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Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto, na SP Escola de Teatro Pág. 10 Ano X - Nº 122 Junho de 2014 Cesar Ogata/SECOM TORCIDA FAZ A COPA ACONTECER A torcida paulistana está com a Seleção Brasileira. Em torno de 30 mil pessoas tem presenciado os jogos no Vale do Anhangabau.

Pág. 10 TorcidA fAz A copA AcoNTecerjornalcentroemfoco.com.br/PDF/122.pdf · Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto, na SP Escola de Teatro Pág. 10 Ano X - Nº 122 Junho de 2014

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Não Vejo Moscou da

Janela do Meu Quarto,

na SP Escola de Teatro

Pág. 10

Ano X - Nº 122Junho de 2014

Cesar Ogata/SECOM

TorcidA fAz A copA AcoNTecerA torcida paulistana está com a Seleção Brasileira.

em torno de 30 mil pessoas tem presenciado os jogos no Vale do Anhangabau.

2 SP - Junho de 2014

Vd. Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br e-mail: [email protected] - Edição: Carlos Moura - DTR/MS 006 - Colaboração: Cecília Queiroz - Edição de Arte: Binho Moreira Fotografia: Francisco Alves - MTb 13.705 - Tiragem desta edição: 20 mil exemplares - Distribuição Gratuita. O Centro em Foco é pulicado pela CM Edições Jornalísticas - ME

As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal.

expediente

copa 2014

Até o fechamento des-ta edição, a seleção brasileira havia feito

duas partidas: dia 12 com o selecionado croata e dia 17 com o time mexicano, e as condições de mobilida-de da população da cidade foi praticamente a mesma, com as ruas apresentando tráfego pesado tanto de pedestres quanto de mo-torizados. No Centro, en-tão, a situação nesses dois dias de jogos da seleção foi idêntica: entre 13h e 14h, moradores e, princi-palmente, trabalhadores da região começaram a se movimentar para acompa-nhar as disputas em casa ou em algum dos locais de exibição pública organiza-dos pela Fifa.

Nos embates Brasil x Croácia e Brasil x México, ao mesmo tempo em que milhares de pessoas dei-xaram o centro da cidade

A população de chuteiras, no Centro.

com destino a suas casas, outras centenas fizeram o movimento contrário chegando na região para acompanhar o Fifa Fan Fest, no Vale do Anhanga-baú. De modo que pouco antes do início das parti-das, a entrada para a área destinada ao evento da

Copa, no Centro, esta-va fechada - a lotação do equipamento era máxima, com cerca de 30 mil parti-cipantes.

Turistas estão vibran-do com a Copa e curtin-do o Centro - Acompa-nhada por três amigos, a turista mexicana Paloma

Sanches, 25 anos, está em São Paulo para acom-panhar a Copa. “Vim para o centro da cidade porque todos recomendaram. A festa está boa e a cidade está com um clima incrí-vel”. Estava na programa-ção da turista visitas ao Mercado Municipal e à

avenida Paulista.Assistindo ao jogo Bra-

sil x México, diante do telão instalado no Vale do Anhangabaú estavam, na primeira fila, as amigas Maria Anjo, 62 anos, Da-miana da Cunha, 65 anos, que chegaram ao local às 13h. “Faz quatro Copas do Mundo que venho ao Anhangabaú. Gosto de assistir no meio do povo, com clima de festa”, disse Damiana. “Chegamos tran-quilamente, não pegamos fila, estava tudo bem or-ganizado aqui”, avalia. Já a paraense Lúcia Vilhena, 45 anos, estava impressiona-da com o clima da cidade. “Vim para São Paulo para curtir a Copa. O clima está maravilhoso, cheio de estrangeiros, todo mundo comemorando junto”, dis-se Lúcia.

De acordo com a Prefei-tura, até aqui os números que envolvem o evento na zona central, são positivos: ao final do primeiro jogo, por exemplo, o Centro In-tegrado de Operações Con-juntas em Saúde (CIOCS) fez no Vale do Anhangabau e entorno 38 atendimentos, nenhum deles com gravi-dade, o que é considerado

um número baixo diante da quantidade de pessoas pre-sentes; os 130 ambulantes cadastrados pela Prefeitura para venderem água, cerve-ja e refrigerante, atuaram com tranquilidade - sem importunarem ou serem im-portunados.

O monitoramento da SPTuris revelou que, nos primeiros 3 dias da Copa, a cidade viveu um pico de desempenho dos meios de hospedagem de 76,6%. As CIT’s (Centrais de Infor-mação ao Turista) localiza-das na Galeria Olido, Praça da República, Estação Ro-doviária do Tietê, Aeropor-to de Congonhas e Aveni-da Paulista atenderam 580 turistas, sendo que 90% deles de estrangeiros.

Na “Praça das Artes”, os amantes do futebol tem a oportunidade de ouvir e interagir com os elementos da exposição “O Mundo dos Hinos” que apresenta ao públi-co curiosidades sobre os hinos e as bandeiras de cada uma das 32 nações que participam da Copa do Mundo de 2014. Com en-trada gratuita, a exposição permanecerá aberta à visi-tação até 15 de agosto.

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Fotos: Francisco Alves

3SP - Junho de 2014 copa 2014

Quem passa pela rua abolição em frente número 144, não

tem como não parar para contemplar o saguão de en-trada do Edifício Francisco Lemos, todo enfeitado de verde e amarelo, os 140 moradores do prédio estão totalmente no clima da copa.

O idealizador da deco-ração é um dos moradores mais antigos do prédio, Luiz Orione Alcoforado, 67 anos, nordestino da cidade Espe-rança (PB), há 37 em São Paulo, dos quais 36 morando no mesmo lugar. Ele conta que aprendeu com o pai a gostar de copa do mundo: quando ouviu ao lado dele, aos 12 anos, a narração das vitórias do “escrete canari-nho” no rádio, em 1958. Em 1966 assistiu na TV em preto e branco e em 1970, na TV em cores. Luiz é torcedor do São Paulo. “Sou são-paulino, assisto aos jogos, mas o que

Na rua Abolição: torcida empenhada pelo hexa.

eu gosto mesmo é de copa do mundo, essa é uma heran-ça que trago de meu pai”.

Luiz destaca ainda que a decoração na entrada do prédio não é só por conta da copa, mas a ideia é promover uma confraternização en-tre os moradores do prédio. “Meu desejo não é só torcer pelo Brasil, mas promover uma integração entre os mo-radores do prédio”. Nos dias de jogos do Brasil os mora-

dores se reúnem para assistir juntos e vibrarem pela sele-ção; para acompanhar tem pi-poca, salgadinhos, café, chá e refrigerantes, e no final tem sorteios.

O sindico Romilson Sou-za Costa, baiano de Salvador, 25 anos em São Paulo, 20 dos quais no edifício Fran-cisco Lemos, afirma que a iniciativa do Luiz é muito im-portante, pois além de embe-lezar o prédio faz com que os

moradores se encontrem, se conheçam. “São Paulo é uma cidade do corre-corre, onde impera o individualismo, as pessoas não se conhecem, nos prédios as pessoas mal se cumprimentam, essa ini-ciativa contribui para que as pessoas se conheçam”.

Para Alda Correia Rocha Conti, atleta veterana - mara-tonista -, destaca que a ideia de Luiz Orione, de decorar a entrada do prédio é muito

boa, “é uma ideia magnifica, pois além de mostrar toda nossa torcida e amor pelo Brasil, promove uma confra-ternização maior entre os mo-radores, assistirmos juntos os jogos de nossa seleção”.

Após a vitória contra a Croácia, euforicamente co-memorada, os moradores aguardaram ansiosos o jogo Brasil x México, cujo resul-tado ficou bem aquém de sua expectativa, mas não os

desmobilizaram - continuam no mesmo clima, motivados para o próxima “contenda”, na segunda-feira, 23, contra a seleção de Camarões. E ga-rantem que assim continua-rão nas fases seguintes, até a grande final em 13 de julho, claro que com a família Sco-lari sagrando-se hexacampeã.

Zé Eduardojornalista e radialista [email protected]

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Participantes da Caminhada Noturna pelo Centro e dos saraus do Jornal e Bodega do Brasil, também estão se reunindo para torcida nos restaurantes Apfel e Cama & Café.

4 SP - Junho de 2014comunidade

Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Nº 122

Bancários e moradores do Centro acompanha-ram a exibição do filme

Plano B, na segunda-feira, 16, no “Auditório Amarelo” do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Foi mais uma sessão especial do Projeto Cineb, que o sindicato reali-za em parceria com a Brazu-cah Produções que desde sua criação, em 2007, já atingiu um público espectador que ultrapassa a marca de 40 mil pessoas. O projeto tem um total de 71 longas e 40 curtas-metragens brasileiros exibidos em mais de 300 ses-sões gratuitas realizadas em espaços comunitários e uni-versitários da capital e região metropolitana de São Paulo.

Produzido em 2013, com direção de Get Silva, Plano B é um filme sobre outro filme. Em 1967, o cineasta Joaquim Pedro de Andrade fez um do-cumentário sobre Brasília, que denominou “Contradições de Uma Cidade Nova”. O filme fora encomendado pela em-presa Olivetti, que, através dele queria enaltecer a cidade fundada sete anos antes. No entanto, a abordagem crítica à exclusão social, promovida pelo Distrito Federal, de mi-lhares de moradores, inclusi-ve trabalhadores que atuaram na construção da cidade, desagradou a empresa e os militares. As críticas à cidade eram inesperadas e a censura recomendou que trechos do

Projeto CineB promove sessão especial do filme Plano BO documentário exibido conta a história de um filme sobre Brasília que sofreu a censura da ditadura.

Francisco Alves

filme fossem cortados. Após uma apresentação surpresa do filme durante o Festival de Brasília de 1967, Andrade es-condeu a película para que a censura não a destruísse.

Por quatro décadas o fil-me ficou no esquecimento, até que dois anos atrás uma nova equipe decidiu procu-rar pistas de seu desapareci-mento, e após a restauração realizada pelos herdeiros de Joaquim Pedro de Andrade, essa busca resultou no docu-mentário Plano B. Este res-gata “Contradições de Uma Cidade Nova” e reconta sua história, mostrando como o filme de Andrade, com rotei-ro de Jean-Claude Bernardet e fotografia de Affonso Beato, profetizou em vários aspectos o que Brasília é hoje. Get Sil-va, autor de Plano B vai ao en-contro daqueles excluídos de Brasília desde sua fundação. “Essa cidade é nossa. Ela não

pertence a Lucio Costa nem a Juscelino (Kubitschek). O que vamos fazer com ela?”, disse o diretor, após a exibição para uma sessão lotada no Cine Brasília. “O que Jean-Claude e Joaquim Pedro estavam fazen-do era tentar mostrar isso.”

“Contradições de Uma Cidade Nova”, mostrava uma cidade construída para a clas-se média alta e que excluía os mais pobres. Joaquim Pedro “previu que um cinturão de pobreza se formaria ao redor do chamado Plano Piloto, com

cidades que nada tinham a ver com o planejamento urbano sofisticado do centro conce-bido para abrigar o poder”. O filme de 1967 reúne entrevis-tas com operários que vieram em busca de um sonho e aca-baram isolados da arquitetura modernista. É surpreendente, como passados 40 anos de esquecimento, o filme restau-rado ainda se mostrava atual.

A exibição de Plano B e as impressões dos

espectadoresMesmo em dia de jogo

da Copa, o documentário de Get Silva reuniu um grupo de espectadores bastante interessados na história de Brasília, revelada no filme que brevemente será exibi-do no Canal Brasil.

As amigas Vera Lúcia Dias e Maria José Ramalho estavam no clima da copa. “Fiquei sabendo da sessão através do Jornal Centro em Foco. Como trabalho aqui no Centro, me interessei em vir conferir o filme de hoje”, contou a dentista Ma-ria José. Já Vera Lúcia veio a convite da amiga: “Eu não sabia sobre qual era o tema do filme hoje, mas como gosto de documentários, fi-quei animada em vir pra cá. O último que vi foi Cidadão Boilesen, que gostei muito” disse ela, que é guia de tu-rismo.

“Para mim foi bom assistir o filme hoje, porque eu não tinha conhecimento desse curta que foi censurado. Tam-bém gostei porque eu não co-nhecia este lado da história da

construção de Brasília”, disse a publicitária Luani Bessi. “Eu gosto de documentários por serem informativos, algo que um filme de ficção não é”, disse a gerente comercial Wayara Neris.

“Assistir ao filme de hoje me deixou com bastan-te interesse em ver o curta--metragem que foi censu-rado” disse o estudante de Jornalismo da USP, Eduardo Nascimento, que estava acompanhado da amiga Ma-noela Macari, que cursa Le-tras na USP.Um pouco sobre o diretor

Getsemane SilvaÉ produtor e diretor de

documentários. Pesquisa-dor da história e teorias do cinema de não ficção. Tem mestrado em “Documental Creativo” pela Universida-de Autônoma de Barcelo-na e foi selecionado para o DocLab (HotDocs Festival, Toronto). Em Plano B, Get - como costuma ser chamado - assina o argumento, rotei-ro e direção.

Francisco Alves

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DivulgaçãoDivulgação

Vera Lúcia e Maria José

Eduardo Nascimento e Maoela Marcari

Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Nº 122

As pessoas adotam uma dieta vegetariana por diversos motivos, entre

eles a preocupação com a saú-de, com os animais, o meio ambiente e a fome no mundo. Os adeptos do vegetarianismo não se sentem impedidos de comer carne. Eles simplesmen-te preferem não fazê-lo, por uma questão de consciência. Estudos científicos mostram que os vegetarianos apresen-tam menos riscos de doenças cardíacas, hipertensão, obesi-dade, diabetes, câncer, desor-dens intestinais, cálculos bilia-res e renais e osteoporose.

Comida Vegetariana é

Alimente-se com ética e consciência: Experimente a dieta vegetariana.

deliciosa. Experimente novos sabores!

Batatalhoada Ingredientes:5 cebolas; 2 cenouras cor-

tadas em rodelas; 1 abobrinha com casca cortada em rodelas; 5 a 7 vagens picadas; 5 batatas com casca, inteiras; 1 batata doce média, descascada, cor-tada em rodelas; 1 xícara de funghi seco; 1 tomate em cubi-nhos, caldo de legumes, tem-peros e sal a gosto; pimentões em tiras; azeitonas; azeite. Fi-nalização: Cheiro verde picado, pimenta dedo-de-moça fatiada, alho frito.

Instruções de Preparo:

. Cozinhe os legumes separa-damente, de modo que fiquem tenros.

. Em uma panela, ferva 2 litros de caldo de legumes e uma pitada de açúcar.

. Adicione cebola, alho e outros temperos, sal, se neces-sário.

. Cozinhe primeiro as ce-bolas, retire em ponto ainda firme de cozimento e coloque em escorredor. . Repita a ope-ração com a cenoura, abobri-nha e a vagem, usando sempre o mesmo caldo de legumes para cozinhar e depositando os vegetais no escorredor.

. Cozinhe as batatas no fi-nal, separadamente. Se neces-sário, adicione mais água para cozinhá-las.

. Após cozinhar todos os ingredientes, coe e reserve o caldo de legumes que restou. Ligue o forno. Hidrate os cogu-melos com parte do caldo de legumes ainda quente, e espe-re até ficarem macios. Depois, escorra bem.

. Misture todos os ingre-dientes em uma travessa pró-pria para ir ao forno, inclua o tomate, pimentões e as azeito-nas. Adicionar dentes de alho crus.

. Coloque o caldo de legu-

mes reservado em quantidade suficiente para que metade dos legumes fique submersa. Regue com azeite e leve ao for-no a 200ºC até que borbulhe. Antes de servir, salpique o pra-to com cheiro verde, pimenta e alho frito.

. Preparo: 1h / Cozimento: 1h30 / 5 porções / Fonte da Receita: Menu Vegano.

Mais receitas em www.svb.org.br

Vera Lígia LemosBiomédica Acupunturistahttp://[email protected]

Projeto CineB promove sessão especial do filme Plano BO documentário exibido conta a história de um filme sobre Brasília que sofreu a censura da ditadura.

Francisco Alves

construção de Brasília”, disse a publicitária Luani Bessi. “Eu gosto de documentários por serem informativos, algo que um filme de ficção não é”, disse a gerente comercial Wayara Neris.

“Assistir ao filme de hoje me deixou com bastan-te interesse em ver o curta--metragem que foi censu-rado” disse o estudante de Jornalismo da USP, Eduardo Nascimento, que estava acompanhado da amiga Ma-noela Macari, que cursa Le-tras na USP.Um pouco sobre o diretor

Getsemane SilvaÉ produtor e diretor de

documentários. Pesquisa-dor da história e teorias do cinema de não ficção. Tem mestrado em “Documental Creativo” pela Universida-de Autônoma de Barcelo-na e foi selecionado para o DocLab (HotDocs Festival, Toronto). Em Plano B, Get - como costuma ser chamado - assina o argumento, rotei-ro e direção.

6 SP - Junho de 20146 Sp - Junho de 2014

“Um olhar atento para a realidade política, porém, não deixará

de notar que a nossa tão louvada democracia carece exatamente do essencial: a existência de um povo sobe-rano” (Fabio Konder Compa-rato).

Durante toda a nossa história, boa parte do povo brasileiro foi mantido alheio à vida política. No artigo 1º da Constituição Fede-ral, parágrafo único, consta que “todo poder emana do povo”, no entanto, acordos de bastidores feitos por al-guns constituintes (durante a aprovação da Constituição Federal de 1988) reduziram esse poder, de forma que o povo só teria o direito de se manifestar por meio de ple-biscitos e referendos previa-mente autorizados pelo seu representante, o Congresso Nacional.

Mesmo com as boas in-tenções e alguns louváveis

A soberania de um povoesforços empreendidos na direção de promover a par-ticipação popular, ela ainda não é uma realidade nos serviços de saúde. E essa situação é, em parte, conse-quência da falta de uma de-finição clara e compartilhada do próprio conceito de parti-cipação.

Dessa forma, ainda esta-mos diante de uma socieda-de civil débil e desorganiza-da, que, até agora, não tem conseguido expressar formas adequadas de protagonismo social, que aproveitem as pequenas aberturas propor-cionadas pelos sistemas de saúde. A insensibilidade de alguns gestores diante de propostas que não compor-tem grandes investimentos financeiros ou reorganiza-ções do sistema de saúde e o fato de que a rede de voluntariado sanitário não está ainda em condições de garantir uma adequada par-ticipação nos Conselhos são

alguns fatores que contri-buem para a desistência e desinteresse pelo exercício da participação.

A Lei 8.142 determina que o sistema seja perma-nentemente auditado pelos Conselhos de Saúde, o que significa que os conselheiros de saúde devem atentar para o planejamento das ações até sua avaliação. Mais im-portante ainda, os conselhei-ros de saúde devem atuar firmemente junto à socieda-de para garantir que políti-cas públicas contribuam para a melhoria das condições de vida da população. No entan-to, os meandros do sistema, com suas múltiplas e às ve-

zes complexas engrenagens, não são aprendidos natural-mente. Para isso, o conse-lheiro de saúde precisa estar capacitado. Mas, ao mesmo tempo, apenas a capacitação não basta. O conselheiro de saúde precisa exercer a responsabilidade de cidadão, assumindo o papel de agente mobilizador das mudanças na realidade da saúde em sua comunidade. É necessá-rio combater com veemência o imobilismo, o comodismo e o individualismo que im-peram em nossos dias. Os conselheiros de saúde preci-sam conhecer sua comuni-dade, ter informações sobre as necessidades de seu terri-tório, além de ter condições para identificar os determi-nantes do processo saúde/doença que têm maior peso nesta mesma comunidade, buscando antes de tudo o fortalecimento dos direitos de cidadania.

Todo Conselheiro, seja

de que área for, deve se po-sicionar fortemente contra qualquer qualquer ato de cunho degradante e desu-mano como forma de subju-gar e manipular o cidadão. Por isso o aperfeiçoamento e o fortalecimento dos con-selhos é extremamente im-portante para a cidadania e uma alavanca para a prática da democracia, onde a es-fera pública é partilhada en-tre o governo e a sociedade criando-se espaços onde seg-mentos da população se arti-culam, trocam informações, criam conceitos, transmitem esses conceitos para outros segmentos da população e assim por diante. Porém , para que o conselho funcio-ne como deve funcionar, os representantes do governo precisam estar qualificados para responder em nome do governo. Assim, o con-selho tem peso, formula po-líticas e toma decisões que são vistas como legítimas

pelo próprio governo. Caso contrário, dependendo da forma como o governo toma decisões, ele pode desqua-lificar o papel do Conselho. Isto acontece, por exemplo, quando simula uma atitude democrática, aberta à partici-pação, quando nos bastidores outros rumos são tomados que não os debatidos com os representantes da população. E é aí que mora o perigo. É aí que a violência se instala. É aí que a população se rebela para se fazer ouvir.

Artigo baseado nos tex-tos de Nelson Bedin (Empo-deramento Comunitário) e Fabio Comparato

(“Para que o Povo Brasi-leiro se ponha de Pé” - en-trevista com Celso Daniel - conselhos de Políticas Pú-blicas)

Carmen MascarenhasConselheira Participativa Municipal pela Bela Vistae-mail: [email protected]

Assim na na-tureza como na gente - Ao

observarmos a natureza, constatamos que no in-verno ela fica mais silen-ciosa, do que nas outras estações, pois é quando os seres se recolhem. As árvores entram em repou-so e se desapegam de suas últimas folhas, guardam a energia em suas raízes e, assim, preparam a nova geração de flores e fru-tos, que despertarão na primavera. Até os animais se recolhem, aguardando a estação dos próximos acasalamentos. Se nós

Tai Chi Pai Lin - Longevidade com Saúde

estamos em contato com a natureza e com o nosso interior, podemos perceber que, no inverno, nos torna-mos mais introspectivos e tendemos a ser mais silen-

A implantodontia está consagrada como uma especialidade odonto-

lógica que restabelece com eficiência a função mastiga-tória. Entretanto, nem sem-pre os resultados estéticos são atingidos.

Como já mencionado no artigo anterior, os implantes não substituem perfeitamen-te os dentes naturais. Desta forma, para que se alcance um sorriso estético com a reabilitação com implantes, o especialista deve atentar a vários fatores, desde o planejamento cirúrgico do implante, até o término da confecção da prótese.

O planejamento inicia com a avaliação do perio-donto e o peri-implante, ou seja, da gengiva ao redor dos

ciosos, ou seja, nós também sentimos a necessidade de nos recolher para dentro de nós mesmos, armazenado nossa energia que será utili-zada na próxima primavera.

A Medicina Chinesa e o inverno - Os sábios chineses, excelentes ob-servadores da natureza, re-comendam que evitemos a exposição exagerada ao frio,

ao vento e à umidade. Para passarmos esse período de frio com saúde devemos, na medida do possível, dormir cedo e acordar tarde, de-senvolver ações com poucos movimentos e mais refle-xivas e nos alimentarmos adequadamente. O ideal é meditar, como forma de res-peitar e acompanhar o ciclo da natureza.

Preserve sua energia praticando Tai Chi Pai Lin em um dos seguintes locais:

- Quartas-feiras, às 7h30 min, na Praça Roosevelt

- Quintas-feiras, às 6h30min, na Praça Rotary - Rua General Jardim, 485 -

Vila BuarqueSe você quer manter

sua saúde, prevenir ou tratar alguma doença, par-ticipe!

Grupos: Meditação, Alimentação e Medicina Chinesa

Em julho estaremos de férias.

Regina MarquesTerapeuta de Medicina Chinesacel [email protected]://www.facebook.com/regina.marques.16906

27/06/14 - 19h

7SP - Junho de 2014Sp - Junho de 2014 7

pelo próprio governo. Caso contrário, dependendo da forma como o governo toma decisões, ele pode desqua-lificar o papel do Conselho. Isto acontece, por exemplo, quando simula uma atitude democrática, aberta à partici-pação, quando nos bastidores outros rumos são tomados que não os debatidos com os representantes da população. E é aí que mora o perigo. É aí que a violência se instala. É aí que a população se rebela para se fazer ouvir.

Artigo baseado nos tex-tos de Nelson Bedin (Empo-deramento Comunitário) e Fabio Comparato

(“Para que o Povo Brasi-leiro se ponha de Pé” - en-trevista com Celso Daniel - conselhos de Políticas Pú-blicas)

Carmen MascarenhasConselheira Participativa Municipal pela Bela Vistae-mail: [email protected]

Tai Chi Pai Lin - Longevidade com Saúde

A implantodontia está consagrada como uma especialidade odonto-

lógica que restabelece com eficiência a função mastiga-tória. Entretanto, nem sem-pre os resultados estéticos são atingidos.

Como já mencionado no artigo anterior, os implantes não substituem perfeitamen-te os dentes naturais. Desta forma, para que se alcance um sorriso estético com a reabilitação com implantes, o especialista deve atentar a vários fatores, desde o planejamento cirúrgico do implante, até o término da confecção da prótese.

O planejamento inicia com a avaliação do perio-donto e o peri-implante, ou seja, da gengiva ao redor dos

Implantes x Estética do sorriso

dentes e implantes. A ava-liação dos dentes também é muito importante, uma vez que “a face é o quadro do rosto e o sorriso a moldura desse quadro” (MONDELLI, 2003). A partir disso, pros-segue-se com a avaliação do exame tomográfico, o qual possibilita o planejamento adequado do posicionamen-to do implante, fator impor-

tantíssimo quando se trata de estética do sorriso com implantes.

Em muitos casos, para se atingir o máximo de esté-tica, deve-se lançar mão de procedimentos de enxerto ósseo para ganhar altura e/ou espessura ósseas. En-tretanto, os procedimentos muitas vezes cruciais quan-do se fala de estética com

implantes, são as cirurgias plásticas peri-implantares, ou seja, os procedimentos nos quais se acrescenta gen-giva artificial e/ou natural para melhorar a estética gen-gival do sorriso.

Por fim, após o correto planejamento dos implantes e da gengiva ao redor dos implantes, deve reabilitar o paciente com próteses sobre

implantes que se adaptem harmoniosamente com o complexo ambiente criado anteriormente. Para tanto, deve-se trabalhar com a se-leção da cor, ajuste da for-ma do dente e a confecção de textura nas próteses de porcelana. Deve-se lembrar que a prótese deve estar em função mastigatória e em congruência com os tecidos

ao seu redor, possibilitando adequada higienização pelo paciente.

A apresentação acima retrata apenas alguns pon-tos, abordados de maneira simplificada, relativos ao complexo tratamento estéti-co com implantes dentários, que devem ser observados pelo especialista em implan-todontia para que o paciente possa ter o seu melhor sorri-so e aquilo que ele promove: saúde, beleza e felicidade!

Dr. Marcelo CavalliEspecialista em ImplantodontiaMestre pela USPDoutorando pela USPRua Marquês de Itu, 95 2º andar Cj D3337-5361 / 96518-3877

SARAU DO JORNAL

Carlos Moura apresenta e interagecom poetas e artistas convidados.

PoesiaMúsica: vocal e instrumental

Contação de causosCordel

Acesso gratuito

Restaurante Cama & CaféRua Roberto Simonsen, 79 - Sé(próximo ao Solar da Marquesa)

Noite de caldos (opcional)Preço único: R$ 15,00

Bebidas à parte

27/06/14 - 19h

8 SP - Junho de 2014linhas centrais8 Sp - Junho de 2014

As principais são rinite alérgica, asma brôn-quica, conjuntivite

alérgica e dermatite atópicaTodos os anos a história

se repete. Basta a tempe-ratura cair para as alergias se manifestarem. Com o ar mais seco e o aumento dos poluentes, ácaros e pó, fica quase impossível não sofrer com a rinite alérgica, asma brônquica, conjuntivite alérgica e dermatite atópi-ca. De acordo com a Orga-nização Mundial da Saúde (OMS), nas estações mais frias, a incidência de aler-gias cresce 40%.

“As alergias são respostas exageradas do sistema imu-nológico a alguns estímulos externos comuns a todas as pessoas, como poeira, ácaro e fungos. Quem está predis-posto a ter alergia, ao entrar em contato com o alérgeno (agente causador), o sistema imunológico reage, criando anticorpos para atacar o su-posto inimigo. Desta reação, são liberadas substâncias que determinam os sinto-mas”, explica a alergologista da Rede de Hospitais São Ca-milo de São Paulo, Cristina Abud de Almeida.

Ainda de acordo com a especialista, os sintomas

Manifestações de alergias crescem 40% nas estações mais frias

das alergias que se manifes-tam nas estações mais frias são facilmente percebidos. “Na rinite alérgica, o indiví-duo apresenta coceira nasal, na garganta e/ou no ouvido, espirros, obstrução nasal e coriza. Na asma brônqui-ca, os sintomas são tosse, principalmente à noite, e ao acordar, cansaço, aperto no peito e/ou chiado. Com a conjuntivite alérgica, os olhos ficam vermelhos, co-çam e lacrimejam. Já na dermatite atópica, a pele apresenta lesões avermelha-das, que coçam muito e, às vezes, descamam”, detalha.

Ao perceber qualquer um dos sintomas, é pre-

ciso procurar um médico. “Durante a consulta, o pro-fissional irá avaliar o his-tórico clínico do paciente, como eventos anteriores e casos na família, e indicar exames específicos para verificar quais são os cau-sadores da alergia. Desta forma, será possível indicar o tratamento mais adequa-do para o problema e para a prevenção de novas ocor-rências”, revela Cristina Abud.

Entre as opções tera-pêuticas, estão o afasta-mento das substâncias que desencadeiam os sintomas, vacinas e ingestão de medi-camentos. A alergologista

esclarece: “Os anti-histamí-nicos, conhecidos popular-mente como antialérgicos, são importantes adjuvan-

tes. Os beta-agonistas são utilizados se há bronco-espasmo (dificuldade para respirar). Os corticoste-

roides são indicados para evitar a inflamação dos brônquios e, consequen-

temente, a crise de asma”.

Segundo a especia-lista, algu-mas ini-c i a t i v a s s i m p l e s

podem prevenir reações alérgicas típicas das esta-ções mais frias. “É preciso realizar um controle am-biental. A casa deve ser sempre arejada, colchões e travesseiros devem ser co-locados ao sol, evitar carpe-te, cortina, vassoura, bichos de pelúcia, banhos muitos quentes que ressacam a pele e buchas que podem gerar lesões, beber bastante água e aplicar hidrante no corpo”, orienta.

Informação da Assessoria de Comunicação e Rel. PúblicasRede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Sonhos Zugon Villar

Aquela coisinha linda e maravilhosa que paira sobre nossas

cabeças, conhecida por lua, com seus 3.474 quilô-metros de diâmetro dando uma volta a cada conjunto de 29 dias e meio em torno da Terra e que está a 384 mil quilômetros, ou a um segundo em velocidade da luz dos nossos olhos, exer-ce tanta influência sobre o nosso planeta e sobre o nosso complexo corpo or-gânico/mental que, se não nos propusermos a um rela-cionamento amistoso, cor-remos o risco de atropelos e desprendimento de ener-gias muito maior do que aquela que conseguimos acumular comendo, beben-do e rezando.

Esta força interfere em nosso cotidiano da mesma maneira que o faz com os oceanos bem em frente dos nossos sentidos e dos nossos valores, mas ofere-ce muitas graças e respos-tas para nossa caminhada enquanto vivos e atuantes nesta vida, com três dimen-sões espaciais. Nas suas andanças orbitais, a sua atração modifica a fluidez e o volume de todos os líqui-dos, provocando em nossa parte aquosa, que é mais do que 80% dos nossos corpos, movimentos fre-néticos e sincrônicos que moldam e ajustam nossos humores, desejos e a nossa saúde, assim como o desen-rolar das nossas metas e dos nossos sonhos.

SonhosA Juliana, que está mo-

rando na Irlanda, sonhou

SonhoS de jUnho de 2014que a lua surgia cor de fogo como uma rosa desabro-chada, e o mar subia até a montanha onde era sua casa. Querida Juliana, apro-veite sua estada na terra dos Duendes, dos Celtas, dos Contos de Fadas e do Guioness. Lua vermelha é a representação do amor e do medo em relação à pessoa amada, mar revolto é o sim-bolismo da sua entrada nes-ta nave temporal, que é sua vida neste momento. Leia e decore esta quadrinha, ela vai te servir como um cria-do paciente e delicado: Nos mares da minha infância/ só brinquei, e nada levei a sério/ nas brumas da elegân-cia, eu chorei, mas da lua ga-nhei um império.

A mãe de Santo Terezi-nha, que tem ajudado a to-dos que a procuram em seu terreiro, sonhou com um cristal mágico que a levava onde ela quisesse. Oi Mãe Terezinha, sua benção! Pe-dras preciosas, de maneira geral, revelam maturidade e transparência; viagem é a procura de pessoas ou de ícones desaparecidos da sua mente consciente, mas que você sente atraída em revi-venciar. Porém, os futuros revelados neste sonho estão nestas palavras: Coraçãozi-nho de cristal, que bate bate sem parar/ amor que vem de mansinho, nesta hora vai chegar.

Todos os sonhos nos fo-ram contados com detalhes e respondidos individual e gratuitamente, aqui só co-locamos os pontos que se mostraram indicação do fu-turo. Mande também o seu sonho, para [email protected], ou venha nos visitar, às quartas-feiras 19 horas, tomar um cafezi-nho e assistir a uma aula de quiromancia. Estamos em Santana perto do metrô: rua Alferes Magalhães, 347 - al-tura da Av. Cruzeiro do Sul 3000.

HÁ 10 anos InFoRManDo sobRe a VIDa no CenTRo.

jornalcentroemfoco.com.br3255-1568

o jornal da região central.

9SP - Junho de 2014 linhas centrais

Na legislação brasileira o empregador tem o direito de despedir

seu empregado sem qual-quer justificativa, desde que lhe pague as verbas rescisó-rias e indenizações corres-pondentes, tais como aviso prévio, liberação do FGTS com acréscimo de 40% sobre os depósitos fundiários e li-beração das guias do seguro desemprego.

Entretanto, o direito do empregador não é ilimitado. Além das estabilidades da

direito e Justiça

Helena Amazonas

É proibida a dispensa discriminatóriaempregada gestante, diri-gente sindical, acidentados, entre outras, desde 1995 a legislação passou a proibir qualquer forma de discrimi-nação seja no ato da admis-são, seja na manutenção do emprego ou na rescisão do contrato. A lei passou a proi-bir expressamente a “adoção de qualquer prática discri-minatória e limitativa para efeito de acesso a relação de emprego, ou sua manuten-ção, por motivo de sexo, ori-gem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade”

Ficou proibida a exigên-cia, por exemplo, de testes de gravidez ou comprovação de esterilização no ato da ad-missão.

A dispensa discriminató-

ria vem sendo reconhecida principalmente nos casos de problemas de saúde. Nossos tribunais já vinham assegu-rando a reintegração no em-prego para os portadores do vírus HIV, por entenderem que tal dispensa se caracte-rizaria como discriminatória.

Atualmente o Tribu-nal Superior do Trabalho ampliou o entendimento, passando a presumir como discriminatória a dispensa do empregado portador de qualquer doença que suscite estigma ou preconceito. Po-dem ser incluídas entre elas a AIDS, o câncer, a hepatite e até mesmo o alcoolismo crônico.

Neste caso, o trabalha-dor tem direito a uma in-

denização por dano moral. Além disso, poderá optar por sua readmissão na empresa com o pagamento de toda a remuneração devida até a efetiva reintegração ou por uma indenização correspon-dente ao dobro da remune-ração devida no período de afastamento.

É o direito do trabalho avançando para ver assegu-rados os direitos constitu-cionais de respeito à digni-dade humana, princípio da igualdade e vedação à dis-criminação.

Helena Amazonas Advogada Cível e TrabalhistaRua Dom José de Barros,17, conj.24Tel: 3258-0409

SArAU do GATToViva agradáveis

momentos poéticos.

5 de Julho, a partir das 17h

Traipu ECO HostelRua Traipu, 607 - Pacaembu

10 SP - Junho de 2014artes e cultura

Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto é resultado

da junção do texto As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, com o conto Casa Tomada, do argentino Júlio Cortázar, feita pela autora e diretora Silvana Garcia, que dá um tratamento dramático à nar-rativa do escritor argentino Júlio Cortázar (1914-1984) e traz para um patamar nar-rativo o drama do russo An-ton Tchekhov (1860-1904). As três personagens do au-tor russo são colocadas na condição do casal do conto do argentino.

O espetáculo, que foi montado em processo co-letivo com os atores Maria Tuca Fanchin, Sol Faganello e Leonardo Devitto e pro-dução viabilizada por meio do sistema de crowdfun-ding pelo site Catarse, fica em cartaz de 21 de junho até 27 de julho, e de 5 de agosto até dia 27 de agos-to. Crowdfunding consiste na obtenção de capital para iniciativas de interesse co-letivo através da junção de múltiplas fontes de finan-ciamento, em geral pessoas físicas interessadas no pro-jeto. O termo é usado para

Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto,na SP Escola de Teatro

descrever ações com o ob-jetivo de arrecadar dinhei-ro para artistas, jornalismo cidadão, pequenos negócios e start-ups, campanhas polí-ticas, iniciativas de software livre, filantropia e ajuda a regiões atingidas por desas-tres, entre outros.

A peça flerta com o re-alismo fantástico - presente nos contos de Cortázar - e se passa no final dos anos 1950, em algum lugar onde desembarcaram emigrantes russos. O desejo de três ir-mãos (confinados em uma casa - Irina, Macha e Andrei) de ir a Moscou é freado por

algo que os imobiliza. “Há nessas personagens um con-formismo que as faz se adap-tarem a todos os infortúnios. Ainda assim, alimentam a es-perança e acreditam que ha-verá algo que valha a pena. Em Cortázar, os dois irmãos abandonam a casa e não po-demos imaginar o que seria deles, porque só existem enquanto estão ali dentro. Pensei muito nisso e con-clui que também para eles não há saída”, diz a diretora. “O processo de isolamento acompanha a deterioração de suas relações - provocan-do um deslocamento da ação

para um registro de irrea-lidade, humor e suspensão poética.”

Silvana trouxe o texto do autor russo, escrito em 1900, para perto de nós e da data em que Cortázar es-creveu Casa Tomada, 1946, situando a peça no fim da década de 1950, em meio ao período da Guerra Fria, com seu clima de paranóia e a disposição de considerar tudo que vem de fora como ameaça. “Não acho que isso esteja tão distante de nos-sa atualidade. Mudaram os protagonistas, mas podemos ainda testemunhar na gran-de imprensa, diariamente, aqui e lá fora, indícios des-sa mesma aversão ao que nos é estranho e diferente.” Alguns elementos - como a corrida espacial, os filmes de ficção científica, caracte-rísticos da época - também são tematicamente incorpo-rados na peça.

Não Vejo Moscou da Janela do Meu Quarto, assim como As Três Irmãs, está dividida em movimen-tos que coincidem com as estações do ano. A peça começa no Verão e termina

no Inverno. Há um momen-to no qual as personagens “realizam” um pouco dessas fantasias, fabricando neve de mentirinha, brincando com postais de lugares onde nunca foram, fabulando sobre um futuro que mui-to provavelmente não tes-temunharão. Mesmo sem nunca terem ido a Moscou, há muitas referências dire-tas a essa “nostalgia”. Mos-cou é apenas uma ideia, um desejo de felicidade, um lugar sonhado onde tudo poderia ser diferente.

O contato de Silvana com os dois textos, base para o projeto, não é recen-te. Em 2006, ela fez uma adaptação do conto Casa Tomada para o André Car-reira, diretor e professor de teatro em Florianópolis. “Percebi naquele momen-to que gostaria de dirigir o conto, que eu tinha ima-gens muito fortes dele na cena. Por outro lado, sempre gostei da delicade-za e da complexidade das relações das personagens de Tchekhov, em especial em As três Irmãs. Não foi preciso muito para perce-ber que havia uma conexão interessante entre os dois textos. E a mistura dos dois já nasceu no meu imaginá-rio como encenação, como ocupação da cena, com uma estrutura já esboçada”, diz a diretora.

Dramaturgicamente, a diretora combinou elemen-tos dramáticos com outros que escapam dessa classi-ficação e ficam em um ter-reno intermediário, porque também não são explicita-mente narrativos. “Procurei dar um tratamento dramá-tico à narrativa de Cortázar e trouxe para um patamar

narrativo o drama tchekho-viano. É um lugar muito in-teressante, que namora com a performatividade.” Apesar de contar com dois textos de apoio para a dramaturgia, o processo de trabalho teve uma base de improviso e muito da criação dos atores foi transformada em texto e integra a dramaturgia da peça. Trechos da obra do Tchekhov ainda aparecem na boca dos atores em cena, mas uma boa parte do texto foi criada em improvisações, e organizada pela diretora.

Ficha técnicaDramaturgia e direção:

Silvana Garcia; elenco: Ma-ria Tuca Fanchin, Sol Faga-nello e Leonardo Devitto; direção de arte e figurinos: Maria Tuca Fanchin; ceno-grafia: Ciro Schu; ilumi-nação: Beto Bruel (Prêmio Shell de Melhor Iluminador em 2001, 2005 e 2008); pesquisa de trilha sonora: Maria Tuca Fanchin; filma-gem em Moscou: Nikolay Erofeev; edição de vídeo: Sol Faganello; produção: Núcleo Corpo Rastreado; assistência de produção: Jackie Dolstoy e Marina Gomes; fotografia: Roberto Setton.

Serviço:Espetáculo teatralTemporada: De 21 de junho até 27 de julhoSessões: Sábados, às 21h e dom., às 20hClassificação: 14 anosDuração: 70 minutosSP Escola de TeatroRua Praça Roosevelt, 210 - Tel.: 3775-8600Capacidade: 40 lugaresIngressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

11SP - Junho de 2014 artes e cultura

Em atividade desde o início de abril, o TOP Teatro é a sede

oficial do Nosso Grupo de Teatro, inaugurado em 5 de abril na rua Rui Bar-bosa. O espaço foi viabi-lizado por uma parceria do ator, diretor e drama-turgo Tony Giusti com o empresário Paulo Roncon, que instalou na frente da sala de espetáculos uma franquia do Fran`s Café. O Nosso Grupo de Teatro existe há 12 anos.

De acordo com Tony Giusti, idealizador do pro-jeto, o teatro foi planejado com excelente infraes-trutura técnica e artística para receber o público de forma agradável e confor-tável. São 50 lugares, mais 10 ou 20 cadeiras extras, dois palcos pequenos, (7 x 8 mais ou menos) que podem ser usados também simultaneamente, sen-do que a plateia é móvel. O saguão entre o Fran`s Café e a sala de teatro pode ser fechado a qual-quer momento, caso haja interferência de ruídos externos. “Além de ser a sede do Nosso Grupo de Teatro, pretendemos ofere-cer a possibilidade a várias formas de manifestações culturais, tais como sho-ws, exposições, cursos, palestras, oficinas, etc”, afirma o diretor.

No momento, o espaço abriga as seis produções do repertório próprio da companhia, em curta e simultânea temporada. A partir do segundo semes-tre de 2014 passará a re-ceber propostas e convidar produções de terceiros. Tony Giusti declara: “A ideia principal é manter em repertório espetáculos, shows e eventos de com-provada qualidade, para

Nosso Brasil joga hoje,Todos estão aguardando,Na rua e na sua escola,A hora esta chegando,Quando toca o sinal,O garoto sai gritando.

Zé é um menino simples,Lá no morro ele mora,A casa é muito pobre,Se pensar a gente chora,Ele tem sorriso lindo,E faz isso toda hora.

Na sua casa não tem nada,Falta até arroz e feijão,A mamãe trabalha fora,E não tem televisão,Mas ele esquece tudo,Lá no bar do seu João.

O mais novo teatro da cidade é instalado no Bixiga

que se torne um local de referência”.

As peças em cartaz são de autoria dele, que assina a direção de cinco delas. “Uma das características que justifcam a existência de um grupo é a ativida-de contínua e rotineira de pesquisa de linguagem dramatúrgica e sua manu-tenção em cartaz ou em repertório. Isso permite não só uma ciraculação entre as peças encenadas, mas também um estímulo para integrantes do grupo e motivação, com as mon-tagens dialogando entre si e se dirigindo a diferentes plateias”, finaliza.

Sobre Nosso Grupo de Teatro

Fundado em 2002, com o objetivo de desen-volver dramaturgia pró-pria, em seus 12 anos realizou os espetáculos: Elas são demais! (Comé-dia adulta, 2002/2003); A Alma sem menino (Musical Infantil, 2002/2003); Bom-bom, o Lobinho Mau (Mu-sical infantil, 2003/2005); Ensaio para inverno (Dra-ma adulto, 2005/2014); O Jardim dos Duendes (Infan-

til, 2008/2014); O Patinho Feio (Musical Infanto-ju-venil, 2013/2014); Nava-lha Nova (Drama adulto, 2014) e PÓS-MAN (Monó-logo adulto, 2014).

os espetáculos da primeira temporadaO Patinho Feio - de 05

de abril a 01 de junho. A peça conta de maneira ori-ginal, divertida e dinâmica a aventura de um “patinho diferente” que foi abando-nado ainda ovo às margens de um lago. Não fugindo da melhor tradição das fá-bulas, nossa história apre-senta uma versão inusitada dentro do melhor estilo metafórico e moderno. Du-ração: 50 minutos. Reco-mendação: livre. Sábados e domingos, às 16h.

Arte & Manhas (Co-média de costumes) - de 11 de abril a 28 de junho. Um breve panorama cô-mico da obra de Arthur Azevedo, apresentado por intermédio da representa-ção farsesca de 15 contos curtos retirados de sua vasta obra, onde se perce-be toda sua sagacidade na observação do comporta-mento de uma época e sua

influência na formação do caráter da sociedade brasi-leira contemporânea. Du-ração: 70 minutos. Reco-mendação: 12 anos. Sextas e Sábados, às 20h.

Ensaio para inverno (Drama adulto) - de 13 de abril a 29 de junho. Ins-pirado no conto A mulher Desiludida, de Simone de Beauvoir, o texto aborda o universo feminino. Estela, mulher dedicada e mãe ze-losa, descobre que é traída pelo marido, que confessa ter uma amante, Noeli, mulher independente e profissional bem sucedida. Por meio das recordações de sua vida, Estela revisa sua condição feminina, buscando compreender qual é agora como mulher, seu novo papel na socieda-de. Duração: 50 minutos. Recomendação: 14 anos. Domingos às 20 h.

Pós-Man (Monólo-go em um ato) - de 19 de abril a 29 de junho. A comédia do homem Pós--Moderno ou o inferno de cada um. Um homem co-mum. Um café em fim de tarde na padaria da esqui-na. Um olhar. Outro ho-

O Menino Zé

mem comum... simples as-sim. Inicia-se como Fausto uma descida ao próprio in-ferno existencial. Duração: 60 minutos. Recomenda-ção: 14 anos. Sábados e domingos, às 18 h.

Sinopse: Navalha Nova (Drama

Adulto) - de 23 de Abril a 26 de junho. Inspirada na peça Navalha na Carne, de Plínio Marcos. Duração: 60 minutos. Recomenda-ção: 14 anos. Quartas e Quintas, às 20h.

O Jardim dos Duendes (Infantil) - De 14 de Ju-nho a 03 de Agosto. Cinco duendes e um grilo músico e muito esperto decidem salvar o mundo onde vi-

vem. Vão à busca de seus objetivos com muita ale-gria, brincadeiras, músi-ca e poesia. Duração: 50 minutos. Recomendação: livre. Sábados e domingos, às 16h.

Serviço:Espetáculos teatraisTOP TeatroRua Rui Barbosa, 201 - Bela Vista - Tel.: 2309-4102Capacidade: 60 lugaresIngressos: R$ 30 e R$ 15 (meia).Ar condicionado e acesso para deficientes.

Cordel

E quando o jogo começa,É grande a sua aflição,Parece enorme tambor,O seu pobre coração,Quando a bola sai correndo,É aquela curtição.

Mas existe um momento,Que Zé fica esperando,Não é grito, não é gol,A barriga está roncando,Fica feliz o menino,Vendo a pipoca chegando.

Rosinha NoronhaTrabalho realizado na Oficina de Cordel 2010Centro de Referência e Cidadania do Idoso (CRECI)com Cleusa Santo