    Unio

    Estados e Distrito Federal

    Municpios

    1,17 contribuintes/beneficirios

    1,64 contribuintes/beneficirios

    3,95 contribuintes/beneficirios

    Do quadro acima possvel extrair:

    a) do total geral, para cada beneficirio de aposentadoria ou penso, h

    mais de 1,9 servidores gerador de contribuio;

    b) da Unio, para cada beneficirio, h um pouco mais de um servidor

    contribuinte;

    c) dos Estados e Distrito Federal, para cada beneficirio, h menos de

    dois servidores instituidores de contribuio; e

    d) dos Municpios, para cada recebedor de benefcio, h quase quatro

    servidores gerando contribuio.

    Ente Servidores Aposentados Pensionistas Total

    Unio 1.111.583 543.722 406.126 2.061.431

    Estados 3.028.876 1.344.353 499.755 4.872. 984

    Municpios 2.262.376 421.573 150.234 2.834.183

    Total 6.402.835 2.309.648 1.056.115 9.768.598

    Ente Servidores Aposentados Pensionistas TotalEnte Servidores Aposentados Pensionistas Total

    Unio 1.111.583 543.722 406.126 2.061.431Unio 1.111.583 543.722 406.126 2.061.431

    Estados 3.028.876 1.344.353 499.755 4.872. 984Estados 3.028.876 1.344.353 499.755 4.872. 984

    Municpios 2.262.376 421.573 150.234 2.834.183 Municpios 2.262.376 421.573 150.234 2.834.183

    Total 6.402.835 2.309.648 1.056.115 9.768.598Total 6.402.835 2.309.648 1.056.115 9.768.598

    QuantidadeQuantidade de de ServidoresServidores dada UnioUnio, , EstadosEstados e e MunicMunicpiospios -- dez2010dez2010

    RelaRelaoo servidoresservidores contribuintescontribuintes x x aposentadosaposentados e e pensionistaspensionistas

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    Ento, num raciocnio grosseiro, porm no ilgico, se considerarmos que

    as alquotas de contribuies normais para o financiamento dos RPPS, sejam de

    11% e 22%, para os segurados e o ente provedor, respectivamente, e considerando

    que os benefcios so calculados tendo como referncia a ltima remunerao do

    cargo efetivo e supondo que todos os servidores estejam na ltima referncia

    remuneratria, poder-se-ia concluir que para o equilbrio financeiro do sistema,

    haveria a necessidade de um pouco mais de trs servidores ativos para cada

    aposentado, (11% + 22%) = 33%, ou seja, praticamente 1/3 do valor do benefcio a

    ser pago poderia ser financiado por cada servidor contribuinte. Assim, apenas os

    municpios estariam numa situao financeira relativamente confortvel em relao

    aos seus demandantes de benefcios.

    Por outro lado, h considerar que estudos demogrficos da populao

    brasileira vem demonstrando um vertiginoso incremento da populao idosa em

    nmeros absolutos e em relao parcela jovem, alm disso, h considerar que a

    reposio dos quadros de servidores pblicos por natureza lenta, at porque os

    entes federativos, via de regra, j esto batendo no teto dos limites prudenciais dos

    gastos com pessoal determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal,

    evidenciando assim a urgente necessidade de adoo de medidas que vislumbrem o

    equilbrio das contas da previdncia dos servidores pblicos federais, estaduais e

    municipais, de modo especial na forma de gesto desses regimes em cumprimento

    ao que j delineia a constituio federal.

    4 OS REGIMES PRPRIOS DE PREVIDNCIA SOCIAL (RPPS) EQUILBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL

    A perspectiva de sustentabilidade de qualquer sistema de previdncia

    passa necessariamente por estratgias previamente definidas e sustentadas em atos

    legais consistentes, bem como por anlise profunda e circunstanciada da situao

    atuarial e financeira de forma a permitir a mensurao do montante das obrigaes do

    sistema, considerando o conjunto dos seus segurados, as regras de reconhecimento

    ao direito dos benefcios oferecidos pelo plano, vis a vis capacidade do provedor em

    canalizar os recursos necessrios para fazer frente s obrigaes decorrentes.

  • 14

    A estratgia legislativa est definida desde o advento da EC no 20 de 1998 que

    trouxe a orientao de construo de RPPS com observncia do Equilbrio

    Financeiro e Atuarial, lgica e direcionador a serem perseguidos pelos entes

    federativos brasileiros em relao previdncia social dos seus servidores pblicos.

    Como a opo definida pela Constituio desde 1988 foi no sentido de se

    dar tratamento diferenciado para a previdncia social do servidor pblico, vrias

    questes que so fundamentais para o RGPS quanto definio de sua

    sustentabilidade no o so, pelo menos diretamente, para os RPPS. O RGPS se

    apresenta sempre sensvel e exposto a fatores externos sua gesto como, por

    exemplo, as oscilaes da economia e por consequncia do Produto Interno Bruto

    (PIB) do pas, a poltica de salrio mnimo, o piso e teto da base de clculo da

    contribuio e dos benefcios, o rol de benefcios sustentados pelo regime, a inflao

    de preos e salrios, o comportamento de emprego e desemprego, os movimentos

    das pessoas, a legislao trabalhista em geral, a jurisprudncia do pas quanto

    legislao trabalhista e previdenciria, a capacidade de arrecadao das

    contribuies e de pagamento dos contribuintes, o nvel de adimplncia e

    inadimplncia dos contribuintes, a mo de obra economicamente ativa do pas como

    um todo, o nvel de formalidade e informalidade da mo de obra, a possibilidade de

    outras fontes de financiamento do sistema, as renncias fiscais, as isenes, as

    composies das foras polticas, haja vista a sensibilidade que representa a

    aprovao de projetos de adequao ou reforma do sistema, incluindo os impactos

    das polticas de harmonizao e ou coordenao com os sistemas previdencirios

    de outros pases nos casos de acordos bilaterais ou multilaterais para o

    reconhecimento de direitos de segurados migrados etc.

    J para os RPPS, embora tambm integrantes do sistema de previdncia

    social, nem todos os fatores so to influentes, pelo menos diretamente, quanto aos

    impactos na definio dos valores dos benefcios que tendem a ter regras mais

    estveis ou no financiamento do sistema. Por exemplo, as incgnitas que

    influenciam diretamente o comportamento da arrecadao das receitas. Os

    servidores pblicos estatutrios so providos de estabilidade funcional, portanto, no

    se expem diretamente s influncias do mercado quanto ao desemprego e tm por

    origem relao de trabalho formalizada e gozam de fonte de financiamento do

  • 15

    sistema garantida pelos oramentos dos entes patrocinadores; os segurados

    tendem a ter regras preestabelecidas de crescimento nos planos de cargos e

    salrios o que permite projees atuariais e financeiras mais realistas etc., em que

    pese a capacidade arrecadadora e contributiva dos entes federativos estejam sob as

    influncias das variaes econmicas em geral.

    4.1 Possveis fontes de financiamento dos RPPS

    Por princpio, a principal fonte de financiamento dos RPPS so os

    ingressos ou receitas oriundas das contribuies dos servidores e as do ente

    federativo provedor ou patrocinador, estas comumente chamadas de contribuies

    patronais.

    Alm dessa principal e bvia fonte, outras so possveis e fundamentais,

    tais como: os recursos oriundos da compensao previdenciria em razo da

    contagem recproca de tempos de contribuio; as receitas dos rendimentos das

    aplicaes financeiras; recursos de crditos diversos direcionados para o custeio do

    RPPS por iniciativa do ente federativo, por exemplo, royalties de petrleo, de energia

    e outros; receitas de aluguis de imveis; a incorporao de bens imveis ao

    patrimnio do RPPS; alquotas suplementares e outros aportes definidos em ato

    normativo do ente instituidor de regime prprio.

    4.2 O patrimnio dos RPPS pressuposto bsico para a sustentabilidade

    Submetidos ao direcionador constitucional de observncia do equilbrio

    financeiro e atuarial, bem como a admisso de construo de fundos de bens, direitos

    e ativos de qualquer natureza como forma de viabilizar a sustentabilidade do regime e,

    considerando a relevncia do custo da previdncia para a sociedade contribuinte em

    geral, a viabilidade econmica e financeira dos RPPS passa necessariamente pela

    formao de reservas patrimoniais ativas que possam garantir os compromissos

    futuros dos planos de benefcios institudos pelos entes federativos, com provises

    coletivas e sistemas construdos numa lgica de capitalizao solidria, geridos por

    entidades pblicas, dotadas de autonomia administrativa do ente provedor,

    estruturadas em fundamentos cientficos de administrao e profissionalismo dos

    gestores de forma que sejam imunes a influncias polticas ou ideolgicas, com

    participao efetiva e paritria dos interessados.

  • 16

    A construo de regimes numa concepo de formao de reservas

    representa medida que no mdio e longo prazos permite a liberao de recursos

    oramentrios do ente patrocinador para aplicaes em servios diversos para a

    sociedade em geral, pois, outras fontes de financiamento do sistema so criadas

    naturalmente em decorrncia dos ativos acumulados, inclusive pontecializadas, em

    razo dos possveis rendimentos e algumas isenes tributrias de que gozam as

    entidades pblicas no Brasil, por exemplo, o imposto sobre a renda. Importante

    ainda salientar os impactos positivos nas despesas com pessoal contabilizadas para

    os limites prudenciais da LRF.

    4.3 Os investimentos das disponibilidades financeiras dos RPPS

    Os investimentos e aplicaes financeiras dos RPPS so regulados por

    resoluo do Conselho Monetrio Nacional (CMN), rgo deliberativo mximo do

    Sistema Financeiro Nacional, ao qual compete: estabelecer as diretrizes gerais das

    polticas monetria, cambial e creditcia; regular as condies de constituio,

    funcionamento e fiscalizao das instituies financeiras e disciplinar os

    instrumentos de poltica monetria e cambial.

    Volume de recursos consolidado dos estados e municpios em R$ 1,00

    Fonte: Demonstrativo das Aplicaes e Investimentos dos Recursos (DAIR)

    Base: DAIR 4o Bimestre/11

  • 17

    O quadro acima evidencia um ativo total garantidor das obrigaes dos

    RPPS de Estados, DF e Municpios de quase 110 bilhes de reais considerando os

    dados consolidados em agosto de 2011, representado por cerca de 55 bilhes em

    aplicaes no mercado financeiro e outros 55 bilhes de outros ativos, tais como

    imveis e royalties de petrleo, volume este que tem crescido em mais de 20%

    ao ano.

    4.4 A proviso matemtica previdenciria

    Historicamente nossos gestores pblicos tendem a perceber as

    obrigaes previdencirias, mesmo em regimes contributivos, no mximo, at a

    elaborao da lei oramentria e do oramento do exerccio seguinte, todavia, a se

    pretender construir regimes de previdncia numa perspectiva de sustentabilidade, h

    que se evidenciar essas obrigaes num horizonte bem mais distante, viso essa

    representada pela evidenciao da Reserva Matemtica Previdenciria, que vem a

    ser o montante calculado atuarialmente, em determinada data, que expressa, a valor

    presente, o total dos recursos necessrios ao pagamento dos compromissos do

    plano de benefcios ao longo do tempo, razo pela qual o Plano de Contas Aplicado

    aos RPPS trs a exigncia do registro desse valor por intermdio do conjunto de

    contas capitaneado pela Proviso Matemtica Previdenciria, conta do passivo que

    deve ser consolidada no balano patrimonial do ente federativo.

    5 A AVALIAO ATUARIAL DOS RPPS

    Determinante ferramenta de gesto do modelo de construo do regime

    de previdncia prpria a avaliao atuarial do RPPS cujo objetivo precpuo a

    mensurao das obrigaes do regime de forma a se construir de perspectivas de

    sustentabilidade no longo prazo sempre numa lgica de capitalizao coletiva e

    solidria, contemplando, no mnimo, o seguinte:

    1. As Hipteses Biomtricas, Demogrficas, Financeiras e Econmicas.

    1.1. As Tbuas Biomtricas definidas para a construo do RPPS;

    1.2. A possvel expectativa de reposio de servidores;

  • 18

    1.3. A composio familiar a ser utilizada, se real ou estimada;

    1.4. A taxa de juros real a ser perseguida para remunerao dos

    investimentos;

    1.5. A taxa de crescimento das remuneraes por mrito, se houver;

    1.6. A projeo de crescimento real das remuneraes por produtividade,

    se for o caso;

    1.7. A projeo de crescimento real dos benefcios do plano;

    1.8. O fator de determinao do valor real ao longo do tempo das

    remuneraes;

    1.9. O fator de determinao do valor real ao longo do tempo dos

    benefcios;

    2. A modalidade dos benefcios assegurados pelo RPPS, salientando que

    so obrigatrios os benefcios de aposentadorias e penso por morte;

    3. Os regimes financeiros e mtodos de financiamento por benefcio

    assegurado pelo RPPS;

    4. A metodologia de clculo para cada benefcio assegurado pelo RPPS e

    as evolues dos benefcios assegurados pelo RPPS, contribuies e

    reservas de natureza atuarial;

    4.1. A expresso de clculo do custo anual para os benefcios futuros

    (benefcios a conceder e benefcios concedidos), no regime de repartio

    simples, quando for o caso;

    4.2. A expresso de clculo do custo anual para os benefcios futuros

    (benefcios a conceder e benefcios concedidos), no regime de repartio

    de capital de cobertura, quando houver;

    4.3. A expresso de clculo valor atual dos benefcios futuros (benefcios

    a conceder e benefcios concedidos) no regime de capitalizao,

    obrigatrio para o clculo das obrigaes de aposentadorias programadas

    e penses por morte;

    4.4. A expresso de clculo do valor atual das contribuies futuras do

    ente federativo (benefcios a conceder e benefcios concedidos);

  • 19

    4.5. A expresso de clculo do valor atual das contribuies futuras do

    segurado ativo, aposentado e pensionista (benefcios a conceder e

    benefcios concedidos);

    4.6. A expresso de clculo do valor atual das remuneraes futuras;

    4.7. A expresso de clculo e evoluo das reservas matemticas de

    benefcios a conceder e concedidos;

    4.8. A expresso de clculo da alquota de contribuio, segregada por

    ente federativo (patronal), servidores ativos, aposentados e pensionistas;

    5. A metodologia de clculo da compensao previdenciria a receber e a

    pagar; e

    6. Os parmetros da segregao da massa, quando for o caso.

    6 OS DESAFIOS DOS ENTES FEDERATIVOS

    A anlise das informaes prestadas pelos entes federativos por meio do

    Demonstrativo do Resultado das Avaliao Atuarial (DRAA), documento de envio

    obrigatrio ao Ministrio da Previdncia Social (MPS), que demonstra a sntese da

    avaliao atuarial de cada regime prprio previdencirio, portanto projees para os

    prximos 75 anos, a valores presentes, no caso dos Estados e Distrito Federal

    relativamente aos dados informados no exerccio de 2011, evidencia a situao

    expressa pelo quadro a seguir:

  • 20

    Dados consolidados para os Estados e Distrito Federal DRAA 2011

    Fonte: DRAA/2011 DRPSP/CGACI

    Notas: 1 Plano nico RPPS sem segregao e alquota patronal representando o dobro da do servidor (Total da Insuficincia Financeira Corrente do grupo R$ 22.970.993.059,19. Total do Dficit atuarial do grupo R$ 721.203.306.668,23); 2 P. Financeiro Ente com segregao da massa sem acumulao de recursos; 3 P. Previdencirio Ente com segregao da massa propsito de acumulao de recursos (capitalizao coletiva e solidria); 4 Total da Insuficincia Patrimonial dos Entes com segregao da massa: R$ 646.948.092.999,63, porm com expectativa de extino no mdio e longo prazos; 5 Plano nico Ente sem segregao da massa; 6 MG sem informao desde 2006.

    O quadro abaixo expressa os valores decorrentes da arrecadao das

    contribuies previdencirias Unio, dos Estados e Distrito Federal comparados com

    os efetivos pagamentos de benefcios relativamente aos exerccios de 2008 a 2011,

    onde se percebe um vertiginoso crescimento nominal dos dficits financeiros dos

    regimes previdencirios destes entes, o que evidencia a urgente necessidade da

    adoo de medidas saneadoras. A Unio e o Estado de So Paulo, como parte de

    outras aes, esto estruturando fundos de previdncia complementar que no longo

    prazo evidenciam substancial reduo das insuficincias financeiras dos seus

    regimes de previdncia prpria, porm carece ainda da busca de outras solues

    que permitam o equacionamento definitivo dos seus dficits financeiros e atuariais.

    En

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    2x1

    P.

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    Arrecadao

    Em LeiPreviso

    Folha Benefcios

    INSUFICINCIA

    ou

    EXCENDENTE

    FINANCEIROS

    CORRENTES

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    um

    ula

    o?

    INSUF.

    PATRIM

    SUPERAVIT

    DEFICIT

    AC x 183.253.940,85 275.615.499,56 (92.361.558,70) 216.474.432,00 No 0,00 (5.219.316.799,48)

    CE x x 1.044.863.373,94 1.446.439.767,21 (401.576.393,26) 0,00 No 0,00 (33.045.146.661,23)

    GO x x 733.912.752,64 1.362.003.460,73 (628.090.708,09) 0,00 No 0,00 (23.450.051.433,50)

    MT x x 622.230.300,67 885.024.675,21 (262.794.374,54) 0,00 No 0,00 (12.166.253.798,89)

    MS x x 504.234.056,59 1.017.879.942,96 (513.645.886,37) 4.312.847.119,54 No 0,00 (5.242.398.300,69)

    PB x x 650.348.469,76 989.281.544,90 (338.933.075,15) 122.919.080,00 No 0,00 (16.370.130.806,57)

    PE x x 1.464.944.745,82 2.372.525.211,86 (907.580.466,04) 0,00 No 0,00 (28.183.194.727,35)

    PI x x 431.248.717,53 838.576.958,81 (407.328.241,28) 31.813.274,00 No 0,00 (18.621.495.274,64)

    RJ x x 2.258.020.949,58 7.708.044.683,09 (5.450.023.733,52) 63.926.538.123,53 No 0,00 (46.667.399.869,46)

    RS x x 2.114.891.008,40 6.744.716.825,52 (4.629.825.817,12) 0,00 No 0,00 (119.796.757.316,42)

    SP x x 6.792.695.778,43 16.131.528.583,55 (9.338.832.805,12) 76.183.377,00 No 0,00 (412.441.161.680,00)

    MG (*) (*) (*) (*) Sem dados

    AL x x x 8.272.984,55 0,00 8.272.984,55 5.256.373,00 Sim (9.937.021.093,43) 16.974.141,59

    AP x x 48.658.423,27 33.359,30 48.625.063,97 1.182.538.613,75 Sim (2.648.560.556,22) 111.431.050,33

    AM x x 85.969.431,41 825.968,93 85.143.462,48 489.868.864,00 Sim (12.985.579.136,57) 712.453.812,36

    BA x x x 98.968.184,94 298.975,16 98.669.209,77 141.325.056,00 Sim (50.520.448.725,56) 90.626.207,47

    DF x x x 206.290.704,16 124.730,06 206.165.974,10 267.747.856,00 Sim (210.140.551.340,33) 99.600.407,69

    ES x x x 94.493.142,30 420.220,33 94.072.921,97 290.600.864,00 Sim (53.584.681.071,72) 172.095.538,52

    MA x x 478.976.751,02 386.573.969,69 92.402.781,33 1.102.258.816,00 Sim (5.816.810.932,68) (11.176.950.147,93)

    PA x x 232.711.103,46 4.855.865,21 227.855.238,25 810.560.082,14 Sim (20.352.560.020,30) 0,03

    PR x x 726.363.498,02 343.189.769,00 383.173.729,02 10.290.217.571,00 Sim (95.824.067.321,81) (3.442.130.614,03)

    RN x x x 35.350.224,61 496.411,12 34.853.813,49 213.922.291,51 Sim (53.758.719.621,74) 308.243.015,99

    RO x x 51.359.719,38 0,00 51.359.719,38 478.615.897,32 Sim (25.027.805.755,40) (429.152.844,34)RR x x 24.053.873,13 2.313.772,00 21.740.101,13 730.917.799,24 Sim (5.527.571.119,64) 100.524.029,48SC x x x 9.544.220,50 0,00 9.544.220,50 137.431.259,17 Sim (119.780.084.152,26) 530.455.967,73SE X x 0,00 0,00 0,00 61.172.457,85 Sim (57.135.241.663,75) 8.042.453,58

    TO x 355.448.150,98 235.313.905,57 120.134.245,41 1.683.647.360,00 Sim 0,00 (4.812.712.959,90)

  • 21

    Resultado entre receitas correntes X Despesas correntes previdencirias dos RPPS da Unio e Estados

    Por certo, todas as respostas definitivas no sero dadas com preciso,

    mas solues possveis podem ser levantadas e perseguidas, incluindo a

    perspectiva de que a concretizao dos preceitos j definidos passa pela

    estruturao dos RPPS numa lgica de capitalizao coletiva dos recursos vertidos,

    em quantidade e qualidade suficientes, com a adoo de novos mecanismos de

    gesto nos moldes do que j est desenhado pelas normas do rgo normatizador e

    supervisor e pela assuno do propsito polticos por todos os entes federativos.

    Mesmo diante da existncia de reservas de ativos de mais de 110 bilhes

    de reais, os passivos atuariais dos RPPS, inclusive da Unio, vem se avolumando ao

    longo do tempo, primeiro, em razo da falta de definio do carter contributivo para o

    sistema, segundo, quando o definiram, o fizeram apenas para cumprirem a exigncia

    legislativa, no evidenciam estarem calcadas e avaliaes atuariais consistentes e,

    quase sempre, sem viso de longo prazo, ainda sem informaes precisas das bases

    cadastrais, das questes demogrficas e carentes da preocupao de acumulao de

    recursos enquanto numa situao financeira favorvel.

    perceptvel as dificuldades dos diversos entes federativos em consolidar

    e manter bases de dados cadastrais consistentes, at pela ausncia de

    investimentos nessa tarefa, sobretudo nas situaes em que o servidor tem origem

    em outro regime previdencirio, pois, para o reconhecimento ao direito

    aposentadoria ou penso por morte do segurado o tempo de contribuio anterior,

    tambm, ser computado e, a ausncia das informaes certamente comprometem

    sobremaneira as avaliaes atuariais, gerando por consequncia implicaes diretas

    nas projees das obrigaes e no equilbrio financeiro do regime.

  • 22

    Quanto gesto, em que pese as orientaes emanadas do rgo

    normatizador e supervisor o que se percebe so estruturas administrativas

    desprovidas de princpios de governana, com o preenchimento de cargos e funes

    de gesto estratgicas e operacionais por nomeaes privilegiadas de critrios

    polticos em detrimento de critrios tcnicos profissionais, portanto, comprometendo

    a possibilidade de profissionalizao desses dirigentes, o que compromete por

    consequncia, primeiro o envolvimento pessoal do gestor com o regime e, segundo

    e mais grave, inviabiliza a implementao de gesto profissional, com nveis de

    governana compatveis com as necessidades dos RPPS, entre outras questes.

    7 CONCLUSES E PROPOSTAS

    Sempre lembrando que texto Constitucional em 1998 estabeleceu o

    carter contributivo como princpio do regime previdencirio para o servidor pblico,

    alm da orientao de observncia do equilbrio financeiro e atuarial, por intermdio

    da Emenda Constitucional no 20, naquele momento, o Estado Brasileiro

    proporcionou o ousado e determinante direcionador para a construo desse

    sistema especial de previdncia para os servidores pblicos do Pas e, ao atribuir ao

    Ministrio da Previdncia, a competncia para normatizar, orientar, acompanhar e

    supervisionar o sistema demonstrou a disposio em materializar o preceito

    constitucional neste aspecto, assim como buscou a complementao daquela

    primeira reforma ao aprovar as EC no 41e 47 de 2003 e 2005, respectivamente e,

    mais recentemente a EC no 70, portanto, no h mais se falar em tolerncia

    prevalncia de regimes constitudos sem uma perspectiva de sustentabilidade no

    longo prazo e gesto sem as definidas qualificaes tcnicas e profissionalizadas.

    Assim, em face da situao ftica atual de grande parte dos quase 2000

    RPPS institudos, conclui-se que:

    a) A necessidade de que sejam implantados Regimes Prprios de

    Previdncia Social (RPPS), na exegese do art. 40 da Constituio

    Federal em todos os entes federativos com servidores pblicos titulares

    de cargos efetivos;

  • 23

    b) Os RPPS, sistema especial de previdncia social, devem ser institudos

    e geridos sob princpios cientficos de governana corporativa segundo

    lgica de capitalizao coletiva e solidria das reservas financeiras e

    patrimoniais, de carter contributivo dos servidores, aposentados e

    pensionistas e do ente provedor, sem prejuzo de aportes de bens,

    direitos e outros ativos com o objetivo de se constituir ativos

    garantidores das obrigaes previdencirias, significando, na essncia,

    a quebra do chamado pacto intergeracional, pois assim sendo, as

    contribuies e aportes no mais estaro financiando somente os

    benefcios presentes, mas tambm os futuros mediante a

    integralizao paulatina das reservas matemticas calculadas

    atuarialmente;

    c) O fundo garantidor ou ativos garantidores do Plano de Benefcios do

    RPPS representado pelo denominado Plano Previdencirio, com as

    obrigaes calculadas atuarialmente segundo as normas aplicveis,

    mediante a incluso no plano de benefcios previdencirios, por lei do

    ente instituidor, somente dos benefcios constitucionais de

    aposentadorias (por tempo de contribuio, por idade, por

    incapacidade permanente) e penso por morte, com os demais

    benefcios, como por exemplo, salrio maternidade, salrio famlia,

    auxlio doena, auxlio recluso, etc, passando a ser tratados como

    benefcios trabalhistas ou assistenciais, mantidos e financiados pelo

    oramento do ente federativo, sem o carter contributivo, ou seja, o

    RPPS ficaria responsvel pela gesto to somente dos benefcios

    devidos a aposentados e pensionistas, portanto permanentes,

    enquanto o ente se responsabilizaria pelos benefcios devidos aos

    servidores, ou seja, os benefcios temporrios. Tal medida, certamente,

    teria significativa repercusso nas alquotas de contribuio e na

    sustentabilidade do RPPS;

  • 24

    d) Na hiptese de dificuldade ou incapacidade oramentria e financeira

    para a integralizao das reservas matemticas para a totalidade dos

    segurados do regime, especialmente aos perodos passados em que

    no houve aporte de recursos, como ltima medida, fica admitida a

    segregao da massa dos segurados, possibilitando a instituio do

    denominado Plano Financeiro como fundo em extino e a constituio

    do Plano Previdencirio como plano permanente do RPPS. Importante

    sempre salientar que a deciso poltica de se realizar a segregao da

    massa de segurados deve ser tomada depois de minuciosos estudos

    atuariais e avaliao da capacidade oramentria e financeira do ente

    federativo, especialmente quanto aos impactos na LRF;

    e) A Unidade Gestora nica, exigida pelo 20, do art. 40 da CF, dever

    ser instituda e gerida sob as asas do direito pblico, integrante da

    administrao direta ou indireta do ente federativo, com patrimnio e

    contabilidade segregados deste, inclusive dos Planos Financeiro e

    Previdencirio, no caso de segregao da massa de segurados;

    f) Os gestores devero ser definidos por critrios tcnicos privilegiando a

    reconhecida capacidade administrativa e conhecimento dos

    fundamentos de previdncia social como requisito geral e

    competncias tcnicas aderentes a cada funo a ser ocupada, alm

    de se submeterem a programas de capacitao permanente;

    g) Os gestores ocupantes de instncias deliberativas e de controle

    interno, alm da exigncia de competncias tcnicas, devero ser

    escolhidos democraticamente de forma a contemplar a

    representatividade paritria dos segurados e do ente federativo,

    preferencialmente com mandatos descoincidentes dos mandatrios

    polticos;

    h) Os entes federativos e os RPPS devero adotar imediatos

    procedimentos de estruturao de bases de dados consistentes do

    conjunto dos segurados do regime, objetivando a melhoria da gesto

    das pessoas e viabilizao de avaliaes atuariais realistas (SRPPS

    Sistema dos Regimes Prprios de Previdncia dos Servidores:

    SIPREV/GESTO CNIS/RPPS INFORME/RPPS);

  • 25

    i) As avaliaes atuariais devero ser realizadas a partir de base de

    dados consistentes e informaes biomtricos representativas do

    grupo, alm de hipteses e premissas realistas e factveis e se

    submeterem a processos de gesto especfica permanente;

    j) Os entes federativos instituidores de RPPS devero identificar, valorar,

    verificar a viabilidade e canalizar para o equacionamento dos seus

    regimes de previdncia ativos do seu patrimnio de modo a equacionar

    os dficits financeiros e atuariais;

    k) O fundo garantidor do plano ou planos de benefcios do regime dever

    estar totalmente comprometido com a meta atuarial e os recursos

    aplicados ou investidos segundo polticas compatveis com o perfil do

    passivo e ainda de modo a privilegiar a economia local e de interesse

    da sociedade, como forma de retribuio ao esforo contributivo da

    sociedade para a capitalizao do sistema, segundo as normas

    definidas pelos rgos competentes, que devero se adequar a cada

    momento;

    l) Os ativos aportados ao RPPS (aportes financeiros, bens, direitos e

    ativos diversos) para composio do fundo garantidor devero atender

    aos objetivos do regime prprio e serem dotados de solvncia e

    liquidez na medida das obrigaes do plano ou planos de benefcios e

    capacidade de gerar novas receitas, compondo o patrimnio pelos

    reais valores de mercado, avaliados e reavaliados segundo as normas

    aplicveis, alm da submisso aos procedimentos de depreciao e

    amortizao, conforme o caso;

    m) O rgo normativo e de superviso, bem como os demais rgos de

    controle interno e externo devero promover o incremento de aes

    permanentes de acompanhamento, superviso e controle, como

    mecanismo de se coibir fraudes e atos de corrupo e dar efetividade

    consolidao dos regimes, includo as responsabilizaes pessoais

    decorrentes de eventuais infraes;

  • 26

    n) A todos os processos de trabalho devero ser dispensadas solues

    de tecnologia da informao, com rgidos mecanismos de controle,

    segurana e modernizaes permanentes;

    o) O rgo normatizador e supervisor alm de incrementar efetivos

    mecanismos de controle e superviso dos RPPS dever promover

    intercmbios com os demais rgos de controle externo, por exemplo,

    os Tribunais de Contas e rgos e instncias judiciais de forma a

    externalizar os entendimentos do significado do carter contributivo e

    do equilbrio financeiro e atuarial dos regimes de previdncia social, e

    que a justia social ao segurado seja representada pelo

    reconhecimento justo ao seu direito na exata medida do seu esforo

    contributivo e no por benesses de gratuidade, como tendem a ser as

    decises judiciais, dado que a justia social se faz pelo reconhecimento

    do direito do cidado segurado contribuinte e que, assim como o ente

    pblico dotado de perenidade, o sistema de previdncia tambm

    deve ser compreendido, pois representa o direito dos segurados e de

    seus dependentes, cuja razo de existncia a mesma razo da

    existncia do ente federativo;

    p) O rgo normatizador e entidades representativas devero articular

    mecanismos de difuso do conhecimento previdencirio, objetivando a

    formao de gestores que atendam s necessidades de

    desenvolvimento dos RPPS.

    ___________________________________________________________________

    AUTORIA

    Otoni Gonalves Guimares Ministrio da Previdncia Social. Diretor do Departamento dos Regimes de Previdncia no Servio Pblico.

    Endereo eletrnico: [email protected]