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ANO 2 - N.16 - MAIO 2012 - R$ 14,90. Os sobreviventes da Constituinte

Os sobreviventesda Constituinte

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“Sarney merece odas as everências ”

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ÍNDICE4 1º Editorial : Acerto nas informações 2º Editorial : A 16ª Conferência Nacional da Unale6 Os sobreviventes da Constituinte “Sarney merece todas as reverências”7 Os sobreviventes da Constituinte “Lula sabotou, mas acabou sendo o mais beneficiado”8 Os sobreviventes da Constituinte “Ainda em atuação, 11 senadores e 23 deputados federais 10 Os sobreviventes da Constituinte 3 governadores, 2 vices e 1 prefeito eram deputados/senador12 e 13 A 16ª Conferência Nacional da Unale “2 deputados estaduais também foram constituintes”14 Código Florestal: Dilma entre a “serra” e a “floresta”16 e 17 O discurso no Senado, por Renan Calheiros (PMDB-AL) “Novas regras para ICMS sobre comércio eletrônico”18 e 19 Entrevista Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) “A Rio+20 mostrará um novo Brasil”20 e 21 O discurso na Câmara, por Manoel Júnior (PMDB-PB)22 e 23 Marketing & Negócios, por Flávio Resende

24 a 30 COMISSõES TéCNICAS da Câmara dos Deputados

32 a 36 COMISSõES TéCNICAS do Senado Federal38 a 44 TRIBUNA DOS DEPUTADOS45 a 49 TRIBUNA DOS SENADORES50 FLAgRANTES FINAIS

Como se estivéssemos no conhecido "Tunel do Tempo do Senado", a capa do artista André Cerino seleciona 10 sobreviventes da Constituinte de 1988.

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CONGRESSO NACIONAL(Segmento legítimo do Jornal Congresso Nacional, em circulação desde 1985)

Publicação da Editora JCN Ltda. CNPJ 38.013.082/0001-81 PFDF 07.305.562/001-40 SBS Q.2 Bl. E Grupo 206 (Edifício Prime) Telefones: (61) 3338-8076 / 3338-8246 / 4063-8590 Site: www.editorarcn.com.br

CORRESPONDÊNCIAS: Caixa Postal 6801 - CEP 71.720-971 – Brasília-DF

Fotos Agências Senado/Câmara/Brasil

Diretor Geral Sílvio Leite Campos [email protected] (61) 8182-3030

Representação Nacional Grupo Pereira de Souza [email protected] (61) 8533-3335

Site e atualização: Anderson de Oliveira Andrade ([email protected]) Rafael de Oliveira Andrade ([email protected])

Editor Responsável Sílvio Leite Campos (Fenaj/mat.sind.4.145)

Pesquisa e Digitação Joaquim do Nascimento Gomes [email protected] (61) 9618-7463

Projeto Gráfico ArtefixCriações [email protected] (61) 3344-0330

Diagramação e arte-final Mauro Barbosa – SJPDF 3.619 [email protected] (61) 9226-5207

Impressão AphaGráficaLtda. (61) 3344-2794

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No momento onde se comenta o im-passe, cada vez mais cruciante, para a aprovação do Código Florestal, quando quase toda a chamada “grande imprensa” dava como certa a promulgação no final do ano passado, enquanto esta RevistaCONGRESSO NACIONAL mostrava, exatamente o contrário, afora outros episódios ocorridos no nosso principal legislativo, há de se comemorar o nosso acerto editorial.

Eis a razão porque estamos reprodu-zindo a capa da 10ª Edição (novembro de 2011), onde ironizávamos o difícil e quase impossível acordo entre os empresários ruralistas e os defensores do meio am-biente, estes clamando por uma reação mais positiva da presidenta da República, ou seja, contrapondo-se à anunciada ação dos senhores da terra.

Na verdade, como agora voltamos a demonstrar, o Código Florestal será o grande teste para se saber até onde pos-sa ir a decisão do Palácio do Planalto em esnobar as diferentes correntes políticas governistas, enfim, não dando guarida às pretensões daqueles contrários às ações ambientais.

Mais ainda, quando se avizinha a Rio+20, quando o Brasil precisará mos-trar a sua real capacidade em proteger nossas florestas sem prejuízo da neces-sária produção agrícola.

“...o Código Florestal apresenta-se como o grande

teste para o Brasil se apresentar na Rio+20...”

A União Nacio-nal dos Legislado-res Estaduais pro-moverá na capital do Rio Grande do Norte a sua 16ª Conferência Nacio-nal, de 29 a 31 de maio. Tanto quanto acontece no Distri-to Federal e nos 26 estados, essa Enti-

dade é muito conceituada no Congresso Nacional, Presidência da República e demais órgãos públicos federais, além de se constituir como referência por parte do Tribunal de Contas da União, quando necessita de maior disseminação de suas instruções normativas, com vistas à regu-laridade em relação à correta prestação de contas em geral.

Nesse particular, a Unale tem sido reverenciada, não só pela independên-cia em suas ações, aliada a permanente preocupação em orientar seus aliados estaduais para o melhor cumprimento de tais desideratos. E essas oportunas e necessárias Conferências, dentre outras atribuições tem servido de alinhamento em busca de também constante aprimo-ramento. Daí ser muito importante esse próximo encontro em Natal, daí a editoria da Revista CONGRESSO NACIONAL a haver incluído com destaque nesta e em futuras outras edições.

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L Acerto nas informaçõesA 16ª Conferência da Unale

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SARNEY FOI O HOMEM!

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TE “Sarney merece todas as reverências”

João Emílio Flamarion

um dos grandes méritos de JOsé sARNEy na Presidência da República, reverenciado até por adversários, foi o de haver cumprido todos os compromissos anunciados por TANCREDO NEvEs, inclusive na formação do Ministério. Entretanto, em relação à convocação da Assembléia Nacional Constituinte, não se tem certeza de tal promessa do falecido presidente eleito. segundo consta, fora uma ação pessoal de sarney, somente comunicada a uLyssEs GuIMARãEs e natural apoio dos principais dirigentes do PMDb e de outros grandes partidos. Desse rol, exclua--se o PT e inclua-se a oposição firme do então deputado federal LuIz INáCIO LuLA DA sILvA, a ponto de liderar a bancada, a fim de não assinar a Constituinte, como de fato, infelizmente, aconteceu. Por uma questão de justiça e de eterno agradecimento, há de se proclamar sarney como o principal responsável pela redemocratização do Brasil, enfim, o grande timoneiro. Nesta edição, a Revista CONGRESSO NACIONAL, no propósito de apresentar os principais fatos positivos de nossa história republicana, proclama quais são, ainda em plena atividade parlamentar, os ?? sobreviventes da Constituinte de 1988.

Instalada em 1º de fevereiro de 1987, a Assembléia Nacional Constituinte era composta de 559 congressistas, mais precisamen-te, 8 senadores e 25 deputados federais. Os trabalhos dos cons-tituintes se estenderam por 18 meses. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a nova Constitui-ção brasileira, hoje considerada a mais autêntica e consequen-temnete democrática da história de nossa republicana.Tem seus problemas e muitas vezes dá a impressão dá a impressão de ha-ver sido feita de improviso. Para alguns, almejada como uma Carta parlamentarista, acabou manten-do-se como presidencialista, daí a compensação das hoje questioná-veis medidas provisórias, hoje tão abusivas e com ranço ditatorial.

Ao se iniciar a chamada Nova República em 15 de março de 1985, o País vivia uma contra-dição. Por um lado, a liberdade estava de volta às ruas, reper-cutindo as gigantescas manifes-tações em apoio à emenda das “Diretas Já”, um ano antes e, muito embora rejeitada, tornou--se a razão direta de haver con-seguido modificar a legislação em vigor sobre o Colégio Eleitoral (eleições indiretas com fidelidade partidária...), passando assim por cima, inclusive da legislação

ditatorial em vigor, daí as eleições de Tancredo-Sarney.

Entretanto, para restaurar a democracia em sua plenitude, fal-tava ainda, entre outras medidas, restabelecer as eleições diretas e elaborar uma nova Constituição, em substituição à de 1967, a qual havia passado por profundas alterações sempre com o Congresso fechado por Ato Institucional. No Governo de Sar-ney, o primeiro passo nessa direção foi a aprovação pelo Congresso da Emenda Constitucional nº 25, de 15 de maio de 1985.

A Emenda devolveu o direito de voto aos analfabetos, restabeleceu eleições diretas para a Presidência da República e para as prefeituras dos municípios considerados áreas de segurança nacional, instituiu a liberdade de organização partidária e concedeu representação política ao Distrito Federal no Senado Federal e Câmara dos Deputados. O passo decisivo veio com a Emenda Cons-titucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, convocando a Constituinte encarregada de elaborar a 8ª Cons-tituição Brasileira.

“Os Membros da Câmara dos deputados e do Senado Federal reunir-se-ão, unicameralmente, em Assembléia Nacional Constituinte, livre e soberana, no dia 1º de feve-reiro de 1987, na sede do Congresso Nacional”

Antes da convocação da Constituinte, o então presidente José Sarney (já no PMDB-MA), dava o primeiro passo em busca da redemocratização, com a Emen-da Constitucional nº 25, de 15 de maio de 1985, quando devolveu o direito de voto aos analfabetos, restabeleceu eleições diretas para a Presidência da República e para a prefeitura dos municípios con-siderados áreas de segurança nacional, instituiu a liberdade de organização partidária e concedeu representação política ao Distrito Federal no Senado e na Câmara. E o passo decisivo viera com a Emenda Constitucional nº 26, de 27 de novembro de 1985, convocando a Constituinte encarregada de elaborar a 8ª Constituição brasileira.

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Assim sendo, a 48ª Legislatura tornara--se especial, porque o Congresso Nacional as-sumira poderes consti-tuintes, também funcio-nando como legislatura ordinária, isto é, dis-pondo da prerrogativa de também continuar votando as leis do País, ou seja, paralelamente à elaboração do novo texto constitucional. No Brasil, a primeira vez, uma Assembléia Constituinte com essas características.

Desde o início dos trabalhos, a Consti-tuinte se dividiu em dois grupos políticos. De um lado, progres-sista, formado por par-lamentares dos partidos de esquerda (PT, PCB, PCdoB), e de centro esquerda (PDT e alguns do PMDB que, na maio-ria, depois fundaria um novo partido, o PSDB). Do outro lado, o bloco do Centrão , formado por políticos conserva-dores, basicamente do então PFL(hoje, DEM), PDS (hoje PP), PL (hoje PR), PTB e a maioria do PMDB.

Dentre os pon-tos mais importantes, podem ser destacados: garantia maior dos direi-

tos humanos contra a arbitrariedade do Estado; proibição da pena de morte e tortura;respeito aos direitos do cidadão; garantias constitucio-nais, tais como o habeas-corpus; habeas-data;

SUPLENtE REVELAdO POR

MONtORO

LULA SABOtOU, MAS SE

BENEFICIOU

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TEmandado de segurança; mandado de injunção; ação popular; igualdade de direitos fundamentais entre homens e mulhe-res; transformação do racismo em crime; fim da censura; novos direi-tos trabalhistas; novos direitos políticos; elei-ções em dois turnos, com mandato do presidentes da República diminuído para 4 anos; mandatos de governadores, prefei-tos, deputados federais e estaduais, vereadores, mantidos em 4 anos; senadores mantidos em 8 anos; ampliação dos poderes do Congresso Nacional, dentre os quais, com 3 quintos de votos, reformar a Constituição; incrementos da Medida Provisória; maior clareza quanto a reforma agrária; maior proteção ao índio e maior incremento na de-marcação de suas terras; maior proteção ao meio ambiente e promessa de novas leis condizentes.

A Constituição de 1988 tem ainda muitos defeitos e limitações, mas é, no geral, razoa-velmente democrática. Como se viu, a existe a possibilidade de ela ser modificada com 3 quin-tos dos votos os deputa-

dos e senadores. Desfrutando de muito prestígio, a ponto de acumular as presidências da Câmara dos Deputados e da Assembléia Constituinte, Ulysses Guimarães (PMDB-SP), como não pode-ria deixar de ser, foi a principal figura.

A ele, portanto, se deva muitos méritos, mas também a indefinição entre uma Constituição presidencialista e/ou parlamentarista, aca-bando por permanecer o regime presidencialista, porém, na negociação, a imposição das hoje tão indesejáveis proliferações banais das medidas provisórias, estas mais condizentes ao parla-mentarismo.

Com a eleição de Franco Montoro (PMDB-SP) para governador, o então suplente Fernando Henrique Cardoso (PMDB) efetivara-se como senador da República. O bom trabalho credenciou-o a se eleger senador constituinte (1987-1994), depois ministro das Relações Exteriores e Fazenda no governo tampão de Itamar Franco, deste re-cebendo a incumbência de implantação do Plano Real, razão maior e exclusiva de sua candidatura e conse-qüente vitória para presidir o Brasil, a partir de 1º de janeiro de 1995, finalmente, adqui-rindo estatura para mudar a Constituição, permitindo-lhe reeleger-se para um novo mandato de 4 anos. Como se vê, FHC soube, e bem, apro-veitar as oportunidades...

Com 651 mil 763 votos (em 2º lugar, Ulysses: 590 mil 873 votos), Luis Inácio Lula da Silva se elegera com a maior votação para a sua primeira, e até hoje, seu único mandato de deputado federal. Por sinal, atuação pífia nas comissões técnicas e plenário da Constituinte, muito embora fosse “mar-cante” nas declarações à imprensa, sempre contrá-rias à nova Constituição. E tudo somente para protestar. Como principal líder da então oposição, Lula fizera de tudo para sabotá-la, a ponto de não assiná-la, junto com outros menos votados. Hoje, por certo, deve reconhecer só ter sido presidente da República graças ao espírito democrático de Sarney. E ter sido reeleito, beneficiado com atitude de FHC e a arranjada mudança na Constituição, mais uma vez por ele tão verberada...

“... a Constituição de 1988 tem ainda muitos defeitos

e limitações, mas é, no geral, razoavelmente democrática...”

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Naquela oportunidade, Ulysses Guimarães era o presiden-te ideal. E com tanta liderança, por cima de tudo e de todos, acumulou com a presidência da Câmara dos Deputados

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Aécio Neves (PMDB/PSDB-MG)

Arnaldo Faria de Sá*(PTB-SP)

Hugo Napoleão*(PFL/DEM-PI)

José Agripino Maia (PFL/DEM-RN)

Benedita da Silva*(PT-RJ)

Lael Varella*(PFL/DEM-MG)

Rose de Freitas* (PMDB-ES)

Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN)*

Mauro Benevides*(PMDB-CE)

Simão Sessim (PFL/PP-RJ)

Mozarildo Cavalcanti (PFL/PTB-RR)

Cássio Cunha Lima (PMDB/PSDB-MG)

Arolde de Oliveira*(PFL/DEM-RJ)

Inocêncio de Oliveira (PFL/PR-PE)

Miro Teixeira (PMDB-RJ)

Lídice da Mata(PCdoB/PSB-BA)

Gonzaga Patriota*(PMDB/ PSB-PE)

Costa Ferreira*(PFL/PSC-MA)

Mário de Oliveira (PMDB/PSC-MG)

Sarney Filho(PFL/PV-MA)

Mendes Thame(PFL/PSDB-SP)

Sérgio Brito (PFL/PSC-BA)

Paulo Paim*(PT/RS)

Edison Lobão(PFL/PMDB-MA)

Asdrúbal Bentes*(PMDB-PA)

Júlio Campos*(PFL/DEM-MT)

Paes Landim(PFL/PTB-PI)

Lúcia Vânia(PMDB/PSDB-GO)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Francisco Dornelles (PFL/PP-RJ)

Átila Lira (PFL/PSB-PI)

Jutahy Júnior (PMDB/PSDB-BA)

Roberto Freire(PCB-PE/PPS-SP)

Luiz Henrique* (PMDB-SC)

Os 11 senadores sobreviventes

Os 23 deputados sobreviventes*Desde a Constituinte, permanece no mesmo partido

*Desde a Constituinte permanecem no mesmo partido

...Edson Lobão e José

Agripino Maia cumprem o 4º

mandato...

...Henrique Eduardo Alves é o

decano absoluto...

MESA DIRETORA DA CONSTITUINTE

Presidente: Deputado Ulysses Guimarães (PMDB-SP)

1º Vice-Presidente:Senador Mauro Benevides (PMDB-CE)

2º Vice-Presidente:Deputado Jorge Arbage (PDS-PA)

1º Secretário: Deputado Marcelo Cordeiro (PMDB-BA)

2º Secretário: Senador Mário Maia (PDT-AC)

3º Secretário:Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)

1º Suplente de Secretários:Deputada Benedita da Silva (PT-RJ)

2º Suplente de Secretários:Deputado Luiz Soyer (PMDB-GO)

3º Suplente de Secretários: Deputado Sotero Cunha (PDC-RJ)

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QUALIFICAÇÕES DOS CONSTITUINTESO Congresso Nacional de hoje, quanto a classe social,

profissão, raça, sexo, ideologias conceitos sexuais, faixas etárias etc. e tal, não difere muito em relação ao Congresso Constituinte. Compare-se, portanto, com as qualificações exis-tentes quando das eleições nacionais de 1986, onde, pelo voto popular, foram escolhidos os 487 deputados federais e os 48 senadores (24 já tinham sido eleitos em 1982...) também elei-tos parlamentares constituintes: 171 advogados; 48 médicos; 47 engenheiros; 40 empresários rurais; 24 economistas; 23 jornalistas; 15 professores; 11 administradores; 9 radialistas; 6 pastores evangélicos; 5 operários. Dentre esses, 26 eram mu-lheres e 6 negros, 23 tinham menos de 30 anos; 102 estavam na faixa dos 31 aos 40 anos; 59 contavam mais de 60 anos.

Com 23 anos (10.06.63), Expedito Júnior (PMDB-RO) era o mais jovem. Cássio Cunha Lima (PMDB-PB), 5.4.1963, assim perdera o posto por apenas 2 meses e 5 dias

Do alto de seus então 81 anos (25.11.1905), Afonso Arinos (PFL -RJ),

2º mandato, foi o mais idoso constituinte, à frente de Luiz Viana Filho

(PMDB-BA), 28.3.1908

SÓ 12 PARTIDOS ELEGERAM REPRESENTANTES

As eleições para a Constituinte realizaram-se em 15 de novembro de 1986 com a participação de nada menos que 30 partidos. Porém, somente 12 conseguiram eleger, no mínimo, 1 representante.

Foram eles: o então PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), PDS (Partido Democrático So-cial), Partido da Frente Liberal), PFL (Partido da Frente Li-beral), PDT (Partido Democrático Trabalhista), PT (Partido dos Trabalhadores), PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), PPL ( Partido Liberal), PCB (Partido Comunista Brasileiro), PSC (Partido Social Cristão), PSB (Partido Socialista Brasi-leiro), PCdoB (Partido comunista do Brasil) e PMB (Partido de Municipalista Brasileiro).

Esses outros partidos concorreram nas eleições de 1986, mas alguns só elegeram suplentes. Foram eles: PPB (Partido do Povo Brasileiro), PMC (Partido Munici-palista Comunitário), PTN ( Partido Trabalhista Nacional), PH (Partido Humanistal), PMB (Partido Municipalista Bra-sileiro), PN (Partido Nacionalista), PTR (Partido Trabalhis-ta Renovador), PLB (Partido Liberal Brasileiro), PASART (Partido Socialista Agrário e Renovador Trabalhista), PCN (Partido Comunitário Nacional), PNR (Partido da Nova República), PMN (Partido da Mobilização Nacional), PS (Partido Socialista), PRT (Partido Reformador Trabalhista), PJ ( Partido da Juventude), PND (Partido Nacionalista De-mocrático), PRP (Partido Renovador Progressista) e PDI (Partido Democrático Independente).

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TE 3 governadores eram deputados federaisAinda sobrevivem 2 vice-governadores e 1 prefeito de capital, em novos partidos

*Desde a Constituinte, permanece no mesmo partido

Geraldo Alckmin (PMDB/PSDB-SP)

José Thomaz Nonô(PFL/DEM), vice em AL

Siqueira Campos (PDC-GO, hoje PSDB-TO)

João Castelo(PDS/PSDB-MA) prefeito de São Luis

Teotônio Vilela Filho(PMDB/PSDB-AL)

Afif Domingos (DEM/PSD), vice em SP

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral – TSE

PARTIDO NúmERO % PMDB 302 54,0 PFL 133 23,0 PDS 38 6,7 PDT 26 4,7 PTB 19 3,4 PT 16 2,9 PL 7 1,3 PDC 6 1,1 PCdoB 6 1,1 PCB 3 0,5 PSB 2 0,4 PMB 1 0,2

COmPOSIçãO PARTIDáRIA DA ANC 1986

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A preservação dos valores democráticos, o fortalecimento do federa-lismo, o aprimoramento do Poder Legislativo Es-tadual, são alguns dos princípios que norteiam a Unale, a entidade congre-gadora dos atuais 1.059 deputados estaduais, re-presentantes do Distri-to Federal e 26 estados. Estão previstas as par-ticipações de 500 parla-mentares, demonstração inequívoca do prestígio dessa 16ª Conferência Nacional. Nesse sentido, uma ação conjunta tem sempre a capacidade de potencializar e multipli-car os esforços que cada parlamentar empreende, isoladamente, nos limites de seu mandato.

O próprio presidente José Luis tchê, reco-nhecendo a organização do Evento, faz questão de elogiar os trabalhos do presidente da Assembléia Legislativa, Ricar-do Mota, tanto quanto do coordenador local, o também deputado Gustavo Fernandes. Ambos também souberam motivar os 24 deputados estaduais norteriograndenses, a partir da Mesa Diretora e dos líderes e representantes de todos

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LE Matriz energética e alternativas para o Futuro De 29 de maio a 1º de junho, o Rio Grande do Norte sediará, em Natal, a 16ª Conferência da Unale – união Nacional dos Legisladores Estaduais. Este ano o tema escolhido é a “Matriz Energética e Alternativas para o Futuro”, também se enquadrando diversas outras iniciativas de interesse ao melhor funcionamento de cada Casa legislativa. Como personagens principais estarão o pre-sidente da unale, deputado José Luis Tchê (PDT- AC), o presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, deputado Ricardo Motta (PMN) e o coordenador local da Conferência, deputado Gustavo Fernandes (PMDB). Dentre outros, duas propostas já começam a despertar interesse dos cerca de 500 deputados participantes: a síndrome de Down e a campanha de en-frentamento do crack.

José Arimatéa Barbosa

os 24 parlamentares com assentos na Casa.

Atualmente, reúne parlamentares, assesso-res políticos, consultores legislativos, especialistas e autoridades de todos os estados na Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (CNLE) para debater os temas mais relevantes da agenda política nacional, assumindo posições e oferecendo contribuições

efetivas pra a solução dos principais problemas do País.

Em cada evento, é produzido um documen-to oficial com posicionamentos dos legisladores estaduais, o qual é encaminhado aos principais agentes políticos da nação. A CNLE já é conside-rada o maior encontro de deputados estaduais da América do Sul

A União Nacional dos Legisladores e Legisla-tivos Estaduais trabalha para o aperfeiçoamento da organização política da sociedade através do fortalecimento do Poder Legislativo. Além disso, a Entidade atua com a missão de ampliar a atu-ação política e estreitar relações nas três esferas de poder que sustentam a democracia do País.

Na concepção generalizada, a consolidação da democracia exige um legislativo forte e uma atuação política coerente, daí a importância da Unale, porque busca reunir em torno de si, ob-jetivos comuns todos os parlamentares estaduais e todos os legislativos estaduais brasileiros.

Deputado José Luis Tchê (PDT-AC), presidente da Unale

Deputado Gustavo Fernandes (PMDB-RN), coordenador local da Conferência

Deputado Ricardo Motta (PMN), presidente da Assembléia Legislativa do RN

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LEEm 30 de maio, serão 16 anos de existência

Desde sua existência, decorrência de movimento inicial em Belém do Pará, com o apoio da Câma-ra Legislativa do Distrito Federal e das outras 26 Assembleias Legislativas, além de representantes da recém extinta União Parlamentar Interestadual (UPI), a Unale nasceu com a missão de lutar pelo fortalecimento dos legislativos estaduais.

Nesses 16 anos de atuação, marcou presença em todos os grandes debates nacionais, como a ética e a transparência na política, as reformas pre-videnciária, política e tributária, as questões sobre a soberania da Amazônia, o federalismo, o Pacto Federativo, a crise mundial e a crise aérea brasileira, entre outros.

MESA DIRETORA: Graças ao apoio da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, essa 16ª CNLE tem tudo para ser uma das mais destacada de toda a existência da Unale. Os principais responsáveis por essa união são: Pre-sidente: Ricardo José Meirelles da Motta (PMN) – 1º vice-presidente: Gustavo Henrique Lima de Carvalho (PSB) - 2º vice-presidente: Leonardo No-gueira (Democratas) – 1º secretário: Poti Júnior

Carlos Mosconi (PSDB e ex-PMDB-MG)

Paulo Ramos (PDT e ex-PMDB-RJ)

A Unale substituiu a UPI – União Parlamentar Interestadual

2 DEPUTADOS ESTADUAIS SÃO TAMBÉM SOBREVIVENTES DA CONSTITUINTE DE 88

Dentre todos os atuais 1.059 deputados estaduais, 2, em 1988, eram deputados federais constituintes. Entretan-to, e apesar de boas atuações, preferiam retornar a seus estados e as Assembleias Legislativa.

(PMDB) – 2º secretário: Raimundo Fernandes (PMN) – 3º secretário: Vivaldo Costa (PR) – 4º secretário: dibson Nasser (PSDB).

Agostinho Patrus (Minas Gerais ) - 1996/1997

Leal Júnior (Piauí) - 2004/2005

Orlando Pessuti (Paraná) - 2000/2001

César Halum (Tocantins) - 2008/2009

Alexandre Postal (Rio Grande do Sul) - 2003/2004 e 2007/2008

Aparecida Gama (Rio de Janeiro) - 2010

Carlos Dunga (Paraíba ) - 1997

José Távora (Rio de Janeiro) - 2005/2006

Maurício Picarelli (Picarelli (Mato Grosso do Sul) - 2002/2003

Sebastião Tejota (Goiás) - 2001/2002

Clóvis Ferraz (Bahia) - 2009/2010

Alencar da Silveira Jr. (Minas Gerais) - 2011

Geraldo Magela (Distrito Federal) - 1997/1998

Liberman Moreno (Amazonas) - 2006/2007

Miguel Martini (Minas Gerais) - 1998/2000

Galeria de ex-presidentes

... Alexandre Postal foi o único a presidir a Unale por

duas vezes...

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Enquanto a maioria da chamada “grande imprensa”, baseada em falsos vaticínios de interessados – cada um a seu critério e/ou simples desejo – repetida e insistentemente, dava como certa a aprovação do Código Florestal, ainda em 2011, a Revista CONGRESSO NACIONAL, com absoluta convicção, mesmo dando o merecido destaque a declarações de senadores mais partícipes como Luiz Henrique (PMDB-SC), Jorge Viana (PT-AC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), além de uma capa jocosa, pela pena do artista plástico André Cerino (relembre-a na reprodução), na matéria p r i n c i p a l d e s t a c a v a e m manchete “Difícil de ser votado este ano”. Mal assessorada, agora, a presidenta dilma Rousseff tenta reverter o difícil quadro, mas não o conseguira´, caso persista ameaçar com o veto as mudanças anunciadas na Câmara. Sem nenhuma alusão ao adversário tucano na eleição municipal, aqui, nesta outra faceta, literalmente, encontra-se entre a “serra” e a “floresta”.

E nas matérias seguintes, igualmente antecipava: “Bom entendimento pode recuperar tempo perdido” e “Na Câmara, passou sem deputados conheceram o texto”, já antevendo, com relativa convicção, de aquela votação ocorrida no Senado e imediatamente apoiada pelo Palácio do Planalto, não seria bem aceito na Câmara. A foto legenda com o deputado e líder do PV, Sarney Filho (MA) antecipava como se encontrava o ambiente: “além das repetições de críticas relacionadas ao comportamento da chamada bancada ruralista, Sarney Filho promete arregimentar setores ligados à preservação ambiental”. O recado estava dado, porém as lideranças do governo nas duas Casas, insistiam em garantir a aprovação. Acabou

dilma entre a "serra" e a "floresta"Na 10ª edição (novembro/2011), a RCN já antevia tais dificuldades

Adriana Rosa

dando nesse emaranhado de hoje...

Naquela edição, sempre antecipando as nuanças e , p r i n c i p a l m e n t e , o estranhável otimismo dentre senadores e inf luentes s e t o r e s d o g o v e r n o , simplesmente, antevíamos a reação do coeso e forte grupo rural ista, assim contrapondo-se àquela anunciada reação dos ambientalistas. Enquanto se especulava, iniciava-se a primeira rebelião na chamada base governista sob os olhares passivos de seus líderes no Congresso Nacional.

Como é bem sabido – só o Palácio do Planalto teima em esnobar – a bancada ruralista independente de partidos, muito menos de orientações das lideranças, exatamente porque, em primeiro lugar encontra-se o interesse empresarial de cada. um. A partir daí, e se for o caso para impressionar a quem quer o seja, unidos e unidos permanecerão, votando afrontosamente contra o governo, quando não obstruindo as votações, doa a quem doer.

Esse é o quadro atual à luz da pura realidade: ou a presidenta convoca, na base do diálogo racional, as lideranças ruralistas empresariais e os ambientalistas (incluindo-se seus conflitantes ministros do setor...) para uma conversa franca e cordial, mostrando-lhe como o Brasil precisa melhor se apresentar na próxima Rio+20, ou quaisquer sejam os resultados da próxima votação na Câmara (a favor de um e/ou de outro grupo...), sem o devido esclarecimento nacional/internaconal, automaticamente lhe trará o primeiro grande desgaste político. E aí ficará, isso sim, no meio, bem no meio, entre a “serra” e a “floresta”, porém sem conhecer o norte...

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VIVA O CÓDIGO FLORESTAL!Porém, como se resolver...

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Pressa na votação de novas regras para o co-mércio eletrônico precisam ser votadas com cele-ridade pelo Senado, pede o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). Ele mencionou os debates que o Senado tem promovido sobre o pacto federativo e a redistribuição de recursos tributários, e pediu pressa na análise e votação da proposta (PEC 103/2011) que modifica a cobrança do Imposto sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços (ICMS) do comércio não presencial, sob sua relatoria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Renan Calheiros explicou que a maior parte das lojas virtuais é sediada em poucos estados da Federação, normalmente os mais ricos. Com as vendas feitas por meio do comércio eletrônico, cujo faturamento saltou de R$ 500 milhões em 2001 para R$ 23 bilhões em 2012, o ICMS arrecadado se concentra nesses estados. Os demais, onde as compras são originadas e para os quais serão

Novas regras para ICMS sobre comércio eletrônico

enviadas, nada recebem desses valores, o que con-sidera injusto.

– Os [demais] estados querem o que eles têm por direito. Quando falam que os estados produ-tores vão perder recursos, não é isso, na verdade eles vão deixar de tomar os recursos dos estados consumidores, pois é isso que está acontecendo no país – declarou.

O parlamentar lembrou que as regras do ICMS foram criadas há quase meio século, quando não se pensava num comércio tipicamente virtual, e nem a Constituição, em sua parte tributaria, previu modelo específico para o comércio eletrônico. Seu relatório sugere que o estado de destino da mercadoria fique com o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual. Ou seja, supondo uma alíquota média de 17%, o estado destinatário ficará com 10% e o de origem com 7% do imposto, nas operações efetuadas entre os estados do Nor-deste, Norte e Centro-Oeste, que já têm alíquota diferente, afirmou Renan Calheiros.

– Segundo estimativas, isso representa um acréscimo de cerca de R$ 2,3 bilhões para os estados mais pobres. Essa redistribuição é compatível com a meta constitucional de redução das desigualda-des regionais e com os objetivos de erradicação da pobreza extrema no Brasil – concluiu.

O fim do incentivo ao produto importado, à mercadoria importada, a necessária mudança do indexador da dívida dos Estados, a distribuição dos royalties do petróleo, que já aprovamos aqui no Senado Federal, está tramitando na Câmara e precisa, rapidamente, ser aprovado na Câmara dos Deputados. Também vamos ter que votar, até o final do ano, os novos critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados em função de decisão tomada com relação à constitucionalidade dos cri-térios existentes pelo Supremo Tribunal Federal. Além disso, tivemos um incremento significativo no número de consumidores dessa modalidade que evo-luiu de um para 30 milhões de consumidores. Nesse contexto, o Brasil já é o quinto país do mundo com

O País exige pressa na votação da PEC 103/2011, adverte Renan Calheiros (PMDB-AL)

“...também vamos ter que votar, até o final do ano, os novos critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados...”

Antônio Teixeira Coelho

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“...haverá mais equilíbrio, porque, os Estados produtores vão deixar de tomar os recursos que estão tomando dos Estados consumidores...”

o maior número de usuários da Internet, cerca de 80 milhões de pessoas, dentre as quais 27 milhões efetuam compras eletrônicas. Isso se deve, sobre-tudo, aos avanços e conquistas recentes no campo das políticas sociais. Tivemos, verdadeiramente, melhorias nos indicadores de emprego e renda da população brasileira, fato que impulsionou mais ainda o segmento do comércio eletrônico, facilitan-do o acesso de camadas sociais antes excluídas até mesmo do comércio de produtos básicos.

Esse novo cenário, gerou inúmeros benefícios para o cidadão comum e, apesar disso, acarretou, também, algumas distorções econômicas para os Estados em razão do modelo tributário atualmente

aplicado ao comércio eletrônico. Grande parte das lojas virtuais é sediada em poucos Estados da Fede-ração, geralmente os mais ricos e mais desenvolvidos que ficam com a totalidade do ICMS arrecadado no comércio eletrônico. De modo que os Estados não estão querendo apenas a divisão desses impostos do comércio eletrônico. Os Estados estão, fundamental-mente, querendo aquilo a que têm direito.

Quando as pessoas falam que os Estados mais ricos, os Estados produtores vão perder recurso, não é exatamente isso. Os Estados não vão perder. Os Estados produtores vão deixar de tomar os recursos que estão tomando dos Estados consumidores – lamentavelmente, é isso que está acontecendo no País.

Não podemos esquecer que as regras do ICMS – é importante que se diga –, foram editadas há quase meio século, num período em que não se pensava sequer na possibilidade de um comércio tipicamen-te virtual. Aliás, a própria Constituição Federal de 1988, na sua parte tributária, não prevê um modelo específico para o comércio eletrônico.

Na ausência de uma previsão jurídica espe-cífica para tal modalidade e na perspectiva de buscar um equilíbrio financeiro entre os Estados, 20 Estados da Federação firmaram um protocolo no âmbito do Conselho Nacional de Política Fa-zendária (Confaz), para cobrança de adicional de alíquota nas vendas eletrônicas diretas ao con-sumidor. Porque o que caracteriza esse comércio, cuja partilha de impostos terá de ser feita com os Estados, é exatamente isto: o comércio típico, eletrônico, onde quem compra é o consumidor final, pessoa física. É essa modalidade de comér-cio que precisa ter uma distribuição de impostos partilhada com todos os Estados da Federação, deixando que essa distorção continue, que é a continuidade da distribuição única desses impos-tos desse comércio eletrônico, ou não presencial, para o Estado produtor. Infelizmente, repito, é o que está acontecendo.

Isso tem sido questionado nos tribunais por questões de bitributação, principalmente. Todos nós sabemos que essa decisão do Confaz só é possível ser feita no Brasil com a participação da unanimidade dos Estados, o que, nos tempos em que vivemos hoje, em função dos conflitos óbvios, legítimos de interesse de cada um, é difícil, difícil mesmo de acontecer.

O Senado, que é a Casa da Federação, vai cum-prir o seu papel e apresentar uma solução para o impasse.

“... foram editadas há quase meio século, num período em que não se pensava sequer na possibilidade de um comércio

tipicamente virtual ...”

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REVIStA CONGRESSO NACIONAL – Resuma sua atuação em defesa do meio ambiente, agora, mais es-pecificamente, em relação à parti-cipação do Senado Federal junto à chamada Rio+20?

SENAdOR ROdRIGO ROLLEMBERG – A defesa do meio ambiente sempre foi uma de minhas bandeiras. Agora, como presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, tenho atuado e debatido questões importantes para todo o País, como a revisão do Códi-go Florestal e os preparativos para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

RCN: Antes da Rio+20, acontecerá a Cúpula de Legisladores. Qual sua participação pessoal?

SRR: A Cúpula Mundial de Legislado-res reunirá parlamentares de todo o mundo para discutirmos legislações referentes ao desenvolvimento sus-tentável. E também discutirá temas básicos. O primeiro deles é a fiscali-zação, ou seja, a constituição, nos Parlamentos nacionais, de instrumentos de fiscalização que permitam acompanhar se os países estão efeti-vamente implementando o resultado das con-venções internacionais. O segundo deles busca constituir uma plataforma de integração entre as legislações dos diversos países, uma troca

de experiências permanente sobre as melhores práticas legislativas, para que possa inclusive, mediante esse intercâmbio, facilitar o trabalho de legisladores de todo o mundo sobre temas vinculados ao desenvolvimen-to sustentável. E o terceiro tema é a questão do capital natural, que, no nosso entendimento, deve ter mais o viés de constituir programas, alter-nativas de pagamentos por serviços ambientais.

RCN: Como foram suas atuações nas reuniões na Europa, recentemente, para tratar da preparação da cúpula?

SRR: Com o objetivo de discutir a orga-nização da Cúpula Mundial de Legisla-dores e a participação dos Parlamentos na Rio+20, tive oportunidade, em Bru-xelas, de me reunir com representantes do Pnuma, do Pnud, com o comissário de meio ambiente da União Europeia, Janez Potocnik, com o representante da WWF, Tony Long, e diversos parla-mentares da Comunidade Europeia. Lá pude perceber a boa imagem do Brasil no exterior.

RCN: Como o Brasil é visto lá fora?

SRR: O Brasil hoje é visto como um país que conseguiu aliar crescimento econômico com re-dução da pobreza, das desigualdades sociais e do desmatamento.

“...hoje, nós so-mos vistos como um país aliado ao crescimento econômico com a redução da po-breza...”

A Rio+20 mostrará um novo Brasil Ex-deputado distrital (1995-1998/1999-2002), ex-deputado federal (2007-2011), senador de 1º man-dato e até 1º de fevereiro de 2019, atual presidente do Psb-DF e da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, estudioso desse momentoso tema e debatedor em simpósios internacionais, RODRIGO ROLLEMbERG (PSB-DF) tem se dedicado com afinco sobre a participação do Brasil em relação à Rio+20, a ser realizada, de 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. Nesta entrevista exclusiva, também faz considerações em relação ao desenvolvimento sustentável, inclusive sobre a necessidade da revisão do Código Florestal.

Alfredo Arabá Celestino

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constituição de um novo paradigma de desenvolvimento.

RCN: Há muito a fazer?

SRR: Há. Precisamos não apenas pre-servar a nossa biodiversidade, mas, pelo desenvolvimento científico e tecnológico e pelas transferências de tecnologia, ter condições de utilizar, de forma inteligen-te e sustentável, essa biodiversidade em benefício de toda a população brasileira e de toda a população do planeta.

RCN: Como enfrentá-los?

SRR: Se nós não enfrentarmos a ques-tão das mudanças do clima, tudo isso de que estamos falando aqui pode não ter sentido algum, porque os impactos econômicos, os impactos sociais, os impactos ecológicos das mudanças do clima poderão ser tão graves, tão cruéis, que serão impactos terríveis não apenas para a economia, mas para a própria vida das pessoas, ou quem

sabe, até para a sobrevivência do nosso planeta.

RCN: Na sua projeção política de hoje, há como se defender a criação de um Conselho?

SRR: Sim, acredito que deve ser constituído o Conselho de Desenvolvimento Sustentável, com amplos poderes, com status dentro da Organiza-ção das Nações Unidas, para que possa tratar da questão do desenvolvimento sustentável.

RCN: Vinte anos depois da Rio 92, nosso País recebe a Rio+20. O Brasil tem uma grande responsabilidade, não é mesmo?

SRR: Com certeza temos uma responsabilidade enorme como país, hoje, com as condições que tem e que vem assumindo um papel de prota-gonismo internacional. Há uma expectativa de muitas nações do mundo em relação ao papel que o Brasil terá na Rio+20, além de termos a responsabilidade como anfitriões deste encontro e anfitriões da Rio 92, que, há 20 anos, significou um grande avanço no que se refere aos compro-missos do desenvolvimento sustentável.

RCN: E qual sua atuação no lan-çamento do Congresso Mundial de Justiça, Governança e Leis para o desenvolvimento Sustentável?

SRR: Participei do lançamento em Nova York, no final de março. O con-gresso teve como objetivo contribuir diretamente para a conferência Rio+20 no que diz respeito às leis ambientais, à estrutura institucional para o desen-volvimento sustentável e à economia verde. Participaram desse lançamento renomados juristas e representantes da ONU, do Pnuma, da Organização dos Estados Americanos e do Ban-co Mundial. O Brasil foi muito bem representado pelo ministro do Su-perior Tribunal de Justiça, Herman Benjamim. Além da Cúpula Mundial de Legisladores, a Rio+20 vai contar com o Congresso Mundial de Juristas e Procuradores, que considero fun-damental para a implementação das decisões da conferência.

RCN: Objetivamente, o que se es-pera da Rio+20?

SRR: Entendo que é absolutamente necessária a aprovação, a inclusão de metas de desenvolvi-mento sustentável. Nós tivemos uma Conferência em 92 que foi avançada. Naquela oportunidade tivemos condições de aprovar algumas conven-ções extremamente importantes para o futuro do planeta, como a Convenção da Biodiversidade, a Convenção contra a Desertificação, a Convenção sobre Mudanças do Clima.

RCN: temos progredido?

SRR: Falhamos muito nesses 20 anos no pro-cesso de implementação. O que devemos buscar neste momento são instrumentos que permitam a implementação daquela agenda, que façam os países assumirem efetivamente metas de desenvolvimento sustentável. Também gostaria de destacar que o tema das mudanças do clima e o tema da biodiversidade estão sendo tratados apenas paralelamente, ou subsidiariamente na Rio+20, e esses são temas fundamentais para a

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“...precisamos não apenas pre-servar a nossa biodiversidade... ter condições de utilizá-la, de for-ma inteligente e sustentável...”

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"Nunca é demais ressaltar que nenhum outro aspecto da vida socioeconômica é tão decisivo, na luta pela superação do atraso da Paraíba, quanto o educacional.", ressalta Manoel Júnior (PMDB-PB), para quem também “um projeto de desenvolvimento socioeconômico para a Paraíba depende essencialmente da educação de qualida-de fornecida ao povo e da competência estadual na geração e aplicação de ciência e tecnologia”. E ainda mais enfático, sintetizou todo o seu pen-samento: "Nunca é demais ressaltar que nenhum outro aspecto da vida socioeconômica é tão deci-sivo, na luta pela superação do atraso da Paraíba, quanto o educacional",

Para o representante paraibano, somente com um sistema de ensino superior com quantidade e qualidade se formará o processo que incluirá a Paraíba na atualidade do desenvolvimento nacio-nal. Manoel Junior disse que a educação superior tem o papel de formar um crescente número de pessoas com altos níveis de qualificação, e de criar uma base científica e tecnológica para o desenvolvimento econômico do estado, além de estimular os níveis inferiores de ensino.

– "Educar o seu povo, formar cidadãos e ci-dadãs conscientes, qualificar recursos humanos, gerar e difundir conhecimentos científico-tecno-lógicos são condições básicas para o desenvolvi-mento". E também disse ser preciso um conjunto coerente de ações para enfrentar a regressão no ensino superior e na economia do estado.

Manoel Junior destacou que, nas áreas de educação, ciência e tecnologia, o governo federal está implementando o Reuni, "o maior programa brasileiro de expansão e modernização estrutural das condições de funcionamento e melhoria da qualidade das universidades federais.Logo em seguida, acrescentou:

As perspectivas econômicas para o Brasil, no período 2012/2014, são positivas. O País conseguiu superar os efeitos da grande crise econômica-financeira mundial de 2008 e manter sólidos os fundamentos macroeconômicos. O PIB

Educação para o desenvolvimento da Paraíba

deflacionário do Brasil, após decrescer 0,64%, em 2009, no auge das adversidades internas causa-das pela crise mundial, cresceu 7,5%, em 2010, e 2,7%, em 2011.

Com esse resultado, a economia brasileira alcançou a posição de sexta maior do mundo. Neste ano de 2012, deverá ser a quinta, pela sua notória capacidade de prosperar no novo cenário global.

A Paraíba ainda não se integrou como merece ao processo de desenvolvimento nacional inicia-do em 2003. A sua economia vem regredindo, em termos relativos, no cenário nordestino. Em 1995, a economia paraibana era a quarta maior do Nordeste. Ao final do ano de 2011, deve ter passado para a sexta posição.

A Paraíba é insuficientemente dotada de esto-ques de recursos naturais e de capital produtivo. O seu território está quase totalmente inserido no Polígono das Secas e tem 86% de sua área in-

(E um sistema de ensino superior com quantidade e qualidade)

“... de 1995 a 2010, entre os estados nordestinos, a Paraíba foi o que apresentou a menor taxa de crescimento do número de alunos de graduação matriculados...”

Augusto Lemos

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"...os governos do estado e dos municípios da Paraíba, assim como a população local, não dispõem de condições para dar esse necessário suporte financeiro..."

cluídos no Semiárido nordestino, conferindo-lhe pesadas adversidades.

Duas verdades maiores saltam aos olhos como indispensáveis ao desenvolvimento da Pa-raíba: educação de qualidade, em todos os níveis, para o seu povo e a criação e operacionalização de um sistema estadual de geração, difusão e incorporação de ciência e tecnologia.

Nunca é demais ressaltar que nenhum outro aspecto da vida socioeconômica é tão decisivo na luta pela superação do atraso da Paraíba quanto o educacional. Educar o seu povo, formar cida-dãos e cidadãs conscientes, qualificar recursos humanos, gerar e difundir conhecimentos cien-tífico-tecnológicos são condições básicas para o desenvolvimento.

Ocorre que a Paraíba enfrenta também uma situação de regressão relativa no ensino superior no contexto nordestino. Assim sendo, por uma questão lógica de hierarquia das prioridades, faz--se necessário um conjunto coerente de ações na busca da solução desse problema.

A responsabilidade do Governo Federal com a educação superior pública e gratuita é manda-mento constitucional. É claro que o cumprimento dessa obrigação é ainda mais justo em relação à Paraíba, um dos Estados mais pobres da Federa-ção. Os indicadores de condições de vida da sua população estão entre os mais precários do País. Isto não quer dizer, Sr. Presidente, que o Estado

seja economicamente inviável, até porque já foi relativamente bem mais próspero.

A participação da rede privada continuará sendo importante na expansão do sistema de ensino superior da Paraíba. Mas vai ser difícil manter o seu ritmo de crescimento dos anos 1995 a 2010.

O Governo da Presidenta Dilma está concluin-do, através do Ministério da Educação e Cultura – MEC, o mais importante programa nacional de expansão das atividades de ensino superior, pesquisa e extensão das Instituições Federais de Ensino Superior, os IFES. Esse processo foi iniciado em 2008, com o REUNI – Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades.

É de amplo consenso que o Sistema Nacional de Ensino Superior brasileiro deve continuar se expandindo, de forma muito expressiva, com me-lhoria de qualidade. É também razoável afirmar que a expansão tem que ser feita com ênfase no seu segmento público, até porque não há mercado capaz de assegurar um alto ritmo de crescimento comandado pelo segmento privado das Institui-ções Federais de Ensino Superior do País.

Com base nesses fundamentos, apelamos mais uma vez à presidenta Dilma Rousseff, e, agora, ao ministro Aloizio Mercadante, para que garantam à Paraíba e à Universidade Federal da Paraíba a criação dos campi de Pedras de Fogo, a minha terra natal, e Guarabira. Esses dois campi serão fundamentais para o desenvolvimento socio-econômico de mais de 50 Municípios da Paraíba e de Pernambuco. Mais de 700 mil pessoas serão diretamente beneficiadas, nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.

“... a presidenta dilma Rousseff certamente fará o Brasil avançar ainda mais na linha progressista dos anos 2003 a 2010. O Governo do presidente Lula foi um dos mais relevantes da história brasileira...”

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SAúDE

Oftalmed comemora 19 anos e inaugura unidade

Um dos mais conceituados hospitais especializados em Oftalmo-logia da capital federal – a Oftalmed Hospital da Visão - comemora 19 anos de atuação em Brasília, expandido os seus negócios. Além de colocar em pleno funcionamento o Centro de Glaucoma na sede localizada na Asa Sul, os médicos e diretores Celso Boianovsky (especialista em Catarata), Sérgio Saraiva (especialista em Córnea) e Sebastião Ferreira Neto (especialista em Retina) inauguraram a nova unidade da clínica no Hospital Santa Marta, em Taguatinga. O espaço, com quatro consultórios e várias salas de exame, tem tecnologia de ponta e médicos especialistas em glaucoma, catarata, córnea, retina e conjuntiva. Entre os projetos sociais da empresa estão o Oftalmed Solidária e a campanha “De Olho no Social”, ide-alizada pela Voriques Óptica e que, em 2012, conta com a partici-pação do hospital no atendimento de comunidades carentes e na sensibilização de pacientes para a doação de armações de óculos usadas. A Oftalmed também possui o selo do Banco de Olhos do Distrito Federal, uma parceria que incentiva a doação e permite o paciente receber a córnea doada para implante.

CAPACITAçãO PROFISSIONAL

Hair Brasília and Beauty deve reunir 20 mil pessoas A terceira edição do Hair Brasília And Beauty – maior evento da região Centro-Oeste voltado para profissionais da beleza – deve reunir de 1º a 3 de julho, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, cerca de 20 mil pessoas, entre cabeleireiros, manicures, depiladores, massoterapeutas, entre outros. No ano passado, o evento contou com 15 mil participantes. Segundo Erika Lobo, coordenadora do evento, serão 44 workshops, oito me-gashows performáticos, além de feira e exposição de produtos e serviços, com o que há de mais novo no mercado. “A feira este ano cresceu quase o dobro em termos de tamanho e esperamos surpreender o público com a programação recheada de novidades”, afirma Erika. Mais informações sobre o evento: www.hairbrasilia.com.br. Para participar, basta inscrever-se pelo site e levar um quilo de alimento não perecível.

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Maior evento do Centro-Oeste voltado para profissionais da beleza vem aí no Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Diretoria da Oftalmed: empreendimento em plena expansão

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VAREJO

Expotchê 2012 promete esquentar o inverno de Brasília

Vem aí a 20ª Expotchê – feira que apresenta o melhor do Rio Grande do Sul em um único lugar. Realizada desde 1992, o evento reúne nesta edição, que acontece de 1º a 10 de junho, mais de 150 expositores no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. “A expectativa para este ano é receber um público visitante superior a 200 mil pessoas durante os dez dias de realização da feira”, conta Rômulo Mendonça, diretor da Rome Eventos, empresa responsável pela organização da Expotchê. Considerada a melhor feira do gênero (Prêmio Top of Mind em 2006 e 2007) e o melhor evento regional do país (Prêmio Caio em 2005, 2006, 2007 e 2010), a Expotchê é comemorada pelos gaúchos e pela população em geral. Roupas, couros, vinhos, carnes, queijos e chocolates são alguns dos itens mais procurados. Além disso, o público visi-tante comparece pelos produtos típicos e pelos shows, além de atrações como a cenografia típica gaúcha, as oficinas de gastronomia e a brinquedoteca, recheada de atividades para os pequenos. O Galpão Gaúcho, ocupa-do pela Federação Tradicionalista Gaúcha do Planalto Central, também garante movimentar a feira. “Trata-se da maior mostra de produtos, cultura, turismo e gas-tronomia gaúcha realizada fora do Rio Grande do Sul”, comenta Rômulo. O sucesso do evento é reconhecido pela qualidade dos produtos expostos, pelos artistas que se apresentam nos shows e pela cenografia do sul, que fazem da feira uma festa ímpar.

Com o objetivo de reforçar a nova campanha do Presunto Suíno Cozido sem Capa de Gordura, a Sadia lança a promoção “Leve e Releve Sadia”, ação online que visa atrair a atenção dos consumidores nos pontos de venda (PDVs) em todo Brasil até o dia 31 de maio ou enquanto durarem os estoques. A promoção vem para reforçar os principais atributos do Presunto Suíno Cozido sem Capa de Gordura Sadia. “Esperamos com a pro-moção Leve&Revele reforçar o conceito de que muito sabor pode caber dentro de apenas 15 calorias, oferecendo aos consumidores a oportunidade de registrar 15 momentos marcantes de suas vidas”, explica o gerente de trade Marketing da BRF, Eduardo Jakus. Para participar, os consumidores que comprarem a partir de 400g de Presunto Sadia nas lojas participantes receberão a bandeja com uma etiqueta colada e um código pro-mocional no verso. Também é possível adquirir os 400g do Presunto Sadia no balcão de mercearias e padarias e receber do balconista ou do caixa uma raspadinha contendo um código promocio-nal. Depois, com esse código em mãos, basta acessar o site www.fotoregistro.com.br/sadia, cadastrá-lo juntamente com os dados pesso-

ais e enviar as 15 fotos que deseja ter reveladas. As impressões serão enviadas para o endereço indicado

no cadastro. Serão distribuídos cerca de 20 mil vales-brindes. A NewStyle é responsável por toda estratégia criativa da ação.

AçãO PROMOCIONAL

Sadia lança promoção “Leve e Revele Sadia”

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Duzentas mil pessoas devem passar pelo evento este ano

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quita de Santana, disse que os recursos encaminhados ao órgão levam em média dois meses para ser conclu-ídos, desde que os laudos estejam de acordo com a reclamação dos produtores. Santana afirmou, contudo, que o objetivo do ministério é tornar o processo mais ágil. O representante da Confede-ração Nacional da Agricul-tura e da Pecuária (CNA) na audiência, Nilson Camargo, disse que, por causa de erros dos bancos, cerca de 50 mil

produtores ainda não tiveram suas dívidas da safra 2004/2005 indenizadas pelo Proagro. "O que nós es-tamos reivindicando é que a operacionalização desses sistemas públicos seja mais flexível e mais ágil. Se há uma carência de pessoas para tratar do assunto, que se dotem as entidades de mais pessoas", disse.

Zé Silva (PDT-MG), autor do requerimento que deu origem à audiência pública, afirmou que é preciso reformular a normatização do Proagro para garantir que os produtores não sejam penalizados com a demora no processo. "O Brasil, especialmente os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, precisam estar mais preparados e não agir só planejando a safra de ano a ano. Em todas as falas, ficou muito claro que acontece seca todos os anos e nós nunca estamos preparados", afirmou.

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Autor do requerimento para realização da audi-ência, Zé Silva (PDT-MG) acha necessário a refor-mulação do Proagro

Recorde de indenizações por perda da atual safra

O volume de indenizações do Programa de Ga-rantia da Atividade Agropecuária (Proagro) deverá bater recorde na safra 2011/2012. O programa isenta o produtor rural de obrigações financeiras que não possam ser cumpridas em razão de prejuízos causa-dos pelas chuvas ou por secas ou ainda por algumas pragas. Segundo o gerente de Regulação e Controle das Operações Rurais e do Proagro do Banco Central, deoclecio Pereira Souza, a crise deste ano vai ser pior que a da safra de 2004/2005, até hoje a pior, que gerou R$ 800 milhões em indenizações. Ele disse que 97% dos pedidos de pagamento neste ano são decorrentes da secas registradas primeiro no Sul e agora no Nordeste.

O gerente da Diretoria de Agronegócio do BB, Álvaro Schwerz tosetto, acrescentou que na atual safra já foram realizadas 63 mil comunicações de perda da produção, o que deve acarretar um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão. Ele explicou que esse valor é passível de indenização pelo Banco Central e não se trata de possibilidade prejuízo ao BB.

O assunto foi discutido em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Souza garantiu que, apesar do grande volume de pedidos de indenização, o Ban-co Central continua liberando os recursos para os bancos em oito dias após o pedido ter sido feito pelo banco da região, normalmente o Banco do Brasil. Segundo ele, só há atraso no pagamento se houver erros no processo de pedido de indenização.

O coordenador da Comissão Especial de Recursos (CER) do Ministério da Agricultura, Eustaquio Mes-

Banco Central e Banco do Brasil prevêm prejuízos de 1 bilhão

Participaram dessa audiência pública, Deoclecio Pereira Souza (gerente de Regulação e Controle das Operações Rurais e do Proagro do Banco Central); Álvaro Schwerz Tosetto (gerente da Diretoria de Agronegócio do Banco do Brasil); Eustaquio Mesquita de Santana (coordenador da Comissão Especial de Recursos (CER) do Ministério da Agricultura); Nilson Camargo (representante da Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária; e naturalmente, Zé Silva (PDT-MG) autor do pedido desse debate

Theresa Lôbo com os repórteres Thomaz Goes, Aloysio Paixão, Celson Abdias e Demócrito Teixeira

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O diretor de desenvolvimento setorial da Agencia Nacional de Saúde suplementar (ANS), Bruno Sobral de Carvalho, afirmou que a agência tem poucas atribuições para fiscalizar os hospitais privados. A ANS é a agência reguladora dos planos de saúde no Brasil. Segundo ele, a ANS tem o poder de requisitar informações aos hospitais, que podem ser punidos se não as enviarem para a agência em tempo hábil. Bruno participa de audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família que debate as regras para a fiscalização da rede privada de saúde. Ele afirmou que a ANS tem regulado a relação das ope-radoras dos planos de saúde com os hospitais como, por exemplo, o tempo máximo de espera do paciente pelo atendimento. Entretanto, são apenas 70 fiscais da ANS para vistoriar mais de 46 milhões de contratos de planos de saúde, acrescentou.

Bruno Carvalho informou que a ANS deverá passar a recolher dados como taxas de infecção hos-pitalar nos estabelecimentos privados, para serem divulgados à população. Ele também disse que o governo deve mandar ao Congresso proposta para regulamentar o cheque-caução que já é proibido nos hospitais privados. No entanto, ainda não existem instrumentos para punir os hospitais que continuam fazendo uso desse expediente.

A gerente-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Santiária (Anvisa), diana Carmen Almeida Nunes de Oliveira, explicou que a instituição observa as estruturas e pro-cessos dos hospitais, tanto públicos quanto privados, para minimizar os riscos à saúde da população. Ela

ANS tem poucas atribuições para fiscalizar hospitais privados

disse que a Anvisa é indutora e reguladora dos servi-ços de saúde, ou seja, ajuda os estados e municípios a controlar os riscos sanitários.

Segundo ela, quem fiscaliza os hospitais públicos e privados é a estrutura nacional de vigilância sani-tária, que inclui estados e municípios. Ela discordou da declaração do representante do Conselho Federal de Medicina, Emmanoel Cavalcanti, que disse que havia mais rigor na fiscalização dos hospitais privados em relação aos públicos. De acordo com ela, o campo da saúde coletiva não vê se os estabelecimentos são públicos ou privados: “A norma é mesma para todos os hospitais. Entretanto, a norma é aplicada de forma diferente pelos fiscais porque há discricionariedade dos indivíduos que fazem a fiscalização.”

O representante do Conselho Federal de Medici-na (CFM), Emmanoel Cavalcanti, afirmou que, em termos de fiscalização, existe uma tolerância com os serviços prestados pelos hospitais públicos e uma exigência exagerada em relação à iniciativa privada. Emmanoel participa de audiência pública da Comis-são de Seguridade Social e Família que debate as regras para a fiscalização da rede privada de saúde.

Segundo ele, o Brasil tem um viés para atender a assistência à saúde que não leva em conta os doentes e as doenças. Segundo ele, são considerados dados estatísticos como a redução das mortes de crianças, mas não se leva em conta o número de pessoas que morrem por falta de atendimento nos hospitais.

Ele falou que, atualmente, é muito difícil o paciente encontrar um centro cirúrgico disponível mesmo aquele que tem um plano de saúde.

São apenas 70 fiscais para vistoriar 46 milhões de contratos

Na Comissão de Seguridade Social e Família esse debate do qual participaram: Bruno Sobral de Carvalho (diretor de desenvolvimento setorial da Agencia Nacional de Saúde suplementar –ANS); Diana Carmen Almeida Nunes de Oliveira (gerente-geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Santiária-Anvisa); Emmanoel Cavalcanti (representante do Conselho Federal de Medicina) e Benno Kreisel (vice-presidente da Federação Brasileira de Hospitais)

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As empresas telefôni-cas culpam a burocracia e as leis municipais que im-pedem a instalação de an-tenas pela má cobertura do serviço de telefonia móvel. A cobertura é a segunda reclamação mais frequente entre os usuários do servi-ço nos órgãos de defesa do consumidor.

Representantes das empresas Oi, Tim, Vivo e Nextel participaram de audiência pública da Co-missão de Fiscalização Financeira e Controle, que discutiu a má operação dos sistemas de telefonia fixa e móvel.

Carlos duprat, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), que reúne as empresas do setor, afirmou que as Teles inves-tiram R$ 21,7 bilhões na melhoria do serviço, só no ano passado. O valor é o segundo maior desde a privatização do setor.

Além de investimentos, no entanto, Duprat disse que é preciso alterar a legislação para a instalação de antenas, hoje de responsabilidade dos municípios. "A qualidade do serviço hoje é diretamente proporcional ao número de antenas. Nós precisamos instalar muito mais antenas do que temos hoje.”

Segundo ele, para a aprovação da licença de uma antena, no Rio, é necessário um ano e, em Brasília, oito meses. “A gente precisa instalar mi-lhares. Então muitas vezes não é questão de falta de investimento, mas acelerar. Todos tem que fazer parte desse esforço. Temos como empecilho a legis-lação e a burocracia. A burocracia de licenciamento também é muito grande."

O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, Edmar Arruda (PSC-PR), atendeu ao apelo das empresas e se compro-meteu a propor uma lei federal sobre o tema. "Não dá para nós consumidores cobrarmos uma

solução de sinal do tele-fone e não permitir que se coloquem antenas; não há tecnologia que resolva isso neste momento. Acho que o Congresso pode dar uma resposta e ajudar a população brasileira normatizando e regula-mentando essa questão de distância, onde pode e onde não pode colocar as antenas."

Edmar Arruda lem-brou, no entanto, que a principal queixa dos con-sumidores é por cobranças indevidas na conta tele-fônica. Ele cobrou provi-dências da Agência Nacio-nal de Telecomunicações (Anatel).

O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, informou que um novo regulamento para o Ser-viço Móvel Pessoal será proposto, simplificando as informações para o consu-midor. "A ideia é que nós simplifiquemos os planos de serviço de forma que

permita às pessoas um melhor entendimento do processo, ao contratarem algum plano, que hoje talvez elas não entendam muito bem, e isso gera uma reclamação na conta. Então, a ideia é sim-plificar a oferta, fazer com que ela seja muito bem esclarecida, fazendo então com que as reclama-ções com relação a essas ofertas diminuam e desta forma diminuam as reclamações com relação à cobrança também."

A Anatel também informou que um novo regulamento de qualidade, que levará em conta a opinião do consumidor na avaliação da empresa, entrará em vigor no fim deste ano.

Burocracia e leis municipais prejudicam celularesPelo menos essa é alegação das empresas do setor

Edmar Arruda (PSC-PR) promete propor uma lei federal sobre o tema, pre-ocupado com o prejuízo do usuário

O diretor executivo do Sin-diTelebras, Carlos Duprat informou que as teles in-vestiram 21,7 bilhões

Uno novo regulamento para o Serviço Móvel Pessoal será proposto, diz Bruno Ramos, superintendente de Serviços Privados da Anatel

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A Confederação Na-cional da Indústria (CNI) pediu uma política indus-trial definitiva para resol-ver os problemas de com-petitividade do setor. De acordo com CNI, mais de 20% dos produtos indus-trializados consumidos no Brasil são importados.

Ao participar de au-diência pública na Co-missão de Trabalho, de Administração e Serviço Público que discutiu a desindustrialização do País, o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, afirmou que a falta de competitividade da indústria brasileira fez a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) cair pela metade em cerca de 20 anos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), a indústria de trans-formação representou 14,6% do PIB em 2011, quando apresentou variação de apenas 0,1% em relação ao ano anterior.

Castelo Branco atri-bui os problemas da in-dústria a questões macro-econômicas e estruturais. "Se corrigirmos essas dis-torções de competitividade – que têm origem tributá-ria, de crédito, nos juros, no câmbio, na logística, na qualificação de mão de obra, entre outras –, vamos ter uma equação de custos eficiente, competi-tiva”, disse.

“O industrial não vai precisar sair daqui e levar a fábrica para China, pro-duzir lá e trazer pra cá. Se está fazendo isso é porque temos uma distorção”, continuou o dirigente da CNI.

A indústria de trans-formação atingiu sua maior participação no PIB em 1985, com 27,2%.

O diretor de Estu-dos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Eduardo da Silveira, disse que medidas como o Plano Brasil Maior, de estímulo

à indústria, não resolvem o problema.“A política macroeconômica – câmbio e

juros – tem sido um pouco perversa para in-dústria, mas há sinais de mudança”, afirmou. “Acho também que não devemos temer nem o tema da desindustrialização, nem o tema do protecionismo”, disse Silveira, ressaltando que todos os países formas de proteção do mercado e da produção local.

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sIndústria pede ações para ampliar competitividade O PIB cai pela metade em razão da falta de competitividade

Gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco falou sobre a falta de competitividade

Carlos Eduardo da Silveira, diretor de estudos setoriais do IPEA vê o Plano Brasil Maior como um estímulo

O presidente da Comissão,Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) se diz preocupado com a queda de empregos na indústria

“... O industrial não vai precisar sair daqui e levar a fábrica

para China, produzir lá e trazer pra cá. Se está fazendo isso é porque

temos uma distorção...”

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O ministro das Cida-des, Aguinaldo Ribeiro, vai acompanhar pessoalmente as obras de preparação para a Copa do Mundo de futebol de 2014. As visitas às 12 cidades-sede começa-rão em maio. “Visitaremos todos os municípios e ten-taremos junto aos órgãos executores – governos esta-duais e prefeituras – acele-rar onde haja problema de atraso nas obras", afirmou.

Ribeiro participou de audiência pública da Co-missão de Desenvolvimento Urbano da Câmara para falar sobre os programas da sua pasta. Ele afirmou que pretende implantar uma "Central de Controle de Obras" no Ministério das Cidades. "Estamos fazendo uma avaliação de cada obra de acordo com o crono-grama e a matriz de responsabilidade, já que somos repassadores desses recursos e nos cabe a fiscalização para que o calendário seja cumprido e dentro dessa agenda de fiscalização”, disse. Questionado por par-lamentares se as denúncias envolvendo a construtora

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável apro-vou nesta quarta-feira o Projeto de Lei 1400/11, de Otavio Leite (PSDB-RJ), que obriga fabricantes de pilhas e baterias comuns a substituir toda a produção por similares recarregáveis dentro do prazo de cinco anos. Pelo texto, a substi-tuição será feita gradativa-mente – 20% a cada ano.

A comissão acolheu parecer do relator, Penna (PV-SP), pela aprovação. Ele discorda dos argumen-tos que levaram à rejeição da proposta na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comér-cio. Segundo os argumentos, as pilhas recarregáveis,

apesar de contribuírem para a redução do volu-me de pilhas descartadas, provocariam um impacto ambiental maior em razão das substâncias químicas que as compõem, além de aumentarem os custos de produção para fabricantes tanto das próprias pilhas como de equipamentos eletrônicos. Para Penna, o argumento de que essa substituição não teria van-tagem ambiental compro-vada não se sustenta. “A melhor forma de combater

o problema é, inegavelmente, reduzindo o consumo, mediante a substituição das pilhas não recarregáveis por recarregáveis”, afirmou.

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s Obras da Copa sob acompanhamento objetivo

Delta, uma das principais encarregadas das obras do PAC, trariam prejuízos ao cumprimento dos cronogra-mas, o ministro afirmou que aguarda comunicação de governos estaduais e muni-cipais sobre o caso. "Vamos respeitar a decisão de cada estado, de cada município com relação à suspensão ou mudança ou transfe-rência de contrato para outra empresa que assuma

essas obras", explicou. O presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, domingos Neto (PSB-CE), afirmou que também vai buscar garantias para a con-clusão das obras da Copa. "A nossa maior preocupação é com uma a questão das desapropriações para as obras de mobilidade urbana. Temos defensorias pú-blicas, Ministério Público e Poder Judiciário a serem contatados por nós e pelo Executivo para garantir a agenda dessas (obras) pois, caso contrário, teremos embates judiciais que rapidamente estarão embar-gando as obras de mobilidade urbana", argumentou.

Uma "Central de Controle" eis a promessa do Ministério das Cidades

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, promete fazer um acompanhamento pessoal

Autor da proposta, Otávio Leite (PSDB-RJ) quer essa substituição de toda a produção dentro de 5 anos

Domingos Neto (PSB-CE), presidente da Comissão, disposto a buscar garantias para tais conclusões

Como relator, Penna (PV-SP), optou pela aprovação, argumentando sobre a necessidade de redução do consumo

substituição de pilhas comuns por recarregáveis

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O novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, e outros dirigentes do Comitê Organizador Lo-cal da Copa participaram de audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara. Vários deputados pediram empe-nho da CBF para que, antes da Copa, o País ganhe uma estrutura mais moderna de administração esportiva, conforme sintetizou o ex-re-lator da Lei Geral da Copa, Vicente Candido (PT-SP).

"Já fizemos muita política com o futebol, mas acho que é o momento de fazer política para o futebol: trabalhar o fortalecimento econômico dos clubes, re-vitalizar a Timemania, promover a transparência na gestão dos clubes para que possam ser beneficiários de verbas públicas e trabalhar o fundo de previdência para os atletas", disse.

José Maria Marin disse que a CBF está disposta a colaborar em um processo coletivo de readequação administrativa do futebol. "Já houve um avanço

O Projeto de Lei 1728/11, de Alberto Mourão (PSDB-SP), que disciplina o uso de ca-valetes em campanhas eleitorais. O projeto mo-difica a Lei das Eleições (9.504/97), aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A lei atual permite a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, me-sas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que sejam móveis e que não dificultem o trânsito de

pessoas e veículos. A proposta estabelece que esses instrumentos, quando temporariamente imobilizados, deverão estar apoiados sobre o solo, e não enterrados nele.

Além disso, de acordo com o texto, os cava-letes não poderão expor cartazes com tamanho que exceda 40 centímetros de largura por 60 centímetros de altura.

O relator na CCJ, João Paulo Lima (PT-PE), lembrou que os cavaletes se multiplicaram na campanha de 2010, o que provocou reclamações da população, reportagens sobreo assunto e de-cisões da Justiça Eleitoral que confirmaram os abusos. “A regulamentação proposta permite a propaganda eleitoral, mas sem poluir excessiva-mente o ambiente urbano e sem gerar concorrên-cia desleal entre os candidatos”, disse.

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sModernização da gestão esportiva no País

nesse aspecto da legislação esportiva, vamos procurar aprimorá-la dialogando com o Poder Legislativo e todos os clubes. Os dirigentes disse-ram que as obras de reforma e construção de estádios estão dentro do cronograma previsto. Admitiram atrasos nas obras de mobilidade ur-bana e de infraestrutura nos aeroportos, mas ressaltaram que, neste caso, a cobrança de responsabilidade deve ser feita ao governo, não à

CBF nem ao Comitê Local. Eles ressaltaram ainda os legados sociais, econômicos e infraestruturais que a Copa de 2014 deixará para o Brasil.

A audiência pública também serviu para a reaproximação entre a CBF e Romário (PSB-RJ), crítico contundente do ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira. Em razão disso, José Maria Marin, que completou um mês no comando da CBF, pediu o apoio do deputado, que foi o principal nome do tetracampeonato da Seleção Brasileira, em 1994, prometendo colaborar.

A CBF se diz disposta a colaborar nesse processo de readequação

José Maria Marin, atual presidente da CBF, disse da disposição em realizar processo de readequação

O projeto, autoria de Alberto Mourão (PSDB-SP), modifica a Lei das eleições, disciplinando o uso de cavaletes

Ex-relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), aguarda por uma estrutura mais moderna na administração esportiva

uso de cavaletes em campanhas eleitorais

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rie, quando houver anúncio público da convocação. O fabricante terá que enviar uma lista bimestral ao Detran com os números dos chassis dos veículos cujos donos atenderam ao chamado e que tiveram concluída a troca ou conserto da peça defeituosa.

O procedimento será repetido até a localização e correção dos defeitos do último veículo da série convocada. Esse procedimento poderá ser feito pela internet, em sistema próprio, aceito pelos órgãos oficiais de registro.

O texto aprovado inclui a obrigação de os Detrans manterem, em seu sistema de consulta de dados pela internet, a informação sobre o cumpri-mento ou não do recall.

Izar aproveitou, em sua maioria, o texto do substitutivo aprovado anteriormente pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comér-cio, que também analisou a matéria.

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O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mar-co Antonio Raupp, defendeu o investimento de parte dos recursos advindos da exploração do petróleo do pré-sal na área de ciência e tecnologia. Segundo ele, a camada do pré-sal só foi descoberta por conta das pesquisas feitas pela Petro-bras, com financiamento do Fundo Setorial do Petróleo. “A pesquisa possibilitou a identificação de campos de petróleo e, agora, a riqueza do petróleo deve ajudar a financiar o setor de ciência e tecnologia”, afirmou.

As declarações foram dadas em audiência pú-blica na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comuni-cação e Informática sobre as metas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para 2012.

Newton Lima (PT-SP) propôs que 50% do fundo social do pré-sal seja destinado para investimentos em educação, ciência e tecnologia. Ele criticou o fato de as discussões sobre os royalties do petróleo esta-rem centradas na disputa entre estados produtores e

A Comissão de Defesa do Consumidor aprovou proposta que regulamenta os procedimentos de recall de veículos. O texto aprova-do é o substitutivo do depu-tado Ricardo Izar (PSD-SP) ao Projeto de Lei 64/11, de Otavio Leite (PSDB-RJ).

Jorge Serejo – Se-gundo o texto de Izar, o fabricante de veículos sub-metidos a recall deverá informar a realização do procedimento aos órgãos oficiais de registro, como os Detrans. O fabricante também terá que encaminhar ao Detran uma lista com os números dos chassis, marca e modelo da sé-

Recursos do pré-sal em ciência e tecnologia

o restante dos estados, sem se dar igual importância ao debater sobre as áreas a que os recursos serão destinados.

Quando era presiden-te da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên-cia, Raupp propôs que os recursos com a exploração do pré-sal fossem investidos em pesquisa para assegurar o desenvolvimento econô-mico e a competitividade do País.

O ministro Marco Anto-nio Raupp afirmou ainda que o Programa Antártico Brasileiro já está se recuperando do acidente do início deste ano. No dia 25 de fevereiro, a Estação Coman-dante Ferraz, base brasileira de pesquisa na região, foi atingida por um incêndio que destruiu instalações e causou a morte de dois militares. Ele destacou que a tragédia comprometeu 40% das pesquisas realizadas na operação do último verão – e não de toda a pes-quisa já realizada na área, conforme teria noticiado grande parte da imprensa.

(Enfim, assegurar o desenvolvimento enconômico e a competitividade)

O ministro Marco Antônio Raupp também apóia a proposta do Código Nacional de Ciência e Tecnologia

No substitutivo de Ricardo Izar (PSD-SP) o fabricante terá de encaminhar ao DETRAN inúmeras informações

Newton Lima (PT-SP) propôs que 50% do fundo social do Pré-Sal seja destinado a investimentos em educação, ciência e tecnologia

Aprovação de regras para recall de veículos

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qual é a sua impressão?

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teção para os empregados com esse tipo de vínculo trabalhista. A secretária de Inspeção do Trabalho, Vera Albuquerque, destacou um termo de cooperação entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Ministério do Trabalho e Emprego para análise de acidentes de trabalho.

Essa cooperação, iniciada em 2008, já resultou em 1.250 ações regressivas acidentárias, com expec-tativa de ressarcimento de R$ 200 milhões. Nesse tipo de ação, o INSS cobra do empregador que deu causa ao acidente de trabalho os valores pagos em benefício aos trabalhadores incapacitados.

– A medida tem caráter punitivo e pedagógico e visa à concretização da política pública de prevenção de acidentes do trabalho – acrescentou.

A secretária da Central Única dos Trabalhado-res (CUT), Junéia Batista, cobrou humanização da perícia médica. Por sugestão dela e de outros parti-cipantes, o presidente da CDH, Paulo Paim (PT-RS), apresentou requerimento que convida o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, para debater um novo esquema de alta programada de pessoas afastadas do trabalho.

Paim quer conhecer as razões que levaram o INSS a lançar uma consulta pública sobre o “tempo estimado para a recuperação de capacidade funcional baseado em evidências”.

Os participantes da audiência alertaram para riscos de prejuízos ao trabalhador acidentado quando o novo sistema for implantado.

Uma audiência pública repleta de convidados e denúncias

Os 3,8 milhões de acidentes de trabalho ocorri-dos no Brasil no período de 2005 a 2010 mataram 16,5 mil pessoas e incapacitaram 74,7 mil trabalha-dores. Os dados foram citados pela presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosângela Silva Rassy, em audiência pú-blica na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta segunda-feira (23).

O evento, que se integra às atividades do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho (28 de abril), contou com a participação de representantes de centrais sindicais, do governo federal, da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.

Rosângela Rassy denunciou o “definhamento” da inspeção do trabalho: o quadro de 3.025 audito-res fiscais, segundo ela, é insuficiente para fiscalizar mais de 7 milhões de empresas espalhadas pelo país.

O vice-presidente do Sinait, Francisco Luís Lima, apontou como causa dos acidentes a degrada-ção das condições do trabalhador e do meio ambiente de trabalho. Contribuem para isso, segundo ele, pro-blemas como falta de treinamento, não fornecimento de equipamento de proteção individual e remunera-ção por produção (que induz ao trabalho excessivo e exaustivo), entre outros.

O coordenador nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores, José Augusto da Silva Filho, disse que quatro em cinco acidentes ocorrem com trabalhadores terceirizados. Ele cobrou mais pro-

Acidentes de trabalho mataram 16,5 mil em 6 anos

Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH apresentou requerimento convidando o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, para debater um novo esquema alto programado de pessoas afastadas do trabalho, exatamente baseado nas afirmações de Rosângela Rassy (presidenta do Sindicato Nacional do Auditores do Trabalho); (na mesa) Francisco Luis Lima (vice-presidente do Sinait); José Augusto da Silva Filho (coordenador nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores); Vera Albuquerque (secretária de Inspeção do Trabalho); Junéia Batista (secretária da Central Única dos Trabalhadores). Os participantes alertaram para os riscos permanentes ao trabalhador

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Arlete Vasconcelos (coordenadora) com os repórteres Ronaldo Lemos, Rosa Maria, Carlos Cruvinel e Chistiano André

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Reivindicações antigas agora podem ser atendidas

Novos critérios para o FPE é rejeitado

Vital do Rego afirmou que o texto de Crivella previa o aumento da participação das regiões Sul e Sudeste de 15% para 80,5% do montante rateado entre os estados, enquanto o percentual destinado às regiões Norte, Nordeste e Centro--Oeste diminuiria dos atuais 85% para 19,5%. Isso significaria que a cota-parte do governo paraibano, estado de Vital do Rêgo, passaria dos atuais R$ 3,4 bilhões para R$ 141 milhões, exemplificou.

Crivella pretendia, com as mudanças su-geridas, diminuir as perdas que os estados pro-dutores de petróleo podem ter com a aprovação das novas regras para os royalties de petróleo – proposta em tramitação na Câmara e aprovada pelo Senado na forma do substitutivo do próprio Vital de Rêgo. Mas, para o senador paraibano, é necessário aprimorar o caráter redistributivo do FPE, de modo a atenuar as desigualdades regionais.

A Comissão de De-senvolvimento Regional (CDR) rejeitou proposta com novos critérios para distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). A perda de eficá-cia das regras relativas à distribuição dos recursos FPE, como determinou o Supremo Tribunal Fe-deral (STF), levou Mar-celo Crivella (PRB-RJ), atualmente no Ministério da Pesca, a apresentar o PLS 744/11, com uma proposta de repartição do fundo.

Entretanto, Vital do Rêgo (PMDB-PB), relator da matéria, considerou o texto “inaceitável”, por dar fim a repasses de bi-lhões de reais aos estados mais pobres. Os critérios utilizados hoje para dis-tribuir os recursos do FPE se referem a dados do IBGE de 1989, o que o STF considerou ilegal, ao julgar ação proposta pelo estado do Rio Grande do Sul.

Com mudanças sugeridas, Marcelo Crivella (PRB-RJ), hoje, ministro da Pesca, pretendia diminuir as perdas dos estados produtores

Como relator, Vital do Rego (PMDB-PB), considerou o texto “inaceitável”, por ser prejudicial aos estados mais pobres

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“... os recursos do FPE se referem a dados do IBGE de 1989,

o que o StF considerou ilegal, ao julgar ação proposta pelo

estado do Rio Grande do Sul...”

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cou a existência de 64 milhões de hectares aptos para a cultura, além dos oito milhões de hectares já cultivados à época.

Frente a essa grande disponibilidade de áreas para expansão da cana-de-açúcar fora da Amazô-nia e do Pantanal, Ederhard considera correta a restrição a esses biomas, contida no decreto. Ele sugeriu aos senadores a busca de mecanismos para valorização da biodiversidade brasileira, como forma de estímulo à preservação da vege-tação nativa.

Com posição semelhante, delcídio Amaral elogiou a qualidade do estudo realizado em 2008 e defendeu a expansão da cultura nas áreas indi-cadas no zoneamento agroecológico.

Waldemir Moka (PMDB-MS), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Sérgio Souza (PMDB-PR) e Ivo Cassol (PP-RO) querem a libera-ção do cultivo de cana-de- açúcar na Amazônia e no Pantanal e devem solicitar ao governo o zoneamento agroecológico nesses bio-mas, para indicar áreas aptas ao plantio da cultura. Já delcídio Amaral (PT- MS) recomendou cautela e apontou o risco de a medida resultar em barreira ambiental ao etanol brasileiro.

Os senadores participaram de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, que discutiu o PLS 626/2011, de Flexa Ribeiro, que libera áreas de cerrado e campos gerais na Amazônia Legal para o cultivo de cana. Hoje está em vigor o Decreto 6961/2009, que es-tabelece o zoneamento agroecológico da cana-de--açúcar, excluindo o plantio de cana na Amazônia, no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai.

Na audiência, os senadores ouviram Cid Jorge Caldas e Alberto Ederhard, representantes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento e do Meio Ambiente, respectivamente. Ao apresentar uma síntese do zoneamento, Caldas informou que o estudo, realizado em 2008, indi-

Delcidio Amaral (PT-MS), entretanto, recomendou cautela

Waldemir Moka (PMDB-MS)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Sérgio Souza (PMDB-PR)

Ivo Cassol (PP-RO)

“...E/ou busca da boa biodiversidade brasileira...”

Plantio de cana na Amazônia e no Pantanal

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“ Ouvidos, Cid Jorge Caldas e

Alberto Ederhard, representantes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, apresentaram uma síntese do saneamento e indicaram a existência de 64 milhões de hectares aptos para cultura, além de 8 milhões de hectares já cultivados. Logo a liberação generalizada, é no mínimo, preciptada”

ELES QUEREM A LIBERAÇÃO

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trabalho. Me acusam de ser uma pessoa presa ao passado. Não sou presa ao passado, sou presa aos direitos conquistados com muita dificuldade – afirmou Ana de Hollanda.

Durante o debate com a ministra, Randolfe lem-brou a coincidência entre a data definida pela mi-nistra para comparecer à comissão e a conclusão do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ecad. Ele pergun-

tou por que o ministério havia decidido substituir uma nota técnica da gestão anterior, em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Esse gesto, na opinião do senador, poderia ter sido interpretado como de favorecimento ao Ecad.

Randolfe recordou também que o regime bra-sileiro de direito autoral foi considerado o quinto pior do planeta segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). E pergun-tou por que o ministério cancelou edital publicado no governo passado para criação de entidades de gestão coletiva para o audiovisual.

Em resposta, a ministra informou que a nova nota técnica a respeito do Cade foi feita pelo mi-nistério por causa de uma solicitação do Ministério Público. E o texto da nota, observou, seria seme-lhante ao elaborado sobre o mesmo tema durante a gestão do ministro Gilberto Gil. A respeito do edital para criação de entidades de gestão coletiva, ela informou que foi cancelado por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Ana de Hollanda disse ainda que “é difícil de se chegar a um consenso” sobre o tema dos direitos autorais. Ela afirmou que se busca maior transpa-rência na gestão dos direitos e que, por isso mesmo, está sendo analisada a criação de um instituto destinado a regulamentar o tema.

“...O autor não vive de vento, vive de seu trabalho...”A ministra da Cultura,

Ana de Hollanda, fez uma apaixonada defesa do res-peito aos direitos autorais durante audiência pública realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Durante a reu-nião – realizada a partir de requerimento de Randolfe Rodrigues (PSol-AP) para debater denúncias de fa-vorecimento ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) – a ministra classificou os direitos autorais como “conquista histórica” dos artistas.

Há muitos anos, recordou a ministra, o compo-sitor Donga (1890-1974) dizia que música “era como passarinho, pois o primeiro que pega é o dono”. O respeito aos direitos autorais, ressaltou, ocorreu após uma “luta de muitas décadas”, e envolveu artistas como Chiquinha Gonzaga, que no passado ainda eram vistos como “marginais e malandros”.

– Acompanhei as lutas dos anos 60 e 70 de toda a vanguarda cultural a favor do direito à dig-nidade do artista como profissional e ser humano. Fico assustada quando vejo essa campanha pelo retrocesso. O autor não vive de vento, vive de seu

Defesa e respeito aos direitos autorais

A própria ministra Ana de Holanda confessou quão “é difícil se chegar a um consenso” sobre o tema dos direitos autorais

O requerimento de Randolfe Rodrigues (PSol-AP) foi para debater denúncias de favorecimento ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad)

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“... a muitos anos, o compositor Donga (1890-174) dizia que a música era como passarinho, pois o primeiro que pega é o dono. Chiquinha Gonzaga e outros foram considerados marginais e malandros...”

"MARGINAIS" e "MALANDROS" ?

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No momento em que diversos países buscam ce-lebrar acordos bilaterais de comércio, o Brasil e o Mercosul ainda se limitam a modestos instrumentos firmados com Israel, Egito e Autoridade Palestina. A limitação foi ressaltada pelo diretor do Departamento de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), thomaz Zanotto, que pediu prioridade à negociação de acordos com os maiores mercados do mundo.

– Com a paralisação das negociações da Rodada de Doha [da Organização Mundial de Comércio], o Brasil ficou sem acordos. Em termos comerciais os acordos que temos significam pouco. Está havendo no resto do mundo agora uma corrida por acordos comerciais. Achamos fundamental a retomada de acordos com a União Europeia e os Estados Unidos. Juntos ainda são os principais mercados do mundo – afirmou Zanotto, em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

O pedido de Zanotto foi apoiado durante a audi-ência pelo ex-ministro das Relações Exteriores Luiz Felipe Lampreia. Ele recordou que as negociações de acordos bilaterais levam à integração das cadeias produtivas dos países envolvidos. Em sua opinião, o Brasil não deve limitar-se a seu “imenso mercado interno”, mas buscar acordos que possam substituir os entendimentos ainda não viabilizados da OMC.

– Não temos a menor perspectiva de ter acor-dos desse gênero. É uma lacuna importante que só traz prejuízos ao futuro do país – disse Lampreia, lamentando ainda que o Mercosul tenha se tornado “claramente” refém do protecionismo argentino, o que

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impediria o bloco de firmar acordos internacionais.

Em sua avaliação so-bre a atual política externa, o diplomata aposentado Roberto Abdenur, ex--embaixador nos Estados Unidos, observou que, mais do que emergente, o Brasil é hoje um ator global. Mas a projeção externa do país requer reconhecimento do que chamou de “acentuado pluralismo de nossa per-sona”. O Brasil, lembrou Abdenur, está no “Sul”, mas é ocidental. Pertence

aos Brics, mas tem interesses diferentes daqueles dos demais integrantes do grupo.

Em resposta à Ana Amélia (PP-RS), o ex--embaixador afirmou não ter considerado “excessi-va” a campanha iniciada no governo Lula por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), uma vez que a obtenção dessa cadeira “culminaria o processo de ascensão internacional do país”.

Sobre o mesmo tema, o professor Oliveiros Ferreira, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, demonstrou posição mais cautelosa.

– Os governos brasileiros não fizeram uma ana-lise do que se ganha e do que se perde com o posto de relevância na ONU. Trata-se de uma mudança momentosa de status. Mas é necessário verificar se traz mais vantagens do que ônus – alertou.

Ao fazer uma avaliação da postura internacional do Brasil nos últimos anos, ao final da audiência, o presidente da CRE, Fernando Collor (PTB-AL), con-siderou “exitosa” a política externa adotada desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em sua opinião, o país tem independência em relação às grandes potências e já possui a dimensão política necessária para fazer politica externa sem depender do “yes, sir”. O senador observou ainda que pode demorar mais de uma década a decisão sobre a possível ampliação do Conselho de Segurança da ONU.

– Mas temos de nos habilitar, pois nunca esti-vemos tão próximos [do assento permanente] como agora – recomendou.

Há de se dá prioridade ao nosso conceito mundial

Negociação de acordos com os mercados mundiais

Ex-chanceler, Luiz Felipe Lampreia, não só apoiou, como recordou os inú-meros necessários outros acordos bilaterais

Diretor do Departamento de Relações Internacionais da Fiesp, Thomaz Zanotto apresentou minucioso e objetivo relatório

“ ....os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Ana Amélia (PP-RS),

consideram pertinentes a campanha iniciada por Lula, por uma cadeira

do Brasil na ONU...”

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O principal item da agenda da Comissão de Direitos Humanos, da qual domingos dutra (PT--MA) é presidente, requer a votação da Proposta de Emenda à Constituição 438/01, conhecida como a PEC do Trabalho Escravo.

Aprovada em primeiro turno pela Câmara, a PEC estabelece a expropriação sumária, ime-diata e sem direito a indenização da propriedade onde for constatado trabalho escravo. Estabelece ainda, conforme o deputado, que todos os bens existentes nessas propriedades serão expropria-dos. Os recursos provenientes da venda desses bens serão destinados a um fundo dedicado aos assentamentos rurais e urbanos e à recuperação de dependentes químicos.

Segundo Dutra, a PEC está prevista para ser votada no próximo dia 8, "justamente na semana em que o Brasil completa 124 anos da abolição formal da escravatura".

Ao avaliar o combate ao trabalho escravo no Brasil, Dutra salientou que mais de 1,2 mil opera-ções foram realizadas em mais de 3 mil estabeleci-mentos de 1995 a 2012, sendo resgatados quase 42 mil trabalhadores em condição igual à de es-cravo.

"Além da lista suja, a Justiça do Trabalho tem estabelecido indeni-zações bastante vultosas àqueles que são flagrados com trabalho escravo. São

aplicadas multas pelas Delegacias Regionais do Trabalho", destacou.

médicos aos usuários, o apoio psicológico e a assistência social.

Para ele o crack – droga que atrai cada vez mais usuários – tem sido causa de milhares de perdas no País e evidencia que o problema, além de social, é também de saúde pública. "As políticas de saúde pública têm de considerar esse peso, para colocar em marcha diferentes estratégias, no sentido de reforçar a prevenção e o tratamento".

Para Marcos Rogério, as estruturas de ela-boração e execução das políticas governamentais relacionadas à dependência química não podem estar distribuídas entre vários ministérios. A União, os estados e os municípios, bem como os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, devem estar articulados, com uma visão estratégica ho-mogênea, tendo sistemas únicos de informação e canalizando recursos e esforços na implementação das medidas.

É preciso também universalizar os cuidados aos usuários

Alerta ao uso crescente de drogas

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O problema das dro-gas no Brasil, destacado por Marcos Rogério (PDT--RO). Para ele, trata-se de um tema "doloroso", exigindo que as autorida-des o encarem "corajosa e firmemente".

As drogas, disse o deputado, não são um desafio intransponível. "É possível minorar os efei-tos freando a expansão e exercendo controles efi-cientes sobre a produção e o tráfico, garantindo as-sim a segurança pública", avaliou. Segunda ainda o pedetista rondoniense, é preciso também universalizar os cuidados

Necessidade de trabalho conjunto dos governos federal, estaduais e muni-cipais, tanto quanto entre os 3 poderes – defende Marcos Rogério (PDT-RO)

Tudo contra essa degradação, clama Domingos Dutra (PT-MA), atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

votação da PEC do Trabalho Escravo

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to de que o País está no rumo certo".

O representante goia-no declarou ainda que, apesar de sua postura favorável às investigações, adversários políticos têm tentado envolvê-lo na re-percussão da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Segundo Otoni, as investigações vão mostrar que não há nada que o re-lacione a Carlinhos Cacho-eira. "Uma gravação de oito anos atrás foi usada com a pretensão de confundir e intimidar, evitando que as

apurações possam elucidar o caso", disse.

retamente o orçamento das famílias, penaliza a atividade produtiva, reduz o nível de emprego e inibe a distribuição de renda e o desenvolvimento social."

Para Laurez, o momento em que as conces-sões vencem é a oportunidade de rever valores e de beneficiar a população. O deputado acredita que o governo pode tomar medidas no sentido de reduzir as tarifas e de administrar o uso dos rios de forma economicamente mais eficiente e sustentável.

Laurez Moreira defendeu que a decisão seja tomada com base no olhar de conjunto dos recursos hídricos nacionais, e não de modo frag-mentado. Para ele, a hipótese de concessão de bacias hidrográficas, defendida por especialistas, é a mais recomendável.

A proposta prevê que haja uma única au-toridade por bacia, o que proporcionaria uma ação mais eficaz, extinguiria a dispersão de res-ponsabilidades e facilitaria a proteção ambiental dos rios.

(Na sequência, a defesa em relação a envolvimento com Cachoeira...)

Avanços no ensino tecnológico

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O vencimento, em 2015, de cerca de 20% das concessões do par-que hidrelétrico nacional, destacado por Laurez Moreira (PSB-TO). Para o parlamentar, é preciso de-finir o processo de outorga dessas concessões ainda este ano.

De acordo com Mo-reira, é necessário trazer o tema a debate para que a melhor solução seja encontrada, de modo que não haja prejuízos econô-micos para os consumido-res e para o País.

Segundo o representante tocantinense, a energia elétrica brasileira, se comparada à de outros países, tem baixos custos de produção e elevados preços ao consumidor, "o que afeta di-

O Brasil está vivendo um momento im-portante em relação à educação tecnológica, na avaliação de Rubens Otoni (PT-GO). Segundo o parlamentar, a partir do governo Lula, o setor pas-sou a receber investimentos federais, dobrando o número de escolas técnicas e de alunos atendidos.

O deputado afirmou que o País avança no sentido de "garantir a preparação profissional dos jovens e qualificá-los para o mercado de trabalho". Para ele, o ensino tecnológico cria condições de geração de emprego, de renda e de melhoria na qualidade de vida.

Otoni comentou também a publicação de pesquisa Datafolha mostrando a presidenta dilma Rousseff com alta aprovação popular. O deputado disse que o povo demonstra, na pes-quisa, que "quer a continuidade desse projeto, não importa se com Lula ou Dilma". Esse fato, disse, "é uma demonstração de reconhecimen-

A partir do governo Lula, o setor passou a receber investimentos federais, dobrando o números de escolar técnicas e de alunos, destaca Rubens Otoni (PT-GO)

Para Laurez Moreira (PSB- TO), a decisão deve ser tomada com base no conjunto dos recurso hídricos nacionais e não de modo fragmentado

Redução da tarifa de energia elétrica

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Na opinião de Mendonça Prado, é preciso ainda muito trabalho para que essas pessoas possam ter efetivamente um desenvolvimento humano como acontece nos países desenvolvidos. O deputado destacou a necessidade de melhorar o sistema educacional, o atendimento à saúde, a segurança pública e as condições de saneamento básico, pois, nesses quesitos, o Brasil "ainda é mal avaliado".

A aprovação da PEC 300/08, que cria piso nacional para policiais e bombeiros, também foi defendida pelo parlamentar. "Não pode uma maté-ria votada em primeiro turno por unanimidade ser engavetada por mero interesse do governo federal, porque não é interesse dos governos estaduais", criticou.

Segundo Mendonça Prado, a proposta é "imprescindível" para garantir que os policiais sejam bem remunerados e para reduzir os índices de violência.

A reforma tributária como requisito para que o País continue crescendo, defendida por José Humberto (PHS-MG). Ele argumentou que as distorções na partilha da arrecadação entre os entes federativos comprometem o de-senvolvimento e a competitividade brasileira, incentivam a sonegação fiscal e aumentam o abismo social.

Entre as metas do novo sistema, segundo o parlamentar, devem figurar a menor incidên-cia de tributos sobre o consumo e sobre a folha salarial. "A reforma tributária é extremamente necessária para corrigir as desvantagens com-petitivas existentes no setor produtivo", disse.

José Humberto chamou ainda atenção para problemas como o desemprego, a vio-lência, os baixos investimentos em pesquisa e tecnologia e os modelos institucionais e de gestão, que muitas vezes não acompanham as mudanças da sociedade.

O crescimento da economia brasileira não tem se refletido no desen-volvimento da sociedade, nem alcançado as regiões mais pobres, Mendonça Prado (DEM-SE).

O deputado afirmou que, embora o Produto Interno Bruto (PIB) tenha alcançado 2,3 trilhões de dólares, o Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) ainda é muito baixo no Brasil. "Todos esses discursos sobre economia não refletem o dia a dia, a realidade do País", afir-mou. O parlamentar lembrou que, no Brasil, ainda há muitas regiões sem saneamento básico e muitas pessoas sofrendo de "pobreza aguda".

No entanto, atacar as instituições, em sua opinião, não é o melhor caminho para o aprimo-ramento do Estado.

O Parlamento, disse a inda José Humber-to , deve resgatar sua imagem. "É preciso ce-ler idade nos projetos de relevância para este país. Precisamos apurar os fatos que possam no envergonhar, mas não podemos esquecer so-bretudo de resolver os problemas emergenciais.

É nossa função melhorar o Brasil, ata-cando os problemas conjunturais que nos assolam.

(E melhorias na educação/saúde/segurança/saneamento etc...)

PIB não reflete a situação do País

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A aprovação da PEC 300/08, criando o piso nacional pa-ra policiais e bombeiros, também defendida por Mendonça Prado (DEM-SE)

Além disso, defende José Humberto (PHS-MG), o Congresso Nacional precisa trabalhar com afinco a fim de resgatar sua imagem

Importância da reforma tributária

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que representam. No regi-me democrático, afirmou, não pode ser admitido este tipo de distinção. O parla-mentar disse também que o foro pode ser abrigo de defensores de interesses opostos aos da população.

Para o parlamentar, os 513 deputados não podem sofrer o desgas-te provocado por aqueles que buscam no mandato o privilégio de foro. "Não há o que temer. Nossos tribunais não deixarão de

responder aos apelos de justiça e, mais que isso, à necessidade de impedir que se cometam injustiças contra os representantes da Nação."

Molon afirmou ainda discordar da ideia de modificar a distribuição de royalties do petróleo de campos já licitados. Segundo ele, isso signi-fica uma afronta à segurança jurídica do País e um ataque aos direitos originários dos estado produtores.

"Não vamos concordar com isso. Vamos, sim, enfrentar no grupo de trabalho criado pela Câmara, se necessário no Plenário e também se necessário no Supremo Tribunal Federal, essa tentativa de retirada de direitos dos estados pro-dutores."

Ele torna oos parlamentares diferentes e distantes do eleitor

O fim do foro privilegiado

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Relator da Subco-missão Especial sobre Crimes e Penas, Ales-sandro Molon (PT-RJ) informou que pretende apresentar seu relató-rio dentro de 15 dias. A subcomissão é vinculada à Comissão de Consti-tuição e Justiça (CCJ) e tem o objetivo de corrigir distorções existentes na legislação penal atual, como a previsão de penas muito duras para crimes leves e punições brandas para infrações considera-das graves.

Como exemplo, o parlamentar citou o caso do crime de homicídio simples, que tem pena mínima de seis anos. Já a pena mínima para a falsifica-ção de cosméticos é de dez anos. "É mais grave, na legislação brasileira, falsificar um xampu ou um batom do que matar uma pessoa", disse. Na opinião do deputado, isso é inaceitável e precisa ser corrigido.

A Proposta de Emenda à Constituição 142/12, que extingue o foro especial por prerrogativa de função, ressalvada a hipótese de crime de responsa-bilidade, foi defendida por Rubens Bueno (PPS-PR), que é autor da matéria.

Segundo o parlamentar, a proposta já conta com o apoio de quase 200 deputados, o que mostra que o Congresso Nacional tem a percepção de que o foro privilegiado deve ser extinto. Para ele, isso é um reflexo do anseio dos cidadãos, que querem "democracia e igualdade".

De acordo com o deputado, a medida mantém a análise por parte dos tribunais superiores daquilo que for considerado crime de responsabilidade. "A diferença aqui não está, essencialmente, no crimi-noso, mas na espécie de crime. Estes só podem ser praticados por agentes públicos", explicou.

Bueno declarou que o foro privilegiado torna os parlamentares diferentes e distantes do eleitor

Segundo Rubens Bueno (PPS-PR), a proposta tem apoio de quase 200 outros deputados, mostrando a importância do fim do foro privilegiado

“Não vamos concordar com isso”, igualmente, clama Alessandro Molon (PT-RJ), referindo-se à tentativa na mudança de distribuição dos royalties do petróleo

Correções na legislação penal

“ ...é mais grave, na legislação

brasileira, falsificar um xampu ou um batom do que matar uma pessoa...”

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da Câmara poderia ser alterada pela vontade da sociedade civil, pelo menos para projetos de autoria popular que tenham o apoio por certificação digital.

Pimenta ressaltou que a população demons-tra vontade de interagir com a Câmara. Somente o serviço de 0800 da Câmara (0800-619619) recebeu, de 2004 até hoje, quase 4 milhões de ligações. "Mais de 2 milhões ligaram por causa do mesmo projeto, o PL 5476/01, que acaba com a tarifa básica de telefonia fixa."

Para Pimenta, essas iniciativas criam me-canismos de interação, principalmente para a juventude, que não encontra meios para falar com a Câmara.

Ele citou o projeto e-Democracia, rede de debates em torno de propostas e projetos de lei organizada pela Câmara. "Essa participação não pode ser uma via de mão única. Com a revolução tecnológica, precisamos encontrar um meio para garantir a participação popular efetiva.

Na avaliação do de-putado, a presidenta dil-ma Rousseff "tem a virtu-de de ser rápida em tomar decisões", e elogiou o Plano Brasil Maior.

"A presidente já emi-te sinais claros de que vai proteger a indústria brasileira ao editar essas medidas provisórias que desoneram a folha de paga-mento e diminuem alíquo-tas de IPI para beneficiar as empresas nacionais", disse.

Segundo Mariani, as medidas vão ajudar as

indústrias do Alto Vale do Rio Negro, o complexo moveleiro que envolve a região de Rio Negrinho. "A indústria moveleira é uma indústria de baixa tecnologia, de baixo valor agregado, mas geradora de muito emprego", afirmou.

Tais iniciativas criaram mecanismos de interação...

Apoio à participação direta pela internet

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Mauro Mariani (PMDB-SC) homenageou o município catarinense de Rio Negrinho, que completará 132 anos no próximo dia 24. O depu-tado, que foi prefeito da cidade de 1997 a 2002, destacou a implantação de projetos nas áreas de infraestrutura, pavimentação, saúde, água, esgoto e habitação.

Mariani informou que o município vive atu-almente um momento de dificuldade econômica, sofrendo um processo de desindustrialização. Desde de 2004, disse o parlamentar, com a des-valorização do dólar frente ao real, milhares de empregos foram perdidos na região por conta da queda nas exportações de móveis e do fechamento de indústrias.

A adoção da certifi-cação digital de cidadãos para o apoio de propostas da sociedade, apoiada por Paulo Pimenta (PT-RS). O Projeto de Resolução 68/11 permite que o cer-tificado seja feito pelo site da Câmara e seria o primeiro passo para a participação direta dos cidadãos nos trabalhos do Legislativo.

"A coleta de assina-tura por meio eletrônico vai mudar de forma sig-nificativa a forma de a sociedade participar na elaboração de leis", defendeu. Para o representante gaúcho, após esse primeiro passo, a própria pauta

Essa coleta de assinaturas por meio eletrônico muda-rá significativamente a ma-neira de a sociedade par-ticipar na elaboração de leis, antevê Paulo Pimenta (PT-RS)

Mauro Mariani (PMDB-SC) já foi prefeito de 1997 a 2002 e, ainda hoje, um seu defensor, daí elogiar a presidenta Dilma pelo propósito de ajuda aos municípios

132 anos de Rio Negrinho

“ ... entretanto o município

catarinense vive momentos de dificuldades...”

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será obrigado a divulgar relatórios quadrimestrais de sua execução durante o ano. "Vai haver, sem sombra de dúvida, uma fiscalização maior da so-ciedade", disse.

O deputado declarou que a ideia é que a proposta possa ser aprovada ainda este ano, para "dar um balizamento aos próximos prefeitos que se elegerão, e depois, em 2014, aos próximos governadores e ao futuro presidente da

República", informou. João Paulo Lima falou tam-bém sobre mobilidade urbana. Para o deputado, em vista do inchaço das cidades, é necessária a aprovação propostas sobre o tema. "Os municípios de mais de 20 mil habitantes já são obrigados a ter um plano de mobilidade", disse.

Na opinião de Artur Bruno (PT-CE) o Congres-so dá um passo importante ao constituir a CPMI sobre o caso Carlos Cachoeira. Para ele, é preciso "mora-lizar o fazer político" após as notícias da organização de uma "quadrilha que se beneficiou por meio de vários tentáculos".

O parlamentar afir-mou que é necessário apu-rar quais benefícios esse grupo teve nos últimos anos e quais as vincula-ções com municípios, estados, instituições, empre-sas e empreiteiras. "É preciso a punição exemplar de todos esses que se aproveitaram do erário", declarou.

Segundo Bruno, além das investigações, é necessária uma mudança na legislação. A reforma político-eleitoral, afirmou, é fundamental para di-minuir a corrupção. Na avaliação do deputado, o financiamento público de campanhas colaboraria para evitar envolvimento do poder econômico nos mandatos parlamentares e no Executivo.

Artur Bruno disse que, à exceção daqueles que realmente admiram o trabalho do seu representante e desejam mudanças, boa parte dos que financiam campanhas são grupos econômicos que querem se beneficiar e estão envolvidos em irregularidades denunciadas nos últimos anos.

Para o cearense, é preciso punir os corrup-tores. "Esses até hoje não foram punidos. De vez em quando o Ministério Público, ou uma CPI ou as comissões de ética conseguem expurgar os maus parlamentares. Mas dificilmente ou quase nunca são punidos os corruptores", concluiu.

Punição exemplar aos aproveitadores do erário....

Apóio à instalação de CPMI e cobrança da reforma política

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A aprovação da Proposta de Emenda à Cons-tituição (PEC) 10/11, que institui a obrigatorie-dade de elaboração e cumprimento de plano de metas por parte do Poder Executivo em todos os níveis (federal, estadual e municipal), defendida por João Paulo Lima (PT-PE).

Segundo a proposta, o plano de metas deve ser elaborado com base nos projetos da campanha eleitoral e deve ser apresentado à sociedade em até 90 dias da posse do eleito.

Para João Paulo Lima, relator da matéria, o plano de metas tem o objetivo de estimular a me-lhoria da gestão pública e permitir à população a avaliação e o controle das ações do Executivo, que

É preciso “moralizar o fazer político”, daí Artur Bruno (PT-CE) apoiar a CPMI e cobrar as prometidas reformas políticas

João Paulo Lima (PT-PE), como relator e defensor dessa iniciativa

Ideia de plano de metas para o Executivo

“ ... é preciso haver um

balisamento aos prefeitos a serem eleitos...”

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Licitações públicas transmitidas em tempo real pela internet. É o que propõe o novo Projeto de Zeca dirceu (PT-PR). O texto do PL nº 3750, pro-tocolado na última semana na Câmara dos Deputa-dos, institui a obrigatorie-dade da transmissão ao vivo, pela Internet, dos pro-cessos licitatórios públicos por áudio e por vídeo.

O deputado ponde-rou que as constantes fraudes em licitações no Brasil se devem à falta de transparência nos processos que dão origem à contratação de serviços e aquisição de produtos por parte da administração pública. “O mecanismo que estou propondo evitará qualquer tipo de privilégio e benefício que não seja direcionado ao interesse público”, explicou o parlamentar.

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Pelo texto do projeto de lei, a regra vale para todos os entes federados, portanto, os Estados, Mu-nicípios e União estariam obrigados a transmitir os processos licitatórios.

Segundo Zeca Dirceu, há muita revolta e indig-nação por parte da sociedade e dos políticos perante atos de corrupção em processos licitatórios, mas até agora nenhuma ação concreta foi tomada para mudar esta realidade. “De nada adianta ficarmos apenas fiscalizando, identificando problemas e criticando--os. Uma maior transparência nas ações estatais permitirá, além de um maior controle social sobre o Estado, a idoneidade na execução das licitações”, declarou o representante paranaense. De acordo com o texto do projeto, estão excluídas da obrigação de transmissão, as compras feitas por meio de pregão eletrônico, uma vez que já são feitos por meio virtual.

O PL nº 3750 é a sua segunda proposição que visa maior transparência e idoneidade dos procedi-mentos executados na administração pública. No início deste ano, o parlamentar protocolou o PL nº 3287, que sugere a criação do Cadastro Nacional de Servidores Demitidos (CNSD).

rodovia precisa ser urgen-temente duplicada, mas o projeto ainda está em fase de elaboração."

Azeredo ressaltou também a necessidade de expansão do metrô de Belo Horizonte. Segundo ele, a implantação requer tempo, mas, como é uma solução definitiva para a situação do tráfego, deveria começar.

O deputado criticou também a chamada "de-sindustrialização". Para ele, em função do crescimento

das importações, está havendo uma redução da participação da indústria na economia nacional.

(Também tramita a moção do Cadastro Nacional de Servidores Domésticos)

Mais transparência nas licitações públicas

Eduardo Azeredo (PSDB-MG) cobrou solu-ções do governo federal para a retomada do cres-cimento da economia brasileira. Para ele, o País precisa de medidas concretas e investimentos em infraestrutura "para gerar empregos e acelerar a economia de forma saudável".

Segundo o parlamentar mineiro, é preciso realizar as "sonhadas" reformas estruturantes. Azeredo afirmou que o Brasil tem nas mãos a opor-tunidade de entrar definitivamente para o grupo dos países desenvolvidos.

O deputado tucano destacou, entre os pro-blemas, a questão rodoviária. Ele afirmou que em Minas Gerais todos os editais para recuperação de vias do governo federal foram cancelados. Para Azeredo, isso demonstra descaso por parte governo com o estado.

O parlamentar citou também a BR-381 Norte, considerada "rodovia da morte" em Minas. "Essa

Nessa proposição de Zeca Dirceu (PT-PR) estão excluídas da obrigação de transmissão, as compras feitas por meio de pregão eletrônico

Além da rodovia BR-381--Norte, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também criti-cou a chamada “desindus-trialização”

Cobrança em medidas para crescimento da economia

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O reforço nos investimentos do governo fe-deral na área de infraestrutura nas regiões menos desenvolvidas do país, defendido por Benedito de Lira (PP-AL). Presidente da Comissão de Desenvolvi-mento Regional e Turismo, o representante alagoano disse acreditar na efetividade das políticas públicas para reduzir os desequilíbrios regionais.

– Que a presidenta dilma continue fazendo pesados investimentos nessas regiões mais pobres, para que possamos não acabar com as divergências, porque demandará muitos anos, mas, pelo menos, diminuir as distâncias – declarou.

O senador citou números que apontam os bons resultados obtidos no Nordeste na redução da pobreza e no aumento de renda da população, mas afirmou que a região é a que apresenta os piores índices na relação entre investimentos autorizados no Orçamento da União por quanti-dade de habitantes. Segundo Benedito de Lira, a média no Nordeste é de R$ 247 por habitante,

Os 64% de aprova-ção do governo da pre-sidenta Dilma Rousseff, apurados em recente pesquisa do instituto Datafolha, destacado por Ângela Portela (PT- RR). Em sua avaliação, os números revelam a escolha dos brasilei-ros de um projeto que vem mudando o país e que “está dando muito certo” há quase uma década.

– Sem teorizar e sem identificar posições ideológicas à direita, à esquerda ou ao centro, os entrevistados, identificam, sim, um projeto no qual se sentem representados, respeitados e elevados – opinou a senadora, lembrando que a maioria dos entrevistados espera que Luiz Inácio

Lula da Silva seja o candidato do PT à Presidência em 2014.

Ângela Portela mencionou discurso de Emir Sader na Bienal do Livro de Brasília, no qual o cientista político enalteceu o Brasil dos gover-nos Lula e dilma como um país que “reagiu ao neoliberalismo”, promovendo o desenvolvimento econômico em conjunto com o combate às desi-gualdades sociais.

A senadora destacou, entre outras ações do governo federal no período, a redução das taxas de juros, os programas de assentamento rural e a ampliação do acesso à casa própria:

– Os entrevistados sabem por onde querem caminhar, com que querem caminhar, por que caminhar e, principalmente, por onde estão a caminhar. E esse saber, eles estão a demonstrar nos índices que não só aprovam o governo atual como também apontam com quem gostariam de ver o país seguindo em frente – observou Ângela Portela.

Com tais dados, Ângela Portela (PT-RR), disse ter orgulho em relação a Lula e a atual presidenta Dilma Rousseff

Destaque a índices de aprovação do governo

contra R$ 328 de média nacional.

- A situação se agrava porque os entes federados mais pobres, por muito que desejem investir em infra-estrutura e distribuição de renda, dificilmente conse-guirão fazê-lo, exatamente pela exiguidade de suas receitas – ponderou.

O senador afirmou que economistas e estudiosos há chegaram à conclusão de que é preciso tratar de maneira diferente os entes de acordo com o seu grau de desenvolvimento e que

essas políticas contribuem para alavancar o cres-cimento econômico e fortalecer o pacto federativo.

Benedito de Lira (PP-AL) ressaltou os investimentos realizados e a realizar pelo governo federal, esperançoso de diminuir as divergência

A situação se agrava, daí a esperança pelos processos do Governo Federal

Investimentos em infraestrutura no Nordeste

Antônio Tavares (coordeandor), com Celestino de Oliveira e Adisia Matos

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conteúdo de importação supe-rior a 40%. – Que estrutura do governo será capaz de certificar que esses produtos tenham conteúdo de importação supe-rior a 40%, ao invés de 50% ou 60%? – perguntou o líder do PSDB, prevendo que a medida enfrentará várias demandas judiciais.

Para Aécio Neves (PSDB--MG), o governo federal permi-te a conflagração de estados contra estados. Ele pediu a aprovação de emenda de sua autoria que estabeleceria com-pensação financeira pela União aos estados que perderem ar-recadação do ICMS devido ao PRS 72/2010. A proposta foi rejeitada.

Cyro Miranda (PSDB-GO) disse que o projeto prejudica Goiás e outros estados e pediu um prazo de transição, uma vez que a resolução coloca em risco a execução orçamentária dessas unidades da federação.

Ana Rita (PT-ES) também defendeu uma regra de transi-ção antes da uniformização da cobrança do ICMS sobre im-portados. Ela afirmou que 30% das receitas dos municípios capixabas são oriundas do setor portuário.

Outro a defender uma transição gradual foi Casildo Maldaner (PMDB-SC). Para ele seriam necessários pelo menos quatro anos de pra-zo para que as empresas se adaptassem.

Nas quase quatro horas que duraram a discussão e as votações do Projeto de Resolu-ção do Senado (PRS) 72/2010, manifestaram-se quase duas dezenas de senadores, além dos relatores das matérias pelas comissões de Consti-tuição, Justiça e Cidadania e de Assuntos Econômicos, Armando Monteiro (PTB-PE) e Eduardo Braga (PMDB-AM), respectivamente.

Paulo Bauer (PSDB-SC) disse que, embora o governo aponte a redução da ativi-dade industrial do país para justificar o projeto, esta não é resultado das leis de incenti-vos fiscais em vigor em Santa Catarina, Goiás e outros esta-dos, mas sim da falta de uma política de desenvolvimento industrial há muito tempo rei-vindicada pela sociedade.

Também contrário ao pro-jeto, Luiz Henrique (PMDB-SC) disse que a aprovação da reso-lução terá como conseqüência, a partir de janeiro de 2013, o esvaziamento dos portos es-taduais e a concentração da movimentação de cargas no porto de Santos, favorecendo o aumento das desigualdades e dos desníveis regionais.

Já Alvaro dias (PSDB--PR) alertou para um disposi-tivo do projeto que pode invia-bilizar a aplicação da medida. Pelo texto, a alíquota de 4% deve ser aplicada sobre bens e mercadorias que, depois de processados, resultem em

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Armando Monteiro (PTB-PE)

Álvaro Dias (PSDB-PR)

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Aécio Neves (PSDB-MG)

Cyro Miranda (PMDB-GO)

Ana Rita (PT-ES)

Casildo Maldaner (PMDB-SC)

Luiz Henrique (PMDB-SC)

(Como, há muito não se via, foi um "desfile geral de lamentações")

Estados protestam, mas indústria é ressaltada

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Já Mário Couto (PSDB--PA) ressaltou que os benefícios de isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) causam muito menos danos à indústria na-cional do que a corrupção na administração pública.

Para Inác io Ar ruda (PCdoB-CE), o que tem sus-tentado a desindustrialização brasileira é a política macro-econômica, com uma taxa de juros que transforma o Brasil num paraíso que pagou R$ 236 bilhões de juros só em 2011.

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que o maior problema da indústria nacional não é o incentivo à importação, como o projeto faz crer, mas sim o Custo Brasil. Ele citou palavras do governador capi-xaba, o ex-senador Ricardo Ca-sagrande, presente à votação, dizendo que o governo federal nunca investiu em infraestru-tura no Espírito Santo para que o estado ficasse em condições de competir com outros entes federados.

Autor da proposta, Rome-ro Jucá (PMDB-RR) afirmou que a resolução amplia a in-dustrialização e favorece a ge-ração de empregos. Disse ainda que o substitutivo de Eduardo Braga (PMDB-AM), avançou em relação ao texto original, tendo sido debatido nas comissões da Casa.

Sergio Souza (PMDB-PR) apoiou a resolução, que inaugu-ra a discussão na Casa sobre o pacto federativo, lamentando o processo de desindustrialização em curso no país.

Ao falar na discussão em turno suplementar, Aloysio Nunes (PSDB-SP) disse que a proposta provocará inúmeras ações judiciais, devido às suas inconstitucionalidades, elevan-do o Custo Brasil.

Lindbergh Farias (PT-RJ) também defendeu a aprovação de um destaque que leve a uma regra de transição. No mérito, ele apoiou o PRS 72/2010, ar-gumentando que não é possível admitir que um produto impor-tado pague menos impostos que um produzido no Brasil, mas manifestou “solidariedade federativa” a Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina.

Lúcia Vânia (PSDB-GO) criticou o projeto no mérito por não ter sido acompanhado de uma avaliação dos impactos que provocará nos estados que mais fazem uso da política de incentivos fiscais. Segundo ela, Goiás poderá deixar de arre-cadar mais de R$ 1,3 bilhão anualmente.

Magno Malta (PR-ES) também criticou a falta de aber-tura da presidenta dilma Rous-seff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para dialogar sobre a questão. Magno Malta chamou Mantega de “absoluta-mente boçal”.

Autor de relatório rejei-tado pela Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) voltou a argumentar que o texto vai contra a Constitui-ção, uma vez que incentivos fiscais teriam de ser tratados por projeto de lei complemen-tar. Ele também afirmou ser inconstitucional a distinção entre produtos nacionais e im-portados e disse que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Randol fe Rodr igues (PSOL-AP) af i rmou que o projeto é um mecanismo in-dispensável para acabar com a guerra dos portos, mas disse que os problemas da indústria nacional não serão resolvidos.

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Lindberg Farias (PT-RJ)

Mário Couto(PSDB-PA)

Lúcia Vânia (PSDB-GO)

Inácio Arruda (PCdoB-CE)

Magno Malta (PR-ES)

Carlos Valadares (PSB-SE)

Ricardo Ferraço(PMDB-ES)

Romero Jucá(PMDB-RR)

Rodolfe Rodrigues(PSol-AP)

Sérgio Souza(PMDB-PR)

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25 bilhões anuais. É o PIB da Letônia, uma das cem maiores economias mun-diais. Esse é o montante que jogamos fora a cada ano por conta da nossa cultura burocrática – aler-tou. Ao comentar o efeito da burocracia na vida das pessoas, Valdir Raupp mencionou as obras da BR-364, rodovia que cruza seu estado, Rondônia. As obras estariam paradas em decorrência dos trâmites

burocráticos que precisam ser cumpridos pelo Dnit, Polícia Rodoviária Federal e prefeituras das cidades afetadas. Enquanto isso, são comuns os acidentes na estrada, assim como dificuldade para estudan-tes irem à escola e para indústrias receberem suas matérias-primas ou escoarem seus produtos.

– Eu cito aqui o caso da BR-364 e de outras obras do meu estado, mas isso tem acontecido em todo o Brasil. Este já é o terceiro ou o quarto pronun-ciamento que faço este ano anunciando que parte da infraestrutura do nosso país está emperrada. E tem que se tomar providência o mais rápido possível, sob pena de esses gargalos influenciarem enormemente na economia brasileira, no PIB brasileiro – afirmou.

O excesso de burocracia foi apontado por Val-dir Raupp (PMDB-RO) como um dos gargalos para o desenvolvimento econômico do país. O senador ressaltou que a palavra burocracia tornou-se, no Brasil, sinônimo de “ineficiência, lentidão e improdu-tividade”. Citando série de reportagens sobre o mal provocado pela burocracia no Brasil, Valdir Raupp divulgou números sobre o prejuízo causado pelo excesso de normas e regulamentos. Para se abrir uma empresa, relatou o senador, leva-se no Brasil 119 dias, até se cumprir as 13 etapas exigidas nas esferas municipal, estadual e federal. O prazo seria de um dia na Nova Zelândia, dois na Austrália e seis nos Estados Unidos. Ainda segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário revelou que, desde 5 de outubro de 1988, quando a Constituição Federal foi promulgada, surgiram 4,4 milhões de normas no país. Juntos, União, estados e municípios produzem, em média, 776 normas a cada dia útil, ou 32 normas por hora, ou uma nova norma a cada dois minutos. O maior problema é que, desse montante, apenas 13% estão realmente em vigor, acrescentou. O excesso de burocracia atinge também o Judiciário, onde há quase 87 milhões de processos pendentes de julgamento, ressaltou o representante rondoniense.

– O prejuízo que essa cultura burocrática causa ao país, segundo a Fiesp, chega a R$ 46 bilhões por ano. Isso corresponde a cerca de US$

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119 dias, eis o tempo para se abrir uma empresa no Brasil, denuncia Valdir Raupp (PMDB-RO)

O prejuízo causado chega a R$ 46 bilhões por ano

Excesso de burocracia no Brasil

Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) homenageou a maçonaria em pronun-ciamento motivado pelos 190 anos, que se com-pletarão em junho, do Grande Oriente do Brasil, entidade que congrega grande parte das lojas maçônicas do país. Tam-bém foram homenagea-dos os Grandes Orientes de Santa Catarina e do Distrito federal, que, em abril, completam 62 anos e 41 anos, respecti-vamente.

Homenagem a entidades da maçonaria– A maçonaria se expandiu pelo Brasil afora.

Hoje, temos lojas maçônicas em todo o país, desde lá de Roraima, no extremo norte do nosso Caburaí, até o Chuí, no Rio Grande do Sul – afirmou o senador.

Mozarildo lembrou a história da maçonaria no Brasil. Segundo o senador, o Grande Oriente do Brasil se instalou com o objetivo de promover a independên-cia do país. O movimento teria participado, ainda, da luta pela proclamação da República e pela abolição da escravatura. Para o senador, a maçonaria já sofreu muitas perseguições, por incomodar reis e religiões. Por ter se originado de sindicatos de construtores, a entidade detinha o segredo de grandes obras, como palácios e catedrais, o que significava poder. Para ele, é preciso, cada vez mais, interagir com a sociedade para desfazer os preconceitos contra a maçonaria.

Além de senador, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) é reconhecida liderança na maçonaria

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Destacada por Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a reunião realizada em Porto Velho pelo Sindicato dos Sol-dados da Borracha, para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 556/2002, apre-sentada por ela quando ainda era deputada fe-deral. A PEC garante aos soldados da borracha – seringueiros que foram trabalhar na Amazônia, recrutados pelo governo federal, para garantir o suprimento de borracha à indústria bélica dos Esta-dos Unidos durante a Segunda Guerra Mundial – os mesmos direitos garantidos aos ex-combatentes. A senadora afirmou haver 6,7 mil seringueiros reco-nhecidos como soldados da borracha, todos inscritos

no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a maioria com idade ao redor dos 80 anos. Quando ela apresentou a PEC, informou, havia mais de 14 mil soldados da borracha.

De acordo com a senadora, o Decreto 3.225, de 1943, definiu a situação militar desses trabalha-dores. A Constituição reconhece e concede a esses seringueiros, ou a seus dependentes, uma pensão mensal vitalícia no valor de dois salários mínimos. A PEC estende a eles os direitos dos ex-combaten-tes, previstos no artigo 53 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição, como pensão especial correspondente ao posto de segundo-tenente das Forças Armadas; assistência médica, hospitalar e educacional gratuita; e aposentadoria com proventos integrais aos 25 anos de serviço efetivo, em qualquer regime jurídico.

Vanessa Grazziotin informou que aproxima-damente 65 mil brasileiros tornaram-se soldados da borracha. Estima-se que 30 mil morreram pre-cocemente, vítimas de doenças típicas de florestas tropicais ou de ataques de animais.

A PEC 556/2002 apre-sentada quando Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ainda deputada federal, visa reparar tão grave in-justiça a esses heróis

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sEquiparação dos ‘soldados da borracha’ a ex-combatentes

Um novo modelo a ser adotado no planeta para aferir o desenvol-vimento das nações, de-fendido por Jorge Viana (PT-AC). Segundo o sena-dor, um breve olhar sobre o mundo, o consumo e a produção revela que atu-al modelo, insustentável, ainda está no século pas-sado. E esta deveria ser a questão central da Confe-rência Rio+20, a se reali-zar no Rio de Janeiro, em junho. Ele explicou que a conferência vai tratar de desenvolvimento sustentável, combate à pobreza e economia verde.

Mas propôs que se aproveite o encontro para discutir também a criação de um “sucessor” do

Produto Interno Bruto (PIB) como principal índice econômico das nações.

– Enquanto o mundo tiver como guia essas três letrinhas PIB, Produto Interno Bruto, acho que ainda vamos estar no século passado, com ativida-des econômicas insustentáveis e também com um consumo insustentável.

Viana relatou que outro crítico ao PIB é o ga-nhador do Nobel de Economia de 1998, o indiano Amartya Sem, criador do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Em passagem pelo Brasil em abril deste ano, o economista defendeu ser preciso se ado-tar um mecanismo novo que possa referenciar todos os países, já que não teria sentido, em 2012, o mundo se guiar, exclusivamente, pela economia. Para o se-nador, uma boa proposta é a defendida pelo teólogo Leonardo Boff, de que um dos sucessores do PIB poderia ser, por exemplo, o Índice do Bem Viver (BV).

O PIB foi criado na década de 30 por um russo naturalizado americano, Simon Kuznets, ganhador do Nobel de Economia em 1971.

“Enquanto o mundo tiver como guia essas três letrinhas (PIB) acho que ainda vamos estar no século passado”, reclama Jorge Viana (PT-AC)

Novo modelo para avaliar desenvolvimento dos países

Já foram 65 mil e hoje estão em torno de 6,7 mil...

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Seleção por Joaquim do Nascimento Gomes

Os registros pelas lentes dos melhores fotógrafos

tAMBÉM “PÉSSIMO BOXEAdOR”O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS),

se já fora “um fracasso”, ao tentar trocar cabeçadas com Neymar, repetiu o mesmo “feito” com o hoje deputado Popó (PRB-BA), anunciando sua segun-da despedida, numa luta promocional, no próximo de 2 de junho, em Punta del Este. Para se ter idéia, Maia não soube colocar nem a luva...

RELAtÓRIO dA ANVISA dE 2011Em audiência especial, o presidente da ANVISA,

Dirceu Barbano fez entrega ao presidente da Câma-ra, Marco Maia, do Relatório de Atividades de 2011.

HOMENAGEM AOS 46 ANOS dO PMdBUma Sessão Solene, realizada no Plenário do

Senado Federal, marcou outra comemoração pelos 46 anos da existência do PMdB (e de seu precussor MDB). Sarney (na Tribuna) foi o principal orador e, na Mesa, da esquerda para a direta: Michel te-mer, Valdir Raupp, Garibaldi Alves Filho, Renan Calheiros e Moreira Franco.

LIVRO “O LEGISLAtIVO BRASILEIRO”Um dos bons presentes recebido por Sarney,

no seu regresso e após bem sucedida cirurgia no coração, foi o livro “O Legislativo Brasileiro”, das mãos do diretor da Gráfica do Senado, Florian Madruga, em companhia de Fernando César Mesquita (centro), diretor da Secretaria Especial de Comunicação Social.

AtO NA CÃMARA CONtRA O tRABALHO ESCRAVO Manifestantes compareceram ao Salão Verde da Câmara dos Deputados e acorrentados entre si, pro-testaram por providencias contra o trabalho escravo.

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PORtAL INtERAtIVO e-CIdAdANIA Em solenidade prestigiada pelo presidente e por

inúmeros senadores, a diretora-geral doris Marize, após objetiva apresentação, onde mostrou mais uma iniciativa da Casa em favor da transparência das suas atividades, fez questão de dividir esse feito com todos os seus assessores. Os elogios à iniciativa foram ge-neralizados

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