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Departamento de Desenvolvimento Profissional
Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –
ICMS
Osvaldo Angelim
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2015
Este material foi elaborado e cedido pelo Professor
Osvaldo Nunes Angelim. Todos os direitos reservados . É
expressamente proibida a reprodução total ou parcia l
desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prév ia
autorização do autor.
(Lei nº 5.898, de 14/12/1973 – DOU de 18/12/1973).
CURRÍCULO RESUMIDO DO PROFESSOR
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Graduação e especializações:
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Ga ma Filho, Pós-graduado
em: Direito Tributário pela Universidade Cândido Me ndes, em Gestão
Empresarial em Tributação e Contabilidade pela Univ ersidade Federal
Fluminense, e em Comercialização em Energia Elétric a pela Universidade
Estadual de Pernambuco.
Especialista em Direito Tributário, com ênfase na l egislação do Mercado de
Energia Elétrica em toda cadeia de valor: Geração, Transmissão, Distribuição e
Comercialização.
Ministra seminários, cursos e treinamento In Compan y na área tributária e
fiscal de tributos diretos e indiretos e também sob re temas tributários do
Mercado de Energia Elétrica.
Profissional com mais de 20 anos de prestação de se rviços de consultoria de
tributos diretos e indiretos, em empresas nacionais .
Instrutor do IBEF – RIO Instituto Brasileiro de Exe cutivos de Finanças.
Instrutor do IBRACON Instituto dos Auditores Indepe ndentes do Brasil – Rio.
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual do ICMS
1 – Constituição Federal do Brasil 1.1 – Conceito de Circulação de Mercadoria – entend imento do STF 1.2 – ICMS – Imposto Estadual Não-Cumulativo 1.3 – ICMS Imposto calculado POR DENTRO 2 – Características Específicas da Tributação 3 – Fato Gerador 3.1 – Circulação de Mercadorias 3.2 – Serviços de Transportes – Esclarecimento de T ransporte CIF e FOB 3.3 – Diferencial de Alíquota 3.4 – Importação de Bens do Ativo Imobilizado 3.5 – Transferência de Bens do Ativo Imobilizado 3.6 – Transferência de Mercadorias 4 – Benefícios Fiscais 4.1 – Aplicabilidade dos benefícios fiscais 4.2 – Não Incidência 4.3 – Isenção 4.4 – Suspensão 4.5 – Diferimento 5 – Responsáveis Tributários pelo recolhimento do I CMS 5.1 – Contribuintes do ICMS 5.2 – Contribuintes do ICMS Substituto 5.3 – Contribuintes do ICMS Substituído 6 – Base de Cálculo e Alíquotas aplicáveis as Oper ações 6.1 – Base de Cálculo 6.2 – Alíquotas Internas 6.3 – Alíquotas Interestaduais 7 – Apropriação de Créditos de ICMS 7.1 – Legalidade do aproveitamento 7.2 – Vedação do aproveitamento 8 – Operações com Demonstração de Mercadorias 8.1 – Remessa para Contribuintes do ICMS 8.2 – Remessa para Não-Contribuinte do ICMS 8.3 – Retorno de Mercadorias de Contribuintes do IC MS 8.4 – Retorno de Mercadorias de Não Contribuinte do ICMS 8.5 – Perda do Prazo Suspensivo – Providências do R emetente 9 – Operações com Devolução de Mercadorias 9.1 – Procedimento de Recebimento de Merecadorias 9.2 – Procedimento de Devolução de Mercadorias 10 – Operações com Doação de Mercadorias 10.1 – Hipóteses de Isenção 11 – Operações de Remessa para Industrialização 11.1 – Suspensão do ICMS e do IPI 11.2 – Prazo para Retorno ao Estabelecimento de Ori gem 11.3 – Exclusão do Benefício Fiscal
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11.4 – Remessa para Industrialização de Mercadoria destinada a Uso, Consumo ou Ativo Imobilizado 11.5 – Retorno de Industrialização – aspectos relat ivos ao ICMS 12 – Operações com Venda à Ordem 12.1 – Escrituração Fiscal 12.2 – Entrega da Mercadoria 12.3 – Código Fiscais de Operações e Prestações 13 – Operações com Venda para Entrega Futura 13.1 – Nota Fiscal para Simples Faturamento 13.2 – Atualização da Base de Cálculo 13.3 – Saída efetiva da Mercadoria 13.4 – Crédito Fiscal do ICMS 13.5 – Desistência da Compra 13.6 – Escrituração Fiscal
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Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de M ercadorias e
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação – ICMS
Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual do ICMS
1 – Constituição Federal do Brasil – Previsão Const itucional
Conforme o art. 155, inciso II da CF de 88, as base s econômicas gravadas pelo
ICMS são: operações relativas à circulação de merca dorias e prestação de
serviços de transporte interestadual e intermunicip al e de comunicação.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabelec e uma série de preceitos
com referência ao ICMS, os quais são encontrados no s doze incisos e suas
alíneas, do § 2º, e nos §§ 3º a 5º, do art. 155, in ciso II.
A legislação tributária do ICMS é regulamentada pel as Leis estaduais e
Decretos. Cada estado brasileiro tem sua legislação própria. É regulamentado
pelo Código Tributário Nacional – conjunto de leis que instituiu as principais
normas de Direito Tributário exigidas pela Constitu ição Federal de 1988.
O ICMS é um imposto calculado “por dentro” conforme prevê o artigo 33 do
Convênio ICM nº 66, de 1988. O montante do imposto integra sua própria base
de cálculo constituindo o destaque mera indicação p ara fins de controle. O
Código Tributário Nacional – CTN na redação dada pelo artigo 1º do Ato
Complementar nº 27, de 08.12.66, em seu artigo 53, parágrafo 4º, já definia
dessa forma o cálculo “por dentro” do ICMS.
1.1 – Conceito de Circulação de Mercadoria – entend imento do STF
Saída física de um certo bem não justifica a cobran ça do ICMS. A incidência do
imposto requer a existência de uma operação que faç a circular como
mercadoria com fins mercantis ocorrendo a transferê ncia de domínio.
RE nº 158.834-9 – Relator Ministro Sepúlveda Perten ce – DJ 23.10.02
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“saída apenas física de um certo bem não é de molde a motivar a cobrança do imposto de circulação de mercadorias. Requer-se, co mo consta do próprio texto constitucional, a existência de uma operação que faça circular algo passível de ser definido como mercadoria, pressupon do, portanto, como aliás ressaltado por Aliomar Baleeiro em Direito Tributár io Brasileiro, a transferência de domínio”.
1.2 – Imposto Estadual Não-Cumulativo
Regra geral
Compensa-se o que for devido em cada operação relat iva à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas fases
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distr ito Federal.
É o PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE que se realiza não pela cobrança
do ICMS sobre o valor agregado ao preço da mercador ia ou do serviço
tributável a cada etapa da circulação da mercadoria ou da prestação do
serviço, e sim, como manda a Constituição, pela com pensação do imposto
referente à etapa anterior com o imposto referente à nova etapa.
Exemplo:
"A" vende certo produto para "B" por $ 100,00;
"B" vende para "C" por $ 150,00 e este para "D" por $ 200,00.
O ICMS incidente na 1ª operação seria de $ 18,00 na 2ª de $ 27,00 e na 3ª de $
36,00 (calculado à alíquota de 18%). Mas, para efei to de pagamento do imposto
na 2ª venda, será deduzido (compensado) o ICMS da 1 ª venda ($ 18,00), e o
valor do ICMS a ser pago, em função dessa 2ª venda, será de $ 9,00 (=27,00 –
18,00). Quanto à 3ª venda, o ICMS calculado sobre o valor total da operação
seria de $ 36,00. Descontado (compensado), porém, o ICMS calculado sobre o
valor total da operação anterior (que seria de $ 27 ,00), restará a pagar de ICMS,
em função dessa 3ª operação, somente $ 9,00 (= 36,0 0 – 27,00).
Cabe destacar que, a compensação através da qual se realiza a não-
cumulatividade do imposto se efetiva através de um sistema (escrituração
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fiscal) de débito e crédito, ou seja, o imposto rel ativo à operação que se está
realizando representa um débito, e o imposto refere nte à operação anterior, a
ser compensado para apuração do valor a ser recolhi do (quanto à operação
que se está realizando), representa um crédito. Ass im, aproveitando os valores
acima, teríamos, na 2ª operação, por exemplo, um dé bito de $ 27,00 e um
crédito de $ 18,00; portanto um imposto a pagar de $ 9,00. E na 3ª operação,
um débito de $ 36,00 e um crédito de $ 27,00; porta nto o ICMS a recolher de $
9,00.
Importante lembrar que, a apuração do ICMS a pagar pode ser feita operação
por operação, em relação à determinada mercadoria, como foi feito no exemplo
mostrado acima; como também pode ser feita consider ando todas as
operações realizadas com as respectivas mercadorias dentro de um
determinado período, que se denomina PERÍODO DE APU RAÇÃO. A Lei
estadual é que define o critério a ser usado, confo rme autoriza o art. 26 da LC
87/96, sendo que em geral apuração por período é o adotado.
1.3 – ICMS – Imposto calculado POR DENTRO
Alíquotas Nominais e Reais
O ICMS é um imposto que integra a sua própria base de cál culo, assim, no
preço de compra ou de venda do bem ou do serviço já está incluso o valor do
ICMS destacado na nota fiscal, assim, a sua alíquota real ou efetiva é superior
à alíquota nominal, vejamos o quadro a seguir:
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ALÍQUOTA DO ICMS
NOMINAL REAL
7% 7,53%
12% 13,64%
18% 21,95%
25% 33,33%
29% 40,85%
Exemplificando:
Quando a empresa efetua a compra de mercadoria para revenda no valor total
da Nota Fiscal já está incluso o ICMS, assim, o ICMS destacado na Nota Fiscal
corresponde a um destaque para fins de controle fiscal.
O imposto estabelecido em determinada operação de circulação de mercadoria
for de 18% calculado POR DENTRO o imposto efetivo ou real é de 21,95%, ou
seja, (18 / 82) X 100.
Caso a empresa venda à mercadoria com margem de lucro de 20% sobre o
custo, o cálculo do valor de venda seria efetuado da seguinte forma:
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ICMS – Imposto calculado POR DENTRO
Custo da mercadoria sem ICMS no ESTOQUE para REVENDA 1.000,00 Margem de lucro de 20% 20% Valor da mercadoria para REVENDA sem o ICMS INCLUSO 1.000,00 O valor de R$ 1. 000,00 NÃO corresponde à base de cálculo do ICMS, assim, esse valor representa 82% do valor sobre o qual os 18% devem INCIDIR. Portanto, 100% - 18% - 20% = 62% ou 6 2 / 100 = 0,62.
Valor da mercadoria para REVENDA com a INCLUSÃO de 18% do ICMS e da margem de lucro de 20% calculado POR DENTRO ficaria: R$ 1.000 / 0,62 =
1.612,90
O valor do ICMS destacado na Nota Fiscal de Venda seria: R$ 1.612,90 x 18% =
290,32
2 – Características Específicas da Tributação
I – Incidência
Consiste na concretização da situação que gera a ap licação da norma jurídica
que define a exigência do tributo.
II – Isenção
As isenções são definidas pelo Código Tributário Nacional – CTN como
hipótese de exclusão do crédito tributário, previstas em lei.
É a exclusão do crédito tributário, embora exista o nascimento da obrigação
tributária.
Importante destacar que a lei que concede uma isenç ão deve ser específica,
por exigência constitucional conforme previsto no a rt. 150, § 6º da
Constituição.
Art. 150 da CF/88
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con tribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic ípios:
VI – instituir imposto sobre:
a) patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros;
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b) templo de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviço dos partidos políti cos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadore s, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativ os, atendidos os
requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
§ 6º da CF
Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cá lculo, concessão de
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, fe deral,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribui ção, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2º, XII, g.
III – Diferimento
Diferimento é a postergação temporária do pagamento do imposto para uma
etapa posterior de operação ou prestação, desde que cumpridos todos os
requisitos legais.
Consiste na postergação do lançamento do tributo para momento posterior.
IV – Alíquota Zero
Não está fora da incidência tributária, apenas a aliquota de incidência é zero.
V – Imunidade
As imunidades são limitações ao poder de tributar. Assim, todas as regras de
imunidades tributárias, sem exceção, têm que estar previstas na Constituição
Federal.
As imunidades são vedações constitucionais dirigidas ao legislador, que fica
impedido de prever como hipótese de incidência determinada situação.
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Quando uma pessoa, um bem, um ato ou uma situação e stão abrangidos por
uma regra de imunidade tributária, não se há de cogitar de ocorrência de fato
gerador, obrigação tributária, relativamente ao tributo a que se refira a
imunidade.
É uma não incidência qualificada. Não dispensa o cumprimento de obrigações
acessórias, e não impede a ação fiscalizadora do fisco para a s ua verificação.
VI – Não Incidência
É a não ocorrência do fato gerador em virtude da legislação não descrever a
situação como hipótese de incidência. A não incidência, não dispensa o
cumprimento de obrigações acessórias, e não impede a ação fiscalizadora do
fisco para a sua verificação.
Diferença entre Isenção e Imunidade
Isenção
Situação prevista na Constituição Federal de 1988. Só pode ser concedida por
meio de lei. Na Isenção existe a hipótese de incidência, o fato gerador ocorre,
mas se impede a constituição do crédito tributário.
Imunidade
Situação prevista na Constituição Federal de 1988. Na Imunidade não há
hipótese de incidência, nem fato gerador.
Conforme o Código Tributário Nacional – CTN e també m o Supremo Tribunal
Federal – STF, quando temos uma isenção, ocorre o fato gerador e surge a
obrigação tributária mas a obrigação não se torna exigível, assim, a Secretaria
de Fazenda é impedida de constituir o crédito tributário pelo lançamento.
A isenção é tão-somente dispensa legal de tributo d evido. Essa dispensa se dá
porque, embora tenhamos o fato gerador e a obrigaçã o tributária
correspondente, ela não se torna exigível, em razão de exclusão do crédito. A
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exclusão do crédito tributário significa vedação a que a fazenda pública
constitua o crédito, assim, o que ocorre de fato é a exclusão da possibilidade
de constituir-se o crédito.
Imunidade Subjetiva
É qualquer uma que leve em conta a pessoa imune, e não determinado bem ou
operação. Assim, a imunidade subjetiva é concedida às pessoas políticas e às
pessoas administrativas autarquias e fundações públ icas.
Exemplificando
Existe imunidade a impostos para qualquer bem integ rante do patrimônio da
União. Essa imunidade é subjetiva, porque não é um bem específico ou
categorias de bens que a norma está imunizando. A r egra diz respeito à União,
tornando imunes a impostos todos os seus bens, não importa quais seja no
caso concreto.
Imunidade Recíproca
A imunidade recíproca tem como fundamento o Princípio Federativo, por isso,
ela é cláusula pétrea (não pode haver alteração, nem mesmo por meio de
Emenda Constitucional) conforme art. 60, § 4º, inci so I, da Constituição Federal
de 1988.
As pessoas políticas são imunes à tributação por me io de
impostos.
Art. 150, VI, “a” da CF/88
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con tribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic ípios:
VI – instituir imposto sobre:
a) patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros;
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Decorre do Princípio Federativo e do Princípio da Isonomia das pessoas
políticas.
Princípio Federativo
Se uma pessoa política pudesse exigir impostos de outra, fatalmente acaba ria
por interferir em sua autonomia, intervindo assim na forma federativa do
Estado (art. 60, § 4º, inciso I, da Constituição Fe deral de 1988), o que é
inaceitável por se tratar de cláusula pétrea.
Princípio da Isonomia
Tendo em vista que a tributação por meio de imposto s pressupõe uma
supremacia de quem tributa em relação a quem é trib utado, é defeso às
pessoas políticas uma vez que existe igualdade jurí dica entre elas.
Quando a pessoa política desempenha atividades privadas o princípio da
imunidade recíproca não a beneficia. Só alcança quando desempenha suas
funções típicas (atividades públicas, isto é, estat ais propriamente ditas).
Vale lembrar que o art. 150, § 3º, determina que a imunidade recíproca – tanto a
das pessoas políticas quanto a das autarquias e fundações públicas – não se
aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionado s com exploração de
atividade econômicas regidas pelas normas aplicávei s a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestações ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário.
Imunidade Objetiva
É qualquer uma que leve em conta tão somente a coisa e não a pessoa imune.
Exemplificando
Os livros são imunes a impostos. São imunes ao IPI as exportações de
produtos industrializados. É uma imunidade objetiva , porque diz respeito à
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operação de exportação, não a um exportador determinado ou a uma categoria
de exportadores, não interessa quem exportou.
Competência Tributária
Competência tributária significa, o poder atribuído pela Constituição Federal
às pessoas políticas para editar leis que instituam e disciplinem tributos e
outros elementos relacionados às obrigações tributá rias.
3 – Fato Gerador do ICMS
Fato gerador é a situação definida na lei, que tem que acontecer para fazer
surgir à obrigação de o sujeito passivo pagar o tri buto. Como expressa o art.
114 do CTN, é a situação necessária e suficiente à ocorrência da obrigação
tributária: necessária, porque imprescindível; suficiente, porque bastante em si
mesma, dispensando cogitar-se de outros fatos ou co nsiderações. Logo,
concretizando-se a hipótese legal de incidência de um tributo, surge a
obrigação para o contribuinte, sem qualquer outro a specto a ser considerado.
Conforme o art. 12 da LC nº 87, de 13.09.96, consid era-se ocorrido o fato
gerador do imposto no momento:
(....)
XII – da entrada no território do Estado de lubrifi cantes e combustíveis líquidos
e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado,
quando não destinados à comercialização ou à indust rialização; (Redação
dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000)
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
Nos termos do art. 1º do Livro I, do RICMS-RJ - Dec reto nº 27.427/2000, o ICMS
tem como fato gerador a operação relativa à circula ção de mercadorias e à
prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que a operação ou a prestação se inicie no exterior.
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As hipóteses de ocorrência do fato gerador do impos to estão previstas no art.
3° do Livro I do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto n° 27.427/2000.
Ocorre o fato gerador do imposto na saída de mercad oria a qualquer título, do
estabelecimento do contribuinte, ainda que para out ro estabelecimento do
mesmo titular, ainda que o estabelecimento extrator , produtor ou gerador,
inclusive de energia, se localize em área contígua àquele onde ocorra a
industrialização, a utilização ou o consumo da merc adoria, inclusive quando
as atividades sejam integradas.
A ocorrência do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o
constitua.
Constitui fato gerador do imposto além das hipótese s acima:
Exemplo:
� na saída de estabelecimento industrializador, em re torno ao do
encomendante, ou para outro por ordem deste, de mer cadoria submetida
a processo de industrialização que não implique pre stação de serviço
compreendido na competência tributária municipal, a inda que a
industrialização não envolva aplicação ou fornecime nto de qualquer insu
3.1 – Circulação de Mercadorias
Conceitos
Circulação Física
Com o advento da EC 18/65 foi defendido por autorid ades fiscais que bastava a
saída física da mercadoria do estabelecimento comer cial industrial ou
produtor, pouco importando a causa, o título jurídi co ou o negócio (Alcides
Costa).
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Circulação Física
Todo o ato jurídico que implique circulação econômi ca de mercadoria,
independentemente de sua categoria ou de sua nature za gratuita ou onerosa,
será fato gerador do ICMS; da mesma forma as situaç ões jurídicas que
legitimem a circulação econômica, como, por exemplo a situação do industrial
ou comerciante que promovem remessas de mercadorias de um para outro de
seus estabelecimentos, bem como o autoconsumo da me rcadoria sem a sua
circulação física para fora do estabelecimento post o que para o ICMS é
indiferente que haja, ou não, a transferência de do mínio.
Circulação Jurídica
Negócio Jurídico: transferência de domínio entre o produtor e o consumidor
final (Baleeiro)
Circular: mudar de titular (Ataliba)
Transferência da posse ou da propriedade da mercado ria (Carraza)
JURISPRUDÊNCIA – SÚMULA VINCULANTE 166 DO STJ:
“Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslo camento de mercadoria de
um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte ”
- Como o ICMS é não cumulativo, a transferência de mercadorias de um para
outro estabelecimento da mesma empresa foi consider ada pelo legislador
como fato gerador do imposto. Para tanto, a lei tri butária atribui a cada
estabelecimento, e não à pessoa jurídica, a condiçã o de contribuinte. (Brito
Machado)
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3.2 – Serviços de Transportes - Esclarecimento de T ransporte CIF e
FOB
As claúsulas de operações mercantis de compra e ven da, a Claúsula CIF inclui
no preço da mercadoria vendida, as despesas com seg uro e frete até o local de
destino. Assim, quem paga o Frete CIF ao transporta dor é o vendedor
(remetente), referente ao Custo, Seguro e Frete. “C IF” abreviatura inglesa:
“Cost, Insurance and Freight”
A Cláusula FOB atribui ao vendedor o encargo de ent regar a mercadoria,
conforme preço estabelecido, ficando as despesas de correntes do transporte
como frete e seguro por conta do comprador, bem com o os riscos, até o local
de destino. Assim, quem paga o Frete FOB ao transpo rtador é o comprador
(destinatário). O destinatário deve escriturar o co nhecimento de transporte no
seu Livro Registro de Entrada. “FOB” abreviatura in glesa: “Free On Board”
3.3 – Diferencial de Alíquotas
Definição
O recolhimento do diferencial de alíquotas está pre visto no art. 155, § 2º, VIII da
Constituição Federal de 1988.
Consiste no recolhimento da diferença entre a alíqu ota interestadual e a
interna nas aquisições efetuadas por contribuinte d o ICMS em outro Estado,
de mercadoria destinada ao uso ou consumo ou ao ati vo permanente.
Todos os contribuintes do ICMS são obrigados a reco lher o ICMS relativo à
diferença existente entre a alíquota interna (prati cada no Estado destinatário) e
a alíquota interestadual (normalmente 7% e 12%).
Importante frisar que, somente existirá diferencial de alíquotas a ser recolhido
caso o percentual da alíquota interna for superior ao da alíquota interestadual.
Fato Gerador
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No Estado do Rio de Janeiro e de acordo com o art. 3º, inciso VI da Lei nº
2657/96 e art. 3º, inciso VI, Livro I do Regulament o do ICMS-RJ (Decreto nº
27427/00), ocorre o fato gerador do imposto na entr ada no estabelecimento do
contribuinte de mercadoria proveniente de outra uni dade da federação,
destinada a consumo ou ativo permanente.
NOTA: O ESTADO DO RJ NÃO PERMITE COMPENSAR CRÉDITOS DE ICMS
COM O DIFAL. ALGUNS ESTADOS PERMITEM.
Art. 3.º O fato gerador do imposto ocorre:
(...)
VI - na entrada no estabelecimento do contribuinte de mercadoria proveniente
de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo;
VII - na utilização, por contribuinte, de serviço c uja prestação se tenha iniciado
em outra unidade da Federação e não esteja vinculad a a operação ou
prestação subseqüente alcançada pela incidência do imposto;
Base de Cálculo
A base de cálculo está definida no art. 4º, inciso VI da Lei nº 2657/96 e no art.
4º, VI do livro I do RICMS/RJ, que será o valor da operação de que decorrer a
entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar resu ltante da aplicação, sobre
a base de cálculo do percentual equivalente a difer ença entre a alíquota interna
e a interestadual.
Art. 4.º A base de cálculo é:
VI - no caso do inciso VI, do artigo 3.º, o valor d a operação de que decorrer a
entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar resu ltante da aplicação, sobre
a base de cálculo, do percentual equivalente à dife rença entre a alíquota
interna e a interestadual;
19
VII - no caso do inciso VII, do artigo 3.º, o valor da prestação do serviço, sendo
o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do
percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
Exemplo:
Determinado contribuinte do ICMS estabelecido no Es tado de São Paulo
adquire de um contribuinte do ICMS do Estado do Rio de Janeiro mercadoria
para uso ou consumo ou para o ativo imobilizado, re cebe a mercadoria
tributada pela alíquota interestadual de 12%, supon do que a alíquota interna do
produto prevista na legislação paulista seja 18%, d everá recolher a diferença
entre a alíquota interna e a interestadual que corr esponde a 6%.
Como Calcular:
mercadoria no valor de R$ 1.000,00 conforme Nota Fi scal;
mercadoria tributada pela alíquota interestadual de 12%;
valor do ICMS destacado na Nota Fiscal = R$ 1.000,0 0 x 12% = R$ 120,00
alíquota interna da mercadoria recebida de 18%;
Base de cálculo da operação interestadual:
valor da mercadoria no valor de R$ 1.000,00 conform e Nota Fiscal;
(x) alíquota interna da mercadoria recebida de 18%;
(=) R$ 1.000,00 x 18% = R$ 180,00
valor do diferencial de alíquotas:
alíquota interna de 18% = R$ 180,00
(-) alíquota interestadual de 12% = 120,00
(=) diferencial de alíquotas a recolher = R$ 60,00
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3.4 – Importação de Bens do Ativo Imobilizado
Custo de Aquisição
Na importação de bens, além do preço devido ao forn ecedor estrangeiro, são
necessários gastos com frete, seguro, impostos, tax as alfandegárias e
portuárias, serviços de terceiros, etc.
De acordo com o princípio contábil do custo como ba se de valor, o custo de
um ativo ou dos insumos para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar
benefícios para a entidade representa a base de val or para a contabilidade
(Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações - Fipecafi - Ed. Atlas).
O Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon), ao definir a determinação do
custo de aquisição de imobilizado, diz que no caso de compra, o custo
compreende o preço faturado pelo fornecedor mais to das as despesas
necessárias para poder efetivar a compra e instalaç ão do bem.
Conforme os princípios contábeis e os pronunciament os mencionados, os
gastos com a importação de bens para o ativo imobil izado são incorporados
ao custo de aquisição juntamente com o valor do bem .
Impostos Incidentes Sobre o Bem Importado
Normalmente, sobre o valor do bem importado, além d o Imposto de
Importação, há a incidência do IPI e do ICMS.
Nas importações de bens do ativo imobilizado, o val or do IPI e do Imposto de
Importação não é recuperável, devendo, portanto, se r agregado ao respectivo
custo de aquisição.
Quanto ao ICMS, o valor pago na operação passou a s er recuperável, de
acordo com o art. 20 da Lei Complementar nº 87/1996 , mediante crédito fiscal,
não integrando, nesse caso, o custo do bem.
21
Fato Gerador
O fato gerador na importação acontece quando qualqu er pessoa, física ou
jurídica, inclusive enquadrada no SIMPLES, proceder ao desembaraço
aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exte rior. Assim, o
importador é obrigado a recolher o ICMS antecipadam ente, antes do
desembaraço, de acordo com as regras gerais de trib utação e, caso seja
contribuinte do ICMS terá que emitir Nota Fiscal de entrada para acobertar a
entradado produto importado m seu estabelecimento.
Desembaraço Aduaneiro
É o ato pelo qual é registrada a conclusão da confe rência aduaneira. Por
intermédio do desembaraço aduaneiro que é autorizad a a efetiva entrega da
mercadoria ao importador e é ele o último ato do pr ocedimento de despacho
aduaneiro. Através do despacho aduaneiro é verifica do a exatidão dos dados
declarados pelo importador em relação às mercadoria s importadas, aos
documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu
desembaraço aduaneiro.
Base de Cálculo
A base de cálculo do ICMS é o valor constante do Do cumento de Importação
(DI), acrescidos dos Impostos:
Imposto de Importação (II);
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
PIS/COFINS Importação;
Despesas aduaneiras (aquelas pagas ou devidas à rep artição fazendária até o
momento do desembaraço aduaneiro das mercadorias) e fetivamente pagas
pelo importador.
22
Importante lembrar que sobre o somatório de todas a s parcelas mencionadas
acima será incluído o ICMS, porque desde de 01/01/2 012, o ICMS deve ser
calculado por dentro na importação de mercadorias.
Rio de Janeiro – Escrituração Fiscal Digital – Escr ituração do CIAP –
A Resolução SEFAZ nº 523, do Estado do Rio de Janei ro determinou que o
contribuinte fluminense deve utilizar a Escrituraçã o Fiscal Digital (EFD) para
fazer a escrituração do documento Controle de Crédi to de ICMS do Ativo
Permanente (CIAP), desde 1º de janeiro de 2011.
Para quem não escriturou o CIAP de janeiro de 2011 até hoje, fica concedido o
prazo de 90 dias para envio de EFD retificadora.
Escrituração Fiscal Digital – EFD –
O Bloco G (CIAP), obrigatório a partir de 1˚ de jan eiro de 2011 para empresas
obrigadas a Escrituração Fiscal Digital, irá pratic amente exigir as mesmas
informações que o antigo procedimento, entretanto, a grande dificuldade será
de onde extrair esses dados, tendo em vista que a g rande maioria dos
contribuintes não controlam os créditos de ICMS des tinados ao Ativo
Imobilizado via ERP/SAP.
Destaques:
• Cadastro dos bens (Registro 0300), que deverão se r individualizados (algo
que não é da rotina dos contribuintes), e inclusive possuir informações sobre
sua utilização (Registro 0305);
•Vincular o bem a um Plano de Conta Contábil (Regis tro 0500) e sua utilização
a um Centro de Custo (Registro 0600).
Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CI AP)
Instituído pelo Ajuste SINIEF n˚ 8/1997 o Controle de Crédito do Ativo
Permanente – CIAP é um documento obrigatório para l egitimar o crédito de
ICMS decorrente das entradas de mercadorias destina das ao ativo imobilizado.
23
O CIAP exige diversas informações sobre os bens que possibilitam o
aproveitamento de crédito, destacamos:
Descrição do bem, compreendendo modelo, números da série e de
identificação, se houver;
Nome do Fornecedor;
Número da Nota Fiscal que acobertou a entrada do be m;
Número do Livro Registro de Entrada em que foi escr iturada a Nota Fiscal
relativa ao bem;
Número da Folha do Livro Registro de entrada em que foi escriturada a Nota
Fiscal;
Data da entrada do bem no estabelecimento do contri buinte;
Valor do ICMS relativo a aquisição, acrescido, quan do for o caso, do ICMS
correspondente ao serviço de transporte e ao difere ncial de alíquotas,
vinculados a aquisição do bem.
O crédito a ser apropriado, será obtido multiplican do-se o valor do imposto
pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) d a relação entre o valor das
operações de saída e prestações tributadas e o tota l das operações e
prestações no período.
3.5 – Transferência de Bens do Ativo Imobilizado
Remessas Interestaduais
Nas remessas interestaduais de bem do ativo imobili zado, ainda que para
outro estabelecimento do mesmo titular, é devido o ICMS ao Estado do Rio de
Janeiro, aplicando-se a alíquota interestadual, cas o o destinatário seja
contribuinte do imposto.
24
No caso de transferência interestadual de bens inte grantes do ativo
imobilizado, ainda que o imposto não seja exigido p ela unidade da Federação
de origem, será devido o diferencial de alíquota ao Estado do Rio de Janeiro,
nos termos do disposto no inciso VI, do artigo 3°, da Lei n° 2.657/1996, estando
a base de cálculo correspondente prevista no inciso VI, do artigo 4°.
O direito ao crédito do ICMS relativo à entrada de bem destinado ao ativo fixo,
de acordo com o artigo 33, da Lei nº 2.657/1996, é condicionado a que o bem
esteja relacionado à atividade fim do estabelecimen to e o ICMS esteja
corretamente destacado no documento fiscal referent e à entrada do bem no
estabelecimento. A apropriação do crédito, inclusiv e em relação ao diferencial
de alíquota pago, de acordo com o estabelecido no § 7°, do referido dispositivo
legal, será feita à razão de 1/48 (um quarenta e oi to avos) por mês, devendo a
primeira fração ser apropriada no mês em que ocorre r a entrada no
estabelecimento, devendo ser observadas as demais d isposições ali
estabelecidas.
Operações Internas
O Convênio ICMS 70/1990, isenta do ICMS, nas saídas internas, as operações
entre estabelecimentos de uma mesma empresa, de ben s integrados ao ativo
imobilizado e produtos que tenham sido adquiridos d e terceiros e não sejam
utilizados para comercialização ou para integrar um novo produto, ou, ainda,
consumidos no respectivo processo de industrializaç ão.
ICMS - RJ - Aquisição de bens destinados ao ativo p ermanente - Diferencial de
alíquotas
Os produtos e mercadorias que passam a integrar o a tivo imobilizado da
empresa são excluídos do processo de circulação eco nômica.
Assim, tornam-se bens permanentes, ao invés de bens circuláveis, à luz da
legislação do ICMS. Essa situação gera efeitos de n atureza fiscal e contábil,
não só em relação ao imposto de renda da pessoa jur ídica e à contribuição
25
social sobre o lucro líquido, como também na esfera do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Vale lembrar que enquanto permanecem no ativo imobi lizado, os bens deixam
de serem tributados pelo ICMS. Se, os bens forem tr ansferidos do
estabelecimento, poderá haver incidência do ICMS, s e ingressarem novamente
no ciclo de circulação econômica.
A incidência do ICMS está diretamente relacionada à circulação econômica do
bem ou da mercadoria, assim, não havendo circulação não pode ocorrer a
incidência do imposto estadual por falta de element o essencial que corrobore
a própria dinâmica do tributo.
O antigo ICM, que incidia apenas sobre a circulação de mercadorias, não se
estendendo à circulação de serviços (Convênio ICM n º 66/88), os Estados e o
Distrito Federal vêm equiparando os bens do ativo i mobilizado a mercadorias,
a fim de justificar a cobrança do imposto.
As saídas de bens para o ativo imobilizado continua ram a ser tributadas pelo
ICMS, criando uma situação injusta, porque, apesar de tributadas, tais
operações não geravam créditos a serem compensados na escrita fiscal do
contribuinte. Essa situação foi corrigida, definiti vamente, pela Lei
Complementar nº 87/96, que autorizou a possibilidad e de crédito integral do
ICMS pago nas operações anteriores em relação aos b ens destinados ao ativo
imobilizado (art. 20, LC nº 87/1996), benefício que foi postergado ao
contribuinte a partir de 01/01/2011, com o advento da Lei Complementar nº
122/2006, que deu nova redação ao art. 33 da LC nº 87/1996.
Assim, como os bens do ativo imobilizado sujeitam-s e à depreciação, a Lei
Complementar 102/2002, estabeleceu que a apropriaçã o do crédito fiscal do
ICMS seria efetuada parceladamente, à razão de 1/48 por mês. A apropriação
parcelada do crédito fiscal do ICMS seria uma forma de compensar os efeitos
gerados pela depreciação.
26
Estados como Minas Gerais e São Paulo não efetuam a cobrança do ICMS
sobre as operações com bens do ativo imobilizado, e nquanto que outros,
como o Estado do Rio de Janeiro, exigem o imposto n ão só nas vendas, como
também nas transferências de bens do ativo imobiliz ado entre
estabelecimentos da mesma empresa, independentement e de decisões
contrárias à mencionada exigência do próprio Consel ho de Contribuintes.
Tal diferença de tratamento pelas legislações estad uais tem causado situações
contraditórias.
Exemplificando:
Se um contribuinte localizado no Rio de Janeiro efe tuar a remessa de
determinado bem do ativo imobilizado, para outro es tabelecimento localizado
em São Paulo, a operação ocorrerá com incidência do ICMS com base na
alíquota interestadual, porém o Estado destinatário ficará privado do
recolhimento do diferencial de alíquota, porque em território paulista a
operação não possui a tributação amparada pela legi slação do ICMS.
Entretanto, se o bem do ativo imobilizado for remet ido de estabelecimento
localizado em São Paulo para estabelecimento locali zado no Estado do Rio de
Janeiro, a operação não será tributada na saída. As sim, o estado destinatário
exigirá o recolhimento do diferencial de alíquota, porque a operação em
território fluminense é tributada pelo ICMS.
Cabe registrar que, no caso de vendas de bens do at ivo imobilizado entre
empresas do mesmo grupo, é de boa técnica que o val or da operação deverá
ser fixado com base em laudo específico (o que se r ecomenda), que tomará
como critério o valor de mercado e o valor do bem e m função dos bens do
ativo imobilizado, a fim de que a fiscalização não interprete a operação
inclusive como distribuição disfarçada de lucros, p ara efeitos da legislação
fiscal do imposto de renda (artigos 464 e 465, do R IR/1999).
27
Há incidência do diferencial de alíquotas na transf erencia entre
estabelecimentos da mesma empresa.
Assim, de acordo com o art. 3º, inciso VI da Lei nº 2.657/96 e art. 3º, inciso VI,
Livro I do Regulamento do ICMS-RJ (Decreto nº 27.42 7/2000), ocorre o fato
gerador do imposto na entrada no estabelecimento do contribuinte de
mercadoria proveniente de outra unidade da federaçã o, destinada a consumo
ou ativo permanente.
A base de cálculo está definida no art. 4º, inciso VI da Lei nº 2.657/1996 e no
art. 4º, VI do livro I do RICMS/RJ, que será o valo r da operação de que decorrer
a entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar re sultante da aplicação,
sobre o base de cálculo do percentual equivalente a diferença entre a alíquota
interna e a interestadual.
Registre-se que embora a operação interestadual na remessa venha
acobertada com beneficio do ICMS (não incidência, i senção, redução na base
de cálculo, conforme o caso), o Estado do Rio de Ja neiro entende que o
diferencial é devido de igual forma, exceto se o be neficio tenha sua origem em
convênios ou protocolos firmados entre os estados, através do
reconhecimento pelo CONFAZ.
3.6 – Transferência de Mercadorias
Conforme estabelece o art. 12 da Lei Complementar n º 87, de 13/09/1996, a
saída de mercadoria de estabelecimento de contribui nte, ainda que para outro
estabelecimento do mesmo titular, constitui fato ge rador do ICMS.
A legislação do ICMS, em especial após o advento da Lei Complementar acima
citada, quando trata da tributação das operações, d iz que esta se dá quando
forem relativas à circulação de mercadorias (art. 2 º, inciso I, daquela LC),
entendida esta circulação como a movimentação da me rcadoria do ponto de
vista econômico.
28
Por outro lado, a mesma LC 87/96, em seu artigo 11, traz a definição de
estabelecimento, estabelece a autonomia destes e de fine o local da operação
para efeitos de cobrança e responsabilidade sobre o ICMS devido.
Legalmente estabelecida, então, a autonomia dos est abelecimentos, para os
fins de cobrança do ICMS, e havendo a circulação ec onômica da mercadoria,
restará ocorrida, efetivamente, a hipótese de incid ência tributária, ou seja, o
fato gerador do imposto.
4 – Benefícios Fiscais
4.1 – Aplicabilidade dos Benefícios Fiscais
Embasamento Legal:
A Constituição Federal (art. 155, §2º, XII, “g”) es tabelece que cabe à lei
complementar regular a forma como, mediante a delib eração dos Estados e do
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais referentes ao ICMS
serão concedidos e revogados.
• A Lei Complementar nº 24/1975, que foi plenamente r ecepcionada pela
Constituição Federal, estabelece que os convênios c elebrados entre Estados e
Distrito Federal são os instrumentos legais capazes de conceder e revogar
isenções, incentivos ou favores fiscais ou financei ro-fiscais referentes ao
ICMS.
Os convênios deverão ser firmados e passarão a vigo rar com base no disposto
na Lei Complementar nº 24/1975.
A divisão de ICMS tem relação direta com a própria federação.
O funcionamento do sistema depende das alíquotas co rretas serem aplicadas.
Quando um Estado dá um benefício sem anuência dos d emais, quebra-se o
sistema. É a guerra fiscal .
29
Por isso, os incentivos em matéria de ICMS têm que ser regulados de forma a
preservar a unidade do sistema, o que é (deveria se r) conseguido por meio dos
convênios.
Natureza dos Convênios: Podem ser IMPOSITIVOS ou AUTORIZATIVOS.
A Lei Complementar nada diz se o Convênio pode ser impositivo ou
autorizativo. É na sua leitura que iremos perceber se ele é impositivo ou
autorizativo.
Na prática, os Estados classificam dessa forma:
Impositivos: Os de natureza impositiva são de adoção obrigatória por todas as
Unidades da Federação;
Autorizativos: Os de natureza autorizativa são de aplicação facult ativa pelos
entes federados e se adotado é necessário a publica ção de um ato estadual
para incorporação na legislação do Estado.
4.2 – Não Incidência
É uma situação não atingida pelo imposto, ou por fo rça de disposição
constitucional – imunidade (venda de energia elétri ca para os agentes de
distribuição e comercialização nas operações intere staduais, a Constituição
declara imunidade e não-incidência ) ou por não configurar uma operação ou
prestação tributável – não-incidência pura (aluguel de uma máquina; ou
realização de um serviço de transporte intramunicip al). Hipótese não prevista
em lei – fica fora do campo de incidência tributári a, ou seja, é a não ocorrência
de fato gerador.
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
A não-incidência do imposto pode ser (art. 47):
� de direito; e
� de fato.
30
De direito, são aquelas previstas no artigo 47 do L ivro I do RICMS/RJ – Decreto
nº 27.427/2000.
Exemplos:
operação e prestação que destine ao exterior mercad oria ou serviço;
operação que destine a outro Estado ou ao Distrito Federal energia elétrica e
petróleo, inclusive lubrificante e combustível líqu ido e gasoso dele derivados,
quando destinados à industrialização ou à comercial ização;
A não-incidência de "fato" se conclui a "contrariu sensu", a partir da hipótese
de incidência do imposto.
Exemplo: a remessa de lixo para despejo em aterro p úblico ou a remessa para
outro estabelecimento de um cão de guarda utilizado na vigilância da empresa.
Uma categoria de não-incidência é a imunidade tribu tária, a qual consiste em
exclusão constitucional ao poder de tributar.
4.3 – Isenção
A isenção é a dispensa do pagamento do tributo, est abelecida por lei, ou, no
caso específico do ICMS, através de convênio firmad o pelos Estados da
Federação e pelo Distrito Federal conforme a CF de 88, art. 155, § 2º, XII, “g”. A
norma geral prevê que, numa determinada situação em que o imposto seria
normalmente devido, o contribuinte fica exonerado d e seu pagamento, não
podendo haver cobrança.
Prevê o dispositivo constitucional que a isenção ou a não-incidência não
propiciará crédito do ICMS para o adquirente da mer cadoria ou usuário do
serviço, conforme o caso.
O contribuinte que está realizando a operação ou pr estação isenta ou não
sujeita ao imposto – obrigará ao estorno do pertinente crédito que já te nha
31
sido aproveitado. Assim, impõe anulação do crédito relativo às operações
anteriores.
Vale lembrar que, referenciado preceito constitucio nal, quando diz salvo
determinação em contrário, admite que a legislação possa dispor de forma
contrária, ou seja, estabelecer que, a despeito da isenção ou da não-
incidência, o contribuinte poderá utilizar crédito de ICMS; ou, se é ele o
realizador da operação ou prestação isenta ou não-s ujeita ao imposto, poderá
ser dispensado do estorno do respectivo crédito, po r acaso apropriado. E, há
situações em que a legislação assim dispõe, como no caso de venda, para o
exterior do país (exportação), de produtos industri alizados, em que, embora
não sujeita ao ICMS à operação, o contribuinte (fab ricante exportador) é
dispensado da anulação dos créditos pelas compras d as matérias-primas
correlatas.
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
ISENÇÃO
É uma situação devidamente estabelecida em lei, que dispensa o pagamento
do tributo.
Nos termos do art. 48, parágrafo único, do Livro I, do RICMS-RJ - Decreto nº
27.427/2000, os benefícios fiscais de isenção, redu ção de base de cálculo,
crédito presumido, bem como quaisquer outros incent ivos e favores fiscais
serão concedidos ou revogados nos termos dos convên ios celebrados e do
Poder Executivo, conforme disposto na Lei Complemen tar nº 24/1975.
Observado o art. 49, parágrafo único, do Livro I, d o RICMS-RJ, quando a
isenção depender de condição, não sendo esta satisf eita, o imposto será
considerado devido no momento em que ocorreu a oper ação ou a prestação e
será cobrado pelo seu valor monetariamente corrigid o, com os acréscimos
cabíveis.
A outorga de isenção não importa em dispensa do cum primento de obrigação
acessória dependente da obrigação principal, bem co mo a isenção de caráter
32
subjetivo só exclui o crédito tributário quando o s eu titular estiver na situação
de contribuinte, de acordo com o disposto nos arts. 50 e 51 do Livro I do
RICMS-RJ – Decreto nº 27.427/2000.
No Rio de Janeiro os benefícios fiscais concedidos pelo Estado estão
relacionados no Manual de Benefícios Fiscais instit uído pelo Decreto nº
27.815/2001.
4.4 – Suspensão
Adiamento do pagamento do imposto sendo que esse pa gamento será feito
futuramente pelo próprio contribuinte.
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
SUSPENSÃO
É o adiamento temporário da exigência de pagamento do tributo, mesmo
ocorrendo o seu fato gerador, mediante o cumpriment o de certas condições
estabelecidas em lei.
Caso essas condições não sejam integralmente cumpri das, caberá ao
contribuinte beneficiado recolher o imposto dispens ado à época.
No Estado do Rio de Janeiro as hipóteses de Suspens ão estão previstas no
artigo 52 do livro I do RICMS/RJ – Decreto nº 27.42 7/2000.
Exemplo: Industrialização, conserto, reparo, demons tração.
4.5 – Diferimento
Postergação do pagamento do imposto, sendo que esse pagamento será feito
futuramente por outro contribuinte.
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
33
DIFERIMENTO
Diferimento é a postergação temporária do pagamento do imposto para uma
etapa posterior de operação ou prestação, desde que cumpridos todos os
requisitos legais.
Exemplo: Operação de sucata em operação interna – L ivro XII do RICMS/RJ.
5 – Responsáveis Tributários pelo recolhimento do I CMS
Ocorrido o fato gerador, surge a obrigação tributár ia principal recaindo sobre
determinada pessoa o dever de satisfazê-la. Então, essa pessoa, física ou
jurídica (definida na lei), de quem o Estado exige a prestação tributária, chama-
se sujeito passivo da obrigação principal.
O Código Tributário Nacional distingue, de modo exp lícito, duas espécies de
sujeito passivo: contribuinte e responsável, em seu art. 121, parágrafo único.
O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e di reta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição d e contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei.
A LC 87/96 trata da responsabilidade pelo pagamento do ICMS nos arts. 5º e 6º:
Art. 5º - Lei poderá atribuir a terceiros a respons abilidade pelo pagamento do
imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou r esponsável, quando os
atos ou omissões daqueles concorrerem para o não re colhimento do tributo.
Art. 6º - Lei estadual poderá atribuir a contribuin te do imposto ou a depositário
a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagam ento, hipótese em que
assumirá a condição de substituto tributário. (Reda ção da LC 114/02)
34
§ 1º - A responsabilidade poderá ser atribuída em r elação ao imposto incidente
sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam an tecedentes,
concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor d ecorrente da diferença
entre alíquotas interna e interestadual nas operaçõ es e prestações que
destinem bens e serviços a consumidor final localiz ado em outro Estado, que
seja contribuinte do imposto.
5.1 – Contribuintes do ICMS
Art.4º da LC 87/1996
Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de
circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ai nda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior.
É também contribuinte a pessoa física ou jurídica q ue, mesmo sem
habitualidade:
I – importe mercadorias do exterior, ainda que as d estine a consumo ou ao
ativo permanente do estabelecimento;
II – seja destinatária de serviço prestado no exter ior ou cuja prestação se tenha
iniciado no exterior,
III – adquira em licitação de mercadorias apreendid as ou abandonadas;
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de
petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estad o, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização.
35
5.2 – Contribuintes do ICMS Substituto
O sujeito passivo, diverso do contribuinte, a quem a lei atribui o dever de
recolher o imposto relativo às operações subseqüent es àquela por ele
praticada, denomina-se Substituto Tributário.
5.3 – Contribuintes do ICMS Substituído
Contribuinte Substituído é aquele que promove a ope ração de circulação de
mercadorias cujo recolhimento a legislação atribuiu ao substituto.
No recebimento de mercadorias ou na utilização de s erviços sujeitos à
substituição tributária, o estabelecimento recebedo r fica solidariamente
responsável pelo imposto devido nas operações e pre stações seguintes.
O substituído é responsável pelo recolhimento do im posto devido nas
operações subseqüentes, quando recebe mercadoria de outra unidade da
Federação, sujeita ao regime de substituição tribut ária, na hipótese do
remetente não estar obrigado à retenção do imposto. É o caso, por exemplo,
de mercadoria recebida de Estado não signatário de convênio ou protocolo.
6 – Base de Cálculo e Alíquotas aplicáveis as Opera ções
6.1 – Base de Cálculo do ICMS
Na hipótese do ICMS, a base de cálculo é o valor da operação tributada, em
cada caso identificado e avaliado, inicialmente pel o contribuinte e, em fase
posterior, pelo fisco, por tratar-se de imposto cuj o lançamento é por
homologação.
Conforme o art. 13 da LC 87/96, a base de cálculo d o imposto é:
Nas prestações de serviço de transporte interestadu al e intermunicipal e de
comunicação
Corresponde ao valor do preço do serviço conforme p revisão legal da (LC
87/96, art. 13, III)
36
6.2 – Alíquotas Aplicável às Operações Internas e I nterestaduais
Os Estados e o Distrito Federal têm plena liberdade para a fixação das
alíquotas do ICMS referentes às chamadas operações internas, ou seja,
aquelas em que o vendedor e o comprador, o remetent e e o destinatário da
mercadoria, o prestador e o usuário do serviço, sej am estabelecidos dentro do
território estadual. Porém, quanto às alíquotas apl icáveis nas operações ou
prestações de caráter interestadual (venda de merca doria para comprador
estabelecido em outro Estado, prestação de serviço de transporte que
ultrapasse a fronteira estadual) e as de exportação , as alíquotas do ICMS são
estabelecidas por Resolução do Senado Federal, prop osta pelo Presidente da
República ou por 1/3 dos Senadores e aprovada pela maioria absoluta dos
membros do Senado Federal.
Nesse sentido, vigora hoje a Resolução nº 22, de 19 89, cujo art. 1º assim
dispõe:
Art. 1º. A alíquota do Imposto sobre Operações Rela tivas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transp orte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação, nas operações inte restaduais, será de doze
por cento.
Parágrafo único. Nas operações e prestações realiza das nas Regiões Sul e
Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Ce ntro-Oeste e ao Estado
do Espírito Santo, as alíquotas serão:
I - em 1989, oito por cento;
II - a partir de 1990, sete por cento.”
A Constituição estabelece regra específica com resp eito à alíquota do ICMS,
tendo em vista as operações e prestações interestad uais em que o destinatário
da mercadoria, ou o usuário do serviço, seja consum idor final, sendo que:
a) se o destinatário ou usuário for contribuinte do imposto (isto é, um
comerciante, um industrial, um transportador, uma e mpresa de energia elétrica
37
etc.), a alíquota aplicável à operação ou prestação considerada será a relativa
às operações interestaduais (12% ou 7%); e
b) se o destinatário da mercadoria ou usuário do se rviço não for contribuinte
do imposto, a alíquota aplicável será a referente à s operações internas, em
vigor no Estado de origem da operação ou prestação.
Na situação em que o adquirente ou usuário, na cond ição de consumidor final
da mercadoria adquirida ou do serviço contratado, é também contribuinte do
imposto, a operação/prestação interestadual é grava da com o imposto
calculado à alíquota menor, mas fica ele sujeito ao pagamento, ao Estado de
sua localização, de ICMS calculado exatamente pela diferença entre a alíquota
interestadual que tiver sido aplicada e a alíquota vigente no seu Estado para as
operações internas, conforme determina o inciso VII I, acima transcrito. É o
chamado "diferencial de alíquota": o imposto que in cidiu a menor na operação
ou prestação interestadual, em favor do Estado de o rigem da operação ou
prestação, será pago pelo adquirente ou usuário, ao Estado de destino.
Alíquota é o percentual, definido em lei, que se ap lica sobre a base de cálculo,
para obtenção da importância do imposto a ser pago. Como já visto, o Senado
Federal fixa as alíquotas para as operações/prestaç ões interestaduais e de
exportação (7% ou 12%). Relativamente às demais, ca da Estado define as
alíquotas aplicáveis, que variam, em regra, de 7% a 35%.
7 – Aprorição de Créditos de ICMS
É a compensação do ICMS pago nas aquisições com o q ue for devido nas
saídas, desde que estas sejam tributadas. (Art. 155 , Inciso II, § 2.º, I e II da
CF/88)
Quando a empresa adquire insumos de produção ou ati vos, paga aos seus
fornecedores o ICMS, que é destacado nas Notas Fisc ais de aquisição.
No momento da venda de mercadorias, a empresa faz o destaque do ICMS nas
Notas Fiscais emitidas. O valor desse imposto não é totalmente recolhido ao
38
Estado, já que há necessidade de se abater o ICMS p ago anteriormente aos
fornecedores, quando da aquisição dos insumos e ati vos.
Esse abatimento é chamado de Crédito do ICMS.
7.1 – Legalidade do aproveitamento
A Constituição Federal de 1988, no inciso II do art igo 155, atribuiu competência
aos Estados e ao Distrito Federal para instituírem o imposto sobre circulação
de mercadorias e prestação de serviços (ICMS).
O ICMS é um tributo indireto, eis que o contribuint e de direito recolhe o tributo,
mas transfere o ônus financeiro para o contribuinte de fato, com diversas
peculiaridades e norteado por diferentes princípios , dentre os quais se destaca
o da não-cumulatividade.
O princípio da não-cumulatividade constitui uma lim itação ao poder de tributar
e, portanto, uma garantia do contribuinte que deve ser observada pelos entes
federados competentes.
A não-cumulatividade é um princípio e uma técnica d e desoneração da cadeia
produtiva ou da cadeia de consumo, que se encontra disciplinada no artigo
155, parágrafo 2º, inciso I da Constituição Federal de 1988.
Essa técnica implica a compensação entre créditos a purados tendo-se em
vista o ICMS devido na operação ou prestação anteri or, e débitos, apurados
tendo-se em consideração o imposto devido na operaç ão ou prestação atual.
Esse sistema de abatimento evita a superposição de incidências de ICMS.
Assim, num determinado período de apuração, se os d ébitos forem superiores
aos créditos haverá ICMS a recolher. Porém, se os c réditos forem maiores que
os débitos não há imposto a recolher e os créditos deverão ser aproveitados
nas operações ou prestações seguintes.
39
O ICMS é um tributo não-cumulativo, porque em cada operação é assegurado
ao contribuinte um crédito correspondente aos monta ntes cobrados nas
operações anteriores.
Cumpre salientar que, consoante o artigo 155, parág rafo 2º, inciso II, da Carta
Suprema, as referidas limitações só podem ser afast adas se houver legislação
expressa em sentido contrário.
Recurso Extraordinário n.º 174.478-2/SP.
O citado recurso extraordinário julgado pelo Suprem o Tribunal Federal no dia
17 de março de 2005, oportunidade em que se modific ou o posicionamento
daquela Corte referente ao direito a crédito no ICM S e suas limitações
constitucionais.
A Corte Suprema, antes do Recurso Extraordinário em tela, entendia que a
redução da base de cálculo não se enquadrava nas hi póteses constitucionais
de limitação ao direito a crédito, quais sejam isen ção e não-incidência. Assim,
o contribuinte, ainda que tributado com a base de c álculo reduzida, teria a
totalidade dos créditos para compensar com o valor de ICMS devido na
operação atual.
Dessa forma, o Tribunal Superior proferiu diversas decisões afastando a
obrigatoriedade do contribuinte de estornar os créd itos do ICMS referentes às
operações anteriores, quando as operações posterior es ocorressem com
redução da base de cálculo do imposto.
Ocorre que no julgamento do recurso extraordinário supramencionado,
relatado pelo Ministro Marco Aurélio, o Plenário do Supremo Tribunal Federal
firmou entendimento no sentido de que a redução da base de cálculo do
imposto corresponde a uma isenção parcial, espécie do gênero isenção e,
portanto, deve conduzir a um estorno proporcional d o crédito por parte do
contribuinte.
40
Em outras palavras, a redução da base de cálculo co ncedida pelo Fisco
equivaleria a uma espécie de isenção impedindo, ass im, a totalidade do crédito
de ICMS em benefício do contribuinte.
A Suprema Corte sustentou que não ofende o princípi o da não-cumulatividade
a exigência de devolução proporcional de crédito do aludido imposto estadual
relativo à operação anterior do ciclo produtivo que , posteriormente, têm a
operação posterior tributada com redução da base de cálculo.
Desse modo, no que se refere à redução da base de c álculo, também
denominada de isenção parcial pelo Supremo Tribunal Federal, o
entendimento que tem prevalecido é o de que o crédi to de ICMS nessas
hipóteses deve ser proporcional ao débito, o qual f oi apurado tendo em vista a
redução da base de cálculo.
7.2 – Vedação do Aproveitamento
A Constituição Federal de 1988 apresenta limitações a esse direito a crédito no
ICMS ao determinar que a isenção ou não-incidência não enseja crédito para
compensação com o montante devido nas operações seg uintes e anula o
crédito relativo às operações anteriores.
Dessa forma, as restrições constitucionais ao direi to ao crédito no ICMS
aparecem nos casos de não-incidência ou isenção do imposto em quaisquer
das operações: antecedente ou de saída.
Partindo da premissa de que somente a isenção ou a não-incidência não
conferem direito ao crédito de ICMS, é importante v erificar o tratamento dado
aos créditos do imposto nos casos de tributação de produtos com a base de
cálculo reduzida.
8 – Operações com Demonstração de Mercadorias
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
41
Gozam de suspensão do ICMS as saídas e o respectivo retorno de mercadorias
destinadas para fim de demonstração, quando o desti natário estiver localizado
neste Estado e revestir a qualidade de contribuinte do imposto, excluídas a
saída de mostruário e a remessa para estabeleciment o do mesmo titular ou de
terceiro.
Art. 52, inciso II e § 2º, do Livro I, do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto nº
27.427/00.
Deverão ser observados para a legítima utilização d o benefício da suspensão
os requisitos cumulativos a seguir discriminados:
a) a saída e o respectivo retorno de mercadorias de vem ocorrer no âmbito do
Estado, ou seja, no território do Estado do Rio de Janeiro e para contribuintes
do imposto.
b) para se gozar do benefício da suspensão, os bens saídos em demonstração
devem retornar ao estabelecimento remetente dentro do prazo de 60 dias,
prorrogável por até igual período, a critério da re partição fiscal.
A remessa de bens, será acobertada com a emissão da Nota Fiscal, modelo 1
ou 1-A ou Eletrônica, com o Código Fiscal, cuja nat ureza da operação será
"Outras saídas – Demonstração.
Nas operações de remessa e entrada de mercadorias o u bens para
demonstração, bem como nas remessas em devolução e retorno dessas
operações, os seguintes Códigos Fiscais de Operaçõe s (CFOPs) serão
utilizados:
a) Saídas ou remessas de mercadorias ou bens para d emonstração:
operação interna: 5.912
operação interestadual: 6.912
b) Entradas de mercadorias ou bens recebidos para d emonstração:
42
� operação interna: 1.912
� operação interestadual: 2.912 c) Remessas em devolução de mercadorias ou bens rec ebidos para demonstração: � operação interna: 5.913
� operação interestadual: 6.913 d) Entradas em retorno de mercadorias ou bens remet idos para demonstração:
� operação interna: 1.913
� operação interestadual 2.913
A nota fiscal de remessa para demonstração será esc riturada no livro Registro
de Saídas, modelo 2 ou 2-A, conforme o caso, nas co lunas "ICMS - Valores
fiscais - Operações sem débito do imposto - Outras" e "IPI, em sendo o caso, -
Valores fiscais - Operações com débito do imposto".
8.1 – Remessa para Contribuinte do ICMS
Considera-se demonstração a operação pela qual o co ntribuinte remete
mercadorias a terceiros, em quantidade necessária p ara se conhecer o
produto, desde que retornem ao estabelecimento de o rigem em 60 dias.
Na saída de mercadoria destinada a demonstração, o contribuinte deverá
emitir nota fiscal que conterá, além dos demais req uisitos, as seguintes
indicações:
I - no campo natureza da operação: Remessa para Dem onstração;
II - no campo do CFOP: o código 5.912 ou 6.912, con forme o caso;
III - do valor do ICMS, quando devido;
IV - no campo Informações Complementares: Mercadori a remetida para
demonstração
43
O trânsito de mercadoria destinada a demonstração, em todo o território
nacional, deverá ser efetuado com a nota fiscal des de que a mercadoria
retorne no prazo previsto.
8.2 – Remessa para Não-Contribuinte do ICMS
Na remessa para demonstração no Estado para não-con tribuinte, seja
particular, produtor, pessoa jurídica não-contribui nte do ICMS, será emitida
Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A ou Eletrônica com dest aque do ICMS.
8.3 – Retorno de Mercadorias de Contribuintes do IC MS
O retorno de estabelecimento contribuinte de mercad orias, dentro do prazo
regulamentar de 30 dias do recebimento das mercador ias em demonstração,
será realizado com suspensão do imposto. Caso na no ta fiscal emitida pelo
remetente tenha sido lançado o IPI, deverá este ser mencionado no campo
"Informações Complementares" do citado documento.
8.4 – Retorno de Mercadorias de Não-Contribuinte do ICMS
Nessas situações, o estabelecimento remetente emiti rá nota fiscal relativa à
entrada, indicando como natureza da operação "Retor no de demonstração",
adotando os seguintes procedimentos:
a) emitir nota fiscal relativa à entrada, com indic ação dos dados do documento
original (número, data e valor), o qual servirá par a acobertar o transporte da
mercadoria em seu retorno e respectivo lançamento n o livro Registro de
Entradas;
b) descrever no documento de Entrada os dados parti culares de quem fizer a
devolução (identidade);
c) fazer o lançamento no livro Registro de Entradas , nas colunas "ICMS -
Valores fiscais - Operações com crédito do imposto" .
44
8.5 – Perda do Prazo Suspensivo – Providências do R emetente
O remetente deverá tomar certas providências quando da perda do prazo de 60
dias sem a devida solicitação da prorrogação.
Como conseqüência, as mercadorias não tendo retorna do ao estabelecimento,
tornar-se-á devido o ICMS, retroagindo seus efeitos na data da respectiva
saída da mercadoria, corrigido monetariamente e com os acréscimos cabíveis.
Na hipótese, o procedimento deverá obedecer ao esta belecido no art. 168, § 3º,
do Livro VI, do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto nº 27.427/00, a seguir
transcrito:
a) emitir nota fiscal com destaque do ICMS, mencion ando no campo
"Informações Complementares", a seguinte expressão:
" A presente nota fiscal foi emitida para lançament o do imposto, nos termos do
art. 54 do Livro I do RICMS-RJ, Decreto nº 27.427/0 0. Refere-se à nota fiscal nº
.............., de ..../..../...... (citar a nota e mitida anteriormente por ocasião da saída
das mercadorias para demonstração);
b) remeter a 1ª e a 3ª vias da supracitada nota par a o destinatário das
mercadorias;
c) lançar a nota fiscal referida na letra "a" no ca mpo de "observações" do livro
Registro de Saídas, na mesma linha que corresponder à escrituração da nota
fiscal de remessa original, com especificação das p arcelas correspondentes a
imposto, mora e atualização monetária, e que serão lançados no quadro
"Débitos do Imposto", item 002 - "Outros débitos", do RAICMS.
Se o destinatário não estiver obrigado a emitir doc umento fiscal, o
estabelecimento que receber a mercadoria em retorno deve emitir nota fiscal
para documentar a entrada, nos termos dispostos nos arts. 34 e 35 do
RICMS/00-RJ. (art. 168, § 2, do Livro VI, do RICMS/ 00-RJ)
45
9 – Operações com Devolução de Mercadorias
9.1 – Procedimentos de Recebimento de Mercadorias
Procedimento Fiscal – uso de carimbo no recebimento de Notas Fiscais
Importante lembrar que a utilização do carimbo de r ecebimento de
mercadorias deve ser aplicado tão logo receba a mer cadoria através da Nota
Fiscal Eletrônica. A data colocada é primordial par a fins fiscais,
principalmente, se for necessário a devolução parci al ou total.
Verificar se todos os campos da Nota Fiscal Eletrôn ica estão de acordo e se está de conformidade com o que foi solicitado.
Observar se a aquisição é destinada para aplicação no Ativo Imobilizado ou
para Uso e Consumo ambos com guarda no Almoxarifado
9.2 – Procedimentos de Devolução de Mercadorias
Roteiro Fiscal – Regra
O processo de recebimento de mercadorias devolvidas é muito problemático
em função de incorreções feitas nas notas fiscais d e devolução de compras
emitidas pelos clientes. Registre-se que na maioria dos casos, não existe o
cuidado de se mencionar nas notas fiscais o correto valor dos bens e
consequentemente os tributos atrelados aos mesmos. Esta falta de atenção ou
cuidado ocasiona por parte do destinatário o atraso no processo de
escrituração das notas fiscais no livro Registro de Entrada de Mercadorias e a
tomada indevida de créditos de impostos quando for o caso. Quanto ao
remetente ou fornecedor, ocasiona o estorno indevid o dos créditos dos
impostos e erro na emissão das notas fiscais.
Os fatos mencionados acima terão como consequências infrações tributárias
originando lavratura de auto de infração por parte das Secretarias de Fazenda
Estaduais (ICMS e ICMS-ST) e Receita Federal (IPI, PIS e COFINS).
46
Cabe destacar que os Regulamentos do IPI e ICMS-RJ não fixam prazos para
as devoluções, tanto nas que se referem às promovid as por particulares (não
obrigados a emissão de documentos fiscais) como às realizadas por
contribuintes inscritos regularmentes, isto é, pelo estabelecimento que está
recebendo o produto em devolução.
Os contribuintes de ICMS e IPI que receberem produt os em devolução deverá
atentar para os aspectos tributários quanto ao apro veitamento dos créditos
dos impostos.
10 – Operação com Doação de Mercadorias
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
As saídas de mercadorias realizadas a título de doa ção são tributadas
normalmente pelo ICMS, com exceção de algumas hipót eses isentas do
imposto.
10.1 – Hipóteses de Isenção
São isentas da tributação do ICMS, as seguintes saí das por doação:
DOAÇÃO A ENTIDADE GOVERNAMENTAL
As doações às entidades governamentais, para assist ência às vítimas de
calamidade pública, assim declarada por ato express o da autoridade
competente, são isentas do ICMS.
O mesmo tratamento é extensivo às entidades assiste nciais reconhecidas de
utilidade pública que atendam aos requisitos do art . 14 do Código Tributário
Nacional – Lei Complementar nº 5.172/66.
O benefício é extensivo às prestações de serviços d e transporte das
mercadorias em pauta, não sendo exigido o estorno d o crédito nas entradas
das mercadorias ou dos respectivos insumos objeto d as saídas das
mercadorias em doação.
47
(Convênio ICM nº 26/1975, reconfirmado pelo convêni o ICMS nº 36/1990)
Prazo indeterminado – Convênio ICMS Nº 151/1994.
DOAÇÃO A ÓRGÃO E A ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
OU A ENTIDADES ASSISTENCIAIS, PARA DISTRIBUIÇÃO ÀS VÍTIMAS DA
SECA
As operações e prestações referentes às saídas de m ercadorias, em
decorrência de doação a órgãos e entidades da admin istração direta e indireta
da União, Estados e municípios ou às entidades assi stenciais reconhecidas
como de utilidade pública, para assistência às víti mas de situação de seca
nacionalmente reconhecida, na área de abrangência d a SUDENE, estão isentas
do ICMS até 31/12/2012.
Não será exigido o estorno do crédito fiscal de que trata a art. 21 da Lei
Complementar nº 87/1996.
(Convênio ICMS nº 57/1998, prorrogado através do co nvênio ICMS nº 01/2010)
DOAÇÃO À SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
O imposto sobre doações não será exigido, até 30/12 /2012, em operações
internas e interestaduais, feita por contribuintes à Secretaria de Estado de
Educação para distribuição, também por doação, à re de oficial de ensino,
dispensado o estorno do crédito.
(Convênio ICMS nº 72/1992, prorrogado através do co nvênio ICMS nº 01/2010)
DOAÇÃO DE MICROCOMPUTADOR USADO (SEMINOVO)
As saídas em doação de microcomputadores usados (se minovos) para escolas
públicas especiais e profissionalizantes, associaçõ es de portadores de
deficiência e comunidades carentes, efetuadas diret amente pelos fabricantes
ou suas filiais gozam da isenção do ICMS - Decreto nº 27.815/2001.
(Convênio ICMS nº 17/2000 – Prazo Indeterminado)
48
DOAÇÃO EFETUADA AO GOVERNO DO ESTADO PARA DISTRIBUI ÇÃO
GRATUITA À PESSOAS NECESSITADAS
São isentas do imposto ICMS as saídas decorrentes d e doações efetuadas ao
Governo do Estado para distribuição gratuita à pess oas necessitadas ou
vítimas de catástrofes, em decorrência de programa instituído para esse fim,
bem como, a prestação de serviços de transporte des sas mercadorias -
Decreto nº 27.815/2001.
Não se exigirá o estorno do crédito do imposto rela tivo aos serviços tomados
e às entradas de mercadorias para utilização como m atéria-prima ou material
secundário utilizados na fabricação ou embalagem do produto industrializado,
nem as mercadorias destinadas à comercialização. O imposto, caso diferido,
será dispensado do pagamento.
(Convênio ICMS nº 82/1995, prorrogado até 31/12/201 2 através do convênio
ICMS 01/2010)
11 – Operações de Remessa para Industrialização
Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ
As operações de remessa e retorno de industrializaç ão são consideradas
etapas intermediárias de industrialização, tendo em vista que o produto que é
remetido retorna ao estabelecimento de origem, aind a que simbolicamente,
para posterior saída em razão de comercialização ou outra industrialização
pelo autor da encomenda.
Caracteriza-se remessa para industrialização, quand o um estabelecimento,
considerada “autor da encomenda”, promove a saída d e insumos, real ou
simbolicamente, para um estabelecimento industrial, a fim de que este último
execute o processo de industrialização de seu produ to.
49
11.1 – Suspensão do ICMS e do IPI
As remessas efetuadas com a finalidade de industria lização podem ocorrer
com suspensão do ICMS, conforme previsto no art. 52 do Livro I do RICMS-RJ,
e do IPI, conforme previsto no art. 43, inciso, VI, do RIPI/2010, condicionadas a
retorno ao estabelecimento de origem, para que este , posteriormente,
comercialize ou industrialize as mercadorias.
11.2 – Prazo para Retorno ao Estabelecimento de Ori gem
A suspensão é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de
origem no prazo de 180 dias, contado da data da res pectiva saída, admitindo-
se excepcionalmente uma prorrogação de igual prazo, pela repartição fiscal, a
requerimento do interessado, e admitindo-se, excepc ionalmente, uma segunda
prorrogação de igual prazo, conforme determina o it em 2 do § 1º do art. 52 do
Livro I do RICMS-RJ.
11.3 – Exclusão do Benefício Fiscal
A suspensão do imposto não se aplica à saída do Est ado de sucata e produto
primário de origem animal ou vegetal, salvo se a re messa e o retorno se
fizerem nos termos de acordo entre o Estado do Rio de Janeiro e demais
Estados interessados (art. 52, §1°, “1”, do Livro I do RICMS-RJ).
CONDIÇÕES
Não se verificando a condição ou o requisito que le gitima a suspensão, ou
seja, se a mercadoria permanecer no estabelecimento do industrializador
(executor da encomenda) após o prazo de retorno men cionado acima, torna-se
exigível o imposto com base na data da respectiva s aída da mercadoria,
corrigido monetariamente, com os acréscimos cabívei s (art. 168, §§ 3° e 4°, do
Livro VI do RICMS-RJ).
Nesse caso, o contribuinte remetente original (auto r da encomenda) deverá:
50
a) emitir nota fiscal com destaque do imposto, menc ionando o fato no campo
“Informações Complementares” e remetendo a 1ª e a 3 ª vias ao
estabelecimento industrializador;
b) lançar a nota fiscal referida na letra “a”, na c oluna “Observações” do Livro
Registro de Saídas, na mesma linha que corresponder à escrituração da nota
fiscal de remessa original, especificando as parcel as correspondentes a
imposto, mora e atualização monetária, que serão la nçadas no quadro
“Débitos do Imposto”, item 002 - “Outros Débitos” d o RAICMS.
Conseqüentemente, o industrializador (executor da e ncomenda) poderá
creditar-se do imposto destacado na nota fiscal emi tida pelo remetente (autor
da encomenda), mediante lançamento no Livro RAICMS, a título de “Outros
Créditos”.
Cabe destacar que, nessa hipótese, em que houve o d escumprimento da
condição da suspensão, o industrializador, no retor no da mercadoria
industrializada, deverá emitir nota fiscal com dest aque do ICMS sobre o valor
total, que corresponderá ao valor das mercadorias r ecebidas e o valor do
material porventura aplicado na industrialização e o correspondente à mão de
obra.
11.4 – Remessa para Industrialização de Mercadoria destinada a
Uso, Consumo ou Imobilizado
A suspensão do ICMS prevista no art. 52 do RICMS-RJ será aplicada inclusive
nas operações em que a mercadoria for destinada a u so, consumo ou ativo
imobilizado do encomendante.
NOTA FISCAL DE REMESSA - EXEMPLO
A remessa dos insumos será acobertada por nota fisc al, modelo 1 ou 1-A, ou
Eletrônica, modelo 55 apondo-se os requisitos norma lmente exigidos, bem
como a fundamentação legal relativa à suspensão dos impostos.
11.5 – Retorno de Industrialização - aspectos relat ivos ao ICMS
51
No retorno de mercadoria recebida para industrializ ação, o industrializador
emitirá tão somente uma nota fiscal.
No documento fiscal deverá ser discriminado no camp o próprio do quadro
“Dados do Produto” o valor do material porventura a plicado na
industrialização, bem como o correspondente à mão d e obra. A soma dessas
duas parcelas equivalerá à base de cálculo do ICMS.
A mercadoria recebida para industrialização também será devolvida
acobertada por essa mesma nota fiscal, bastando que no seu corpo, no quadro
“Dados do Produto”, seja feita menção ao documento recebido (data, número
e série, se for o caso).
No campo de “Informações Complementares” deverá con star a indicação da
expressão “Saída com suspensão do ICMS - art. 52, i nciso I, §1°, “2” do Livro I,
do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto n°27.427/00”.
No campo “Natureza da Operação”, constará a seguint e expressão: “Retorno
de Industrialização”.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo do ICMS será o valor acrescido à industrialização, incluindo
mão de obra, insumos aplicados e despesas cobradas ao encomendante nas
saídas de seu estabelecimento em retorno ao do enco mendante (art. 4°, II, do
Livro I do RICMS-RJ).
ESCRITURAÇÃO FISCAL
Na escrituração de nota fiscal que contenha mais de um CFOP, o contribuinte
deve efetuar os lançamentos em tantas linhas quanto s forem os CFOPs, ou
seja, o valor referente a cada um dos códigos será escriturado
independentemente, acarretando um desdobramento do valor total constante
da nota fiscal, nos termos dos arts. 82, § 4° e 83, § 3°, do Livro VI do RICMS-RJ.
52
O estabelecimento industrial (executor da encomenda ) utilizará dois ou três
códigos fiscais, conforme o caso:
a) referente ao valor cobrado pela industrialização (5.124/6.124);
b) relativo à remessa simbólica dos insumos utiliza dos na industrialização por
encomenda (5.902/6.902); e
c) referente ao retorno das mercadorias recebidas p ara industrialização e não
aplicadas no referido processo (5.903/6.903).
Esses códigos serão registrados em linhas seguidas no Livro Registro de
Saídas, nas colunas sob o título de “Operações e Pr estações com Débito do
Imposto”, se o imposto for destacado, ou sob o títu lo de “Operações sem
Débito do Imposto” na coluna “Outras”, na hipótese de suspensão do imposto.
Quanto ao recebimento pelo autor da encomenda da me rcadoria
industrializada, a nota fiscal será lançada no Livr o Registro de Entradas tantas
vezes quantos forem os Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOPs)
de entradas, nas colunas sob o título de “Operações ou Prestações com
Crédito do Imposto”, na hipótese em que houver o de staque do imposto, ou
sob o título de “Operações ou Prestações sem Crédit o do Imposto - Outras”,
na hipótese de suspensão do imposto.
No retorno da industrialização, o autor da encomend a sempre utilizará dois ou
três códigos fiscais, conforme o caso:
a) referente ao valor cobrado pela industrialização (1.124/2.124);
b) relativo à remessa simbólica dos insumos utiliza dos na industrialização por
encomenda (1.902/2.902);
c) referente ao retorno das mercadorias recebidas p ara industrialização e não
aplicadas no referido processo (1.903/2.903).
53
12 – Operações com Venda à Ordem
Configura-se como “venda à ordem” aquela em que a e mpresa “A” vende
mercadoria para a empresa “B” e esta solicita que a entrega, por sua conta e
ordem, seja feita à empresa “C” (cliente da empresa “B”).
Na venda à ordem pode ser emitida nota fiscal para simples faturamento,
vedado o destaque do ICMS. Registre-se que é facult ativa a emissão dessa
nota fiscal, podendo o contribuinte, se assim lhe c onvier, emitir a nota fiscal
somente por ocasião da entrega efetiva da mercadori a.
12.1 – Escrituração Fiscal
Se for emitida a nota fiscal para simples faturamen to, a sua escrituração será
efetuada da seguinte forma:
a) pelo vendedor remetente (empresa “A”) escritura no Livro Registro de
Saídas, nas colunas sob os títulos “Documento Fisca l” e “Observações”,
inserindo-se nesta a seguinte expressão: “Simples F aturamento”;
b) pelo adquirente originário (empresa “B”) escritu ra no Livro Registro de
Entradas, nas colunas sob os títulos “Documento Fis cal” e “Observações”,
inserindo nesta a seguinte expressão: “Simples Fatu ramento”.
12.2 – Entrega da Mercadoria
Por ocasião da entrega global ou parcial da mercado ria a terceiros, deverão
ser observados os procedimentos descritos nos subit ens a seguir.
I) Vendedor remetente (empresa “A”)
O vendedor remetente deverá emitir nota fiscal:
a) em nome do destinatário (empresa “C”), para acom panhar o transporte da
mercadoria, sem destaque do valor do ICMS, na qual, além dos requisitos
exigidos, constarão como natureza da operação: “Rem essa por conta e ordem
54
de terceiros”, o número, a série e a data da nota f iscal emitida pelo adquirente
originário e o nome, o endereço e os números de Ins crição no CNPJ e
Inscrição Estadual, do seu emitente. Esse documento fiscal, que acoberta o
transporte da mercadoria, deverá ser escriturado no Livro Registro de Saídas,
nas colunas relativas a “Documento Fiscal e a “Obse rvações”, anotando-se
nesta, os dados da nota fiscal emitida para efeito de remessa simbólica,
conforme letra “b” seguinte;
b) em nome do adquirente originário (empresa “B”), com destaque do ICMS,
quando devido, na qual, além dos requisitos exigido s, constarão como
natureza da operação: “Remessa Simbólica - Venda à Ordem”, o número, a
série e a data da nota referida na letra “a” anteri or. Esse documento fiscal de
remessa simbólica deverá ser escriturado nas coluna s próprias do Livro
Registro de Saídas, inclusive naquela sob o título “ICMS - Valores Fiscais -
Operações com Débito do Imposto”.
Na coluna “Observações”, do Livro Registro de Saída s, será escriturado o
número e a série, se for o caso, da nota fiscal de simples faturamento.
II) Adquirente originário (empresa “B”)
O adquirente originário (empresa “B”) deverá:
a) emitir nota fiscal com destaque do ICMS, se devi do, em nome do
destinatário da mercadoria (empresa “C”), consignan do-se, além dos
requisitos exigidos, o nome, o endereço e os número s de inscrição no CNPJ e
Inscrição Estadual, do estabelecimento que promover a remessa da
mercadoria. Essa nota fiscal será escriturada nas c olunas próprias do Livro
Registro de Saídas, inclusive naquela sob o título “ICMS - Valores Fiscais -
Operações com Débito do Imposto”;
b) escriturar a nota fiscal de “Remessa Simbólica - Venda à Ordem” citada na
letra “b” do subitem 2.24.2, nas colunas próprias d o Livro Registro de
Entradas, inclusive na coluna sob o título “ICMS - Valores Fiscal - Operações
55
com Crédito do Imposto”. Serão lançados na coluna “ Observações” o número
e a série, se for o caso, da nota fiscal emitida pa ra simples faturamento.
III) Destinatário (empresa “C”)
Sendo o destinatário da mercadoria contribuinte do imposto, deverá:
a) escriturar, no Livro Registro de Entradas, a not a fiscal emitida pelo
vendedor remetente para acompanhar o transporte das mercadorias (letra “a”
do subitem 2.24.2), nas colunas relativas a “Docume nto Fiscal” e a
“Observações”, apondo-se nesta a expressão “Remessa por conta e ordem de
terceiros”;
b) escriturar, nas colunas próprias do Livro Regist ro de Entradas, inclusive
naquela sob o título “ICMS - Valores Fiscais - Oper ações com Crédito do
Imposto”, a nota fiscal emitida pelo adquirente ori ginário.
12.3 – Códigos Fiscais de Operações e Prestações
Os Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOPs ) utilizados nas
operações de venda à ordem são os relacionados a se guir:
SAÍDA
5.118/6.118 (Indústria)
Venda de produção do estabelecimento entregue ao de stinatário por conta e
ordem do adquirente originário, em venda à ordem.
5.119/6.119 (Comércio)
Venda de mercadoria adquirida ou recebida de tercei ros entregue ao
destinatário por conta e ordem do adquirente origin ário, em venda à ordem.
5.923/6.923 – Fornecedor Empresa “A” Comércio ou In dústria
Remessa de mercadoria por conta e ordem de terceiro s, em venda à ordem.
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5.120/6.120 – Empresa “B” Adquirente Originário
Venda de mercadoria adquirida ou recebida de tercei ros entregue ao
destinatário pelo vendedor remetente, em venda à or dem.
ENTRADA
1.118/2.118 (Indústria)
Compra de mercadoria para comercialização pelo adqu irente originário,
entregue pelo vendedor remetente ao destinatário, e m venda à ordem.
1.923/2.923 – Empresa “C” Destinatário
Entrada de mercadoria recebida do vendedor remetent e, em venda à ordem.
1.121/2.121 – Empresa “C” Destinatário
Compra para comercialização em venda à ordem, já re cebida do vendedor
remetente.
1.120/2.120 – Empresa “C” Destinatário
Compra para industrialização, em venda à ordem, já recebida do vendedor
remetente.
13 – Operações com Venda para Entrega Futura
A operação de venda para entrega futura configura-s e pela venda de
mercadoria, em que haja a encomenda para entrega fu tura.
Consoante o disposto no art. 3º, § 11, do Livro I, do Regulamento do ICMS,
aprovado pelo Decreto nº 27.427/2000, na venda para entrega futura,
considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída da
mercadoria.
O art. 158 do Livro VI do RICMS-RJ estabelece os pr ocedimentos para emissão
de nota fiscal nas operações de venda para entrega futura.
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13.1 – Nota Fiscal para Simples Faturamento
Na venda para entrega futura é facultada a emissão de nota fiscal para simples
faturamento.
Desse modo, o contribuinte terá duas alternativas, ou seja, emitir a nota fiscal
de simples faturamento ou, simplesmente, deixar de emiti-la.
Caso o vendedor resolva emitir a nota fiscal de sim ples faturamento, será
vedado o destaque do ICMS. Como natureza da operaçã o: “Simples
faturamento” e CFOP a ser consignado na nota fiscal será 5.922/6.922 (Simples
faturamento decorrente de venda para entrega futura ).
13.2 – Atualização da Base de Cálculo
O art. 158, § 6°, do Livro VI do RICMS-RJ, determin a que haja a atualização da
base de cálculo do imposto. O valor constante na no ta fiscal emitida para
simples faturamento será atualizado até a data da e missão da nota fiscal da
efetiva saída da mercadoria.
O Decreto no 27.518/2000 instituiu a Unidade Fiscal de Referência do Estado
do Rio de Janeiro (UFIR-RJ) a ser utilizada pelo Es tado como parâmetro de
atualização de tributos, sendo reajustada anualment e.
Desse modo, haverá atualização da base cálculo some nte no caso da emissão
da nota fiscal para simples faturamento efetuada, p or exemplo, em 2012 e
emissão da nota fiscal da efetiva saída da mercador ia for em 2013, devendo o
contribuinte observar os seguintes procedimentos:
• O valor da base de cálculo deverá ser dividido pe la UFIR-RJ do ano em que
foi emitida a nota fiscal de simples faturamento; e
• O resultado será multiplicado pela UFIR-RJ do ano da emissão da nota fiscal
de remessa efetiva da mercadoria.
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13.3 – Saída efetiva da Mercadoria
Por ocasião da efetiva saída global ou parcial da m ercadoria, o vendedor deve
emitir nota fiscal em nome do adquirente, com desta que do valor do ICMS,
quando devido, indicando-se, além de outros requisi tos exigidos, como
natureza da operação: “Remessa - Entrega Futura”, C FOP: 5.116/6.116 (Venda
de produção do estabelecimento originada por encome nda para entrega
futura) ou 5.117/6.117 (Venda de mercadoria adquiri da ou recebida de
terceiros, originada por encomenda para entrega fut ura) e no campo
“Informações Complementares” do quadro “Dados Adici onais” o número, data
e o valor da operação consignado na nota fiscal rel ativa ao simples
faturamento.
13.4 – Crédito Fiscal do ICMS
O aproveitamento do crédito fiscal pelo comprador, só poderá ser feito por
ocasião do recebimento da nota fiscal correspondent e à entrega efetiva das
mercadorias.
Quando o contribuinte efetuar faturamento antecipad o, emitindo nota fiscal
para simples faturamento e o cliente desistir da co mpra antes da entrega
efetiva da mercadoria, o Fisco deste Estado entende que não há fato gerador
do imposto, pois a mercadoria não saiu do estabelec imento, devendo o
contribuinte anotar na coluna “Observações” do Livr o Registro de Saídas, na
mesma linha do lançamento da nota fiscal para simples faturamento, o fato
sobre o cancelamento da venda e o estorno do recebi mento deve ser feito apenas
nos livros contábeis.
13.6 – Escrituração Fiscal
I) Estabelecimento vendedor
O vendedor deverá observar os seguintes procediment os, para a escrituração
do Livro Registro de Saídas:
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a) a nota fiscal de simples faturamento será lançad a nas colunas “Documento
Fiscal” e “Observações”, devendo constar nesta a ex pressão “Simples
faturamento”;
b) a Nota Fiscal de “Remessa - Entrega Futura”, emi tida por ocasião da entrega
efetiva das mercadorias será lançada nas colunas de “Documento Fiscal” e
“ICMS - Valores Fiscais - Operações com Débito do I mposto” ou “Operações
sem Débito do Imposto” (caso seja devido ou não o i mposto). Na coluna
“Observações” serão indicados o número, e a série, se for o caso, da nota
fiscal para simples faturamento.
II) Estabelecimento comprador
O comprador deverá observar os seguintes procedimen tos, para a
escrituração do Livro Registro de Entradas:
a) a nota fiscal para simples faturamento será lanç ada nas colunas
“Documento Fiscal” e “Observações”, devendo constar nesta a expressão
“Simples Faturamento”;
b) a Nota Fiscal de “Remessa - Entrega Futura” será lançada nas colunas
“Documento Fiscal” e “ICMS - Valores Fiscais - Oper ações com Crédito do
Imposto” ou “Operações sem Crédito do Imposto” (se for hipótese de crédito
ou não do imposto). Na coluna “Observações” serão i ndicadas o número, e a
série, se forem o caso, da nota fiscal para simples faturamento.