60
1 Departamento de Desenvolvimento Profissional Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS Osvaldo Angelim [email protected] Rio de Janeiro Fevereiro de 2015 Este material foi elaborado e cedido pelo Professor Osvaldo Nunes Angelim. Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor. (Lei nº 5.898, de 14/12/1973 – DOU de 18/12/1973). CURRÍCULO RESUMIDO DO PROFESSOR

Osvaldo Angelim [email protected] Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

  • Upload
    dinhnhi

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

1

Departamento de Desenvolvimento Profissional

Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –

ICMS

Osvaldo Angelim

[email protected]

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2015

Este material foi elaborado e cedido pelo Professor

Osvaldo Nunes Angelim. Todos os direitos reservados . É

expressamente proibida a reprodução total ou parcia l

desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prév ia

autorização do autor.

(Lei nº 5.898, de 14/12/1973 – DOU de 18/12/1973).

CURRÍCULO RESUMIDO DO PROFESSOR

Page 2: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

2

Graduação e especializações:

Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Ga ma Filho, Pós-graduado

em: Direito Tributário pela Universidade Cândido Me ndes, em Gestão

Empresarial em Tributação e Contabilidade pela Univ ersidade Federal

Fluminense, e em Comercialização em Energia Elétric a pela Universidade

Estadual de Pernambuco.

Especialista em Direito Tributário, com ênfase na l egislação do Mercado de

Energia Elétrica em toda cadeia de valor: Geração, Transmissão, Distribuição e

Comercialização.

Ministra seminários, cursos e treinamento In Compan y na área tributária e

fiscal de tributos diretos e indiretos e também sob re temas tributários do

Mercado de Energia Elétrica.

Profissional com mais de 20 anos de prestação de se rviços de consultoria de

tributos diretos e indiretos, em empresas nacionais .

Instrutor do IBEF – RIO Instituto Brasileiro de Exe cutivos de Finanças.

Instrutor do IBRACON Instituto dos Auditores Indepe ndentes do Brasil – Rio.

Page 3: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

3

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual do ICMS

1 – Constituição Federal do Brasil 1.1 – Conceito de Circulação de Mercadoria – entend imento do STF 1.2 – ICMS – Imposto Estadual Não-Cumulativo 1.3 – ICMS Imposto calculado POR DENTRO 2 – Características Específicas da Tributação 3 – Fato Gerador 3.1 – Circulação de Mercadorias 3.2 – Serviços de Transportes – Esclarecimento de T ransporte CIF e FOB 3.3 – Diferencial de Alíquota 3.4 – Importação de Bens do Ativo Imobilizado 3.5 – Transferência de Bens do Ativo Imobilizado 3.6 – Transferência de Mercadorias 4 – Benefícios Fiscais 4.1 – Aplicabilidade dos benefícios fiscais 4.2 – Não Incidência 4.3 – Isenção 4.4 – Suspensão 4.5 – Diferimento 5 – Responsáveis Tributários pelo recolhimento do I CMS 5.1 – Contribuintes do ICMS 5.2 – Contribuintes do ICMS Substituto 5.3 – Contribuintes do ICMS Substituído 6 – Base de Cálculo e Alíquotas aplicáveis as Oper ações 6.1 – Base de Cálculo 6.2 – Alíquotas Internas 6.3 – Alíquotas Interestaduais 7 – Apropriação de Créditos de ICMS 7.1 – Legalidade do aproveitamento 7.2 – Vedação do aproveitamento 8 – Operações com Demonstração de Mercadorias 8.1 – Remessa para Contribuintes do ICMS 8.2 – Remessa para Não-Contribuinte do ICMS 8.3 – Retorno de Mercadorias de Contribuintes do IC MS 8.4 – Retorno de Mercadorias de Não Contribuinte do ICMS 8.5 – Perda do Prazo Suspensivo – Providências do R emetente 9 – Operações com Devolução de Mercadorias 9.1 – Procedimento de Recebimento de Merecadorias 9.2 – Procedimento de Devolução de Mercadorias 10 – Operações com Doação de Mercadorias 10.1 – Hipóteses de Isenção 11 – Operações de Remessa para Industrialização 11.1 – Suspensão do ICMS e do IPI 11.2 – Prazo para Retorno ao Estabelecimento de Ori gem 11.3 – Exclusão do Benefício Fiscal

Page 4: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

4

11.4 – Remessa para Industrialização de Mercadoria destinada a Uso, Consumo ou Ativo Imobilizado 11.5 – Retorno de Industrialização – aspectos relat ivos ao ICMS 12 – Operações com Venda à Ordem 12.1 – Escrituração Fiscal 12.2 – Entrega da Mercadoria 12.3 – Código Fiscais de Operações e Prestações 13 – Operações com Venda para Entrega Futura 13.1 – Nota Fiscal para Simples Faturamento 13.2 – Atualização da Base de Cálculo 13.3 – Saída efetiva da Mercadoria 13.4 – Crédito Fiscal do ICMS 13.5 – Desistência da Compra 13.6 – Escrituração Fiscal

Page 5: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

5

Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de M ercadorias e

Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal

e de Comunicação – ICMS

Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual do ICMS

1 – Constituição Federal do Brasil – Previsão Const itucional

Conforme o art. 155, inciso II da CF de 88, as base s econômicas gravadas pelo

ICMS são: operações relativas à circulação de merca dorias e prestação de

serviços de transporte interestadual e intermunicip al e de comunicação.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 estabelec e uma série de preceitos

com referência ao ICMS, os quais são encontrados no s doze incisos e suas

alíneas, do § 2º, e nos §§ 3º a 5º, do art. 155, in ciso II.

A legislação tributária do ICMS é regulamentada pel as Leis estaduais e

Decretos. Cada estado brasileiro tem sua legislação própria. É regulamentado

pelo Código Tributário Nacional – conjunto de leis que instituiu as principais

normas de Direito Tributário exigidas pela Constitu ição Federal de 1988.

O ICMS é um imposto calculado “por dentro” conforme prevê o artigo 33 do

Convênio ICM nº 66, de 1988. O montante do imposto integra sua própria base

de cálculo constituindo o destaque mera indicação p ara fins de controle. O

Código Tributário Nacional – CTN na redação dada pelo artigo 1º do Ato

Complementar nº 27, de 08.12.66, em seu artigo 53, parágrafo 4º, já definia

dessa forma o cálculo “por dentro” do ICMS.

1.1 – Conceito de Circulação de Mercadoria – entend imento do STF

Saída física de um certo bem não justifica a cobran ça do ICMS. A incidência do

imposto requer a existência de uma operação que faç a circular como

mercadoria com fins mercantis ocorrendo a transferê ncia de domínio.

RE nº 158.834-9 – Relator Ministro Sepúlveda Perten ce – DJ 23.10.02

Page 6: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

6

“saída apenas física de um certo bem não é de molde a motivar a cobrança do imposto de circulação de mercadorias. Requer-se, co mo consta do próprio texto constitucional, a existência de uma operação que faça circular algo passível de ser definido como mercadoria, pressupon do, portanto, como aliás ressaltado por Aliomar Baleeiro em Direito Tributár io Brasileiro, a transferência de domínio”.

1.2 – Imposto Estadual Não-Cumulativo

Regra geral

Compensa-se o que for devido em cada operação relat iva à circulação de

mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas fases

anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distr ito Federal.

É o PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE que se realiza não pela cobrança

do ICMS sobre o valor agregado ao preço da mercador ia ou do serviço

tributável a cada etapa da circulação da mercadoria ou da prestação do

serviço, e sim, como manda a Constituição, pela com pensação do imposto

referente à etapa anterior com o imposto referente à nova etapa.

Exemplo:

"A" vende certo produto para "B" por $ 100,00;

"B" vende para "C" por $ 150,00 e este para "D" por $ 200,00.

O ICMS incidente na 1ª operação seria de $ 18,00 na 2ª de $ 27,00 e na 3ª de $

36,00 (calculado à alíquota de 18%). Mas, para efei to de pagamento do imposto

na 2ª venda, será deduzido (compensado) o ICMS da 1 ª venda ($ 18,00), e o

valor do ICMS a ser pago, em função dessa 2ª venda, será de $ 9,00 (=27,00 –

18,00). Quanto à 3ª venda, o ICMS calculado sobre o valor total da operação

seria de $ 36,00. Descontado (compensado), porém, o ICMS calculado sobre o

valor total da operação anterior (que seria de $ 27 ,00), restará a pagar de ICMS,

em função dessa 3ª operação, somente $ 9,00 (= 36,0 0 – 27,00).

Cabe destacar que, a compensação através da qual se realiza a não-

cumulatividade do imposto se efetiva através de um sistema (escrituração

Page 7: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

7

fiscal) de débito e crédito, ou seja, o imposto rel ativo à operação que se está

realizando representa um débito, e o imposto refere nte à operação anterior, a

ser compensado para apuração do valor a ser recolhi do (quanto à operação

que se está realizando), representa um crédito. Ass im, aproveitando os valores

acima, teríamos, na 2ª operação, por exemplo, um dé bito de $ 27,00 e um

crédito de $ 18,00; portanto um imposto a pagar de $ 9,00. E na 3ª operação,

um débito de $ 36,00 e um crédito de $ 27,00; porta nto o ICMS a recolher de $

9,00.

Importante lembrar que, a apuração do ICMS a pagar pode ser feita operação

por operação, em relação à determinada mercadoria, como foi feito no exemplo

mostrado acima; como também pode ser feita consider ando todas as

operações realizadas com as respectivas mercadorias dentro de um

determinado período, que se denomina PERÍODO DE APU RAÇÃO. A Lei

estadual é que define o critério a ser usado, confo rme autoriza o art. 26 da LC

87/96, sendo que em geral apuração por período é o adotado.

1.3 – ICMS – Imposto calculado POR DENTRO

Alíquotas Nominais e Reais

O ICMS é um imposto que integra a sua própria base de cál culo, assim, no

preço de compra ou de venda do bem ou do serviço já está incluso o valor do

ICMS destacado na nota fiscal, assim, a sua alíquota real ou efetiva é superior

à alíquota nominal, vejamos o quadro a seguir:

Page 8: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

8

ALÍQUOTA DO ICMS

NOMINAL REAL

7% 7,53%

12% 13,64%

18% 21,95%

25% 33,33%

29% 40,85%

Exemplificando:

Quando a empresa efetua a compra de mercadoria para revenda no valor total

da Nota Fiscal já está incluso o ICMS, assim, o ICMS destacado na Nota Fiscal

corresponde a um destaque para fins de controle fiscal.

O imposto estabelecido em determinada operação de circulação de mercadoria

for de 18% calculado POR DENTRO o imposto efetivo ou real é de 21,95%, ou

seja, (18 / 82) X 100.

Caso a empresa venda à mercadoria com margem de lucro de 20% sobre o

custo, o cálculo do valor de venda seria efetuado da seguinte forma:

Page 9: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

9

ICMS – Imposto calculado POR DENTRO

Custo da mercadoria sem ICMS no ESTOQUE para REVENDA 1.000,00 Margem de lucro de 20% 20% Valor da mercadoria para REVENDA sem o ICMS INCLUSO 1.000,00 O valor de R$ 1. 000,00 NÃO corresponde à base de cálculo do ICMS, assim, esse valor representa 82% do valor sobre o qual os 18% devem INCIDIR. Portanto, 100% - 18% - 20% = 62% ou 6 2 / 100 = 0,62.

Valor da mercadoria para REVENDA com a INCLUSÃO de 18% do ICMS e da margem de lucro de 20% calculado POR DENTRO ficaria: R$ 1.000 / 0,62 =

1.612,90

O valor do ICMS destacado na Nota Fiscal de Venda seria: R$ 1.612,90 x 18% =

290,32

2 – Características Específicas da Tributação

I – Incidência

Consiste na concretização da situação que gera a ap licação da norma jurídica

que define a exigência do tributo.

II – Isenção

As isenções são definidas pelo Código Tributário Nacional – CTN como

hipótese de exclusão do crédito tributário, previstas em lei.

É a exclusão do crédito tributário, embora exista o nascimento da obrigação

tributária.

Importante destacar que a lei que concede uma isenç ão deve ser específica,

por exigência constitucional conforme previsto no a rt. 150, § 6º da

Constituição.

Art. 150 da CF/88

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con tribuinte, é vedado à

União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic ípios:

VI – instituir imposto sobre:

a) patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros;

Page 10: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

10

b) templo de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviço dos partidos políti cos, inclusive suas

fundações, das entidades sindicais dos trabalhadore s, das instituições de

educação e de assistência social, sem fins lucrativ os, atendidos os

requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 6º da CF

Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cá lculo, concessão de

crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou

contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, fe deral,

estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima

enumeradas ou o correspondente tributo ou contribui ção, sem prejuízo do

disposto no art. 155, § 2º, XII, g.

III – Diferimento

Diferimento é a postergação temporária do pagamento do imposto para uma

etapa posterior de operação ou prestação, desde que cumpridos todos os

requisitos legais.

Consiste na postergação do lançamento do tributo para momento posterior.

IV – Alíquota Zero

Não está fora da incidência tributária, apenas a aliquota de incidência é zero.

V – Imunidade

As imunidades são limitações ao poder de tributar. Assim, todas as regras de

imunidades tributárias, sem exceção, têm que estar previstas na Constituição

Federal.

As imunidades são vedações constitucionais dirigidas ao legislador, que fica

impedido de prever como hipótese de incidência determinada situação.

Page 11: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

11

Quando uma pessoa, um bem, um ato ou uma situação e stão abrangidos por

uma regra de imunidade tributária, não se há de cogitar de ocorrência de fato

gerador, obrigação tributária, relativamente ao tributo a que se refira a

imunidade.

É uma não incidência qualificada. Não dispensa o cumprimento de obrigações

acessórias, e não impede a ação fiscalizadora do fisco para a s ua verificação.

VI – Não Incidência

É a não ocorrência do fato gerador em virtude da legislação não descrever a

situação como hipótese de incidência. A não incidência, não dispensa o

cumprimento de obrigações acessórias, e não impede a ação fiscalizadora do

fisco para a sua verificação.

Diferença entre Isenção e Imunidade

Isenção

Situação prevista na Constituição Federal de 1988. Só pode ser concedida por

meio de lei. Na Isenção existe a hipótese de incidência, o fato gerador ocorre,

mas se impede a constituição do crédito tributário.

Imunidade

Situação prevista na Constituição Federal de 1988. Na Imunidade não há

hipótese de incidência, nem fato gerador.

Conforme o Código Tributário Nacional – CTN e també m o Supremo Tribunal

Federal – STF, quando temos uma isenção, ocorre o fato gerador e surge a

obrigação tributária mas a obrigação não se torna exigível, assim, a Secretaria

de Fazenda é impedida de constituir o crédito tributário pelo lançamento.

A isenção é tão-somente dispensa legal de tributo d evido. Essa dispensa se dá

porque, embora tenhamos o fato gerador e a obrigaçã o tributária

correspondente, ela não se torna exigível, em razão de exclusão do crédito. A

Page 12: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

12

exclusão do crédito tributário significa vedação a que a fazenda pública

constitua o crédito, assim, o que ocorre de fato é a exclusão da possibilidade

de constituir-se o crédito.

Imunidade Subjetiva

É qualquer uma que leve em conta a pessoa imune, e não determinado bem ou

operação. Assim, a imunidade subjetiva é concedida às pessoas políticas e às

pessoas administrativas autarquias e fundações públ icas.

Exemplificando

Existe imunidade a impostos para qualquer bem integ rante do patrimônio da

União. Essa imunidade é subjetiva, porque não é um bem específico ou

categorias de bens que a norma está imunizando. A r egra diz respeito à União,

tornando imunes a impostos todos os seus bens, não importa quais seja no

caso concreto.

Imunidade Recíproca

A imunidade recíproca tem como fundamento o Princípio Federativo, por isso,

ela é cláusula pétrea (não pode haver alteração, nem mesmo por meio de

Emenda Constitucional) conforme art. 60, § 4º, inci so I, da Constituição Federal

de 1988.

As pessoas políticas são imunes à tributação por me io de

impostos.

Art. 150, VI, “a” da CF/88

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con tribuinte, é vedado à

União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic ípios:

VI – instituir imposto sobre:

a) patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros;

Page 13: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

13

Decorre do Princípio Federativo e do Princípio da Isonomia das pessoas

políticas.

Princípio Federativo

Se uma pessoa política pudesse exigir impostos de outra, fatalmente acaba ria

por interferir em sua autonomia, intervindo assim na forma federativa do

Estado (art. 60, § 4º, inciso I, da Constituição Fe deral de 1988), o que é

inaceitável por se tratar de cláusula pétrea.

Princípio da Isonomia

Tendo em vista que a tributação por meio de imposto s pressupõe uma

supremacia de quem tributa em relação a quem é trib utado, é defeso às

pessoas políticas uma vez que existe igualdade jurí dica entre elas.

Quando a pessoa política desempenha atividades privadas o princípio da

imunidade recíproca não a beneficia. Só alcança quando desempenha suas

funções típicas (atividades públicas, isto é, estat ais propriamente ditas).

Vale lembrar que o art. 150, § 3º, determina que a imunidade recíproca – tanto a

das pessoas políticas quanto a das autarquias e fundações públicas – não se

aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionado s com exploração de

atividade econômicas regidas pelas normas aplicávei s a empreendimentos

privados, ou em que haja contraprestações ou pagamento de preços ou tarifas

pelo usuário.

Imunidade Objetiva

É qualquer uma que leve em conta tão somente a coisa e não a pessoa imune.

Exemplificando

Os livros são imunes a impostos. São imunes ao IPI as exportações de

produtos industrializados. É uma imunidade objetiva , porque diz respeito à

Page 14: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

14

operação de exportação, não a um exportador determinado ou a uma categoria

de exportadores, não interessa quem exportou.

Competência Tributária

Competência tributária significa, o poder atribuído pela Constituição Federal

às pessoas políticas para editar leis que instituam e disciplinem tributos e

outros elementos relacionados às obrigações tributá rias.

3 – Fato Gerador do ICMS

Fato gerador é a situação definida na lei, que tem que acontecer para fazer

surgir à obrigação de o sujeito passivo pagar o tri buto. Como expressa o art.

114 do CTN, é a situação necessária e suficiente à ocorrência da obrigação

tributária: necessária, porque imprescindível; suficiente, porque bastante em si

mesma, dispensando cogitar-se de outros fatos ou co nsiderações. Logo,

concretizando-se a hipótese legal de incidência de um tributo, surge a

obrigação para o contribuinte, sem qualquer outro a specto a ser considerado.

Conforme o art. 12 da LC nº 87, de 13.09.96, consid era-se ocorrido o fato

gerador do imposto no momento:

(....)

XII – da entrada no território do Estado de lubrifi cantes e combustíveis líquidos

e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado,

quando não destinados à comercialização ou à indust rialização; (Redação

dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000)

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

Nos termos do art. 1º do Livro I, do RICMS-RJ - Dec reto nº 27.427/2000, o ICMS

tem como fato gerador a operação relativa à circula ção de mercadorias e à

prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicação, ainda que a operação ou a prestação se inicie no exterior.

Page 15: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

15

As hipóteses de ocorrência do fato gerador do impos to estão previstas no art.

3° do Livro I do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto n° 27.427/2000.

Ocorre o fato gerador do imposto na saída de mercad oria a qualquer título, do

estabelecimento do contribuinte, ainda que para out ro estabelecimento do

mesmo titular, ainda que o estabelecimento extrator , produtor ou gerador,

inclusive de energia, se localize em área contígua àquele onde ocorra a

industrialização, a utilização ou o consumo da merc adoria, inclusive quando

as atividades sejam integradas.

A ocorrência do fato gerador independe da natureza jurídica da operação que o

constitua.

Constitui fato gerador do imposto além das hipótese s acima:

Exemplo:

� na saída de estabelecimento industrializador, em re torno ao do

encomendante, ou para outro por ordem deste, de mer cadoria submetida

a processo de industrialização que não implique pre stação de serviço

compreendido na competência tributária municipal, a inda que a

industrialização não envolva aplicação ou fornecime nto de qualquer insu

3.1 – Circulação de Mercadorias

Conceitos

Circulação Física

Com o advento da EC 18/65 foi defendido por autorid ades fiscais que bastava a

saída física da mercadoria do estabelecimento comer cial industrial ou

produtor, pouco importando a causa, o título jurídi co ou o negócio (Alcides

Costa).

Page 16: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

16

Circulação Física

Todo o ato jurídico que implique circulação econômi ca de mercadoria,

independentemente de sua categoria ou de sua nature za gratuita ou onerosa,

será fato gerador do ICMS; da mesma forma as situaç ões jurídicas que

legitimem a circulação econômica, como, por exemplo a situação do industrial

ou comerciante que promovem remessas de mercadorias de um para outro de

seus estabelecimentos, bem como o autoconsumo da me rcadoria sem a sua

circulação física para fora do estabelecimento post o que para o ICMS é

indiferente que haja, ou não, a transferência de do mínio.

Circulação Jurídica

Negócio Jurídico: transferência de domínio entre o produtor e o consumidor

final (Baleeiro)

Circular: mudar de titular (Ataliba)

Transferência da posse ou da propriedade da mercado ria (Carraza)

JURISPRUDÊNCIA – SÚMULA VINCULANTE 166 DO STJ:

“Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslo camento de mercadoria de

um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte ”

- Como o ICMS é não cumulativo, a transferência de mercadorias de um para

outro estabelecimento da mesma empresa foi consider ada pelo legislador

como fato gerador do imposto. Para tanto, a lei tri butária atribui a cada

estabelecimento, e não à pessoa jurídica, a condiçã o de contribuinte. (Brito

Machado)

Page 17: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

17

3.2 – Serviços de Transportes - Esclarecimento de T ransporte CIF e

FOB

As claúsulas de operações mercantis de compra e ven da, a Claúsula CIF inclui

no preço da mercadoria vendida, as despesas com seg uro e frete até o local de

destino. Assim, quem paga o Frete CIF ao transporta dor é o vendedor

(remetente), referente ao Custo, Seguro e Frete. “C IF” abreviatura inglesa:

“Cost, Insurance and Freight”

A Cláusula FOB atribui ao vendedor o encargo de ent regar a mercadoria,

conforme preço estabelecido, ficando as despesas de correntes do transporte

como frete e seguro por conta do comprador, bem com o os riscos, até o local

de destino. Assim, quem paga o Frete FOB ao transpo rtador é o comprador

(destinatário). O destinatário deve escriturar o co nhecimento de transporte no

seu Livro Registro de Entrada. “FOB” abreviatura in glesa: “Free On Board”

3.3 – Diferencial de Alíquotas

Definição

O recolhimento do diferencial de alíquotas está pre visto no art. 155, § 2º, VIII da

Constituição Federal de 1988.

Consiste no recolhimento da diferença entre a alíqu ota interestadual e a

interna nas aquisições efetuadas por contribuinte d o ICMS em outro Estado,

de mercadoria destinada ao uso ou consumo ou ao ati vo permanente.

Todos os contribuintes do ICMS são obrigados a reco lher o ICMS relativo à

diferença existente entre a alíquota interna (prati cada no Estado destinatário) e

a alíquota interestadual (normalmente 7% e 12%).

Importante frisar que, somente existirá diferencial de alíquotas a ser recolhido

caso o percentual da alíquota interna for superior ao da alíquota interestadual.

Fato Gerador

Page 18: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

18

No Estado do Rio de Janeiro e de acordo com o art. 3º, inciso VI da Lei nº

2657/96 e art. 3º, inciso VI, Livro I do Regulament o do ICMS-RJ (Decreto nº

27427/00), ocorre o fato gerador do imposto na entr ada no estabelecimento do

contribuinte de mercadoria proveniente de outra uni dade da federação,

destinada a consumo ou ativo permanente.

NOTA: O ESTADO DO RJ NÃO PERMITE COMPENSAR CRÉDITOS DE ICMS

COM O DIFAL. ALGUNS ESTADOS PERMITEM.

Art. 3.º O fato gerador do imposto ocorre:

(...)

VI - na entrada no estabelecimento do contribuinte de mercadoria proveniente

de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo;

VII - na utilização, por contribuinte, de serviço c uja prestação se tenha iniciado

em outra unidade da Federação e não esteja vinculad a a operação ou

prestação subseqüente alcançada pela incidência do imposto;

Base de Cálculo

A base de cálculo está definida no art. 4º, inciso VI da Lei nº 2657/96 e no art.

4º, VI do livro I do RICMS/RJ, que será o valor da operação de que decorrer a

entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar resu ltante da aplicação, sobre

a base de cálculo do percentual equivalente a difer ença entre a alíquota interna

e a interestadual.

Art. 4.º A base de cálculo é:

VI - no caso do inciso VI, do artigo 3.º, o valor d a operação de que decorrer a

entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar resu ltante da aplicação, sobre

a base de cálculo, do percentual equivalente à dife rença entre a alíquota

interna e a interestadual;

Page 19: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

19

VII - no caso do inciso VII, do artigo 3.º, o valor da prestação do serviço, sendo

o imposto a pagar resultante da aplicação, sobre a base de cálculo, do

percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

Exemplo:

Determinado contribuinte do ICMS estabelecido no Es tado de São Paulo

adquire de um contribuinte do ICMS do Estado do Rio de Janeiro mercadoria

para uso ou consumo ou para o ativo imobilizado, re cebe a mercadoria

tributada pela alíquota interestadual de 12%, supon do que a alíquota interna do

produto prevista na legislação paulista seja 18%, d everá recolher a diferença

entre a alíquota interna e a interestadual que corr esponde a 6%.

Como Calcular:

mercadoria no valor de R$ 1.000,00 conforme Nota Fi scal;

mercadoria tributada pela alíquota interestadual de 12%;

valor do ICMS destacado na Nota Fiscal = R$ 1.000,0 0 x 12% = R$ 120,00

alíquota interna da mercadoria recebida de 18%;

Base de cálculo da operação interestadual:

valor da mercadoria no valor de R$ 1.000,00 conform e Nota Fiscal;

(x) alíquota interna da mercadoria recebida de 18%;

(=) R$ 1.000,00 x 18% = R$ 180,00

valor do diferencial de alíquotas:

alíquota interna de 18% = R$ 180,00

(-) alíquota interestadual de 12% = 120,00

(=) diferencial de alíquotas a recolher = R$ 60,00

Page 20: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

20

3.4 – Importação de Bens do Ativo Imobilizado

Custo de Aquisição

Na importação de bens, além do preço devido ao forn ecedor estrangeiro, são

necessários gastos com frete, seguro, impostos, tax as alfandegárias e

portuárias, serviços de terceiros, etc.

De acordo com o princípio contábil do custo como ba se de valor, o custo de

um ativo ou dos insumos para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar

benefícios para a entidade representa a base de val or para a contabilidade

(Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações - Fipecafi - Ed. Atlas).

O Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon), ao definir a determinação do

custo de aquisição de imobilizado, diz que no caso de compra, o custo

compreende o preço faturado pelo fornecedor mais to das as despesas

necessárias para poder efetivar a compra e instalaç ão do bem.

Conforme os princípios contábeis e os pronunciament os mencionados, os

gastos com a importação de bens para o ativo imobil izado são incorporados

ao custo de aquisição juntamente com o valor do bem .

Impostos Incidentes Sobre o Bem Importado

Normalmente, sobre o valor do bem importado, além d o Imposto de

Importação, há a incidência do IPI e do ICMS.

Nas importações de bens do ativo imobilizado, o val or do IPI e do Imposto de

Importação não é recuperável, devendo, portanto, se r agregado ao respectivo

custo de aquisição.

Quanto ao ICMS, o valor pago na operação passou a s er recuperável, de

acordo com o art. 20 da Lei Complementar nº 87/1996 , mediante crédito fiscal,

não integrando, nesse caso, o custo do bem.

Page 21: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

21

Fato Gerador

O fato gerador na importação acontece quando qualqu er pessoa, física ou

jurídica, inclusive enquadrada no SIMPLES, proceder ao desembaraço

aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exte rior. Assim, o

importador é obrigado a recolher o ICMS antecipadam ente, antes do

desembaraço, de acordo com as regras gerais de trib utação e, caso seja

contribuinte do ICMS terá que emitir Nota Fiscal de entrada para acobertar a

entradado produto importado m seu estabelecimento.

Desembaraço Aduaneiro

É o ato pelo qual é registrada a conclusão da confe rência aduaneira. Por

intermédio do desembaraço aduaneiro que é autorizad a a efetiva entrega da

mercadoria ao importador e é ele o último ato do pr ocedimento de despacho

aduaneiro. Através do despacho aduaneiro é verifica do a exatidão dos dados

declarados pelo importador em relação às mercadoria s importadas, aos

documentos apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu

desembaraço aduaneiro.

Base de Cálculo

A base de cálculo do ICMS é o valor constante do Do cumento de Importação

(DI), acrescidos dos Impostos:

Imposto de Importação (II);

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

PIS/COFINS Importação;

Despesas aduaneiras (aquelas pagas ou devidas à rep artição fazendária até o

momento do desembaraço aduaneiro das mercadorias) e fetivamente pagas

pelo importador.

Page 22: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

22

Importante lembrar que sobre o somatório de todas a s parcelas mencionadas

acima será incluído o ICMS, porque desde de 01/01/2 012, o ICMS deve ser

calculado por dentro na importação de mercadorias.

Rio de Janeiro – Escrituração Fiscal Digital – Escr ituração do CIAP –

A Resolução SEFAZ nº 523, do Estado do Rio de Janei ro determinou que o

contribuinte fluminense deve utilizar a Escrituraçã o Fiscal Digital (EFD) para

fazer a escrituração do documento Controle de Crédi to de ICMS do Ativo

Permanente (CIAP), desde 1º de janeiro de 2011.

Para quem não escriturou o CIAP de janeiro de 2011 até hoje, fica concedido o

prazo de 90 dias para envio de EFD retificadora.

Escrituração Fiscal Digital – EFD –

O Bloco G (CIAP), obrigatório a partir de 1˚ de jan eiro de 2011 para empresas

obrigadas a Escrituração Fiscal Digital, irá pratic amente exigir as mesmas

informações que o antigo procedimento, entretanto, a grande dificuldade será

de onde extrair esses dados, tendo em vista que a g rande maioria dos

contribuintes não controlam os créditos de ICMS des tinados ao Ativo

Imobilizado via ERP/SAP.

Destaques:

• Cadastro dos bens (Registro 0300), que deverão se r individualizados (algo

que não é da rotina dos contribuintes), e inclusive possuir informações sobre

sua utilização (Registro 0305);

•Vincular o bem a um Plano de Conta Contábil (Regis tro 0500) e sua utilização

a um Centro de Custo (Registro 0600).

Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CI AP)

Instituído pelo Ajuste SINIEF n˚ 8/1997 o Controle de Crédito do Ativo

Permanente – CIAP é um documento obrigatório para l egitimar o crédito de

ICMS decorrente das entradas de mercadorias destina das ao ativo imobilizado.

Page 23: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

23

O CIAP exige diversas informações sobre os bens que possibilitam o

aproveitamento de crédito, destacamos:

Descrição do bem, compreendendo modelo, números da série e de

identificação, se houver;

Nome do Fornecedor;

Número da Nota Fiscal que acobertou a entrada do be m;

Número do Livro Registro de Entrada em que foi escr iturada a Nota Fiscal

relativa ao bem;

Número da Folha do Livro Registro de entrada em que foi escriturada a Nota

Fiscal;

Data da entrada do bem no estabelecimento do contri buinte;

Valor do ICMS relativo a aquisição, acrescido, quan do for o caso, do ICMS

correspondente ao serviço de transporte e ao difere ncial de alíquotas,

vinculados a aquisição do bem.

O crédito a ser apropriado, será obtido multiplican do-se o valor do imposto

pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) d a relação entre o valor das

operações de saída e prestações tributadas e o tota l das operações e

prestações no período.

3.5 – Transferência de Bens do Ativo Imobilizado

Remessas Interestaduais

Nas remessas interestaduais de bem do ativo imobili zado, ainda que para

outro estabelecimento do mesmo titular, é devido o ICMS ao Estado do Rio de

Janeiro, aplicando-se a alíquota interestadual, cas o o destinatário seja

contribuinte do imposto.

Page 24: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

24

No caso de transferência interestadual de bens inte grantes do ativo

imobilizado, ainda que o imposto não seja exigido p ela unidade da Federação

de origem, será devido o diferencial de alíquota ao Estado do Rio de Janeiro,

nos termos do disposto no inciso VI, do artigo 3°, da Lei n° 2.657/1996, estando

a base de cálculo correspondente prevista no inciso VI, do artigo 4°.

O direito ao crédito do ICMS relativo à entrada de bem destinado ao ativo fixo,

de acordo com o artigo 33, da Lei nº 2.657/1996, é condicionado a que o bem

esteja relacionado à atividade fim do estabelecimen to e o ICMS esteja

corretamente destacado no documento fiscal referent e à entrada do bem no

estabelecimento. A apropriação do crédito, inclusiv e em relação ao diferencial

de alíquota pago, de acordo com o estabelecido no § 7°, do referido dispositivo

legal, será feita à razão de 1/48 (um quarenta e oi to avos) por mês, devendo a

primeira fração ser apropriada no mês em que ocorre r a entrada no

estabelecimento, devendo ser observadas as demais d isposições ali

estabelecidas.

Operações Internas

O Convênio ICMS 70/1990, isenta do ICMS, nas saídas internas, as operações

entre estabelecimentos de uma mesma empresa, de ben s integrados ao ativo

imobilizado e produtos que tenham sido adquiridos d e terceiros e não sejam

utilizados para comercialização ou para integrar um novo produto, ou, ainda,

consumidos no respectivo processo de industrializaç ão.

ICMS - RJ - Aquisição de bens destinados ao ativo p ermanente - Diferencial de

alíquotas

Os produtos e mercadorias que passam a integrar o a tivo imobilizado da

empresa são excluídos do processo de circulação eco nômica.

Assim, tornam-se bens permanentes, ao invés de bens circuláveis, à luz da

legislação do ICMS. Essa situação gera efeitos de n atureza fiscal e contábil,

não só em relação ao imposto de renda da pessoa jur ídica e à contribuição

Page 25: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

25

social sobre o lucro líquido, como também na esfera do Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Vale lembrar que enquanto permanecem no ativo imobi lizado, os bens deixam

de serem tributados pelo ICMS. Se, os bens forem tr ansferidos do

estabelecimento, poderá haver incidência do ICMS, s e ingressarem novamente

no ciclo de circulação econômica.

A incidência do ICMS está diretamente relacionada à circulação econômica do

bem ou da mercadoria, assim, não havendo circulação não pode ocorrer a

incidência do imposto estadual por falta de element o essencial que corrobore

a própria dinâmica do tributo.

O antigo ICM, que incidia apenas sobre a circulação de mercadorias, não se

estendendo à circulação de serviços (Convênio ICM n º 66/88), os Estados e o

Distrito Federal vêm equiparando os bens do ativo i mobilizado a mercadorias,

a fim de justificar a cobrança do imposto.

As saídas de bens para o ativo imobilizado continua ram a ser tributadas pelo

ICMS, criando uma situação injusta, porque, apesar de tributadas, tais

operações não geravam créditos a serem compensados na escrita fiscal do

contribuinte. Essa situação foi corrigida, definiti vamente, pela Lei

Complementar nº 87/96, que autorizou a possibilidad e de crédito integral do

ICMS pago nas operações anteriores em relação aos b ens destinados ao ativo

imobilizado (art. 20, LC nº 87/1996), benefício que foi postergado ao

contribuinte a partir de 01/01/2011, com o advento da Lei Complementar nº

122/2006, que deu nova redação ao art. 33 da LC nº 87/1996.

Assim, como os bens do ativo imobilizado sujeitam-s e à depreciação, a Lei

Complementar 102/2002, estabeleceu que a apropriaçã o do crédito fiscal do

ICMS seria efetuada parceladamente, à razão de 1/48 por mês. A apropriação

parcelada do crédito fiscal do ICMS seria uma forma de compensar os efeitos

gerados pela depreciação.

Page 26: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

26

Estados como Minas Gerais e São Paulo não efetuam a cobrança do ICMS

sobre as operações com bens do ativo imobilizado, e nquanto que outros,

como o Estado do Rio de Janeiro, exigem o imposto n ão só nas vendas, como

também nas transferências de bens do ativo imobiliz ado entre

estabelecimentos da mesma empresa, independentement e de decisões

contrárias à mencionada exigência do próprio Consel ho de Contribuintes.

Tal diferença de tratamento pelas legislações estad uais tem causado situações

contraditórias.

Exemplificando:

Se um contribuinte localizado no Rio de Janeiro efe tuar a remessa de

determinado bem do ativo imobilizado, para outro es tabelecimento localizado

em São Paulo, a operação ocorrerá com incidência do ICMS com base na

alíquota interestadual, porém o Estado destinatário ficará privado do

recolhimento do diferencial de alíquota, porque em território paulista a

operação não possui a tributação amparada pela legi slação do ICMS.

Entretanto, se o bem do ativo imobilizado for remet ido de estabelecimento

localizado em São Paulo para estabelecimento locali zado no Estado do Rio de

Janeiro, a operação não será tributada na saída. As sim, o estado destinatário

exigirá o recolhimento do diferencial de alíquota, porque a operação em

território fluminense é tributada pelo ICMS.

Cabe registrar que, no caso de vendas de bens do at ivo imobilizado entre

empresas do mesmo grupo, é de boa técnica que o val or da operação deverá

ser fixado com base em laudo específico (o que se r ecomenda), que tomará

como critério o valor de mercado e o valor do bem e m função dos bens do

ativo imobilizado, a fim de que a fiscalização não interprete a operação

inclusive como distribuição disfarçada de lucros, p ara efeitos da legislação

fiscal do imposto de renda (artigos 464 e 465, do R IR/1999).

Page 27: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

27

Há incidência do diferencial de alíquotas na transf erencia entre

estabelecimentos da mesma empresa.

Assim, de acordo com o art. 3º, inciso VI da Lei nº 2.657/96 e art. 3º, inciso VI,

Livro I do Regulamento do ICMS-RJ (Decreto nº 27.42 7/2000), ocorre o fato

gerador do imposto na entrada no estabelecimento do contribuinte de

mercadoria proveniente de outra unidade da federaçã o, destinada a consumo

ou ativo permanente.

A base de cálculo está definida no art. 4º, inciso VI da Lei nº 2.657/1996 e no

art. 4º, VI do livro I do RICMS/RJ, que será o valo r da operação de que decorrer

a entrada da mercadoria, sendo o imposto a pagar re sultante da aplicação,

sobre o base de cálculo do percentual equivalente a diferença entre a alíquota

interna e a interestadual.

Registre-se que embora a operação interestadual na remessa venha

acobertada com beneficio do ICMS (não incidência, i senção, redução na base

de cálculo, conforme o caso), o Estado do Rio de Ja neiro entende que o

diferencial é devido de igual forma, exceto se o be neficio tenha sua origem em

convênios ou protocolos firmados entre os estados, através do

reconhecimento pelo CONFAZ.

3.6 – Transferência de Mercadorias

Conforme estabelece o art. 12 da Lei Complementar n º 87, de 13/09/1996, a

saída de mercadoria de estabelecimento de contribui nte, ainda que para outro

estabelecimento do mesmo titular, constitui fato ge rador do ICMS.

A legislação do ICMS, em especial após o advento da Lei Complementar acima

citada, quando trata da tributação das operações, d iz que esta se dá quando

forem relativas à circulação de mercadorias (art. 2 º, inciso I, daquela LC),

entendida esta circulação como a movimentação da me rcadoria do ponto de

vista econômico.

Page 28: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

28

Por outro lado, a mesma LC 87/96, em seu artigo 11, traz a definição de

estabelecimento, estabelece a autonomia destes e de fine o local da operação

para efeitos de cobrança e responsabilidade sobre o ICMS devido.

Legalmente estabelecida, então, a autonomia dos est abelecimentos, para os

fins de cobrança do ICMS, e havendo a circulação ec onômica da mercadoria,

restará ocorrida, efetivamente, a hipótese de incid ência tributária, ou seja, o

fato gerador do imposto.

4 – Benefícios Fiscais

4.1 – Aplicabilidade dos Benefícios Fiscais

Embasamento Legal:

A Constituição Federal (art. 155, §2º, XII, “g”) es tabelece que cabe à lei

complementar regular a forma como, mediante a delib eração dos Estados e do

Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais referentes ao ICMS

serão concedidos e revogados.

• A Lei Complementar nº 24/1975, que foi plenamente r ecepcionada pela

Constituição Federal, estabelece que os convênios c elebrados entre Estados e

Distrito Federal são os instrumentos legais capazes de conceder e revogar

isenções, incentivos ou favores fiscais ou financei ro-fiscais referentes ao

ICMS.

Os convênios deverão ser firmados e passarão a vigo rar com base no disposto

na Lei Complementar nº 24/1975.

A divisão de ICMS tem relação direta com a própria federação.

O funcionamento do sistema depende das alíquotas co rretas serem aplicadas.

Quando um Estado dá um benefício sem anuência dos d emais, quebra-se o

sistema. É a guerra fiscal .

Page 29: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

29

Por isso, os incentivos em matéria de ICMS têm que ser regulados de forma a

preservar a unidade do sistema, o que é (deveria se r) conseguido por meio dos

convênios.

Natureza dos Convênios: Podem ser IMPOSITIVOS ou AUTORIZATIVOS.

A Lei Complementar nada diz se o Convênio pode ser impositivo ou

autorizativo. É na sua leitura que iremos perceber se ele é impositivo ou

autorizativo.

Na prática, os Estados classificam dessa forma:

Impositivos: Os de natureza impositiva são de adoção obrigatória por todas as

Unidades da Federação;

Autorizativos: Os de natureza autorizativa são de aplicação facult ativa pelos

entes federados e se adotado é necessário a publica ção de um ato estadual

para incorporação na legislação do Estado.

4.2 – Não Incidência

É uma situação não atingida pelo imposto, ou por fo rça de disposição

constitucional – imunidade (venda de energia elétri ca para os agentes de

distribuição e comercialização nas operações intere staduais, a Constituição

declara imunidade e não-incidência ) ou por não configurar uma operação ou

prestação tributável – não-incidência pura (aluguel de uma máquina; ou

realização de um serviço de transporte intramunicip al). Hipótese não prevista

em lei – fica fora do campo de incidência tributári a, ou seja, é a não ocorrência

de fato gerador.

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

A não-incidência do imposto pode ser (art. 47):

� de direito; e

� de fato.

Page 30: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

30

De direito, são aquelas previstas no artigo 47 do L ivro I do RICMS/RJ – Decreto

nº 27.427/2000.

Exemplos:

operação e prestação que destine ao exterior mercad oria ou serviço;

operação que destine a outro Estado ou ao Distrito Federal energia elétrica e

petróleo, inclusive lubrificante e combustível líqu ido e gasoso dele derivados,

quando destinados à industrialização ou à comercial ização;

A não-incidência de "fato" se conclui a "contrariu sensu", a partir da hipótese

de incidência do imposto.

Exemplo: a remessa de lixo para despejo em aterro p úblico ou a remessa para

outro estabelecimento de um cão de guarda utilizado na vigilância da empresa.

Uma categoria de não-incidência é a imunidade tribu tária, a qual consiste em

exclusão constitucional ao poder de tributar.

4.3 – Isenção

A isenção é a dispensa do pagamento do tributo, est abelecida por lei, ou, no

caso específico do ICMS, através de convênio firmad o pelos Estados da

Federação e pelo Distrito Federal conforme a CF de 88, art. 155, § 2º, XII, “g”. A

norma geral prevê que, numa determinada situação em que o imposto seria

normalmente devido, o contribuinte fica exonerado d e seu pagamento, não

podendo haver cobrança.

Prevê o dispositivo constitucional que a isenção ou a não-incidência não

propiciará crédito do ICMS para o adquirente da mer cadoria ou usuário do

serviço, conforme o caso.

O contribuinte que está realizando a operação ou pr estação isenta ou não

sujeita ao imposto – obrigará ao estorno do pertinente crédito que já te nha

Page 31: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

31

sido aproveitado. Assim, impõe anulação do crédito relativo às operações

anteriores.

Vale lembrar que, referenciado preceito constitucio nal, quando diz salvo

determinação em contrário, admite que a legislação possa dispor de forma

contrária, ou seja, estabelecer que, a despeito da isenção ou da não-

incidência, o contribuinte poderá utilizar crédito de ICMS; ou, se é ele o

realizador da operação ou prestação isenta ou não-s ujeita ao imposto, poderá

ser dispensado do estorno do respectivo crédito, po r acaso apropriado. E, há

situações em que a legislação assim dispõe, como no caso de venda, para o

exterior do país (exportação), de produtos industri alizados, em que, embora

não sujeita ao ICMS à operação, o contribuinte (fab ricante exportador) é

dispensado da anulação dos créditos pelas compras d as matérias-primas

correlatas.

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

ISENÇÃO

É uma situação devidamente estabelecida em lei, que dispensa o pagamento

do tributo.

Nos termos do art. 48, parágrafo único, do Livro I, do RICMS-RJ - Decreto nº

27.427/2000, os benefícios fiscais de isenção, redu ção de base de cálculo,

crédito presumido, bem como quaisquer outros incent ivos e favores fiscais

serão concedidos ou revogados nos termos dos convên ios celebrados e do

Poder Executivo, conforme disposto na Lei Complemen tar nº 24/1975.

Observado o art. 49, parágrafo único, do Livro I, d o RICMS-RJ, quando a

isenção depender de condição, não sendo esta satisf eita, o imposto será

considerado devido no momento em que ocorreu a oper ação ou a prestação e

será cobrado pelo seu valor monetariamente corrigid o, com os acréscimos

cabíveis.

A outorga de isenção não importa em dispensa do cum primento de obrigação

acessória dependente da obrigação principal, bem co mo a isenção de caráter

Page 32: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

32

subjetivo só exclui o crédito tributário quando o s eu titular estiver na situação

de contribuinte, de acordo com o disposto nos arts. 50 e 51 do Livro I do

RICMS-RJ – Decreto nº 27.427/2000.

No Rio de Janeiro os benefícios fiscais concedidos pelo Estado estão

relacionados no Manual de Benefícios Fiscais instit uído pelo Decreto nº

27.815/2001.

4.4 – Suspensão

Adiamento do pagamento do imposto sendo que esse pa gamento será feito

futuramente pelo próprio contribuinte.

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

SUSPENSÃO

É o adiamento temporário da exigência de pagamento do tributo, mesmo

ocorrendo o seu fato gerador, mediante o cumpriment o de certas condições

estabelecidas em lei.

Caso essas condições não sejam integralmente cumpri das, caberá ao

contribuinte beneficiado recolher o imposto dispens ado à época.

No Estado do Rio de Janeiro as hipóteses de Suspens ão estão previstas no

artigo 52 do livro I do RICMS/RJ – Decreto nº 27.42 7/2000.

Exemplo: Industrialização, conserto, reparo, demons tração.

4.5 – Diferimento

Postergação do pagamento do imposto, sendo que esse pagamento será feito

futuramente por outro contribuinte.

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

Page 33: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

33

DIFERIMENTO

Diferimento é a postergação temporária do pagamento do imposto para uma

etapa posterior de operação ou prestação, desde que cumpridos todos os

requisitos legais.

Exemplo: Operação de sucata em operação interna – L ivro XII do RICMS/RJ.

5 – Responsáveis Tributários pelo recolhimento do I CMS

Ocorrido o fato gerador, surge a obrigação tributár ia principal recaindo sobre

determinada pessoa o dever de satisfazê-la. Então, essa pessoa, física ou

jurídica (definida na lei), de quem o Estado exige a prestação tributária, chama-

se sujeito passivo da obrigação principal.

O Código Tributário Nacional distingue, de modo exp lícito, duas espécies de

sujeito passivo: contribuinte e responsável, em seu art. 121, parágrafo único.

O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e di reta com a situação que

constitua o respectivo fato gerador;

II – responsável, quando, sem revestir a condição d e contribuinte, sua

obrigação decorra de disposição expressa de lei.

A LC 87/96 trata da responsabilidade pelo pagamento do ICMS nos arts. 5º e 6º:

Art. 5º - Lei poderá atribuir a terceiros a respons abilidade pelo pagamento do

imposto e acréscimos devidos pelo contribuinte ou r esponsável, quando os

atos ou omissões daqueles concorrerem para o não re colhimento do tributo.

Art. 6º - Lei estadual poderá atribuir a contribuin te do imposto ou a depositário

a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagam ento, hipótese em que

assumirá a condição de substituto tributário. (Reda ção da LC 114/02)

Page 34: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

34

§ 1º - A responsabilidade poderá ser atribuída em r elação ao imposto incidente

sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam an tecedentes,

concomitantes ou subsequentes, inclusive ao valor d ecorrente da diferença

entre alíquotas interna e interestadual nas operaçõ es e prestações que

destinem bens e serviços a consumidor final localiz ado em outro Estado, que

seja contribuinte do imposto.

5.1 – Contribuintes do ICMS

Art.4º da LC 87/1996

Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com

habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de

circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de comunicação, ai nda que as operações e as

prestações se iniciem no exterior.

É também contribuinte a pessoa física ou jurídica q ue, mesmo sem

habitualidade:

I – importe mercadorias do exterior, ainda que as d estine a consumo ou ao

ativo permanente do estabelecimento;

II – seja destinatária de serviço prestado no exter ior ou cuja prestação se tenha

iniciado no exterior,

III – adquira em licitação de mercadorias apreendid as ou abandonadas;

IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de

petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estad o, quando não destinados à

comercialização ou à industrialização.

Page 35: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

35

5.2 – Contribuintes do ICMS Substituto

O sujeito passivo, diverso do contribuinte, a quem a lei atribui o dever de

recolher o imposto relativo às operações subseqüent es àquela por ele

praticada, denomina-se Substituto Tributário.

5.3 – Contribuintes do ICMS Substituído

Contribuinte Substituído é aquele que promove a ope ração de circulação de

mercadorias cujo recolhimento a legislação atribuiu ao substituto.

No recebimento de mercadorias ou na utilização de s erviços sujeitos à

substituição tributária, o estabelecimento recebedo r fica solidariamente

responsável pelo imposto devido nas operações e pre stações seguintes.

O substituído é responsável pelo recolhimento do im posto devido nas

operações subseqüentes, quando recebe mercadoria de outra unidade da

Federação, sujeita ao regime de substituição tribut ária, na hipótese do

remetente não estar obrigado à retenção do imposto. É o caso, por exemplo,

de mercadoria recebida de Estado não signatário de convênio ou protocolo.

6 – Base de Cálculo e Alíquotas aplicáveis as Opera ções

6.1 – Base de Cálculo do ICMS

Na hipótese do ICMS, a base de cálculo é o valor da operação tributada, em

cada caso identificado e avaliado, inicialmente pel o contribuinte e, em fase

posterior, pelo fisco, por tratar-se de imposto cuj o lançamento é por

homologação.

Conforme o art. 13 da LC 87/96, a base de cálculo d o imposto é:

Nas prestações de serviço de transporte interestadu al e intermunicipal e de

comunicação

Corresponde ao valor do preço do serviço conforme p revisão legal da (LC

87/96, art. 13, III)

Page 36: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

36

6.2 – Alíquotas Aplicável às Operações Internas e I nterestaduais

Os Estados e o Distrito Federal têm plena liberdade para a fixação das

alíquotas do ICMS referentes às chamadas operações internas, ou seja,

aquelas em que o vendedor e o comprador, o remetent e e o destinatário da

mercadoria, o prestador e o usuário do serviço, sej am estabelecidos dentro do

território estadual. Porém, quanto às alíquotas apl icáveis nas operações ou

prestações de caráter interestadual (venda de merca doria para comprador

estabelecido em outro Estado, prestação de serviço de transporte que

ultrapasse a fronteira estadual) e as de exportação , as alíquotas do ICMS são

estabelecidas por Resolução do Senado Federal, prop osta pelo Presidente da

República ou por 1/3 dos Senadores e aprovada pela maioria absoluta dos

membros do Senado Federal.

Nesse sentido, vigora hoje a Resolução nº 22, de 19 89, cujo art. 1º assim

dispõe:

Art. 1º. A alíquota do Imposto sobre Operações Rela tivas à Circulação de

Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transp orte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação, nas operações inte restaduais, será de doze

por cento.

Parágrafo único. Nas operações e prestações realiza das nas Regiões Sul e

Sudeste, destinadas às Regiões Norte, Nordeste e Ce ntro-Oeste e ao Estado

do Espírito Santo, as alíquotas serão:

I - em 1989, oito por cento;

II - a partir de 1990, sete por cento.”

A Constituição estabelece regra específica com resp eito à alíquota do ICMS,

tendo em vista as operações e prestações interestad uais em que o destinatário

da mercadoria, ou o usuário do serviço, seja consum idor final, sendo que:

a) se o destinatário ou usuário for contribuinte do imposto (isto é, um

comerciante, um industrial, um transportador, uma e mpresa de energia elétrica

Page 37: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

37

etc.), a alíquota aplicável à operação ou prestação considerada será a relativa

às operações interestaduais (12% ou 7%); e

b) se o destinatário da mercadoria ou usuário do se rviço não for contribuinte

do imposto, a alíquota aplicável será a referente à s operações internas, em

vigor no Estado de origem da operação ou prestação.

Na situação em que o adquirente ou usuário, na cond ição de consumidor final

da mercadoria adquirida ou do serviço contratado, é também contribuinte do

imposto, a operação/prestação interestadual é grava da com o imposto

calculado à alíquota menor, mas fica ele sujeito ao pagamento, ao Estado de

sua localização, de ICMS calculado exatamente pela diferença entre a alíquota

interestadual que tiver sido aplicada e a alíquota vigente no seu Estado para as

operações internas, conforme determina o inciso VII I, acima transcrito. É o

chamado "diferencial de alíquota": o imposto que in cidiu a menor na operação

ou prestação interestadual, em favor do Estado de o rigem da operação ou

prestação, será pago pelo adquirente ou usuário, ao Estado de destino.

Alíquota é o percentual, definido em lei, que se ap lica sobre a base de cálculo,

para obtenção da importância do imposto a ser pago. Como já visto, o Senado

Federal fixa as alíquotas para as operações/prestaç ões interestaduais e de

exportação (7% ou 12%). Relativamente às demais, ca da Estado define as

alíquotas aplicáveis, que variam, em regra, de 7% a 35%.

7 – Aprorição de Créditos de ICMS

É a compensação do ICMS pago nas aquisições com o q ue for devido nas

saídas, desde que estas sejam tributadas. (Art. 155 , Inciso II, § 2.º, I e II da

CF/88)

Quando a empresa adquire insumos de produção ou ati vos, paga aos seus

fornecedores o ICMS, que é destacado nas Notas Fisc ais de aquisição.

No momento da venda de mercadorias, a empresa faz o destaque do ICMS nas

Notas Fiscais emitidas. O valor desse imposto não é totalmente recolhido ao

Page 38: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

38

Estado, já que há necessidade de se abater o ICMS p ago anteriormente aos

fornecedores, quando da aquisição dos insumos e ati vos.

Esse abatimento é chamado de Crédito do ICMS.

7.1 – Legalidade do aproveitamento

A Constituição Federal de 1988, no inciso II do art igo 155, atribuiu competência

aos Estados e ao Distrito Federal para instituírem o imposto sobre circulação

de mercadorias e prestação de serviços (ICMS).

O ICMS é um tributo indireto, eis que o contribuint e de direito recolhe o tributo,

mas transfere o ônus financeiro para o contribuinte de fato, com diversas

peculiaridades e norteado por diferentes princípios , dentre os quais se destaca

o da não-cumulatividade.

O princípio da não-cumulatividade constitui uma lim itação ao poder de tributar

e, portanto, uma garantia do contribuinte que deve ser observada pelos entes

federados competentes.

A não-cumulatividade é um princípio e uma técnica d e desoneração da cadeia

produtiva ou da cadeia de consumo, que se encontra disciplinada no artigo

155, parágrafo 2º, inciso I da Constituição Federal de 1988.

Essa técnica implica a compensação entre créditos a purados tendo-se em

vista o ICMS devido na operação ou prestação anteri or, e débitos, apurados

tendo-se em consideração o imposto devido na operaç ão ou prestação atual.

Esse sistema de abatimento evita a superposição de incidências de ICMS.

Assim, num determinado período de apuração, se os d ébitos forem superiores

aos créditos haverá ICMS a recolher. Porém, se os c réditos forem maiores que

os débitos não há imposto a recolher e os créditos deverão ser aproveitados

nas operações ou prestações seguintes.

Page 39: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

39

O ICMS é um tributo não-cumulativo, porque em cada operação é assegurado

ao contribuinte um crédito correspondente aos monta ntes cobrados nas

operações anteriores.

Cumpre salientar que, consoante o artigo 155, parág rafo 2º, inciso II, da Carta

Suprema, as referidas limitações só podem ser afast adas se houver legislação

expressa em sentido contrário.

Recurso Extraordinário n.º 174.478-2/SP.

O citado recurso extraordinário julgado pelo Suprem o Tribunal Federal no dia

17 de março de 2005, oportunidade em que se modific ou o posicionamento

daquela Corte referente ao direito a crédito no ICM S e suas limitações

constitucionais.

A Corte Suprema, antes do Recurso Extraordinário em tela, entendia que a

redução da base de cálculo não se enquadrava nas hi póteses constitucionais

de limitação ao direito a crédito, quais sejam isen ção e não-incidência. Assim,

o contribuinte, ainda que tributado com a base de c álculo reduzida, teria a

totalidade dos créditos para compensar com o valor de ICMS devido na

operação atual.

Dessa forma, o Tribunal Superior proferiu diversas decisões afastando a

obrigatoriedade do contribuinte de estornar os créd itos do ICMS referentes às

operações anteriores, quando as operações posterior es ocorressem com

redução da base de cálculo do imposto.

Ocorre que no julgamento do recurso extraordinário supramencionado,

relatado pelo Ministro Marco Aurélio, o Plenário do Supremo Tribunal Federal

firmou entendimento no sentido de que a redução da base de cálculo do

imposto corresponde a uma isenção parcial, espécie do gênero isenção e,

portanto, deve conduzir a um estorno proporcional d o crédito por parte do

contribuinte.

Page 40: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

40

Em outras palavras, a redução da base de cálculo co ncedida pelo Fisco

equivaleria a uma espécie de isenção impedindo, ass im, a totalidade do crédito

de ICMS em benefício do contribuinte.

A Suprema Corte sustentou que não ofende o princípi o da não-cumulatividade

a exigência de devolução proporcional de crédito do aludido imposto estadual

relativo à operação anterior do ciclo produtivo que , posteriormente, têm a

operação posterior tributada com redução da base de cálculo.

Desse modo, no que se refere à redução da base de c álculo, também

denominada de isenção parcial pelo Supremo Tribunal Federal, o

entendimento que tem prevalecido é o de que o crédi to de ICMS nessas

hipóteses deve ser proporcional ao débito, o qual f oi apurado tendo em vista a

redução da base de cálculo.

7.2 – Vedação do Aproveitamento

A Constituição Federal de 1988 apresenta limitações a esse direito a crédito no

ICMS ao determinar que a isenção ou não-incidência não enseja crédito para

compensação com o montante devido nas operações seg uintes e anula o

crédito relativo às operações anteriores.

Dessa forma, as restrições constitucionais ao direi to ao crédito no ICMS

aparecem nos casos de não-incidência ou isenção do imposto em quaisquer

das operações: antecedente ou de saída.

Partindo da premissa de que somente a isenção ou a não-incidência não

conferem direito ao crédito de ICMS, é importante v erificar o tratamento dado

aos créditos do imposto nos casos de tributação de produtos com a base de

cálculo reduzida.

8 – Operações com Demonstração de Mercadorias

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

Page 41: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

41

Gozam de suspensão do ICMS as saídas e o respectivo retorno de mercadorias

destinadas para fim de demonstração, quando o desti natário estiver localizado

neste Estado e revestir a qualidade de contribuinte do imposto, excluídas a

saída de mostruário e a remessa para estabeleciment o do mesmo titular ou de

terceiro.

Art. 52, inciso II e § 2º, do Livro I, do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto nº

27.427/00.

Deverão ser observados para a legítima utilização d o benefício da suspensão

os requisitos cumulativos a seguir discriminados:

a) a saída e o respectivo retorno de mercadorias de vem ocorrer no âmbito do

Estado, ou seja, no território do Estado do Rio de Janeiro e para contribuintes

do imposto.

b) para se gozar do benefício da suspensão, os bens saídos em demonstração

devem retornar ao estabelecimento remetente dentro do prazo de 60 dias,

prorrogável por até igual período, a critério da re partição fiscal.

A remessa de bens, será acobertada com a emissão da Nota Fiscal, modelo 1

ou 1-A ou Eletrônica, com o Código Fiscal, cuja nat ureza da operação será

"Outras saídas – Demonstração.

Nas operações de remessa e entrada de mercadorias o u bens para

demonstração, bem como nas remessas em devolução e retorno dessas

operações, os seguintes Códigos Fiscais de Operaçõe s (CFOPs) serão

utilizados:

a) Saídas ou remessas de mercadorias ou bens para d emonstração:

operação interna: 5.912

operação interestadual: 6.912

b) Entradas de mercadorias ou bens recebidos para d emonstração:

Page 42: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

42

� operação interna: 1.912

� operação interestadual: 2.912 c) Remessas em devolução de mercadorias ou bens rec ebidos para demonstração: � operação interna: 5.913

� operação interestadual: 6.913 d) Entradas em retorno de mercadorias ou bens remet idos para demonstração:

� operação interna: 1.913

� operação interestadual 2.913

A nota fiscal de remessa para demonstração será esc riturada no livro Registro

de Saídas, modelo 2 ou 2-A, conforme o caso, nas co lunas "ICMS - Valores

fiscais - Operações sem débito do imposto - Outras" e "IPI, em sendo o caso, -

Valores fiscais - Operações com débito do imposto".

8.1 – Remessa para Contribuinte do ICMS

Considera-se demonstração a operação pela qual o co ntribuinte remete

mercadorias a terceiros, em quantidade necessária p ara se conhecer o

produto, desde que retornem ao estabelecimento de o rigem em 60 dias.

Na saída de mercadoria destinada a demonstração, o contribuinte deverá

emitir nota fiscal que conterá, além dos demais req uisitos, as seguintes

indicações:

I - no campo natureza da operação: Remessa para Dem onstração;

II - no campo do CFOP: o código 5.912 ou 6.912, con forme o caso;

III - do valor do ICMS, quando devido;

IV - no campo Informações Complementares: Mercadori a remetida para

demonstração

Page 43: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

43

O trânsito de mercadoria destinada a demonstração, em todo o território

nacional, deverá ser efetuado com a nota fiscal des de que a mercadoria

retorne no prazo previsto.

8.2 – Remessa para Não-Contribuinte do ICMS

Na remessa para demonstração no Estado para não-con tribuinte, seja

particular, produtor, pessoa jurídica não-contribui nte do ICMS, será emitida

Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A ou Eletrônica com dest aque do ICMS.

8.3 – Retorno de Mercadorias de Contribuintes do IC MS

O retorno de estabelecimento contribuinte de mercad orias, dentro do prazo

regulamentar de 30 dias do recebimento das mercador ias em demonstração,

será realizado com suspensão do imposto. Caso na no ta fiscal emitida pelo

remetente tenha sido lançado o IPI, deverá este ser mencionado no campo

"Informações Complementares" do citado documento.

8.4 – Retorno de Mercadorias de Não-Contribuinte do ICMS

Nessas situações, o estabelecimento remetente emiti rá nota fiscal relativa à

entrada, indicando como natureza da operação "Retor no de demonstração",

adotando os seguintes procedimentos:

a) emitir nota fiscal relativa à entrada, com indic ação dos dados do documento

original (número, data e valor), o qual servirá par a acobertar o transporte da

mercadoria em seu retorno e respectivo lançamento n o livro Registro de

Entradas;

b) descrever no documento de Entrada os dados parti culares de quem fizer a

devolução (identidade);

c) fazer o lançamento no livro Registro de Entradas , nas colunas "ICMS -

Valores fiscais - Operações com crédito do imposto" .

Page 44: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

44

8.5 – Perda do Prazo Suspensivo – Providências do R emetente

O remetente deverá tomar certas providências quando da perda do prazo de 60

dias sem a devida solicitação da prorrogação.

Como conseqüência, as mercadorias não tendo retorna do ao estabelecimento,

tornar-se-á devido o ICMS, retroagindo seus efeitos na data da respectiva

saída da mercadoria, corrigido monetariamente e com os acréscimos cabíveis.

Na hipótese, o procedimento deverá obedecer ao esta belecido no art. 168, § 3º,

do Livro VI, do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto nº 27.427/00, a seguir

transcrito:

a) emitir nota fiscal com destaque do ICMS, mencion ando no campo

"Informações Complementares", a seguinte expressão:

" A presente nota fiscal foi emitida para lançament o do imposto, nos termos do

art. 54 do Livro I do RICMS-RJ, Decreto nº 27.427/0 0. Refere-se à nota fiscal nº

.............., de ..../..../...... (citar a nota e mitida anteriormente por ocasião da saída

das mercadorias para demonstração);

b) remeter a 1ª e a 3ª vias da supracitada nota par a o destinatário das

mercadorias;

c) lançar a nota fiscal referida na letra "a" no ca mpo de "observações" do livro

Registro de Saídas, na mesma linha que corresponder à escrituração da nota

fiscal de remessa original, com especificação das p arcelas correspondentes a

imposto, mora e atualização monetária, e que serão lançados no quadro

"Débitos do Imposto", item 002 - "Outros débitos", do RAICMS.

Se o destinatário não estiver obrigado a emitir doc umento fiscal, o

estabelecimento que receber a mercadoria em retorno deve emitir nota fiscal

para documentar a entrada, nos termos dispostos nos arts. 34 e 35 do

RICMS/00-RJ. (art. 168, § 2, do Livro VI, do RICMS/ 00-RJ)

Page 45: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

45

9 – Operações com Devolução de Mercadorias

9.1 – Procedimentos de Recebimento de Mercadorias

Procedimento Fiscal – uso de carimbo no recebimento de Notas Fiscais

Importante lembrar que a utilização do carimbo de r ecebimento de

mercadorias deve ser aplicado tão logo receba a mer cadoria através da Nota

Fiscal Eletrônica. A data colocada é primordial par a fins fiscais,

principalmente, se for necessário a devolução parci al ou total.

Verificar se todos os campos da Nota Fiscal Eletrôn ica estão de acordo e se está de conformidade com o que foi solicitado.

Observar se a aquisição é destinada para aplicação no Ativo Imobilizado ou

para Uso e Consumo ambos com guarda no Almoxarifado

9.2 – Procedimentos de Devolução de Mercadorias

Roteiro Fiscal – Regra

O processo de recebimento de mercadorias devolvidas é muito problemático

em função de incorreções feitas nas notas fiscais d e devolução de compras

emitidas pelos clientes. Registre-se que na maioria dos casos, não existe o

cuidado de se mencionar nas notas fiscais o correto valor dos bens e

consequentemente os tributos atrelados aos mesmos. Esta falta de atenção ou

cuidado ocasiona por parte do destinatário o atraso no processo de

escrituração das notas fiscais no livro Registro de Entrada de Mercadorias e a

tomada indevida de créditos de impostos quando for o caso. Quanto ao

remetente ou fornecedor, ocasiona o estorno indevid o dos créditos dos

impostos e erro na emissão das notas fiscais.

Os fatos mencionados acima terão como consequências infrações tributárias

originando lavratura de auto de infração por parte das Secretarias de Fazenda

Estaduais (ICMS e ICMS-ST) e Receita Federal (IPI, PIS e COFINS).

Page 46: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

46

Cabe destacar que os Regulamentos do IPI e ICMS-RJ não fixam prazos para

as devoluções, tanto nas que se referem às promovid as por particulares (não

obrigados a emissão de documentos fiscais) como às realizadas por

contribuintes inscritos regularmentes, isto é, pelo estabelecimento que está

recebendo o produto em devolução.

Os contribuintes de ICMS e IPI que receberem produt os em devolução deverá

atentar para os aspectos tributários quanto ao apro veitamento dos créditos

dos impostos.

10 – Operação com Doação de Mercadorias

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

As saídas de mercadorias realizadas a título de doa ção são tributadas

normalmente pelo ICMS, com exceção de algumas hipót eses isentas do

imposto.

10.1 – Hipóteses de Isenção

São isentas da tributação do ICMS, as seguintes saí das por doação:

DOAÇÃO A ENTIDADE GOVERNAMENTAL

As doações às entidades governamentais, para assist ência às vítimas de

calamidade pública, assim declarada por ato express o da autoridade

competente, são isentas do ICMS.

O mesmo tratamento é extensivo às entidades assiste nciais reconhecidas de

utilidade pública que atendam aos requisitos do art . 14 do Código Tributário

Nacional – Lei Complementar nº 5.172/66.

O benefício é extensivo às prestações de serviços d e transporte das

mercadorias em pauta, não sendo exigido o estorno d o crédito nas entradas

das mercadorias ou dos respectivos insumos objeto d as saídas das

mercadorias em doação.

Page 47: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

47

(Convênio ICM nº 26/1975, reconfirmado pelo convêni o ICMS nº 36/1990)

Prazo indeterminado – Convênio ICMS Nº 151/1994.

DOAÇÃO A ÓRGÃO E A ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

OU A ENTIDADES ASSISTENCIAIS, PARA DISTRIBUIÇÃO ÀS VÍTIMAS DA

SECA

As operações e prestações referentes às saídas de m ercadorias, em

decorrência de doação a órgãos e entidades da admin istração direta e indireta

da União, Estados e municípios ou às entidades assi stenciais reconhecidas

como de utilidade pública, para assistência às víti mas de situação de seca

nacionalmente reconhecida, na área de abrangência d a SUDENE, estão isentas

do ICMS até 31/12/2012.

Não será exigido o estorno do crédito fiscal de que trata a art. 21 da Lei

Complementar nº 87/1996.

(Convênio ICMS nº 57/1998, prorrogado através do co nvênio ICMS nº 01/2010)

DOAÇÃO À SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

O imposto sobre doações não será exigido, até 30/12 /2012, em operações

internas e interestaduais, feita por contribuintes à Secretaria de Estado de

Educação para distribuição, também por doação, à re de oficial de ensino,

dispensado o estorno do crédito.

(Convênio ICMS nº 72/1992, prorrogado através do co nvênio ICMS nº 01/2010)

DOAÇÃO DE MICROCOMPUTADOR USADO (SEMINOVO)

As saídas em doação de microcomputadores usados (se minovos) para escolas

públicas especiais e profissionalizantes, associaçõ es de portadores de

deficiência e comunidades carentes, efetuadas diret amente pelos fabricantes

ou suas filiais gozam da isenção do ICMS - Decreto nº 27.815/2001.

(Convênio ICMS nº 17/2000 – Prazo Indeterminado)

Page 48: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

48

DOAÇÃO EFETUADA AO GOVERNO DO ESTADO PARA DISTRIBUI ÇÃO

GRATUITA À PESSOAS NECESSITADAS

São isentas do imposto ICMS as saídas decorrentes d e doações efetuadas ao

Governo do Estado para distribuição gratuita à pess oas necessitadas ou

vítimas de catástrofes, em decorrência de programa instituído para esse fim,

bem como, a prestação de serviços de transporte des sas mercadorias -

Decreto nº 27.815/2001.

Não se exigirá o estorno do crédito do imposto rela tivo aos serviços tomados

e às entradas de mercadorias para utilização como m atéria-prima ou material

secundário utilizados na fabricação ou embalagem do produto industrializado,

nem as mercadorias destinadas à comercialização. O imposto, caso diferido,

será dispensado do pagamento.

(Convênio ICMS nº 82/1995, prorrogado até 31/12/201 2 através do convênio

ICMS 01/2010)

11 – Operações de Remessa para Industrialização

Legislação Tributária do ICMS do Estado do RJ

As operações de remessa e retorno de industrializaç ão são consideradas

etapas intermediárias de industrialização, tendo em vista que o produto que é

remetido retorna ao estabelecimento de origem, aind a que simbolicamente,

para posterior saída em razão de comercialização ou outra industrialização

pelo autor da encomenda.

Caracteriza-se remessa para industrialização, quand o um estabelecimento,

considerada “autor da encomenda”, promove a saída d e insumos, real ou

simbolicamente, para um estabelecimento industrial, a fim de que este último

execute o processo de industrialização de seu produ to.

Page 49: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

49

11.1 – Suspensão do ICMS e do IPI

As remessas efetuadas com a finalidade de industria lização podem ocorrer

com suspensão do ICMS, conforme previsto no art. 52 do Livro I do RICMS-RJ,

e do IPI, conforme previsto no art. 43, inciso, VI, do RIPI/2010, condicionadas a

retorno ao estabelecimento de origem, para que este , posteriormente,

comercialize ou industrialize as mercadorias.

11.2 – Prazo para Retorno ao Estabelecimento de Ori gem

A suspensão é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de

origem no prazo de 180 dias, contado da data da res pectiva saída, admitindo-

se excepcionalmente uma prorrogação de igual prazo, pela repartição fiscal, a

requerimento do interessado, e admitindo-se, excepc ionalmente, uma segunda

prorrogação de igual prazo, conforme determina o it em 2 do § 1º do art. 52 do

Livro I do RICMS-RJ.

11.3 – Exclusão do Benefício Fiscal

A suspensão do imposto não se aplica à saída do Est ado de sucata e produto

primário de origem animal ou vegetal, salvo se a re messa e o retorno se

fizerem nos termos de acordo entre o Estado do Rio de Janeiro e demais

Estados interessados (art. 52, §1°, “1”, do Livro I do RICMS-RJ).

CONDIÇÕES

Não se verificando a condição ou o requisito que le gitima a suspensão, ou

seja, se a mercadoria permanecer no estabelecimento do industrializador

(executor da encomenda) após o prazo de retorno men cionado acima, torna-se

exigível o imposto com base na data da respectiva s aída da mercadoria,

corrigido monetariamente, com os acréscimos cabívei s (art. 168, §§ 3° e 4°, do

Livro VI do RICMS-RJ).

Nesse caso, o contribuinte remetente original (auto r da encomenda) deverá:

Page 50: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

50

a) emitir nota fiscal com destaque do imposto, menc ionando o fato no campo

“Informações Complementares” e remetendo a 1ª e a 3 ª vias ao

estabelecimento industrializador;

b) lançar a nota fiscal referida na letra “a”, na c oluna “Observações” do Livro

Registro de Saídas, na mesma linha que corresponder à escrituração da nota

fiscal de remessa original, especificando as parcel as correspondentes a

imposto, mora e atualização monetária, que serão la nçadas no quadro

“Débitos do Imposto”, item 002 - “Outros Débitos” d o RAICMS.

Conseqüentemente, o industrializador (executor da e ncomenda) poderá

creditar-se do imposto destacado na nota fiscal emi tida pelo remetente (autor

da encomenda), mediante lançamento no Livro RAICMS, a título de “Outros

Créditos”.

Cabe destacar que, nessa hipótese, em que houve o d escumprimento da

condição da suspensão, o industrializador, no retor no da mercadoria

industrializada, deverá emitir nota fiscal com dest aque do ICMS sobre o valor

total, que corresponderá ao valor das mercadorias r ecebidas e o valor do

material porventura aplicado na industrialização e o correspondente à mão de

obra.

11.4 – Remessa para Industrialização de Mercadoria destinada a

Uso, Consumo ou Imobilizado

A suspensão do ICMS prevista no art. 52 do RICMS-RJ será aplicada inclusive

nas operações em que a mercadoria for destinada a u so, consumo ou ativo

imobilizado do encomendante.

NOTA FISCAL DE REMESSA - EXEMPLO

A remessa dos insumos será acobertada por nota fisc al, modelo 1 ou 1-A, ou

Eletrônica, modelo 55 apondo-se os requisitos norma lmente exigidos, bem

como a fundamentação legal relativa à suspensão dos impostos.

11.5 – Retorno de Industrialização - aspectos relat ivos ao ICMS

Page 51: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

51

No retorno de mercadoria recebida para industrializ ação, o industrializador

emitirá tão somente uma nota fiscal.

No documento fiscal deverá ser discriminado no camp o próprio do quadro

“Dados do Produto” o valor do material porventura a plicado na

industrialização, bem como o correspondente à mão d e obra. A soma dessas

duas parcelas equivalerá à base de cálculo do ICMS.

A mercadoria recebida para industrialização também será devolvida

acobertada por essa mesma nota fiscal, bastando que no seu corpo, no quadro

“Dados do Produto”, seja feita menção ao documento recebido (data, número

e série, se for o caso).

No campo de “Informações Complementares” deverá con star a indicação da

expressão “Saída com suspensão do ICMS - art. 52, i nciso I, §1°, “2” do Livro I,

do RICMS-RJ, aprovado pelo Decreto n°27.427/00”.

No campo “Natureza da Operação”, constará a seguint e expressão: “Retorno

de Industrialização”.

BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do ICMS será o valor acrescido à industrialização, incluindo

mão de obra, insumos aplicados e despesas cobradas ao encomendante nas

saídas de seu estabelecimento em retorno ao do enco mendante (art. 4°, II, do

Livro I do RICMS-RJ).

ESCRITURAÇÃO FISCAL

Na escrituração de nota fiscal que contenha mais de um CFOP, o contribuinte

deve efetuar os lançamentos em tantas linhas quanto s forem os CFOPs, ou

seja, o valor referente a cada um dos códigos será escriturado

independentemente, acarretando um desdobramento do valor total constante

da nota fiscal, nos termos dos arts. 82, § 4° e 83, § 3°, do Livro VI do RICMS-RJ.

Page 52: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

52

O estabelecimento industrial (executor da encomenda ) utilizará dois ou três

códigos fiscais, conforme o caso:

a) referente ao valor cobrado pela industrialização (5.124/6.124);

b) relativo à remessa simbólica dos insumos utiliza dos na industrialização por

encomenda (5.902/6.902); e

c) referente ao retorno das mercadorias recebidas p ara industrialização e não

aplicadas no referido processo (5.903/6.903).

Esses códigos serão registrados em linhas seguidas no Livro Registro de

Saídas, nas colunas sob o título de “Operações e Pr estações com Débito do

Imposto”, se o imposto for destacado, ou sob o títu lo de “Operações sem

Débito do Imposto” na coluna “Outras”, na hipótese de suspensão do imposto.

Quanto ao recebimento pelo autor da encomenda da me rcadoria

industrializada, a nota fiscal será lançada no Livr o Registro de Entradas tantas

vezes quantos forem os Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOPs)

de entradas, nas colunas sob o título de “Operações ou Prestações com

Crédito do Imposto”, na hipótese em que houver o de staque do imposto, ou

sob o título de “Operações ou Prestações sem Crédit o do Imposto - Outras”,

na hipótese de suspensão do imposto.

No retorno da industrialização, o autor da encomend a sempre utilizará dois ou

três códigos fiscais, conforme o caso:

a) referente ao valor cobrado pela industrialização (1.124/2.124);

b) relativo à remessa simbólica dos insumos utiliza dos na industrialização por

encomenda (1.902/2.902);

c) referente ao retorno das mercadorias recebidas p ara industrialização e não

aplicadas no referido processo (1.903/2.903).

Page 53: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

53

12 – Operações com Venda à Ordem

Configura-se como “venda à ordem” aquela em que a e mpresa “A” vende

mercadoria para a empresa “B” e esta solicita que a entrega, por sua conta e

ordem, seja feita à empresa “C” (cliente da empresa “B”).

Na venda à ordem pode ser emitida nota fiscal para simples faturamento,

vedado o destaque do ICMS. Registre-se que é facult ativa a emissão dessa

nota fiscal, podendo o contribuinte, se assim lhe c onvier, emitir a nota fiscal

somente por ocasião da entrega efetiva da mercadori a.

12.1 – Escrituração Fiscal

Se for emitida a nota fiscal para simples faturamen to, a sua escrituração será

efetuada da seguinte forma:

a) pelo vendedor remetente (empresa “A”) escritura no Livro Registro de

Saídas, nas colunas sob os títulos “Documento Fisca l” e “Observações”,

inserindo-se nesta a seguinte expressão: “Simples F aturamento”;

b) pelo adquirente originário (empresa “B”) escritu ra no Livro Registro de

Entradas, nas colunas sob os títulos “Documento Fis cal” e “Observações”,

inserindo nesta a seguinte expressão: “Simples Fatu ramento”.

12.2 – Entrega da Mercadoria

Por ocasião da entrega global ou parcial da mercado ria a terceiros, deverão

ser observados os procedimentos descritos nos subit ens a seguir.

I) Vendedor remetente (empresa “A”)

O vendedor remetente deverá emitir nota fiscal:

a) em nome do destinatário (empresa “C”), para acom panhar o transporte da

mercadoria, sem destaque do valor do ICMS, na qual, além dos requisitos

exigidos, constarão como natureza da operação: “Rem essa por conta e ordem

Page 54: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

54

de terceiros”, o número, a série e a data da nota f iscal emitida pelo adquirente

originário e o nome, o endereço e os números de Ins crição no CNPJ e

Inscrição Estadual, do seu emitente. Esse documento fiscal, que acoberta o

transporte da mercadoria, deverá ser escriturado no Livro Registro de Saídas,

nas colunas relativas a “Documento Fiscal e a “Obse rvações”, anotando-se

nesta, os dados da nota fiscal emitida para efeito de remessa simbólica,

conforme letra “b” seguinte;

b) em nome do adquirente originário (empresa “B”), com destaque do ICMS,

quando devido, na qual, além dos requisitos exigido s, constarão como

natureza da operação: “Remessa Simbólica - Venda à Ordem”, o número, a

série e a data da nota referida na letra “a” anteri or. Esse documento fiscal de

remessa simbólica deverá ser escriturado nas coluna s próprias do Livro

Registro de Saídas, inclusive naquela sob o título “ICMS - Valores Fiscais -

Operações com Débito do Imposto”.

Na coluna “Observações”, do Livro Registro de Saída s, será escriturado o

número e a série, se for o caso, da nota fiscal de simples faturamento.

II) Adquirente originário (empresa “B”)

O adquirente originário (empresa “B”) deverá:

a) emitir nota fiscal com destaque do ICMS, se devi do, em nome do

destinatário da mercadoria (empresa “C”), consignan do-se, além dos

requisitos exigidos, o nome, o endereço e os número s de inscrição no CNPJ e

Inscrição Estadual, do estabelecimento que promover a remessa da

mercadoria. Essa nota fiscal será escriturada nas c olunas próprias do Livro

Registro de Saídas, inclusive naquela sob o título “ICMS - Valores Fiscais -

Operações com Débito do Imposto”;

b) escriturar a nota fiscal de “Remessa Simbólica - Venda à Ordem” citada na

letra “b” do subitem 2.24.2, nas colunas próprias d o Livro Registro de

Entradas, inclusive na coluna sob o título “ICMS - Valores Fiscal - Operações

Page 55: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

55

com Crédito do Imposto”. Serão lançados na coluna “ Observações” o número

e a série, se for o caso, da nota fiscal emitida pa ra simples faturamento.

III) Destinatário (empresa “C”)

Sendo o destinatário da mercadoria contribuinte do imposto, deverá:

a) escriturar, no Livro Registro de Entradas, a not a fiscal emitida pelo

vendedor remetente para acompanhar o transporte das mercadorias (letra “a”

do subitem 2.24.2), nas colunas relativas a “Docume nto Fiscal” e a

“Observações”, apondo-se nesta a expressão “Remessa por conta e ordem de

terceiros”;

b) escriturar, nas colunas próprias do Livro Regist ro de Entradas, inclusive

naquela sob o título “ICMS - Valores Fiscais - Oper ações com Crédito do

Imposto”, a nota fiscal emitida pelo adquirente ori ginário.

12.3 – Códigos Fiscais de Operações e Prestações

Os Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOPs ) utilizados nas

operações de venda à ordem são os relacionados a se guir:

SAÍDA

5.118/6.118 (Indústria)

Venda de produção do estabelecimento entregue ao de stinatário por conta e

ordem do adquirente originário, em venda à ordem.

5.119/6.119 (Comércio)

Venda de mercadoria adquirida ou recebida de tercei ros entregue ao

destinatário por conta e ordem do adquirente origin ário, em venda à ordem.

5.923/6.923 – Fornecedor Empresa “A” Comércio ou In dústria

Remessa de mercadoria por conta e ordem de terceiro s, em venda à ordem.

Page 56: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

56

5.120/6.120 – Empresa “B” Adquirente Originário

Venda de mercadoria adquirida ou recebida de tercei ros entregue ao

destinatário pelo vendedor remetente, em venda à or dem.

ENTRADA

1.118/2.118 (Indústria)

Compra de mercadoria para comercialização pelo adqu irente originário,

entregue pelo vendedor remetente ao destinatário, e m venda à ordem.

1.923/2.923 – Empresa “C” Destinatário

Entrada de mercadoria recebida do vendedor remetent e, em venda à ordem.

1.121/2.121 – Empresa “C” Destinatário

Compra para comercialização em venda à ordem, já re cebida do vendedor

remetente.

1.120/2.120 – Empresa “C” Destinatário

Compra para industrialização, em venda à ordem, já recebida do vendedor

remetente.

13 – Operações com Venda para Entrega Futura

A operação de venda para entrega futura configura-s e pela venda de

mercadoria, em que haja a encomenda para entrega fu tura.

Consoante o disposto no art. 3º, § 11, do Livro I, do Regulamento do ICMS,

aprovado pelo Decreto nº 27.427/2000, na venda para entrega futura,

considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se efetivar a saída da

mercadoria.

O art. 158 do Livro VI do RICMS-RJ estabelece os pr ocedimentos para emissão

de nota fiscal nas operações de venda para entrega futura.

Page 57: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

57

13.1 – Nota Fiscal para Simples Faturamento

Na venda para entrega futura é facultada a emissão de nota fiscal para simples

faturamento.

Desse modo, o contribuinte terá duas alternativas, ou seja, emitir a nota fiscal

de simples faturamento ou, simplesmente, deixar de emiti-la.

Caso o vendedor resolva emitir a nota fiscal de sim ples faturamento, será

vedado o destaque do ICMS. Como natureza da operaçã o: “Simples

faturamento” e CFOP a ser consignado na nota fiscal será 5.922/6.922 (Simples

faturamento decorrente de venda para entrega futura ).

13.2 – Atualização da Base de Cálculo

O art. 158, § 6°, do Livro VI do RICMS-RJ, determin a que haja a atualização da

base de cálculo do imposto. O valor constante na no ta fiscal emitida para

simples faturamento será atualizado até a data da e missão da nota fiscal da

efetiva saída da mercadoria.

O Decreto no 27.518/2000 instituiu a Unidade Fiscal de Referência do Estado

do Rio de Janeiro (UFIR-RJ) a ser utilizada pelo Es tado como parâmetro de

atualização de tributos, sendo reajustada anualment e.

Desse modo, haverá atualização da base cálculo some nte no caso da emissão

da nota fiscal para simples faturamento efetuada, p or exemplo, em 2012 e

emissão da nota fiscal da efetiva saída da mercador ia for em 2013, devendo o

contribuinte observar os seguintes procedimentos:

• O valor da base de cálculo deverá ser dividido pe la UFIR-RJ do ano em que

foi emitida a nota fiscal de simples faturamento; e

• O resultado será multiplicado pela UFIR-RJ do ano da emissão da nota fiscal

de remessa efetiva da mercadoria.

Page 58: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

58

13.3 – Saída efetiva da Mercadoria

Por ocasião da efetiva saída global ou parcial da m ercadoria, o vendedor deve

emitir nota fiscal em nome do adquirente, com desta que do valor do ICMS,

quando devido, indicando-se, além de outros requisi tos exigidos, como

natureza da operação: “Remessa - Entrega Futura”, C FOP: 5.116/6.116 (Venda

de produção do estabelecimento originada por encome nda para entrega

futura) ou 5.117/6.117 (Venda de mercadoria adquiri da ou recebida de

terceiros, originada por encomenda para entrega fut ura) e no campo

“Informações Complementares” do quadro “Dados Adici onais” o número, data

e o valor da operação consignado na nota fiscal rel ativa ao simples

faturamento.

13.4 – Crédito Fiscal do ICMS

O aproveitamento do crédito fiscal pelo comprador, só poderá ser feito por

ocasião do recebimento da nota fiscal correspondent e à entrega efetiva das

mercadorias.

Quando o contribuinte efetuar faturamento antecipad o, emitindo nota fiscal

para simples faturamento e o cliente desistir da co mpra antes da entrega

efetiva da mercadoria, o Fisco deste Estado entende que não há fato gerador

do imposto, pois a mercadoria não saiu do estabelec imento, devendo o

contribuinte anotar na coluna “Observações” do Livr o Registro de Saídas, na

mesma linha do lançamento da nota fiscal para simples faturamento, o fato

sobre o cancelamento da venda e o estorno do recebi mento deve ser feito apenas

nos livros contábeis.

13.6 – Escrituração Fiscal

I) Estabelecimento vendedor

O vendedor deverá observar os seguintes procediment os, para a escrituração

do Livro Registro de Saídas:

Page 59: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

59

a) a nota fiscal de simples faturamento será lançad a nas colunas “Documento

Fiscal” e “Observações”, devendo constar nesta a ex pressão “Simples

faturamento”;

b) a Nota Fiscal de “Remessa - Entrega Futura”, emi tida por ocasião da entrega

efetiva das mercadorias será lançada nas colunas de “Documento Fiscal” e

“ICMS - Valores Fiscais - Operações com Débito do I mposto” ou “Operações

sem Débito do Imposto” (caso seja devido ou não o i mposto). Na coluna

“Observações” serão indicados o número, e a série, se for o caso, da nota

fiscal para simples faturamento.

II) Estabelecimento comprador

O comprador deverá observar os seguintes procedimen tos, para a

escrituração do Livro Registro de Entradas:

a) a nota fiscal para simples faturamento será lanç ada nas colunas

“Documento Fiscal” e “Observações”, devendo constar nesta a expressão

“Simples Faturamento”;

b) a Nota Fiscal de “Remessa - Entrega Futura” será lançada nas colunas

“Documento Fiscal” e “ICMS - Valores Fiscais - Oper ações com Crédito do

Imposto” ou “Operações sem Crédito do Imposto” (se for hipótese de crédito

ou não do imposto). Na coluna “Observações” serão i ndicadas o número, e a

série, se forem o caso, da nota fiscal para simples faturamento.

Page 60: Osvaldo Angelim osvaldo.angelim@gmail.com Rio de …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0120P0415.pdf · 3 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Fundamentos Estabelecidos na Legislação Estadual

60

OBRIGADO

Osvaldo Angelim

www.osvaldoangelim.com

[email protected]