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MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 1 PAGAMENTO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO: UM ESTUDO DE CASO NA CECRES SP PAYMENT OF INTEREST ON EQUITY: A CASE STUDY IN CECRES SP Adm. Esp. Luiza dos Santos Oliveira [email protected] Prof. Orientador Me. Irso Tófoli Unisalesiano Lins [email protected] Profª. Ma. Jovira Maria Sarraceni Unisalesiano Lins - [email protected] RESUMO Oriundos das transações financeiras e de crédito cooperativo, os juros sobre o capital próprio são consequências de taxas que excedem aos custos totais e representam um numerário a ser devolvido ao capital social ao fim de cada exercício social na proporcionalidade e limites legais preestabelecidos. A opção pelo pagamento de juros proporciona benesses à cooperativa e ao associado, bem como, figura em uma estratégia fiscal a ser considerada. No decorrer deste trabalho é apresentada a CECRES, unidade de Lins-SP, com o objetivo de levantar através da pesquisa de campo realizada no período de fevereiro a outubro de 2014, os aspectos voltados para a formação, a política estratégica de geração e de distribuição dos juros sobre capital próprio adotada pela cooperativa , bem como o procedimento de pagamento destes excedentes de capital utilizados, assim como, rateio e métodos de devolução. Palavras - chave: Juros sobre capital próprio. Cooperativismo de crédito. Gerenciamento de spreads. INTRODUÇÃO Em razão de uma série de fenômenos econômicos e financeiros advindos da abertura de mercado, as organizações foram incitadas a repensar sua forma de atuação no ambiente econômico em que se inserem, sendo motivadas a gerirem seus negócios com uma visão que ultrapassa o ponto de vista individual, mas que envolve a construção de uma gestão coletiva, que consegue sustentar sua estrutura, e ter um desempenho econômico e financeiro positivo em prol de todos os envolvidos. Neste cenário, as cooperativas de crédito ganharam notoriedade e deixaram de participar da economia de forma secundária, pois seu modelo de gestão mostrou-se como uma das opções mais ajustadas no suprimento destas novas necessidades

PAGAMENTO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO: UM ESTUDO DE ... · Atualmente, a CECRES opera como cooperativa de economia e crédito mútuo para todos os funcionários cooperados das

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PAGAMENTO DE JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO: UM ESTUDO DE CASO

NA CECRES – SP

PAYMENT OF INTEREST ON EQUITY: A CASE STUDY IN CECRES – SP

Adm. Esp. Luiza dos Santos Oliveira – [email protected]

Prof. Orientador Me. Irso Tófoli – Unisalesiano Lins – [email protected]

Profª. Ma. Jovira Maria Sarraceni – Unisalesiano Lins - [email protected]

RESUMO

Oriundos das transações financeiras e de crédito cooperativo, os juros sobre o capital próprio são consequências de taxas que excedem aos custos totais e representam um numerário a ser devolvido ao capital social ao fim de cada exercício social na proporcionalidade e limites legais preestabelecidos. A opção pelo pagamento de juros proporciona benesses à cooperativa e ao associado, bem como, figura em uma estratégia fiscal a ser considerada. No decorrer deste trabalho é apresentada a CECRES, unidade de Lins-SP, com o objetivo de levantar através da pesquisa de campo realizada no período de fevereiro a outubro de 2014, os aspectos voltados para a formação, a política estratégica de geração e de distribuição dos juros sobre capital próprio adotada pela cooperativa , bem como o procedimento de pagamento destes excedentes de capital utilizados, assim como, rateio e métodos de devolução. Palavras - chave: Juros sobre capital próprio. Cooperativismo de crédito. Gerenciamento de spreads.

INTRODUÇÃO

Em razão de uma série de fenômenos econômicos e financeiros advindos da

abertura de mercado, as organizações foram incitadas a repensar sua forma de

atuação no ambiente econômico em que se inserem, sendo motivadas a gerirem seus

negócios com uma visão que ultrapassa o ponto de vista individual, mas que envolve

a construção de uma gestão coletiva, que consegue sustentar sua estrutura, e ter um

desempenho econômico e financeiro positivo em prol de todos os envolvidos.

Neste cenário, as cooperativas de crédito ganharam notoriedade e deixaram de

participar da economia de forma secundária, pois seu modelo de gestão mostrou-se

como uma das opções mais ajustadas no suprimento destas novas necessidades

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organizacionais, passando a ser considerado um dos mais bem estruturados sistema

de crédito.

Seu modelo de gestão permite o fortalecimento da sociedade e promove nos

cooperados a assertividade de um investimento que gera real retorno financeiro,

aliado a uma estrutura, onde sua concepção e ações oportunizam com

desenvolvimento e a transparência na gestão.

De acordo com Cattani (2003), as cooperativas de crédito são constituídas para

prestar serviços de caráter financeiro-bancário aos associados e à comunidade onde

atuam. Podendo, quando bem administradas, apresentar resultados positivos, sobras,

ou juros sobre capital próprio, que posteriormente retornam aos sócios.O resultado

dos excedentes de capital é representado pelos investimentos que os associados

injetam na cooperativa e que são revertidos aos mesmos.

Neste encadeamento, o superávit gerado nas operações com os cooperados

denomina-se sobras ou juros sobre capital próprio que posteriormente e

proporcionalmente às operações que as deram origem devem ser-lhes pagas

adicionalmente.

Para Barroso (2009), o padrão de distribuição de sobras está correlacionado

ao nível de desempenho das cooperativas, pois quando os gestores decidem pela

distribuição de sobras como forma de atrair os cooperados o resultado é a melhoria

do desempenho da sociedade cooperativa como um todo.

No entanto, o pagamento destes resultados excedentes não deve ocorrer de

modo aleatório, visto que sua distribuição é regulamentada pelo Art. 7 da Lei 130/2009

que veda as cooperativas de distribuir qualquer espécie de benefício às quotas-parte

do capital, excetuando-se remuneração anual limitada ao valor da taxa referencial do

Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic para títulos federais.

Assim, o planejamento de políticas de formação e de gerenciamento dos

spreads de capital cooperativo é essencial e deve considerar as regulamentações

legais e prover o direcionamento das cooperativas de crédito aos objetivos dos

diversos cooperados de forma que garanta atender a contento os tomadores como

também remunerar os aplicadores dentro de um percentual satisfatório.

No decorrer do trabalho é apresentada a Cecres – Cooperativa deCooperativa

de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados e Servidores da Sabesp e Empresas

de Saneamento Ambiental do Estado São Paulo, unidade estabelecida em Lins – SP,

cenário do desenvolvimento desta pesquisa.

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A Cecres, uma das cooperativas de estrutura e capital mais consolidados no

mercado do cooperativismo crédito brasileiro, diferencia-se em sua atuação, por

carregar em seu cerne a racionalidade técnica e financeira direcionada à assistência

educacional do cooperado, de modo a garantir a saúde de suas finanças pessoais e

o incentivo à poupança.

Neste âmbito, o processo operacional creditício da Cecres se volta para a

orientação do cooperado através do conhecimento e incentivo a hábitos que valorizam

a adequada aplicação dos recursos financeiros próprios e que promovam seu manejo

de forma responsável.

OBJETIVOS

Com o propósito de verificar a importância do pagamento de juros ao Capital

Social nas Cooperativas de Crédito, sua formação e gerenciamento, foi realizada uma

pesquisa de campo na empresa CECRES - Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo

dos Empregados e Servidores da Sabesp, localizada na Rua Tenente Florêncio Pupo

Netto, 300 - Jardim Americano - Lins - SP. Com isto, buscou-se sanar o seguinte

questionamento: como são tomadas as decisões de distribuição dos excedentes do

Capital Social de Cooperativas de Crédito provenientes do juro sobre capital próprio?

METODOLOGIA

Para a realização da pesquisa utilizou-se das seguintes metodologias:

a) Estudo de Caso – realizado a fim de analisar aspectos voltados para a

oferta de créditos disponibilizados pela cooperativa, bem como o

procedimento de pagamento de excedente de juros utilizados.

b) Método de Observação Sistemática: foram observados, analisados e

acompanhados os procedimentos aplicados às políticas de concessão

de créditos, análise de riscos, indexadores inflacionários e método de

devolução dos excedentes de capital. Tais ações foram executadas a

fim de oferecer suporte para o desenvolvimento do estudo de caso.

c) Método Histórico: levantamento de dados e informações relevantes

sobre o contexto histórico da empresa, bem como, sua posição no

mercado atual com a finalidade de propiciar melhor conhecimento do

ambiente empresarial estudado.

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1 COOPERATIVAS DE CRÉDITO E DE ECONOMIA E DE CRÉDITO

MÚTUO

As cooperativas de crédito são instituições financeiras em que predominam

aspectos sociais, em razão do acesso mais democrático ao crédito e da prática de

taxas de juros mais competitivas que outras instituições financeiras do mercado,

inclusive do que os bancos comerciais. (GONÇALVES, CIRINO, BRAGA, 2008)

São associações autônomas de pessoas que se unem, voluntariamente, para

satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por

meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente administrada.

Estas cumprem o papel de intermediar as atividades financeiras de seus associados,

objetivando promover a captação de recursos financeiros para financiar suas

atividades econômicas, a administração de suas poupanças e a prestação dos

serviços de natureza bancária por eles demandada. (SCHARDONG, 2003)

As cooperativas de economia e de crédito mútuo, por sua vez, possuem o

quadro social formado por pessoas físicas e excepcionalmente por pessoas jurídicas

que na forma da lei, se constituem como micro e pequenas empresas e que possuem

as atividades que correlacionam com as dos associados, inclusive às sem fins

lucrativos, excetuando as de gestão da cooperativa de crédito. (FULGÊNCIO, 2007)

1.1 A Cecres

A Cecres denominada de Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos

Empregados e Servidores da Sabesp e Empresas de Saneamento Ambiental do

Estado de São Paulo foi constituída em 12 de junho de 1985, por apenas 30

cooperados, que descontentes com as grandes transformações e inseguranças

políticas e socioeconômicas da época se uniram na tentativa de alcançar mais

qualidade de vida e tranquilidade financeira. (CECRES, 2014a)

Naquela época, os trinta empregados ingressantes não previam que daquela

união originaria uma das maiores instituições financeira de sociedade de pessoas, de

natureza civil e sem fins lucrativos - a CECRES, um negócio que daria certo e que

atenderia muito além de seu objetivo inicial – o de suprir às necessidades dos

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funcionários da Sabesp, oferecendo linhas de crédito com juros e benefícios mais

acessíveis. (CECRES, 2014a)

O sucesso da cooperativa era notável, sua aceitação no mercado era uma

crescente, o que favoreceu maior abrangência de mercado e fez com que o Banco

Central do Brasil, após criteriosa análise, permitisse sua expansão e abertura

estatutária para todo saneamento básico e ambiental do Estado de São Paulo.

(CECRES, 2014a)

O êxito alcançado e a forte aceitação de seus serviços financeiros no mercado

viabilizaram a expansão da empresa por outras regiões do Brasil, que passou também

a operar nas cidades de Franca, Botucatu, Itapetininga, Presidente Prudente e Lins

através de PACs (Postos Avançados Cecres), facilitando e promovendo maior rapidez

nas transações e intermediações financeiras com a sede. (RODRIGUES; PAIVA,

2005)

Atualmente, a CECRES opera como cooperativa de economia e crédito mútuo

para todos os funcionários cooperados das empresas de Saneamento Ambiental do

Estado de São Paulo e empresas conveniadas, no entanto, a maior laboração dos

seus serviços financeiros e bancários estão concentrados na Sabesp (Companhia de

Saneamento Básico do Estado de São Paulo), empresa fundadora da Cecres, a qual

trata-se de uma empresa de economia mista. (CECRES, 2014b)

Nos dias atuais, a CECRES destaca-se no seu mercado de atuação, pois

conseguiu se posicionar de forma sólida e inteligente, sendo contemplada como uma

instituição consolidada e referência no mercado cooperativo de economia e crédito

mútuo, principalmente por manter uma postura de respeito e ser reconhecida por seus

cooperados como uma das melhores soluções econômica e financeira para a

valorização dos seus recursos monetários. (CECRES, 2014a)

2 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

Os juros sobre capital próprio são proventos que o acionista recebe da empresa

e diferente dos dividendos não são pagos de acordo com o desempenho da empresa

no período. São pagamentos baseados em reservas de lucros, nos resultados

apresentados em anos anteriores, mas que ficaram retidos na empresa. (RUIZ, 2003)

Para Vieira (2011), os juros sobre capital próprio podem ser conceituados como

uma remuneração monetária aos investidores, acionistas ou associados de uma

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empresa, onde estes recebem um valor em dinheiro proporcional ao número de ações

ou quotas-partes que detém.

2.1 Limite legal de distribuição dos juros sobre capital próprio nas

cooperativas de crédito

De acordo com a Lei Complementar 130 de 2009 a distribuição dos juros

captados através das transações do crédito cooperativo passou a ser orientada pelo

que vem especificado nos artigos dispostos na íntegra a seguir:

a) Art. 7o - É vedado distribuir qualquer espécie de benefício às quotas-

parte do capital, excetuando-se remuneração anual limitada ao valor da

taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic

para títulos federais.

b) Art. 8o - Compete à assembléia geral das cooperativas de crédito

estabelecer a fórmula de cálculo a ser aplicada na distribuição de sobras

e no rateio de perdas, com base nas operações de cada associado

realizadas ou mantidas durante o exercício, observado o disposto no art.

7o desta Lei Complementar.

c) Art. 9o - É facultado às cooperativas de crédito, mediante decisão da

assembléia geral, compensar, por meio de sobras dos exercícios

seguintes, o saldo remanescente das perdas verificadas no exercício

findo.

d) Parágrafo único. Para o exercício da faculdade de que trata o caput

deste artigo, a cooperativa deve manter-se ajustada aos limites de

patrimônio exigíveis na forma da regulamentação vigente, conservando

o controle da parcela correspondente a cada associado no saldo das

perdas retidas.

e) Art. 10º - A restituição de quotas de capital depende, inclusive, da

observância dos limites de patrimônio exigíveis na forma da

regulamentação vigente, sendo a devolução parcial condicionada, ainda,

à autorização específica do conselho de administração ou, na sua

ausência, da diretoria.

2.2 Formação dos juros sobre o capital próprio na Cecres

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As cooperativas de crédito são capazes de gerarem excedentes de capital ou

sobras quando as suas taxas operacionais sobrepujam aos custos ou quando os seus

associados usufruem ao máximo os serviços que lhes são ofertados.

Para Becho (2005), os resultados positivos ou excedentes das cooperativas

são gerados porque esta objetiva para si apenas a satisfação dos custos

administrativos e operacionais, para atingir um resultado que lhe é compulsório.

Neste enfoque, as atividades operacionais da Cecres que se despontam na

geração de juros ao capital próprio são os empréstimos, os depósitos a vista e a prazo,

e o aumento do patrimônio líquido que também se altera pela admissão de novos

cooperados.

Todavia, na Cecres, a operação que apresenta maior fluxo e demanda são as

carteiras de crédito, essencialmente os empréstimos, estes são concedidos baseados

primeiramente no capital acumulado, ou seja, o cooperado pode solicitar até sete

vezes o valor de capital acumulado, segundo critério, o valor da parcela não pode

ultrapassar 30% do salário do cooperado.

Os empréstimos são solicitados à CECRES, tanto na sede em São Paulo,

quanto nos postos de atendimento ao cooperado (PACs) e via internet.

O fato de a Cecres possuir postos de atendimento (PACs) em ambiente físico

das empresas cooperadas não interfere nas liberações de crédito, pois estas não têm

nenhum vínculo com tais atribuições.

O Serviço Social de cada empresa cooperada pode apenas encaminhar para a

CECRES os casos críticos e urgentes que por estas são avaliados, no entanto,

quando isto ocorre, a liberação é totalmente vinculada aos tramites CECRES e mesmo

nessas condições especiais estas não têm nenhuma autonomia sobre qualquer

liberação.

As empresas cooperadas da Cecres quando apresentarem insuficiência de

capital de giro também se beneficiam dos empréstimos nos mesmos critérios dos

cooperados (pessoa física). Salienta-se que somente as entidades que representam

funcionários são cooperadas, ou seja, as que não têm como objetivo o lucro.

Outra atividade operacional que apresenta tendência a alcançar a mesma

representatividade para a origem dos spreads de capital da Cecres são os depósitos

à vista e a prazo, que além de acrescentarem em volume o capital da cooperativa,

constituem fonte de recursos laboral e de matéria-prima aos tomadores.

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2.3 Política estratégica de geração e de distribuição dos juros sobre capital

próprio da Cecres

A política de geração ou de distribuição dos excedentes dos juros capital

próprio na Cecres é estabelecida mediante estratégias que são definidas conforme

pesquisa das necessidades dos cooperados e do mercado em que a Cecres atua e

fornece serviços caracterizados pelos atos não cooperados.

Após a conclusão da pesquisa e do estudo de seus resultados pela gerência

financeira, tal resultado é levado para a Diretoria para verificação e consideração da

viabilidade ou não de implementação das propostas geradas, momento em que

analisa, efetua os questionamentos e propõe os possíveis ajustes que se fizerem

necessários. Concluída esta etapa, a estratégia de suprimento das necessidades do

mercado é levada para aprovação em assembléia geral ordinária, e a partir de sua

implementação é efetuado o controle para detectar possíveis desvios e efetuar as

correções necessárias.

Desta forma, além de promover a inovação das carteiras de crédito e dos

serviços prestados, promove-se a satisfação geral dos cooperados, que

consecutivamente os adquirem para suprir as necessidades levantadas nas pesquisas

e tais aquisições são fontes formadoras dos juros sobre capital próprio.

2.4 Rateio de distribuição dos juros sobre capital próprio na Cecres

O artigo 24, § 3°, da Lei n° 5.764/71, complementado pela Lei 130/09, proíbe

expressamente a distribuição de qualquer espécie de benefício às quotas partes do

capital, ou a instituição de outras vantagens ou privilégios, entre eles, as sobras,

exceto juros de até o máximo do limite da Taxa Selic ao ano pelas cooperativas de

crédito. Estas sobras devem ser rateadas proporcionalmente à atividade do

cooperado no período ou ao critério estabelecido em estatuto.

Para Menein e Port ( 2012), os vários critérios a serem analisados conduzem

às cooperativas de crédito a diferentes bases de cálculo e formas de distribuição dos

excedentes entre os associados que operaram no exercício findo, tais como:

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a) somente pelo saldo médio das operações mantidas com a cooperativa

(empréstimos e depósitos, por exemplo);

b) pelos os montantes de juros pagos pelo associado (no caso de

empréstimos) ou de juros recebidos pelo associado (no caso de

depósitos a prazo);

c) de forma proporcional ao spread gerado pela operação realizada pelo

associado.

Ao distribuir juros, a Cecres contempla todos os seus cooperados. As sobras

líquidas, deduzidas as parcelas destinadas aos Fundos Obrigatórios, são distribuídas

aos associados proporcionalmente às operações realizadas com a cooperativa, salvo

deliberação em contrário da Assembléia Geral, sempre respeitada a

proporcionalidade do retorno. Tal metodologia deve sempre ser norteada pelos

requisitos estabelecidos pela política da cooperativa, pelas porcentagens instauradas

no estatuto próprio e dentro do que determina a Lei Complementar 130/2009.

Destarte, visando efetuar o pagamento do juro ao capital social de forma justa

a Cecres rateia proporcionalmente à atividade do cooperado no período ou ao critério

estabelecido em estatuto e assim estipula o montante que cada um deve receber de

acordo com as atividades financeiras realizadas com e na cooperativa.

2.5 Formas de devolução dos juros sobre capital próprio na Cecres

De acordo com Krueger (2003), o pagamento das sobras divisíveis pode ser

devolvido aos cooperados em conta corrente ou em conta de capital, estas formas

denominam-se como método direto ou indireto.

As decisões demandas pelos gestores Cecres em relação à distribuição dos

resultados se dão pelo método indireto. Tão logo a empresa decide sobre as reservas

e provisões indivisíveis, executa-se o rateio da parte devida à intermediação

financeira. Logo após, a porcentagem divisível dos juros sobre capital próprio é

incorporada ao Capital, e por consequência o cooperado passa a ter uma oferta maior

em novos créditos ou serviços.

Nota-se que a estratégia de distribuição dos juros nesta cooperativa é

direcionada ao fortalecimento do capital da cooperativa e manutenção da mesma no

mercado. Assim, sua capacidade de liquidez é preservada e sua missão

organizacional alcançada.

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2.6 Destinações compulsórias estabelecidas legalmente

As sobras apuradas nas cooperativas são obrigatoriamente destinadas à

formação de ao menos dois fundos assistenciais.

Conforme a Lei 5.64/71 e estatuto próprio, a distribuição das sobras apuradas

pelas cooperativas de crédito deve atender as seguintes proporções:

a) cinco por cento (5%) para o FATES: percentual das sobras que ao fim

de cada exercício deve ser somado às receitas de possíveis atos não-

cooperativos e destinadas ao FATES. O valor do FATES quando não

for utilizado dentro de um determinado período fica acumulado para o

próximo.

b) quarenta e cinco por cento (45%) ao fundo de Reserva, ao final de cada

exercício conforme estatuto padrão das cooperativas, este representa o

quanto a cooperativa possui de recursos provenientes de seu resultado

em anos anteriores.

f) cinquenta por cento ( 50%) à disposição da Assembléia Geral Ordinária:

momento em que Conselho de Administração sugere formas de

distribuição das sobras aos associados, proporcionalmente a sua

participação na utilização de produtos e serviços, não ultrapassando o

valor limite da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de

Custódia – Selic para títulos federais (Lei complementar 130/09)

cabendo aos associados presentes na assembléia geral votar, aceitar a

proposta do conselho, ou ainda sugerir uma mais oportuna.

No entanto, se o resultado for negativo, a Lei nº 5.764/71 apresenta ainda três

ressalvas: em caso de liquidação, os fundos de reserva e FATES são revertidos à

Fazenda Nacional; em caso de apuração de prejuízos, estes serão cobertos com

recursos provenientes do Fundo de Reserva (Reserva Legal) e, sendo este

insuficiente, faz-se o rateio entre os associados, na razão direta dos serviços

usufruídos ou em partes iguais e quando houver resultados oriundos dos atos não-

cooperativos após a dedução dos respectivos tributos, são destinados ao Fundo de

Assistência Técnica, Educacional e Social – FATES.

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2.6.1 Tratamento das sobras e juros sobre capital próprio na Cecres

De acordo com Barroso (2009), os gestores das cooperativas de crédito podem

optar por distribuir as sobras ou juros ao capital próprio mediante três critérios: a

composição de reservas e provisões indivisíveis, o critério de rateio aos cooperados,

e forma efetiva de devolução dos excedentes rateadas, cabendo à cooperativa

estabelecer em estatuto ou definir em assembléia geral o padrão de distribuição dos

excedentes de capital se será através de sobras ou de juros ao capital.

Neste aspecto, a CECRES opta pela devolução dos excedentes através de

juros ao capital social e não como sobras.

Para isso, baseia-se na taxa Selic, conforme estabelecido pela Lei

Complementar nº 130/2009. Caso ocorra excedentes após distribuição dos juros, a

proposta levada para assembléia é a destinação de parte para o FATES, para

utilização no social e parte para Reserva de Contingências conforme percentuais

estabelecidos em lei.

Se ocorrerem prejuízos no decorrer do exercício, a Cecres determina em

estatuto próprio que os mesmos devem ser cobertos com recursos provenientes do

Fundo de Reserva e, se este for insuficiente, cobrir-se-á mediante rateio entre os

associados, na razão direta dos serviços usufruídos.

2.7 Gerenciamento do pagamento de juros sobre capital próprio na Cecres

A maneira como se estabelece o rateio e a distribuição dos juros ao capital

pode impulsionar mais os depósitos ou mais empréstimos nas cooperativas de crédito,

além disso, impacta diferentemente na percepção que os cooperados têm a respeito

do atendimento pela cooperativa de suas demandas.

Tendo em vista a obtenção do equilíbrio entre as tomadas de crédito e a

promoção de maior injeção de capital ou depósitos pelos seus cooperados, as ações

da Cecres neste sentido são estratégicas e orientadas por um planejamento

financeiro.

A Cecres percebe que o perfil de seus aplicadores em sua totalidade é

conservador, e que para os tomadores as taxas de juros cobrados são as mais justas

dentro do mercado financeiro, neste ponto, a Cecres através de um estudo de

viabilidade de crédito, efetua campanhas necessárias para que possa atender suas

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demandas, sempre orientada por um orçamento e fluxo de caixa que garanta atender

a contento os tomadores como também remunerar os aplicadores dentro de um

percentual satisfatório.

2.8 A vantagem do pagamento de juros sobre capital próprio na Cecres

A Cecres compreende que o pagamento de juros sobre capital próprio é

amplamente vantajoso, tanto para a cooperativa, quanto para o cooperado.

O pagamento dos juros sobre capital em dinheiro ao cooperado é visto, como

incentivo contratual para incrementar as operações com a cooperativa e constitui fator

determinante e imprescindível para que os gestores Cecres elaborem as estratégias

gerenciais e operacionais que agreguem valor aos serviços prestados pela

cooperativa, alavanquem os resultados e sua distribuição.

A estratégia de distribuir juros ao capital próprio tem favorecido o crescimento

e estágio de negócios da Cecres, que conquista constantemente maior abrangência

de mercado, bem como, da sua rentabilidade.

A Cecres reconhece nesta técnica um meio de conquistar e de incentivar a

fidelidade dos cooperados, no âmbito de suas cooperativas. Pois sem o pagamento

de juros, não teria os cooperados que são os aplicadores, e que possibilita à Cecres

ter os tomadores de recursos.

Além disso, a escolha da Cecres em optar pelo pagamento de juros em lugar

das sobras denota no cooperado Cecres, a convicção da escolha correta por uma

cooperativa de visão antecipada e estratégica, capaz de assegurar aos mesmos um

ganho extra de capital, através de vantagens tributárias e fiscais. Com isso, a Cecres

facilita a visualização da circulação de riqueza e incentiva o depósito pelo cooperado.

Notadamente, a partir do aumento das atividades de cooperação dos

cooperados, melhora-se o desempenho da entidade e sua prospecção no mercado,

visto que as cooperativas de crédito devem tornar públicos seus demonstrativos

financeiros ao Banco Central e ao demonstrar relatórios que apresentem capacidade

de liquidez e saúde financeira em sua totalidade, consecutivamente transmitem a

imagem de uma cooperativa confiável, de um investimento rentável e a melhoria do

indicador do desempenho da sociedade cooperativista como um todo.

A cooperativa faz opção pelo pagamento de juros ao capital ao invés de sobras,

pois acredita que por ser uma cooperativa de segmento de capitalização e

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empréstimo, esta é a melhor opção para que suas operações cheguem ao seu ponto

de equilíbrio. E isto representa maior vantagem aos cooperados do que para a Cecres,

pois o excedente quando levados para decisão em AGO, a proposta sempre é para

que parte vá para o “FATES” e parte para Reserva de Contingências, o que não deixa

de ser um beneficio que se reverte para os cooperados.

.

CONCLUSÃO

O pagamento dos excedentes de capital ou spreads cooperativos de crédito é

efetuado levando-se em consideração o atendimento de requisitos e limites legais

específicos para este segmento, bem como, aos parâmetros normativos oriundos do

Banco Central do Brasil, às regras estabelecidas no Sistema Financeiro Nacional, às

normas do Comitê de Pronunciamento Contábil a estas relacionadas e aos critérios

preestabelecidos em estatuto próprio da cooperativa.

No processo de formação, gerenciamento e distribuição dos juros ao capital

próprio das cooperativas de crédito deve-se atentar para o objeto e missão primária

da cooperativa, o conhecimento da atividade operacional que apresenta maior fluxo e

demanda e da atividade que promove margem de contribuição mais vantajosa; o

planejamento financeiro e fluxo de caixa, à metodologia de rateio e de distribuição. É

essencial ainda, que a cooperativa tenha um posicionamento e direcionamento sólido,

cujo modelo de gerenciamento satisfaça globalmente a cooperativa para que ao fim

do exercício remunere os juros ao capital social de forma justa, onde se busca não o

privilégio, mas a geração igualitária de benefícios aos tomadores e aplicadores de

capital, assim como assertivamente faz a Cecres.

Na Cecres, como nas demais cooperativas de crédito, a remuneração dos

excedentes operacionais do cooperativismo de crédito é restringida às proporções

compulsórias de constituição de dois fundos essenciais: o fundo de reserva e o fundo

de assistência técnica, educacional e social; às decisões demandadas em Assembléia

Geral Ordinária e, sobretudo depende da necessidade ou não de capital.

Outro aspecto relevante são as decisões pertinentes à definição da política de

geração dessas sobras ou de distribuição dos excedentes dos juros capital, neste

quesito é importante ponderar a possibilidade da utilização de pesquisas de

satisfação, de mercado ou de perfil dos cooperados, pois estas aumentam a

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assertividade de aquisição do portfólio ofertado e simultaneamente dos resultados

operacionais positivos projetados em um pré-plano. Na CECRES as estratégias são

definidas conforme pesquisa das necessidades da população cooperada, cujas

carteiras de crédito ofertadas trazem intrinsecamente a solução de tais anseios.

Diante do exposto, conclui-se que a pergunta problema foi respondida, pois

com o resultado da pesquisa, pôde – se confirmar que a devolução dos juros ao capital

próprio do cooperativismo de crédito é benéfica e promove a valorização do capital

cooperativo, viabiliza o benefício monetário e fiscal aos cooperados e cooperativas,

devido à dedutibilidade tributária estabelecida por leis próprias deste ramo de

atividade e que o mesmo pode ser efetuado pelo método direto ou indireto,

dependendo da decisão gerencial.

O assunto não está esgotado podendo outros autores aprofundá-lo,

redirecioná-lo ou atualizá-lo.

REFERÊNCIAS

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______. Lei Complementar 130/2009. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e revoga dispositivos das Leis nos 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Disponível em: < http:// http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/230849/lei-complementar-130-09>. Acesso em 10 Jul. 2014

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