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A alta rotatividade traz prejuízos aos trabalhadores e às entidades sindicais Foto: Mateus Medeiros O Dieese, com apoio da Fundação Friedrich Ebert, realizou seminários com sindicalistas para analisar como a ro- tatividade se manifesta em cada setor e quais são suas características, diferenças e semelhanças. O resultado foi o livro “Ro- tatividade setorial: dados e diretrizes para a ação sindical”. Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, “o governo já tem ferramentas, que é exigir contrapartida dos empresá- rios beneficiados com a desoneração da folha, o que não vem sendo feito, além da redução da terceirização e, para os meta- lúrgicos, o acordo coletivo nacional”. Diz o Dieese: “Em 2012, o tempo médio de permanência no emprego era de 5 anos. Muito baixo se comparado ao de países como Itália e Portugal (13 anos), Fran- ça e Alemanha (12 anos) e Dinamarca (9 anos), mas próximo ao dos EUA, país re- conhecido pela flexibilidade na legislação trabalhista e onde o tempo médio alcan- çou 5 anos em 2012”. Setores analisados Foram analisados os setores Metalúrgico, Químico, Bancário, Construção, Comércio, Alojamento e Alimentação com base nos dados da Relação de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Em- prego. Segundo o Dieese, “cerca de 30% dos desligamentos de cada ano ocorrem com menos de 3 meses de vigência do contrato de trabalho. Tratam-se, portan- to, de contratos de experiência, em que os empregadores estão isentos da multa rescisória do FGTS e o aviso prévio. Se somarmos a eles os contratos rompidos com menos de 6 meses de vigência, são aproximadamente 45% de todos os vín- culos desligados a cada ano. As taxas variam conforme os setores analisados. “A Construção Civil apresenta as maiores taxas, seguida de Alojamento e Alimentação e do Comércio. Entretanto, na Metalurgia as taxas de rotatividade são crescentes de 2007 a 2012. No caso dos bancos, a separação entre instituições pú- blicas e privadas permite uma visão dis- Dieese lança livro sobre rotatividade setorial “30% das demissões anuais ocorrem com menos de 3 meses de vigência do contrato de trabalho” LANÇAMENTO Trabalho Publieditorial A morte precoce de Eduardo Campos, ex-go- vernador de Pernambuco e candidato ao Palácio do Planalto, no trágico acidente da última 4ª feira, cobriu de tristeza o País e deixou uma lacuna que marcará para sempre a nossa história. Jovem de princípios, Eduardo Campos represen- tava a trajetória ascendente de uma liderança e a abertura de novas perspectivas políticas e sociais para o presente e o futuro da Nação. Lembramos que Eduardo Campos esteve ao lado da Força Sin- dical, das demais Centrais e da classe trabalhadora na luta por mudanças nos portos do País em 2013. O Brasil de hoje carece de mudanças efetivas e emergentes. O entusiasmo e a determinação Miguel Torres Presidente da Força Sindical que caracterizavam as ações de Campos na busca por seus objetivos sempre foram ao encontro dos anseios do povo brasileiro por renovação política e democrática, com desenvolvimento, respeito e ética. O Brasil que Campos almejava era o mesmo Brasil que os trabalhadores brasi- leiros ainda almejam, mais igualitário e justo socialmente. Nossas prioridades estão aí! Nossas demandas – que não são poucas –, estão aí! As eleições estão aí! Mas o conti- nuísmo tem de sair daí! Morre o homem, fica o legado! E que o legado deixado por Eduardo Campos nos sirva de exemplo para as próximas eleições. Precisamos de muito mais representantes dos trabalhadores em Brasília. Precisamos votar para mudar! Mudar para vencer! TAXAS DE ROTATIVIDADE GLOBAL E DESCONTADA DOS SETORES SELECIONADOS Taxa de rotatividade Global Descontada* Construção Civil (*) Desconsidera aposentadoria, transferência, morte e demissão voluntária Todos os setores 2007 46,7 103,2 23,2 55,2 63,7 37,2 51,6 2008 52,4 117,5 22,1 60,2 70,0 44,9 55,2 2009 49,2 107,5 26,7 57,7 69,5 38,8 48,2 2010 53,2 117,3 28,4 60,8 74,9 42,3 48,9 2011 54,6 114,6 19,9 64,9 77,8 44,7 49,1 2012 55,2 114,3 20,8 63,9 78,1 45,3 47,2 2007 34,3 82,5 4,0 40,4 45,7 27,0 37,7 2008 37,6 91,4 5,0 42,7 48,4 33,3 41,0 2009 36,0 85,6 4,1 41,7 49,0 33,2 36,9 2010 37,4 90,0 3,7 41,8 50,1 30,3 35,0 2011 37,3 86,6 4,1 42,7 50,7 31,8 34,0 2012 37,4 86,6 5,1 41,4 49,6 32,4 33,3 Alojamento Alimentação Metalurgia Químicos Bancos Comércio tinta do que efetivamente ocorre no setor. Já os segmentos que compõem o setor Químico mostram comportamentos dis- tintos no período analisado”, diz o Dieese. Participaram dos seminários a Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Fenatracop), a Confederação Nacional dos Trabalhado- res Metalúrgicos (CNTM-FS) e a Confe- deração Nacional dos Trabalhadores Quí- micos (CNTQ). Propostas apresentadas Foram formuladas propostas no âmbi- to da negociação coletiva, do legislativo e das políticas públicas. Os sindicalistas apresentaram propostas comuns aos vários setores, como o fim do contrato de experiência ou, no mínimo, sua redução para 30/45 dias; aumento do piso; qua- lificação profissional financiada; trabalho decente; regulamentação do Artigo 239, § 4º da Constituição de 1988 (seguro-de- semprego); ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); alteração da Lei de Participação nos Lucros ou Resultados (Lei 10.101/2000); desonerações setoriais com contraparti- da de estabilidade de emprego; aumento da fiscalização no local de trabalho; deso- neração da folha de pagamento para em- presas com baixa taxa de rotatividade”. Opinião Morre o homem, fica o legado! Brasil - 2007 a 2012 (em %)

Página Sindical do Diário de São Paulo 15 de agosto de 2014 - Força Sindical

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo 15 de agosto de 2014 - Força Sindical

A alta rotatividade traz prejuízos aos trabalhadores e às entidades sindicais

Foto: Mateus Medeiros

O Dieese, com apoio da Fundação Friedrich Ebert, realizou seminários

com sindicalistas para analisar como a ro-tatividade se manifesta em cada setor e quais são suas características, diferenças e semelhanças. O resultado foi o livro “Ro-tatividade setorial: dados e diretrizes para a ação sindical”.Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, “o governo já tem ferramentas, que é exigir contrapartida dos empresá-rios beneficiados com a desoneração da folha, o que não vem sendo feito, além da redução da terceirização e, para os meta-lúrgicos, o acordo coletivo nacional”.Diz o Dieese: “Em 2012, o tempo médio de permanência no emprego era de 5 anos. Muito baixo se comparado ao de países como Itália e Portugal (13 anos), Fran-ça e Alemanha (12 anos) e Dinamarca (9 anos), mas próximo ao dos EUA, país re-conhecido pela flexibilidade na legislação trabalhista e onde o tempo médio alcan-çou 5 anos em 2012”.

Setores analisadosForam analisados os setores Metalúrgico, Químico, Bancário, Construção, Comércio, Alojamento e Alimentação com base nos dados da Relação de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Em-prego. Segundo o Dieese, “cerca de 30% dos desligamentos de cada ano ocorrem com menos de 3 meses de vigência do

contrato de trabalho. Tratam-se, portan-to, de contratos de experiência, em que os empregadores estão isentos da multa rescisória do FGTS e o aviso prévio. Se somarmos a eles os contratos rompidos com menos de 6 meses de vigência, são aproximadamente 45% de todos os vín-culos desligados a cada ano.As taxas variam conforme os setores analisados. “A Construção Civil apresenta as maiores taxas, seguida de Alojamento e Alimentação e do Comércio. Entretanto, na Metalurgia as taxas de rotatividade são crescentes de 2007 a 2012. No caso dos bancos, a separação entre instituições pú-blicas e privadas permite uma visão dis-

Dieese lança livro sobre rotatividade setorial“30% das demissões anuais ocorrem com menos de 3 meses de vigência do contrato de trabalho”

LANÇAMENTO

TrabalhoPublieditorial

A morte precoce de Eduardo Campos, ex-go-vernador de Pernambuco e candidato ao Palácio do Planalto, no trágico acidente da última 4ª feira, cobriu de tristeza o País e deixou uma lacuna que marcará para sempre a nossa história.Jovem de princípios, Eduardo Campos represen-tava a trajetória ascendente de uma liderança e a abertura de novas perspectivas políticas e sociais para o presente e o futuro da Nação. Lembramos que Eduardo Campos esteve ao lado da Força Sin-dical, das demais Centrais e da classe trabalhadora na luta por mudanças nos portos do País em 2013.O Brasil de hoje carece de mudanças efetivas e emergentes. O entusiasmo e a determinação

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

que caracterizavam as ações de Campos na busca por seus objetivos sempre foram ao encontro dos anseios do povo brasileiro por renovação política e democrática, com desenvolvimento, respeito e ética. O Brasil que Campos almejava era o mesmo Brasil que os trabalhadores brasi-leiros ainda almejam, mais igualitário e justo socialmente.Nossas prioridades estão aí! Nossas demandas – que não são poucas –, estão aí! As eleições estão aí! Mas o conti-nuísmo tem de sair daí!Morre o homem, fica o legado! E que o legado deixado por Eduardo Campos nos sirva de exemplo para as próximas eleições. Precisamos de muito mais representantes dos trabalhadores em Brasília. Precisamos votar para mudar! Mudar para vencer!

TAXAS DE ROTATIVIDADE GLOBAL E DESCONTADA DOS SETORES SELECIONADOS

Taxa de rotatividade

Global

Descontada*

Construção Civil

(*) Desconsidera aposentadoria, transferência, morte e demissão voluntária

Todos os setores

2007 46,7 103,2 23,2 55,2 63,7 37,2 51,62008 52,4 117,5 22,1 60,2 70,0 44,9 55,22009 49,2 107,5 26,7 57,7 69,5 38,8 48,22010 53,2 117,3 28,4 60,8 74,9 42,3 48,92011 54,6 114,6 19,9 64,9 77,8 44,7 49,12012 55,2 114,3 20,8 63,9 78,1 45,3 47,22007 34,3 82,5 4,0 40,4 45,7 27,0 37,72008 37,6 91,4 5,0 42,7 48,4 33,3 41,02009 36,0 85,6 4,1 41,7 49,0 33,2 36,92010 37,4 90,0 3,7 41,8 50,1 30,3 35,02011 37,3 86,6 4,1 42,7 50,7 31,8 34,02012 37,4 86,6 5,1 41,4 49,6 32,4 33,3

Alojamento Alimentação

Metalurgia QuímicosBancos Comércio

tinta do que efetivamente ocorre no setor. Já os segmentos que compõem o setor Químico mostram comportamentos dis-tintos no período analisado”, diz o Dieese.Participaram dos seminários a Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Fenatracop), a Confederação Nacional dos Trabalhado-res Metalúrgicos (CNTM-FS) e a Confe-deração Nacional dos Trabalhadores Quí-micos (CNTQ).

Propostas apresentadasForam formuladas propostas no âmbi-to da negociação coletiva, do legislativo e das políticas públicas. Os sindicalistas

apresentaram propostas comuns aos vários setores, como o fim do contrato de experiência ou, no mínimo, sua redução para 30/45 dias; aumento do piso; qua-lificação profissional financiada; trabalho decente; regulamentação do Artigo 239, § 4º da Constituição de 1988 (seguro-de-semprego); ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); alteração da Lei de Participação nos Lucros ou Resultados (Lei 10.101/2000); desonerações setoriais com contraparti-da de estabilidade de emprego; aumento da fiscalização no local de trabalho; deso-neração da folha de pagamento para em-presas com baixa taxa de rotatividade”.

Opinião

Morre o homem, fica o legado!

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