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Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores. Director: Abel Matos Santos Ano 2 Número 14 1 de Junho de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222 Destaques Olivença Espezinhada, Carlos Consiglieri fála-nos do território português ocupado por Espanha. SUPLEMENTO NAS CENTRAIS Página 22 Em Viagem pela Índia, Luís Martins conta-nos a sua aventura. Página 35 Página 40 António Neves, fala da história do Rancho Regional do Sorraia, por ocasião da celebração do 42.º ano. Página 8 Jorge Rangel, presidente da SHIP e do Inst. Int. de Macau, fála-nos de Portugal, memória e futuro. “Operação Coruja” Apreensão de Droga e Armas de Guerra página 3 “A OTA é um disparate...”, disse um dos maiores economistas portugueses, em entrevista exclusiva ao Jornal de Coruche. página 4 João César das Neves “Os Comunistas mentem descaradamente” Miguel Mattos Chaves A propósito da Moção do PCP à Assembleia Municipal e do Major Luíz Alberto de Oliveira Azervadinha inaugura Creche e Jardim-de-Infância página 18 O Jornal de Coruche vence Prémio Imprensa Regional 2006 pág. 11 página 14 Eles sabem o que dizem ... página 17 os Prof.s José Hermano Saraiva, Veríssimo Serrão e José Mattoso, a propósito de Luíz Alberto de Oliveira

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Os artigos assinados são da inteiraresponsabilidade dos seus autores.

Director: Abel Matos Santos – Ano 2 • Número 14 • 1 de Junho de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: € 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222

Destaques

Olivença Espezinhada, CarlosConsiglieri fála-nos do territórioportuguês ocupado por Espanha.

SUPLEMENTO NAS CENTRAIS

Página 22

Em Viagem pela Índia, LuísMartins conta-nos a sua aventura.

Página 35

Página 40

António Neves, fala da história doRancho Regional do Sorraia, porocasião da celebração do 42.º ano.

Página 8

Jorge Rangel, presidente da SHIPe do Inst. Int. de Macau, fála-nosde Portugal, memória e futuro.

“Operação Coruja”

Apreensãode Drogae Armasde Guerra

página 3

“A OTA é um disparate...”, disse

um dos maiores economistas portugueses, em entrevistaexclusiva ao Jornal de Coruche.

página 4

João César das Neves

“Os Comunistas mentem descaradamente”

Miguel Mattos ChavesA propósito da Moção do PCP à Assembleia Municipale do Major Luíz Alberto de Oliveira

Azervadinha inauguraCreche e Jardim-de-Infância

página 18

O Jornal de Coruche vence Prémio Imprensa Regional 2006 pág. 11

página 14 Eles sabemo que dizem ...

página 17

os Prof.s JoséHermano Saraiva,Veríssimo Serrão eJosé Mattoso, apropósito de LuízAlberto de Oliveira

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Desde cedo que sempreme foi sendo dito que averdade, o rigor e a

competência são três alicercesfundamentais para se ter sucesso,e, acima de tudo para sermosrespeitados e mantermos a dig-nidade.

Nos dias que correm, em quetais valores são preteridos emfavor de outros, como o cinismoe a mentira, onde manter a colu-na vertebral direita se torna difí-cil e se serpenteia para ir agra-dando a gregos e a troianos, per-vertendo-se os valores elevadosde uma sociedade e de uma

nação, o sentimento que meinvade pelo facto de o Jornal deCoruche ter vencido um dosmais importantes prémios deimprensa do país, ao fim de umano de existência, retempera asforças e a vontade para continuara manter-me direito e a defenderos valores das minhas gentes,que são as de Coruche e as daalma lusa.

No plano local – Isto remetepara a subscrição pública dereposição do busto do MajorLuiz Alberto de Oliveira, que játerminou recolhendo-se mais de1100 assinaturas, que serãoentregues em Junho ao Sr. Pre-sidente da Câmara de Corucheem recepção oficial, para quefinalmente a justiça e reposiçãoda verdade possam ser feitas.

Como há sempre quem “serpen-teia”, remeto para as páginas 16 a21, onde se pode ver que paraalguns faltar à verdade não custa,com a esperança de que se “umamentira for dita muitas vezes,passa a ser verdade”. Mas, tam-bém há quem não tenha medo daverdade e ela lá está também,para que nenhum cidadão coru-chense possa ter dúvidas sobreeste tema, que entendo funda-mental para se poder criar umasociedade justa, forte, coesa esolidária.

No Plano Nacional – Surge-me de imediato a polémica daOTA, e as tristes declarações doministro das obras públicas, Má-rio Lino e do presidente do PS,Almeida Santos. O primeirodisse que “Não é num deserto

que se faz um aeroporto” referin-do-se ao sul do pais, ao Alentejo,de uma forma absolutamenteinqualificável. O segundo que“um aeroporto na margem sultem um defeito: precisa de pon-tes. Suponham que uma ponte édinamitada? Quem quiser criarum grande problema em Portu-gal, em termos de aviação inter-nacional, desliga o Norte do Suldo País”. Quaisquer destas infe-lizes declarações, ofendem echamam estúpidos aos portugue-ses, quando já toda a gente perce-beu, quer através de estudos querpelo bom senso, que o novo aero-porto não deve ser construído naOTA. É também a opinião doProf. César das Neves, que po-derá ler em exclusivo neste jor-nal, entrevistado por Edite Costa.

Mas esta edição tem muitoque ler, destacando a excelentecrónica da viagem que o nossocolaborador e amigo Luís Antó-nio Martins fez à Índia, bemcomo o texto do Dr. Jorge Rangelsobre Portugal, memória e futu-ro, passando pela entrevista a umhomem da cultura tradicional,António Neves do Rancho Re-gional do Sorraia. Temos tam-bém uma notável análise do Dr.Osvaldo Ferreira sobre como omunicípio aplicou os seus recur-sos e executou obras no ano de2006. Nesta linha, salientar ainauguração de uma creche e jar-dim de infância na Azervadinha,equipamentos fundamentais paracombater o esvaziamento popu-lacional das pequenas localida-des e fixar população. Um exem-plo que deve ser seguido.

Faço o convite a uma leituraagradável do nosso jornal, fazen-do um apelo a todos para aju-darem na campanha de solida-riedade, desenvolvida por Ma-falda Fonseca, a favor de VâniaCorreia, que um trágico acidentedeixou presa a uma cadeira derodas.

Um abraço amigo do

Abel Matos SantosDirector

2 O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007

Fundador, Proprietário e Director: Abel Matos Santos • CP: TE 463 ([email protected])Redacção: Av. 5 de Outubro, 357-3.º B. 1600-036 Lisboa • Rua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 CorucheFax: 243 675 693 • Tlm: 91 300 86 58 Editor: ProCoruche – NIPC: 507700376 Registo na ERC n.º 124937Depósito Legal: 242379/06 ISSN: 1646-4222 Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: MensalPaginação e Grafismo: Manuel Gomes Pinto Assistente: Patrícia Tadeia Agenda e Notícias: [email protected] Principal: João Carlos Louro (CP 7599), Mafalda Fonseca e Edite Costa.Assinaturas e Publicidade: Isabel Pinto, Carlos Tadeia e Conceição Louro • ([email protected])Tlm: 91 300 86 58 e 96 600 12 93 • Contabilidade: Manuel Alves dos SantosImpressão: Empresa do Diário do Minho, Lda, Braga. Distribuição e cobranças: Carlos Tadeia • Tlm: 93 632 22 90Colaboraram neste número: Abel Matos Santos, Alberto Paiva, Andreia Vilaça, Carlos Consiglieri, Domingos Xavier,Edite Costa, Hélio Lopes, Lino Mendes, Luís Martins, João Alarcão, João Costa Pereira, João Gomes, João Louro,Joaquim Mesquita, José Caeiro, Mafalda Fonseca, Mariazinha Alarcão Macedo, Miguel Mattos Chaves, Osvaldo Ferreira,Pedro Vargas, Telma Caixeirinho, Búzios, Cáritas, Eco-Reporteres EB1, Escola Prof. Coruche, GAO, GI-CMC, GI-GCS,GI-Verdes, PJ, Nersant, Paróquia CCH, RVS.Fotografias: AMS, Carlota Alarcão, Foto África, Inácio Ramos Jr., Luís Martins, João Alarcão, João Costa Pereira, JoãoLouro, Joaquim Mesquita, Mafalda Fonseca, Manuel Pinto, Osvaldo Ferreira, Telma Caixeirinho, Búzios, Eco-ReporteresEB1, PJ, GI-CMC, GI-GCS, GI-Verdes, Nersant, SRUCP.Cartoon: Pedro Nascimento Web: Henrique Lima

www.ojornaldecoruche.comAssinatura: Nacional 20 euros • Resto do Mundo 30 euros

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iAutoria de fotos no JC 13: Por lapso, não colocamos a autoria das fotos relativas à capa e ànotícia sobre a inauguração do estádio Prof. José Peseiro, em Coruche. Para que conste, e com o pedidode desculpas deste jornal, o seu autor é o nosso estimado colaborador e amigo João Costa Pereira.

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A Polícia Judiciária atravésda Direcção Central de Inves-tigação do Tráfico de Estupefa-cientes (DCITE), no âmbito docombate ao tráfico interno deestupefacientes e no termo deuma investigação que decorriahá vários meses, desenvolveu nasegunda semana de Maio, com acolaboração da GNR local, umaoperação policial no denomina-do “Bairro da Desgraça” emCoruche.

O referido bairro, com umalocalização que dificulta o con-trolo por parte das autoridadeslocais, formado por cerca de 50habitações abarracadas e habita-do por aproximadamente, 200indivíduos, constitui há váriosanos, um foco de insegurança edelinquência na região, sendodiariamente visitado por cente-na e meia de toxicodependentesque ali adquirem drogas a trafi-cantes, muitas vezes em troca debens furtados.

A operação, teve por objecti-vo central desmantelar umaestrutura local que se dedicavaao tráfico de droga e outros ilíci-tos criminais, proceder à deten-ção dos seus principais elemen-

tos e à apreensão de bens prove-nientes de actividades ilícitas.

Foram efectuadas várias bus-cas domiciliárias e detidos 9indivíduos (5 homens e 4 mulhe-res) com idades compreendidasentre os 25 e os 43 anos, porsuspeitas de tráfico de estupefa-cientes e posse de armas proi-bidas. Procedeu-se à apreensãode pequenas quantidades de co-caína e heroína, alguma dela jáembalada em doses individuais.

Procedeu-se também à apre-ensão do seguinte armamento: 1pistola de guerra 9mm, 2 pistolas6.35, 1 revolver 3.57 Magnum, 2caçadeiras, 1 pistola de gás e

elevado número de munições.Foi ainda apreendida eleva-

da quantidade de dinheiro emnotas de euro, elevada quanti-

dade de artefactos e peças deouro bem como 5 viaturas auto-móveis e 1 motociclo de alta ci-lindrada.

Os detidos foram presentes àautoridade judiciária compe-tente, tendo sido aplicada amedida de prisão preventiva a 6,ficando os restantes 3, sujeitos aapresentações periódicas à polí-cia local.

Com esta operação e com oposterior patrulhamento e vigi-lância que as autoridades locaisirão desenvolver no referidobairro, a Polícia Judiciária con-sidera ter sido neutralizado ofoco de insegurança e de alardesocial que as actividades ilícitasali desenvolvidas induziam napopulação em geral.

PJ

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 3

Em Coruche – Operação Coruja no Bairro da Desgraça

Apreensão de droga e armas de guerra

O Governo Civil de Santa-rém entregou no dia 25 deMaio o prémio distrital “Es-cola Alerta 2007” a uma turmada Escola Básica 2/3 Dr.Armando Lizardo de Coruche.O trabalho incidiu sobre pes-soas invisuais e a turma rece-beu um cheque no valor deseiscentos euros, com o patro-cínio do Grupo Auchan, pro-prietário da cadeia alimentarJumbo. Os alunos vão agorarepresentar o distrito de Santa-rém na final nacional, no dia 5de Junho, em Matosinhos.

A identificação das bar-reiras existentes naquele estab-elecimento de ensino para pes-soas invisuais e a apresentaçãode soluções foi o tema do tra-balho vencedor, que incluiuainda uma entrevista ao atletaparaolímpico Carlos Lopes.

A turma do 7.º ano depa-rou-se com a inexistência deesquinas arredondadas, deinformação escrita em Braille ede barras anti-derrapantes nasescadas, entre outras, concluin-do que a escola não possui ascondições necessárias parapessoas invisuais.

Os alunos fizeram um ape-lo para uma maior aposta nestaárea e para um maior respeitopor estes cidadãos. Serviramde critérios de avaliação “aestruturação do trabalho emfunção dos objectivos, a pers-pectiva equilibrada da reali-dade e o grau de exequibili-dade das soluções apresen-tadas”, explicou o represen-tante do júri, Eduardo Oliveira,Coordenador da Área Educa-tiva da Lezíria do Tejo.

Respondendo ao reptolançado, o Adjunto do Go-vernador Civil anunciou queo mesmo irá comparticipar naaquisição das barras anti-derrapantes.

Luís Ferreira mencionou anecessidade de colmatar asfalhas identificadas pelosalunos, não só na escola co-mo nos espaços públicos emgeral, e a importância do en-volvimento do corpo docentena iniciativa.

Também a Câmara de Co-ruche decidiu apoiar a conti-nuidade deste projecto, atravésda cedência do transporte dosjovens até Matosinhos e dapublicação do trabalho no bo-letim municipal.

O presidente Dionísio Men-des aproveitou para falar dealgumas iniciativas desenvol-vidas nesta área, nomeada-mente a celebração de um pro-tocolo com a Associação dePlaneadores do Território, comvista à eliminação de barreirasna vila coruchense.

Para além disso, o pavilhãodesportivo municipal dispõe,desde há seis meses, de uma

plataforma elevatória para oprimeiro andar, destacou oautarca.

As escolas devem servircomo observatório local destesproblemas, salientou a respon-sável do Secretariado Nacionalpara a Reabilitação e Integra-ção de Pessoas com Deficiên-cia (SNRIPC). Luísa Portugal,oriunda de Coruche, confessoua sua emoção ao verificar queos objectivos da iniciativa fo-ram entendidos e cumpridos elembrou que a eliminação dasbarreiras numa escola não ser-vem apenas as comunidadesescolares, mas também a popu-lação em geral.

Coruche ganha Prémio “Escola Alerta 2007”

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 20074

EM DIRECTO

Entrevista a César das Neves

Jornal de Coruche – Con-te-nos um pouco como foi o seupercurso de vida até chegar aProfessor?

João César das Neves –Nasci e vivi em Lisboa todo otempo. A escolha da minhalicenciatura não foi fácil. Acabeio liceu em cima do período do25 de Abril, portanto era umclima um tanto confuso. Naaltura em que o Técnico estava a“fero e fogo” ainda pensei estu-dar aí engenharia, mas como aúnica Universidade que fun-cionava era a Universidade Ca-tólica Portuguesa (UCP), opteipor Economia neste estabeleci-mento. Adorava engenharia epassei a adorar economia, talcomo adoro tudo o que faço.

Antes de acabar o curso jáestava a dar aulas, uma vez quenaquela altura a universidadeera “jovenzinha” e os alunosmais avançados ajudavam osprofessores e foi aí que percebique dar aulas era o que eu gosta-va. Fiz toda a minha carreiraacadémica aqui em Lisboa.

Tirei mestrado de Investiga-ção Operacional e de Engenha-ria de Sistemas no Técnico,Mestrado de Economia na Uni-versidade Nova e por fim dou-torei-me aqui na UCP. Nestemomento sou Professor Cate-drático, Presidente do ConselhoCientífico. Estamos a remodelaros cursos devido ao Tratado deBolonha e parece que estamos aconseguir sobreviver e a afirmaruma qualidade que não é fácil.Somos uma escola que não temapoio do Estado, temos que con-correr com preços muito maiselevados, mas ao mesmo tempoprocuramos ter a mesma quali-dade do que as do Estado.

JC – O que pode esta gera-ção que está prestes a entrar nomundo do trabalho esperar deum país como o nosso?

JCN – A economia portu-guesa é umas das economiasque mais cresceu desde quecomeçou o seu processo dedesenvolvimento, nos anos 50.Foi uma economia que come-çou a sua transformação a sé-rio a seguir à II Guerra Mun-dial, o período onde maiseconomias fizeram isso, e Por-tugal foi uma das que teve omaior sucesso. Tivemos umgrande crescimento, com algu-mas paragens pelo caminho.

O 25 de Abril e o período de1974/75, com o choque petrolí-fero, resultou num período difí-cil para todos e também paraPortugal. No entanto, a entradapara a Comunidade Europeialançou-nos uma nova linha dedesenvolvimento que ainda estálonge de estar acabada. Eupenso que neste momento esta-mos diante de um problemaconjuntural. Acontece que nosencontramos numa crise, que jádura desde 2002, e numa fase deperplexidade. No entanto, éimportante dizer que Portugal éum país rico e vivemos aprimeira crise enquanto paisrico, sendo talvez por isso quenos parece tão dolorosa.

A sociedade portuguesa con-venceu-se de que o desenvolvi-mento já poderia ser feito semqualquer obstrução e que já nãoseriam necessárias mais exigên-cias. No entanto houve um blo-queio. Os salários descerammuito, ouve um défice orçamen-tal, uma perda de competitivi-dade, etc. São tudo sinais deuma certa acomodação na segun-da metade da década de noven-ta. Estávamos num período

onde tudo nos corria bem, decrescimento, onde alguns dosnossos parceiros aproveitaram amaré para reformarem a suaeconomia e nós, pelo contrário,fomos viver dos rendimentos,“dormir a sesta” e depois quan-do acordámos a coisa estavacomplicada.

Precisamente porque já so-mos ricos, não há aquela ur-gência, aquele sofrimento maisagudo que tivemos em crisesanteriores, daí estar a demorarmais tempo a recuperar. Asmedidas são claras em relaçãoao que se há de fazer, mas hámuitos grupos instalados quepodem defender os seus inter-esses e adiar as reformas, e éisso o que tem vindo a aconte-cer. O próprio governo, que jápercebeu isto e tem falado sobreo assunto, no entanto tem feitomuito menos do que fala.

E quando estas coisas come-çam a “morder” nos grupos quetêm maior interesse que estasituação se mantenha, vão sendoadiadas, daí esta crise estar ademorar e ainda demorará atérecuperarmos. Quando ela aca-bar iremos lançar um novo

processo de desenvolvimento,porque a economia portuguesatem dinamismo, tem capacidadee estrutura saudável e não sesente que venha algo que possaarrasar a nossa economia parasempre ou que se gere uma ci-dade fantasma do Faroeste.Aliás, sentem-se muitos sinto-mas de transformação da econo-mia portuguesa e preparaçãodesse tal surto de desenvolvi-mento, mas ele ainda tarda aacontecer.

JC – Quais as principaismedidas, em termos económi-cos, que deverão ser tomadaspara a retoma da economia?

JCN – Há várias medidas eem vários campos. Uma delascompete ao Governo, que é a detomar providências de modo areduzir este bloqueio em queestamos. Não é a reduzir odéfice, mas sim o de reduzir adespesa pública. O Governoestá a ser neste momento umatraso importante, porque oEstado consome muitos recur-sos e não dá em troca o corres-pondente. O problema é quepara o peso desta despesapública, nós não recebemos osserviços com a qualidade quedeveríamos, como na educa-ção, saúde, justiça

Há aqui uma ineficiência doGoverno e um peso elevadosobre a economia. É aqueleproblema do orçamento quetodos nós conhecemos, mas queé um bocado mais subtil do quesimplesmente cortar nas despe-sas, é preciso melhorar a quali-dade dos serviços, reformar oEstado. Enfim, tudo isto não éuma coisa nova, há anos queandamos a falar disto. Já cresce-mos muito bem com um Estadomau. Mas quando a economiaestá em transformação, quandoa mudança internacional é muitoforte, sente-se mais isto tudo.

Depois há também um outroaspecto que é o peso regulamen-tar do Estado. O Estado não éapenas pesado em termos dedespesa, é também pesado embloqueios que dificultam o fun-cionamento da economia dasociedade. Se formos a ver, porexemplo, a lei laboral, que difi-culta o funcionamento das em-presas numa economia pequenae frágil como a nossa, faz comque as empresas percam capaci-dades de se adaptarem a novas

oportunidades. Um aspecto maisevidente é o facto de os custosde trabalho terem subido muitomais do que a produtividade eisso ter levado a um aumentodos custos de produção, quetorna insustentável a concorrên-cia com o estrangeiro.

A grande maioria dos nossosparceiros, nos últimos anos, têmdescido os custos de trabalho,ou seja, têm aumentado os salá-rios mais devagar do que a pro-dutividade. Mas Portugal temaumentado mais os salários,logo está a perder pontos. Issocomeça agora a ser corrigido,mas ainda recentemente o Ban-co de Portugal chamou a aten-ção para isso. Não é possívelnuma economia como a nossadar-se ao luxo de ter custos detrabalho deste nível quando nãoé visível que venha aí um surtode produtividade que os sus-tente. Estas coisas não são fáceisde conseguir. Para planear epreparar a curto prazo implicamexer mais nos salários. Nãodigo baixar os ordenados e levaras pessoas à miséria, mas simcontrolar o nível dos salários.

JC – Existe a ideia de que agrande parte do crescimento dePortugal é sustentado porapoios vindo do exterior. AEuropa tem sido um grandeimpulsionador desse cresci-mento. Afinal, será o nossopaís auto-suficiente?

JCN – Portugal tem vivido àcusta de recursos do estrangeiro.Tivemos muitos emigrantes quenos enviavam muito dinheiro eagora temos a UE. Isso conduz àopinião de que Portugal vive àcusta do estrangeiro. Temos quearranjar sempre um “estúpido”qualquer lá fora que nos pague onosso nível de vida. De facto, ojogo não é bem assim. Durante amaior parte do tempo que esti-vemos dentro da UE recebemosfundos líquidos da Europa infe-riores a 3% do PIB e, obvia-mente, tivemos que contribuirtambém para a Comunidade. Naverdade este impacto foi bas-tante positivo, soubemos usar osfundos, se bem que na verdadeeste tipo de fundos são alta-mente perigosos para uma eco-nomia, pois podem financiarcorrupções, desperdícios, po-dem destruir muitas empresasque deixam de ser produtivasprecisamente porque vivem à

O Jornal de Coruche entrevistou o Professor Doutor João César das Neves, economista de relevo no panorama nacional. Fomos àUniversidade Católica de Lisboa, onde dá aulas e questionámo-lo sobre o Estado da Nação, o que aconteceu, como nos encontramos e oque a economia portuguesa nos reserva a curto e médio prazo.

João César das Neves é Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da UniversidadeCatólica Portuguesa, onde é Catedrático. Na década de 90 foi assessor económico do Ex-Primeiro Ministro Cavaco Silva.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 5

custa de fundos. Portanto, estálonge de ser garantido que odinheiro vindo de fora nosfacilite a vida, pelo contrário.Ao que nós estamos a assistirdesde a adesão é a um benefícioeconómico que não foi feitosobretudo com fundos, mas simcom produção, com trabalho,com inovação e com tecnologia.

Evidentemente que os fun-dos estruturais foram bem apli-cados, sobretudo em estradas,hospitais, escolas e de facto tudomelhorou muito. Sem a Europanão seria possível ter um desen-volvimento económico comoPortugal teve, que era um paísque estava a meio da tabela dasituação económica mundial há50 anos atrás e neste momentoestá a mais de dois terços databela. Mas por outro lado, istonão seria possível só com fun-dos comunitários. De facto jáantes, graças aos emigrantes,nos anos 50 e 60, tivemos umdesenvolvimento que expor-tou muito trabalho e importoumuito capital, logo aí o nossodesenvolvimento foi distorcidoa favor do capital e contra o tra-balho. Isso aconteceu por causadessa maciça emigração de pes-soas que enviavam para cá mui-tas remessas e isso influenciou onosso desenvolvimento.

A situação actual particularda economia portuguesa é influ-enciada por toda essa realidade.Agora daí a dizer que foram osapoios externos que nos desen-volveram penso que não é ver-dade. Muito mais importante doque isso foi o facto de Portugalse ter tornado membro da EFTAe depois da CEE e com isso tertido sempre um desafio externoem termos comerciais queobrigou as nossas empresas asubir, a concorrer e a melhorar.E essa foi a melhor coisa para asempresas. As empresas pre-cisam muito mais de estímulosde concorrência do que apoiomonetário.

JC – Se olharmos para operíodo logo a seguir à IIGuerra Mundial, não haviafundos económicos para o país.Como é que nessa altura, nu-ma fase de Guerra Fria, pós IIGuerra, Portugal cresceu e setornou no país que é hoje?

JCN – Também nessa épocahavia fundos, embora poucos. Épreciso dizer que o PlanoMarshall, criado após a II GM,foi importante para lançar todoo processo comercial de umaEuropa destruída. Portugal tam-bém recebeu fundos desse pla-no. Mas o que esse episódiomostra é essencialmente comoas boas condições económicasinternacionais e uma integraçãode uma economia nessas boascondições económicas interna-cionais são a principal forma deum país se desenvolver.

A seguir à II Guerra o que

aconteceu foi que houve paz,estabilidade cambial e comer-cial e isso gerou o períodomais fecundo da história domundo. Quando um país tem asua infra-estrutura física destruí-da, mas a sua infra-estruturapessoal ainda activa, é quandose proporciona mais crescimen-to. Rapidamente se começa areconstruir tudo, e a reconstru-ção da Europa a seguir à II Guer-ra foi um sucesso extraordiná-rio. Ora, Portugal era das poucaseconomias da Europa que nãoestava destruída. Mais do queisso, estávamos na altura comuma grande actividade pois ven-díamos para todo o lado. Emtermos produtivos, embora fos-semos atrasados, estávamos in-cólumes e soubemos aprovei-tar, não só a recuperação, mastambém a abertura comercialque a época viria a trazer, e,daí a nossa economia ter sidoum dos grandes sucessos.

Tínhamos uma economiapequena, ágil com uma grandediversidade interna. Embora se-jamos um país pequeno temosmuita diversidade de matéria--prima, e isso tudo fez com quePortugal soubesse aproveitarextraordinariamente.

A primeira interrupção dedesenvolvimento que Portugalteve foi quando houve umatravagem a nível internacio-nal, o choque de petróleo em73. Para mais, estando nósnum período pós revolução,havia muita reviravolta, sen-tiu-se aqui um choque económi-co muito mais forte do que qual-quer outro país teve. Mas depoiscom a integração na CEE, Por-tugal sentiu uma grande retoma,da mesma forma ágil.

Agora já estamos a “jogarnoutro campeonato”, temos “àsnossas canelas” os países doLeste, a China, a Índia e outros,e estamos numa situação comoestava a Holanda e a Bélgica há20 anos atrás. Quanto à depen-dência do petrólelo, é importa-nte dizer que, precisamente porcausa do choque do petróleo, oconteúdo na produção foi dimi-nuindo e as economias foram-seajustando de modo a debelaressa dependência. Nós, tal comoos outros, tentámos lidar comessa questão, nem sempre bem.É preciso dizer que os proble-mas complicados que a generali-dade dos países europeus tive-ram, nós também tivemos e talcomo eles, também não conse-guimos travar as questões daenergia a grandes monopóliosestatais, como é o caso da Galpe isso é um disparate. Não hágrande concorrência e ficamospresos a contratos estabelecidosentre políticos que misturam inte-resses e nada tem a ver com o mer-cado do petróleo. Mas enfim esseé o mesmo erro que fez a Itália,França, Alemanha, e Bélgica.

JC – Estamos numa socie-dade de monopólios e sentimoscada vez mais discrepânciassociais. O que é que poderáinverter esta disparidade?

JCN – No caso da Galp,estamos perante uma decisãopolítica e era quase inevitável oresultado, porque não estamos afalar somente dos preços dagasolina, mas também de umaquestão de impostos. Mas aí aquestão mais grave, a distri-buição de rendimentos, defacto há trinta anos para cáque tem vindo a piorar sistem-aticamente, excepto na décadade 80, onde houve uma melho-ria na distribuição de rendi-mentos. Não foi uma pioria dra-mática, mas Portugal que tradi-cionalmente não tinha gravesproblemas de distribuição derendimentos, começa a estar

entre os mais díspares dos país-es da OCDE e isso começa a serpreocupante. Não tanto entre osportugueses, mas sim entre osimigrantes que vão entrando nonosso país.

O problema é que agoratemos 400 mil imigrantes queentraram nos últimos anos eentraram porque os portugue-ses já não querem fazer certostrabalhos, e aí levanta tambémum problema de desemprego. Éum fenómeno novo, típico deum país rico, haver um grandedesemprego mas estarem a sercriados ao mesmo tempo muitosempregos. Desde de 2000 quetemos mais de 240 mil desem-pregados mas temos tambémmais 160 mil novos empregos eisto é possível porque entretantoentraram muitos imigrantes paraos realizar. Ou seja, a econo-mia portuguesa está a criarempregos, mas que os portu-gueses não querem e são osimigrantes que os vão tomar.

Isto era o que acontecia emFrança há 50 anos atrás, quandofomos nós para lá. Agora está ainverter-se a situação. Portanto,a desigualdade não é tanto entre

os portugueses, mas situa-se nasmargens da sociedade. Se vir-mos os arredores de Lisboa, osbairros de lata onde a dispari-dade em relação ao centro deLisboa já começa a ser muitogrande, levantam-se problemasde crime e de marginalidade.Em parte este é um fenómenonormal do processo de desen-volvimento, mas por outro ladoé muito sério e há uma enormefalta de atenção por parte dasautoridades.

JC – O facto de hoje umgoverno fazer planos de de-senvolvimento a quatro anos,poderá contribuir para a demo-ra da retoma económica?

JCN – Sou muito céptico emrelação a esses planos. O Go-verno não tem de planear a qua-tro ou a dez anos, porque ele nãosabe o que acontecerá durante

esse tempo, e quando tenta im-por uma ideia é quando faz osmaiores disparates. O Governo,o que tem de dar é estabili-dade, segurança e fazer cum-prir as regras.

Infelizmente, Portugal temum Governo que está semprea mexer em normas, rever leisfiscais, enfim a gerar um exces-so de manipulação. Se o gover-no criasse regras claras, simplese ágeis e as mantivesse comotal, a economia faria o resto.

De facto existem planos dedesenvolvimento fixos, pres-sionados pela União Europeia,tal como as estruturas de redesviárias que verão a sua conclu-são daqui a dez anos, ou mais,fenómenos que foram bem estru-turados dentro dos ministérios,são programas concretos onde ogoverno tem uma intervençãoclara. Agora, planos gerais parao desenvolvimento de Portugal?Isso é muito discutível.

Não é o Governo que teráditar o que Portugal deverá pro-duzir, exportar ou importar.Quando o Governo pretendesubsidiar determinados projec-tos, nada lhe garante que não se

trate de um grande buraco.Houve casos de sucesso, masem outros casos houve clarosdesperdícios de dinheiros públi-cos.

JC – Será que o TGV, talcomo a OTA, serão um dessescasos de desperdício?

JCN – Relativamente àOTA, acho um disparate enor-me deitar fora um aeroporto efazer um novo a 60 km daqui.Vejo que há muita gente a ga-nhar dinheiro com este negó-cio. Temos na Portela umaestrutura de grande qualidade,perto de Lisboa, tal como gran-des capitais mundiais têm aero-portos nos centros das cidades,o que é muito útil. Qualquercoisa que seja feita deverá sercom este aeroporto. O aeroportoda Portela existe, tem boasestruturas, logo há que investirnele, perceber quais são o prob-lemas e solucioná-los, masnunca fingir que este não existee ir fazer um novo já ali ao lado.Além do mais os especialistasapontam outras opções comomais favoráveis do que a OTA.

Relativamente ao TGV,este é muito mais caro que aOTA. E o TGV é ainda maisestúpido do que o aeroportoda OTA porque é uma coisafeita essencialmente por orgu-lho, porque a todo o custoqueremos estar dentro da Re-de de Alta Velocidade da Euro-pa. A verdade é que há anos quetemos estado fora dessa rede enão nos temos dado mal comisso. Nós temos outras alternati-vas, como os aviões. Aliás oTGV e a OTAmatam-se mutua-mente, porque se o TGV subs-titui os aviões, até a Portelacomeçará a ser demais.

A única linha de TGV quepoderá fazer sentido económicoserá a linha Lisboa/Porto, embo-ra já estejamos com os «dedosqueimados» pelo Alfa Pendular,uma despesa enorme que tiroudez minutos à viagem Lisboa /Porto. Mas agora se o TGV, quealcança altas velocidades agrandes distâncias, for parar noslocais previstos, não valerá apena. O TGV é um projectomegalómano, é um disparateeconómico e não tem a mais pe-quena seriedade enquanto alter-nativa de transporte. Não esta-mos mais longe da Europa pornão termos TGV. Cada vezestou mais convencido de que asua construção é inevitável, porrazões políticas, mas enfim, nãoserá o fim do mundo. Já nosmetemos em sarilhos parecidoscomo o complexo de Sines ou oAlqueva. Vamos conseguir cres-cer, apesar destes disparates. Éuma questão de teimosia política.

JC – Em relação ao endivi-damento familiar, os pequenosempréstimos bancários e aselevados taxas de juro, como é

continua na página seguinte >

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que as famílias portuguesaspoderão sobreviver com essesencargos tão elevados?

JCN – Acho que é precisoseparar duas coisas. O aspectobásico do sobre-endividamentoé uma coisa boa. Portugal sócomeçou a ter crédito ao con-sumo nos finais da década de90, mas endividamento dasfamílias é uma coisa normal dospaíses desenvolvidos, desde queo empréstimo seja sustentável.Por azar nosso, essa novidadefinanceira aconteceu na alturaem que se deu um desequilíbrioeconómico que gerou taxas dejuro muito baixas sem reacçãopor parte das autoridades. Astaxas de juro estavam tãoatraentes que as pessoas, coma novidade, se endividaram deforma irresponsável. Agoracom a subida das taxas dejuro, as famílias começaram asentir-se apertadas em termosfinanceiros. A sorte é que, numambiente de política mon-etária estável da zona Euro, astaxas de juro não poderãosubir muito mais. Mas comotivemos um período anormal detaxas muito baixas e agora,como era suposto e como é nor-mal, começaram a subir, issocriou num país como o nosso,tão endividado, uma situaçãodesagradável. Podemos vir acomeçar a ter famílias falidas,facto que é recorrente nos paísesdesenvolvidos. No entanto, e nu-ma forma geral, a situação finan-ceira das famílias portuguesasainda me parece saudável.

JC – A agricultura temfuturo em Portugal?

JCN – A agricultura tem oazar de ser o sector mais espar-tilhado por regulamentos, maisperturbado por subsídios, maisdeterminado por regras ministe-riais do que qualquer outro sec-tor. Porque o objectivo de prote-ger a agricultura fê-la tornar-senum monstro e pô-la numasituação bastante delicada.

Além disso, as regras comu-nitárias foram pensadas para aagricultura francesa e não por-tuguesa. A agricultura portu-guesa faz sentido, mas não aque temos hoje. Há a possibili-dade de arranjar uma agricul-tura rentável para Portugal,temos excelentes condiçõespara isso. Mas hoje o que valea pena produzir é para osubsídio e isso não é o que sevende nem é rentável. A maiorparte do lucro na agricultura é osubsídio e destruímos assim aagricultura portuguesa.

JC – Os jovens licenciadostêm algum futuro?

JCN – As universidades emPortugal são um drama grave. Aprimeira questão é que os jovenslicenciados não sabem o sufi-ciente. Há uns 20 anos atrásqualquer doutor, mesmo bur-ro, tinha emprego, porque

havia falta de licenciados ehavia muita procura. Desdeentão aumentou-se substan-cialmente o número de univer-sidades. Há muitos mais licen-ciados e infelizmente grandeparte deles não presta. Esta-mos a assistir ao grande desca-labro das universidades pri-vadas, mas também das públi-cas, que embora estejam pordetrás subsídios do Estado,também saem de lá mauslicenciados. Claro que há certoscursos que não têm qualquerproblema de colocação e há ou-tros em que o aluno está sem nadapara fazer. Criaram-se expectati-vas nos alunos, que gastaram din-heiro e tempo, e, quando saemdeparam-se com uma realidadebastante diferente do que lhes foidito. Os jovens são vítimas, masnão são assim tão inocentes,porque há estudos que mostramquais os cursos que têm mais saí-das, e onde as empresas queprocuram os licenciados estão.

No fundo o que mais me pre-ocupa são os bons alunos nasmás escolas. Há alunos que sãorealmente capazes, mas como

saem de uma escola que os man-cha, têm um problema compli-cado. Há no entanto uma boanotícia neste panorama que éBolonha, com a flexibilizaçãodo processo de ensino. O melhorseria aumentar a qualidade dasnossas universidades. Mas umprofessor universitário é umadas coisas que demora muitotempo a ser produzida, não é deum dia para o outro. Daí se terpermitido criar muitas escolassem qualidade e que andasse poraí uma enorme quantidade demixórdia académica.

JC – Estará o professor areferir-se à Universidade Inde-pendente?

JCN – Estou a referir-me àIndependente e a muitas outras.De facto a UI teve a infelicidadede saltar logo para as capas dejornais. Se bem que toda essaquestão foi um bocado hipócri-ta, mas compreensível, porque éo Primeiro-ministro e logo aí dámais impacto. Estão a fazeruma indignação com uma coi-sa que toda a gente sabe hámuito tempo que acontece. Émais do que sabido que temoscursos de aviário. O Eng.ºSócrates é um político e não éo facto de ser ou não ser enge-nheiro que faz dele melhor oupior político. Mas é uma coisaque está a manchar a figura doEng.º Sócrates para o resto da

vida. Ele teve azar em ter finali-zado a sua licenciatura numauniversidade que entrou em des-calabro quando ele era impor-tante.

JC – Previsões para o fu-turo de Portugal?

JCN – Não sou de fazer pre-visões. Mas o certo é que iremosandar aqui empatados por maisuns tempos. Tudo indica quenão iremos ser capazes de lançarum grande crescimento nospróximos tempos. É importantedizer que a economia Portugue-sa não está a cair, está empatada!Em todas as crises anteriores,nós ao fim de quatro anos está-vamos a crescer a uma taxa de 3ou 4%. O problema é que agoraestamos a crescer a uma taxamuito anémica. Mas após esteperíodo de adaptação espera-seque Portugal recupere e venha afazer parte do grupo das peque-nas economias europeias, lado alado com a Áustria e Bélgica.Prevê-se que seja o próximoepisódio, mas não lhe sei dizerse irá demorar muito ou pouco.

JC – Em relação aos últi-mos acontecimentos políticos,vitória de Alberto João Jardimna Madeira, as eleições france-sas que deram vitória à direitade Sarkozy, acha que poderãoinfluenciar o estado da econo-mia portuguesa?

JCN – Estamos perante duascoisas substancialmente difer-entes. Em relação à vitória deJoão Jardim, o que eu acho éque o governo fez o erro gravede se meter com quem nãodevia. Foi provocar uma bata-lha que só poderia perder.Alberto João Jardim é o polí-tico português mais bem suce-dido, está há mais de 20 anosno poder e tem uma capaci-dade de controlo extraordi-nária. Realmente não percebiporque é que alguém quis criarum problema destes. O Governonão precisava de uma derrotanesta altura. Se calhar o maisgrave será o que se passa naCâmara de Lisboa, que tem umimpacto muito superior à Ma-deira e é um combate eleitoralque não estava previsto e ondehá problemas políticos compli-cados de resolver.

Quanto às eleições em Fran-ça, o resultado também não é desurpreender. Com a vitória deSarkozy começa-se a definiruma nova fase da Europa. Está aemergir uma nova classe políti-ca, que irá determinar a situaçãoda Europa nos próximos anos. AEuropa está muito parada, fezmuitos disparates, como a tenta-tiva de fazer a Constituição, asrelações com os novos membrosque entraram, enfim há aquivários erros que têm sido come-tidos e vamos ver o que é queesta nova geração vai fazer. Nãoespero nada de extraordinaria-mente positivo, mas há coisas

que parecem ser alternativas.JC – Gostaria de um dia vir

a ser Ministro da Economia?JCN – Não. Eu tive a sorte

de observar de perto o processopolítico, sem estar envolvidonele e percebi que aquilo não épara mim. A principal carac-terística de ser político não é ser--se competente e conhecedor.Mas é preciso ser-se político. Eisso é uma coisa que nasce con-nosco. Já fui sondado para al-guns cargos desses e disse quenão. Não sinto a mais pequenavontade e o mais pequeno jeitopara vir a ser ministro. Pelo con-trário, sei que daria um péssimoministro. E já vi excelentes pro-fessores serem péssimos minis-tros e eu não quero cair na mes-ma asneira. Se não houvessemais ninguém, e se tivesse mes-mo de ser eu, talvez fosse. Masisso nunca acontecerá, pois hámuitos candidatos a tal. Sou pro-fessor e assim o espero ser até aofim da minha vida. Fui professormesmo quando estava comoassessor político. Fui sempreprofessor, é isso que sei fazer.

JC – Tem consciência que éuma das poucas pessoas emPortugal com maior notorie-dade na área económica e emquem mais as pessoas acredi-tam?

JCN – Isso não sei. Sou cien-tista e é por isso que uma frasecomo essa terá de ser comprova-da. Nunca vi um estudo que mepermita concordar com umacoisa dessas. Agora se isso éverdade, e tenho dúvidas, issoconfirma que não deverei sairdaqui. Se estou aqui na Univer-sidade a fazer uma coisa bemfeita, não vou estragar e ir fazerum trabalho mal feito. Um exem-plo que eu escrevi numa dadaaltura “Uma das coisas pioresque há em Portugal é um tipoque é bom a primeiro violino edepois põem-no a reger aorquestra. Deixa de tocar violi-no, que realmente é a melhorcoisa que sabe fazer, e faz péssi-ma figura a reger a orquestra.”

____Entrevista de Edite Costa

e Abel Matos Santos

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 20076

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Dário de Jesus FerreiraSolicitador de ExecuçãoCédula 2236

Tribunal Judicial de Avis Execução ComumProcesso: 196/03.0TBAVSSecção Única

Nos autos acima identificados, encontra-se designadopara venda por negociação particular, pelos interessados oseguinte bem:

1 – 1 Máquina de Apanha de Tomate Guarese.As propostas pelos interessados devem ser entregues no

escritório do Solicitador de Execução, Dário de Jesus Ferreira,sito no Parque Miguel Bombarda, 6 em Portalegre, e poderáser contactado pelo telefone 245 330 714 a fim de mostrar obem aos eventuais interessados.

O Agente de Execução,Dário de Jesus Ferreira

EDITAL DE VENDA

Parque Miguel Bombarda, 6 – 7300-107 PortalegreTelf.: 245 330 714 • Fax: 245 207 188 • e.mail: [email protected]

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 7

Os dias que correm impõemuma dinâmica de rigor e trans-parência na gestão dos dinheirosdos contribuintes. Estes estãocada vez mais atentos à formacomo os seus impostos são uti-lizados nas atribuições que sãocometidas aos organismos pú-blicos.

As Autarquias vêem, de anopara ano, aumentadas as suascompetências sem que para talhaja uma proporcional transfe-rência de recursos financeirospara atender a esses compromis-sos transferidos da administra-ção central para a administraçãolocal.

Nesse sentido, a tarefa queas autarquias têm pela frentenão é fácil de cumprir. Por umlado, têm cada vez mais compe-tências, por outro lado, o orça-mento não verifica grandes alte-

rações que permitam compensaresse acréscimo de competências.Acresce ainda o facto dos cida-dãos e restantes Stakeholders exi-girem cada vez mais do poderlocal. Afinal, o poder local é orosto mais visível de uma admi-nistração pública que ser quermodernizada, mais eficiente eeficaz.

O Relatório de Gestão é, deacordo com a Ordem dos Revi-sores Oficiais de Contas, um do-cumento de prestação de contasque, à semelhança das demons-trações financeiras, tem por obje-ctivo disponibilizar informaçãode carácter económico, finan-ceiro e social sobre a entidade aque respeita a um conjuntoalargado de destinatários e utili-zadores dessa informação.

Antes de iniciar a análise dorelatório de gestão importa re-

ferir que existem dois documen-tos distintos, embora relaciona-dos. Um dos documentos é o or-çamento. Este documento com-porta todas as despesas realiza-das e receitas cobradas duranteo exercício económico. Combase neste orçamento há umoutro documento que se deno-mina de Grandes Opções doPlano (GOP) e que contemplaas principais actividades e in-vestimentos do Município deCoruche.

No exercício económico emanálise (2006) o Município deCoruche conseguiu uma taxa derealização orçamental na ordemdos 79% a que corresponde umadespesa realizada de 20,2 mi-lhões de euros. A taxa de execu-ção das Grandes Opções do Pla-no (GOP) foi superior a 70%,correspondendo a uma despesana ordem dos 10,8 milhões deeuros. Esta taxa de execução dasGOP coloca o Município de Co-ruche entre os municípios com amelhor taxa de execução de umplano previsional desta nature-za. Os níveis de execução, tantodo orçamento, como das GOP,são demonstrativos de um bomcontrolo e gestão do planeamen-to financeiro, assim como dasestratégias delineadas para o de-senvolvimento sustentado e sus-tentável do território.

As Grandes Opções do Pla-no (GOP) são constituídas pordois outros documentos previ-sionais. O Plano Plurianual deInvestimentos (PPI) que diz res-peito ao investimento em equi-pamentos e infra-estruturas (estra-das, arruamentos, escolas, sanea-mento, abastecimento de água,

etc). As Actividades Mais Rele-vantes (AMR) que contemplamas actividades mais representati-vas da actividade municipal(transportes escolares, serviçosauxiliares de ensino, acção so-cial, cultura, desporto, etc.)

O Plano Plurianual de Inves-timentos registou uma execuçãoglobal superior a 65% da dota-ção definida correspondendo ainvestimentos em equipamentose infra-estruturas colectivas na

ordem dos 7,5 Milhões de euros.Entre as várias acções desenvol-vidas que compõem o PPI desta-cam-se, pelos montantes envol-vidos, obras como a Requalifi-cação da Entrada Norte da Vilade Coruche; a Infra-estruturaçãoda Zona Industrial do Couço; oEstádio Municipal “ProfessorJosé Peseiro”; o Novo Espaçode Mercados e Feiras e um ele-vado número de estradas e arru-amentos que foram interven-cionados por todo o Concelho,tanto ao nível da pavimentaçãocomo da sua infra-estruturaçãocom rede de saneamento e redede abastecimento de água.

No que respeita à evoluçãodo investimento realizado sãonotórios dois aspectos: Por umlado, a taxa de realização temcrescido significativamente, poroutro lado, o investimento emvalor absoluto tem-se mantidocom valores satisfatoriamentemuito elevados. Apesar de tudo,por comparação com 2005 hou-ve um decréscimo na ordem dos21% que se ficou a dever ao fimdo ciclo de fundos comunitáriosdo III Quadro Comunitário deApoio (2000-2006).

Em relação às ActividadesMais Relevantes (AMR) a suaexecução foi bastante elevada,na ordem dos 84%. Entre asrúbricas que mais contribuírampara este nível de execução en-contram-se as transferências pa-ra as Juntas de Freguesia (15%);o ensino (10%); os transportesescolares (15%); os subsídios acolectividades (11%) e a cultura(10%).

Para concluir a análise dasGrandes Opções do Plano (GOP)

é importante ter uma noção doinvestimento per capita, isto é,o valor da despesa realizadapelo Município de Coruche porhabitante no Concelho. De sa-lientar que este indicador, por setratar de investimento em equi-pamentos e outras infra-estru-turas como escolas, estradas,arruamentos, depósitos de água,entre outros, será tanto melhorquanto maior o valor por habi-tante.

Para finalizar esta análiseimporta salientar que da execu-ção orçamental do exercícioeconómico resulta um saldopara a gerência seguinte na or-dem dos 1,2 milhões de euros. Areceita arrecadada ascende a18,9 milhões de euros que como saldo da gerência anteriorronda os 21,4 milhões de euros.A despesa total paga no exercí-cio cifra-se nos 20,2 milhões deeuros, dos quais 44% correspon-dem a despesa de capital (inves-timento). Da análise efectuadaao Balanço e a outros indicado-res do relatório de gestão desta-ca-se o seguinte: o Imobilizadolíquido é aproximadamente 51milhões de euros, registando umaumento, face a 2005, de 13,6%;o endividamento é relativamen-te reduzido representando ape-nas 17% do activo; na estruturade endividamento (curto/médioprazo) verifica-se um baixo pesoda dívida de curto prazo queronda os 5% do activo; a liqui-dez geral é de 67% e a autono-mia financeira, que é represen-tada pelo rácio Fundos Próprios/Activo Total, é de 54%.

Em conclusão, tendo em con-ta os resultados apresentadospelo relatório de gestão do Mu-nicípio de Coruche, que é possí-vel aceder a partir do site: http://www.cmcoruche.pt/coruche/NoticiasEventos/Noticias/relatorio_ges-tao_2006.htm

constata-se que o Municípiopossui uma inegável robustezfinanceira.

As linhas estratégicas segui-das pelo executivo coadjuvadaspor um bom controlo e gestãodo planeamento financeiro per-

mitem um equilíbrio das contasdo Município, tanto na perspec-tiva de curto-prazo como naperspectiva de médio e longoprazo.

Daqui sobressai que as ques-tões de ordem económica e fi-nanceira não comprometem aactividade futura. Actividadeesta que se deseja, no mínimo,tão eficiente e eficaz como atéaqui.

____

O Relatório de Gestãodo Município de Coruche

Dr. Osvaldo Santos Ferreira *

ECONOMIA

* Economista

Principais Componentes do Investimento Realizadas em 2006

Investimento Per Capita

Investimentos PPI

Rua de Diu, n.º 9 – 2100-144 CORUCHE

Escritório:Telef./Fax: 243 617 501

Telem.: 966 288 506

Gabinete de Contabilidade e Gestão

ARRAGEST

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Minhas Senhoras e MeusSenhores

É um prazer e um privilégioestar hoje aqui, nesta bela vilaribatejana meridional, para par-tilhar, com todos quantos quise-ram associar-se a esta iniciativade “O Jornal de Coruche”, algu-mas reflexões sobre Portugal, osseus valores, a memória, o lega-do e ainda – e porque não? – ospropósitos, as angústias e osanseios legítimos que projectamo nosso pensamento e a nossavontade para o futuro que a todoscompete continuar a construir.

Sei bem que nem o temponem a vossa paciência permitirãoque me detenha em mais por-menores no vasto tema que mefoi proposto. Farei, pois, apenasuma brevíssima súmula do quefoi o percurso multissecular dePortugal e do que são os grandesdesafios que se nos colocamnestes anos de viragem do séculoe no limiar do novo milénio.

Coube ao historiador JoãoAlarcão falar do papel de Coru-che e dos Coruchences na His-tória de Portugal. É, para mim,uma honra complementar a suacomunicação, discorrendo umpouco sobre os caminhos e asopções da Pátria Lusa e das suasgentes.

Português do Oriente, nasci-do em Macau, pude ver e cons-tantemente rever o País com umnecessário e útil distanciamento.Uma vivência de décadas emPortugal permitiu-me reforçarraízes e convicções. E as muitasausências, por razões académi-cas e profissionais, por períodosbastantes vezes dilatados, propor-cionaram-me o ensejo de estu-dar, conhecer e compreenderexperiências diferentes e outrosvalores, percursos e maneiras deviver. Tenho podido, assim,comparar e avaliar melhor asnossas potencialidades e tam-bém as nossas fragilidades. Éneste contexto que peço queaceitem esta comunicação e estavisão de Portugal que humilde-mente vos transmito, sem a pre-ocupação de pautar as minhasobservações e posições pelosparâmetros do que é considera-do politicamente correcto. Semfiliação partidária, mas nãoabdicando das convicções pes-soais, desejarei sempre poder

expressar opiniões livres e coma independência que um acadé-mico deve permanentementeassumir. Ouvi atentamente aspalavras do meu querido AmigoJoão Alarcão que, com objecti-vidade, autenticidade e justifica-do orgulho, recordou o contrib-uto relevante de ilustres filhosdesta terra para as grandes cau-sas da Pátria ou no serviçoprestado à comunidade. É umdever indeclinável fazê-lo. Enão era fácil fazê-lo melhor.

Como presidente da Socie-dade Histórica da Independên-cia de Portugal, quero expressaro nosso apreço a quantos esti-veram envolvidos na realizaçãodeste acto de justiça, que dig-nifica Coruche e honra Portugal,sendo oportuno saudar esta par-ceria útil entre o Jornal e a Câ-mara Municipal, parceria quepoderá proporcionar a organiza-ção de mais e sempre melhoresactividades que correspondamaos desejos dos Coruchenses eestimulem uma promoção efi-caz de Coruche dentro e fora doPaís. No seu curto período deexistência e sabendo afirmar-sepela qualidade e pela diversida-de do seu conteúdo, o Jornal jámostrou que tem essa capacida-de e merece, por isso, ser ade-quadamente apoiado.

Por outro lado, este sério ebem elaborado trabalho do inves-tigador João Alarcão pode muitobem ser aproveitado para umapublicação que irá ampliar adivulgação da vida e da obra da-queles que, sendo de Coruche,foram os melhores de entre osmelhores, ganhando projecçãonacional.

Sensibilizaram-me particu-larmente as referências feitas aoMajor Luís Alberto de Oliveira,valoroso militar, alto dirigentede organismos da sociedadecivil e galardoado desportistaque, em Paris, venceu brilhante-mente o campeonato mundial deespada, em 1919. Distinguiu-setambém como dedicado e com-petente vice-presidente da So-ciedade Histórica da Indepen-dência de Portugal, associação

patriótica de cultura e educaçãoque visa a defesa da identidade eda independência nacional, sen-do os seus grandes objectivos apromoção do culto do amor pelaPátria, a defesa da integridadedo património, em especial a lín-gua portuguesa, e a comemo-ração de grandes datas nacionais,cabendo-lhe realizar em cadaano um vastíssimo programa deactividades em correspondênciacom aqueles objectivos.

Pois, foi em Coruche que oMajor Luís Alberto de Oliveiranasceu, em 1880, e aqui viveu,deixando meritória obra feita.Na sua edição de Fevereiro, oJornal de Coruche divulgouuma separata reproduzida darevista “Independência”, de De-zembro de 1957, que contémuma homenagem à memóriadaquele insigne português que,em tempos conturbados da vidada Pátria, assistindo à queda dedois regimes políticos e a umaguerra terrível que dilacerou aEuropa, soube, com nobreza dealma e exemplar sentido dedever, continuar, como soldado,a responder “Presente”! Foi elepróprio, aliás, que disse, confor-me relatou o Pe. Angelino Bar-reto no panegírico que lhe dedi-cou: “Sou duplamente soldado,soldado que se habituou a obe-decer desde a juventude à vozdo dever. Soldado que se habitu-ou em África e em França afazer prevalecer os direitos desoberania e independência dopovo português. Soldado nasfileiras que tiveram, têm e terãosempre por ideologia o maiorbem dos homens e por únicolema esta palavra: Pátria”.

Tenho acompanhado os es-forços de “O Jornal de Coru-che” para que seja honrada a suamemória. Mal de nós se, porfaccionismo político, ignorân-cia, despeito ou má fé, não sou-bermos entender no seu tempo omérito daqueles que nos prece-deram e se notabilizaram, pelaacção, pela dádiva e pela palavra.

Foi, afinal, do esforço conju-gado e persistente de muitos, aolongo de nove séculos de Histó-

ria, que se foi fazendo Portugal.Daqueles cujos nomes são maislembrados, como agora se pro-cedeu, mas também de todos osoutros que, no campo, na fábri-ca, no mar, na empresa, na guer-ra, nas academias e nos centrosde decisão cívica e políticapuderam contribuir, anonima-mente, para a edificação e para oprestígio de Portugal.

Sobretudo em tempos demaior pessimismo e descrença,de crise de identidade e de ne-gação ou inversão de valores, deinsegurança nas opções, provo-cando, inevitavelmente tibiezase tergiversações, nunca serádemais recordar que foi por umacto de vontade e de fé que Por-tugal se fez. Somos povo, país enação porque quisemos e con-seguimos, no nosso percursomultisecular, ser nós próprios.Do rei fundador, no século XII(também foi no século XII queCoruche obteve o seu foral, em1182), à integração na Comu-nidade Europeia e à subsequen-te adopção da moeda únicaeuropeia, em 2002, foi um lon-go e imensamente acidentadopercurso, muitas vezes desvia-do, mas de novo retomado econtinuado noutros moldes.

Antes de haver Portugal, umpassado de milénios já deixaramarcas profundas no nosso ter-ritório, datando as mais antigasdo período do Jurássico Supe-rior, como são as pégadas dedinossauros. O homem deixouigualmente vestígios da sua pre-sença: em menires, dólmens,cromeleques, pinturas rupestrese depois nos castros, antigas al-deias fortificadas. Lusitanos,romanos, suevos, visigodos eárabes estiveram no espaçoterritorial que é agora Portugal.

Para sermos Portugal, supor-támos batalhas e enfrentámosataques e ameaças, com a deter-minação reforçada quando postaà prova a nossa capacidade deresistir. Virados para o mar – ecorrespondendo ao seu forteapelo – levámos o abraço armi-lar a outros mundos e a outrospovos. Fundámos vilas e cida-

TEM A PALAVRA

Portugal, Memória e FuturoPalestra

proferida a 3 deMarço de 2007

em Coruche peloDr. Jorge Rangel,

Presidente daSociedade Histórica

da Independênciade Portugal

e Presidente doInstituto

Internacional deMacau.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 9

des, ligámos continentes, encur-támos distâncias e arredondá-mos o mundo. Como diria opoeta, um “vento lusitano, soprohumano, universal, enfunou ainquietação de Portugal”.

Sobrevivemos a invasões,traições e a drásticas mudançasde regime. Perdemos e recupe-rámos a independência. Porimposição das circunstâncias ena hora julgada correcta, inte-grámo-nos na grande e velhaEuropa. Desenhámos o mapa domundo e regressámos ao pontode partida, para refazermos asoberania num contexto e formadiferentes. Suturámos rasgosfeitos no corpo e na alma e acei-támos novos desafios. Fomos,apesar de todas as contingênciase adversidades, prosseguindo onosso devir histórico e acreditá-mos, como povo, que era neces-sário continuar a cumprir Por-tugal, no território, na diáspora,na língua, sempre inspirados namensagem de antanho, queVieira, Pessoa, Torga, Agos-tinho da Silva e tantos outros, deentre os melhores de todos nós,tão bem souberam identificar,para que “outra vez conquis-tássemos a distância – do marou outra, mas que fosse nossa”.

Como disse um grande pen-sador Português, somos “umpovo cujo papel histórico foi ode ser por essência o navegador,e que, oriundo de uma faina cos-mopolita, teve por missão abra-çar a terra e pôr-se em contactocom todas as raças” e “fadados àsina de transpor limites, tivemosum carácter universalista pelanossa acção no mundo físico:está na índole da nossa históriaque o tenhamos também nomundo moral”. Asseverou-nosainda que “só se é verdadeira-mente português o que for comotal cidadão do mundo”.

Convém, contudo, lembrarque foi com o preço do sangue eda vida que tudo se fez. Comlágrimas, dor e saudade, mastambém com afecto, audácia esonho. E, nas horas mais difí-ceis, as vitórias alcançaram-secom renovada e redobrada con-fiança. A esperança foi sempre agrande arma do nosso arsenal, afé e o querer moveram monta-nhas e a língua permitiu e con-solidou o convívio com outrospovos e outras gentes.

Parafraseando Pessoa, nãonos cansamos de dizer:

“.......Tanta foi a tormenta e a vontade!restam-nos hoje, no silêncio hostil,o mar universal e a saudade.Mas a chama, que a vida em nós criou,se ainda há vida ainda não é finda.O frio morto em cinzas a ocultou:mas a mão do vento pode erguê-laainda”.

Ergâmo-la, então, MinhasSenhoras e Meus Senhores eCaros Amigos! Ninguém ignoraas dificuldades da hora presente.Num mundo cada vez maisglobalizado não são muitas asnossas opções próprias. Mas,entre um neoliberalismo centra-do em preocupações eco-nomicistas, comandadas pelolucro, e marxismos serôdiosainda defendidos por quemjulga estar na vanguarda damodernidade, ignorando ou fin-gindo ignorar que a sua é aindauma mensagem romântica doséculo XIX, há certamentecaminhos seguros que é precisotrilhar com lucidez, coragem edeterminação, libertos de cons-trangimentos ideológicos par-tidários, para garantirmos umfuturo para Portugal. Há queidentificar com frontalidade osproblemas que afectam o nossopresente, lavar os olhos para vere pôr fim a um país tolhido peladescrença, pela manipulação,pelo oportunismo, pela cor-rupção e pela demagogia, por-que tudo isto destrói as perspec-tivas de felicidade.

De entre os males que maisnos afectam hoje, posso resu-midamente referir:

1. O crescente desemprego,que pode ter atingido já os doisdígitos, dependendo da formade compilar e interpretar os da-dos estatísticos, situando-senumericamente entre os 450 mile os 600 mil, situação que éagravada pela falta de verda-deiros estímulos ao investimen-to, que uma assustadora voraci-dade fiscal desencoraja, tolhen-do o desenvolvimento. Ora,como é óbvio, sem investimentonão há desenvolvimento e semdesenvolvimento não há novosempregos e os que existem vãosendo ameaçados com encerra-mentos ou deslocalizações deempresas e fábricas, criando-seuma instabilidade crescente noseio das famílias. Vivi nummundo que ainda acompanho evisito frequentemente onde,para se promover o desenvolvi-mento, se reduz o mais possível

a carga fiscal. Aqui, faz-se preci-samente o contrário, com oEstado a querer arrecadar o máx-imo de cada empreendimento oude cada transacção, limitando as-sim os investimentos e as tran-sacções, em vez de promover amultiplicação desses investimen-tos e dessas transacções, ganhan-do mais no fim e estimulando, aomesmo tempo, o crescimentoeconómico.

A máquina fiscal em Portu-gal chega obsessivamente a serum monstro repressivo. E, comotal, é a responsável por uma eco-nomia paralela que – pasme-se– pode representar já mais de20% do PIB. E, quanto maisexercida de forma repressiva,mais longe estará de impedir afuga ao fisco.

Não acredito que o desen-volvimento de um país possa serplanificado e comandado portecnocratas financeiros, despro-vidos de visão macroeconómicae insensíveis às grandes ques-tões sociais.

2. Outro monstro é a Justiça,morosa, pesada, ineficaz e –passe o pleonasmo – por issomesmo injusta. Ouvimos cons-tantemente expressa a vontadede reformar o sistema. Mas seráque interesses corporativos ins-talados o vão permitir? É quesem justiça não há Estado deDireito. Não vale a pena con-sagrá-lo na Constituição e fazerdepender as regras do convíviosocial democrático do seu cor-recto funcionamento e deixarque ela falhe. Qualquer um denós pode juntar à “galeria dehorrores” que é a Justiça maisuma situação de horror que é donosso conhecimento. Anima-nos, porém, um pouco saber que

há juízes e outros magistrados eadvogados que, remando contraa corrente, querem uma Justiçamais consentânea com a vidados cidadãos e das sociedadesmodernas, que têm no bom fun-cionamento da máquina judiciale dos instrumentos jurídicos oseu verdadeiro e imprescindívelsustentáculo.

3. Uma segurança social emrisco de insustentabilidade, obri-gando os governantes a tomarmedidas urgentes, mas talvez nãosuficientemente equacionadasnas suas consequências, des-truindo projectos de futuroconstruídos por vezes ao longoduma vida. A alteração súbita deregras no que respeita à aposen-tação e às pensões e a sua apli-cação imediata, reduzindo dras-

ticamente benefícios anterior-mente consagrados, vem, afinal,criar novas situações de insta-bilidade e alargar irremedia-velmente o descontentamento. Eeste é a mãe da desarmonia so-cial.

É verdade que a sustentabili-dade do sistema impunha a apli-cação de remédios rápidos, masresta saber se os que foram esco-lhidos não foram apenas os maisfáceis de tomar, numa altura emque continuam a ser permitidasacumulações de pensões e situa-ções abusivas consolidadas aolongo dos anos em organismoscuja autonomia de gestão permi-tiu decisões aberrantes nestedomínio. Basta lembrar que oPaís que menos riqueza produz éo que tem desigualdades sociaismais acentuadas em toda a Euro-pa Ocidental...

4. Quanto à Educação e àSaúde, os órgãos de comunica-ção dão-nos todos os dias notí-

cia de medidas e novas medidasque alteram aquelas outrasmedidas ainda há pouco anunci-adas ou mesmo já aprovadas.Não há novo Ministro ou Secre-tário de Estado nestas áreas quenão sinta a necessidade de todasas semanas anunciar inovaçõesem sistemas que exigem estabil-idade e coerência para poderemfuncionar correctamente. E, ain-da por cima, decidem sem umverdadeiro diálogo e envolvi-mento dos parceiros sociais.Nota-se nestas, como em outrasáreas governativas, uma intol-erável sede de protagonismo,parecendo que os responsáveisficam doentes quando não apa-recem todos os dias nos noti-ciários das televisões. Quemestá acima deles em grau deresponsabilidade devia convidarcada um deles a tomar um chá(lá no Oriente todos sabemcomo é importante o chá paraserenar ânimos exaltados e paraestimular a concórdia), a fazeruma pausa e a sentar-se diantedas telas para que possam tomarconsciência da figura ridículaque por vezes fazem nas suasintervenções televisivas. Todaessa fogosidade exaltada é tam-bém sinal de falta de repouso.Se mandasse, mandá-los-ia, porisso, para casa.

Lembro que a Educação e aSaúde são áreas da maior rele-vância na acção política. Trans-cendem a vontade de governan-tes que passam e exigem umamplo consenso nacional. Por-tugal, em termos percentuais, édos países que mais tem investi-do na Educação e os resultados,infelizmente, continuam a serpouco animadores.

5. Uma visível crise de auto-ridade. Leis permissivas e a suafrouxa aplicação não assegurama defesa das liberdades que fo-ram garantidas aos Portugueses.Quantas não são as autoridadesque aceitam os cargos e asresponsabilidades e que apenasfazem de conta que as exercem,demitindo-se dos seus deveres?

Ao fazer esta pergunta, vem-me à lembrança aquela bem elu-cidativa imagem duma senhoraidosa que vivia junto dumaestrada sinuosa e mal traçada,com curvas perigosas, e que játinha visto vários acidentes maisou menos no mesmo local.Ninguém cuidou durante anosde corrigir os erros detectados e,apesar do mau piso, os condu-tores circulavam a uma veloci-dade muitíssimo superior à per-mitida por lei (o que é normal egeneralizadíssimo nas estradasportuguesas), sabendo ser prati-camente inexistente qualquerfiscalização. Quando se deumais um acidente no local, asenhora idosa gritou para ascâmaras com toda a força dosseus pulmões: “Façam alguma

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200710

Diz o povo “Quanto mais sefala, menos se acerta”. E é bemverdade!

Também se diz, que alguémDisse “Um povo culto é ingo-vernável”.

(…) e dizem-se muito maiscoisas, coisas que não seria deesperar serem ditas por quem asdiz. Ou o que se tem dito, pro-ferido por essas mesmas pes-soas, é dito por dizer ou paranos entreter; ou porque o quedizem, não o é com convicção,mas para nos convencerem ouficarem convencidos que nosconvenceram.

Dito isto, pouco mais tenhoa dizer. Prefiro ouvir quem sabeo que diz, que são tantos, e tãocultos, que tornaram o povo ingo-vernável.

Feita a apresentação de quemsabe o que diz, pergunto-me,quem eles são?

Uns negam sondagens; ou-tros invertem resultados; outrosnão viram, não viveram, masafirmam com a certeza do saber;outros há, que investem a fundoperdido; outros são pagos paradizer, e muitos outros, donos doconhecimento, dizem o que nãodeviam dizer, porque a plateia éculta e já ninguém compraàquele preço.

Então o que fazer?Continuar a ouvir ou come-

çar a dizer? E o que deve serdito? Repetir o que tem sido di-to ou lembrar o que já foi Ditopor quem sabia o que Disse?

Bom, mas quem de facto sãoeles, os que hoje dizem? Esta-

rão sufocados por algum trau-ma? Comprometidos com a cons-ciência? Merecem-nos crédito? Eporque dizem?

E nós, os ingovernáveis, quesomos o povo culto, ainda nãopercebemos que nós, detentoresda cultura, não precisamos deouvir mais o que eles nos dizem?Então o que fazer?

Deixá-los dizer, mas de for-ma que o que digam, o digamuns aos outros, porque nós quesomos o povo, não sabemosquem eles são, e porque nós, opovo, um dia, quando souber-mos a força que temos, come-çaremos a dizer e de certo osporemos a mexer.

Que saudade eu tenho deouvir Dizer a quem sabia Di-zer!

coisa, seus bananas!”. Desgra-çados dos países que têm diri-gentes “bananas”! Eles abun-dam, lamentavelmente, em Por-tugal. Ciosos das suas mordo-mias, esquecem-se de perguntaro que fizeram ou fazem para asmerecerem ...

Ligada a esta crise de autori-dade, que é responsável pelaindisciplina reinante, está outroaspecto que se prende com oexercício da cidadania, que é oexemplo. Que país se pretendeconstruir quando um Ministro,Deputado ou outra alta autori-dade entende que está acima dalei e fica na maior das impu-nidades quando a infringe? Emmuitos países, o Ministro, osDeputados e um alto magistradoque foram apanhados em exces-so de velocidade teriam, humil-de e respeitosamente pedidodesculpas e apresentado o seupedido de demissão. Em Portu-gal, o que aconteceu foi simples-mente a reafirmação consentidada arrogância do poder.

6. 33 anos depois do 25 deAbril, com todas as promessasde tolerância e de liberdade,continuam os Portugueses divi-didos por razões menos pon-derosas, por serem deste oudaquele partido, por terem ser-vido neste ou naquele regime,por terem estas ou outras con-vicções. E as posições podemmesmo extremar-se. É, pois, damaior premência que as institui-ções políticas saibam restituir àsociedade civil um clima derespeito mútuo e restaurar aconfiança dos Portugueses nofuturo. Será, contudo, necessá-rio um projecto mobilizador,sério coerente e consistente,apontado para o amanhã dePortugal, com metas realistasmas ambiciosas e com um apeloirrecusável à participação. Detodos! Onde está esse projectomerecedor da confiança, doempenhamento e da entrega dosPortugueses?

7. Que perspectivas de futuroexistem verdadeiramente para anossa juventude? Deixo apenas apergunta. A resposta, conhecem-na todos, o que me dispensa deme alongar em considerações eprevisões.

Claro que fica muito pordizer. Também é evidente que émais fácil falar do que fazer. Fi-cam, porém, identificados aquialguns dos males que nos afli-gem no presente. Não há solu-ções milagrosas nem varinhas decondão para os debelar, mas épreciso definir rumos, encontraros caminhos e reforçar a vontadede os percorrermos juntos.

Estaremos condenados a seruma pobre região periférica daEuropa, cada vez mais distanci-ados do nível de vida dos outrose com as ilusões cada vez maisfrustradas, se não soubermosconciliar a opção europeia que,

por imperativo das circunstân-cias, fizemos, com aquela que éa nossa mais valia – a nossa pre-sença no vasto mundo que aju-dámos a criar, e valorizar anossa ligação à diáspora e aouniverso de países e povos cujalíngua e raízes comuns nos uni-ram. E se não quisermos verda-deiramente identificar e nãosoubermos determinadamenteapostar naqueles que são os nos-sos mais valiosos recursos: omar, o legado histórico, culturale humano, o clima excepcionalque temos, uma língua faladapor 200 milhões de pessoas e acapacidade de trabalho dos Por-tugueses, tão bem comprovadalá fora e tão pouco estimuladacá dentro. É preciso deixar defazer de conta e assumir de veza realidade e os desafios.

Com rasgo e imaginação,abertura e capacidade criadora,liderança e honestidade de pro-pósitos e nos comportamentos,mas também com realismo econhecimento das nossas limi-tações, podemos construir oPortugal do sec. XXI, um Por-tugal capaz de abraçar as novastecnologias e a mais avançadainovação e de marcar o seu lu-gar no contexto da nações maismodernas, mas que não renegueos seus valores e saiba ser coer-ente com a sua história de noveséculos.

Um lúcido pedagogo donosso tempo, perscrutando oscaminhos de porvir, lembra-nosque “o novo milénio pode termuitos conteúdos, pode realizarmuitos e diversos valores, podeter mais do que um e único sen-tido, pode desdobrar-se em nu-merosas ou inúmeras direcções.É imperativo querer. É imperati-vo escolher. É imperativo nave-gar e não, fatalisticamente,boiar”. Podemos acrescentarque é, também, imperativo acre-ditar. É preciso mesmo um pro-jecto mobilizador e determina-do da sociedade portuguesa queuma visão clara e a busca daexcelência permitirão desenhar,e saber buscar no imenso patri-mónio herdado inspiração paraos desafios do futuro. Só láchegaremos, todavia, se souber-mos sentir e assumir o que demais profundo existe na almalusa – o orgulho de sermos Por-tugueses. Por tudo isto, importaque saibamos ser dignos da per-severança, da firmeza e da dádi-va daqueles que ousaram lutar epuderam, desta feita, vencer ereafirmar, ao longo de séculos, aindependência de Portugal. Sai-bamos merecer a memória dosseus feitos e o exemplo da suadignidade. É isso que nos permiteplantar um futuro de esperança.

É que, afinal, apesar das defi-ciências à vista de todos, temoscoisas muito boas no nosso país.A melhor é mesmo Portugal!

___

João Gomes

REFLEXÕES

Assim vai acredibilidadena democracia

CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHE– CERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no dia dez de Maio

de dois mil e sete, neste Cartório de folhas quarenta a folhas quarenta e uma verso do livro de notas paraescrituras diversas número quinhentos e quarenta e oito-D, FLORÊNCIA DOMINGAS DE SOUSA SILVA,cont. 193 219 565 e marido HÉLDER ROSA DA SILVA, cont. 192 860 216, casados sob o regime dacomunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia e concelho de Coruche, ele da freguesia de S. Sebastião daPedreira, concelho de Lisboa, residentes na Rua de São Pedro, n.º 71, no lugar e freguesia do Biscainho, con-celho de Coruche, DECLARARAM que, são donos, com exclusão de outrem, do seguinte prédio, na fregue-sia do Biscainho, concelho de Coruche:

– PRÉDIO URBANO, sito na Rua de São Pedro, composto por uma casa de habitação de rés-do-chão,com a superfície coberta de duzentos e catorze metros quadrados e logradouro com a área de setecentos e seisvírgula cinquenta e cinco metros quadrados, a confrontar de Norte com Rua de São Pedro, de Sul com PauloMaria Soares, de Nascente com José Joaquim Alexandre e de Poente com António Domingos Marques,inscrito na respectiva matriz em nome do justificante marido sob o artigo 678, com o valor patrimonial eatribuído para este acto de sessenta mil quinhentos e dez euros.

– Que este prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do concelho de Coruchee dele não têm qualquer título que permita o respectivo registo.

– Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes:– O prédio ora justificado veio à posse dos primeiros outorgantes (ainda no estado de solteiros), como talhão

de terreno, por doação meramente verbal feita pelos avós da primeira outorgante mulher, respectivamente,António Mendes Marques e mulher Ludgera Domingos, que foram casados entre si sob o regime da comunhãogeral de bens e residentes no mencionado lugar do Biscainho, em dia e mês que não pode precisar, mas no anode mil novecentos e oitenta e seis, sem, no entanto, terem celebrado a competente escritura pública.

– Desde aquela data, porém, entraram na posse do imóvel, a determinada altura iniciaram a construção dareferida casa, alterando assim a natureza do prédio, que depois de concluída participaram à matriz, tendo nelapassado a habitar com a sua família e cuidando do logradouro, fazendo obras de conservação sempre quenecessário, posse que exerceram em nome próprio até hoje, sem qualquer interrupção, à vista de toda a gentee sem oposição de quem quer que fosse, o que confere a tal posse a natureza de pública, pacífica e continua,suportando e pagando as contribuições por ele devidas a actuando em tudo o mais sobre ele em corres-pondência perfeita com o exercício do direito de propriedade.

– Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência de estarem a agircomo verdadeiros donos do prédio, o que conduziu à aquisição do imóvel por usucapião, que ora invocam.

ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Coruche, dez de Maio de dois mil e sete.

O Escriturário Superior(Joaquim Caçador Ribeiro)

NOTARIADO PORTUGUÊS

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 11

O Jornal de Coruche venceuo Prémio Imprensa Regional,atribuído pela SHIP – SociedadeHistórica da Independência dePortugal, com um conjunto deartigos publicados n’ O Jornalde Coruche pelo Mestre Miguelde Mattos Chaves, sobre “Por-tugal e o Mar” e “AEuropa e Por-tugal”. O Jornal de Coruche ga-nhou ainda uma menção Honro-sa, pelo trabalho “A Extinçãodas Freguesias” do Arq. JoséFreire da Silva.

Duas outras menções foramatribuídas ao jornal “A voz dePaço de Arcos”, com um artigode Joaquim Coutinho, sobre“Museu da Farmácia – Históriada Farmácia” e ao Jornal “Notí-cias Colmeias”, com um artigode Orlando Marques, sobre “Fá-tima – História, lugares e men-sagem”.

O prémio SHIP – ImprensaRegional”, é destinado a galar-doar, anualmente, artigos publi-cados na Imprensa Regional quesalientem os valores que contri-buem para a definição da Inde-pendência de Portugal e da Iden-tidade do País, nos seus aspectosculturais, políticos, económicos,e outros.

Recebeu ainda o prémio“Aboim Sande de Lemos – Iden-tidade Portuguesa”, a jovem atle-ta Vanessa Fernandes, Campeãdo Mundo de triatlo, pela forma

como contribuiu para o robuste-cimento da identidade e imagemcultural portuguesa e afirmaçãode Portugal como país livre eindependente.

De salientar que O Jornal deCoruche, dirigido por Abel Ma-tos Santos, é um jornal informa-tivo regional e formativo decariz nacional, que indo apenas

no seu 14.º número, tem já umaexpressão nacional em áreascomo a tauromaquia, apostandona qualidade e rigor como cha-ves do sucesso.

O presidente da SHIP, Dr.Jorge Rangel, fez o discurso deabertura da sessão solene deentrega dos prémios, realçandoa importância dos prémios e dotrabalho realizado por todos,que culminou com um discursodo Prof. Adriano Moreira, ver-sando o tema do que é ser Portu-guês no mundo.

A entrega dos prémios reali-zou-se no dia 24 de Maio, na sededa SHIP, no palácio da Indepen-dência, em Lisboa, onde se fize-ram representar diversas indivi-dualidades civis, militares e reli-giosas.

____

SHIP entrega prémios

• O Jornal de Coruche vence Prémio Imprensa Regional• Vanessa Fernandes ganha Prémio Identidade Portuguesa

Tel. 243 618 875 • Tlm. 917 785 703Est. Nacional 251 • Montinhos dos Pegos

2100-045 CORUCHE

Vanessa Fernandes e Abel Matos Santos, Prof. Adriano Moreira, e Prof. Gonçalo Ribeiro Telles com o Director do Jornal de Coruche

Vanessa Fernandes e Mestre Miguel Mattos Chaves, com o Director do Jornal de Coruche, Dr. Abel Matos Santos, recebem os prémios entregues pelo Presidente da SHIP, Dr. Jorge Rangel

Tel. 263 851 201 • Fax 263 851 204

Produzimos Vinho para apreciadores

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200712

A diabetes está enquadradano grupo das doenças metabóli-cas. Ocorre quando o organis-mo não é capaz de manter osníveis de glicemia (glicose nosangue) dentro dos valores nor-mais. A insulina, uma hormonaproduzida nas células do pân-creas, é a principal responsávelpelo controlo da glicemia.

Assim, quando ocorre umalesão nestas células existe umadiminuição ou ausência na pro-dução da insulina, originandodesta forma hiperglicemia (con-centrações elevadas de glicoseno sangue).

Com o passar do tempo ahiperglicemia provoca lesõesnos vasos sanguíneos, nos ner-vos e noutras estruturas inter-nas. A acumulação de comple-xos derivados da glicose, nasparedes dos vasos sanguíneoslevam ao seu espessamento eruptura, comprometendo assima circulação sanguínea, tendocomo consequências, complica-ções vasculares graves que po-dem originar cegueira, proble-mas renais, problemas cardiovas-culares e neuropatia periférica.

A neuropatia periférica con-siste na lesão dos nervos peri-féricos, como por exemplo osnervos a nível do pé. Esta lesãoresulta numa diminuição acen-tuada da sensibilidade térmica e

dolorosa por parte do membro.Deste modo, a lesão dos nervosperiféricos associada à lesãodos vasos sanguíneos e à mácirculação periférica resultamno chamado Pé Diabético, co-mo tal é necessário ter algunscuidados especiais.

Uma vez que o pé está comdiminuição da sensibilidade, apessoa com Diabetes está maissusceptível a queimaduras e alesões cutâneas. Por sua vez, osistema circulatório está tam-bém comprometido o que con-duz a um tratamento mais de-morado, porque existe umadiminuição do aporte sanguíneoà ferida dificultando assim a suacicatrização.

Para prevenir todos estesproblemas associados ao Pé Dia-bético é necessário ter algunscuidados diários com os seus pés.

CUIDADOS DE HIGIENE – Lave os pés diariamente

com água e sabão neutro, sequemuito bem principalmente entreos dedos;

– A água com que lava os pésnão deve estar muito quente,verifique a temperatura da águacom o cotovelo;

– Inspeccione cuidadosa-mente os pés quanto ao apareci-mento de bolhas, calos, queima-duras, cortes, etc;

– Utilize um espelho paraobservar a planta do pé, se não forcapaz peça a ajuda de alguém;

– Aplique creme hidratantenas zonas mais secas mas nãoentre os dedos;

– Não trate os calos atravésdo corte ou agentes químicos,consulte o seu médico.

CUIDADOS COM ASUNHAS

– Amoleça as unhas em águatépida antes de as cortar;

– Escolha um sítio ilumina-do para cortar as unhas, se tiverproblemas de visão peça aalguém para o ajudar;

– Corte as unhas rectas semaparar os cantos para evitar queelas encravem.

CUIDADOS COM OCALÇADO E MEIAS– Os sapatos devem ser con-

fortáveis desde o momento queos compra, não espere que elesse adaptem;

– Use calçado que permitaao pé “respirar”;

– Verifique sempre o interiordos sapatos antes de os calçar,não devem conter pedrinhas eas palmilhas não devem terrugas;

– Use meias de algodão econfortáveis;

– Evite meias apertadas comremendos ou costuras;

– Não caminhe descalço;– Para aquecer os pés calce

meias, nunca utilize botijas deágua quente, almofadas eléctri-cas ou aquecedores.

MEDIDAS PARA PRO-MOVER A CIRCULAÇÃO

SANGUÍNEA– Evite fumar;– Evite sentar-se com as per-

nas cruzadas;

DEVE ESTAR ATENTOAO APARECIMENTO DE

– Pus no leito das unhas ouqualquer ferida entre os dedos;

– Zonas vermelhas ou escu-ras nos pés;

– Zonas com cor azulada ousensação de picadas;

– Úlceras ou zonas doloro-sas nos pés; Um olhar atento ecuidadoso para com os seus péspode prevenir o aparecimentode lesões cutâneas, úlceras e ou-tras lesões.

É igualmente importante serseguido regularmente numa con-sulta especializada para pessoascom Diabetes, os profissionais desaúde saberão cuidar de si.

____* Enfermeira

do Hospital de Santa Maria, Lisboa

Dr.ª ConceiçãoDr. Mendonça

MÉDICOS

Rua de Santarém, 75-1.º2100-226 CORUCHE

Tel. 243 675 977

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Albina GonçalvesMédica de

Clínica Geral

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Duarte NunoCadavez

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 13

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O Presidente do Conselho deAdministração do Hospital Dis-trital de Santarém (HDS) JoséJosué, está a ponderar efectuaruma parceria público-privada(PPP) para a “remodelação to-tal” do serviço de Imagiologia.Esta decisão só deverá ser toma-da em Junho.

Segundo dados do hospital,no ano passado o serviço deImagiologia do HDS realizouum total de 120.000 exames, oque significa um aumento de4% relativamente a 2005.

Para 2007, o principal inves-timento será a aquisição e a subs-tituição de alguns equipamentosque vão permitir ao hospitalpassar a realizar ressonânciasmagnéticas, pelo que os doentesnão terão de se deslocar paraoutras unidades de saúde.

Outros hospitais próximos,como o Centro Hospitalar doMédio Tejo, Caldas da Rainha eVila Franca de Xira, contamcom este serviço, nomeadamen-te para a realização de Tomo-grafias Axiais Computorizadas(TAC), bem como outras unida-des dentro do próprio Hospital.

O HDS, abrange oito conce-lhos do distrito de Santarém(Coruche, Salvaterra de Magos,Santarém, Cartaxo, Almeirim,Rio Maior, Chamusca e Alpiar-ça) e presta serviços a umapopulação de 190.000 pessoas.

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Hospital de Santarémremodelado através deparceria público-privada

Decorreram nos dias 18 e 19de Maio, no Pavilhão Despor-tivo Municipal, as Jornadas deSaúde de Coruche. A organiza-ção do certame foi da respon-sabilidade da Escola Secundáriacom 3.º CEB de Coruche e Câ-mara Municipal. No evento par-ticiparam várias entidades emquestões de saúde, rastreios eactividades lúdicas e desporti-vas. No auditório do PavilhãoDesportivo Municipal, decorre-ram diversos colóquios: “Saúdee Desporto” pela Escola Supe-rior de Enfermagem de Santa-rém, “Protecção Solar” pelo11.ºA e Farmácia Higiene, “Ali-mentação e Saúde”, pela EscolaSuperior Agrária de Santarém,“Toxicodependência”pelo CATR,“Ciclismo em Segurança” pelaAPSI, a “Educação Alimentar”pelo Instituto Superior deCiências da Saúde Egas Monize rastreios de Cardiopneumo-logia, Ortóptica, Antropométri-co, Tensão Arterial e Colesterolda responsabilidade da EscolaSuperior de Tecnologia da Saú-de, Farmácia Almeida e Farmá-cia Higiene, que foram momen-tos altos das Jornadas de Saúde.

Durante o certame, realiza-ram-se diversas exposições esessões de esclarecimento alusi-vas às áreas da saúde e cursos

universitários. O presidente doconselho executivo da escola,Jorge Barata, adiantou que, “es-tas jornadas de saúde forambastante importantes e o envol-vimento da escola no eventoexcedeu as expectativas”.

O presidente da Câmara deCoruche, Dionísio Mendes, re-

feriu que, “as jornadas de saúdeforam um sucesso, porque apopulação aderiu e por exemp-lo não dispensou os rastreios.As jornadas de saúde, ajudamna formação e qualificação dosjovens estudantes”, adiantou oautarca.

João Louro

Jornadas de Saúdede Coruche

O Governador Civil de San-tarém e a Directora do CentroDistrital de Segurança Socialvisitaram em Maio o Centro So-cial e Interparoquial de Santa-rém (CSIS) e as obras das futu-ras instalações da Liga dosAmigos do Hospital de Santarém(LAHS), com o objectivo de co-nhecer melhor as ambições e asdificuldades das duas entidades.

Os dois responsáveis visi-taram o espaço inaugurado emOutubro de 2006 e a nova uni-

dade D. António Francisco Mar-ques, que serve 250 crianças.Segundo o Padre Manuel Bor-ges, director do CSIS, estáactualmente em construção umginásio para apoio a idosos, la-mentando que os Centros Esco-lares do Pereiro e dos Leões nãotenham ainda as condições ne-cessárias para cuidar das crian-ças durante todo o dia.

Nas futuras instalações daLAHS, junto ao Hospital Distri-tal de Santarém, está, para já,previsto o apoio ao hospital nasáreas dos acamados oncológi-cos e neurológicos, que terão 13quartos à sua disposição, ondese inclui um ginásio para a reali-zação de diversas actividades.

Dos 1,4 milhões de euros dototal da obra, com equipamentoincluído, financiados em 75 porcento pelo Fundo Europeu deDesenvolvimento Regional, aLAHS terá que suportar a res-tante percentagem, faltando,para tal, aproximadamente 110mil euros. Este valor permitirá aedificação de um segundo espa-ço adjacente ao já construído,cujas obras deverão terminarainda este mês, que prevê acres-centar 25 camas.

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No passado dia 26 de Maio,foi inaugurado o Jardim de in-fância e Creche da Azervadinha,cerimónia que contou com apresença do Secretário de Esta-do da Educação, Prof. Valter Le-mos, referindo que “este é umequipamento de grande quali-dade aqui ou em qualquer partedo mundo, por isso devemosestar orgulhosos”.

Dionísio Mendes, edil de Co-ruche, preferiu lembrar que “Co-ruche é um concelho que sofre napele a interioridade, mas aindaassim, tem nos últimos anos dadopassos importantes para que aspopulações tenham mais quali-dade de vida”, tendo enaltecidoainda o excelente relacionamentoque tem existido entre o Municí-pio e o Ministério da Educação.

Em 2005 foi inaugurado oJardim de infância de Santo An-tonino, em 2006 a Escola Básicada Branca foi adaptada a jardim

de infância e agora foi a vez dojardim de infância e creche daAzervadinha.

Para o presidente da Câmara,“investir na educação é investirnum futuro melhor para Coru-che”, admitindo que há sempreaspectos a melhorar, e que o

executivo “faz um acompanha-mento directo e constante dasnecessidades da nossa comuni-dade educativa de modo a res-pondermos com a máxima rapi-dez possível aos seus anseios”,reafirmando que a aposta na edu-cação é para continuar.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200714

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Com objectivos de partilha econvívio inter agrupamentos,desenvolver o espírito de patru-lha e de grupo, colocar em práti-ca a capacidade individual deautonomia, praticar actividadesescutistas no meio serrano econhecer a realidade das suasaldeias.

Na tarde de 1 de Abril eis--nos a caminho de Góis, umautocarro e duas carrinhas de 9lugares transportam todo umcontingente, composto por ele-mentos dos agrupamentos deCoruche e Mora.

Numa sequência de dias nosquais as actividades gerais ou desecção se interligavam dandoorigem a festas temáticas nasquais várias “ordens monásti-cas” preencheram o imagináriode jogos e representações comoas das fotos envolventes.

Raides pelas serras e aolongo de ribeiros, iniciação àequitação e andar a cavalo, fo-ram para muitos dos escuteirosuma novidade com consequên-cias futuras e desejos de maiorprática de desportos equestres…

Técnicas de rappel e slide,prática em parede de escalada,constituíram um desafio para osexploradores que com uma des-cida em barcos pneumáticosculminou outros tantos dias ple-nos de aventuras.

Imaginem largas dezenas deescuteiros, prontos para qual-quer refeição em conjunto, a dis-

ciplina e organização necessá-rias para que não haja atropelose que todos se sintam satisfei-tos… Para os lobitos além dasfestas temáticas, jogos de vila eoutras participações nas mano-bras de cordas, tiveram um pas-seio ao “Portugal dos Pequeni-

nos” em Coimbra, que ajudou aterminar em beleza a actividadeanual que os escuteiros de Co-ruche realizam nas férias daPáscoa. Ao fim do dia de Sexta-Feira Santa, regressaram a Co-ruche.

Moreira da Silva

– na Páscoa 2007

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 15

O recente rapto da meninainglesa no nosso Algarve veiomostrar um conjunto de dadosque justificam que faça aqui umcomentário. Em primeiro lugar,tendo embora presente que asituação actual dos pais justificatodo o nosso apoio, há que re-conhecer que, no tempo quepassa hoje por nós, cá como portodo o lado deste Mundo deca-dente, todo o cuidado é pouco.

Quer isto dizer, pois, queesteve longe de ser acertado ométodo utilizado pelos pais da-quela menina, ao deixarem trêscrianças muito pequenas entre-gues a si próprias, ainda quecontroladas a distância muitocurta e com frequência que podeaté parecer aceitável. A verdade,dolorosa e crua, é a que podehoje ver-se e que a todos trazincomodados e revoltados.

Em segundo lugar, descon-hecendo os mecanismos já tes-tados para casos desta naturezapelas nossas autoridades, a gran-de verdade é que estas não sepouparam a meios, de todo otipo, para tentar recuperar a

Madeline e punir os responsá-veis por tal crime repugnante.

Em terceiro lugar, nenhumportuguês acredita hoje que umatal resposta pudesse ser operadase a criança desaparecida fosseportuguesa e de uma família co-mum. O que significa a falta derazão de quantos se puseram aacusar as autoridades portugue-sas de falta de capacidade deactuação.

Em quarto lugar, é de acredi-tar que, dada a natureza do cri-me e o facto da menina ser bri-tânica, já de há muito os dados

da mesma se encontram dissem-inados por todas as autoridadesdos Estados da União Europeia,bem como da INTERPOL e daEUROPOL. Por fim, a lição quefica para o futuro. Para os pais,ou avós, o imperativo de recusaro princípio de que pode existirsegurança apenas baseada nocomportamento induzido pelaeducação ou pelo histórico quea família possui dos filhos. Hásempre que partir da hipótesepessimista, a cuja luz a vigilân-cia destes cabe, acima de todosos demais e sempre que possí-vel, aos pais e avós.

Para os proprietários e gesto-res de estruturas de lazer, comoaquela onde decorreu o rapto daMadeline, a recomendação deque exigências fortes deverãoser apresentadas aos pais, nosentido de impedir que criançasfiquem entregues a si mesmas.E também uma estrutura devídeo-vigilância que permita agravação fílmica de quem semovimente por tais lugares.Que Deus ajude a descobrir oparadeiro da Madeleine

Acusação injusta

ACTUALIDADE

Hélio Bernardo Lopes

A propósito da inaugura-ção do Estádio Prof. José Pe-seiro no passado dia 25 de Abril,começo por lamentar o facto denão ter podido estar presentepara lhe dar um abraço mas, porcompromissos já assumidos,não me foi de todo possível.

A iniciativa partiu do SenhorPresidente da Câmara e teve aaprovação unânime de toda aVereação e penso que tambémde toda a população do nossoConcelho, o que muito me con-gratula. Procuro sempre acom-

panhar de perto a sua carreiradesportiva e sinto imenso orgu-lho e satisfação por saber queum filho da terra onde nasci,tem honrado o nome deCoruche e também de Portugal,no exercício das suas funções.

Em entrevista ao Jornal deCoruche, bem desenvolvida pe-lo repórter e amigo João Louroao homenageado e também ami-go Prof. José Peseiro, porquem nutro grande apreço e aquem desejo os maiores êxitosprofissionais, bem como asmaiores felicidades na sua vidafamiliar, este repetiu o que dissena hora da inauguração, a se-guinte frase: “Espero que maistarde não haja alguém a retiraro meu nome ao Estádio!”

Partilho completamente des-ta preocupação pois, nos temposque correm e por aquilo que jáfoi feito em Coruche, não sabe-mos o que o futuro nos reserva.Esperemos que tal não acon-

teça, que as mentalidades sesublimem e que, especialmenteos jovens, saibam construir ummundo melhor, mais justo erespeitando sempre a história,pois a história e o passado, e, oser humano sem passado, porfalta de referências, jamaispoderá ter futuro. Cito a Bíblia:“Dai a César o que é de Césare a Deus o que é de Deus!”Obrigado Zé e votos sincerosdas maiores felicidades famili-ares, profissionais e desportivas,do amigo

Alberto Paiva

Os que fazeme os que retiram ...

Os hipermercados FeiraNova abriram uma nova loja emAlmeirim, inaugurado no passa-do dia 15 de Maio. Situada nazona industrial de Almeirim,junto à entrada para a A23.

De acordo com EduardoSilva, o gerente do novo espaço,“a loja estava para vir paraAlmeirim há muito tempo, por-que é uma cidade com muitopotencial de crescimento”.

Com esta loja foram criados

cerca de 100 empregos directos,e outros indirectos. A área danova loja Feira Nova tem aproxi-madamente 1830 m2, mais394m2 da “Electric Co” (vendeelectrodomésticos e electrónicade grande consumo) e ainda326m2 da “New Code”, (venderoupa, calçado e acessórios demoda).

A superfície comercial dis-põe de cafetaria e parque deestacionamento para 370 carros.

OPINIÃO

Alberto Paiva

“Olhe nos meus olhos!”Madeleine McCann foi raptada na

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Uma moção, proposta pelaCDU, na Assembleia da Comu-nidade Urbana da Lezíria doTejo (CULT) contra as políticasde saúde, foi aprovada com osvotos a favor da CDU, PSD, BEe CDS, e os votos contra e umaabstenção da bancada do PS.

Em causa está a defesa dosserviços públicos de saúde naregião, e contra o encerramentode extensões de saúde, ou a re-dução de horário nos centros desaúde. José Braz, eleito na Assem-bleia Municipal da Chamusca(onde a população protestoucontra a anunciada perda deserviços) referiu que irá haverum congestionamento nas urgên-cias dos hospitais se houver umaredução de serviços.

Luísa Portugal, médica emCoruche, e Idália Moniz, ambasdo PS, contestaram o conteúdoda moção. A primeira referiu aimportância de saber qual a pro-posta do Ministério da Saúdepara a reorganização dos cuida-dos de saúde primários, nomea-damente no que diz respeito àsalterações previstas para os mu-nicípios que integram a CULT.

Idália Moniz pediu aos subs-critores da moção dados maisconcretos, para se saber do quese está a falar.

José Braz disse que o textofoi formulado tendo em containformações prestadas pela Ad-ministração Regional de Saúdee pelo Ministério da Saúde àsautarquias. É o caso da Cha-musca, onde devido à falta demédicos se prevê a redução dosserviços de saúde.

Contra as políticasde saúde

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A propósito da reposição do busto do Major Luíz Alberto de Oliveira

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200716

Moção da Assembleia Municipal de Coruche

O programa televisivo “Os Grandes Portugueses”, veio reavivar e colocar na ordem do dia a necessidade de todos estarmos atentos edisponíveis para defender o aprofundamento da democracia, tanto na sua vertente representativa como na participativa, contribuindo assimpara assegurar um futuro democrático e livre no nosso país.

Neste mês de Abril de 2007, em que se comemoraram os 33 anos da Revolução do 25 de Abril, data em que os portugueses deitarampara o “caixote de lixo” da história o regime fascista de 48 anos, designado pelos seus apaniguados de “Estado Novo”, a presente moçãoadquire redobrado significado e sentido.

Os portugueses foram vítimas daquilo que significou o regime fascista de Salazar e Caetano: atraso económico, cultural, social e edu-cacional, que representou para Portugal um atraso de 48 anos, ainda hoje com reflexos múltiplos na vida nacional.

Não é possível fazer esquecer que foi este regime hediondo que pôs ao seu serviço uma polícia política que utilizou os métodos maisbrutais, aconselhados e ensinados pelas tropas de choque do nazismo-fascismo, nomeadamente perseguindo, prendendo, torturando e assas-sinando quem tinha a coragem de dizer não ao regime.

Não é possível fazer esquecer o que significou para os povos vítimas do colonialismo o regime fascista português que sofreram aopressão e a rapina das riquezas dos seus países, em benefício de um punhado de grupos económicos e financeiros, nacionais e estrangeiros,não hesitando para isso em sacrificar milhares de vidas de jovens portugueses e africanos numa guerra injusta, de que resultou o estropia-mento físico e psicológico de muitos dos que nela combateram.

O respeito e consideração que a nossa memória colectiva merece faz com que a atitude do presidente da Câmara Municipal de SantaComba Dão nos afecte e preocupe, ao pretender instalar um museu na terra natal do ditador, atribuindo-lhe o seu nome.

A ser alcançado tal desígnio, passaria a constituir, na prática, um local sem paralelo na Europa, para onde confluiriam peregrinaçõesorganizadas por elementos fascistas e da extrema-direita nacional e internacional, que, na Europa, passaria a dispor de um “santuário” parase manifestar em prol de ideias e projectos de sociedade que têm como cerne o racismo, a xenofobia, a miséria e a eliminação das liberdadesdemocráticas o que não seria, certamente, motivo de satisfação e orgulho para os cidadãos portugueses, nem para os restantes cidadãoseuropeus.

Considerando este problema no seu todo, tanto mais que a concretização do museu de Salazar viola claramente a própria Constituiçãoda República Portuguesa, no seu artigo 46.º, n.º 4, onde se diz: «Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadasou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista».

Considerando ainda que também em Coruche decorre uma campanha de branqueamento deste período negro da nossa História quevisa reabilitar a imagem do Major Luís Alberto de Oliveira e repor a sua estátua em frente à Câmara Municipal. Não esquecer que o citadoMajor, foi ministro do Governo de Salazar em 1933 a 1934 precisamente no período em que foi institucionalizado o fascismo, com aaprovação da nova Constituição, proibindo os partidos políticos, a implementação da censura prévia, a criação da polícia política e aberturado Campo de Concentração do Tarrafal, etc.

Considerando o exposto a Assembleia Municipal de Coruche, reunida em Sessão Ordinária de 27 de Abril de 2007, deliberou, pormaioria:

1. Saudar o 33.º aniversário da Revolução de Abril;2. Saudar os militares de Abril e os resistentes antifascistas, reconhecendo o seu papel decisivo para o derrube da ditadura fascista;3. Protestar contra toda e qualquer tentativa de reabilitação ou branqueamento do regime fascista;4. Protestar contra o anunciado projecto de museu do ditador por parte do presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão;5. Apelar ao respeito pelo disposto na Constituição da República Portuguesa no que respeita à proibição da constituição de organiza-

ções que perfilhem a ideologia fascista;6. Opor-se a qualquer tentativa de reposição da estátua do Major Luís Alberto Oliveira e recomenda ao Executivo Municipal que

assuma idêntica posição.

Coruche 27 de Abril de 2007A Presidente da Assembleia Municipal

Fernanda Maria Ferreira de Carvalho Pinto

Leia a vergonhosa moção do PCP aprovadana Assembleia Municipal de Coruche

O Jornal de Coruche, apesar de não recebernenhum pedido de publicação, decidiu publicarna íntegra, para que todos posam ler aquilo queentendemos como vergonhoso conteúdo, aten-tatório da dignidade e da verdade. A Moção doPCP à Assembleia Municipal de Coruche.

Foi aprovada com 13 votos a favor doPCP e 15 votos não favoráveis do PS e PSD(14 abstenções e 1 contra). Em democracia,podemos e devemos ter opiniões, mas não valetudo, muito menos faltar à verdade e ao rigor,para defendermos as nossas ideias.

O PCP decidiu politizar uma iniciativa pací-fica em prol da memória da comunidade deCoruche, numa “espécie” de luta ideológicasem qualquer sentido, quando não é disso que setrata.

Leia a Verdade nas páginas seguintes!

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 17

José Hermano Saraiva nasceu em Lei-ria, em 3-10-1919, fez as licenciaturas emCiências Histórico-Filosóficas (1941) e emCiências Jurídicas (1942), consagrando--se desde então ao ensino e à advocacia. Exerceu as funções de professor liceal, aadvocacia e a gestão de empresas. Foidirector do Instituto de Assistência aosmenores, Reitor do Liceu D. João de Cas-tro, deputado à Assembleia Nacional,procurador à Câmara Corporativa, pro-

fessor do Instituto de ciências sociais, políticas e ultramarinas da Uni-versidade Técnica de Lisboa, ministro da Educação Nacional eembaixador de Portugal no Brasil, cargo de que solicitou a exoner-ação em 29 de Abril de 1974. Dedicou-se desde então exclusivamenteà investigação histórica e à actividade académica, e foi professor naUniversidade Autónoma de Lisboa. Mantém na Televisão séries deprogramas culturais de índole histórica, sendo bastante conhecido,não só em Portugal mas junto às comunidades portuguesas ao redordo mundo, sobretudo pelos programas televisivos sobre a História dePortugal. É membro da Academia das Ciências de Lisboa, AcademiaPortuguesa da História, Academia da Marinha, do Instituto Históricode S. Paulo.

Foi distinguido com as Grã-Cruzes da Instrução Pública, doBarão do Rio Branco, do Mérito do Trabalho e com a Comenda daReal Ordem da Conceição de Vila Viçosa.

“Simultaneamente com esta relativa marginalizaçãoda função parlamentar foi-se definindo um poder execu-tivo cada vez mais eficiente e estável. Na base dessefenómeno está primariamente a força política do Prof.Salazar, que se manteve na chefia do Governo desde1932 até 1968, data em que a doença o inutilizou. Ossucessivos Governos da sua presidência tiveram todos aduração de vários anos e vários dos ministros que comele colaboraram estiveram no poder períodos superioresa uma dezena de anos. O Exército ainda constituiu,até 1936, um limite à plenitude do poder do esta-dista, e os ministros da Guerra que se sucederamentre 1934 e 1936 (general Daniel de Sousa, majorLuís Alberto de Oliveira, coronel Passos e Sousa)tiveram relações atrituosas com Salazar e procura-ram o apoio do presidente da República, generalCarmona. Mas o presidente agiu com grande tacto eacabou por nomear o próprio Salazar ministro da Guerranaquela última data. A nomeação, embora feita a títulointerino, iria manter-se até 1944, altura em que Salazarescolheu para o substituir um militar muito dedicado,que lhe garantiu durante anos a fidelidade das forçasarmadas: O coronel Santos Costa, que anteriormentedesempenhara as funções de subsecretário de Estado. Edesde então nenhuma força dentro do regime dis-putou a Salazar a posição de primeiro dirigente e, aomesmo tempo, principal alicerce do regime.”.

In História de Portugal, 7.ª edição, pagina 522, deJosé Hermano Saraiva, das Publicações Europa Amé-rica, ano de 2004. A Constituição de que a infeliz moçãorefere no parágrafo último dos considerandos, não é a de1933, mas sim a de 1945! Refiro de novo que o Majorfoi afastado do regime em 1934! Citando a História dePortugal de Hermano Saraiva, na página 548 do volume

3, de 1986 das Edições Alfa, “No texto de 1933, a As-sembleia figurava como órgão legislativo por excelên-cia (…). Na revisão constitucional de 1945, este condi-cionalismo foi suprimido, e ficou consignada a compe-tência legislativa do Governo nos termos da maior am-plitude”.

Joaquim Veríssimo Serrão, um dosnomes maiores da historiografia portu-guesa contemporânea, recebeu a Meda-lha de Mérito da Universidade de Coim-bra, como reconhecimento pelo seu per-curso ímpar. Com este acto, a Universi-dade de Coimbra reconhece a importân-cia de Veríssimo Serrão nos panoramasuniversitário, cultural e cívico e o méritoexcepcional da sua obra científica, bemcomo os serviços prestados à Universi-

dade, onde se licenciou e doutorou. Joaquim Veríssimo Serrão é umdos mais importantes investigadores e estudiosos da História dePortugal, medievalista destacado e autor de uma vasta bibliografia,em que se destacam trabalhos sobre os séculos XV a XVIII e sobre aHistória do Brasil dos séculos XVI e XVII. É ainda único autor de umaHistória de Portugal em quinze volumes. Foi Reitor da Universidadede Lisboa (1973-1974), director do Centro Cultural Português daFundação Calouste Gulbenkian em Paris (1967-1972) e, durante 30anos, presidente da Academia Portuguesa da História. Entre as diver-sas condecorações nacionais e internacionais que já recebeu, encon-tra-se o Prémio Príncipe de Astúrias em Ciências Sociais (1995),sendo ainda Doutor Honoris Causa pelas universidades Paul Valéry(Montpellier) e Complutense de Madrid.

Joaquim Veríssimo Serrão, na sua História de Por-tugal da editora Verbo, do ano de 1997, no volume XVI,considera o Major Luíz Alberto de Oliveira “oficial degrande pundonor” que significa brio, honra, sentimentode decoro e cavalheirismo.

Fascismo???? Nenhum destes três historiadores ím-pares usa esse termo, quando se refere ao Estado Novo!O mais longe que se vai é empregando a palavra Dita-dura! Quanto a isto do Fascismo, Veríssimo Serrão, escre-ve na página 278 o seguinte, “A adaptação ao nossopaís do modelo italiano de governo, que se inspiravanos princípios do fascismo, não era do agrado demuitos jovens que haviam seguido com entusiasmo aexperiência do Dr. Rolão Preto. A colagem deste àsforças do exército que se opunham à concentração depoder nas mãos do doutor Salazar, ditaria o fim donacional-sindicalismo. Uma nota oficiosa de 27 deJunho proibia um movimento que se inspirava em cer-tos modelos estrangeiros e conduziu, uma semanadepois, à expulsão do país do chefe da organização edo secretário-geral António de Monsaraz”, estes simfascistas e que Salazar proibiu, tal como hoje se proíbee muito bem! E Veríssimo Serrão escreve mais na pági-na 281, referindo-se ao ano de 1934, quando Luíz Al-berto de Oliveira era ministro da Guerra, “Durante aausência do doutor Salazar houve em Lisboa váriasmovimentações na área do Poder e que visavam, juntodo general Carmona, a retirada da confiança ao chefedo governo. Falava-se da eminente intervenção das

forças do exército”, e “torna-se, porém, indesmentívelque o próprio ministro da Guerra alimentava esse dis-sídio no seio do Exército, se não era o caso de semostrar impotente para impor o peso da autoridadegovernativa”.

José Mattoso, é professor catedráticoda Faculdade de Ciências Sociais eHumanas da Universidade de Lisboa,José Mattoso, é doutorado em CiênciasHistóricas e tem uma vasta obra publi-cada sobre História de Portugal.

Recebeu vários prémios e exerceuainda as funções de director do Institu-to dos Arquivos Nacionais / Torre doTombo.

Agora o Prof. José Mattoso, na sua História de Por-tugal, da editora Estampa, do ano 1996, volume 7. Nocapítulo que chama “…AOposição (1930-1934)” refereo seguinte; “O seu último gesto de resistência, vai terlugar em 1934, num momento de alguma fricção dopresidente da República com o chefe do Governo (…)Desde o princípio desse ano correm rumores de umgolpe militar encabeçado por uma espécie de frentemilitar que reúne oficiais (…) com a cumplicidade doministro da Guerra, o major Alberto de Oliveira”.

“Numa cerimónia em Caçadores 5, a 15 de Abril,chefes militares e o ministro da Guerra desafiam aber-tamente a chefia de Salazar e instam de forma veladaCarmona para que aja contra este. O jornal espanholEl Liberal fala já num novo ministério, integrado poraqueles oficiais. (…) O presidente «deixa cair» o ma-jor Alberto de Oliveira da pasta da Guerra”.

Por tudo isto, a moção do PCP na AssembleiaMunicipal, mente! Faltar à verdade não compensa e opovo de Coruche sabe quem lhe fez bem!

A única coisa que desejo é a reposição da verdade eda justiça, com a recolocação do busto do nosso major,que é fonte inspiradora para todos nós, do amor a Co-ruche e às suas gentes.

Viva Luíz Alberto de Oliveira, Viva Coruche!____

Abel Matos Santos

Ps1. O Jornal de Coruche, pondera entregar ao MinistérioPúblico toda esta documentação, para que possa de acordocom a Lei, exigir a reposição da verdade e solicitou a avalia-ção de possível procedimento criminal contra os autores damoção, que considera atentatória da história de Portugal e dobom nome dos citados, sem exclusão de outros ilícitos crimi-nais.

Ps2. De salientar o vogal da Assembleia Municipal, denome António Dias, da bancada do PSD, que teve a frontali-dade e sobretudo a cultura para rebater o proposto na ver-gonhosa moção apresentada pelo PCP, com argumentos cor-rectos, votando contra, apesar da forma ardilosa como amoção foi apresentada, que levou a que todos os outrosvogais tivessem tido dificuldade em votar contra, pois mistu-raram a questão do Major com a liberdade do 25 de Abril.

Apesar disso, obrigou a que a maioria dos vogais nãovotasse a favor, abstendo-se.

MMaajjoorr LLuuíízz AAllbbeerrttoo ddee OOlliivveeiirraa

O PCP e o que dizem os Prof.s José HermanoSaraiva, Veríssimo Serrão e José Mattoso

Vejamos o que nos dizem os 3 maiores historiadores de Portugal, começando pelo Prof. Hermano Saraiva

Estou seguro de que a maioria dos coruchenses apoia areposição da estátua do nosso Major, apoio que se reflecte nasmais de mil assinaturas que o Jornal de Coruche já recolheue que entregará à Câmara Municipal, para que se possa recolo-car o busto de um dos nossos conterrâneos mais ilustres, quetanto amou a nossa terra e tão bem fez por ela, desinteressadae abnegadamente. De salientar que ninguém, nem nenhumaforça política, refutou nenhum dos factos apresentados por estejornal ao longo dos últimos meses a favor da figura do Major,porque eles são irrefutáveis e baseados em documentos e fac-tos. Mesmo o PCP, a única afirmação que faz contra, reside nainverdade de, segundo eles, o Major ter sido responsável pelacriação da Pide, bem como do Tarrafal (a Pide foi criada em1945, o Tarrafal em 1936 e o major foi exonerado em 1934).

Como se verifica facilmente, não são verdades, o que diz oPCP! (Ver www.sis.pt secção História)

Mais, em entrevista ao Jornal de Noticias, Armando Rodri-gues do PCP argumenta que Alberto de Oliveira “foi um dosresponsáveis pela implementação da censura prévia, da polí-cia política e até da colónia penal do Tarrafal”. Mentiras cras-sas e ignorantes, já que a censura prévia, no Estado Novo (queexiste em Portugal desde 1451, intercalando com períodos semcensura), só foi instituída em 14 de Maio de 1936.

A “policia politica” de que fala, só foi criada através doDecreto-Lei n,º 24 112, de 29 de Julho de 1934, criando umanova secção denominada Secção de Presos Políticos e Sociais,já o Major tinha sido exonerado em Abril desse ano. E o Tarra-fal foi criado em 1936 através do Decreto-Lei n.º 26 643, de 28

de Maio, nada tendo a ver com o Major como facilmente se vê!Mais, mesmo que tivesse alguma coisa a ver com as men-

tiras que o PCP lança, isso não poderia ofuscar o Bem que oMajor fez a Coruche e às suas gentes. Contudo, estando escla-recidas e desmontadas as atoardas do PCP de Coruche, ficaclaro que todos os coruchenses só podem ter uma posiçãofavorável à reposição do seu busto, tal é a força da Verdade!

Como contraponto a estas faltas à verdade, veiculadas peloPCP de Coruche, que seguramente não representam a opiniãoda maioria dos comunistas de Coruche, e, que visam denegrire difamar a figura de Alberto de Oliveira, agarrados que estãoa uma ideologia falida e a um comunismo extremista, perigosoe bacoco, que não os deixa ver e julgar a realidade dos factosde forma justa e objectiva.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200718

Por: Miguel Mattos Chaves

Meus caros amigos e amigas leitores de Coruche,

Escrevo hoje este artigo como uma contribuição decidadania para a VERDADE.

Na realidade estou, como cidadão português fartodas mentiras absurdas de pessoas que tenho dificul-dade em considerar como compatriotas. Pessoas queacreditaram, e continuam a acreditar, em histórias men-tirosas sobre o meu país e sobre o seu passado.

Vem isto a propósito de ter lido, com algum espanto(pois pensei que ao fim de 33 anos de regime democrático amentira e os insultos à nossa memória colectiva, a este nível,já não seria possível), uma Moção do PCP de Corucheapresentada e aprovada na Assembleia Municipal (27 deAbril de 2007) com os votos dos Comunistas (presos aoLeninismo e ao Estalinismo) e apenas com um votocontra de um deputado municipal do PSD (valha-nosisso e honra lhe seja feita).

Vamos então à desmontagem da Moção e aoDesmascaramento das MENTIRAS aí escritas eaprovadas.

1 – Na oitava linha do documento refere-se o“regime fascista de 48 anos”....

Só os ignorantes políticos, ou os de má-fé, contin-uam a afirmar que em Portugal se seguiram as linhas deFascio, politólogo Italiano do início do século XX, queescreveu uma teoria política de carácter iminentementeditatorial, (na sua forma de exercício do Poder Políticosobre as massas) teoria essa aliás com grandes seme-lhanças, na forma de fazer política e no exercício doPoder, à construída pelos teóricos da Ditadura doProletariado, defendida pelo Partido Comunista Portu-guês, e posta em prática, com inacreditável violência ebrutalidade, pelos Sovietes, desde 1917 a 1989, na Ex-União Soviética.

O termo “Fascista” vem dos seguidores, em Itáliadesse projecto político (de que se for solicitado paraisso, darei todos os contornos), escrito, entre outros, porFascio e daí parte da sua denominação de Fascista, (ouseguidores de Fascio).

Etimologicamente, o uso da palavra fascismo nahistória política italiana moderna recua aos anos dadécada de 1890 na forma dos fasci, que eram grupospolíticos radicais que proliferaram nas décadas anterio-res à Primeira Guerra Mundial. (ver Fascio para maisinformação sobre este movimento e sua evolução).

O texto mais conhecido sobre a Doutrina do Fas-cismo, foi escrito por Giovanni Gentile, um filósofoidealista e que serviu como o filósofo oficial de Musso-lini, tendo este assinado o texto que acabou por lhe seratribuído oficialmente.

Só em Itália existiu o Fascismo. Só na Alemanhaparte dos seus princípios foram também seguidos peloNACIONAL SOCIALISMO, vulgarmente (porqueassim convém a socialistas e comunistas) conhecido porNAZISMO e cujos seguidores tinham como um dosobjectivos combater o Comunismo.

Em Portugal, NÃO EXISTIU o FASCISMO. Naverdade de 1926 a 1974 houve duas fases principais deexercício político do Poder:

1.ª fase – Uma Ditadura Militar que durou de 1926a 1933, a qual derrubou (com o apoio explicito de todos osportugueses) a ANARQUIA da 1ª República. Esta maisnão tinha feito do que nomear mais de 40 governos (1910-1926), desgovernar as finanças públicas, perseguir osCatólicos, enfim desgovernar e empobrecer o País.

(A propósito é bom que os leitores mais novossaibam que também em 1974/1975, com o Movimento

das Forças Armadas e em seguida com o Conselho daRevolução, ambos dominados pelos Comunistas, foiimplantada uma tentativa de ditadura que, graças aDeus, foi vencida pela força das armas em 25 deNovembro de 1975, e pela coragem de homens comoFreitas do Amaral, Sá Carneiro, Ribeiro Teles e MárioSoares, mas cujo perigo latente se manteve até 1979).

2.ª fase – 1933 – 1974 – Autocracia Moderada dePartido único.

Este período foi inaugurado pela organização de umREFERENDO POPULAR à CONSTITUIÇÃO por-tuguesa. Isto é os CIDADÃOS foram chamados a pro-nunciar-se sobre o projecto da que veio a ser a Cons-tituição de 1933, a qual foi aprovada pela esmagadoramaioria dos cidadãos do país.

A forma escolhida de Poder político, inscrita nessaConstituição de 1933, assentou no conceito do RegimeCorporativo – em que a voz dos cidadãos era feita sen-tir no seio das Corporações / Associações profissionaise através destas, junto do Poder Político.

O enunciado desta forma de organização da so-ciedade política era o seguinte: “A expressão RepúblicaCorporativa significa que a colectividade soberana nãoé formada por indivíduos isoladamente consideradoscomo tal, mas por sociedades primárias (elementosestruturais da Nação) – família, organismos corpora-tivos (organismos associativos das várias profissões) epoderes locais (autarquias locais), nos quais se agru-pam indivíduos e por intermédio dos quais estesexercem os seus direitos políticos. Todas as actividadeseconómicas da Nação, nos termos da Constituiçãoportuguesa, devem estar representadas no seio de orga-nismos corporativos, (grémios, sindicatos, autarquias)abertos tanto a portugueses como a estrangeiros”.

No fundo, com cambiantes, a representação dosinteresses dos cidadãos junto dos poderes instituídoscontinua a fazer-se desta forma na sociedade portuguesade hoje, como o leitor bem poderá verificar na sua análiseda actualidade.

Nesse ano de 1933 é ainda publicado o Estatuto doTrabalho Nacional que traduziu em Lei os artigos daConstituição referendada, na qual se impôs o princípioda cooperação e a solidariedade entre a propriedade, ocapital e o trabalho. Onde se considerava o direito aotrabalho para todos os portugueses regulamentando asua prestação e a respectiva contratação colectiva.Onde se estabelecia a liberdade de associação patronale sindical (apenas não permitindo o direito à greve,pelas razões apontadas), e onde se regulamentava, tam-bém, a prestação do trabalho, exigindo segurança ebem-estar para o trabalhador. Onde se estabelecia aproibição das greves patronais e dos trabalhadores(dada a bagunça da 1.ª república).

Note-se que durante a vigência da 2.ª República ne-nhum empresário ganhou um processo de despedimen-to contra um trabalhador, em qualquer tribunal. (verjurisprudência do trabalho – Torre do Tombo). Ambos osfactores, Capital e Trabalho, estavam subordinados àdefesa do interesse colectivo do desenvolvimento dopaís. Por ser muito extenso (este documento ilustrativo dafilosofia política da República Corporativa) não sereproduzem aqui mais do que estes excertos.

Este período teve como 1.º Ministro (então designa-do Presidente do Conselho de Ministros) o Prof. DoutorAntónio de Oliveira Salazar a quem sucedeu em 1968 oProf. Doutor Marcello Caetano.

O país da altura (1933 a 1974) foi governado no seiode um Mundo Internacional BIPOLAR.

Defrontavam-se DOIS BLOCOS INIMIGOS: oBloco Ocidental e o Bloco Comunista. A URSS, líder

desse bloco, queria dominar o Mundo e não hesitava emusar os seus SERVIÇOS SECRETOS e a sua POLÍCIAPOLÍTICA (ver história da NKVD e suas sucessorasque desembocaram na KGB) para infiltrar agentes noseio dos países ocidentais, para gerar acções de sabo-tagem, de geração de insegurança e para tentarem des-gastar os poderes políticos nomeadamente, mas nãosó, através de sindicatos por eles controlados.

Estas polícias secretas da URSS e as dos paísesdominados pelos Comunistas (de entre as quais seressalta pela sua selvajaria a STASI da RDA) matarammais de 40 milhões de pessoas – forçaram outros cida-dãos ao exílio em campos de concentração na Sibéria(os Goulags) – no período do Poder dos Comunistas –Lenine, Estaline e seus sucessores.

NOTA: (estes números reportam-se apenas a civisRussos, não têm nada a ver com os soldados soviéticos mor-tos nas 1.ª e 2.ª guerra mundiais, em combate)

Por isso os Comunistas foram vigiados e persegui-dos nos EUA, em Inglaterra e noutros países comoPortugal dado que a denominada “Guerra Fria” não eraa “feijões” e os Comunistas representavam um perigo realpara os países ocidentais.

E TODOS OS PAÍSES OCIDENTAIS, tinham tam-bém as suas Polícias Secretas, e ainda hoje as têm. Éuma necessidade da DEFESA dos ESTADOS. (ver his-tória do MI 5 e MI 6 ingleses, SECURITÉ francesa,CIA dos Eua, etc...).

Já agora uma pergunta: Porque é que o PCP em 1974tentou que a DGS, sucessora da PIDE, não fosse desar-ticulada? (para quem quiser investigar em profundidade estasituação ver documentação vasta existente nos arquivos daTorre do Tombo e documentação roubada, dos arquivos dacomissão liquidatária da PIDE/DGS, e enviada para oKremlim pelos comunistas portugueses de 1974/1975, emparte recuperada no pós 1989).

Que queriam os Comunistas? Que o regime corpo-rativo que estava a tentar reorganizar o País, depois da“balbúrdia” da 1.ª República, deixasse instalar emPortugal os seus homens para fazerem o que depoisvieram a fazer: destruir o país (1974/1979), instalaremuma Ditadura do Proletariado?, darem o Ultramar por-tuguês aos Soviéticos?

Dois destes objectivos conseguiram-no em 1974/1979.Destruíram as empresas portuguesas com as nacionali-zações; Deram o Ultramar aos Soviéticos e seus aliadosCubanos (o que provocou a morte de dezenas de mi-lhares de cidadãos que viviam em Angola, Moçambiquee Guiné). Mas Felizmente não conseguiram implantar aDitadura do Proletariado, pois os nossos aliados ociden-tais não deixaram. Daí o ódio dos Comunistas aos EUA,que fizeram desembarcar em 1975, em Lisboa, os ele-mentos da 7.ª esquadra, desarmados, todos eles commais de 1,80m de altura, e que passearam livremente nacapital dando o sinal aos Comunistas portugueses, deque era melhor terem juízinho.

Os Comunistas de Coruche e seus amigos, só podemestar a brincar. E se for preciso conto mais umas coisassobre eles, aos portugueses, em geral, e aos cidadãos deCoruche, em particular. E Você cidadão português,cidadão do Concelho de Coruche, continua a acreditarnas “imbecilidades” destes aliados da Ditadura doProletariado, destes aliados de criminosos que matarammais de 40 milhões de civis indefesos na Rússia, osComunistas?

2 – Outra tirada épica da Moção aprovada, naAssembleia Municipal de Coruche: “os portuguesesforam vítimas daquilo que significou o regime fascistade Salazar e Caetano: atraso económico, cultural,social, e educacional, .....”.

os Comunistas Mentos Comunistas de Coruche insistem

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 19

em DescaradamenteVejamos então se assim foi na realidade. E com isto

não estou a dizer que o Regime da 2.ª República ouEstado Novo fosse isento de defeitos, como qualquerregime....

Vamos, caro leitor, cara leitora, do Jornal deCoruche, analisar os números de entidades insuspeitas,como a OCDE, Banco Mundial, para além do Banco dePortugal:

2.1. EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNOBRUTO (PIB) por PESSOA /HABITANTE

O que se verificou foi que Portugal teve a maior taxade crescimento do PIB, por habitante, da Europa.

2.2. SAÚDE e EDUCAÇÃO

No mesmo período, a taxa de mortalidade infantilmundial passou dos 101,2 para os 80,4 e na zonaEuropa /América de 30,8 para 20,6. A taxa de analfa-betismo mundial desceu dos 53.9% para os 42.4%,tendo na zona Europa/América passado dos 15.8%para os 14.3%.

2.3. OUTROS INDICADORES da evolução dePortugal:

A taxa média de desemprego rondou os 2% nadécada de 1960. Os défices públicos andaram sempreabaixo do 1% do PIB.

A inflação foi sempre rigorosamente controladatendo apresentado valores médios de 2,3% ao anodurante o período compreendido entre 1950 e 1970. Noperíodo seguinte (1970/1974) subiu para os 7% devidoao efeito da 1.ª grande Crise Petrolífera Mundial (porexemplo o litro de gasolina super subiu em 2 meses de5$50 para 9$50 e depois para 12$50. O barril depetróleo subiu nesta altura de 3 USD por barril paramais de 30 USD o barril.

2.4. Evolução da População Activa por Sectores

2.5. Indicadores MACRO-ECONÓMICOS

Comentário: os números falam por si. Daí que sechame, também em Portugal, a este período “o períodode ouro” do crescimento da economia portuguesa. AEuropa, do pós-guerra, toda ela crescia a níveis eleva-dos e Portugal acompanhou esse crescimento. Aconteceque Portugal partiu mais de trás que os seus parceiros do

continente e, portanto, para chegar aos níveis destes,levará mais tempo do que se tivesse partido de basessemelhantes. Contudo reduziu-se a distância que nosseparava dos mais ricos e desenvolvidos.

Significativo. Números são números. E ainda porcima de fontes insuspeitas.

Eis os resultados que os Comunistas ainda tentamnegar. Um conselho aos Comunistas de Coruche:

ESTUDEM, antes de dizerem asneiras!3. Outra “pérola” dos Comunistas na Moção:

“local sem paralelo na Europa”...Vejamos então o famoso “isolacionismo” de Por-

tugal. É verdade que Portugal estava isolado do Mun-do Democrático Ocidental? Vejamos os factos:

3.1. AMBIENTE INTERNACIONAL – 1948/1974No pós-guerra Portugal estava com o seu prestígio

intacto. A Inglaterra devia a Portugal cerca de 80 mi-lhões de libras, mas não tinha condições, na altura, paraas pagar. No entanto os ingleses, correctamente, con-cordaram em obrigar-se, além dos juros, a uma cláusu-la ouro, que actualizava a dívida em função do preço doreferido metal precioso.

Portugal pretendia recuperar a soberania plena dasbases dos Açores, o que conseguiu. Pretendia ser parte,como membro de pleno direito, das Organizações Interna-cionais relevantes. O princípio afirmado e anunciadopúblicamente, pelo Presidente do Conselho, era o de quePortugal deveria colaborar lealmente com os seus alia-dos, no limite das suas possibilidades. Mas também eraclaramente dito que Portugal deveria defender-se dequaisquer tentativas que pudessem afectar a sua soberania.

3.2. Portugal e as Organizações Intergoverna-mentais Internacionais

No plano económico-financeiro internacional Portu-gal, nos anos de 1940, 1950 e 1960, seguindo as linhastraçadas, foi membro fundador da OECE, a quesucedeu em 1960 a Organização de Cooperação e deDesenvolvimento Económicos (OCDE). Foi membro efundador das instituições saídas da criação do denomi-nado sistema de Bretton Woods – Fundo MonetárioInternacional (FMI), Banco Mundial e de todos osseus braços, agências ou dependências – BancoInternacional para a Reconstrução e Desenvolvimento(BIRD), – Sociedade Financeira Internacional (SFI) eda EFTA.

No plano político e militar Portugal foi membro fun-dador da NATO e em 14 de Dezembro de 1955, apósnegociações entre os EUA e Inglaterra de um lado e aURSS do outro, foi admitido na ONU.

Ou seja – Portugal nestas três décadas foi fundadorda esmagadora maioria das Organizações Interna-cionais, de carácter intergovernamental, que surgiramno pós-guerra, sempre com o apoio dos EUA e daInglaterra e sem a oposição de nenhum dos países dobloco ocidental.

As organizações relevantes de que Portugal não fezparte foram o Conselho da Europa, por Portugal nãopossuir um regime democrático e as Comunidades Ori-ginais, CECA, CEE e EURATOM, por opção própria.

4. Embora não referida na Moção aproveito paradesmascarar Outra Mentira dos Comunistas e seusAmigos. “Portugal recusou e não beneficiou do deno-minado Plano Marshall devido à estreiteza de vistasdos governantes”?!

Portugal foi convidado para a reunião de Paris, des-tinada a analisar o Plano Marshall, e nela participou comuma delegação chefiada pelo seu Ministro dos NegóciosEstrangeiros, Dr. Caeiro da Matta, de que fez parte oEmbaixador Dr. Ruy Teixeira Guerra. A Espanha nãofoi convidada a participar.

No entanto, e mesmo Portugal tendo participado naconferência fundadora, o Conselho de Ministros rejei-tou a ajuda num primeiro momento, face às suspeitas doPresidente do Conselho sobre os objectivos americanos.Este receava “...que a penetração dos Estados Unidosno sentido da Europa constitua, mais do que um auxílioa esta, um desígnio imperial de Washington..”; temia“...que uma preponderância económica e financeiraamericana no Ocidente Europeu” fosse “apenas umaforma de acesso às posições europeias no continenteafricano”.

Tendo manifestado reservas, de início, à ajudaMarshall, veio, no entanto, em 24 de Novembro de 1948a formalizar o pedido de adesão ao referido plano deapoio.

Quadro Resumo das Ajudas Marshall a Portugal(Unid: Milhares de contos)

De facto, Portugal só não beneficiaria das ajudas do“Plano Marshall” no ano de 1948/49. Por modificaçãoda sua decisão, por sua iniciativa, Portugal beneficioudas ajudas do mesmo, a partir de 1949/1950 e até 1955recebeu as seguintes verbas: 1.036 milhares de contosde empréstimos; 782 milhares de contos de ajuda indi-recta, os chamados direitos de saque sobre os países par-ticipantes – (sendo este auxílio concedido para satisfazer osdéfices comerciais em relação aos outros países participantes,beneficiários da ajuda); recebeu ainda 237 mil contos deajuda condicional, ou seja, para compras de bens nosE.U.A e ainda 158 mil contos como dádiva pura”. Maisum Mentira desmascarada! Estudem Senhores....Estudem!!!!

4.1. – Divisão em Blocos dos PAÍSES EUROPEUS

Portugal Isolado????Assistiu-se a uma divisão entre os países do Conti-

nente Europeu, no pós-guerra, em 4 blocos, divisão queiria permanecer durante a década de 50/60 e início dosanos 1970. Nos anos de 1990, após a “implosão” daURSS e do Bloco Comunista, tudo se modificou. Mas aconfiguração de então era a seguinte:

Portugal isolado? Só por imbecilidade e pela maisviva ignorância se pode afirmar isto. Portugal, como sevê, colocou-se no Bloco EFTA, neste xadrez político-económico da Europa do pós-guerra.

4.2. E Já AGORA! Foi Mário Soares o obreiroda nossa adesão à EUROPA da CEE?

Vejamos os factos documentados:CEE – 1º Pedido de Adesão de Portugal e os Apoios

recebidos face ao pedido de Portugal em 1962Face aos desenvolvimentos observados no seio da

EFTA e no seio da OCDE, Portugal pediu, pela primeiravez, por carta datada de 18 de Maio de 1962, dirigida aoPresidente do Conselho da CEE, a abertura de negocia-ções visando “estabelecer os termos da colaboração,associação, que o governo português pretendia ver esta-belecida, num futuro próximo, entre Portugal e o con-junto dos países da CEE”. > cont.

em contar mentiras aos Cidadãos

Nota: verbas a preços correntes de 1948

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200720

Esta carta foi entregue pessoalmente pelo nossoEmbaixador Dr. José Calvet de Magalhães, (que tinhasido nomeado Embaixador de Portugal junto daquelaorganização), ao Sr. Couve de Murville, então Presiden-te do Conselho das Comunidades.

A referida carta, assinada pelo Dr. Correia de Oli-veira, pedia a “abertura de negociações para o efeito dese encontrar a fórmula de relações entre Portugal e aCEE, que melhor realizasse os interesses comuns”.

Paul Henri Spaak, a propósito deste pedido pronun-ciar-se-ia da seguinte forma: “...no que respeita aotermo associação, penso que este termo não é claro.Creio que quer dizer que a nossa associação é abertamas existem passos a dar numa economia que não este-ja em estado de entrar, na sua plena capacidade, noMercado Comum. É necessário impor-lhes um estágiode associação. Não poderá haver entre os membros queparticipem no Mercado Comum e aqueles que queremnele entrar divergências profundas sobre o sentido doTratado”. Por outras palavras, Spaak admitia que afigura de associação, prevista no art.º 238º do tratado deRoma, era um estágio necessário a efectuar pelos paísesque quisessem aderir, como membros de pleno direito,ao Mercado Comum.

Num périplo efectuado pelas capitais europeias, oDr. Correia de Oliveira obteve, dos respectivos Gover-nos, o apoio à pretensão de Portugal. Recebeu apoios deHallstein – Presidente da Comissão Europeia; deCouve de Murville – Ministro dos Negócios Estran-geiros de França e Presidente do Conselho das Co-munidades; de Edward Heath do Reino Unido; dePaul Henri Spaak da Bélgica – (que referiu que...“apesar das diligências de alguns países africanospara impedir a entrada de Portugal”, não daria guari-da a tais posições); de L. Erhard Ministro dosNegócios Estrangeiros da República Federal Alemã– (que se declarou pessoalmente partidário da admis-são não só do Reino Unido como de todos os membrosda E.F.T.A. entre os quais Portugal); de Joseph Lunsda Holanda – (que, na altura, transmitiu aos seuscolaboradores a instrução de que “... não eram de admi-tir argumentos contra Portugal baseados em razões deordem política ou de organização política interna...”).

A posição dos EUA face ao pedido de PortugalJá posição diferente tomaram os EUA face aos pedi-

dos de 1962. Frank Figgures, Secretário Geral da EFTA,comunicou a posição dos Estados Unidos aos Embai-xadores dos países membros da organização, veiculadapelo Sr. Ball – Subsecretário para os Assuntos Econó-micos do Departamento de Estado Norte-Americano:

“...os EUA defendem a adesão ou associação detodos os Estados EFTA à CEE...” mas com reticênciasexpressas e clarificadas na segunda parte da sua comuni-cação: “...no caso de Portugal, mas que interessa igual-mente o Reino Unido, o Sr. Ball mencionou o regime derelações económicas entre os territórios do Ultramar e aComunidade Europeia, uma vez as Metrópoles entradas,ou associadas com a mesma comunidade, o Sr. Ballexprimiu a opinião que os E.U.A não poderiam ver comsimpatia e até teriam que se manifestar oposição, na dev-ida oportunidade, que a integração europeia desse lugarao estabelecimento de arranjos preferenciais para vastaszonas do Continente Africano.....”.

Por outras palavras, os EUA viam com receio umaComunidade que integrasse dois países com inter-esses em vastíssimas áreas africanas, que pusessemem causa os interesses dos Estados Unidos da Amé-rica no continente africano.

A audição do caso português tinha sido marcadapara o dia 11 de Fevereiro de 1963, tendo após o vetosobre o alargamento das Comunidades, (Inglaterra,Suécia, Grécia, Noruega etc...) feito pela França de DeGaulle, sido suspensa “sine die”. Mas perante esta situa-ção, o Ministro de Estado português, em nota distribuí-da aos órgãos de comunicação social desdramatizava aquestão da existência e permanência de dois blocos, noseio do Continente Europeu Ocidental, afirmando que“acentuámos que a EFTA teve sempre como objectivoúltimo um entendimento com o Mercado Comum, e, por

isso, neste aspecto, ela não representa uma alternativaa opor àquele Mercado, mas um instrumento de maisrápida ligação com ele” .

Os Acordos de 1972 – O Processo Português de1970/1972

Portugal não abandonou as suas pretensões e (após adecisão do Conselho de Haia, de Dezembro de 1969, dedar um mandato à Comissão Europeia para negociarcom os países da EFTA), reiniciou as negociações entre-gando um memorando ao Presidente da Comissão daCEE, em 28 de Maio de 1970, no qual o governo por-tuguês manifestava o desejo de iniciar negociações,com o objectivo de estabelecer os laços que verificas-sem adequados aos interesses das duas partes.

Por despacho conjunto da Presidência do Conselhode Ministros e dos Ministérios das Finanças e da Eco-nomia e dos Negócios Estrangeiros, publicado no Diá-rio do Governo n.º 69, IIª Série, de 23 de Março de1970, foi criada a Comissão de Estudos sobre a Inte-gração Económica Europeia, que ficava adstrita ao Gabi-nete do Ministro da Economia.

Os Contactos Iniciais – Os contactos exploratóriostiveram lugar em 24 de Novembro de 1970, sendo adelegação portuguesa chefiada pelo então Ministro dosNegócios Estrangeiros Dr. Rui Patrício que fez umaexposição ao Conselho Europeu a qual foi muito bemrecebida. As negociações enquanto tal, foram iniciadasem 17 de Dezembro de 1971 e foram conduzidas peloEmbaixador Dr. Teixeira Guerra. O período em que asnegociações se desenrolaram, teve lugar entre 1971 e 1972.

O Acordo – Este processo, desenvolvido já empleno governo do Prof. Marcelo Caetano, levaria à assi-natura de um Acordo Comercial em 22 de Julho de1972, entre as Comunidades e Portugal, que entrou emvigor em 1 de Janeiro de 1973. No preâmbulo doAcordo de 1972 podia ler-se o seguinte: “Desejosos deconsolidar e estender, por ocasião do alargamento daComunidade Económica Europeia, as relações eco-nómicas existentes entre a Comunidade e Portugal ede assegurar, no respeito pelas condições equitativas deconcorrência, o desenvolvimento harmonioso do seucomércio dentro do objectivo de contribuir na obra daconstrução europeia.

Resolvidos a este respeito a eliminar progressiva-mente os obstáculos para o essencial das suas trocas,em conformidade com as disposições do Acordo Geralsobre as tarifas aduaneiras e o comércio, no que dizrespeito ao estabelecimento de zonas de livre troca.

Declaram-se prontos a examinar, em função daComunidade, a possibilidade de desenvolver e aprofun-dar as suas relações, desde que pareçam úteis nointeresse das suas economias de as estender a domíniosnão abertos pelo presente Acordo.

No Artigo 1 explicitavam-se os objectivos do Acor-do, que eram os seguintes: “Promover, através da expan-são das trocas comerciais reciprocas, o desenvolvimen-

to harmonioso das relações económicas entre aComunidade Económica Europeia e Portugal e a favo-recer, ainda na Comunidade e em Portugal, o desem-penho da actividade económica, a melhoria das con-dições de vida e de emprego, o crescimento da produ-tividade e a estabilidade financeira”.

PARA PAÍS ISOLADO não estava mal....!!!!5 – Comentário à acusação de Colonialismo,

Racismo, Xenofobia e outras tiradas da Moção. ULTRAMAR – A posição de defesa do Ultramar

tinha tido, na 1.ª República, como acérrimos defensores,todos os quadrantes políticos, desde o Partido Repu-blicano e seus sucessores (o Partido Democrático do Dr.Afonso Costa e o Partido Evolucionista do Dr. AntónioJosé de Almeida), que tinham no seu programa “odesenvolvimento integral das províncias do ultramar”,bem como a União Republicana do Dr. BritoCamacho, os Monárquicos e a Igreja, para além defiguras como o Dr. Bernardino Machado, o Gen.Norton de Matos e do Gen. Pimenta de Castro. Aliáso argumento mais forte, apresentado aos portugueses,para justificar a participação de Portugal na 1ª grandeguerra, foi o de “manter a integridade do Ultramar”.

Na 2.ª República ou Estado Novo prosseguiu-se afilosofia de que para Portugal era vital, para a suaimportância no Sistema Internacional, se se mantivessea sua dimensão multicontinental, multiracial. Nada denovo, portanto! Os Planos de Fomento (quatro mais umintercalar) previram investimentos no Ultramar, tratan-do as Províncias Ultramarinas, como parte integrante doterritório nacional português.

E assim, por exemplo, a economia de Angola cres-ceu a níveis dos 9%/11% (conforme os anos) nas dé-cadas de 1960 e inicio da década de 1970. Fundaram-seas Universidades de Luanda, Lourenço Marques. Cons-truíram-se milhares de escolas primárias e secundárias.Construíram-se milhares de quilómetros de estradas(em 1973 Angola tinha a 2ª rede de estradas do continenteafricano), barragens (Mabubas, Cabora Bassa etc...),pontes, Portos de Mar, etc... Tudo financiado pelos orça-mentos de cada parcela do território.

E apesar disto tudo o défice público andou sempreabaixo de 1%! E apesar disto a inflação nunca ultra-passou os 2,3%. E apesar disto sustentámos uma Guerra,movida pela Internacional Comunista, em três frentes.

6 – Museu de Salazar em Santa Comba Dão violaa Constituição....

Outra “pérola” da Moção Comunista!Apetecia-me não comentar mais esta infelicidade

dos Comunistas de Coruche. Mas é tempo de se acabarcom a sua impunidade de dizer asneiras. É tempo dedesmascarar a “intoxicação política” dos cidadãos debem, que os Comunistas persistem em fazer.

Por muito que lhes custe a construção do Museu deSanta Comba Dão foi DECIDIDA pelos HABITAN-TES de SANTA COMBA DÃO. Percebem ou não?

Eu explico melhor! OS CIDADÃOS PORTU-GUESES que vivem e trabalham naquele Concelho dePortugal DECIDIRAM que QUEREM HOMENA-GEAR um seu conterrâneo, que foi um Estadista deRelevo (inimigo dos Comunistas e isso é que eles nãolhe perdoam) e que marcou o Século XX. Conterrâneo,que quando morreu tinha 40 contos no Banco; conterrâ-neo, que tirou o país da “banca rota” em que os Comu-nistas, Anarquistas e outros primos direitos políticos,tinham deixado o país; conterrâneo, que construiu umarede de escolas, (hoje algumas transformadas em casasde habitação, restaurantes etc..); conterrâneo, que nãoteve os Dinheiros da CEE para o ajudar a desenvolver oPaís e que trabalhou só com o dinheiro do País; e quemesmo assim o desenvolveu a todos os níveis (favorconsultar os quadros deste artigo); conterrâneo, que nãoqueria “bagunça”, queria trabalho.

Claro que os habitantes de Santa Comba sabem queo Dr. Salazar tinha defeitos; sabem que “as amplasliberdades comunistas” não eram admitidas no seu tem-po; sabem que não havia mais Partidos Políticos Lega-lizados (ver, no entanto, CEUD, CDE, etc..); sabem quenão havia liberdade de imprensa; Sabem tudo isso! Mas

Dr. Miguel Mattos Chaves

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Portugal integrou o movimento de integraçãoeuropeia, do pós-guerra, com a sua entrada naEFTA e isso provocou parte das mudanças na economiado país, nomeadamente o grau de abertura da econo-mia face a terceiros, que subiu dos 14% em 1954 paraos 25% em 1973.

O desmantelamento aduaneiro progressivo, reflectiu-se nas receitas dos direitos aduaneiros, que baixaram de12% das importações, em 1959, para 7,3% em 1967.

Nas mercadorias não produzidas no país, os direitosaduaneiros de 35% dessas importações já tinham sidoeliminados em 1967 e em 15%, das mesmas, apenaseram ainda cobrados direitos fiscais.

Nas restantes mercadorias, os direitos fo-ram reduzidos de cerca de 50% até 1970.Como resumo da performance portuguesaneste período apresentam-se nos Quadros2, 3 e 4.

Comentário: os números falam por si.Daí que se chame, também em Portugal, aeste período “o período de ouro” do cresci-mento da economia portuguesa.

A Europa, do pós-guerra, toda ela cresciaa níveis elevados e Portugal acompanhouesse crescimento.

Acontece que Portugal partiu mais de trásque os seus parceiros do continente e, por-tanto, para chegar aos níveis destes, levarámais tempo do que se tivesse partido debases semelhantes.

Contudo, reduziu-se a distância que nosseparava dos mais ricos e desenvolvidos.

Um dos sectores que mereceu um trata-mento especial, sobretudo na década desessenta, foi o Turismo, que no final do pe-ríodo já significava cerca de 30% das expor-

tações portuguesas: (1) Este sector, e as movimentaçõesque gerou, contribuíram para alguma aculturação departe da sociedade portuguesa, face a outras ideias e cul-turas, dados os contactos com pessoas provenientes depaíses diferentes.

____Miguel Mattos Chaves

Gestor de Empresase Doutorando em Estudos Europeus

pela Universidade Católica

___(1) Telo, António José, in Hipólito de Latorre – Op. Cit. – pp. 85

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 21

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também sabem que era sério, honesto e um estadistaque desenvolveu Portugal e o defendeu até à sua morte.Que em primeiro lugar punha os interesses de Portugal.E por isso querem homenageá-lo.

Pergunto: os socialistas, os sociais-democratas,os cristãos-democratas de Santa Comba Dão sãotodos fascistas???? A asneira não paga imposto, mas épena! O que agora se vê na Moção aprovada pelaAssembleia Municipal de Coruche é tão só isto: OsComunistas portugueses e seus primos direitos, gosta-riam de mandar todos os não-comunistas para aSibéria, para os “Goulags” (campos de extermíniocomunistas). Mas felizmente não o podem fazer.

Gostariam de calar todos os que pensam de formadiferente da sua. Como o fizeram a mais de 40 milhõesde Russos que mataram. Gostariam de implantar a suaDitadura do Proletariado. Mas... felizmente não o po-dem fazer. E assim os cidadãos de Santa Comba Dãovão homenagear um conterrâneo ilustre, de forma livre.Gostariam de lá por um Museu do Estaline ou do Le-nine!? Pois não é isso que os Portugueses de SantaComba Dão querem! Conformem-se! Tenham paciência!

7. Continua a Moção... “também em Coruchedecorre uma campanha ... que visa reabilitar aimagem do Major Alberto de Oliveira....”

Outra “pérola” dos Comunistas de Coruche. Deasneira em asneira ainda se arriscam em que nas próx-imas eleições tenham os votos apenas dos seguidorescegos (políticamente) da vossa ideologia. Ou seja, osvotos dos dirigentes da sua estrutura local.

Vamos aos factos: Sua Excelência o Major LuísAlberto de Oliveira, foi Ministro da Guerra num dosGovernos do Dr. Salazar. Não era militante comu-nista, de facto. E isso é que dói aos Comunistas. Te-nham paciência mas o MUNDO JÁ VOS REJEI-TOU. E os Portugueses cada vez vos rejeitam mais.Também não era fascista. Que eu saiba não seguiununca, nem em termos de pensamento, nem em termosda sua acção as teorias de Fascio.

NOTA: (nem em Portugal foi implantado o Fascis-mo – o único grupo Fascista português que existiunessa época em Portugal, agregava os “Camisas Ne-gras” sob o comando do Dr. Rolão Preto; mas este mo-vimento foi desarticulado pelo Dr. Salazar, que era vis-ceralmente contra o que defendiam).

Mas o facto de Sua Excelência o Senhor Major LuísAlberto de Oliveira ter Servido Portugal e a popu-lação de Coruche nunca o inibiu de defender as suasposições e ideias políticas, muitas delas em desacordocom o Dr. Salazar, não tendo, apesar disso, nunca sidopreso. Essa discordância com algumas posições doentão Presidente do Conselho de Ministros valeu-lhesim o seu afastamento como Governante.

O seu afastamento como Ministro da Guerra. Eapenas isso. Mas isso não o inibiu de promover odesenvolvimento do Concelho de Coruche e de aju-dar os seus habitantes. E como tal deve ser home-nageado e reposta a sua estátua em local digno do seuvalor e da sua obra em favor dos Coruchenses.

Estamos a falar apenas de JUSTIÇA ao seu bomnome e à sua OBRA.

Termino chamando a atenção para o seguinte:Um POVO que não respeita o passado da sua

terra, do seu PAÍS, que não respeita a obra de quemO serviu, não tem presente, dificilmente terá futuro,pois perdeu a noção de si mesmo, dos seus valores edo seu enquadramento.

Espero que os habitantes de Coruche meditem bemsobre todas as MENTIRAS que os COMUNISTASlhes têm estado a contar, agora DESMASCARADAS,e tomem as devidas medidas eleitorais de os afastar naspróximas eleições de 2009. É o que merecem!

Quem Mente aos cidadãos não merecerespeito e muito menos ser eleito.

RespeitosamenteMiguel Mattos Chaves

Cidadão de Portugal,Gestor e Doutorando em Estudos Europeus

pela Universidade Católica

A UNIÃO EUROPEIA

A Economia Portuguesa desde 1950 (parte II)“O pperíodo dde oouro”

Quadro 2 – Séries históricas longas do Banco de Portugal(fonte: Mateus, Abel – Economia Portuguesa) em Milhares de Contos a Preços de 1977

Quadro 3 – Variações % dos Indicadores, por décadaços de 1977

Quadro 4 – Evolução de entrada de Turistas em Portugal (fonte: António José Tello in Hipolito de la Torre -op.cit)

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200722

1. Foi preciso chegar aos diasde hoje para se verificar (se as-sim pudemos afirmar) que emOlivença, apareceram vozes,por ora, ainda, pouco assumidasa defender ideias de autonomia,dentro do quadro legal permiti-do em Espanha.

A verdade é que Portugal(entenda-se por Governo portu-guês) não contribuiu, de formamuito visível, para a criação deposições reivindicativas do ter-ritório ao longo destes dois sé-culos. Sabemos que o deveriater feito, face às responsabili-dades nacionais e que ocasiõesnão faltaram para tal.

Nas ausências de tomadas deposição não podemos lamentarque se esbocem, agora, no seioda sociedade oliventina, movi-mentações no sentido autonómi-co quando a Espanha revela si-nais de desagregação política.

Não temos dúvidas que oaparecimento destes sintomas(que se revelarão incómodos pa-ra ambos os Governos) resultamdo lento processo que fervilhaem sectores da população oliven-tina em resultado das contradi-ções políticas, económicas, so-ciais e culturais, com maior evi-dência entre as camadas jovens.

Estas, perante a falta de pers-pectivas locais (em relação àsregionais e nacionais) desejamdar um passo em frente, peranteas dificuldades e os bloquea-mentos que os isolam no con-texto geral. Verificam, que aqueletipo de democracia pouco maislhe dá que a liberdade em abs-tracto, que apesar de parecer umdom precioso, não lhes chegamdentro dos conceitos neo-libe-rais impostos. Desejam mudan-ças do sistema, com novas eactuais oportunidades de partici-pação na sociedade. O desem-prego, evidencia o carácter de-sarmonioso do tipo de cresci-mento que a Espanha tem, coma agravante que todos os aspec-tos negativos do tipo de desen-volvimento, se reflectem deforma mais negativa, como malrevelam os “números” e os índi-ces “embastelados” nos da deno-minada Comarca de Olivença –unidade territorial administra-tiva que integra vários “conce-lhos” da Extremadura.

Talvez, possamos interpretarestas atitudes autonómicas co-mo uma “fuga para a frente”,com dois sentidos: mostrar des-contentamento às autoridadescentrais e regionais de Espanha;ou recordar o passado (que elesnão conhecem bem) como amea-

ça ou como pronúncia de algocujo sucesso não alcançamosneste momento.

Também sabem que do ladode cá, não poderão contar quasecom nada, para além de algumcompanheirismo e esperançafraterna, pois o Governo de Por-tugal está enleado numa teia decompromissos e de dependên-cias económicas que entravam alucidez e as vontades de se en-cetar seja o que for de aproxi-mação com Olivença e o seu

povo. Convirá, porém, reflectir-mos um pouco sobre estasideias “autonómicas” que pare-cem a muitos caídas de repentedos céus. Tanto quanto se con-segue saber outras ideias estão asurgir, em simultâneo, a mili-tantes de duas estruturas políti-cas locais – de oposição ao par-tido que tem gerido o território. Énecessário dizer que estamos emcima de eleições autárquicas.

Muitos daqueles que ainda“arranham” o português alente-

jano, por tradição familiar, comapelidos ou alcunhas bem nos-sos, apesar da aculturação força-da, estão desiludidos, diríamosmesmo amargamente desiludi-dos. Como reagirão perante este“rebuçado” autonómico? É umaincógnita que convém acompa-nhar. Há sinais visíveis que pelomenos estas duas forças políti-cas estão a movimentar-se e aseguir o exemplo do actual presi-

dente de Câmara que tem vindoa Lisboa para se incorporar nodesfile do 25 de Abril.

Voltaremos nós mais umavez, a encolher os ombros e apensar que “essas coisas” nadatêm a ver connosco?

A questão de Olivença nãodeixou, ainda, de ser uma causatransversal na nossa sociedade ena nossa consciência nacional,apesar de ser assumida por mi-norias de várias ideologias. Oexemplo de TIMOR poderá serevocado. É que se trata de defen-der a nossa honra, o nosso patri-mónio cultural (algum dele de-fendido pela legislação portu-guesa), a língua e as nossas tra-dições e, ir assim ao encontro doque muitos oliventinos pensam.

2. Há dois séculos que Oli-vença é espezinhada e Portugaltambém. Há quem afirme que étempo suficiente para abandon-armos esta causa. Se houvesseespanhóis que fizessem o mes-

Olivença EEspezinhadaCarlos Consiglieri *

“ Nas ausências de tomadas de posição não podemos lamentar que se esbocem, agora, noseio da sociedade oliventina, movimentações no sentido autonómico quando a Espanharevela sinais de desagregação política. ”

MÁRIO GODINHO

Praça da República • 2100-321 Couço • Coruche

DISTRIBUIDOR

Telf. 243 650 807/8 • Fax 243 650 809

Rua de Olivença e a Ponte da Ajuda, que liga as duas margens do Guadiana

Porta de Olivença, aspecto da praça em meados do século XX, e gravura alusiva à assinatura do tratado de Alcanices

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mo em relação a Gibraltar, mui-tas vozes se levantariam no paísvizinho – e, quanto a nós comrazão, pois apenas passaram trêsséculos sobre a cedência dorochedo mediterrânico.

Não queremos aqui discutirquestões que não nos dizem res-peito, mas se a evocamos é paraacrescentar a flagrante incoe-rência de Espanha – num casodiz sim, noutro diz não!

E Olivença está espezinhadaporquê?

Vejamos. Se em 1801, Oli-vença era tão importante comoBadajoz, um século depois re-gistava menos residentes que àdata da ocupação. E, ainda, hojea população revela índices decrescimento tão lentos que, pra-ticamente, se mantém, em ter-mos absolutos, no mesmo pata-mar demográfico. Grande parteda fuga da população para osconcelhos limítrofes do Alente-jo, no século XIX, está na expli-cação desta estagnação. Porém,no século XX, registou-se outrafuga em massa, devido à guerracivil e à miséria que assolou a“Província” em que inseriramadministrativamente Olivença,o que forçou a uma forte cor-rente de imigração.

Muitos oliventinos, nessasocasiões, optaram pelos conce-lhos limítrofes, particularmente,Vila Viçosa e Elvas, enquanto ou-tros imigraram para a Catalunhae Madrid, ocultando, em muitoscasos, a sua naturalidade.

Mas, o abandono no séculoXIX, não se deu só por parte dostrabalhadores rurais, mas tam-bém dos proprietários da terra,sobre os quais foram desenca-deadas ameaças e pressões detoda a ordem.

Bastará ler uma história daEstremadura para conhecermosas violências cometidas pelasLeis de Desamortização, os rou-bos e as pilhagens da proprie-dade – a apropriação dos bal-dios, dos bens da Coroa e da Ca-sa do Cadaval, da Misericórdiae a ocupação das quintas das fa-mílias seculares, bem como dosbens dos burgueses que atravésdo comércio começavam a desen-volver a Vila de Olivença.

A par da pilhagem económi-ca, assistia-se a proibição do por-tuguês como língua e as escolas– públicas e privadas – foramencerradas. A campanha contraa língua portuguesa chega a uti-lizar exemplos de profundoracismo – “a língua portuguesa éfalares de preto”! A Igreja, sob aorientação do Bispo de Badajoz,assume a repressão proibindo oportuguês nos actos religiosos.Também o ensino de história deEspanha irá provocar o desco-nhecimento de todo o passadooliventino, a par da falsificaçãode dados históricos, como hoje écorrente e premeditado.

E a repressão sobre a identi-

dade? Com a destruição de Car-tórios e Arquivos, verificou-se aadulteração de nomes e apelidosportugueses. Hoje há nomes irre-conhecíveis, que não são nemportugueses nem espanhóis. Equanto a memória colectiva? Atoponímia foi modificada, osepitáfios do Cemitério de Oli-vença foram ultrajados, grandeparte da heráldica destruída.

Quem tenha dúvidas – inves-tigue. Vá e veja. Indague comose processou a repressão e quan-tos enforcamentos houve emOlivença a culminar a diversasformas de violência. Tudo foifeito para amordaçar a consciên-cia, espezinhando-se a liberdadee a memória do povo oliventino.

Atentemos num exemplo.Quando se aguardava que Fran-co cumprisse a palavra dada aSalazar, Olivença içou a bandei-ra portuguesa no alto da Torrede Menagem. O incumprimentodo “trato” levou ao fuzilamentode “uns tantos” oliventinos ...

3. “Olivença é um caso quese resolve no próximo ano” –disse Aznar em Lisboa, aosórgãos de comunicação socialportuguesa.

Foi com este cinismo políti-co que o antigo primeiro-minis-tro de Espanha respondeu. Mas,do lado de cá, o cinismo é maiorporque nem respostas ambíguasouvimos.

De facto, o Tratado de Bada-joz de 1801, que concedia o ter-ritório a Espanha foi denuncia-do (declarado “nulo e de nen-hum vigor”), pelo Manifesto de1 de Maio de 1808. Por este actolegislativo, jamais revogado e,ainda, legalmente em vigor, aassunção da nossa soberania so-bre o território passou a consti-tuir Direito interno, enquantotal, vinculativo.

O que, no devir histórico, en-controu sempre consagração nasconstituições portuguesas, (nade 1911) e nomeadamente naactual que, absolutamente, aten-deu a essa assunção, indicandoque “Portugal abrange o ter-ritório historicamente definidono continente europeu” – art.º5.º - n.º 1, aspecto assinalado porvários dos nossos constitucio-nalistas: Jorge Miranda, GomesCanotilho e Vital Moreira.

Proclama-se, ainda, que “OEstado não aliena qualquerparte do território português”(art.º 5.º - n.º 3) e estabelece-seque é “tarefa fundamental doEstado garantir a independên-cia nacional” ( art.º 9), e “asse-gurar a defesa nacional” bemcomo, “a integridade do ter-ritório” ( art.º 273).

Então em que ficamos? Aquem cabe defender a Constitui-ção? Ao Chefe de Estado? Aosque governam? Ou àqueles queos elegeram para nos represen-tar?Economista e Professor Universitário

Em 20 de Maio de 1801 –vão passados 206 anos! – Oli-vença foi tomada pelo exércitoespanhol. A NOBRE, LEAL ENOTÁVELVILADE OLIVEN-ÇA encontra-se, desde então,sequestrada pelo país vizinho.

Sustentando publicamente aposição político-diplomática e odireito constituído do nosso país(Olivença é, de jure, território dePortugal, não obstante encontrar--se, de facto, sob administraçãoespanhola), o Grupo dos Amigosde Olivença vem pugnando, hálargas dezenas de anos, pela dis-cussão e resolução da Questão deOlivença, com a natural retro-cessão do território a Portugal.

Percebendo a delicadeza quea Questão de Olivença apresen-

ta no relacionamento peninsu-lar, esta Associação entende que

só a assunção frontal, pública edesinibida do diferendo peloEstado português, colocando-ona agenda diplomática luso-espa-nhola, permitirá ultrapassá-lo eresolvê-lo com Justiça.

Pedindo às Autoridades na-cionais que tomem as medidasnecessárias para a manutençãoda Cultura Portuguesa em Oli-vença, esta Associação exorta osportugueses, detentores da Sobe-rania Nacional, a sustentarem edefenderam uma Olivença por-tuguesa, repudiando dois sécu-los de alheamento e dando satis-fação à História, à Cultura, aoDireito e à Moral.

A Direcção do Grupo dosAmigos de Olivença

www.olivenca.org

Livro lançado a 11 de Novembro de 2006, com pin-turas de Serrão de Faria e texto de Marília Abel e CarlosConsiglieri, Olivença, labirinto da Saudade, publicadopela Dinalivro é mais um testemunho valioso paracompreendermos Olivença, vila portuguesa ilegalmen-te ocupada por Espanha.

Nas palavras do Grupo Amigos de Olivença, SeOlivença é uma causa perdida, não é Olivença que estáperdida para Portugal; é muito provavelmentePortugal que se perdeu a si próprio, incapaz de defen-der os seus interesses e muito especialmente os seusdireitos.

Realizou-se no dia 18 deMaio, pelas 21 horas, no MuseuMunicipal, mais uma conferên-cia promovida pelo nosso jor-nal, sobre “A Questão de Oli-vença”, tendo como oradores oDr. António Marques e o Prof.Carlos Consiglieri.

Foi excelente lição sobreOlivença, Portugal e a cidada-nia, o que reforça a necessidadede todos sermos esclarecidos einformados sobre esta questão,para podermos defender asoberania nacional e a históriade Olivença.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 23

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ARRENDAM-SEARRECADAÇÕES

206 anos de ocupação

“Olivença, Labirinto da Saudade”Prof. Carlos Consiglieri, Dr. Abel Matos Santos, Dr. Pedro Orvalho e Dr. António Marques

O Jornal de Coruche realiza conferênciasobre “A Questão de Olivença”

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Devagarinho (ou se calharnão…) Rui Bento Vasques vaicimentando o seu prestígio en-quanto gestor da primeira praçado país, e, prova provada do quedigo, que se assinale o sucessoda feira taurina que em princí-pios de Maio levou a cabo. E, ébom que se refira que foi comtrês eventos que em Madridtudo começou…!

Dia 3 – João Moura deu al-ternativa em Portugal a seu filho,com Pablo Hermozo de Men-donza por testemunha. Pegarama corrida os Forcados de Santa-rém e de Portalegre e todos osintervenientes triunfaram.

Foram os toiros da ganadariade Francisco Romão Tenório econfesso que ao último da corri-da reconheci qualidade, bravo aarrancar franco de praça a praçae Mourinha mostrou-se capazde se haver com ele, o que seregista. Os cavaleiros saíram emombros.

Dia 4 – para dar lide a toirosde Varela Crujo, Ponce, JoséLuís Gonçalves e “El Juli”. Acorrida agradou, dado que o deChiva abriu o livro e como é seutimbre ministrou boas faenasaos oponentes que lhe tocaram.É um relógio suíço… saiu emombros. Gonçalves esteve todoum esteta perante o melhor toirodo curro e equivocou-se com osegundo que também pareceuter qualidade. Deu gosto vê-lono primeiro, elegante e profun-do a mandar na lide e no toiro.

“El Juli” teve que se contentarcom estar em toureiro, o quenão é pouco, perante o lote me-nos potável.

Dia 5 – oportunidade aosnovos, com Francisco Palha eTomás Pinto a cavalo e o grupo

do Aposento do Barrete Verdenas pegas e, Miguel Tendero,Gonçalo Montoya, Manuel DiasGomes e Wilson “Chamaco”,lidando a pé. Palha, todo umclássico, esteve bem, Pinto mos-trou-se bom calção e muitoverde e os de Alcochete estive-ram bem. Tendero é um casoque importa rever, pleno detoureria e com alguma arte;Montoya mostrou o que já vira-mos; Gomes bem com o capotepor gaoneras deixou que vísse-mos uns estatuários belos e umaboa série pela direita; e “Cha-maco” não se pode ver; se noslembrarmos que Rafael “ElGallo” um dia afirmou que a“espantá” também é uma sortedo toureio, o rapaz que se acre-ditou ganhando o concurso “Àprocura de novos toureiros”,esteve bem em sete sortes.

Quando do dito concurso, viuma fotografia de meia páginano “Diário de Notícias” em que omoço aparecia com a muleta em

bandeira toda no alto e o toirohumilhado nos calcanhares,achei estranho, mas como nãome foi possível estar presente,acreditei no bom critério. Agoraque vi ao vivo, lamento afirmarque com toda a certeza se equi-vocaram e digo-o, porque o“piqueno” até se afirma para a“frentex”, tendo até rapida-mente deixado a escola em quelhe estavam a ensinar os rudi-

mentos do toureio, calhandoconvencido que já sabia tudo.

Bem saíram os novilhos deManuel Veiga, em quase todosos casos por cima dos jovensque os enfrentaram. Balançomuito positivo o desta feira tau-rina de Lisboa, que bem esperopara o ano se repita.

____

*Médico Veterinárioe Escriba Taurino

Tauromaquiasuplemento

Coordenação de Domingos da Costa Xavier

Não pode ser vendido separadamente.

Director: Abel Matos Santos • Registo ERC 124937Este suplemento é parte de O Jornal de Coruche nº 14, de Junho de 2007

AconteceuE, em Lisboa aconteceu! Dr. Domingos da Costa Xavier *

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

CORUCHECORUCHELISBOALISBOA

Especial idade Carne na BrasaEspecial idade Carne na Brasa

Cruzamento de CorucheTel. 243 618 319

Encerra à Segunda-feira

R. das Necessidades, 18-20Tel. 213 958 304/5Fax 213 958 306Tlm. 917 505 313

Encerra ao Domingo

Moura Jr. recebe alternativa de seu pai João, José L. Gonçalves num derechazo, saída em ombros dos cavaleiros e a grave colhida de Mariano de la Viña

Saída gloriosa em ombros de Ponce pela Porta Grande

Fotos: Joaquim Mesquita

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IITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007

telefs. 243 617 502 - 243 617 544 - 243 617 592 • fax 243 617 196

o seu banco em Coruche

telefs. 243 689 333 - 243 689 369 • fax 243 689 380

DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO

Convenhamos que é bembonito que um jovem possaatingir o escalão maior da pro-fissão na sua terra, sobretudotendo consigo o público, o quesó por si não é fácil em VilaFranca de Xira.

Sem que me atreva a ques-tionar a profunda afición quepor lá mora, é bom que em ver-dade vos diga que de há muitovivem mais da fama que do

proveito, dado que razões que senão entendem deixam, não raro,a discutir toiros no “café Cen-tral” muitos dos que espera-ríamos encontrar no interior da“Palha Blanco”, que aliás en-contramos em outras praças,seja em Sevilha ou Lisboa.Posto isto, que refira, foi bonito.

Manuel Caetano é tão só fi-lho de Manuel Tavares da Silva,ganadero que agora detém pas-

tando na lezíria a que foi tam-bém famosa vacada pertença deJosé Pedrosa, homem de Be-navente que soube cruzar o quetinha para obter produtos que ostoureiros queriam lidar. Além demais foi também destacado for-cado do grupo de Vila Franca,que passou à história com ofamoso apodo de “Manel Cas-cad’alho”. Desde que manifes-tou vontade de se fazer cava-leiro tauromáquico, sempre en-controu agasalho em seu pai epor assim ser foi de facto emoti-vo o brinde que lhe fez em diade alternativa. Praça cheia, JoãoSalgueiro de padrinho e RuiFernandes de testemunha, onovel profissional saiu a pôrtodas e triunfou forte, agarrandologo o público quando recebeu àgaiola, o que repetiu no seusegundo. Lides carregadas devalor que levaram a emoção àsbancadas, deixaram provadoque Manuel Caetano estavapreparado para o acto.

O que fez foi bem entendidoe as ovações justas não se fize-ram esperar, e por elas tambémnão esperou o cavaleiro que porvezes as buscou sem ter remata-do devidamente. Nervos em dia

de cerimónia, dado que creioque com o tempo o Manel fica asaber que quando se faz bemfeito os aplausos nunca fogem.Os alternantes, quer o padrinhoquer o Rui estiveram toiro nãotoiro sim. Salgueiro no seu se-gundo esteve enorme pese algu-ma irregularidade na cravagem,e, Fernandes também no seu se-gundo deu um arzinho da suagraça. Tarde duríssima tiveramos forcados de Vila Franca, nal-

guns casos roçando a tragédia,dado que os pupilos de Hrds. deInfante da Câmara não erampara graças. Pesem os percalços,o grupo soube honrar as suasjaquetas, o que se louva em anoem que comemoram o aniver-sário redondo, que no entanto háquem discuta. De glória foi atarde para Manuel Caetano, oque agradou em momento queacima de tudo era seu.

Domingos da Costa Xavier

MMaannuueell CCaaeettaannoo,, ccaavvaalleeiirroo ttaauurroommááqquuiiccoo

Ao intervalo: demonstração da Escola Equestre de Luís Valença

Fotos: Joaquim Mesquita

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Gosto de viver em democra-cia, de poder expressar as min-has ideias, de poder opinar, depoder discordar e, sobretudo,(ter de) respeitar o que os outrosdizem ou pensam. Democraciaé isto, ou pelo menos, também éisto. Democracia implica liber-dade e, tão ou mais importante,implica regras.

Falo-vos disto porque o quese passou no Campo Pequeno,por altura da comemoração do1.º aniversário da sua reabertu-ra, revelou que não houve (e nãohá) respeito pela liberdade egostos dos outros. E, maisgrave, não houve respeito pelopatrimónio nacional.

O Campo Pequeno faz-me“companhia” diariamente, e nãome canso de o contemplar (con-fesso que a dada altura perdi aesperança de o ver recuperado,tal não foi a demora mas… va-leu muito a pena esperar). Mes-mo os que não gostam de verespectáculos tauromáquicos nãoficam indiferentes à beleza da-quele monumento.

Dias antes da corrida come-morativa foi divulgada, nas ruasde Lisboa, uma manifestaçãocontra as corridas de toiros,marcada para o final de tarde dodia 17 de Maio.

Respeito quem o faça poisnem todos temos de gostar damesma cor (e ainda bem queassim é). Somos livres de gostarou não de algo e de poder mani-festá-lo (desde que não interfiranem prejudique o próximo, sejaeste próximo, um bem materialou uma pessoa). O que não se

pode admitir é que se “tome aliberdade” de praticar actos devandalismo num edifício que é,e repito mais uma vez, patri-mónio do nosso país e que tantodiz da nossa cultura.

Se todos nós, de repente,começássemos a destruir/dani-

ficar tudo aquilo de que nãogostamos… como é que estemundo não estaria… Atitudescomo as que se verificaram nãolevam a lado nenhum, não mudanada. Até porque uma cultura,como é o caso da tauromaquia edo fado, permanece ao longodos tempos. Os homens passammas a cultura fica.

Não vale a pena criar umaguerra, pois não se querem ven-cedores ou vencidos…

Fiquemo-nos pelo respeito!Não quero deixar passar em

vão o espectáculo que se reali-zou nessa noite e permitam-medois apontamentos: primeiro, abrilhante apresentação (e acho

que muitos partilham da minhaopinião) de João Salgueiro daCosta (cavaleiro amador). Aexpectativa era enorme mas foimelhor do que se esperava.

Aí está mais um jovem quepromete! (E nós, os que gostamdesta arte, agradecemos a estes

jovens pelo talento, magia eespectáculo e que nos dão aesperança/certeza de que, tãocedo, esta cultura não desapare-cerá).

Para finalizar, o apontamen-to para a transmissão televisivada TVI. Começou tardíssimo(mesmo assim, foi vista porcerca de meio milhão de espec-tadores) mas, já diz o ditado,“mais vale tarde que nunca”.

Lamentável foi não haverum canal televisivo que se dig-nasse a transmitir a noite de 3 deMaio, a corrida de alternativa deJoão Moura Filho.

____Telma Leal Caixeirinho

Criminosos vandalizamSe todos gostássemos da mesma cor…

Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007III Tauromaquiasuplemento

Considero Miguel Moutinhoo maior aliado da Festa de toirosem Portugal, e, tal qual o fizaquando das “manif’s” que pro-moveu o ano passado, de novoaqui lhe agradeço. O Miguel,embora nos encontremos emcampos diametralmente opos-tos, é um rapaz educado (quenão cordato…) que faz bem oseu trabalho e que tem reveladouma extraordinária capacidadede mobilização da comunicaçãosocial, o que se encarece.

Dizia um meu avô que im-porta que se fale de nós nem queseja para dizer mal, e por assimser, é bom que aqui se recordeque há um ano se não falavade toiros na SIC e pela sua ac-ção falou-se, coisa que devemosapreciar. Na SIC, no que cha-mam “Opinião Pública”, bemesteve Carlos Pegado, pondocoerentemente as coisas emtempero, e melhor estaria se nãofossem as interrupções do opo-nente, Miguel Moutinho, nitida-mente em desespero, que a in-coerência tem preço. Que recor-de aqui que o dito, auto nomea-do “vegan”, me apareceu umavez num confronto que tivemoscom sapatitos de coiro.

Anunciou Miguel Moutinho,motor e não sei se o único rostovisível da “Animal”, uma mani-festação multidinária com forçabastante para pedir a aboliçãodas “touradas”. Não vem dai malao mundo que o aficionado cons-ciente de há muito prefere as“corridas”, nuança que o nãocreio preparado para entender, esequer na circunstância importa.Importa, isso sim, é que as gen-tes da Festa de toiros possamregularmente “medir” a Forçados seus inimigos, e assim Mi-guel, mais uma vez obrigado;São poucos, de verdade…!

Prevista a presença de um“carradão” de “amigos dos ani-mais”, à porta do Campo Peque-no, postaram-se ai uns duzentos(e, estou a ser generoso) mani-festantes (multinacionais) a bal-buciar impropérios; Lá dentroencontravam-se uns seis mil aviver o que ia acontecendo!

Será preciso dizer mais paraque esta gente se convença doseu falhanço rotundo?

Comecem já a mobilizar-separa o ano, e, atrevam-se, com-prem bilhete e façam a “manif”dentro da praça; Vale???

Domingos da Costa Xavier

MMaaiiss uummaa vveezz,, oobbrriiggaaddoo!!

O P I N I Ã O

Segundo o relatório anual daInspecção-Geral das Activida-des Culturais (IGAC) sobre aactividade tauromáquica, foramrealizadas no distrito de Santa-rém 26 corridas de toiros em 2006,quatro das quais em praças des-montáveis. Outra das praças daregião com mais espectadoresfoi a de Palha Blanco em VilaFranca de Xira com um total de25.079 aficionados, posicionan-do-se no quarto lugar, e a vila deCoruche que contou com 11.425

espectadores, ficando em oitavolugar no ranking.

A praça com mais assistên-cia em 2006 foi a do Campo Pe-queno em Lisboa, com 85.750entradas.

Quanto ao número de espec-táculos, Lisboa ficou em primei-ro com 54 espectáculos, o equi-valente a 20 por cento do totalde touradas a nível nacional.Santarém e Setúbal ficaram emquinto lugar, atrás de Beja (27),Évora (31), e Faro com 41.

Segundo dados do IGAC,dos espectáculos realizados 162foram corridas de toiros, 36 cor-ridas mistas, 6 novilhadas, 13novilhadas populares, 40 espec-táculos de variedades taurinas, e12 festivais taurinos.

De acordo com a IGAC, noano de 2006 realizaram-se 269espectáculos, com cerca de494.693 espectadores, tendo astransmissões televisivas cresci-do 58%, de quatro em 2005 paradez em 2006.

Meio milhão de pessoas foramaos toiros em 2006 –– MMaaiiss ddee 1111 mmiill

ssóó eemm CCoorruucchhee

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A primeira corrida do Melão, reali-zada no dia 13 de Maio, na vizinhaSalvaterra, localidade aficionada, tevecomo atractivo principal o curro de toi-ros dos Irmãos Dias, (ex NorbertoPedroso), um dos poucos redutos daantiga casta portuguesa, tendo comomais valia o encierro matinal comalguns dos toiros da corrida, cativandomais o público a acorrer às bilheteiras,preenchendo mais de meia lotação.

Ana Batista sagrou-se a grande tri-unfadora da tarde ao lidar superior e sur-preendentemente o último da tarde.Uma lide correcta, de princípio ao fim,charmosa e artística.

Ana recriou-se em sortes surpresadesde o seu famoso palmito ao violinoou ao inédito par de bandarilhas, alémdas correctas sortes frontais. Diante doterceiro cumpriu com a função ultrapas-sando as dificuldades do oponente.

Rui Salvador voltou por uma lide àssuas grandes actuações. Irreverente echeio de garra, Rui cravou ferros curtosentrando nos terrenos do toiro, comreuniões ajustadas e emotivas. Ao quar-to da tarde, Rui Salvador andou em bomplano mas sem atingir o nível anterior.

João Salgueiro não teve sorte com ostoiros que lhe tocaram em sorte. O pri-meiro saiu com uma cornada e foi subs-

tituído pelo destinado a quinto. Umalide razoável com destaque para osegundo curto, entrando de frente.

Em quinto lugar saiu o sobrero quese viria a inutilizar-se durante a lide.Como manda o regulamento em vigornão houve lugar à pega.

Os dois grupos alternantes suplan-taram as características do encaste comdecisão com três pegas ao primeirointento pelo grupo de Vila Franca e duasà segunda pelos amadores de Salva-terra.

____* Crítico taurino

Fotos: Joaquim Mesquita

IVTauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007

Já n

as b

anca

sMontemor é praça Cheia, desta vez

não foi, esteve quase, mas merecia-o.No dia 5 do mês passado, preencheram--se três quartos das bancadas do castiçotauródromo alentejano. O esforço daempresa em montar um cartel diferentefoi sem duvida louvável, Simão Co-menda e Paulo Vacas de Carvalho jáderam mostras por mais que uma vez doseu valor como empresários e continu-am a inovar surpreendendo pela positiva.

O curro de Partido de Resina (ex.Pablo Romero), lendária e secular ga-nadaria espanhola era o grande atracti-vo, toiros sérios com trapio e muitopeso, mansotes no geral destacando-se oquarto, com o peso de 673 kgs, lidadopor António Ribeiro Telles. Foi diantedeste toiro que António bordou o seutoureio sério e imperioso, entrou defrente e cravou de alto a baixo comomandam os cânones, conjuntamentecom o “Pintor”, deu extensas pinceladasde arte. A abrir praça pautou-se por umalide agradável, sendo que era a lide mis-tério que iria pôr a nu o desconhecidocomportamento dos toiros lidados acavalo.

Luís Rouxinol, vinculou-se dentrodo seu estilo, menos criativo no seu pri-meiro foi no quinto da tarde que viria amostrar-se mais desinibido e recriar-senas sortes que o catapultaram para afama. Ana Batista a contas com o lotemenos cumpridor, empenhou-se com agarra, profissionalismo que lhe conhe-cemos para sacar lide aos murlacos queenfrentou. Andou toureira e decidida

perante tão difícil lote, melhor o terceiroda ordem, brusco e violento nas arran-cadas que dava o ultimo.

O grupo de Forcados Amadores deMontemor arrimaram-se em três impo-nentes pegas todas à primeira, bem aju-dadas. Os Amadores de Évora sentirammais dificuldades ao consumar à segun-da, primeira e de cernelha ao últimoapós diversas tentativas de cara.

António, CClasse ee MMaestria!

Ana, pprofeta nna ssua tterra

Joaquim Mesquita *

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

Campo Pequeno

Farmácia S. JoséDir. Técnica – Maria Helena A.L. Barata Batista

Rua Júlio Diniz, n.º 3 B – LAMAROSA2100-405 Coruche

Tel. 243 724 062 • Fax: 243 724 297

Exposiçãode pintura

tauromáquicaO pintor Carlos Campos expôs 12

quadros a óleo, de tema tauromáquicono espaço junto à entrada dos cinemasda galeria comercial do Campo Pe-queno, nos passados dias 3, 4 e 5 deMaio, durante a primeira feira taurinade Lisboa.

A exposição foi constituída porquadros representando cenas de toureioa cavalo, a pé e forcados.

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Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007V Tauromaquiasuplemento

O bandarilheiro Mariano dela Viña, da quadrilha do mata-dor de toiros Enrique Ponce, foicolhido na corrida do dia 4 deMaio no Campo Pequeno, aobandarilhar o primeiro toiro danoite, cornada que poderia tertido efeitos gravíssimos.

Segundo fonte hospitalar,sofreu uma cornada que lhe pro-vocou uma ferida de 22 centí-metros de profundidade, no ter-ço inferior interno da coxaesquerda, com duas trajectóriasque lhe roçou, sem danificar, aartéria e a veia femoral.

Foi assistido na enfermariada praça e transferido para ohospital de Santa Maria, onde

foi submetido a intervençãocirúrgica, com exploração daprofundidade da ferida. Verifi-cou-se ter havido lesão da veiasafena interna, estiramento ner-voso, com lesão superficial, elesão muscular do vasto interno.

Também foi assistido nomesmo hospital o bandarilheiroAlejandro Escobar, da quadrilhade “El Juli”, que ao bandarilharo sexto toiro da noite, sofreuuma ferida incisa na mão esquer-da com muitos destroços dos te-cidos superficiais.

Ambos os bandarilheiros, re-gressaram às suas casas e estãojá recuperados.

Paulo Pereira

Feira Taurina do Campo Pequeno

Bandarilheiros colhidos

Depois do triunfo alcançadono passado dia 28 de Abril emEstremoz, o cavaleiro João Mou-ra Caetano actuou no passadodia 5 de Maio em Arroyo de SanServan, na província de Bada-joz, onde saiu em ombros de-pois de ter cortado duas orelhase um rabo no seu primeiro toiro,e duas orelhas no segundo.

João alternou com AntónioDomecq, que foi premiado comovação e duas orelhas e JuanCarlos Jimenez, que cortou duasorelhas e orelha.

Numa tarde que contou comdois terços de casa, lidaram-setoiros de Dehesa de Guadarra-ma, que deram bom jogo no ge-ral.

Arroyo de San Servan

João Moura Caetanosai em ombros

Na corrida realizada emMentrida, Toledo, em Espanha,o Grupo de Forcados Amadoresde Coruche, capitaneados porAmorim Ribeiro, teve uma ex-celente actuação. O cavaleiro

português Paulo Jorge dos San-tos, cortou três orelhas, ainda namesma corrida. Javiera San Josée Noelia Mota, que tourearamnovilhos de Javier Perez Taber-nero, completaram o cartel.

Forcados de Coruchebrilham em Espanha

Eleito pelos elementos actu-ais, José Maria Cortes será onono Cabo na história do Grupode Forcados de Montemor.

Fardou-se pela primeira vezna praça de toiros das Caldas daRainha no dia 23 de Agosto de2001 e receberá no dia 2 de

Setembro de 2007 os destinosdo Grupo que este ano comem-ora o seu 68.º aniversário.

Sucede a Rodrigo Corrêa deSá, forcado desde 1989 e Cabodos Forcados de Montemordesde o dia 7 de Setembro de1997.

Forcados de Montemor

José Maria Cortesé o próximo Cabo

O Jornal de Coruche entre-vistou João Monteiro, Coor-denador da Comissão de fes-tas em Honra de Santo An-tónio da Fajarda.

JC – Como têm sido osúltimos meses para a comis-são de festas?

JM – Este ano tem sidomais complicado, porque acomissão é um pouco mais re-duzida e alguns elementos daactual comissão têm tido al-guns problemas pessoais oque tem impedido uma partic-ipação mais activa na prepa-ração dos festejos. Mas tudoestá orientado para que daquia duas semanas esteja tudo apronto.

JC – A comissão deste anoconta com quantas pessoas?E as ajudas?

JM – Este ano conta com17 pessoas, houve alguns ele-mentos da comissão de 2006que saíram, mas também hou-ve novas entradas. Não é fácilarranjar pessoas para se com-prometerem com a comissão.

Para além dos elementosque fazem parte da comissão,há sempre pessoas que se dis-põe a ajudar nos dias das fes-tas, e nos dias que antecedemas festas temos sempre quaseo dobro das pessoas a ajudar.

Em relação ao ano passadoos peditórios foram um poucomais “fracos”, mas a crise égeral e o que interessa é que

seja de bom grado. A Junta deFreguesia disponibiliza o espa-ço, cede os funcionários nosdias que antecedem a festa econtribui com a atribuição deum subsídio no valor de cincomil euros. A Câmara Munici-pal de Coruche apoia bastantetambém em materiais neces-sários.

JC – Quais os objectivosprincipais na organizaçãodas festas anuais?

Um deles é o encontro dapopulação e o convívio e diver-timento, não só da nossa popu-lação da Fajarda mas tambémda quem vem de fora.

Também gostamos de aju-dar e no ano passado atribuí-mos um valor à Associação deSolidariedade Social, tambémao Rancho Folclórico e àParóquia a qual efectuou obrasna igreja da freguesia e adqui-riu um estandarte que será

usado pela primeiravez na procissãointegrada nas festasdeste ano.

A responsabili-dade de organiza-ção do festival defolclore é do Ran-cho folclórico daFajarda que assumetudo o que envolveo festival, o que ali-via bastante a co-missão. Daí a atri-buição de valor co-mo agradecimento.

A Associação RecreativaCultural e Desportiva Fajar-dense, o grupo de MotarMotorronco e a Associação deSolidariedade Social, terão umstand não só de exposição mastambém para angariação desócios e de fundos com a ven-da dos mais variados brindes.

Gostaria em nome da co-missão de agradecer a toda apopulação da freguesia, poissem o apoio de todos não épossível a realização das fes-tas.

Esperamos que não parepor aqui, e apelo a todos paraque no próximo ano apareçammais pessoas a integrar nacomissão de festas. Com aexperiência de uns e as ideiasde outros é a chave para osucesso.

____Mafalda Fonseca

Texto e foto

O cavaleiro João Ribei-ro Telles actuou no sábado,12 de Maio, em Talavera dela Reina (Toledo).

Cortou duas orelhas, umaa sós e outra a duo com Ál-varo Montes, ambos saíramem ombros sagrando-setriunfadores do festejo.

Alternaram com Fran-cisco Benito, orelha e JoãoMoura filho que tambémcortou uma orelha a sós.

A duo, Benito e Moura,volta. Lidaram toiros da ga-

nadaria portuguesa de Pas-sanha que deram bom jogo.

João R. Telles sofreuuma aparatosa colhida aoreceber o toiro que lidou asós, sofrendo um golpe nacabeça, suturado na enfer-maria da praça com 4 pon-tos e lesão a nível dos liga-mentos do joelho direito.Após a colhida continuou alide alcançando o êxitocom o corte de uma orelhae só então deu entrada naenfermaria.

João RRibeiro TTelles JJr.

Colhido em Espanha

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“La mirada”

No passado dia 5 de Maio,teve lugar em Coruche o IICapítulo da Confraria Gastro-nómica do Toiro Bravo, em quenovos confrades foram solene-mente entronizados.

Entre eles que se destaquemJosé Peseiro, homem que o paísconhece pelo seu desempenhocomo treinador de futebol; oProf. Universitário António Eloy,ambientalista e costumbrista devasta obra publicada; José Nún-cio, neto do “califa” do mesmoapelido, um dos mais castiçosjovens do presente e Maria JoséGarcia, parente de “EI Viti”, quedesempenha altas funções naembaixada de Espanha, mulherde sentimento e alta sensibili-dade que cada vez mais se rende

com paixão ao sentir português.Coube ao signatário, breve

alocução sobre a razão de ser daexistência da confraria, e do quedisse que se salve a afirmaçãoem consciência de que a carnebrava é a mais sápida, acabada eecológica das carnes.

É bom que consigamos pro-mover o que é autóctone e deelevada qualidade.

DCX

Em comemoração do 50.ºaniversário da Praça de ToirosAmadeu Augusto dos Santosa Empresa Bravura e Tradi-ção, numa iniciativa do aficio-nado João Silva, colocou nainternet um site exclusiva-mente dedicado à Praça deToiros do Montijo. Aqui podeobter informações, não só re-

lativas a futuros eventos quese irão realizar na Monumen-tal, mas também acesso a al-guns dados históricos, fotosde espectáculos que ali decor-reram, galeria de cartazes emuito mais, desta praça quetanto tem para contar.

Pode visitar o site em:www.monumentalmontijo.com

50 aanos dda ppraça ddo MMontijo

VITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007

Que vêem os olhitos de cri-ança toureira? Que lhe passapela cabecita a rebentar de son-hos? A “festa”? De certeza quesim! Mas, que “festa”? A daspraças cheias a gritar olés? Ou atristeza das meias casas, sufi-cientes para “dar lucro”?

A “festa” gerida por gente daestirpe de um Manuel dosSantos, de um Alfredo Ovelha ede tantos outros que sempre aengrandeceram? Ou antes as“gerências” de oportunistas, su-gadores duma actividade cultu-

ral, económica, social, a quemlhes é dado tudo de mão beijadapara um exercício de “encherbolsos” até que a “teta” dê?

Que planos, que sonhos, queluta estará disposto a travar paraalgum dia ser Toureiro? E quan-do o conseguir ainda será tem-po? O seu olhar é profundo. Asua “mirada” é intensa.

A profundidade e a intensi-dade desejável para a “festa” dehoje para que o amanhã não sejatarde…

João Costa Pereira

II Capítulo da Confraria Gastronómica do Toiro Bravo

Surgiu uma estrela!Uma breve análise aos últi-

mos anos do panorama taurinoportuguês, deixa provado e àevidência que a quantidade decavaleiros tauromáquicos quenas arenas se apresenta estámuito longe de se traduzir emqualidade. Aliás, o mesmo ocor-re em Espanha, dado que muitopoucas vezes coincidiu que omelhor toureiro se possa consi-derar o toureiro de época. Masnão vou por ai e só o enunciopara que me entendam.

No passado dia 17 de Maiodesloquei-me ao Campo Peque-no com a intenção expressa dever a apresentação de João Sal-gueiro da Costa. Curiosamentehavíamos coincidido em VilaFranca de Xira no jantar come-morativo da alternativa de Ma-nuel Caetano, e com um sorrisomeio inocente e meio marotohavia-me preparado para o vercom atenção. E, assim foi. Li-dou é facto um toiro com quali-dade, mas é sabido que é a qua-lidade dos toiros que destapa osmaus toureiros.

O “Salgueirito” que Lisboaviu actuar é tão só a quinta gera-ção de cultores da Festa nafamília, caso único no mundotaurino, o que aqui desde já serealça.

E, em verdade a noite foi dafamília, dado que António Ri-beiro Telles estando bem, esteveabaixo do seu melhor, e quempela desorientação patenteadadesiludiu foi Manuel Lupi, embo-ra tenha enfrentado o pior toiroda corrida, credenciado queestava como um dos triunfado-res da época passada, o JoãoSalgueiro da Costa foi o herói

da noite, superando todas asboas expectativas, calmo, inteli-gente, bom calção, atrevido massereno, corajoso e artista, a evi-denciar conhecimento do toiro,mexendo bem, em suma sober-bo lidador e artista, que até evi-denciou boa mão na colocaçãoapós reunir de verdade.

Dizem os ciganos que nãogostam de ver bons princípiosaos filhos, mas como pese o seuar moreno o rapaz não é cigano,cá por mim limito-me a cons-tatar, conforme titulei, que nas-ceu uma estrela (e que neces-sitado está o panorama que asestrelas surjam) o que não é desomenos!

O pai Salgueiro evidenciou aclasse habitual, de novo bemmontado, em condições portan-to de agradar com o que faz.João Salgueiro tem um estilomuito pessoal e é dos raros quenão imita ninguém, bastando--lhe ser ele próprio para que oconsideremos um dos ases dobaralho artístico da cavalaria na-cional.

Que vos fale ainda da pres-tação dos forcados; por Monte-mor, José Maria Cortes (ao quese diz, o futuro cabo do grupo)muito bem à córnea ao segundointento, João Mantas em pegarija também à córnea e por fim,brioso, Manuel Mata consumouao quarto intento.

Por Lisboa, Francisco Mira àcórnea, Miguel Félix (que sedespediu e bem que merece ocarinho dos aficionados por tu-do o que deu à festa) à córneafechou-se à segunda e ManuelGuerreiro num pegão, igualmenteà córnea, arrumou o assunto aoprimeiro confronto.

É evidente que tudo o quedescrevi aconteceu ante toiros, efoi a qualidade dos toiros, comferro Pinto Barreiros e proprie-dade de Joaquim Alves An-drade, que possibilitou os suces-sos da noite, razão que me levaa felicitar o ganadero, aliás pre-miado em praça com merecidavolta à arena.

____Domingos da Costa Xavier

JCP

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200730

Alunos e professores doCurso de Electrónica de Co-mando da Escola Profissionaldo Vale do Tejo – Santarém(EPVT) estão de parabéns porterem conquistado, no passadomês de Maio, em Paderne(Albufeira), o Prémio da “Me-lhor Apresentação” do Robô deBusca e Salvamento, no Festi-val Nacional de Robótica(ROBÓTICA 2007).

Perante cerca de 250 escolasinscritas neste certame anual, aEscola Profissional do Vale doTejo e a Escola Profissional deSalvaterra de Magos foram osúnicos estabelecimentos escolasdo distrito a participar.

O desempenho de alunos eprofessores das nossas duas es-colas foi tão marcante que aca-bámos também por ser convida-dos a integrar o Grande Júri doROBÓTICA 2007. Coube aoprofessor José Carvalho essamissão tão prestigiante.

Segundo a organização, oobjectivo deste projecto “é apromoção da Tecnologia e daCiência junto dos jovens atra-vés da experimentação, porparte destes, de um processo deconcepção e realização de umpequeno robô. A concretizaçãodo projecto passa pela cons-trução em cada escola parceirade um pequeno robô móvel com

as características necessáriaspara participar na prova deBusca e Salvamento do FestivalNacional de Robótica. O robôdeve ser capaz de realizar pe-quenas tarefas tais como seguirum trilho desenhado no pavi-mento, contornar obstáculos,subir e descer rampas e detec-tar e sinalizar cores”.

“Robótica 2007” – Festival Nacional de Robótica

EPVT ganha Prémio da “MelhorApresentação” do Robô

No passado dia 18 de Maio,na Casa do Campino, em San-tarém foi apresentado o novolivro do antropólogo AurélioLopes, denominado “A Sagra-ção da Primavera”.

Incidindo sobre as manifes-tações cíclicas festivas respei-tantes às celebrações da Prima-vera, este estudo pretende le-vantar pistas para uma maisplena compreensão das raízespróximas e remotas de muitasdas nossas tradições primaveris,ainda vivas ou de recente desa-parecimento, pretendendo deste

modo equacionar melhor di-mensões e configurações ances-trais, de forma a percepcionar,de forma mais clara, funções esignificados mediatos e imedia-tos, das actuais sobrevivênciasfestivas e culturais.

Obra patrocinada pela Câ-mara Municipal de Santarém epublicada pela Editora Cosmos,a mesma é prefaciada pelo Dr.Pedro Canavarro e posfaciadapelo Prof. Dr. Vítor Pereira daRosa, da Universidade de Otawa,Canadá.

O livro foi publicamente

apresentado pelo Dr. Pedro Ca-navarro, Presidente da Funda-ção Passos Canavarro e, ainda,pelo Dr. Francisco Moita Flores,Presidente da Câmara Munici-pal de Santarém.

Mas não ficaram por aqui asapresentações públicas da obra,seguindo-se no dia 22 de Maio,na Livraria FNAC do Chiado,em Lisboa, aí com a presença doDr. Pedro Canavarro e do Prof.Dr. Vítor Pereira da Rosa, numainiciativa que incluiu algunsmomentos de poesia e decla-mação.

Casa do Campino, em Santarém

Aurélio Lopes lança livro

A equipa da Academia WorldJeunesse / Projecto Rosto, deTorres Novas, foi a vencedorada final do Campeonato Distri-tal de Futebol de Rua, jogada nopassado dia 1 de Maio.

O conjunto torrejano vaiagora disputar a final nacional, arealizar na Lousã, em Junho.

No último jogo da prova dis-trital, a Academia World Jeu-nesse / Projecto Rosto bateu oProjecto Homem B por 8-5, ten-do conquistado também o pré-mio Fairplay.

Num dia marcado pela chu-va, não foi possível apurar-se ovencedor da Melhor Claque.Avitória no Campeonato Distritalpermite à equipa torrejano ace-der directamente à competiçãonacional, que terá lugar em iní-

cios de Junho, na Lousã. Or-ganizado pelo Governo Civil deSantarém e pela AssociaçãoCAIS, o Campeonato Distritalde Santarém teve início no pas-sado 14 de Abril, onde se jogoua primeira fase de apuramento,tendo os jogos do segundo gru-po decorrido no dia 21.

“Vencer em todos os cam-pos” é, mais uma vez, o lemapresente nesta edição do Fute-bol de Rua, que aposta na suaexpansão a nível nacional, co-mo forma de promover a práticadesportiva como estratégia ino-vadora de intervenção social.

Esta é uma iniciativa na qualparticipam homens e mulheresque se encontram em risco deexclusão social.

Distrito de Santarém

Tem vencedor emFutebol de Rua

A prova contou com a parti-cipação de 11 equipas vencedo-ras dos quadros competitivos deescolas de todas as Coordena-ções Educativas da Di-recção Regional de Edu-cação de Lisboa e Vale doTejo, decorrendo os jogosfemininos no PavilhãoDesportivo da Escola Bá-sica 23 Alexandre Her-culano e os masculinos,no Pavilhão Municipal deAlmeirim.

Foi uma organizaçãodo Ministério da Educa-ção, tendo como parcei-ros as escolas AlexandreHerculano e D. João IIbem como a CâmaraMunicipal de Almeirim.Contou ainda com a cola-

boração das escolas Mem Ra-mires de Santarém e José Ta-garro do Cartaxo e da Polícia deSegurança Pública.

Regionais de Futsal

SANTARÉM

SANTARÉM / ALMEIRIM

NOTÍCIAS DO DISTRITO TORRES NOVAS

Os Campeonatos Regionais de Futsal (Juvenis Masculinos eFemininos) do Desporto Escolar realizaram-se nos dias 5 e 6 deMaio, em Santarém e Almeirim.

Foi apresentado, no passadodia 11 de Maio, no Governo Ci-vil de Santarém, a rede de Lojasdo Cidadão de segunda geração.Na presença das Câmaras Mu-nicipais do distrito, o Secretáriode Estado Adjunto e da Admi-nistração Local explicou que onovo modelo permitirá melho-rar as relações com a Adminis-tração Pública e que entrará emfuncionamento em todos os mu-

nicípios até 2013. Apercorrer os 18 dis-tritos do país, Eduar-do Cabrita afirmouque o formato reno-vado das Lojas de

Cidadão “contribuirá para amodernização da qualidade deserviço público com uma di-mensão de proximidade e dealargamento dos serviços quesão prestados por cada conce-lho”, alargamento este que re-sulta de uma “evolução neces-sária e das novas tecnologias”.

Na prática, poderá significara concentração num único espa-ço de determinadas tarefas de

competência autárquica e deserviços do Estado, bastandopara tal que as Câmaras Muni-cipais, através dos GovernosCivis, manifestem o seu inter-esse e apresentem as condiçõesnecessárias.

Daí que a participação eparceria com as autarquias sejaimportante, defendeu o Secre-tário de Estado.

Segundo Eduardo Cabrita, éobjectivo do Governo instalaruma Loja do Cidadão de segun-da geração em todos os conce-lhos do país até 2013, estandoprevista a abertura de 60 estabe-lecimentos já no próximo ano.

Novas Lojas do Cidadão

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 31

Propriedade da Santa Casada Misericórdia de Almeirim, aGaleria Dr. João César Henri-ques inaugurou, no passado dia21 de Maio, a exposição de pin-tura “Pequenos mas GrandesArtistas”, com trabalhos dosalunos do 8.º ano, das turmas Ae B da Escola Secundária Mar-

quesa da Alorna de Almeirim.Uma iniciativa da Escola Se-cundária em parceria com o jor-nal “O Almeirinense” no intuitode promover o trabalho desen-volvido pela comunidade esco-lar junto da sociedade e de incu-tir nos mais jovens o gosto pelacultura.

A exposição pode ser visita-da pelo público em geral, desegunda a sexta-feira, das 9h00às 12h30 e das 14h00 às 17h30,na galeria situada na sede daSanta Casa da Misericórdia deAlmeirim, na rua AlmiranteReis, n.º 32, em Almeirim.

Exposição de pinturaALMEIRIM

O Distrito de Santarém viu oseu dispositivo de combate aincêndios florestais reforçadoem 2007. O anúncio foi feito nopassado dia 1 de Maio, em Al-meirim, pelo então Ministro daAdministração Interna, quesalientou a importância da par-ticipação da população em geralnas questões da prevenção.

Sob o lema “Portugal semfogos depende de todos”, An-tónio Costa falou da necessi-dade de todos os cidadãos res-peitarem as indicações legais eos seus deveres morais no que àprevenção diz respeito, já que“se as pessoas cumprirem, tere-mos menos incêndios, menospressão sobre o dispositivo emaior capacidade de resposta”.“A consciência nacional de to-dos os cidadãos para defender afloresta é a chave do sucesso”,referiu, apelando para que seevitem os comportamentos derisco (fumar, realização de fo-gueiras, etc.), considerados umaameaça para a segurança e resis-tência florestais.

Referindo-se aos resultadosobtidos no Verão passado, Antó-nio Costa afirmou que em 2006,se apostou numa estratégia quedeu privilégio à primeira inter-venção e às brigadas helitrans-portadas.

Para além da discussão naAssembleia da República dosregimes jurídicos das Associa-ções Humanitárias e dos Servi-ços Municipais de ProtecçãoCivil, o Ministro destacou o pro-tocolo estabelecido entre a As-sociação Nacional de Municí-pios Portugueses e a Liga dosBombeiros Profissionais queprevê a criação, até 2009, de200 equipas profissionais de pri-meira intervenção, sendo que 60serão implementadas já este ano.

António Costa falou aindado investimento efectuado atra-vés dos Governos Civis nosequipamentos de protecção in-dividual: “A segurança de quemtem por missão garantir a segu-rança dos outros é crucial”.

“Cada cidadão é um agentede protecção civil”, defendeu oGovernador Civil de Santarém,reiterando a ideia de que a pre-venção e protecção da floresta éum dever de todos.

Para Paulo Fonseca, esta é avertente mais fraca da questãodos incêndios florestais e se aspessoas e as entidades nãoassumirem a sua responsabili-dade, então o esforço imprimidono combate será insuficiente.

Alertou ainda para “um anodifícil, pois a temperatura mé-dia foi a mais alta dos últimos

55 anos”. No entanto, o disposi-tivo de combate a incêndios nodistrito de Santarém está bemreforçado e “estamos perfeita-mente preparados para enfren-tar o Verão”, sublinhou PauloFonseca, congratulando a atri-buição de mais dois aviões mé-dios para a região e a disponibi-lização de mais cinco máquinasde rasto.

Para o período mais crítico(fase Charlie, que tem início a 1de Julho e termina a 30 de Se-tembro), o distrito de Santarémcontará com 440 bombeiros, oque representa um aumento de22 por cento, anunciou o Co-mandante Distrital de Operaçõesde Socorro.

Joaquim Chambel explicouque este dispositivo contaráainda com mais um Centro deMeios Aéreos (Fátima), paraalém dos três já existentes, o querepresenta um total de 12 millitros de água apenas para pri-meira intervenção.

As brigadas helitransporta-das serão compostas por 27 ele-mentos.

Durante as fases Bravo (de15 de Maio a 30 de Julho) eDelta (de 1 a 15 de Outubro), odispositivo humano terá aindaum reforço de 40 por cento, ouseja, mais 219 homens e mu-lheres.

GCS

Distrito de Santarém

Vê reforçado o dispositivode combate a incêndios

MAÇÃO NOTÍCIAS DO DISTRITO

No passado dia 3 de Maio,realizou-se em Mação, uma pe-quena demonstração daquiloque se pretende fazer, onde foirealçado o trabalho da autarquiano que à prevenção diz respeito.

A participação dos alunosnesta matéria é muito impor-tante para a eficácia da sensibi-lização junto de toda a popula-ção, nomeadamente para oscomportamentos a ter e a evitar,justificou o Chefe de Gabinetedo Governador Civil de San-tarém. Para Carlos Catalão, “aprevenção é factor essencialpara melhorar o sistema deincêndios e, por isso, importaincentivar as boas práticas flo-restais e a constituição de Zo-nas de Intervenção Florestal(ZIF). Estas são as soluçõespara alcançar uma gestão sus-tentada e maior rentabilidade.O trabalho desenvolvido pelaCâmara Municipal de Maçãoserve de exemplo ao que deveser feito e é objectivo do Gover-no Civil fazer a sua promoçãopor todo o distrito”, afirmou orepresentante.

A autarquia maçaense juntou40 propriedades de 47 proprie-tários e criou uma zona dedemonstração dos procedimen-tos correctos em termos de lim-

peza e tratamento da massa flo-restal. “Servir de modelo aosrestantes produtores e alertarpara o problema da prevençãosão os propósitos do executivocamarário”, explicou o Verea-dor António Louro, adiantandoque esta zona pretende apenasservir de exemplo, o que nãosignifica que será a Câmara asubstituir os proprietários nocumprimento dos seus deverespara com a floresta. Estes deve-rão organizar-se e criar as ZIF,consideradas pelo autarca comoa única alternativa.

O tratamento da matéria flo-restal na zona de demonstraçãopassa pelo arranque de árvoresem excesso que resultaram dassementes deixadas no solo apósos incêndios e que levam aocrescimento desordenado. Esteprocesso permite criar umamaior capacidade de produção eum povoamento de qualidadeque trará retornos económicossuperiores.

Para esta iniciativa, a autar-quia optou por envolver crian-ças do concelho, que não sóefectuam o corte das árvores co-mo também recebem explica-ções de porque o estão a fazer ecomo o devem fazer.

___

Boas práticasflorestaispermitem maiorrentabilidadeSensibilizar os cidadãos para as boas práticas florestais é o objectivo de uma iniciativa que oGoverno Civil de Santarém organizou,associando as escolas a esta acção.

Ambiente e Recursos

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200732

Na sequência de uma tra-dição já com catorze anos, oEncontro Nacional de Comba-tentes será este ano novamenterealizado em 10 de Junho, Diade Portugal, de Camões e dasComunidades, junto ao Monu-mento aos Combatentes do Ul-tramar, em Belém, Lisboa.

Este Encontro tem por objec-tivos comemorar o Dia de Por-tugal e homenagear a memóriade todos quantos, ao longo danossa História, foram chamadosum dia a servir Portugal, emqualquer época ou ponto doGlobo.

Para esse fim, pretende-sereunir o maior número possívelde cidadãos Portugueses nummomento de homenagem e dereflexão fraterna com as co-munidades lusófonas.

A Comissão Organizadorado Encontro engloba no espíritoda homenagem os cidadãos queestão a servir ou já serviram Por-tugal em missões de apoio à paz,no estrangeiro, bem como todosos que lutam, com altruísmo,pelo engrandecimento do espíri-to lusófono. Os três Ramos dasForças Armadas marcarão pre-sença no evento, quer comrepresentações, quer com meiosmateriais.

Este ano a cerimónia, alémdo já habitual momento deoração inter-religiosa, católica emuçulmana e da deposição decoroas de flores junto ao Mo-numento, vai contar com a pre-sença do Prof. Doutor ErnâniLopes que foi convidado comoorador oficial desta edição eainda com a voz da fadista Ale-xandra, que juntamente com aBanda da Armada, irá acompan-har o público na interpretaçãodo Hino Nacional.

São convidados de honra doEncontro o Ministro da DefesaNacional, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Ar-madas, o Presidente da CâmaraMunicipal de Lisboa, o Secretá-rio Executivo da CPLP, o Secre-tário de Estado da Defesa Na-cional e dos Assuntos do Mar,os Chefes de Estado-Maior daArmada, do Exército e da ForçaAérea, o Comandante Geral da

GNR, o Director Nacional daPSP e os Adidos Militares ouCulturais dos Países Lusófonos.

14.º Encontro Nacionalde Combatentes – 10 de Junho

Programa10h30 – Missa no Mosteiro dos

Jerónimos11h30 – Concentração junto ao Mo-

numento Combatentes do Ultra-mar (Belém, Lisboa)

12h00 – Início. Cerimónia inter-re-ligiosa (católica e muçulmana)

12h10 – Discurso alusivo, peloProfessor Dr. Ernâni Lopes

12h20 – Cerimónias de homenageme deposição de flores

12h45 – Hino Nacional tocado pelaBanda da Armada e interpreta-do pela fadista Alexandra

12h50 – Passagem de aeronaves daForça Aérea

13h00 – Salto de Pára-quedistas13h15 – Almoço-convívio piqueni-

que que pode ser adquirido nolocalPara mais informações

contactar: Tel: 218 922 850

Prof. Doutor Ernâni Lopes é o orador convidado da cerimónia

30 de Março a 1 de Abril / Sines –Campeonato Zonal de Infantis - Sul;

Esta é a 2.ª prova mais importante daépoca neste escalão onde os nossos atle-tas nadaram junto de Clubes comoBenfica, Sporting, Belenenses, Maríti-mo. A Búzios foi um dos 5 clubes do dis-trito que conseguiu colocar atletas nestaprova e a única vila a conseguir presençanestes campeonatos, nomeadamente comJoão Pedro Pereira (100m Livres, 200mLivres, 400m Livres e 100m Costas) eJoão Carlos Pereira (100m Bruços, 200mBruços e 200m Livres).

O primeiro dia (30 de Março)começou com os 100m Costas, ondeJoão Pedro Pereira conseguiu o 24.ºlugar com 01:12:56, não sendo este o seuestilo demonstrou um bom indicadorpara os dias seguintes.

No segundo dia a manhã começoucom os 400m Livres, onde João Pedro seaproximou novamente do seu máximopessoal, conseguindo o 21º lugar com04:47:45. No período da tarde entrou

João Carlos em acção nos 200m Livres,onde consegui TAC para o Nacionalcom 02:18:92, com o 4.º lugar. Logo deseguida João Pedro Pereira conseguiu o11.º lugar na mesma prova com 02:13:70,ficando a 7 centésimos do Nacional, queseria 02:13:63. De seguida decorreu os100m Bruços onde João Carlos conseguiuo 6.º lugar com 01:23:33.

No último dia de provas, com ocansaço a acumular decorreu os 200mBruços, onde João Carlos repetiu o 4.ºlugar do dia anterior com 03:00:13 e JoãoPedro bateu o seu recorde pessoal dos100m Livres com 01:00:22, confirmandoo TAC para o Nacional e conseguidonovamente o 11.º tempo.

A nível de conclusão podemos referirque somos pequenos apenas em tamanhoporque na água somos do tamanho dosoutros.

21 de Abril / Torres Novas – XVTaça Vale do Tejo;

Esta prova é a nível de Selecções

Distritais, nomeadamente as Selecçõesde Lisboa, do Norte de Portugal, doMinho, de Portalegre e a de Santarém. ABúzios teve 2 atletas convocados para

esta competição (João Pedro Pereira eJoão Carlos Pereira) no escalão deInfantis, respectivamente nas provas de100m Livres, 100m Bruços e Estafeta de4 x 100m Estilos. Os nossos atletas con-seguiram bater os seus recordes pessoais,João Pedro com 01.00.01 e João Carloscom 01.21.86.

A nível colectivo a Selecção vencedo-ra foi a do Norte de Portugal, enquantoque a Selecção de Santarém ficou em 4.ºlugar.

25 de Abril / Alcabideche –Torneio de Natação do Alcabideche.

A Búzios participou neste torneiocom 6 atletas (Rodrigo, Inês, Pedro, Rita,Maria e Tiago) e foi o único clube extra-associação de Lisboa convidado paraeste evento.

A nível de resultados, as perfor-mances foram satisfatórias e os resulta-dos positivos, pois conseguimos trazer 4atletas medalhados e 1 estafeta com obronze.

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MPT e FátimaNo passado dia 13 de Maio, o deputado Luís Carloto Marques

(membro do MPT, eleito das listas do PSD), dando o exemplo dasdificuldades e da segurança dos peregrinos de Fátima, solicitou aoMinistro das Obras Públicas e Transportes sobre se tenciona plani-ficar e executar uma rede nacional de caminhos pedestres ecicláveis, permitindo a prática destas actividades em segurança etranquilidade.

O Governador Civil de San-tarém (GCS), Paulo Fonseca,veio a público agradecer a todasas entidades que integraram odispositivo da “Operação Fáti-ma 2007”, pelo seu “empenho,esforço e trabalho desenvolvi-dos, cruciais para o sucesso doevento”.

As forças dos Bombeiros doDistrito, Brigada Territorial deSantarém da GNR, Cruz Verme-lha Portuguesa (CVP), INEM eCorpo Nacional de Escutas(CNE), conseguiram assegurartodas as condições de segurançapara que as celebrações decor-ressem dentro da normalidade,sem registo de qualquer ocor-rência grave. As circunstânciasem 2007 apresentavam ligeirasdiferenças em relação a anosanteriores, nomeadamente aafluência esperada na comemo-ração dos 90 anos das Aparições

e a estreia da GNR nesta opera-ção. No entanto, esse novo con-texto não foi impeditivo paraque fossem garantidas a segu-rança e a eficácia na capacidadede resposta das entidades inter-venientes.

Foi então efectuado peloGCS um balanço positivo da“Operação Fátima 2007”, ondeas forças de prestação de socor-ro registaram 106 evacuaçõesprimárias (situações resolvidasnos postos de socorro), 20 evac-uações secundárias (situaçõesque implicaram transporte paraos hospitais de Leiria, Tomar eTorres Novas), 782 assistênciaspelos postos de socorro da CVP,em ambulâncias e pelo CNE,este último que ainda apoiou 60pessoas perdidas, integrando odispositivo de socorro 198 ele-mentos, apoiados por 59 veícu-los e um helicóptero.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 33

Um grande (bom) Festivalde Folclore não é o que neces-sariamente decorre durante vá-rios dias e tem a participação demuitos grupos, pois basta umdia de festa, cinco/seis gruposno respeito por todas as neces-sárias valências que se interli-gam.

Ora vejamos… Cinco gru-pos (com qualidade, com repre-sentatividade) cada um dispon-do de vinte minutos (o suficien-te para se mostrar), o que totali-za em quaisquer das situações 5ou 6 agrupamentos, o máximode duas horas, o que não cansa.

Um grupo vai sair e logo oseguinte se perfila para subir aopalco. Preferimos o apresenta-dor do próprio grupo desde quesaiba passar quase desperce-bido, apenas demorando o míni-mo tempo necessário para queem palco os elementos se pre-parem para a “moda” seguinte.Que não haja espaços mortos;que não interessa quantas via-gens o grupo fez ao estrangeiromas sim qual a sua matrizetnográfica.

A qualidade do “palco” émuito importante, o que é muitodescurado, mesmo em festivaisde renome. Deve ser liso e nãoescorregadio, ter pelo menos8x8 metros de espaço para

dançar a que se juntará para a“tocata” e neste caso, mais 2x8metros encostado mas não pre-gado. Se for possível, um poucomais alto.

Alimentação com qualidadea servir. Sentados, se possível,antes de trajar. Um desfile àtarde será muito bonito, masinoportuno e não aconselhável.Se a organização não dispuser deespaço para que os grupos co-mam ao mesmo tempo, devemas refeições ser servidas porordem de distâncias, que igual-mente deverá ser a de actua-ção, que o hábito de deixar parao fim os mais mexidos ou demais nome não tem razão de ser,que a qualidade deve ser mar-cante em todos os participantes.

Iluminação que encha opalco e não encandeie os partici-pantes. Um som que não sejabarulhento, não prejudique osque estão nas casas vizinhas, e,deixe que os assistentes se con-sigam ouvir entre si, o que nemsempre acontece. Aliás na Câ-mara Municipal deve ser tiradauma “licença de ruído” queindica a sonoridade permitida.

Acompanhamento. Da che-gada à abalada deve cada gruposer acompanhado por um par de“guias” atentos às respectivasnecessidades, e prontos a dar

quaisquer esclarecimentos ouresolver qualquer situação. Éoportuno, especialmente emtempo de muito calor que aorganização esteja prevenidacom garrafas de água.

Nos casos em que a entregade “lembranças” se realize ante-cedendo as actuações, o que leva-rá ao palco algumas entidades,as eventuais palavras que pos-sam vir a ser ditas, apenasdevem ter a ver com folclore. Égrave e já tem acontecido, oaproveitamento da situação parapropaganda política ou qualqueroutra. Os horários são paracumprir, e devem ser estudadosao pormenor.

É certo que nem todas as or-ganizações dispõem das neces-sárias condições, mas seria bomque as entidades de apoio, epara que tal aconteça, comecema pensar nestas pequenas (?)coisas.

Há quem diga que o públicovai estando farto de espectácu-los à maneira tradicional, o queestá errado. Do que o públicoestá farto, isso sim, é de festivaismal organizados, onde por vezesaté coabitam grupos representa-tivos com outros que de folclorenada têm.

____* Agente Cultural

Lino Mendes *

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O grande Festivalde Folclore e osingredientes necessários

Conversas para uma Cultura da Tradição“Operação Fátima 2007”

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Hábitos e lembranças de ou-tras épocas foram levados àmostra pública de forma com-pleta e cuidada no palco damodesta colectividade da pacataaldeia de Santana do Mato, nointerior sul do concelho de Co-ruche.

Costumes populares que otempo apagou e que hoje sãoapenas memória, foram retrata-dos por rigorosos projectos derepresentação tradicional e in-terpretados com a sensibilidadede cuidadosos intérpretes. É aface esquecida do folclore.

A interessante iniciativa doRancho Folclórico “Os Campo-neses” de Santana do Mato (Co-ruche) foi assegurada pelo resul-tado positivo que alcançou logona sua primeira edição e se con-firmou na sequente, esta levada aefeito no dia 19 de Maio. Comefeito, o “Serão de Tradições”idealizado pelo prestigiado gru-po, primando pela originali-dade, foi concebido com a sen-satez de quem há muito se mos-trou sensível à retratação dascoisas da tradição, merecendopor isso justos encómios a orga-

nização. A criteriosa escolha dasrepresentações convidadas fun-damenta o que afirmamos.

A evocação dos costumespopulares das diferentes regiõesrepresentadas – Coruche, Trofa,Águeda, Loures e Santarém –desenvolveu-se numa tão ricasucessão de hábitos e vivênciasdo povo, que são memória e his-tória. O grupo anfitrião recriouum dia de um Maio muito dis-tante, quando o povo da aldeia

preparava a festa no Largo daIgreja para benzer o gado, que eraparte do sustento familiar.

A populaça chega para afesta, os feirantes vendem tre-moços, pevides, cerejas. À som-bra do sobreiro petisca-se e naimprovisada taberna entornam-se pela garganta uns copos detinto. O fotógrafo á-la-minutefaz uns flashes aos festeiros paraum dia recordarem. À SantaAna os fiéis pedem protecção e

boas colheitas. Um rebanho deovelhas recebe a bênção do pá-roco. Não tarde a armar-se obailarico. Cantam-se e dançam--se modas de roda, enquantonão chega o tocador, que logo de-pois apronta um Verde-Gaio,uma Moda a Dois Passos...

Levaram ainda ao Serão deTradições e Santana do Matotão ricos retratos dos seus cos-tumes populares o Rancho dasLavradeiras da Trofa, a Associa-

ção Etnográfica Os Serranos, deÁgueda, o Grupo de Folclore eEtnografia da Bemposta (Lou-res) e Rancho do Bairro de San-tarém (Fontainhas e Grainho).

____Manuel João Barbosa

Jornal Folclore

Leia o desenvolvimento na edição deJunho do Jornal Folclore

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200734

Rancho “Os Camponeses” de Santanado Mato ofereceu “serão de tradições”

No dia 1 de Fevereiro de2003, Vânia foi colhida por umamáquina agrícola que lhe dila-cerou o crânio, tendo ficado emcoma mais de um mês, interna-da no Hospital de Santa Maria,em Lisboa.

Foi submetida a diversasintervenções cirúrgicas – vérte-bras lesionadas para descom-pressão da medula, úmerosdireito e esquerdo que estavampartidos, e a várias operaçõespara recompor parte do rosto eda cabeça, que até hoje per-manece com graves lesões nocouro cabeludo.

Quando acordou, estava tetra-plégica! Frequentou o centro deAlcoitão e em 2004 volta a casa,sem esperança de voltar a andar.Como se isso não bastasse, oseguro não lhe pagou nada, poissó era válido para a estrada enão para o campo.

Passaram anos e duranteuma emissão de um programatelevisivo, viu um caso idênticoao seu que tinha tido evoluçãopositiva em Cuba. Vânia entrou

em contacto com a produção doprograma que a encaminhou pa-ra um representante do CIREN– Centro Internacional de res-tauração Neurológica em Cuba,que lhe facilitou o contacto comos especialistas em questão.

Depois de enviar todos osseus exames médicos e rela-tórios, veio a esperança de recu-peração na vida da jovemVânia, através de um fax quechegou da clínica em Cuba.Voltou a sorrir e tem esperança“o pior são as despesas” refere.“a viagem, estadias, e trata-mentos, tudo soma o valor devinte e dois mil euros, um valorque eu não posso pagar”

De referir que a jovem re-cebe mensalmente da segurançasocial, o valor de trezentos eurosprovenientes de reforma porinvalidez. O que é destinado adespesas fixas como fraldas emedicamentos.

Mas Vânia não baixou osbraços, e com a ajuda da famíliae de muitos amigos começouuma campanha para tentar anga-

riar essa verba. O resultado foiuma campanha de angariação dedonativos autorizada pelo Go-verno Civil do distrito de Santa-rém, no concelho onde reside eem outros concelhos limítrofes,e a abertura de uma conta ban-

cária para todos osque quiserem aju-dar. Vânia Correia

deixa assim o apelo “espero quetodas as pessoas possam colab-orar, o que para vocês pode serpouco, para mim é muito impor-tante”.

Colabore, numa boa causa econtribua com o seu donativo.

Vamos continuar a acompanhara vida de Vânia Correia a quemdesejamos as maiores felici-dades. Todos os donativos po-derão ser depositados em caixi-nhas distribuídas em várioslocais ou por transferência ban-cária para o NIB:0033.0000.4520.0451.0080.5

Mafalda Fonseca

Dar para Receber… Ajudar quem PrecisaEra uma vez uma jovem de vinte e quatro anos, que trabalhava num escritório, namorava, comprou um carro e até um

apartamento...vivia com muitos sonhos e projectos para o futuro... Pois, parece uma história de encantar... mas na verdade,é um pouco da vida de Vânia Correia, que viu todos os sonhos adiados, até quando... não sabe.

Depois do acidente

Antes do acidente

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Sempre que alguém partepara longe da pradaria que o viunascer, vozes urgem e confluemperguntando incrédulas “Porqueé que vais?”. Assim foi comigo(um reles viajante de 3.ª classe),assim terá sido com Vasco daGama (há mais de 500 anosatrás) autor e pioneiro da minhaideia quase original. Há falta derespostas com sentido, respondiàs gentes com uma questão“Porque ficas?” deixando-os nasmesmas circunstâncias que eu –sem resposta.

Esta coisa de ir à Índia nãotem justificações, nem a de ficarem casa à lareira. Existimos, e apartir daí escolhemos: ficar eacumular riqueza em prol deuma velhice que não sabemos sealgum dia chegará, ou partir“esturricando” o dinheiro amea-lhado em nome da sensaçãoúnica e estupidamente emotivade alimentar os sentidos comimagens desconhecidas e ficçõesda realidade por esse mundo a fo-ra. Não sabem o que perderam,do mesmo modo que eu não sei oque ganhei, mas garanto-vos...foiqualquer coisa.

Al Berto, o escritor dizia quea verdade estava nas coisas enunca nas palavras e que, comotal, não podia contar aquilo quevia. Consciente disto mesmo,esforçar-me-ei para, pelo me-nos, dar-vos uma minúsculaideia do que foi e do que é aparte do mundo que me acolheuneste último mês. Cinco da ma-drugada hora portuguesa, acertoo relógio. No novo mundo émeio-dia. Cá fora tudo muda.Estão 36º graus. Outro cheiro,tantos cheiros, outra cor, tantascores. Sensações múltiplas epensamentos inéditos. Primeirafrase com sentido: “Onde é queeu vim parar?” estava na Índia,embora desconfiasse tratar-se deoutro planeta. Subúrbios deBombaim.

Ora Índia, hum... Gandhi,chamuças, vacas, deuses, reli-giões e templos. Não! Acredi-tem que não é só isto. Do altodos meus olhos alterno imagensbélicas de templos e paláciosfabulosos com gente que morana estrada, definha na rua entrejavalis, cães, vacas, corvos...e(suponho) seres humanos queperderam a humanidade alguresno tempo. De um sorriso provo-cado pelas vestes coloridas dasIndianas cerro o rosto e tentomanter a postura perante umacriança esquelética que nãotenta afastar as moscas que a

rodeiam, pelo simples facto denão ter força para tal.

“Morte lenta” alterna comtrânsito caótico, mas eles sor-riem-me. Nem uma face brancadurante três horas de caminha-da, e, sinceramente, não estavaminimamente incomodado. Jánão era turista, muito menosindiano, era uma figura em jeitode vulto, simples, estarrecidocom o que via e perguntando amim próprio “onde raio semeteram os deuses que elesveneram a toda a hora? Se exis-tem, então não são deuses, antesestafermos insensíveis” – masrapidamente percebi que este é oproblema de todos os deuses detodos os credos e religiões...ofacto de ninguém saber onde éque eles se meteram. Introduçãoviolenta. Vacas são rainhas numreino de homens. A Índia é isto,o topo de uma montanha e ofundo de um poço.

Sem perder tempo, zarpeipara Goa, antiga colónia por-tuguesa. Uma viagem de 16 ho-ras na “camionete” da fruta. Hámedida que pode, um portuguêsentre vinte e tal indianos, ganharconfiança lá fomos comuni-cando em inglês. Perguntavam--me tudo, mas por todo o ladoaqui na Índia a principal pergun-ta é só uma: “és casado?”. Per-cebe-se, a velha tradição indiana– sistema de castas (que comotodos os sistemas é prenhe deinjustiças sociais) está no activodesde há uns seis séculos antesde Cristo – privilegia a família,ser casado é um objectivo domais comum dos indianos. Per-guntavam-me tudo, e a cada res-posta minha, mesmo que nãopercebessem, a exclamação erageral.

Entro em Goa e presencioum processo total de ocidentali-zação, ou não fosse Portugal láter estado centenas de anos. Fi-xo-me em Pangi, praias, palmei-ras, turismo e inúmeros letreiros“Café central”, “RestauranteVasco da gama”, enfim portu-guesices. Pois é. Goa é um au-têntico Portugal. Honestamente otermo “colonização” não me émuito querido, mas de repentedei comigo a falar em portuguêscom Goêses que se sentam àmesa, comem, bebem, riem econtam histórias como nós faze-mos por cá e como não vi emmais parte nenhuma da Índia.Têm nomes como os nossos, fi-lhos que vivem em Portugal,pais que para cá voltaram.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 35

CRÓNICAS DE VIAGENS

Crónicas de um viajante de 3.ª classeCrónicas de um viajante de 3.ª classe

Luís António MartinsAbril de 2007

> continua na página 34

O Jornal de Coruche em Katmandu, Nepal

“Um táxi diferente”, Bombaim

Nagarkot, Himalaias, Nepal, a 3500 metros de altitude

em viagem pela Índia

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200736

Questionavam-me incessante-mente “Como está o nosso Por-tugal?”. Sabem que mais? Nãopaguei um único táxi, e só rara-mente me deixavam pagar algu-ma despesa, bastava dizer-lhesde onde era, e de repente tudo deborla (falsas vergonhas à parte,um viajante de 3.ª classe comoeu, agradece sempre estas oca-siões). O meu pagamento era“dê os meus cumprimentos aPortugal e aos nossos irmãos”.Entre uns que se lamentavampela partida de Portugal, outrosregozijavam-se com o facto daspontes e casas feitas pelos por-tugueses ainda lhes servirem.Um taxista, a rir dizia-me “senão fossem vocês eu hoje seriamuçulmano, nem quero pensarnisso”.

Goa é das zonas mais ricasda Índia, e, vejam só, não é poracaso que têm a equipa de fute-bol mais forte de todo o país.Raízes revisitadas, e sentimen-tos pró ou anti-colonialistas àparte era tempo de partir nãosem antes tomar consciência dopeso histórico do que tinhaacabado de testemunhar. Enca-minhava-me para Hyderabade– a cidade mais muçulmana dopaís. Viagem de 18 horas entrecânticos e danças de jovens emenos jovens que me acompa-nhavam.

Entre mesquitas e hábitosislâmicos podem não acreditarmas acabei no congresso india-no sentado na cadeira ocupadapor Gandhi a beber chá e a con-versar com alguns trabalhadoresdo congresso que tão bem meacolheram. Até me apresenta-ram ao sub-ministro do tesouro,a mim o Viajante de 3.ª.

Adivinhem... queriam saberse eu era casado, se sabia dan-çar, cantar, como era Portugal ea nossa comida. Acabei por sol-tar umas estrofes de um fadovadio que nem sei se existe, masque eles gostaram (talvez pornão terem percebido nada).

Tempo de prosseguir. Calcutá– terra da madre Teresa era opróximo destino. Esperavam--me 30 horas de viagem numcomboio seguramente mais ve-lho que eu (mesmo se eu já ti-vesse 40 anos). Imagens deKrishna, Ganesh, Kali, Shiva(deuses hindus) alternam comfotos da heróica madre Teresa,cuja obra deixada tive o prazerde visitar. Freiras prosseguemdiariamente aquilo que a madrelhes incumbiu, e acreditem, nãoé tarefa fácil dar vida a criançase mães que nada têm nas ruas anão ser miséria gratuita. Trêsdias depois, tempo de continuarem direcção ao Nepal, ondeentrei (de jipe após umas nego-ciatas) pela fronteira Nordeste,perto do Bangladesh e não mui-to longe da China.

De Kakharvitta encami-nhei-me para a capital Katman-du, onde assentei arraiais até medecidir fazer uma expedição nosHimalaias, onde a pé pelas mon-tanhas com a companhia de umaustraliano e um nepalês vivi, a4000 metros de altitude, as ma-ravilhas das aldeias isoladas, dasgentes simples, a quem poucoimporta o mundo frenético quenós “os Pós-modernos” teste-munhamos dia-após-dia. Vivemdo que produzem, soltam um“Namastey” (saudação religio-

sa) enquanto unem as mãos emsinal de respeito. Eu imito-os,ou melhor, idolatro-os. Não é fá-cil viver de acordo com a natu-reza privilegiando os sentidos efazendo do pensamento ummero apêndice, na maior partedas vezes despropositado. Senti-me um Alberto Caeiro irmãogémeo de Fernando Pessoa, quetanto apelava a esta vida aorítmo da natureza.

Simultaneamente os meusolhos deliciavam-se com osquadros perfeitos que teste-munhavam – picos montanho-sos, neve longínqua que deixaadivinhar um lugar não-huma-

no, virgem de nós, puro – quemais pareciam cenários de cine-ma das décadas de 60 e 70.Eram sete da manhã de um diaqualquer, em plenos Himalaias,e sou visitado na minha “pousa-da” (que elegantemente dispen-sava electricidade e água quen-te) por um major (!) do exército.Motivo: queria falar com o por-tuguês – afinal não é só emCoruche que as notícias circu-lam rápido, até nas montanhasisso acontece. A razão de talvisita, foi que o tal major, esteveem missão em Portugal, e faziaquestão de estar comigo revi-vendo as suas memórias. Então,enquanto os meus anfitriõesfaziam vénias e em uníssonosoletravam Azhur (significa res-peito) para com o major, eu e eleentre palmadas nas costas falá-vamos das praias que ele visi-tara e das «imagens de sonho»que guardara na memória comoos «biquinis das portuguesasbonitas».

De regresso a Katmandu,chegava a hora de voltar a Índia,à capital Nova Delhi mais con-cretamente. Antes, tempo aindapara presenciar a luta pelo poderpolítico no Nepal, onde imagi-ne-se, maoístas e democratastentam destituir o rei do poderpara criar uma assembleia, des-contentes que estão, entre váriascoisas, por exemplo com o factotodos os dias no Nepal nãohaver, durante meia hora, elec-tricidade para ninguém, devidoao facto do fornecedor da mes-ma – a Índia – poder cortá-lasempre que lhe aprouver.

Na industrializada Delhi,presenciei manifestações clarasde progresso físico que não esta-va habituado na Índia, melhoresinfraestructuras e um ar, direi,leve. Uma imagem diversa commonumentos vários e edifíciosocidentalizados, inúmeros jar-dins e uma certa ordem, que ànoite, quando o tempo arrefece,desenvolve para caos, que aosmeus olhos tinha uma só expli-cação “cada um por si, em nome

da sobrevivência”, mas, afinalde contas, será que nós ociden-tais não fazemos o mesmo comcostumes diferentes?

Enfim, dias depois encontra-va-me na rota de regresso aBombaim (já não aos subúrbios)que ora tem um prédio enorme,ora dá vida a uma barraca. Nãohá, aqui, grande preocupaçãocom o termo “lar”, de tanto queé o calor há quem monte as suascamas na rua ou no chão e alipasse a noite. Ali, esperei pela“boleia” que me levaria a Ingla-terra (o outro grande e principalcolonizador da Índia a par dosfranceses e portugueses) e poste-riormente a Portugal e Coruche.

Por cá, relembro agora o que

vivi, e este pequeno relato queaqui vos deixei é apenas umexercício de memória. Guardoas imagens das gentes a ban-harem-se nos lagos e nos rios,dos incontáveis comestíveis,dos jardins de chá a perder devista, das salinas infinitas, dosananases, dos cocos, de fruta

que nunca vi na vida, da riquezadas vestes e dos ornamentos,das tradições, mas também dadesordem, do caos citadino, dorebuliço vital que testemunhei.Sinto saudade da total inversãodos padrões de normalidade equotidianismo do europeu co-mum. Porém, acima de tudo,guardo neste templo de solidãoamena que é a memória, a ima-gem dos sorrisos das pessoasque me acolheram, conversaramcomigo, pessoas que nada têm anão ser apego à vida e a cons-ciência de serem pessoas. Acontradição maior é que, nomáximo da nossa intimidade, nonosso conforto ocidental e abso-luto em que presenteamos avida com desaforos e ofensasesquecemo-nos do principal.

Esqueçam as morais da his-tória dos livros, esqueçam osvossos cursos se os tiverem,esqueçam a televisão e o cine-ma, esqueçam os vossos empre-gos, esqueçam o bem e o mal,esqueçam o próprio esqueci-mento. Fechem os olhos e imag-inem o inimaginável – eis a Ín-dia e a sua cultura. O esplendortotal e a maravilha caminham demãos dados com a pobreza cruae indescritível, mas todos, todoseles sorriem. Há que sobreviver,é demasiada gente, demasiadoespaço, mas os deuses sabem epor isso têm um desígnio paracada um. Eles confiam nos deu-ses, mesmo que eles não existam.Não há tempo para folgas. Nãohá tempo para haver tempo.

Não há espaço para ressenti-mentos para com o destino. Éesta a grande lição. Enquantoviajante sou um coleccionadorde dúvidas, mas na Índia...todasas minhas certezas se esfuma-ram... felizmente. Perante 36ºgraus de calor, sem uma moedano bolso, sem bolso porqueestão nus, sujos mediante onosso conceito obsoleto de lim-peza, sem trabalho, sem rumo(porque não precisam de um),sem nada...mas com tudo: umcorpo e um sorriso que desa-guam numa vontade inexorávelde viver.

Quatro crianças ensinam-me,sem saberem que o raio da vida émesmo um milagre!

CRÓNICAS DE VIAGENS Luís António Martins

> continuação da página 33 em viagem pela Índia

O Portão da India, Nova Delhi

A missão de Madre Teresa, Calcutá

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O congresso dos trabalhadores, Hyderabade

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 37

Muitos são, em contraparti-da, os meios que o Governadorportuguês põe ao dispor do ago-ra aliado Sultão Badhur, o qualganha com isso ânimo paravoltar ao combate com os mo-góis para tentar recuperar osseus reinos. Note-se que era tan-to o nosso prestígio como solda-dos que para sua protecçãodirecta leva Badhur consigo…Martim Afonso de Sousa emais... 14 portugueses!

O número é significativo.Não era a quantidade, mas aqualidade que valia. E são elesque, no meio de Coge Sofar, doRumecão, e de tantos inimigosvão ajudar Baddhur a recuperaras suas terras.

Este, assim que algumasvitórias lhe dão ânimo tenta fal-tar ao estabelecido no Tratado ereaver Diu. Monta mesmo umaarmadilha a Nuno da Cunha e aManuel de Sousa que comanda-va Diu, para os matar, mas é esteúltimo, após um encontro noGaleão de Nuno da Cunha, an-corado em Diu, quem vai comuma fusta em perseguição doBadhur, salta para o catur emque este ia e o mata, ainda que aímorra também.

É já pois com o novo Sultão,seu filho, que Coge Sofar e o Ru-mecão à frente dum poderosoexército de dezanove mil homensvêm em fins de Junho de 1538,tentar retomar a Ilha de Diu,então comandada por Antónioda Silveira, cunhado de Nuno daCunha e um dos mais valorosose experientes Capitães da Índia.

Cuidadoso e avisado, pre-vendo os ataques, Silveira me-lhorara as muralhas, construírauma espantosa cisterna quelevava cinco mil pipas de água.À frente de uma guarnição deapenas 800 homens, Silveira vairesistindo a todos os ataquesimpedindo o inimigo de passaro canal e entrar na Ilha. Mas em10 de Agosto soçobrando aodesproporcionado número deinimigos acabam por ter que serefugiar na Fortaleza de ondecontinuam, diariamente, a resis-tir aos ataques.

A situação vai, contudo, tor-nar-se catastrófica com a chega-da da sempre esperada armadaturca. Comanda-a Suliman Paxá,um antigo eunuco, cruel e assas-sino, a quem Suliman, o Magní-fico, fizera Sultão do Cairo.Compunham-na 10 galeões, 50Galés e galeotas e vários outrosnavios de mais pequeno porte,transportando 16 mil homens,

de entre os quais 1500 janízaros,e, sobretudo, uma espantosaquantidade de grandes canhões,ou basiliscos. Ainda que o fogocruzado da fortaleza com o For-tim do Mar ajudasse a destruirvários navios os turcos desem-barcam aos milhares para sejuntar aos homens de CogeSofar. Os duríssimos combatespassam a ser de hora a hora, deminuto a minuto. Mortos os ho-mens, são substituídos pelassuas mulheres que se recusam a

abandonar Diu e fugir para Goa.São grandes e nobres Damas,que carregam as pedras pararefazer as muralhas, que muni-ciam as armas dos maridos e dosfilhos e que, por último as em-punham elas mesmas e vêmpara as ameias defender as mu-ralhas de Diu. O Baluarte coman-dado por Francisco Pacheco cainas mãos dos turcos e um doscativos é enviado às portas daFortaleza com uma carta deSuliman Paxá, exigindo a rendi-

ção em termos insultuosos. Nasua “rota vinha gente que toma-ra Rodhes, Hungria e Belgrado”,como se podia ele “defender emhum corral tam pequeno e comtam pouco gado?”.

Silveira não era homem detemores. Estivera no norte deÁfrica, na Índia comandara asFortalezas de Ormuz, Baçaím, evárias das Armadas que guer-reavam as costas de Cambaia edo Golfo Pérsico. Como delediz Camões no Canto X dos Lu-síadas;“Mais se acende e despertaque desmaiaCom tal nova o magnânimoSilveira,Provê quanto releva entãoprover-se,Ou com que ofender possa, oudefender-se”.

Formou o Conselho e leu ascartas, “primeiro a do captivo”,disse. “Agora vou responder aocapado”, aludindo à condição deEunuco que Soliman Paxá tivera.

E respondeu-lhe com a grande-za dura dos homens de guerra“sabes por certo que neste cor-ral estão portugueses. Acostuma-dos a matar mouros como tu, eque têm por Capitão a Antónioda Silveira que tem um par decolh.. mais fortes que os pelou-ros dos teus basiliscos e não temmedo de capados que nem colh..têm!”.

A fúria de Soliman foi indes-critível. Os ataques redobrarame com eles a valentia e o esforçodos portugueses sitiados. O am-bicionado auxílio de Goa nãovinha. A Nuno da Cunha sucede-ra como Vice-Rei D. Garcia deNoronha, velho e timorato quese perdia em indecisões. Mas oesforço de António da Silveira,e dos cerca de 40 homens e mu-lheres de Diu que ainda se man-tinham de pé, não soçobrava.

Ao alvorecer do Dia de To-dos os Santos, 1 de Novembro,de 1538, viam estes as hostes deSoliman Paxá reembarcar naarmada que os trouxera do Cai-ro. Deixando no campo milha-res de mortos, e levando milha-res de feridos o eunuco, desistiado cerco derrotado pela resistên-cia dos portugueses, encurra-lavam-se de novo os turcos noMar Vermelho.

A tremenda vitória dos sitia-dos de Diu sobre a armada turca,cujos exércitos e grande parte dosnavios aí se consumiram, impe-dindo-os de dominar o Índico.

Quanto a Diu voltaria oitoanos mais tarde a sofrer um se-gundo e mais duradouro cercoem que os portugueses de novose cobririam de glória.

____* Investigador histórico

____

Lá longe, em DiuPorque há-de este amor ser de saudade?Porque hei-de acordar do que sonhei?Porque hei-de ver morrer esta verdade,que lá longe, em Diu, reencontrei?

Lá onde repousa a nossa História,No lajedo das muralhas que pisei…Lá, onde o sol é de oiro e o marmemória, da dor desse eterno Vice-Rei,

Uns olhos cor do mar me perguntaramse Portugal era uma vida ou ummomento.E as sombras desses muros nos gritaramque era um caminho, uma vontade eum alento!

Por isso este sonho dura ainda,por isso a Índia estará em nós presente,Por isso é forte a sorte que não finda,Lá longe, longe, em Diu, com a minhagente.____

O primeiro cerco de Diu (Parte última)João Alarcão Carvalho Branco *

ORIENTE

Fortim do Mar

Plícias de Diu

Obelisco encimado pela EsferaArmilar Portuguesa

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200738

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A Associação de Santa Ana de Santana do Mato, Coruche, promoveuno fim-de-semana de 12 e 13 de Maio uma exposição de pintura daArtista Plástica Helena Simas. Esta foi a primeira actividade culturaldesta natureza que a associação realizou desde a sua existência (1997).Com esta iniciativa a Associação de Santa Ana proporcionou à popu-lação da freguesia da Santana do Mato, bem como de todo oConcelho, o contacto com novas formas de expressão artística. Nodia da inauguração, a artista Helena Simas monitorizou um mini-curso de pintura que contou com mais de 20 de participantes.A exposição registou mais de 100 visitas, o que deixa antever umsegunda realização já no próximo ano. A Associação Cultural D.S.R.de Santa Ana adiantou que em futuras edições terá de realizar omini-curso de pintura nos dois dias para fazer face ao interessedemonstrado pelos visitantes.No final do evento a Direcção da Associação considerou que oobjectivo da iniciativa tinha sido alcançado e superado. Reconhecemque não esperavam o êxito que o mini-curso de pintura registou.“Foi interessante ver participantes de todas as idades, o entusiasmoque todos demonstraram e, como revelou a artista, a dedicação quetodos colocaram na elaboração da pintura que realizaram”, referiuo presidente Osvaldo Ferreira.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 39

O Partido Ecologista “OsVerdes” acusa a CP de discri-minar o Distrito de Santarémna oferta dos serviços presta-dos aos utentes. Isto porque“a CP chegou mesmo ao ex-tremo de praticar um aumen-to no preço dos bilhetes, sópara as duas estações desteDistrito, referindo-se aos doisúnicos Alfas que continuam aparar nas estações de Santa-rém e Entroncamento e não épraticado para o resto do per-

curso que o Alfa faz entre Lis-boa e Porto”.

Este aumento (exclusivo),que atinge mais de 2,50€,“demonstra uma vontade de-liberada de enxotar os uten-tes das estações de Santaréme do Entroncamento dos Alfase uma discriminação inadmis-sível, tanto para os utentescomo para o desenvolvimentodo Distrito”, referiu em co-municado.

Deu entrada na Assembleiada República no dia 11 de Maio,uma petição subscrita por maisde 10.000 cidadãos e 170 enti-dades em nome colectivo a qualcontesta na generalidade osactuais termos da legislaçãosobre pesca lúdica e desportiva.

A petição e assinaturas fo-ram entregues pela comissãopara a defesa da pesca lúdica edos recursos marinhos, compos-

ta por representantes de associa-ções de pescadores lúdicos efóruns de pesca na Internet.

Este processo decorre daapresentação e divulgação dodocumento “Manifesto pela Pes-ca”, da recolha de apoios e subs-crições a nível nacional, e dasaudiências que se realizaramrecentemente com todos os par-tidos políticos com represen-tação parlamentar.

Acusam a CPde discriminar odistrito de Santarém

Petição Pesca lúdicae desportiva

Para o presidente da Câmarade Coruche, Dionísio Mendes, oabandono do projecto Águas doRibatejo pelo Cartaxo, deveriater acontecido na altura em queSantarém o fez, pois poderá pre-judicar os outros municípios.

Apesar desta desistência,Dionísio Mendes pensa que aempresa municipal constituídapelos actuais sete municípios éviável. Se Santarém por exem-plo tivesse permanecido, aonecessitar de colocar 150 fun-cionários dos serviços munici-

palizados na empresa, teria agra-vado a gestão da empresa mu-nicipal. Por enquanto a soluçãomelhor é a da empresa intermu-nicipal no âmbito da CULT, masresta aguardar pela discussão doestudo de viabilidade económi-ca, para que os responsáveis pe-los fundos de coesão europeuspara as áreas do saneamento eágua dêem luz verde a esta solu-ção. O importante é manter ospreços para o consumidor bai-xos, de acordo com os valoresfixados em 2003, quando foi

feito o primeiro estudo. Estes sóirão sofrer uma nova actualiza-ção de acordo com a taxa deinflação em vigor. A nível eco-nómico, está prevista uma taxade rentabilidade de 7%, bemcomo a distribuição de dividen-dos ao final de 16 anos.

O parceiro privado que ga-nhou o concurso público pode vira exigir uma indemnização pelaanulação do anterior concurso, oque para Dionísio Mendes le-vanta a questão sobre quem iráassumir estas responsabilidades.

Cartaxo fora do projectoÁguas do Ribatejo

No passado dia 19 de Março,a turma do 4.º A da Escola Bá-sica n.º 1 de Coruche 1 visitou asobras da nova estação de águaresiduais de Coruche (ETAR),acompanhados por técnicos dasempresas que participam e fis-calizam as obras. Observaram,fizeram perguntas e inteiraram--se de toda a obra.

No dia seguinte, a turma des-locou-se à Câmara Municipal deCoruche para assistir a uma ses-são de câmara.

Na mesa encontrava-se o Sr.Presidente da Câmara, três se-

nhores Vereadores e um respon-sável das Comunidades Urbanasdas Lezírias do Tejo (CULT).

A sessão começou com es-clarecimentos sobre a obra doEmissário, avaliada em 10 mi-lhões de euros e que beneficioudo apoio da Comunidade Euro-peia, tornando-se um projectode grande envergadura.

Com a apresentação, a nossaturma ficou a perceber a impor-tância que esta obra tem para apopulação de Coruche, resolven-do três grandes problemas comos quais o município se depara.Tentar evitar que a vila sejaassolada pelas cheias periódi-cas, impedir que as águas resi-duais escoem para o rio Sorraia

sem serem tratadas e evitar asenxurradas. Apesar dos transtor-nos que as obras provocam, pen-samos que vão permitir maiordesenvolvimento e melhor quali-dade de vida para os Coruchen-ses. Neste sentido, a realizaçãodestas obras é positiva.

Força Coruche ! Os alunos do 4.º A

Alunos visitam obras daETAR e sessão de Câmara

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PEQUENO REPÓRTER

A Casa do Benfica de Co-ruche realiza no dia 9 de Junho,no Rio Sorraia em Santa Justa-Couço, o seu II Convívio Pisca-tório. Almoço de confraterniza-

ção e prémios aliciantes por en-tre os participantes.

Inscrições e informaçõespelo telemóvel 962 638 973 oupelo fax 243677035.

II Convívio de PescaDesportiva

CCaassaa ddoo BBeennffiiccaa ddee CCoorruucchhee

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No mês em que se comemora oDia Mundial da Criança importachamar a atenção para uma situ-ação que abrange muitas famílias,ou seja, as crianças que ditam asregras mandam em casa e nos pais,são agressivas e chantageiam atéobterem tudo o que querem.

O autor apresenta e discute,neste livro, esta nova realidade(preocupante) e que ainda é poucovisível. Um livro para todas asfamílias (mesmo para as que nãotêm pequenos ditadores em casa).

A não perder . . .

Telma Leal Caixeirinho

SUGESTÕES

LIVROS

CD/DVD

Este é o terceiro trabalho dafadista que viveu em Coruche econta com várias participaçõesespeciais como Fausto, AméliaMuge, Patxi Andión e Tim Ries(O saxofonista dos The RollingStones, e que toca em “A SósCom a Noite” e é o compositormusical do tema “Velho Anjo”).

Ana Moura conta ainda coma participação e produção de Jor-ge Fernando, e dos músicos Fi-lipe Larson e Custódio Castelo.

“Os Búzios” é o primeirosingle deste trabalho que con-

tém também um DVD extrascom seis músicas gravadas aovivo na Trafaria.

INDISPENSÁVEL

O terceiro filme do realizador (depois deAmor Cão e 21 Gramas) começa por umacontecimento trágico, em Marrocos, queenvolve as personagens de Brad Pitt e deCate Blanchett e acaba por atravessar várioscontinentes e várias culturas.

Além destes actores consagrados partici-pam ainda Gael Garcia Bernal e MohameedAkhzam, entre muitos outros. Babel foi, semdúvida, um dos melhores filmes de 2006.

A edição especial contém vários extras.

Para Além da Saudade de Ana Moura

DVD

Babel de Alejandro Gonzaléz Iñárritu

CINEMA

O ogre mais famoso domundo (voz de Mike Myers), asua princesa Fiona (CameronDiaz), o burro (Eddie Murphy) erestante companhia estão devolta com mais aventuras deli-ciosas. Depois de se apaixonar ecasar com a sua amada, Shrekvive agora uma nova experiên-cia, a paternidade. Tudo o restojá se imagina… Pura diversão.

A estreia está marcada paradia 27 de Junho.

Shrek 3 de Chris Miller

O Pequeno Ditador de Javier Urra

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200740

Jornal de Coruche – Aos 6anos iniciou-se no folclore on-de participavam elementos dasua família, numa actuaçãoem Santarém. Como era vividoo folclore nessa época?

António Neves – Quando nosdeslocámos a Santarém não foipara fazer uma actuação em fes-tival, foi sim um grupo de pes-soas que se juntaram, homens emulheres, casados e solteiros,que foram representar os usos ecostumes de Coruche, das gen-tes desta vila, numa exposição,que decorria num pavilhão so-bre Coruche. Com 6 anos deidade não posso descrever comoeram vividos esses tempos poisera muito pequeno, mas foinesse dia que comecei a ganharentusiasmo pelo folclore, nacompanhia dos meus pais.

JC – Aos 17 anos inicia asua actividade folclórica comoelemento dum grupo. Comoeram os ensaios nessa altura ea participação das pessoas?

AN – Os ensaios eram feitospelo nosso ensaiador, Sr. Virgo-lino Lopes de Carvalho, um ho-mem ligado à cultura e às tradi-ções deste concelho, muito exi-gente com as modas e os canta-res do povo Coruchense.

A participação era muito boaporque não havia actividades noconcelho. As pessoas eram bair-ristas, participativas, dando omelhor de si, mas sobretudorespeitadoras e responsáveis.

JC–Em 1965 assumiu o car-go de director do Rancho Re-gional do Sorraia. Como se sen-te nestes 42 anos aos comandosde um grupo tão tradicional?

AN – Tenho orgulho de ter78 anos e de ter vivido com tan-tos elementos ao longo destes42 anos, com muito respeito eter levado este grupo, com mil-hares de actuações no nosso paíse estrangeiro, estando eu sempreem actividade no grupo, con-siderando-o como uma família.

JC – Como fez a recolhados trajes e das músicas aolongo de todos estes anos?

AN – Alguma recolha de mú-sicas foi feita pelo 1.º ensaiadordo Ranho do Sorraia, em 1947,o Sr. Virgolino Lopes de Carva-lho. As outras foram recolhidaspor mim e por pessoas mais ido-sas. Também pessoas da minhafamília me ensinaram estas músi-cas. A recolha dos trajes, foi porcópia de trajes antigos e defotografias que eu tinha e porempréstimo de outras pessoas.

JC – O grupo participa emmuitos festivais nacionais einternacionais. Que apoios temtido ao longo destes anos?

AN – Os apoios chegarammuito mais tarde, e, ao longo dosanos não têm sido muitos. Nestemomento apoiam a Câmara deCoruche, a Junta de Freguesiade Coruche e poucas entidadesparticulares. As despesas sãomuitas e as receitas não são pra-ticamente nenhuns.

JC – Hoje está com 78 anos,60 dos quais foram a dançar.Que pensa do futuro? Há pes-soas capazes de dar continui-dade a este grupo?

AN – Estou confiante que,quando abandonar de vez estegrupo, existem elementos quevão seguir os meus passos, paraque não termine esta actividadebastante importante para a cul-tura e desenvolvimento da re-presentação do Concelho de Co-ruche, no país e no mundo, paraque a juventude de hoje conheçaos costumes e as tradições dosseus antepassados.

Festival de FolcloreEntrevista a António Neves

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Preparação• Tem-se um tacho (mas é preferível uma panela debarro) com feijão-vermelho previamente cozido a que sejunta couve cortada e água suficiente para cozer.Depois de cozida a couve, vai tudo a escaldar fatias finasde pão duro, temperando-se por cima com azeite cru. Pode juntar-se um ramo de coentros picados ou uns raminhos de hortelã, ou ambos.

Serve-se acompanhada de sardinhas ou, de preferência, petingas fritas ou assadas ou carapaus fritos eazeitonas pretas.

in “Coruche à Mesa e outros Manjares”, por José Labaredas

Sopa dde FFeijãocom CCouve

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 41

No passado dia 19 de Maio o MuseuMunicipal de Coruche assinalou o diados museus, com um espectáculo intitu-lado “Nu meio”, realizado por FilipaFrancisco e Bruno Cochat, que tevecomo objectivo a sensibilização dasgentes de Coruche para a sua história,tendo por base a exploração de algunsconteúdos das exposições patentes aopúblico.

Depois seguiu-se a actividade “OMuseu em pijama”, direccionada paracrianças com idade entre os 10 e os 12anos. Os participantes, vestidos de pija-ma e barrete, fizeram uma visita guiadaàs exposições com luz de lanterna eobservaram as estrelas por telescópio noterraço do Museu. Houve ainda umadeliciosa ceia e pequeno-almoço namanhã seguinte.

Em Coruche

Autora: Prof.ª Isabel do Carmo

SUGESTÕES DE LEITURA

Noite depijama

no Museu

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200742

ÁREAS DEINTERVENÇÃO

A Psicologia tem várias áreasde intervenção. De modo glo-bal, entre as principais contam--se a Psicologia Educacional, aPsicologia Social, e a PsicologiaClínica.

As funções dos psicólogosvariam consoante o campo deintervenção:

Essencialmente, os psicólo-gos clínicos interpretam, expli-cam e intervêm sobre as queixasdas pessoas, com base em conhe-cimentos teóricos e científicos.

No geral, analisam os com-portamentos, as atitudes, a dinâ-mica afectiva e relacional daspessoas, e a evolução das suas re-presentações internas e externas.

Estas análises têm comoobjectivo proceder a interven-ções que favoreçam o desenvol-vimento dos indivíduos no senti-do da sua satisfação e equilíbriopessoais.

Os psicólogos clínicos, po-dem efectuar diagnósticos deproblemas emocionais ou per-turbações de personalidade e, apartir da avaliação do estado psi-cológico do indivíduo, indicare/ou realizar terapias individuaisou de grupo.

Os psicólogos que trabalhamna área educacional actuam emvários domínios do sistema edu-cativo e seus intervenientes: es-cola, família, autarquias, comu-nidade, etc. Ainda neste âmbito,actuam com o objectivo de tor-nar o processo de aprendizagemmais efectivo e significativo parao educando, principalmente noque diz respeito à motivação eàs dificuldades de aprendiza-gem.

Ao nível da psicologia so-cial, quando trabalham no depar-tamento de recursos humanos deuma empresa, são responsáveispelo recrutamento, selecção eavaliação do pessoal, bem comopela elaboração de programasde formação que visem o desen-volvimento das competênciasdos indivíduos, e da organização.

MITOS E REALIDADESSOBRE O PSICÓLOGO

CLÍNICO

“Ir ao psicólogo? Acho queaquilo é só conversar…”

Algumas pessoas têm a ideiade que ir ao psicólogo irá ser ape-nas uma conversa infrutífera,banal, que só serve para desaba-far, e sem resultados práticos.Mas isto está longe de ser a rea-lidade.

A relação entre o psicólogo ea pessoa que o procura é maisdo que uma “conversa de café”.

O psicólogo preocupa-se einteressa-se pelo problema ou aqueixa que a pessoa tem, no sen-tido de o compreender e avaliar.É com base na ciência psicoló-gica que “olha” para o interiorda pessoa, que consegue desem-penhar esse trabalho, e não porqualquer tipo de preconceitos oujuízos de valor.

“Mas o que é que ele faz?…O psicólogo é só para malu-cos!”

Falso! Será até difícil definiro que é um “maluco”. O psicólo-go recebe pessoas e não doen-ças. O que acontece é que essaspessoas podem trazer o maisvariado tipo de sintomas e pro-blemas (luto, tristeza, angústia,ansiedade, etc.).

Acima de tudo, o psicólogoserve de meio auxiliar ao resta-belecimento do equilíbrio emo-cional da pessoa.

O objectivo é, em conjuntocom a pessoa, ajudar a encontrara melhor solução e a forma delidar, ou resolver, o seu proble-ma. Para isso, aborda o interiorpsicológico da pessoa. Noutroscasos, nomeadamente quandonão se identifica um verdadeiroproblema, o psicólogo promoveo crescimento emocional e aadaptação a situações de vida.Acima de tudo, fornece umavisão externa sobre a realidadepsicológica que a pessoa vive, eé nesse contexto que pode aju-dar.

“Os psicólogos não recei-tam medicamentos, por issovou ao médico, ou talvez aopsiquiatra”

A Psiquiatria é o ramo damedicina que lida com a pre-venção, atendimento, diagnósti-co, tratamento e reabilitação dasdoenças mentais, tais como de-pressão, doença bipolar, esqui-zofrenia.

Dada a sua abordagem pre-dominantemente biológica, mui-tas vezes o psiquiatra receitamedicação de modo a removeros sintomas manifestados. Con-tudo, nem sempre o problemafica resolvido, podendo apenasficar mascarado ou latente e,mais tarde, voltarem a apareceros mesmos ou outros sintomas.

É nesse contexto que a Psi-cologia actua e complementa aPsiquiatria, uma vez que abordaa raiz dos problemas e resolve-os profundamente na aborda-gem psicológica e na relaçãocom a pessoa. No entanto, exis-tem ainda outras problemáticasem que a intervenção psicológi-ca desempenha um papel funda-mental.

“Os psicólogos põem ascrianças a ler e escrever me-lhor? Acabam com as dificul-dades de aprendizagem?”

Directamente, não. Devemosperceber que as dificuldades deaprendizagem derivam, no ge-ral, de dois factores: dificulda-des intelectuais ou perturbaçãoemocional. No primeiro caso, opsicólogo não desempenha omesmo papel do professor.

Pode avaliar a situação e,caso tenha formação específicadentro da área educacional,adoptar estratégias adequadasao nível e às dificuldades da cri-ança, de maneira a maximizar oaproveitamento escolar.

Nos casos em que uma per-turbação emocional está a influ-enciar directamente o desempe-nho e a disponibilidade da crian-ça para a aprendizagem, em con-junto com a criança, o psicólogotem a missão de perceber o prob-lema dela e de como podemresolver as dificuldades psico-lógicas. Neste caso, o psicólogopossibilita a optimização dasaprendizagens escolares indirec-tamente, ao ajudar a resolver osproblemas emocionais.

NÃO SE ESQUEÇA

Apesar de os psicólogos po-derem desempenhar diferentesfunções, existem procedimentosde trabalho comuns: de um mo-do geral, os psicólogos partemde um diagnóstico da situaçãoou problema que o pacien-te/cliente/organização/jogadorapresenta, para passar posterior-mente à elaboração de um planode intervenção. Após efectu-arem a intervenção, procedem àavaliação dos resultados.

Nos últimos anos, a prática e

o exercício da psicologia têmvindo a conhecer uma enormeexpansão na nossa sociedade,abrangendo várias áreas deintervenção.

Os serviços e a utilidade dospsicólogos são cada vez maisreconhecidos quer por outrasciências, quer pela própria popu-lação em geral.

De facto, o alvo da Psicolo-gia são as pessoas.

Cáritas Paroquial de Coruche

ApoiarGabinete deAconselhamentoParental

Se quiser falar connosco,contacte-nos:

Cáritas Paroquial de CorucheApoiar – Gabinete de

Aconselhamento Parental

Travessa do Forno n.º 16-18,2100-210 Coruche

Telefs: 243 679 387 / 934 010 534E-mail:

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O atendimento é realizado àssegundas-feiras à tarde

Equipa Técnica:Isabel Miranda

(Psicóloga Clínica/Coordenadora)

Mauro Pereira(Psicólogo Clínico/Psicoterapeuta)

Nuno Figueiredo(Psicólogo Clínico)

Gonçalo Arromba(Técnico de Psicologia Clínica)

Noémia Campos(Assistente Social)

O Papel do Psicólogo

Não perca

na próxima edição

A Adopção

Talvez pelo destaque e pelo foco que a comunicação social tem dado à psicologia na discussão de diversos temas públicos, e pela sua aplicação aum número crescente de áreas (saúde, desporto, justiça, educação, etc.), têm surgido dúvidas e dificuldades sobre a especificidade, os domínios eos limites da psicologia.

Mas afinal o que faz um psicólogo, para que serve, e em que áreas pode ajudar?

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Queridos PaisEu começo muitas vezes as

minhas reflexões por estaspalavras: “Queridos Pais!”... equase instintivamente. É a “pe-na” que me leva por esse cami-nho …é ela que escreve…

Chegamos ao fim do mês deMaio e, por isso, este mês euvou voltar às minhas medita-ções, deixando de lado, maisuma vez, as “técnicas pedagó-gicas”.

A Maria Ulrich – fundadorada Escola das Educadoras, e porisso uma das percursoras emPortugal da formação de Edu-cadoras de Infância – dizia-nosmuitas vezes: “Por vezes é bomesquecer as técnicas. Utilizem ovosso instinto de Mulher-Mãe”.

Ora, o mês de Maio traz-nos umsem fim de “memórias” sobre otema Mulher-Mãe-Educadora.

É o mês de Maria. O mêsdas aparições de N.ª Sr.ª de Fá-tima aos 3 pastorinhos.

É o mês do amor…, dosafectos. É o mês da Primaveracom toda a vida que desponta.O nascimento, o crescimento detoda a natureza num renovareterno. O mês da suavidade, edo calor, que nas nossas memó-rias está para sempre ligado àssensações de bem-estar. O calorligado ao afecto, o afecto ligadoàs nossas flores, às nossas crian-ças.

E quando há dias estive emFátima e ouvi que o tema dameditação proposto era o 6.º

Mandamento, “Guardar casti-dade”, logo pensei, como é lógi-co, na necessidade de preservara pureza das nossas crianças…Logo me surgiram as imagensde terror que às vezes se espa-lham ao redor daqueles quegostaríamos que pudessem cres-cer dentro da sua pureza natural.

Os horrores que lemos nosjornais, as notícias que nostrazem diariamente as nossastelevisões! Os relatos das tragé-dias que à nossa volta se abatemsobre crianças que nos são trazi-das pelos seus familiares e ami-gos!

Guardar… Castidade…, Pu-reza…! São duas palavras quegostava que servissem parameditarmos este mês.

Como é importante o nossoexemplo. Se houver um poucomais de pureza naquilo de quefalamos…, nas nossas acções…na nossa vida…

Como é importante a nossaintervenção para evitar maioresdesgraças… para evitar maiorviolência contra a pureza dascrianças…

É que essas nossas “florzi-nhas” são frágeis. Precisam donosso afecto. Sobretudo, da

nossa protecção… É por issourgente intervir.

Que nunca nos falte o tempopara as ajudar a crescer com asua alma pura. Elas, como os 3pastorinhos, são bem o exemplode que o amor pode modificar omundo.

Até sempre, Queridos Pais.

EDUCAR AGORA

Mariazinha A.C.B. Macedo*

Enviem os vossos desenhos e textos para:Rua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 Coruche

Fax: 243 675 [email protected]

Era uma vez. . .

Para colaborar nesta rubrica envie,por e-mail ([email protected]) ou via CTT, as imagens

ou situações que deseje ver publicadas.

Então não é que para iluminar a bonita e centenária igreja da Misericórdia em Coruche, que bem mere-cia, alguém se lembrou de furar pedras tumulares também centenárias. Será que não sabem que antiga-mente os mortos eram sepultados nos adros das igrejas, quer no interior, quer no exterior.É que hoje em dia existem diversas soluções para iluminação de monumentos, sem qualquer tipo deagressão ao património construido. Que pena é que não se peça a opinião dos especialistas. Que furo...

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 43

Era uma vez um MeninoQue se chamava Tito.Vivia com os paisE era muito pequenito.

O Tito brincava no jardimCom o seu cão Corria e saltavaCom o seu amigo João.

Junto ao jardimHavia o rio SorraiaE um passarecoQue dava muito à saia!

Gostavam muito do rioO Tito e o JoãoNão deitavam lixoNas águas, nem no chão.

O passareco era amareloVerde e vermelhãoOs dois amigosDavam-lhe sempre pão.

Educadora de Infância *

Pedras furadas

OO PPaassssaarreeccoo ddoo RRiioo SSoorrrraaiiaa

Um dia ao chegarem ao jardimO passareco piou …Os dois amigos correramE um filhote cantou.

No seu ninho azulEstavam sete passarinhosQue bicavam o pãoCom os seus novos biquinhos.

Agora no jardimDo rio SorraiaHá oito passarecosCom uma grande saia.

O Tito e o JoãoContinuam a brincarA correr e a saltarNo meio desta grande confusão.

História construída pelos alunosda EB 1 da Erra – Hora do ContoA partir do livro Contos para Rirde Luísa Ducla Soares

Protejamos a pureza das crianças

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A equipa da Azambujeira, concelhode Rio Maior, sagrou-se campeã distri-tal de futebol do Inatel. Na grandefinal, derrotou o Pego por 5-4 na mar-cação de penalidades, após 0-0 nofinal do tempo regulamentar.

O Paços dos Negros derrotou igual-mente nas penalidades, 5-4, o Errensepara atribuição do 3.º e 4.º lugar. Nofinal do tempo útil de jogo, registava-se uma igualdade a uma bola. Asequipas da Azambujeira, Pego e PaçosNegros vão representar o distrito nonacional de futebol do Inatel.

O palco da festa do futebol doInatel, este ano, foi o EstádioMunicipal Professor José Peseiro emSanto Antonino-Coruche. A chuva quese fez sentir no 1.º de Maio, afastoumuitos adeptos do futebol. Mas,segundo a organização estiveram noEstádio ao longo do dia perto de 3 milpessoas.

Recorde-se que a festa distrital dofutebol do Inatel foi organizada peloErrense e contou com o apoio daCâmara Municipal de Coruche e Juntade Freguesia da Erra.

Campeonato de Futebol do Inatel

Azambujeira Campeão

HENRIQUE BAPTISTA FILIPEFALECEU

NASCEU EM 27-02-1933 e FALECEU EM 24-04-2007

Sua mulher, filha, genro e neta, cumprem o doloroso dever de participaro falecimento do seu ente querido.

A família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vêm por este meioagradecer a todos os que o acompanharam no seu funeral

para o cemitério de Coruche.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200744

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IGREJA MATRIZ

Dia 29 - Lourenzo Moniz do Carmo eBeatriz Bernardino Santos

IGREJA DA LAMAROSAFrancisco M. Pinto da Silva Rato

• CASAMENTOS •IGREJA DO CASTELO

Dia 14 - António Miguel com PaulaLopes e Filipe Marreiros com PatrícioSerrão

• FALECIMENTOS •Dia 1 - João Dimas dos Santos, 89 anosDia 2 - António de Almeida Andrade, 69 Dia 3 - Gualdino Joaquim Moleiro, 71 eAntónio Mendes Júnior, 71Dia 6 - Delfina Henriques Peseiro, 77 eAdelina Maria Carvalho, 72Dia 7 - Maria Azevedo Custódio,87 e

Deolinda Cecília Sanguinheira Palminha, 85Dia 8 - Joaquina Raquel Leitão, 82, JoséJoaquim, 84 e César Ferreira Pintassilgo, 69Dia 9 - Marcolino da Silva Coelho, 79 Dia 10 - Antónia Maria Fernandes, 80 Dia 11 - José da Silva do RosárioMarcelino, 74Dia 12 - David Faustino,78, LaurindaAdelaide de Sousa Quintas,76 e AntónioPinto, 80Dia 13 - Joaquim Custódio Mergulho, 91 Dia 14 - António Jacinto Ribeiro, 67 eJoão Abraão Júnior, 63Dia 16 - Joaquim Manuel Rosado, 60 eManuel Filipe Constantino, 85Dia 18 - Rosa Ventura Canas, 90, EmídioRoberto da Silva,86 e Custódia Maria 84Dia 19 - Victor António Firmino Inácio,65, Joaquim Manuel de Deus, 82 eRicardina Leonor, 94Dia 20 - Maria Felisbela Antunes,100,Felisbela Maria, 78 e Ilda Macedo BorgesPereira, 86Dia 21 - Francisco José, 82Dia 23 - Gertrudes Maria, 85Dia 24 - Henrique Baptista Filipe, 74 Dia 25 - António João da Silva Carapuço,75 anos e António Pedro Fernandes, 69 Dia 28 - Mariana Jacinta, 87Dia 30 - Luis Pedro, 88

Informação das agências funerárias de Coruche

Informações dda PParóquia dde CCorucheMaio dde 22007

FOROS DO PAUL

No passado sábado, dia 19 de Maio,a equipa masculina de futsal de “OsPatos” ganhou o campeonato distritalda I Divisão. A equipa de Abranteslevou de vencida a equipa do CAD

Coruche por um significativo resultadode 3-1, depois do empate a um golo naprimeira-mão da final, realizada emCoruche.

Os Patos são os novoscampeões distritaisde futsal

Avé Maria

MARCOLINO DA SILVA COELHOFALECEU

Nasceu em 10-12-1927 e faleceu em 09-04-2007

Sua mulher,filhas,genro e netos,cumprem o doloroso dever de participar o faleci-mento do seu ente querido,ocorrido no dia 09 de Abril de 2007.

A família enlutada,na impossibilidade de o fazer pessoalmente,vêm por este meioagradecer,reconhecidamente,a todas as pessoas que os acompanharam na sua

dor,durante o velório,no funeral,na missa do 7º.dia ou por qualquer outra formamanifestaram o seu pesar

Para todos o nosso profundo e sincero reconhecimento.

Pai Nosso

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O novo estádio da cidadede Al-Kahder, nos arredoresde Belém, na Cisjordânia,cuja construção foi finan-ciada por Portugal, atravésdo Instituto Português deCooperação para o Desen-volvimento, foi inauguradono passado mês de Abril.

O recinto custou doismilhões de dólares, comcapacidade para seis milespectadores, é certificadopela FIFA e dispõe de pisosintético e iluminação.

A cerimónia de inaugu-ração abriu com uma mar-

cha de escuteiros locais,conduzindo as bandeiras dePortugal e da Palestina, e aexecução dos respectivoshinos nacionais.

Num país em que fecha-mos urgências, materni-dades, centros de saúde eescolas primárias, mas ofer-ecemos um estádio à Pales-tina, não pondo em causa asnossas relações e o apoio aopovo palestino, parece-meque haveria formas de em-pregar melhor o dinheiro, cáem Portugal e mesmo lá!

___AMS

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 45

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AASSSSEEMMBBLLEEIIAA GGEERRAALL OORRDDIINNÁÁRRIIAA

Ao abrigo do Artigo 21 dos Estatutos de “Os Corujas –Ginásio Clube de Coruche”, convoco a Assembleia GeralOrdinária para reunir no dia 27 de Junho de 2007, pelas20h30m na sede deste Clube, nas traseiras do Pavilhão Des-portivo Municipal, em Coruche, com a seguinte ordem detrabalhos:

ORDEM DE TRABALHOS

1 - Apreciação e votação do Relatório e Contas da Direcção,do parecer do Conselho Fiscal relativos ao ano transacto,e do orçamento para o próximo ano.

2 - Informações aos Sócios, se solicitadas.

De acordo com o disposto no Artigo 24.1 dos Estatutos, se àhora marcada para início da Assembleia não houver quo-rum, esta reunirá 30 minutos depois com qualquer númerode presenças.

Coruche, 1 de Junho de 2007

Manuel Alves dos Santos

Presidente da Mesa da Assembleia Geral

No passado dia 6 de Maio, a Casa doBenfica de Santarém fez-se participar noOpen de Lisboa, no Escalão Juvenis II eEsperanças, realizado no ComplexoDesportivo do Inatel em Lisboa.

No Escalão Juvenis II, Vasco Velosoclassificou-se em 7.º lugar e João Batistaem 5.º lugar, nas categorias de -66kg e-50kg respectivamente.

Quanto ao escalão Esperanças, JoãoVeloso alcançou um 7.º lugar em -50kg,Paulo Brandão, o 5.º lugar nos -66kg,

Ana Martinho em 2.º lugar nos -48kge Nuno Gaivoto alcançou o 1.º lugar nacategoria de -50kg. Os atletas foramacompanhados pelos Treinadores JorgeBarroca e Pedro Vargas e os MonitoresCarlos Ricardo e Joaquim Nogueira.

No passado dia 12 de Maio, a Casa doBenfica de Santarém participou notorneio Internacional Villa de Valdemoro,em Espanha nos escalões Seniores,Esperanças e Juvenis II.

No Escalão Juvenis II, João Batistaclassificou-se em 9.º lugar, na categoriade -50kg. Quanto ao escalão Esperanças,Paulo Brandão alcançou um 5.º lugar em-66kg, Ana Martinho o 3.º lugar nos -48kg e Nuno Gaivoto obteve o 1.º lugarna categoria de -50kg.

Quanto ao escalão Sénior, a Casa do

Benfica fez-se representar por três atletasainda pertencentes ao escalão júnior:

João Araújo que obteve a 7.ª posiçãona categoria de -66kg, Wilson Nogueiraque se classificou em 3.º lugar na catego-ria de -81kg, e Lasha Razmadze quealcançou o primeiro lugar na categoria de-73kg.

Participaram neste torneio atletas dePortugal, França e Espanha. Os atletasforam acompanhados pelo TreinadorPedro Vargas e o Monitor Joaquim No-gueira.

No Open de Lisboa

Em Espanha

JJuuddooccaass MMeeddaallhhaaddooss

Portugal pagaestádio de futebolna Palestina

O Estrela Ouriquense conquistou a primeira taçado Ribatejo da sua história. A equipa de Vila Chã deOurique venceu o União de Santarém por 1-0. O jogorealizou-se no Estádio Municipal D. Manuel de Melo

em Almeirim e foi dirigido pelo árbitro Filipe Lascas.O Estrela Ouriquense é o representante do futebol dis-trital, na 1.ª eliminatória da Taça de Portugal, na próxi-ma temporada.

Taça do Ribatejo em Futebol

Estrela Ouriquense vence

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200746

“Os Corujas – Ginásio Clubede Coruche” é cada vez maisum clube ecléctico, uma vez quepara além dos torneios e com-petições em que as suas equipasde Hóquei em Patins com-petem e brilham, também dáapoio e acarinha outras verten-tes desportivas, tais como Ca-noagem, Ginástica de Manu-tenção, Patinagem Artística eDanças de Salão, oferecendoassim um leque bem variado deopções de ocupação de temposlivres, verdadeiramente paratodas as idades.

A Canoagem é uma modali-dade com pouca visibilidade,dadas as suas característicasespecíficas e actualmente maisou menos parada em função dairregularidade do caudal doSorraia.

A Ginástica de Manuten-ção continua em actividadecrescente, pois sendo uma mo-dalidade onde a idade não conta,serve os fins em vista que os téc-nicos de saúde publicitam parauma vida mais saudável, exerci-tar o corpo e combater o imobi-lismo.

O Hóquei em Patins contin-ua a sua senda de disputa deprovas, tendo vitórias e derrotas,mas desempenhando a sua tare-fa principal, que é dar aos maisnovos alternativas saudáveis eúteis para os seus tempos livres.

De destacar aqui o início doTorneio dos Benjaminis (esca-lão etário dos -6 e 7 anos), queestá a decorrer com grande entu-

siasmo e euforia por parte dospraticantes e muito boa vontade ecarinho por parte dos adultos queenquadram a equipa.

As Danças de Salão sãouma modalidade de belo efeitocoreógrafo e estético, que oClube iniciou em Maio/2007 eque está a ter grande sucesso.Para além do referido deve di-zer-se que também esta modali-

dade é um excelente veículopara combater a inactividade, ostress e proporcionar esbeltasfiguras.

A Patinagem Artística con-tinua a sua saga de conquistarêxitos para o Clube e a projectá-lo a todo o Distrito e também jáa nível Nacional. Não quero serfastidioso mas é de todo o inte-

resse para os nossos sócios epara os Coruchenses em geral,saberem quem prestigia o nossoClube e por tabela, o Concelho.

Campeonato Distrital dePatinagem Artística: Realiza-do nos dias 17 e 18 de Março de2007 na cidade de Torres Novas,tendo participado as seguintesatletas Juvenis: Ana Carolina

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 2007 47

A Rádio Marinhais levou aefeito no primeiro domingo domês de Maio – “Dia da Mãe”,mais uma festa dedicada àMusica Portuguesa. Na sua 8.ªedição, a Gala de Música Por-tuguesa teve como objectivosprincipais proporcionar umatarde de convívio e lazer a todosos ouvintes, sócios e amigos, e,também conviver de perto comtodas aquelas pessoas que diari-amente participam nos progra-mas em directo na Rádio. Nosúltimos anos tem sido tambémobjectivo angariar fundos para aconstrução da sede da RádioMarinhais (um projecto já ini-ciado, na urbanização perto dodepósito da água, em Mari-nhais).

Este ano a Gala de MúsicaPortuguesa recebeu cerca de 20artistas, a quem a Rádio Mari-nhais agradece a disponibili-dade e a colaboração. Entre amúsica e a dança, pelo palco dosalão da comissão de festas,decorado a preceito, passaramas Danças de Salão da Associa-ção Desportiva e RecreativaAzerveirense, Mónica Sintra,Sérgio Rossi, Dina Silva, Sil-vestre, Nelo Ferreira, João Mar-celo e Dulce Guimarães entre

outros nomes do panoramamusical Português.

O balanço foi positivo e con-tou com a presença de duas cen-tenas de amigos da Rádio Ma-rinhais, que não arredaram pé enão pararam de aplaudir os seusartistas favoritos durante cerca

de cinco horas. Foi tambémservido um lanche para todas aspessoas presentes e em quetodos participaram, trazendodoces, salgados, frutas e bebidaspara rechear a mesa de confrat-ernização, onde também nãofaltou o bolo de aniversário alu-sivo à Gala.

Um aspecto que merecerealce nestas iniciativas é oencontro dos ouvintes que emmuitos casos só se conhecem devoz, e enviam mensagens atra-vés da Rádio, cultivando assimamizades à distância. Durante asfestas surge a grande oportu-

nidade dos ouvintes se conhe-cerem.

Para “Preciosa Caldeira” –ouvinte assídua da Rádio Ma-rinhais, “estas festas são espe-ciais... adorei toda a festa, ocontacto com os artistas é umsonho...tive a oportunidade dedançar no palco com o artista

Nelo Ferreira...estou muitofeliz”. Também a ouvinte Auré-lia Ferreira, frisou que “a proxi-midade entre artistas e públiconeste género de espectáculos éfantástica ... gostei muito de to-dos os artistas”. Os comentáriosdos ouvintes têm sido bastante

positivos e o desejo de maiseventos do mesmo género temsido manifestado, o que é tam-bém um orgulho para a organi-zação e para a direcção da Rá-dio.

Para os artistas esta é umaoportunidade de divulgarem epromoverem a sua música que

em muitos casos é trauteadaentre a assistência, o que é umsinal de orgulho e de fidelidadepara com a música Portuguesa.A divulgação dos trabalhosdiscográficos através das actua-ções dos artistas, numa alturaque marca o início das festas po-pulares, poderá em alguns casosvaler contratos para espectácu-los.

A Gala que contou tambémcom o apoio de outras colectivi-dades da freguesia, da Junta deFreguesia de Marinhais e da Câ-mara Municipal de Salvaterrade Magos.

De agradecer ainda a todasas pessoas que colaboraram etrabalharam no evento e a todasas casas comerciais que colabo-raram com publicidade, permu-tas ou ofertas.

Foi assim um domingo cheiode aplausos, magia, música ealegria, organizado pela RádioMarinhais, que continua a apoiare a transmitir oito horas diáriasde música portuguesa, na fre-quência de 102.5 Fm.

Parabéns à Rádio Marinhaise votos de muitos sucessos.

____Mafalda FonsecaFoto: Foto África

A Rádio Marinhais em tarde de festa

CARTÓRIO NOTARIAL DE CORUCHE– CERTIFICO, para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação lavrada no dia dez de Maio

de dois mil e sete, neste Cartório, de folhas quarenta e duas a folhas quarenta e três verso do livro de notaspara escrituras diversas número quinhentos e quarenta e oito-D, IDALINA ALEXANDRE MARQUESBENTO, cont. 145 601 366 e marido JOSÉ LOPES FERREIRA BENTO, cont. 145 601 340, casados sobo regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia e concelho de Coruche, ele da freguesia deSanto Estêvão, concelho de Benavente, residentes na Rua de Montemor, n.º 72, Foros da Charneca, emBenavente, DECLARARAM que, são donos, com exclusão de outrem, do seguinte prédio, na freguesia doBiscainho, concelho de Coruche:

– PRÉDIO URBANO, sito na Rua de São Pedro, composto por uma casa de habitação de rés-do-chão,com a superfície coberta de cento e dezanove virgula dez metros quadrados e logradouro com a área de oito-centos e setenta e três virgula noventa e sete metros quadrados, a confrontar de Norte com Rua de São Pedro,de Sul com Paulo Maria Soares, de Nascente com António Domingos Marques e de Poente com CustódiaDomingos Perna Longa Ferreira, inscrito na respectiva matriz em nome da justificante mulher sob o artigo1088, com o valor patrimonial e atribuído para este acto de dezassete mil e duzentos euros.

– Que este prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do concelho de Coruchee dele não tem qualquer título que permita o respectivo registo.

– Que justificam, porém, aquele seu direito de propriedade nos termos seguintes:– O prédio ora justificado veio à sua posse, por doação meramente verbal feita pelos avós da primeira ou-

torgante mulher, António Mendes Marques e mulher Ludgera Domingos, que foram casados entre si sob oregime da comunhão geral de bens e residentes no mencionado lugar do Biscainho, no ano de mil novecentose setenta e nove sem, no entanto, terem celebrado a competente escritura pública. Desde aquela data, porém,entraram na posse do imóvel, posse que exerceram em nome próprio até hoje, sem qualquer interrupção, àvista de toda a gente e sem oposição de quem quer que fosse, o que confere a tal posse a natureza de pública,pacifica e contínua, fazendo obras de conservação sempre que necessário e suportando todos os encargos a elerespeitantes, designadamente os de natureza fiscal e actuando em tudo o mais sobre ele em correspondênciaperfeita com o exercício do direito de propriedade.

– Exercendo essa posse por mais de vinte anos, sem interrupção e com a consciência de estarem a agircomo verdadeiros donos do prédio, o que conduziu à aquisição do imóvel por usucapião, que ora invocam.

ESTÁ CONFORME. Cartório Notarial de Coruche, dez de Maio de dois mil e sete.

O Escriturário Superior(Joaquim Caçador Ribeiro)

NOTARIADO PORTUGUÊSCoutinho em 5.º lugar e BárbaraRibeiro no 8.º lugar.

Torneio de Torres Novas:Realizado nos dias 28 e 29 deAbril de 2007, também na cida-de de Torres Novas, tendo par-ticipado as seguintes atletas:Escalão A – Nível PreliminarFemininos (39 atletas) – InêsFerrão com o 2.º lugar e VanessaTadeia no 11.º lugar. Escalão C– Promoções Nível III e Femi-ninos (11 atletas) – Maria FilipaOliveira no 3.º lugar. Escalão E– Iniciação B Femininos (8 atle-tas) – Ana Isabel Rita no 4.ºlugar. Tivemos também a parti-

cipação da atleta Ana CarolinoCoutinho nos Campeonatos Na-cionais que se realizaram emMaio de 2007 e que ficou classi-ficada até ao 36.º lugar. É bomnão desanimar e trabalhar muitoe bem para melhorar. Todasmerecem o nosso carinho eadmiração pelo seu esforço eboa vontade. É necessário queapareçam mais atletas, pois vertanta gente a praticar desportocom o entusiasmo que se obser-va, é também razão para que aDirecção fique motivada e tra-balhe mais e melhor.

A Direcção dos Corujas

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O Grupo Desportivo Águiasdo Sorraia do Couço elegeu osnovos órgãos sociais para omandato de 2007-2009.

Na Assembleia-geral –Francisco Pirralho (presidente),Rui Teles (vice-presidente),Rodrigo Martins (1.º secretário)e Luís Ferreira (2.º secretário).

Direcção – Mário Afonso

(presidente), Rui Rodrigues(vice-presidente), António Nu-nes (tesoureiro).

Conselho Fiscal – FernandoRibeiro (presidente), JerónimoCoelho (secretário) e PauloFrancisco (relator). Recorde-seque o Grupo Desportivo Águiasdo Sorraia, foi fundado a 25 deDezembro de 1948.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 14 • Junho de 200748