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RESUMO
Neste projeto de conclusatildeo de curso consideramos a logiacutestica na cadeia
produtiva de accedilaiacute no Estado do Paraacute propondo um meacutetodo quantitativo baseado em
programaccedilatildeo matemaacutetica para anaacutelise da cadeiaO trabalho eacute justificado pela intensa expansatildeo do processamento de sucos de
frutas uma vez que as polpas de fruta passaram a ocupar papel de relevacircncia no
agronegoacutecio brasileiro tanto no acircmbito nacional como no internacional Paralelamente
a polpa de accedilaiacute ganhou forccedila na miacutedia nos produtos farmacecircuticos e nas academias de
ginaacutestica o que impulsionou suas vendas de tal forma que a produccedilatildeo extrativista natildeo
era mais suficiente para satisfazer a demanda crescente
Entre os problemas enfrentados pelas agroinduacutestrias eacute possiacutevel citar baixa
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra difiacutecil acesso a financiamento atuaccedilatildeo de atravessadores e
logiacutestica deficitaacuteria entre outros
Dessa forma este trabalho apresenta uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a cadeia
produtiva do accedilaiacute e propotildee um modelo de localizaccedilatildeo de facilidades que possibilita a
anaacutelise de viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais
atores seja beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou
internacionais de modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo
de cenaacuterios para expansotildees futuras
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IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004 17
Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004 24
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004 24
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008) 33
Figura 5 Os atores do sistema de comercializaccedilatildeo do accedilaiacute e suas inter-relaccedilotildees
adaptado de Pessoa 2007 38
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute 50
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo 51
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IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado
do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14
Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no
Estado do Paraacute 1996 a 2009 16
Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-
Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008
Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a
2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41
Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42
Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -
Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em
pesquisas de campo 47
Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48
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983107983151983150983156983141983290983140983151
1 Introduccedilatildeo 6
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6
12 Objetivos 8
13 Materiais e Meacutetodos 9
2 Visatildeo Geral 11
21 Agronegoacutecio 11
22 O Accedilaiacute 18
23 Logiacutestica 29
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades 34
3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38
31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico 40
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59
5 Bibliografia 61
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1 Introduccedilatildeo
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa
A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o
interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes
mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro
produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das
vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et
al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em
produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem
alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos
novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)
Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo
como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou
manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a
agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou
final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo
Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como
instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de
estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o
abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os
produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores
de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto
As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a
oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos
ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como
polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado
do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
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Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
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Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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2
RESUMO
Neste projeto de conclusatildeo de curso consideramos a logiacutestica na cadeia
produtiva de accedilaiacute no Estado do Paraacute propondo um meacutetodo quantitativo baseado em
programaccedilatildeo matemaacutetica para anaacutelise da cadeiaO trabalho eacute justificado pela intensa expansatildeo do processamento de sucos de
frutas uma vez que as polpas de fruta passaram a ocupar papel de relevacircncia no
agronegoacutecio brasileiro tanto no acircmbito nacional como no internacional Paralelamente
a polpa de accedilaiacute ganhou forccedila na miacutedia nos produtos farmacecircuticos e nas academias de
ginaacutestica o que impulsionou suas vendas de tal forma que a produccedilatildeo extrativista natildeo
era mais suficiente para satisfazer a demanda crescente
Entre os problemas enfrentados pelas agroinduacutestrias eacute possiacutevel citar baixa
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra difiacutecil acesso a financiamento atuaccedilatildeo de atravessadores e
logiacutestica deficitaacuteria entre outros
Dessa forma este trabalho apresenta uma revisatildeo bibliograacutefica sobre a cadeia
produtiva do accedilaiacute e propotildee um modelo de localizaccedilatildeo de facilidades que possibilita a
anaacutelise de viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais
atores seja beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou
internacionais de modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo
de cenaacuterios para expansotildees futuras
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3
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004 17
Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004 24
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004 24
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008) 33
Figura 5 Os atores do sistema de comercializaccedilatildeo do accedilaiacute e suas inter-relaccedilotildees
adaptado de Pessoa 2007 38
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute 50
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo 51
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4
IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado
do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14
Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no
Estado do Paraacute 1996 a 2009 16
Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-
Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008
Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a
2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41
Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42
Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -
Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em
pesquisas de campo 47
Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48
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5
983107983151983150983156983141983290983140983151
1 Introduccedilatildeo 6
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6
12 Objetivos 8
13 Materiais e Meacutetodos 9
2 Visatildeo Geral 11
21 Agronegoacutecio 11
22 O Accedilaiacute 18
23 Logiacutestica 29
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades 34
3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38
31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico 40
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59
5 Bibliografia 61
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6
1 Introduccedilatildeo
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa
A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o
interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes
mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro
produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das
vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et
al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em
produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem
alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos
novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)
Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo
como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou
manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a
agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou
final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo
Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como
instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de
estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o
abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os
produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores
de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto
As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a
oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos
ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como
polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado
do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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3
IacuteNDICE DE FIGURAS
Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004 17
Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004 24
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004 24
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008) 33
Figura 5 Os atores do sistema de comercializaccedilatildeo do accedilaiacute e suas inter-relaccedilotildees
adaptado de Pessoa 2007 38
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute 50
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo 51
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IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado
do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14
Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no
Estado do Paraacute 1996 a 2009 16
Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-
Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008
Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a
2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41
Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42
Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -
Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em
pesquisas de campo 47
Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48
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983107983151983150983156983141983290983140983151
1 Introduccedilatildeo 6
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6
12 Objetivos 8
13 Materiais e Meacutetodos 9
2 Visatildeo Geral 11
21 Agronegoacutecio 11
22 O Accedilaiacute 18
23 Logiacutestica 29
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades 34
3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38
31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico 40
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59
5 Bibliografia 61
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6
1 Introduccedilatildeo
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa
A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o
interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes
mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro
produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das
vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et
al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em
produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem
alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos
novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)
Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo
como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou
manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a
agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou
final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo
Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como
instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de
estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o
abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os
produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores
de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto
As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a
oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos
ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como
polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado
do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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8
concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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22
preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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36
Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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IacuteNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado
do Paraacute no periacuteodo de 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006) 14
Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no
Estado do Paraacute 1996 a 2009 16
Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA-
Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 26
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008
Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a
2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 41
Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST 42
Tabela 6 Produccedilatildeo de accedilaiacute (extrativismo) de 2003 a 2008 Fonte IBGE -
Produccedilatildeo da Extraccedilatildeo Vegetal e da Silvicultura 43
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare deaccedilaizal nativo para produccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$) 44
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de
accedilaizeiro produccedilatildeo de frutos em terra firme (R$) 45
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em
pesquisas de campo 47
Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009 48
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute 48 Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute 48
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983107983151983150983156983141983290983140983151
1 Introduccedilatildeo 6
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6
12 Objetivos 8
13 Materiais e Meacutetodos 9
2 Visatildeo Geral 11
21 Agronegoacutecio 11
22 O Accedilaiacute 18
23 Logiacutestica 29
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades 34
3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38
31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico 40
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59
5 Bibliografia 61
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6
1 Introduccedilatildeo
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa
A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o
interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes
mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro
produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das
vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et
al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em
produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem
alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos
novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)
Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo
como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou
manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a
agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou
final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo
Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como
instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de
estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o
abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os
produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores
de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto
As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a
oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos
ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como
polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado
do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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5
983107983151983150983156983141983290983140983151
1 Introduccedilatildeo 6
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa 6
12 Objetivos 8
13 Materiais e Meacutetodos 9
2 Visatildeo Geral 11
21 Agronegoacutecio 11
22 O Accedilaiacute 18
23 Logiacutestica 29
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades 34
3 Definiccedilatildeo do Problema e Propost 38
31 Caracterizaccedilatildeo da Cadeia Produtiva do Accedilaiacute 38
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico 40
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute 49
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos Futuros 59
5 Bibliografia 61
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6
1 Introduccedilatildeo
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa
A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o
interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes
mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro
produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das
vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et
al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em
produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem
alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos
novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)
Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo
como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou
manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a
agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou
final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo
Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como
instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de
estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o
abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os
produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores
de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto
As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a
oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos
ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como
polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado
do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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8
concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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9
Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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36
Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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1 Introduccedilatildeo
11 Contextualizaccedilatildeo e Justificativa
A dinacircmica da globalizaccedilatildeo a velocidade de propagaccedilatildeo da informaccedilatildeo o
interesse pela alimentaccedilatildeo saudaacutevel e o consequumlente aumento da demanda produzirammudanccedilas substanciais na atividade econocircmica agroindustrial O Brasil eacute um dos liacutederes
mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos agropecuaacuterios eacute o primeiro
produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja Lidera ainda o ranking das
vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de frango e tabaco (Andriguetto et
al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
Dessa forma as agroinduacutestrias iniciaram o processo de melhoria e ajustes em
produtos processos e nas formas de organizaccedilatildeo para desta maneira encontrarem
alternativas de eficiecircncia produtiva crescimento ou mesmo de sobrevivecircncia frente aos
novos desafios impostos pela competitividade (Silva 2004)
Lauschner (1995) apud Rosa (2003) define agroinduacutestria em sentido amplo
como sendo ldquoa unidade produtiva que transforma o produto agropecuaacuterio natural ou
manufaturado para utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou finalrdquo Em sentido restrito a
agroinduacutestria eacute ldquoa unidade produtiva que transforma para a utilizaccedilatildeo intermediaacuteria ou
final o produto agropecuaacuterio ou seus subprodutos natildeo manufaturadosrdquo
Segundo Pinazza (1999) apud Rosa (2003) ldquoA agroinduacutestria apresenta-se como
instrumento analiacutetico e experimental para a realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos e simulaccedilotildees de
estrateacutegias para as cadeias produtivasrdquo Deve-se levar em conta desde a produccedilatildeo ateacute o
abastecimento final Os agentes fornecedores de insumos e fatores de produccedilatildeo os
produtores os armazenadores os processadores e distribuidores aleacutem dos prestadores
de serviccedilo satildeo objeto de observaccedilatildeo individual e em conjunto
As empresas brasileiras do segmento agroindustrial de frutas aproveitam a
oportunidade para atingirem outras fatias de mercado e consumidores diversos
ajustando-se agraves tendecircncias de consumo mundial dos produtos derivados de frutas como
polpas sucos neacutectares geleacuteias doces etc Um caso eacute a agroinduacutestria do Accedilaiacute no Estado
do Paraacute responsaacutevel pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004)
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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50
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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O accedilaizeiro eacute uma palmeira cujo fruto eacute o accedilaiacute espeacutecie nativa da Amazocircnia
encontrada em terrenos de vaacuterzea no estuaacuterio dos rios Tocantins Paraacute e Amazonas O
accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo baacutesica das
populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda sendo consumido com farinha de
mandioca e peixe entre outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente
extrativista objetivando o consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana
et al 2006)
A partir de meados da deacutecada de 90 o suco de accedilaiacute foi gradativamente
conquistando novas fronteiras de mercado atendendo natildeo apenas ao mercado local
mas tambeacutem as outras regiotildees do paiacutes e ainda o mercado internacional
principalmente os Estados Unidos paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Cone Sul
(Santana Gomes apud Silva et al2006 )
No Brasil a demanda de accedilaiacute vem crescendo entre os consumidores com maior
niacutevel de renda A motivaccedilatildeo do consumo se daacute por razotildees que vatildeo aleacutem da necessidade
alimentar envolvendo questotildees culturais e principalmente por esteacutetica e sauacutede (Silva
apud Silva et al2006)
A produccedilatildeo extrativista entretanto natildeo conseguiu seguir o aumento da
demanda de forma que o crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem
induzido o plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas
industriais para realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram
o accedilaiacute na linha de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et
al 2006)
Embora a exploraccedilatildeo do accedilaiacute apresente grande possibilidade de alavancagem e
desenvolvimento da economia regional a logiacutestica e principalmente o transporte na
regiatildeo produtora eacute bastante deficitaacuteria uma vez que a venda do produto depende em
grande escala das embarcaccedilotildees que fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos dofrete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores Tais fatores encarecem o custo do produto que
recai sobre o consumidor (Limal et al 2008)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2002)
Atualmente a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees praacuteticas de realizaccedilatildeo das
metas definidas pelo setor de marketing como prazos de entrega miacutenimos Sem oplanejamento logiacutestico e de rede de distribuiccedilatildeo tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
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concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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12
se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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22
preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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36
Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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8
concretizar (Bowersox et al 2002) Segundo Ballou (2001) configurar a rede de
distribuiccedilatildeo eacute especificar a estrutura por meio do qual os produtos passaratildeo de seus
pontos de origem ateacute os pontos de demanda determinando quais instalaccedilotildees devem ser
usadas quantas instalaccedilotildees devem existir quais os produtos e clientes designados a
elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas e como as instalaccedilotildees
deveriam ser atendidas
O mercado do accedilaiacute estaacute haacute alguns anos em raacutepido crescimento o que tem
aumentado a demanda o preccedilo dos frutos e tambeacutem atraiacutedo novos investimentos Entre
outros inclui-se investimentos na produccedilatildeo intensiva de frutos em terra firme cuja
viabilidade depende tambeacutem dos custos da logiacutestica de entrega da mateacuteria prima nas
induacutestrias de processamento
Neste cenaacuterio eacute importante que haja um trabalho que organize as informaccedilotildees
disponiacuteveis sobre a cadeia produtiva do accedilaiacute no Paraacute uma vez que eacute um assunto que
ainda natildeo foi exaustivamente tratado na literatura e ainda para incentivar a coleta de
dados mais precisos e o investimento e a expansatildeo no agronegoacutecio da polpa de accedilaiacute
Ainda este trabalho propotildee uma ferramenta dentro do campo da Pesquisa
Operacional baseada em programaccedilatildeo matemaacutetica que possibilite a anaacutelise de
viabilidade da cadeia produtiva que simule a dinacircmica da cadeia com mais atores seja
beneficiadores ou produtores atendendo agrave clientes nacionais eou internacionais de
modo que seja possiacutevel encontrar alternativas de melhoria e sugestatildeo de cenaacuterios para
expansotildees futuras
Segundo Almeida (2010) dentro da aacuterea dos meacutetodos quantitativos as
aplicaccedilotildees de Pesquisa Operacional tecircm se mostrado eficazes em diversas aacutereas de
aplicaccedilotildees e os modelos matemaacuteticos e computacionais propostos quase sempre podem
ser utilizados diretamente como ferramentas de auxiacutelio agrave tomada de decisatildeo
12 Objetivos
Geral
A proposta desse trabalho eacute utilizar ferramentas de anaacutelise do sistema logiacutestico
na anaacutelise da cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute estudando um modelo de
localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees baseado em programaccedilatildeo matemaacutetica que incorpora
decisotildees de fluxo para auxiliar no planejamento estrutural da cadeia de produccedilatildeo do
Accedilaiacute no Paraacute Para chegar nesse resultado tem-se os seguintes objetivos especiacuteficos
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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33
Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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34
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
114-119 2004
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Especiacuteficos
bull Revisatildeo de trabalhos encontrados na literatura sobre a cadeia produtiva
do accedilaiacute no Paraacute
bull Levantamento de dados necessaacuterios para posterior validaccedilatildeo do modelo
1 Custos de produccedilatildeo do fruto localizaccedilatildeo dos spots de produccedilatildeo e sua
capacidade
2 Custos de processamento do fruto localizaccedilatildeo das induacutestrias de
beneficiamento e sua capacidade
3 Custos de transporte do fruto para os beneficiadores e da polpa de
accedilaiacute para o mercado nacional e internacional
4 Principais centros consumidores da polpa de accedilaiacute e sua demanda
bull Desenvolvimento do modelo matemaacutetico de localizaccedilatildeo de facilidades
13 Materiais e Meacutetodos
Este trabalho de conclusatildeo de curso eacute conduzido segundo o meacutetodo de
modelagemSimulaccedilatildeo Eacute um meacutetodo em que os modelos desenvolvidos satildeo
representaccedilotildees de operaccedilotildees que acontecem na realidade Cada modelo pressupotildee
variaacuteveis ligadas por relaccedilotildees de causa e efeito desenvolvidas dentro de um
determinado domiacutenio e que natildeo podem ser alteradas pelo pesquisador Essas variaacuteveis
podem ser fiacutesicas como posiccedilatildeo de inventaacuterio e taxa de utilizaccedilatildeo ou econocircmicas
como contribuiccedilatildeo ao lucro e custos (Betrand e Fransoo 2002) As variaacuteveis definidas
neste trabalho satildeo fiacutesicas
Os estudos de PO no geral seguem etapas caracteriacutesticas Na literatura haacute
variaccedilotildees quanto agrave denominaccedilatildeo e ao nuacutemero de etapas Segundo Hillier e Lieberman
(2006) apud Almeida (2010) haacute uma seacuterie de seis etapas usuais sugeridas para serem
utilizadas por equipes de PO para enfrentar problemas reais
1 Definir o problema de interesse e coletar dados
2 Formular um modelo matemaacutetico para representar o problema
3 Desenvolver um procedimento computacional a fim de derivar soluccedilotildees para
o problema a partir do modelo
4 Testar o modelo e aprimoraacute-lo conforme necessaacuterio
5 Preparar para a aplicaccedilatildeo contiacutenua do modelo conforme prescrito pela
gerecircncia
6 ImplementarNesse projeto de conclusatildeo de curso nos restringiremos agraves fases 1 e 2
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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45
Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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46
d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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50
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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59
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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2 Visatildeo Geral
21 Agronegoacutecio
O termo agronegoacutecio ou agribusiness engloba os fornecedores de bens e
serviccedilos para a agricultura os produtores rurais os processadores os transformadores edistribuidores e todos os envolvidos na geraccedilatildeo e fluxo dos produtos de origem agriacutecola
ateacute o consumidor final Os agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos tais
como o governo os mercados as entidades comerciais financeiras e de serviccedilos
tambeacutem satildeo parte do agronegoacutecio (Costa 2002)
A Associaccedilatildeo Brasileira de Agribusiness (ABAG apud Costa 2002) descreve as
funccedilotildees do agronegoacutecio em sete niacuteveis
a) suprimentos agrave produccedilatildeob) produccedilatildeo
c) transformaccedilatildeo
d) acondicionamento
e) armazenamento
f) distribuiccedilatildeo e
g) consumo
Por sua vez o termo lsquoagroinduacutestriarsquo natildeo deve ser confundido com agronegoacutecio
uma vez que o primeiro eacute uma parte do segundo De acordo com a ABAG apud Costa
2002 agroinduacutestria se aplicaria do niacutevel lsquosuprimentos agrave produccedilatildeorsquo ateacute
lsquoacondicionamento
Para Ramalho 1988 apud Silva 2004 a agroinduacutestria eacute caracterizada como
sendo o primeiro processamento da mateacuteria prima originada do setor agropecuaacuterio
tendo por mercado a exportaccedilatildeo e outras induacutestrias
Jaacute para Santana 2003 apud Silva 2004 agroinduacutestria eacute a empresa ou
organizaccedilatildeo que realiza o processamento industrial dos produtos agriacutecolas pecuaacuterios
florestais e extrativos oriundos do meio rural e de seus subprodutos e que planeja a
cadeia produtiva para frente identificando mercados canais de distribuiccedilatildeo logiacutestica de
transporte e clientes para os produtos do setor rural
Segundo Batalha apud Costa 2002 a literatura que trata do tema agroindustrial
no Brasil tem feito confusatildeo entre as expressotildees lsquoSistema Agroindustrialrsquo lsquoComplexo
Agroindustrialrsquo lsquoCadeia de Produccedilatildeo Agroindustrialrsquo e lsquoAgronegoacuteciorsquo Tais expressotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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50
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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se aplicam a diferentes objetivos cada uma delas reflete um niacutevel de anaacutelise do Sistema
Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI) eacute o conjunto de atividades que concorrem para a
produccedilatildeo de produtos agroindustriais desde a produccedilatildeo dos insumos (sementes adubos
maacutequinas agriacutecolas etc) ateacute a chegada do produto final (queijo polpas de frutas massas
etc) na mesa do consumidor Natildeo estaacute associado a qualquer mateacuteria-prima agropecuaacuteria
ou produto final especiacutefico (Batalha apud Rosa 2003) O SAI eacute composto por seis
conjuntos de atores agricultura pecuaacuteria e pesca induacutestrias agroalimentares
distribuiccedilatildeo agriacutecola e alimentar comeacutercio internacional consumidor induacutestrias e
serviccedilos de apoio (Costa 2002)
Complexo agroindustrial (CAI) tem como ponto de partida determinada mateacuteria-
prima A arquitetura de um complexo agroindustrial eacute tida pela ldquoexplosatildeordquo da mateacuteria-
prima principal que o originou segundo os diferentes processos industriais e comerciais
que ela pode sofrer ateacute se transformar em diferentes produtos finais A formaccedilatildeo de um
CAI exige a participaccedilatildeo de um conjunto de cadeias de produccedilatildeo cada uma delas
associada a um produto ou famiacutelia de produtos (Batalha apud Costa 2002)
Jaacute a cadeia de produccedilatildeo agroindustrial (CPA) eacute definida a partir da identificaccedilatildeo
de determinado produto final Apoacutes esta identificaccedilatildeo conveacutem ir encadeando de
jusante a montante as vaacuterias operaccedilotildees teacutecnicas comerciais e logiacutesticas necessaacuterias a
sua produccedilatildeo (Rosa 2003)
De acordo com Alves (1997) apud Costa (2002) a CPA pode ser segmentada
em trecircs macro-segmentos
a) Comercializaccedilatildeo representando as empresas que estatildeo em contato com o
cliente final da cadeia de produccedilatildeo e que viabilizam o consumo e o comeacutercio dos
produtos finais (supermercados mercearias restaurantes cantinas etc) Podem
ser incluiacutedas tambeacutem neste macro-segmento as empresas responsaacuteveis somentepela logiacutestica de distribuiccedilatildeo
b) Industrializaccedilatildeo representando as firmas responsaacuteveis pela transformaccedilatildeo das
mateacuterias-primas em produtos finais destinados ao consumidor O consumidor
pode ser uma unidade familiar ou uma agroinduacutestria
c) Produccedilatildeo de mateacuterias-primas reunindo as firmas que fornecem as mateacuterias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produccedilatildeo do
produto final (agricultura pecuaacuteria pesca etc)
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Batalha apud Costa 2002 afirma que o termo agronegoacutecio deve vir
acompanhado de um delimitador O enfoque pode partir do mais global (agronegoacutecio
brasileiro) ao mais especiacutefico (agronegoacutecio da soja ou do suco de laranja)
211 Agronegoacutecio no Brasil
O Brasil eacute um dos liacutederes mundiais na produccedilatildeo e exportaccedilatildeo de vaacuterios produtos
agropecuaacuterios eacute o primeiro produtor e exportador de cafeacute accediluacutecar e suco de laranja
Lidera ainda o ranking das vendas externas de aacutelcool soja carne bovina carne de
frango e tabaco (Andriguetto et al 2008)
As projeccedilotildees indicam que o Brasil tambeacutem seraacute em pouco tempo o principal
poacutelo mundial de produccedilatildeo de algodatildeo e biocombustiacuteveis feitos a partir de cana-de-
accediluacutecar e oacuteleos vegetais Outros destaques satildeo milho arroz frutas frescas cacau
castanhas nozes aleacutem de suiacutenos e pescados (Andriguetto et al 2008)
O agronegoacutecio brasileiro emprega atualmente 177 milhotildees de trabalhadores
somente no campo e eacute hoje a principal locomotiva da economia brasileira respondendo
por 235 do Produto Interno Bruto (PIB) 36 das exportaccedilotildees totais e 37 dos
empregos brasileiros Nos uacuteltimos anos poucos paiacuteses tiveram crescimento tatildeo
expressivo no comeacutercio internacional do agronegoacutecio quanto o Brasil (Andriguetto et
al 2008)
Ao mesmo tempo em que se expande o agronegoacutecio brasileiro sofre um
processo crescente de integraccedilatildeo ao mercado com mudanccedilas em suas estrateacutegias de
produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo Segundo Alves apud Costa 2002 isso acontece devido ao fato
de que haacute um aumento na preocupaccedilatildeo com a qualidade dos alimentos Aleacutem disso os
produtores tecircm procurado ampliar a sua linha de produtos com maior valor agregado e
adequar suas formas organizacionais agraves necessidades do mercado que estaacute aquecido
devido agrave presenccedila de novos haacutebitos de consumo alimentar (Costa 2002)Todos os fatores acima descritos vecircm forccedilando os produtores agriacutecolas a
tentarem reduzir custos de produccedilatildeo e de distribuiccedilatildeo Dessa forma a competitividade
no setor agroindustrial depende cada vez mais da sua inserccedilatildeo na cadeia de suprimento
a reduccedilatildeo de custos unitaacuterios e o aumento da produtividade global do setor demandam
maior ecircnfase em tecnologias de poacutes-colheita e de processamento em fatores que afetam
os tempos e custos de transporte e armazenamento e ainda em serviccedilos de apoio que
agilizem a movimentaccedilatildeo fiacutesica dos produtos e o acesso a informaccedilotildees relacionadas aosnegoacutecios (Costa 2002)
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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50
Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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O Brasil eacute um dos trecircs maiores produtores de frutas do mundo ficando somente
atraacutes da China e Iacutendia representando cerca de 5 da produccedilatildeo mundial Sua produccedilatildeo
superou 40 milhotildees de toneladas em 2008 (Agecircncia Sebrae 2009) A proacutexima seccedilatildeo
discutiraacute brevemente a agroinduacutestria de frutas no paiacutes
212 Agroinduacutestria de frutas no Brasil
Embora seja um dos maiores exportadores de frutas do mundo a carecircncia em
marketing do setor frutiacutecola dificulta a expansatildeo comercial da fruta brasileira uma vez
que existe baixo conhecimento da maioria das frutas tropicais no mercado internacional
Apesar disso nos uacuteltimos 14 anos o Brasil aumentou em mais de 11 vezes as
exportaccedilotildees de frutas frescas passando de US$ 54 milhotildees no iniacutecio da deacutecada de 1990
para mais de US$ 642 milhotildees no ano de 2007 (919 mil toneladas) Somando-se as
frutas secas e castanhas de caju foram exportadas um milhatildeo de toneladas equivalente
a US$ 9677 milhotildees (Andriguetto et al 2008)
Jaacute o processamento de sucos de fruta estaacute em franca expansatildeo ocupando papel
de relevacircncia no agronegoacutecio mundial com destaque para os paiacuteses em
desenvolvimento que satildeo responsaacuteveis pela metade das exportaccedilotildees mundiais A
demanda atual eacute crescente para sucos e polpas de frutas tropicais principalmente de
abacaxi maracujaacute manga e banana que satildeo responsaacuteveis pela maioria das exportaccedilotildees
(Andriguetto et al 2008)
Poreacutem desde meados da deacutecada de 90 a polpa de accedilaiacute ganhou espaccedilo na miacutedia
nacional e internacional aumentando a demanda do produto como estaacute exposto na
Tabela 1 A conversatildeo do fruto em polpa eacute em meacutedia de 223 kg de frutos para 10 kg
de polpa
Tabela 1 Balanccedilo entre oferta de frutos e demanda de polpa de accedilaiacute do Estado do Paraacute no periacuteodode 2001 a 2005 Fonte (Santana et al 2006)
Demanda de polpa e vinho de accedilaiacute
Ano
Ofertade frutode accedilaiacute
(t)
Oferta depolpa
aproximada
Mercado do
Paraacute (t)
Mercadonacional
(t)
MercadoInternacional
(t)
DemandaTotal(t)
2001 118302 53050224 117843 8527 395 126765
2002 364879 163622870 130559 11231 1060 142850
2003 392130 175843049 163615 22597 2119 188331
2004 454071 203619283 177102 29636 3622 210360
2005 505094 226499552 204730 47098 5138 256966
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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18
do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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45
Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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A expansatildeo gradativa do mercado de frutas processadas tem se caracterizando
por uma seacuterie de fatores dentre os quais a preocupaccedilatildeo de consumidores com a sauacutede o
que resulta em aumento da procura e consumo de produtos naturais com pouco ou
nenhum aditivo quiacutemico A quantidade exportada de sucos de frutas em 2007 foi de
237 milhotildees de doacutelares relativos a 216 milhotildees de toneladas sendo 5126 maior que
em 2006 e 100 maior que em 2005(Andriguetto et al 2008)
Segundo Barros apud Silva 2004 as polpas de frutas mostram-se como uma
oportunidade para o Brasil pois existe o potencial de se transformar no novo produto
que ampliaraacute a participaccedilatildeo brasileira no setor externo No Brasil um caso em grande
expansatildeo que merece atenccedilatildeo eacute a agroinduacutestria do accedilaiacute no Estado do Paraacute responsaacutevel
pela produccedilatildeo de 95 do fruto (Silva 2004) A Tabela 2 no proacuteximo toacutepico mostra o
crescimento da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
Na proacutexima seccedilatildeo apresentamos uma descriccedilatildeo sucinta da agroinduacutestria de
frutas tropicais no Paraacute
213 Agroinduacutestria de frutas no Paraacute
A regiatildeo Norte reuacutene condiccedilotildees favoraacuteveis para o desenvolvimento das
agroinduacutestrias de frutas pois apresenta grande variedade de fruteiras extrativas proacuteprias
da regiatildeo e solo e clima que permitem a exploraccedilatildeo de fruteiras tiacutepicas de aacutereas tropicais
(Silva 2006)
O Paraacute aparece como um dos maiores produtores brasileiros de frutas da uacuteltima
deacutecada destacando-se pelas produccedilotildees de abacaxi banana coco e laranja e em menor
escala de maracujaacute mamatildeo limatildeo e acerola aleacutem das frutas regionais (exoacuteticas) como
o accedilaiacute bacuri cupuaccedilu taperebaacute e muruci que a cada ano ganham mais mercado o que
favorece os empreendimentos do setor frutiacutecola(Silva 2004)
O Estado do Paraacute eacute hoje responsaacutevel por 95 da produccedilatildeo de accedilaiacute no Brasil edevido a sua importacircncia cultural o accedilaiacute transformou-se atraveacutes de lei na bebida e fruta
siacutembolo do estado do Paraacute e agora passou a ser priorizado como produto econocircmico
capaz de gerar renda para a populaccedilatildeo local e divisas para o paiacutes (Andrade et al 2008)
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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22
preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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36
Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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46
d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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47
Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
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SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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Tabela 2 Evoluccedilatildeo da aacuterea colhida produccedilatildeo rendimento e preccedilo do accedilaiacute no Estado do Paraacute 1996 a2009
Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute
ANOAacuteREA
PLANTADA
(haacute)
AacuteREACOLHIDA
(haacute)
QUANTIDADECULTIVADA ( t )
QUANTIDADEEXTRATIVA ( t )
QUANTIDADETOTAL
PRODUZIDA ( t )
RENDIMENTO(thaacute)
PRECcedilO(R$t)
1996 1054 10366 103698 114064 9835 469791997 933 7913 92021 99934 8481 350841998 852 7278 110557 117835 8542 412271999 690 4662 107663 112325 6757 472862000 727 5207 112676 117883 7162 499352001 627 4558 113744 118302 7270 558992002 16115 242557 122322 364879 15052 642082003 3097 18479 257282 134848 392130 13923 686982004 8593 26671 363428 90643 454071 13626 699962005 6297 34203 415921 89173 505094 12160
2006 8041 49455 472040 88551 560591 95452007 5249 51545 497591 93788 591379 96542008 59202 59202 581290 100202 681492 98192009 61814 61814 604805 104354 709159 9784
A induacutestria de suco e polpa de frutas regionais para exportaccedilatildeo teve como
pioneira a Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-Accedilu (CAMTA) fundada no ano de
1949 Em 1988 foi concluiacuteda a faacutebrica de sucos da Associaccedilatildeo de Fomento Agriacutecola de
Tomeacute-Accedilu (ASFATA) fundada em 1981 que passou para a administraccedilatildeo da CAMTA
em 1991 A agroinduacutestria de sucos e concentrados de frutas regionais foi uma das que
mais cresceu nos uacuteltimos dez anos (Homma 2003)
O Estado do Paraacute possui hoje cerca das 140 empresas produtoras de polpa de
frutas distribuiacutedas em todo o estado poreacutem as regiotildees Metropolitana de Beleacutem e
Nordeste Paraense concentram cerca de 82 do total das unidades (Brasil apud Silva
2004) Entretanto a mesorregiatildeo do Marajoacute eacute a que concentra a maior produccedilatildeo de
fruto detendo cerca de 80 da produccedilatildeo Para melhor visualizaccedilatildeo veja a Figura 1
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Figura 1Mesorregiotildees do Estado do Paraacute Fonte Silva 2004
No primeiro semestre de 2004 a produccedilatildeo exportada do mix de polpa de frutas
atingiu o valor de US$ 504 milhotildees com uma evoluccedilatildeo de 2447 em relaccedilatildeo ao
mesmo periacuteodo de 2003 Desse total apenas 75 da produccedilatildeo de polpa de frutas
regional foi exportado para os Estados Unidos e alguns paiacuteses da Uniatildeo Europeacuteia e
Aacutesia o maior percentual de exportaccedilatildeo (755) ficou com o mercado nacional e o
restante (17) foi absorvido pelo mercado local (Santana apud Silva2004)A agroinduacutestria de frutas destaca-se como uma atividade estrateacutegica para o
desenvolvimento de regiotildees produtoras na aacuterea de fruticultura uma vez que tem elevada
capacidade de gerar emprego e renda e criar uma demanda estaacutevel para a produccedilatildeo de
frutas jaacute que apresenta um grande potencial de agregaccedilatildeo de valor aos produtos
primaacuterios a partir do processamento e elaboraccedilatildeo de sucos polpas e doces aleacutem de
promover a induccedilatildeo e difusatildeo de tecnologia no meio rural (Silva 2006)
Por sua vez o accedilaiacute lidera o mercado da fruticultura nacional a exportaccedilatildeo chegaa 500 mil toneladasano O crescimento do interesse nacional e internacional pelo suco
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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33
Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
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Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
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do fruto entretanto fez com que o preccedilo do produto aumentasse para o consumidor
(SAGRI 2010)
22 O Accedilaiacute
221 O accedilaizeiro
O accedilaizeiro ( Euterpe oleracea Mart) planta pertencente agrave ordem dos Arecales
ao gecircnero Euterpe da famiacutelia Palmae eacute uma palmeira nativa da Amazocircnia abundante
nas aacutereas de vaacuterzeas da regiatildeo Para os nativos essa palmeira representa uma importante
fonte natural de recursos Poullet apud Padilha et al afirma que o accedilaiacute eacute um dos
produtos mais importantes da vida alimentar e cultural da populaccedilatildeo regional Rogez
apud Padilha et al(2000) por sua vez considera o accedilaizeiro a palmeira mais produtiva
do ecossistema que abriga a populaccedilatildeo do delta do Amazonas
Os accedilaizais nativos nas aacutereas de vaacuterzeas satildeo encontrados no estuaacuterio dos rios
Tocantins Paraacute e Amazonas Nas vaacuterzeas o manejo dos accedilaizais nativos tem
promovido a derrubada verde sem queima para construccedilatildeo de canais para facilitar a
drenagem da aacutegua inundada com grande movimentaccedilatildeo de canoas e barcos para o
transporte de frutos com seacuterias consequumlecircncias para flora e fauna (Homma et al 2006)
O manejo consiste em aumentar a populaccedilatildeo de accedilaizeiros que ocorrem
naturalmente na floresta de vaacuterzea Com essa teacutecninca a produtividade do accedilaizeiro
dobra de 42 tha para 84 tha de frutos Baseia-se na eliminaccedilatildeo das plantas de espeacutecies
arbustivas e arboacutereas de baixo valor comercial cujos espaccedilos livres satildeo ocupados por
plantas de accedilaizeiros oriundas de sementes que germinam espontaneamente de mudas
preparadas ou transplantadas das proximidades e por outras espeacutecies produzidas
especialmente para esse fim (Embrapa)
A vantagem da teacutecnica de manejo eacute que natildeo exige investimento em infra-
estrutura consistindo na realizaccedilatildeo das seguintes praacuteticas limpeza da aacuterea (roccedilagem davegetaccedilatildeo de menor porte e eliminaccedilatildeo de parte das aacutervores maiores) desbastes dos
perfilhosestipes das touceiras de baixo vigor vegetativo preparoaquisiccedilatildeo e plantio de
mudas de accedilaizeiros frutiacuteferas e florestais manutenccedilatildeo do accedilaizal (Embrapa)
A importacircncia socioeconocircmica do accedilaizeiro decorre do seu enorme potencial de
aproveitamento integral de mateacuteria-prima O principal aproveitamento eacute a extraccedilatildeo do
accedilaiacute mas as sementes (caroccedilos) do accedilaizeiro satildeo aproveitadas no artesanato e como
adubo orgacircnico A planta fornece ainda um oacutetimo palmito e as suas folhas satildeo utilizadaspara cobertura de casas dos habitantes do interior da regiatildeo (Homma 2006) De acordo
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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com Padilha et al existe ainda um outro uso uma vez que a a produccedilatildeo de polpa varia
em torno de apenas 5 a 15 do volume do fruto haacute uma grande quantidade de resiacuteduos
gerados no processamento que pode ser empregado para geraccedilatildeo de energia teacutermica e
eleacutetrica
Poreacutem para a populaccedilatildeo ribeirinha a possibilidade mais lucrativa proporcionada
pelo accedilaizeiro eacute a produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de seu fruto in natura A produccedilatildeo de
frutos para o mercado local eacute uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade
econocircmica (Homma 2006)
222 O fruto
O accedilaiacute ateacute o final do seacuteculo XX era considerado um produto da alimentaccedilatildeo
baacutesica das populaccedilotildees ribeirinhas e das camadas de baixa renda dos centros urbanos da
economia Amazocircnica onde eacute consumido com farinha de mandioca e peixe entre
outros A produccedilatildeo do accedilaiacute era ateacute entatildeo predominantemente extrativista objetivando o
consumo domeacutestico com pouca venda de excedente (Santana et al 2006)
No entanto desde meados da deacutecada de 90 as academias de ginaacutestica
descobriram o fruto e seu alto valor energeacutetico o que fez com que o accedilaiacute ganhasse
espaccedilo na miacutedia nacional e internacional A demanda do produto aumentou entatildeo
intensamente uma vez que as camadas de maior poder aquisitivo tambeacutem passaram a
consumiacute-lo (Santana et al 2006)
Este aumento pode ser atribuiacutedo agraves propriedades nutricionais e valor caloacuterico do
accedilaiacute uma vez que eacute um alimento rico em proteiacutenas fibras lipiacutedios vitamina E e
minerais como manganecircs cobre boro e cromo Aleacutem disso o accedilaiacute possui um elevado
teor de pigmentos antocianinas que satildeo beneacuteficos agrave sauacutede pois favorecem a circulaccedilatildeo
sanguumliacutenea e protegem o organismo contra a arteriosclerose (Alexandre et al2004)
A demanda pelo accedilaiacute estaacute em alta o produto tem boas possibilidades demercado principalmente no Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia Goiaacutes e na Regiatildeo
Nordeste No Rio de Janeiro o accedilaiacute eacute oferecido nas praias e se tornou muito popular
entre os adeptos da cultura da sauacutede e entre os frequumlentadores de academias Eacute
tambeacutem vendido diretamente ao consumidor e comeccedila a ganhar popularidade entre os
nativos e turistas Eacute estimado que no Rio de Janeiro sejam consumidas 500
toneladasmecircs em Satildeo Paulo 150 toneladasmecircs e outros Estados somam 200
toneladasmecircs Nesses locais em alguns pontos de venda o que se consome eacute o accedilaiacute
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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22
preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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39
PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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fino que misturado com outros produtos perde o gosto o odor e ateacute o valor caloacuterico da
fruta (Homma 2006)
Em 2000 iniciou-se a exportaccedilatildeo de polpa congelada de accedilaiacute para os Estados
Unidos e para a Itaacutelia Esse mercado externo cresceu 20 ao ano de 2003 a 2006 com a
comercializaccedilatildeo do accedilaiacute concentrado em latas e com a popularizaccedilatildeo da mistura com
diversas outras frutas feitas em academias de ginaacutestica (Homma 2006)
A partir de 2002 observou-se o aumento da aacuterea colhida com accedilaiacute que se
manifesta num salto de 16115 ha (2002) para 26671 ha (2004) ou seja uma taxa de
crescimento de 6550 num periacuteodo de trecircs anos (Santana et al 2006)
Essa significativa taxa meacutedia de crescimento da aacuterea colhida do accedilaiacute pode
significar uma resposta dos produtores ao crescimento da demanda pelo fruto do accedilaiacute
nos uacuteltimos anos De fato o crescimento da demanda regional nacional e mesmo
internacional do accedilaiacute pode estar induzindo os produtores rurais a aumentarem aacuterea
plantada do accedilaiacute A expansatildeo da aacuterea colhida indica o grande interesse dos produtores
rurais quanto agrave necessidade da formaccedilatildeo de uma base produtiva de cultivo do accedilaiacute como
condiccedilatildeo baacutesica para a atraccedilatildeo de agroinduacutestrias de processamento (Santana et al
2006)
Assim crecirc-se que estaacute em curso uma mudanccedila do padratildeo agriacutecola da fruticultura
do Paraacute de uma base produtiva extrativa para uma base produtiva de cultivo Poreacutem
uma mudanccedila desse tipo requer uma seacuterie de adaptaccedilotildees de natureza agronocircmica
sobretudo quanto ao controle de pragas e doenccedilas que podem se manifestar nos cultivos
de grande escala(Santana et al 2006)
O crescimento do mercado de polpa do fruto de accedilaiacute tem induzido tambeacutem o
plantio em terra firme (Homma et al 2006) e a implantaccedilatildeo de plantas industriais para
realizar o processamento ou as agroinduacutestrias existentes introduziram o accedilaiacute na linha
de produccedilatildeo visando atender aos mercados externo e interno (Santana et al 2006)O plantio de accedilaizeiro em terra firme apresenta excelente alternativa para a
recuperaccedilatildeo de aacutereas desmatadas como tambeacutem para reduzir a pressatildeo sobre o
ecossistema de vaacuterzea que eacute mais fraacutegil Aleacutem disso o plantio em terra firme apresenta
a vantagem de facilitar o transporte rodoviaacuterio e o beneficiamento sem depender do
transporte fluvial mais lento (Santana et al 2006)
O processamento ou seja as atividades de lavagem pasteurizaccedilatildeo
congelamento e desidrataccedilatildeo em escala industrial tem como vantagens melhorar a
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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33
Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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34
24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
114-119 2004
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higiene e a qualidade do produto reduzindo ao maacuteximo os riscos de contaminaccedilatildeo
microbioloacutegica (Homma et al 2006)
O processo de obtenccedilatildeo da polpa de accedilaiacute consiste em imergir o fruto em aacutegua
morna por tempo determinado a fim de amolecer o mesocarpo antes do despolpamento
Apoacutes o amolecimento o despolpamento eacute realizado com o auxiacutelio de maacutequinas
mecacircnicas eleacutetricas ou manualmente com ou sem adiccedilatildeo de aacutegua Em seguida o
produto obtido passa por uma peneira de forma a obter a polpa para consumo
(Alexandre et al2004)
Os produtos obtidos do fruto do accedilaiacute satildeo classificados de acordo com a adiccedilatildeo
ou natildeo de aacutegua e seus quantitativos ou seja a porcentagem de soacutelidos totais Assim os
produtos incluem
bull polpa de accedilaiacute polpa extraiacuteda sem adiccedilatildeo de aacutegua e sem filtraccedilatildeo
bull accedilaiacute grosso ou especial polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais acima de 14
bull accedilaiacute meacutedio ou regular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
com soacutelidos totais entre 11 e 14
bull accedilaiacute fino ou popular polpa extraiacuteda com adiccedilatildeo de aacutegua e filtraccedilatildeo
apresentando soacutelidos totais entre 8 e 11 (Alexandre et al2004)
O accedilaiacute eacute altamente pereciacutevel o seu tempo maacuteximo de conservaccedilatildeo mesmo sob
refrigeraccedilatildeo eacute de 12 horas O fator responsaacutevel por esta alta perecibilidade eacute a elevada
carga microbiana juntamente com a degradaccedilatildeo enzimaacutetica responsaacuteveis pelas
alteraccedilotildees de cor e aparecimento do sabor azedo Atualmente a conservaccedilatildeo da polpa
de accedilaiacute eacute feita pelo processo de congelamento (Alexandre et al2004)
223 Agroinduacutestrias
Tendo como marco referencial a entrada em funcionamento da faacutebrica de
beneficiamento de polpa de frutas da CAMTA em 1991 a agroinduacutestria de frutas do
Estado do Paraacute teve um grande crescimento a partir da deacutecada de 90 As primeiras frutas
que tiveram seu processo de beneficiamento foram o maracujaacute cupuaccedilu e acerola
Posteriormente foram incluiacutedas a laranja accedilaiacute graviola carambola goiaba cajaacute
manga bacuri muruci e abacaxi (Homma 2002)
A Cooperativa Agriacutecola Mista de Tomeacute-accediluacute ndash CAMTA destacava-se como uma
das principais compradoras dos consoacutercios produtores de accedilaiacute da regiatildeo negociando
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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preccedilos diferentes entre os municiacutepios Estas negociaccedilotildees acirravam a concorrecircncia entre
os produtores e consequumlentemente deixava os preccedilos abaixo do mercado Esta praacutetica
prejudicava igualmente a todos os produtores (Homma 2002)
Nesse contexto a FASEAmazocircnia exerceu papel fundamental suscitando as
discussotildees sobre a criaccedilatildeo de um consoacutercio de produtores que pudessem negociar como
as empresas processadoras do fruto produccedilatildeo em escala ampliada a preccedilos melhores e
mais estaacuteveis (Soares e Costa 2005) A FASE eacute uma organizaccedilatildeo natildeo governamental
sem fins lucrativos que atua em seis estados brasileiros e tem sua sede nacional no Rio
de Janeiro Desde suas origens esteve comprometida com o trabalho de organizaccedilatildeo e
desenvolvimento local comunitaacuterio e associativo (FASE 2010)
Em 2000 o consoacutercio foi estruturado entre os municiacutepios de Abaetetuba
Barcarena Igarapeacute-Miri e Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Em Abaetetuba a principal organizaccedilatildeo eacute a Cooperativa de Fruticultores de
Abaetetuba ndash COFRUTA Em Barcarena como a Associaccedilatildeo dos Batedores de Accedilaiacute de
Barcarena ndash COOPBAB e entidades parceiras com o STR ndash Barcarena Cooperativa da
Colocircnia de Pesca Z-13 e Associaccedilatildeo de Trabalhadores Rurais do Arapajoacute Em Cametaacute
com a Cooperativa de Resistecircncia de Cametaacute ndash CART e entidades parceiras como STR
ndash Cametaacute Colocircnia de Pescadores Z-16 e Associaccedilatildeo de Preservaccedilatildeo do Meio Ambiente
e Igarapeacute-Miri com a Associaccedilatildeo Mutiratildeo dos Trabalhadores Rurais de Igarapeacute-Miri
como as entidades parceiras como a Associaccedilatildeo de Mulheres de Igarapeacute-Miri
Associaccedilatildeo Boa esperanccedila STR ndash Igarapeacute-Miri e AMPRISA Em 2003 o nuacutemero total
de famiacutelias envolvidas no consoacutercio chegou a 919 (Soares e Costa 2005)
Apoacutes a delimitaccedilatildeo das organizaccedilotildees e parcerias para fornecimento do fruto
estas organizaccedilotildees passaram a negociar sua produccedilatildeo em conjunto atraveacutes do consoacutercio
e com preccedilos igualmente vantajosos para todas as entidades O volume comercializado
aumentou significativamente principalmente em funccedilatildeo da popularizaccedilatildeo do frutoaumentando tambeacutem o nuacutemero de empresas processadoras na regiatildeo Atualmente
comercializam com o consoacutercio a Sambazon Fly CAMTA Amazon Fruit Accedilaiacute Brasil
e Amazon Drink(Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON destaca-se uma vez que tem exportado o fruto para o mercado
americano e estabelecendo contratos baseado no chamado mercado ldquojustordquo Com a
ampliaccedilatildeo da exportaccedilatildeo e as exigecircncias do mercado americano houve a necessidade de
reconhecimento do accedilaiacute enquanto produto agroecoloacutegico de origem orgacircnica jaacute que suaproduccedilatildeo natildeo utiliza insumos quiacutemicos Em 2003 a agecircncia de certificaccedilatildeo Guaranteed
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Organic Certification Agency ndash GOCA entregou a certificaccedilatildeo as cooperativas e
associaccedilotildees (Soares e Costa 2005)
A SAMBAZON estabeleceu contrato com as organizaccedilotildees para que o primeiro
certificado fosse pago por ela e posteriormente a renovaccedilatildeo ficaria sob
responsabilidade das proacuteprias organizaccedilotildees Segundo Sobrinho 2005 apud Soares e
Costa 2005 no periacuteodo de agosto de 2004 a janeiro de 2005 o preccedilo meacutedio por
tonelada pago aos produtores no comeacutercio justo superou em 25 os preccedilos correntes
praticados pelos atravessadores na regiatildeo (Soares e Costa 2005)
O percurso do accedilaiacute da propriedade ateacute a pedra do municiacutepio eacute feito de barco e eacute
de responsabilidade da cooperativa tais gastos satildeo incluiacutedos integralmente no custo do
produto Poreacutem os gastos com transporte da pedra do municiacutepio ateacute a empresa
processadora satildeo assumidos pela empresa processadora (Soares e Costa 2005)
Os gastos com transporte satildeo proporcionais ao tempo de viagem do setor ateacute a
pedra do municiacutepio As menores distacircncias encontradas entre os setores e a ldquopedrardquo
encontram-se em Barcarena e as maiores distacircncias em Cametaacute (Soares e Costa 2005)
Dessa forma os preccedilos praticados em Barcarena satildeo altos por sua proximidade
com Beleacutem que tem mercado consumidor praticamente garantido E em Cametaacute os
preccedilos praticados satildeo geralmente abaixo da meacutedia dos outros municiacutepios pela maior
distancia (Soares e Costa 2005)
Estima-se que 70 a 80 da polpa de accedilaiacute vendidas no Paiacutes satildeo produzidas no
Paraacute e os maiores compradores satildeo Rio de Janeiro Satildeo Paulo Brasiacutelia e alguns Estados
do Nordeste
Sabe-se que as induacutestrias processadoras se concentram nas mesorregiotildees
Nordeste Paraense e Metropolitana de Beleacutem Somente em Beleacutem existem 3 mil pontos
de venda de accedilaiacute (Homma 2002) A Figura 2 e a Figura 3 representam as regiotildees do
Nordeste paraense e Metropolitana de Beleacutem respectivamente
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Figura 2 Microrregiotildees do Nordeste paraense Fonte Silva 2004
Figura 3 Mesorregiatildeo metropolitana de Beleacutem Fonte Silva 2004
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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36
Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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47
Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location
Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009
MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
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PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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A razatildeo para que as duas mesorregiotildees sejam detentoras de maior percentual de
induacutestrias eacute no caso das empresas que fazem mais de um tipo de produto a
proximidade do principal mercado consumidor Beleacutem do Paraacute que vem se habituando
a consumir algumas polpas de frutas amazocircnicas e outras frutas regionais e tropicais na
forma congelada adquiridas nas redes de supermercados sobretudo na entressafra No
caso das empresas uniproduto satildeo as vias de acesso facilitada atraveacutes da BR316 que
interliga as duas mesorregiotildees paraenses com o resto do Paiacutes e assim escoam a
produccedilatildeo da polpa congelada especialmente do accedilaiacute (Silva 2004)
A polpa congelada e mais recentemente a exportaccedilatildeo sob a forma desidratada
ou seja o poacute e sucos pasteurizados apresentam tendecircncias de crescimento e vem
influenciando os produtores do Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins mais precisamente
dos municiacutepios de Cametaacute Igarapeacute-Miri Abaetetuba e Barcarena que neste processo
representam os fornecedores da mateacuteria-prima para as empresas beneficiadoras do
produto que alcanccedilaram o mercado internacional consumidor( Andrade et al2008)
A regiatildeo eacute grande produtora e consumidora de accedilaiacute A cidade de Igarapeacute-Miri
conquistou o tiacutetulo de ldquoCapital Mundial do Accedilaiacuterdquo Ainda a produccedilatildeo desta regiatildeo eacute
reconhecida por ser de alta qualidade seja no rendimento na produccedilatildeo e no sabor da
fruta Os principais produtos ou grupo de produtos gerados pela atividade da fruticultura
no Territoacuterio Rural do Baixo Tocantins no estado do Paraacute satildeo polpas de frutas como
cupuaccedilu maracujaacute taperebaacute abacaxi e accedilaiacute in natura sendo este uacuteltimo o de maior
importacircncia econocircmica e de maior quantidade de produccedilatildeo (Andrade et al 2008)
A produccedilatildeo dos principais municiacutepios em 2008 pode ser vista na Tabela 3
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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36
Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Tabela 3 Produccedilatildeo de accedilaiacute no Paraacute em 2008 Fonte IBGE-GCEA- Levantamento Sistemaacutetico daProduccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
MUNICIacutePIOSPRODUCcedilAtildeO (t)
2008 2008
TOTAL GERAL581290
IGARAPEacute-MIRI 153000 TAILAcircNDIA 1253
ABAETETUBA 131250 ITUPIRANGA 1200
CAMETAacute 40544 NOVA ESP DO PIRIAacute 1200
ACARAacute 39600 BAIAtildeO 1000
LIMOEIRO DO AJURU 35040 NOVO REPARTIMENTO 1000
BUJARU 30955 PORTO DE MOZ 1000
TOMEacute ACcedilU 24000 ALMEIRIM 720
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 21384 CASTANHAL 634
PONTA DE PEDRAS 14991 VIGIA 500
OEIRAS DO PARAacute 14000 SANTA MARIA DO PARAacute 480
MOJU 12185 BAGRE 420
BARCARENA 12000 ANAPU 390
TUCURUIacute 11500 IGARAPEacute-ACcedilU 300
SANTA ISABEL DO PARAacute 6200 MARACANAtilde 275
PORTEL 4800 ALTAMIRA 240
CURRALINHO 3000 CAPITAtildeO POCcedilO 187
GURUPAacute 2812 PACAJAacute 180
SANTO ANTOcircNIO DO TAUAacute 2500 PRAINHA 156IRITUIA 2340 S FRANCISCO DO PARA 120
BREU BRANCO 1800 NOVO PROGRESSO 100
CACHOEIRA DO ARARI 1540 VISEU 60
BREVES 1500 MEDICILAcircNDIA 50
S SEBASTIAtildeO DA BVISTA 1500 FARO 28
MUANAacute 1332 AUGUSTO CORREA 24
O arranjo produtivo de polpa de frutas paraense eacute heterogecircneo em tamanho com
predominacircncia de microempresas em tecnologia de modo que apenas oito empresaspossuem tecnologia de pasteurizaccedilatildeo na diversificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo de produto a
maioria das empresas processa apenas accedilaiacute e ainda no grau de inserccedilatildeo nos mercados
local nacional e internacional (Santana et al 2006)
O principal produto industrial eacute a polpa de accedilaiacute pasteurizada eou congelada Em
menor escala existem os blends que eacute o accedilaiacute misturado com guaranaacute banana morango
e etc accedilaiacute em poacute geleacuteia licor vinho neacutectar suco bombons sorvetes cafeacute etc
(Santana et al 2006)
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224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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53
custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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55
custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
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Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
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Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
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Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
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2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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27
224 Dificuldades das agroinduacutestrias
Silva em seu trabalho O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute 2004 fez um levantamento das
dificuldades que as empresas enfrentam Os entrevistados principalmente das empresas
que soacute produzem a polpa de accedilaiacute afirmam que caso dispusessem de cacircmaras de
congelamento e armazenamento e pasteurizadores natildeo haveria necessidade de sair do
Estado do Paraacute no periacuteodo da entressafra (coincidente com o veratildeo do Sudeste e Sul do
Brasil e com o periacuteodo de feacuterias e carnaval quando haacute elevaccedilatildeo da demanda de polpa de
accedilaiacute) pois teriam produtos em estoque originando mais receitas empregos e tributos
em acircmbito estadual ainda seriam mais competitivas pois ldquovecircem o accedilaiacute do Paraacute como
imbatiacutevel no mercadordquo
Os entrevistados por Silva 2004 citaram tambeacutem suas necessidades de
qualificaccedilatildeo de matildeo-de-obra nas aacutereas de produccedilatildeo manipulaccedilatildeo de alimentos e
administrativa Outra dificuldade enfrentada pelas empresas de polpa de frutas do
Estado do Paraacute eacute a falta de uma interaccedilatildeo mais permanente com o sistema de creacutedito
pois do total de empresas entrevistadas 769 natildeo obtiveram creacutedito de curto prazo
(capital de giro) nos uacuteltimos cinco anos e 50 tambeacutem natildeo obtiveram creacutedito ou
financiamento de longo prazo (projeto incentivado creacutedito para investimento como a
compra de equipamentos e outros) ou seja natildeo acessaram recursos por um periacuteodo
maior do que trecircs anos
Andrade et al 2008 afirmam que os gargalos da produccedilatildeo de polpa de accedilaiacute estatildeo
relacionados ao desempenho na aacuterea da gestatildeo principalmente para a melhoria das
habilidades de negociaccedilatildeo e teacutecnicas de venda pois o processo de comercializaccedilatildeo
nestes municiacutepios ainda eacute bastante complexo sendo considerado como um dos
principais entraves junto agrave falta de recursos dos produtores Destacam-se tambeacutem as
dificuldades de infra-estrutura no transporte que inviabilizam em muito o intuito de seatingir um bom planejamento da produccedilatildeo
Limal et al 2008 tambeacutem ressalta problemas logiacutesticos poreacutem relacionados ao
do produtor de accedilaiacute para as induacutestrias Para os autores a logiacutestica eacute bastante deficitaacuteria
uma vez que a venda do produto depende em grande escala das embarcaccedilotildees que
fazem a rota entre as mesorregiotildees dos preccedilos do frete e da atuaccedilatildeo dos atravessadores
Tais fatores encarecem o custo do produto que recai sobre o consumidor
Segundo informaccedilotildees obtidas em pesquisa de campo o transporte fluvial eacuterealizado pelas embarcaccedilotildees dos proacuteprios ribeirinhos ndash aqueles que tiverem condiccedilotildees
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29
23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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30
Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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29
23 Logiacutestica
De acordo com o Council of Logistics Management logiacutestica eacute o processo de
planejamento implementaccedilatildeo e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de
mateacuterias primas estoque em processo produtos acabados e informaccedilotildees relativas desde
o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender agraves exigecircncias
dos clientes (CSCMP2010)
A logiacutestica consiste na gestatildeo de pedidos de uma empresa do inventaacuterio do
transporte do armazenamento do manuseio e embalagem de materiais enquanto
procedimentos integrados em uma rede de instalaccedilotildees (Bowersox et al 2001)
Para Bowersox et al (2001) a logiacutestica eacute o setor da empresa que daacute condiccedilotildees
praacuteticas de realizaccedilatildeo das metas definidas pelo setor de marketing como prazos de
entrega miacutenimos Sem o planejamento logiacutestico tais metas natildeo tem condiccedilatildeo de se
concretizar Encontrar a melhor alternativa para a operaccedilatildeo do seu sistema logiacutestico e da
rede de transporte eacute uma decisatildeo complexa em funccedilatildeo das inuacutemeras combinaccedilotildees
possiacuteveis (Bowersox et al (2001)
Jaacute para Ballou 2001 o planejamento logiacutestico busca soluccedilotildees para as seguintes
questotildees
bull Objetivos do serviccedilo ao cliente define quais requisitos de serviccedilo ao
cliente o sistema logiacutestico deve atender flexibilidade ou rapidez por
exemplo Portanto o projeto do sistema logiacutestico comeccedila com esta
definiccedilatildeo
bull Estrateacutegia de localizaccedilatildeo de instalaccedilotildees encontrar a distribuiccedilatildeo de mais
baixo custo Para isso as decisotildees de localizaccedilatildeo visam definir o
nuacutemero tamanho e localizaccedilatildeo das instalaccedilotildees a estrutura de
atendimento da demanda e o fluxo de produtos entre as instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de estoque define os niacuteveis de estoque a serem mantidos nas
instalaccedilotildees a localizaccedilatildeo dos estoques ao longo da rede e o grau de
centralizaccedilatildeo dos estoques entre as diversas instalaccedilotildees
bull Estrateacutegia de transporte decisotildees sobre o tipo de modal utilizado
tamanho do carregamento grau de consolidaccedilatildeo do embarque e
programaccedilatildeo de transportadores
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Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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59
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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30
Assim pode-se concluir que a missatildeo da Logiacutestica eacute dispor a mercadoria ou o
serviccedilo certo no lugar certo no tempo certo e nas condiccedilotildees certas ao menor custo
possiacutevel
Alves (1997) apud Costa (2002) entende que os bens e serviccedilos produzidos por
uma empresa satildeo obtidos a partir de bens e serviccedilos provenientes de um mercado a
montante e poderatildeo sofrer processamentos a jusante ou apenas seguirem por um canal
de distribuiccedilatildeo simples ateacute o consumidor final A cada transformaccedilatildeo que o produto
passa seja fiacutesica temporal eou espacial lhe eacute agregado valor e incorporado a ele
condiccedilotildees de melhor atendimento ao consumo Este valor adicionado eacute adquirido a
partir da transferecircncia de propriedade entre agentes ou elos do sistema os quais
estabelecem entre si uma relaccedilatildeo de troca destes bens e serviccedilos
Dessa forma para Costa (2002) pode-se afirmar que uma rede logiacutestica qualquer
deve estabelecer a integraccedilatildeo dos fluxos fiacutesicos e de informaccedilotildees responsaacuteveis pela
movimentaccedilatildeo de materiais e produtos desde a previsatildeo das necessidades para
suprimento de mateacuterias-primas e componentes passando pelo planejamento da
produccedilatildeo e consequumlente programaccedilatildeo de fornecimento aos canais de distribuiccedilatildeo para o
mercado consumidor
A gestatildeo logiacutestica cuida da movimentaccedilatildeo geral dos produtos que se daacute por trecircs
aacutereas principais suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Para vencer a
distacircncia que separa os clientes dos fornecedores a gestatildeo logiacutestica enfrenta problemas
referentes a tempo espaccedilo custo comunicaccedilatildeo movimentaccedilatildeo e transporte de materiais
e produtos (Costa 2002)
Em funccedilatildeo dessas dificuldades satildeo criadas estrateacutegias logiacutesticas as quais
devem promover a integraccedilatildeo das operaccedilotildees existentes dentro e entre as aacutereas de
suprimento apoio agrave produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo fiacutesica Esta integraccedilatildeo deve se refletir em
termos de custos totais e desempenho operacional do sistema logiacutestico (Costa 2002)Para configurar a rede logiacutestica eacute necessaacuterio especificar a estrutura atraveacutes da
qual os produtos passaratildeo de seus pontos de origem ateacute os pontos de demanda
determinando quais instalaccedilotildees devem ser usadas quantas deve haver quais os produtos
e clientes designados a elas quais serviccedilos de transporte deveriam ser usados entre elas
e como as instalaccedilotildees deveriam ser atendidas (Ballou 2001)
Tal problema pode ser representado de diversas formas com maior ou menor
nuacutemero de elos dependendo das caracteriacutesticas dos produtos que fluem atraveacutes da rede
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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exemplo eacute tomada como fixa frequumlentemente no curto prazo Entretanto as quantidades
de produccedilatildeo podem ser alteradas no meacutedio prazo em resposta a mudanccedilas no custo de
mateacuteria prima e demanda do mercado (Daskin et al 2003)
Decisotildees a respeito de rotas de veiacuteculos e estoques satildeo geralmente secundaacuterias
em relaccedilatildeo agraves decisotildees sobre localizaccedilatildeo de facilidades no sentido de que as facilidades
tem alto custo de custo de construccedilatildeo e satildeo difiacuteceis de modificar enquanto rotas de
veiacuteculos e estoques podem ser alteradas periodicamente sem grandes complicaccedilotildees
Poreacutem decisotildees a respeito de localizaccedilatildeo de facilidadesrotas e localizaccedilatildeo de
facilidadesestoques satildeo diferentes daquelas que seriam feitas sobre localizaccedilatildeo de
facilidades isoladamente (Daskin et al 2003)
Para o caso da CPA do accedilaiacute a capacidade das empresas beneficiadoras ainda
estaacute subutilizada por isso natildeo consideraremos a abertura de novas plantas poreacutem
nesse sentido e considerando o crescimento contiacutenuo da demanda o modelo proposto
neste trabalho envolve a escolha da localizaccedilatildeo e capacidade dada pelo nuacutemero de
hectares de novos spots de produccedilatildeo em terra firme De forma anaacuteloga o modelo
possibilita tambeacutem a decisatildeo de implantar o cultivo manejado em aacutereas de cultivo
puramente extrativista
232 O problema da localizaccedilatildeo de facilidades em pesquisa operacional
O problema da localizaccedilatildeo de facilidades consiste na escolha de localizaccedilotildees
geograacuteficas que seratildeo utilizadas para a construccedilatildeo de faacutebricas e pontos intermediaacuterios
entre os fornecedores e clientes finais considerando a distacircncia o tempo e os custos de
transporte entre clientes e facilidades com o objetivo de melhorar a logiacutestica de
transporte e reduzir custos operacionais (Martinez 2008)
De acordo com Melo et al (2009) um problema de localizaccedilatildeo de facilidades
envolve um conjunto de consumidores e um conjunto finito de estruturas (plantasarmazeacutens) designado para satisfazer a demanda dos clientes com os respectivos custos
de abertura fechamento e manutenccedilatildeo As respostas plausiacuteveis de serem obtidas satildeo
Quais facilidades devem ser abertas ou fechadas Quais clientes devem ser atendidos
por quais facilidades para minimizar o custo total
Localizaccedilatildeo de facilidades eacute um tema bem estabelecido em Pesquisa
Operacional e pode ser encontrado em Hinojosa et al (2008) Martinez (2008) Melkote
e Daskin (2001) Melo et al (2009) apresentam uma revisatildeo sobre vaacuterios modelos delocalizaccedilatildeo de facilidades presentes na literatura
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Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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33
Neste trabalho de conclusatildeo de curso o modelo proposto por Hinojosa et al
(2008) eacute utilizado no estudo
O trabalho de Hinojosa et al (2008) envolve questotildees de dimensionamento de
lotes e localizaccedilatildeo de facilidades com possibilidade de terceirizaccedilatildeo como indicado na
Figura 4
Figura 4 Representaccedilatildeo do modelo de Hinojosa et al (2008)
No modelo de Hinojosa et al (2008) as plantas fabricam os produtos mandam
para os armazeacutens que repassam para os clientes Caso as capacidades das plantas ou
armazeacutens natildeo sejam suficiente eacute possiacutevel adquirir os produtos de um fornecedorexterno Existe a possibilidade de abrir ou fechar faacutebricas em locais preacute-determinados
Os autores natildeo exemplificam mas entendemos essa abertura como contratos com
pequenas empresas fornecedoras de mateacuteria-prima ou pequenas faacutebricas que
manufaturam os produtos com as especificaccedilotildees desejadas
Hinojosa et al (2008) procura estabelecer a cadeia toda de suprimentos em que
o fluxo de produtos tenha que passar pelo centro de distribuiccedilatildeo antes de chegar ao
cliente e possibilitando a abertura de faacutebricas e centros de distribuiccedilatildeo Jaacute Martinez(2008) configura a rede de distribuiccedilatildeo e escolhe os modais de transporte mais
adequados
A seguir apresenta-se o modelo proposto em Hinojosa et al (2008) sendo que
as ideais gerais deste modelo seraacute utilizado para representar o problema em estudo neste
trabalho de conclusatildeo de curso
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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24 O modelo de Hinojosa et al (2008) no contexto da localizaccedilatildeo de
facilidades
O objetivo deste modelo eacute minimizar o custo total para atender as demandas de
diferentes produtos especificadas em periacuteodos distintos de diferentes clientes
espalhados em locais diversos Assim definiu-se uma estrutura de custos que inclui
manutenccedilatildeo abertura e fechamento de instalaccedilotildees custos de produccedilatildeo transporte e
estoque de produtos
Notaccedilotildees utilizadas no modelo
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LW conjunto de localizaccedilotildees de armazeacutens indexados por j isin LW
LP conjunto de localizaccedilotildees de plantasfaacutebricas indexados por k
isin LP
P conjunto de diferentes produtos indexados por p isin P
LW c subconjunto de LW em que existem armazeacutens jaacute em funcionamento
LW o subconjunto de LW em que nenhum armazeacutem estaacute aberta
LP c e LP o satildeo definidos analogamente
Neste modelo as plantas e armazeacutens tem capacidade limitada
capacidade do armazeacutem j no tempo t
capacidade da planta k no tempo t
Tem-se ainda
demanda de produto p do cliente i no periacuteodo t
Como se deseja minimizar o custo total de atendimento da demanda do cliente eacute preciso
definir uma estrutura de custos que inclua natildeo soacute manutenccedilatildeo abertura e fechamento das
facilidades mas tambeacutem custos de produccedilatildeo transporte e estoque
Para isin LW
o e isin T
custo total do armazeacutem j se estabelecendo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T
Para isin LW c e isin T custo total do armazeacutem j sendo removido no final no periacuteodo t incluindo custos
de manutenccedilatildeo e fechamento
Para isin LW c
custo total do armazeacutem j aberto durante todo o horizonte de planejamento
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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eacute definido analogamente para o conjunto de possiacuteveis locais para plantas LP
custo de produccedilatildeo e transporte de produto p da planta k para o armazeacutem j no
periacuteodo t
custo de transporte por unidade de produto p do armazeacutem j para o cliente i noperiacuteodo t
custo unitaacuterio de estoque do produto p no armazeacutem j do periacuteodo t para o periacuteodo
t+1
custo unitaacuterio de transporte do produto p terceirizado para o cliente i
Variaacuteveis binaacuterias (decisatildeo de configuraccedilatildeo)
Para isin LW o e isin T
= 1 se o armazeacutem j estaacute aberto no iniacutecio do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c e isin T = 1 se o armazeacutem j estaacute fechado no final do periacuteodo t
= 0 caso contraacuterio
Para isin LW c
= 1 se o armazeacutem j permaneceu durante todo o horizonte de planejamento
= 0 caso contraacuterio
eacute definido analogamente
Variaacuteveis contiacutenuas (decisotildees taacutecticas)
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o cliente i do armazeacutem j
no periacuteodo t
fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto p entregue para o armazeacutem j da planta k
no periacuteodo t fraccedilatildeo (correspondente a ) de produto terceirizado p entregue para o cliente i
periacuteodo t
estoque de produto p existente no armazeacutem j no periacuteodo t
Para simplificar notaccedilatildeo tem-se ainda
≔ 1 991270 isin LW o
991270 isin
LW c
Funccedilatildeo Objetivo
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Min =
isinisinisinisin + +isinisinisinisin isinisinisin + + isin isin +isin isin isinisinisin (1)
Sujeito a
+ isin ge 1 forall isin LC forall isin P forall isin T (2)
isinisin + leisin isin forall isin LW forall isin T (3)
leisin isin forall isin LW forall isin T T (4)
+isin = isin + forall isin LW forall isin Pforall isin T T (5)
le isinisinisin forall isin LP forall isin T (6)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (7)
isin + isin ge isin isinisin + isin ge (8)
isin = 1 forall isin LWc isin le 1 forall isin LWo (9)
isin = 1 forall isin LPc isin le 1 forall isin LPo (10) = 0 = 0 ge 0 forall isin LW forall isin P forall isin T T (11)
0 le le 1 forall isin LC forall isin LW forall isin LP forall isin P forall isin T (12)
isin 01 isin LW forall isin LP forall isin T (13)
A restriccedilatildeo (2) garante que a demanda do cliente seraacute sempre atendida (3) que
os produtos entregues a clientes viratildeo de armazeacutens que estejam em funcionamento e
que sua capacidade natildeo seraacute excedida A restriccedilatildeo (4) Garante que a quantidade de
produtos estocada em t natildeo seja maior que a capacidade maacutexima do armazeacutem em t+1
(5) eacute uma restriccedilatildeo de conservaccedilatildeo de fluxo assegura que a quantidade de
produto p entregue ao armazeacutem j no periacuteodo t mais o estoque anterior em t-1 eacute igual agrave
parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final no periacuteodo t
enquanto (6) garante que os produtos entregues aos armazeacutens viratildeo de faacutebricas jaacute
existentes e que natildeo excederatildeo a capacidade de produccedilatildeo
As restriccedilotildees (7) e (8) garantem que haveraacute o nuacutemero miacutenimo necessaacuterio de
plantas e armazeacutens abertos nos instantes t=1 e t=T Restriccedilotildees (9) e (10) descrevem o
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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caraacuteter especial dos subconjuntos LWc LPc LWo LPo em LWc LPc deveraacute haver
pelo menos uma instalaccedilatildeo em funcionamento
A restriccedilatildeo (11) forccedila os estoques inicial e final a serem nulos por fim (12) e
(13) satildeo restriccedilotildees que descrevem o caraacuteter das variaacuteveis de decisatildeo
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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PampE
A produccedilatildeo de frutos eacute basicamente extrativista Ao menos um projeto busca
investidores para plantio em terra firme mas iniciativas como estas natildeo devemaumentar a oferta do fruto antes de pelo menos 35 anos Outra abordagem eacute a da
Camta que estaacute estimulando seus cooperados a aumentar sua plantaccedilatildeo
MEP e ITP
O Sindicato da Induacutestria de Frutas e Derivados do Estado do Paraacute (Sindfrutas)
possui 22 faacutebricas processadoras de accedilaiacute afiliadas mas estima-se que existam mais 37
ou 38 induacutestrias
Natildeo se dispotildee de uma estimativa confiaacutevel do potencial de produccedilatildeo de frutos
mas observou-se que em 2007 a demanda de frutos estava diminuiacuteda e estimou-se que
apenas 70 da capacidade instalada de processamento era utilizada
O consumo nacional estaacute concentrado no Rio de Janeiro (50) dos quais 90
estaacute na matildeo de um uacutenico distribuidor chamado Bella Ischia seguido de Satildeo Paulo
(30) Neste mercado a bebida de accedilai eacute comercializada como uma commodity onde o
fator determinante eacute o preccedilo o que ocasionou a reduccedilatildeo gradual no teor de soacutelidos
Essa reduccedilatildeo gradual do teor de soacutelidos tem outro efeito no produto que chega
ao consumidor o produto vendido ao consumidor final no Brasil eacute o uso de outros
ingredientes como frutas e granola que mascaram o baixo teor de mateacuteria seca da
bebida que se situa entre 4 e 5 em sua maioria
A empresa Dafruta uma empresa sediada em Aracati (CE) eacute o maior exportador
individual de accedilaiacute Eacute uma induacutestria de transformaccedilatildeo secundaacuteria (ITS) que concentra
clarifica e pasteuriza a bebida para exportaccedilatildeo Destacam-se tambeacutem a Sambazon comfaacutebrica no Amapaacute que exporta accedilaiacute para sua contraparte americana a Bela Iaccedilaacute a
Camta a Bolt house que exporta para sua contraparte americana a bebida clarificada a
Amazonfrut o Top accedilaiacute e RMO
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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ITS e ITT
Induacutestrias de Transformaccedilatildeo (ITS ou ITT) Satildeo as induacutestrias de alimento
bebidas e complementos alimentares tais como Duas Rodas WOW Coca-Cola
Danone Centerflora e SanrisilNo mercado externo de bebidas e sorvetes as empresas com maior expressatildeo
incluem Sambazon (USA) com vasta gama de produtos desde polpa em 100g para
fazer batida no liquidificador mistura com outras frutas Monavie (USA) que
comercializa uma bebida agrave base de accedilaiacute com mais 17 outras plantas Bossa Nova (USA)
que produz bebida agrave base de accedilaiacute Em menor escala atuam o Cafeacute claacutessico (USA)
produzindo e vendendo sorvete agrave base de accedilaiacute e a Zola com sua bebida agrave base de accedilaiacute
Novos atores estatildeo testando o mercado por exemplo a Coca-cola atual
proprietaacuteria da Bossa Nova lanccedilou na Austraacutelia uma bebida agrave base de accedilaiacute chamada
Mother Ao todo estima-se que no mundo devem estar sendo comercializadas 150 tipos
de bebida agrave base de accedilaiacute
No mercado de nutracecircuticos que satildeo complementos alimentares com
qualidades funcionais pode-se citar a Abios que comercializa capsulas de accedilaiacute no
Japatildeo aleacutem de vaacuterias empresas que vendem barras de cereal e biscoitos
32 Informaccedilotildees e premissas adotadas para o desenvolvimento do modelo
matemaacutetico
Os dados e as premissas deste trabalho foram adotados em acordo com
pesquisas realizadas em empresas beneficiadoras e empresas de exportaccedilatildeo do Paraacute
para que ficassem tatildeo proacuteximos da realidade quanto possiacutevel Poreacutem natildeo realizamos
simulaccedilotildees com o modelo de forma que os dados colhidos estatildeo apenas organizadossem os caacutelculos de previsatildeo da demanda futura ou custos de transporte detalhados por
exemplo Em trabalhos futuros pretende-se realizar validaccedilatildeo do modelo com os dados
histoacutericos e elaborar cenaacuterios futuros baseados nas previsotildees de crescimento da
demanda
a) A Localizaccedilatildeo e a Capacidade dos Produtores e Extrativistas
Para estabelecer a localizaccedilatildeo dos produtores primaacuterios adotamos as cidadescom maior produccedilatildeo de accedilaiacute como o ponto de referecircncia Essa caracterizaccedilatildeo foi
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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46
d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
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adotada por dois motivos primeiro porque haacute inuacutemeros produtores pequenos de accedilaiacute
cuja produccedilatildeo considerada isoladamente natildeo teria grande significacircncia Segundo
porque eacute sabido que o accedilaiacute fica nos portos dos ribeirinhos por vezes localizados a 200m
um do outro nos rios e haacute um intermediaacuterio que passa recolhendo as latas e as leva para
as cidades
Devido agrave falta de dados precisos sobre a capacidade de produccedilatildeo tomou-se
como base a produccedilatildeo anual de accedilaiacute das referidas cidades de acordo com a Tabela 4 e a
Tabela 5
Tabela 4 Evoluccedilatildeo da aacuterea destinada a colheita por municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA-Levantamento Sistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e SistematizaccedilatildeoSAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS
AacuteREA (ha)
DESTINADA A COLHEITA COLHIDA
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
ABAETETUBA 1000 1600 4480 4480 6320 10500 1000 1600 4480 4480 6320 10500
BARCARENA 830 830 930 1000 1000 1000 830 830 930 1000 1000 1000
BUJARU 1250 1250 1500 1810 1810 2064 1250 1250 1500 1810 1810 2064
CAMETAacute 3020 4400 6700 6700 6700 7240 3020 4400 6700 6700 6700 7240
CONCOacuteRDIA DO PARAacute 200 944 950 950 950 1320 200 944 950 950 950 1320
IGARAPEacute-MIRI 2000 6000 7000 17500 17500 18000 2000 6000 7000 17500 17500 18000LIMOEIRO DO AJURU 2340 2340 2340 5840 5840 5840 2340 2340 2340 5840 5840 5840
MOJU 400 400 800 800 1000 1000 400 400 800 800 1000 1000
MUANAacute 48 48 148 148 148 148 48 48 148 148 148 148
TOMEacute ACcedilU 250 2000 1600 1600 1600 1600 250 2000 1600 1600 1600 1600
TUCURUIacute 32 32 80 80 80 1150 32 32 80 80 80 1150
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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Tabela 5 Evoluccedilatildeo da produccedilatildeo por Municiacutepio de 2003 a 2008 Fonte IBGE-GCEA- LevantamentoSistemaacutetico da Produccedilatildeo Agriacutecola-LSPA2003 a 2008 Elaboraccedilatildeo e Sistematizaccedilatildeo SAGRIDIEST
MUNICIacutePIOS PRODUCcedilAtildeO (t) RENDIMENTO (kgha)
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BAETETUBA 15625 20000 56000 56000 79000 131250 15625 12500 12500 12500 12500 12500ARCARENA 9960 9960 11160 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000 12000
UJARU 18750 18750 22500 27150 27150 30955 15000 15000 15000 15000 15000 14998
AMETAacute 30200 44000 44000 40200 40200 40544 10000 10000 6567 6000 6000 5600
ONCOacuteRDIA DO PARAacute 3200 15104 15200 15200 15200 21384 16000 16000 16000 16000 16000 16200
ARAPEacute-MIRI 42000 96000 105000 147000 147000 153000 21000 16000 15000 8400 8400 8500
MOEIRO DO AJURU 29250 23400 23400 35040 35040 35040 12500 10000 10000 6000 6000 6000
OJU 4874 4874 9748 9748 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185 12185
UANAacute 672 432 1332 1332 1332 1332 14000 9000 9000 9000 9000 9000
OMEacute ACcedilU 3325 37500 24000 24000 24000 24000 13300 18750 15000 15000 15000 15000
UCURUIacute 400 400 800 800 800 11500 12500 12500 10000 10000 10000 10000
Os saltos na produccedilatildeo especialmente no municiacutepio de Tucuruiacute acontecem
devido a falhas nas coletas dos dados
Queiroz 2004 observa que para o lado amapaense o periacuteodo de safra de Accedilaiacute
ocorre durante os meses de dezembrojaneiro a junhojulho Jaacute no lado paraense o
periacuteodo de safra ocorre durante o periacuteodo de julhoagosto a novembrodezembro A
divisatildeo ocorre numa faixa imaginaacuteria que se estende no delta amazocircnico passando pelas
cidades de Chaves e Gurupaacute (Estado do Paraacute) A safra de frutos de accedilaiacute no lado
amapaense ocorre no periacuteodo chuvoso por isso chamada safra de inverno No Paraacute a
safra ocorre no periacuteodo menos chuvoso por isso chamada de safra de veratildeo
Solange Mota presidente do Sindicato das Induacutestrias de Frutas e Derivados do
Estado do Paraacute (Sindfrutas) afirma em entrevista ao Diaacuterio do Paraacute (Diaacuterio do Paraacute
2010) que a produccedilatildeo de accedilaiacute eacute pequena no primeiro semestre somando cerca de apenas
20 e cresce bastante nos meses finais do ano quando satildeo colhidos 80 ou ateacute mais
de todo o volume produzido No entanto com o cultivo manejado a produtividade eacute
aumentada e eacute possiacutevel colher accedilaiacute durante 11 meses ao ano
A oferta abundante faz os preccedilos caiacuterem durante o veratildeo a entressafra que
acontece no inverno traz como resultado a escassez e com ela a disparada dos preccedilos
Para se ter uma ideacuteia na safra o preccedilo eacute de R$ 1200rasa e pode chegar a R$ 4500 ou
R$ 6000rasa na entressafra (Homma et al 2006) Poreacutem quem compra nesses preccedilos
satildeo os batedores de rua que atendem a populaccedilatildeo Nenhum processador industrial
consegue processar acima de RS 18 ndash 2000 a rasa
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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46
d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
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Para o aumento da aacuterea cultivada em aacuterea de vaacuterzea utilizamos os dados da
Tabela 7
Tabela 7 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 0 - 1018 -1018Ano 2 0 - 372 -372Ano 3 0 - 276 -276Ano 4 72 12 864 4325 4315 60069444Ano 5 108 12 1296 4495 8465 4162037Ano 6 191 12 2292 711 1581 37225131Ano 7 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 8 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 9 302 12 3624 10615 25625 35149007
Ano 10 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 11 302 12 3624 10615 25625 35149007Ano 12 302 12 3624 10615 25625 35149007
Para o manejo de accedilaizais nativos considerou-se o manejo de 1 hectare de
accedilaizal nativo com 800 plantas adultas 900 estipes em produccedilatildeo e 2700 cachos Os
coeficientes teacutecnicos e os custos de produccedilatildeo foram estimados ateacute o 4deg ano quando
tendem a se estabilizar (ver Tabela 8) Natildeo haacute investimento inicial no manejo pois a
produccedilatildeo inicia desde o 1o ano
Tabela 8 Anaacutelise econocircmica da implementaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizal nativo paraproduccedilatildeo de frutos em aacuterea de vaacuterzea (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 151 12 1812 9555 8565 63278146
Ano 2 151 12 1812 9675 8445 64072848
Ano 3 151 12 1812 9675 8445 64072848Ano 4 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 5 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 6 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 7 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 8 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 9 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 10 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 11 302 12 3624 1215 2409 40231788
Ano 12 302 12 3624 1215 2409 40231788
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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51
Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Comparando as duas tabelas concluiacutemos que a longo prazo eacute mais econocircmico
plantar e manejar um novo spot do que implementar o cultivo manejado em um spot jaacute
existente
De acordo com o estudo Sistema de Produccedilatildeo de Accedilaiacute 2005 a maior parcela de
custos vem da colheita Sabe-se que o dono da terra que possui em meacutedia um ou dois
hectares de terra natildeo demarcada paga de R$ 200 a R$300 por lata colhida e a vende
para o intermediaacuterio transportador por R$ 900 que acrescenta ateacute R$200 a esse preccedilo
numa estimativa de seus gastos de transporte
Assim admite-se que o custo por rasa para um proprietaacuterio da terra que natildeo
utiliza teacutecnicas de manejo eacute apenas o da colheita ou seja os R$ 300 por rasa
Para o estabelecimento de produccedilatildeo de Accedilaiacute em terra firme utilizamos a Tabela
9
Tabela 9 Anaacutelise econocircmica da implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de 1 hectare de accedilaizeiro produccedilatildeo defrutos em terra firme (R$)
PeriacuteodosProduccedilatildeo(rasa)
Preccedilo(R$)
Valor daProduccedilatildeo
CustoTotal
BenefiacutecioLiacutequido Custorasa
Ano 1 1037 -1037Ano 2 520 -520Ano 3 598 -598Ano 4 72 12 864 8265 375 11479167
Ano 5 108 12 1296 9395 3565 86990741Ano 6 151 12 1812 10735 7385 71092715Ano 7 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 8 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 9 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 10 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 11 202 12 2424 1234 1190 61089109Ano 12 202 12 2424 1234 1190 61089109
c) Demanda dos Beneficiadores
Assume-se que as empresas beneficiadoras tentaratildeo trabalhar em sua capacidade
maacutexima portanto compraratildeo frutos tanto quanto for possiacutevel processar Atualmente
pode-se considerar que as empresas trabalham em meacutedia com apenas 70 da
capacidade instalada uma vez que precisam fazer frente aos ldquosurtosrdquo de frutos de
chegam em determinadas eacutepocas e necessitam ser processados no mesmo dia sob pena
de perda dos frutos
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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d) Meios de transporte disponiacuteveis e custo de transporte
Segundo Homma et al (2006) os barcos a motor que efetuam o transporte dos
frutos dirigem para cada braccedilo de rio e em dias determinados criando uma relaccedilatildeo de
confianccedila baseada na amizade transporte de pessoas de bens e de outras facilidades O
transporte das rasas com os frutos de accedilaiacute comeccedila pela manhatilde a partir das 9h agraves 10h
tempo suficiente para aqueles que jaacute efetuaram a coleta ou daqueles que jaacute coletaram na
tarde do dia anterior Estes barcos de transporte de frutos podem ser de intermediaacuterios
chamados de marreteiros e inclusive pagam mais do que os compradores fixos que
entregam para as empresas beneficiadoras locais
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local o intermediaacuterio
transportador ndash o ribeirinho que possuir condiccedilotildees de ter um barco melhor que resista
ao trajeto e tenha capacidade de transportar de 10 a 14 ton de fruto por periacuteodos de 6 a
12h- adiciona ao preccedilo pago pela lata um valor entre R$ 150 e R$200
Em alguns casos o transporte eacute realizado por caminhatildeo em que eacute cobrado de R$
050 a R$ 070 por lata e os caminhotildees satildeo da empresa beneficiadora A faacutebrica natildeo
compra do produtor primaacuterio quem colhe mas sim do pequeno intermediaacuterio que soma
de R$100 a $150 ao preccedilo
e) Possiacuteveis locais para plantio em terra firme
Novos spots de produccedilatildeo em terra firme satildeo considerados nesse trabalho devido
ao constante aumento da demanda ao fato de que facilitam o transporte e favorecem o
transporte rodoviaacuterio Aleacutem disso o plantio de accedilaiacute eacute eficiente para a recuperaccedilatildeo de
pastagens degradadas e o investimento eacute atrativo os investimentos iniciais sem
considerar o custo da terra uma vez que o produtor normalmente a possui recebida de
heranccedila de seus ascendentes somam R$ 215500 relativos aos gastos de implantaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo nos 3 primeiros anos (Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)Jaacute no 4deg ano quando a produccedilatildeo dos frutos eacute iniciada a receita gerada supera os
custos de manutenccedilatildeo em 45 o mesmo ocorre nos anos subsequumlentes quando essa
margem eacute de 38 69 e 96 respectivamente para o 5deg 6deg e 7deg anos Dessa forma o
investimento feito nos 3 primeiros anos seraacute pago com facilidade ateacute o 8deg ano
(Embrapa Amazocircnia Oriental 2005)
De acordo com pesquisas de campo realizadas no local jaacute existem pequenas
propriedades de plantio de accedilaiacute em terra firme nas cidades de Igarapeacute-Miri Tomeacute-AccediluSanta Isabel e Inhangapi Ainda ele considera locais potenciais para esse tipo de plantio
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Bujaru Inhangapi e Satildeo Domingos do Capim Devido a falta de dados precisos sobre
quantos hectares satildeo cultivos de terra firme consideraremos tais cultivos apenas para
efeitos de expansatildeo
f) Manejo de accedilaizais nativos
O manejo de accedilaizais nativos eacute tambeacutem considerado como opccedilatildeo no modelo
uma vez que apresenta aumento da produtividade de acordo com a Embrapa Amazocircnia
Oriental 2005 a atividade apresenta superaacutevit no fluxo de caixa desde o primeiro ano
o caacutelculo dos indicadores financeiros efetuados indicou valor presente liacutequido eacute
positivo indicando a viabilidade econocircmica da atividade a relaccedilatildeo benefiacuteciocusto eacute
maior que 1 demonstrando que os benefiacutecios satildeo 168 superiores aos custos de
produccedilatildeo e o lucro liacutequido eacute mais de 70 superior aos custos totais de produccedilatildeo
g) Localizaccedilatildeo e Capacidade dos Beneficiadores
De forma similar agrave localizaccedilatildeo dos produtores tomou-se como base para a
localizaccedilatildeo dos beneficiadores os municiacutepios poreacutem as empresas seratildeo considerados
individualmente devido ao caraacuteter singular de cada um Os dados foram agrupados em
uma tabela como a Tabela 10 abaixo
Tabela 10 Exemplo de caracterizaccedilatildeo das empresas beneficiadoras baseado em pesquisas de campo
h) Custos de processamento rendimento e mix de produtos
Os produtos considerados no modelo satildeo o A14 A11 e A8 com 14 11 e
8 de teor de soacutelidos respectivamente O rendimento do processo varia com o tipo de
produto uma vez que diferentes quantidades de frutos satildeo necessaacuterias para produzir aspolpas com diferentes teores de soacutelidos Os custos de processamento podem ser
considerados os mesmos para cada tipo de produto
i) Demanda
O consumo de accedilaiacute seraacute calculado a partir das tabelas 11 12 e 13Os valores
para os anos de 2008 e 2009 satildeo estimativas
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Tabela 11 Consumo de Accedilaiacute nos anos de 2001 a 2009
AnoToneladas
Paraacute Brasil Exportaccedilatildeo
2001 11784300 852700 39500
2002 13055900 1123100 113651
2003 16361500 2259700 273000
2004 17710200 2963600 504100
2005 20473000 4709800 565700
2006 24493100 5837900 668100
2007 24717300 6516200 923500
2008 27100000 7300000 1173500
2009 29800000 8020000 1250780
A distribuiccedilatildeo da demanda externa foi estimada como na tabela 12
Tabela 12 Estimativa da distribuiccedilatildeo das exportaccedilotildees de Accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeEUA 60UniatildeoEuropeacuteia 30Japatildeo 7Mundo 3
A distribuiccedilatildeo da demanda interna foi estimada como na tabela 13Tabela 13 Estimativa da distribuiccedilatildeo do consumo nacional de accedilaiacute
Paiacutes QuantidadeRio de Janeiro 50Satildeo Paulo 30Minas Gerais 10Nordeste 10
j) Custo de transporte e meio de transporte disponiacutevelO transporte da beneficiadora ateacute o porto de Beleacutem ou de Vila do Conde custa
em torno de R$ 1000 a R$1500 considerando o transporte de um Container Reefer
(refrigerado) de 20 peacutes cuja capacidade eacute de 10 toneladas de produto Eacute possiacutevel
tambeacutem utilizar o Container de 40 peacutes com capacidade de 26 toneladas dependendo
do cliente
O trajeto varia entre 80 e 240 km
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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k) Localizaccedilatildeo dos Distribuidores
Como elo final na rede logiacutestica consideramos os distribuidores atacadistas
Com exceccedilatildeo da Bela Ischia que apesar de ser carioca manteacutem estoques em Minas
Gerais devido a ganhos de escala com energia eleacutetrica consideramos a localizaccedilatildeo
desses distribuidores como a capital do Estado No caso do Nordeste consideramos o
Cearaacute como principal estado Consumidor uma vez que eacute onde se encontra uma das
maiores exportadoras a empresa DaFruta
33 O modelo matemaacutetico da cadeia de produccedilatildeo agroindustrial do Accedilaiacute
Para elaboraccedilatildeo do modelo matemaacutetico utilizamos uma simplificaccedilatildeo da cadeia
representada na Figura 6 bem como os dados de entrada (inputs) e de saiacuteda (outputs)
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Figura 6 Simplificaccedilatildeo da CPA do Accedilaiacute
Dessa forma o modelo matemaacutetico proposto envolve produtores
beneficiadores exportadores e mercado nacional Permite a implantaccedilatildeo de manejo em
cultivos puramente extrativistas e novos spots de plantaccedilatildeo de accedilaiacute em terra firme
Nesse modelo ainda natildeo seraacute considerado a abertura de novas empresas beneficiadoras
uma vez que as empresas soacute trabalham com 70 da capacidade instalada O modelo
apresentado aqui foi baseado no modelo proposto por Hinojosa et al (2008)
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Abaixo Figura 7 representa a Funccedilatildeo Objetivo e mostra uma esquematizaccedilatildeo
do modelo proposto nas proacuteximas paacuteginas e em seguida a descriccedilatildeo das restriotildees
Figura 7 Funccedilatildeo Objetivo
Sujeito aRestriccedilotildees relativas aos produtores em aacuterea de vaacuterzea
1 Natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva do spot k produccedilatildeoextrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma dacapacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fatorde aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anterioresao periacuteodo t
2 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e soacute haveraacuteimplantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte de planejamentoconsiderado
Restriccedilotildees relativas aos produtores em cultivo em terra firme
3 A produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot no periacuteodo
t Onde natildeo existe o cultivo a colheita soacute pode ser realizada no quarto ano de
implantaccedilatildeo
4 Natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe
5 A implantaccedilatildeo de um novo cultivo natildeo excederaacute a aacuterea designada para ele
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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Restriccedilotildees relativas aos beneficiadores a aos clientes
6 Toda a demanda de frutos do beneficiador seraacute atendida e natildeo excedida mesmo
que seja necessaacuterio obter frutos de fora da cadeia
7 Todos os frutos recebidos seratildeo processados no mesmo periacuteodo sem exceder a
capacidade de processamento
8 O estoque natildeo excederaacute a capacidade do beneficiador no periacuteodo
9 Produccedilatildeo + Estoque do periacuteodo anterior = Saiacuteda de produtos + estoque no
periacuteodo atual
10 Toda a demanda dos clientes seraacute atendida
O modelo matemaacutetico
LC conjunto de localizaccedilotildees de clientes indexados por i isin LC
LB conjunto de localizaccedilotildees de beneficiadores indexados por j isin LB
LP conjunto de localizaccedilotildees de cultivos extrativistas em aacuterea de vaacuterzea indexados por
k isin LP
LP c subconjunto de LP em que existem cultivos com manejo jaacute implantados no iniacutecio
do planejamento
LP o subconjunto de LP em que o cultivo eacute puramente extrativista
LT conjunto de localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo de cultivo em terra firme
indexados por l isin LT
LT c subconjunto de LT em que existem cultivos em terra firme jaacute produzindo
LT o subconjunto de LT dos locais potenciais para produccedilatildeo em terra firme
P conjunto de produtos processados diferenciados pelo teor de soacutelidos indexados por
p isin P
Observaccedilatildeo neste modelo os spots de produccedilatildeo de frutos e beneficiadores tecircm
capacidade limitada
Dados referentes ao Produtor em vaacuterzea
capacidade de produccedilatildeo de frutos em vaacuterzea do spot k isin LP no periacuteodo t dado em
quilogramas de fruto por hectare
aacuterea total em hectares de cada spot k isin LP
Para
isin LP o e
isin T
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
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custo da implantaccedilatildeo do manejo no spot k isin LPo no iniacutecio no periacuteodo t incluindo
custos de manutenccedilatildeo do periacuteodo t ateacute T por hectare
Para isin LP c
custo de manutenccedilatildeo do spot k isin LPc manejado durante todo o horizonte deplanejamento por hectare
O custo total de manutenccedilatildeo dos spots puramente extrativistas natildeo eacute citado porque
consideramos que o uacutenico custo que os produtores tecircm eacute o de colheita
custo de produccedilatildeo de um kg de accedilaiacute em aacuterea de vaacuterzea no spot k isin LP no periacuteodo
t
Dados referentes aos cultivos em terra firme
capacidade de produccedilatildeo de frutos em terra firme do spot l isin LT no periacuteodo t dado
em quilogramas de fruto por hectare
Para isin LT c
aacuterea total em hectares do spot l isin LT jaacute produzindo no iniacutecio do horizonte de
planejamento
Para isin LT o
nuacutemero total de hectares em que se pode implementar o cultivo em terra firme
no spot l
qe nuacutemero de particcedilotildees de qe = 1 2N Por exemplo se = 50 hectares
e qe =5 Tem-se que
Se qe=1 seratildeo implantados 10 hectares de cultivo em terra firme se qe=2 20
hectares e assim sucessivamente ateacute o nuacutemero maacuteximo de particcedilotildees Isso foi feito para
evitar que o modelo se tornasse natildeo-linear
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
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manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
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possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
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J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias
AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006
LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O
potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino
Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location
Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009
MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
Disponiacutevel em
lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt
Acesso em jun 2010
PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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custo de aquisiccedilatildeo e de transporte do fruto accedilaiacute terceirizado para o beneficiador j
Variaacuteveis reais (decisotildees taacutecticas)
Fluxo de produtos quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo k no
periacuteodo t em kg
quantidade de accedilaiacute enviada para o beneficiador j proveniente da plantaccedilatildeo l no
periacuteodo t em kg
produtos p entregue para o cliente i vindo do beneficiador j no periacuteodo t em kg
accedilaiacute vindo de fora da cadeia entregue para o beneficiador j periacuteodo t em kg
accedilaiacute colhido vaacuterzea no spot k no periacuteodo t
accedilaiacute colhido em terra firme no spot l no periacuteodo t
produccedilatildeo do produto p no beneficiador j no periacuteodo t
estoque de produto p existente no beneficiador j no periacuteodo t
Variaacuteveis de decisotildees estrateacutegicas
Para isin LPo
= 1 983155e o c983157l983156i983158o manejado foi implan983156ado no no in983277cio do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Para isin LTo
= 1 983155e ho983157983158e983154 implan983156a983271983267o de c983157l983156i983158o em 983156e983154983154a i983154me no no inal do pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io
Variaacuteveis auxiliares
= 1 983155e ho983157983158e983154 plan983156io de 983156e983154983154a i983154me em hec983156a983154e983155 no 983155po983156 no pe983154983277odo 0 ca983155o con983156983154983265983154io Nuacutemero de hectares em que seraacute implantado o cultivo de terra firme no spot l no
periacuteodo t
A seguinte funccedilatildeo objetivo consiste na minimizaccedilatildeo do custo total composto pela soma
dos custos de obtenccedilatildeo do fruto em suas diferentes fontes em aacuterea de vaacuterzea em cultivos
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
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de terra firme e de fora da cadeia dos custos de transporte ateacute o beneficiador e do
beneficiador para o cliente do custo de processamento das polpas e de sua estocagem do
custo de manejar os cultivos em aacutereas de vaacuterzea e do custo de implementaccedilatildeo e
manutenccedilatildeo dos cultivo em terra firme
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
As restriccedilotildees do modelo seratildeo explicadas durante a apresentaccedilatildeo das mesmas
As restriccedilotildees (15) garantem que natildeo haveraacute colheita maior do que a capacidade produtiva
do spot k produccedilatildeo extrativista no periacuteodo t A capacidade produtiva eacute dada pela soma
da capacidade atual no caso puramente extrativista o primeiro fator e de um fator de
aumento de produccedilatildeo caso o manejo seja implantado nos periacuteodos anteriores ao periacuteodo
t assim o aumento da capacidade produtiva pode ser contabilizado no periacuteodo t ou seja
o aumento de produtividade aumenta no ano seguinte do manejo Na restriccedilatildeoconsiderada m representa o fator de rendimento
le + forall isin LP forall isin T (15)
As restriccedilotildees (16) e (17) satildeo relativas agrave implantaccedilatildeo de manejo As restriccedilotildees (16)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo do manejo onde o cultivo jaacute eacute manejado e (17)
garante que soacute haveraacute implantaccedilatildeo de manejo uma vez durante o horizonte deplanejamento considerado
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16)
le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
As restriccedilotildees (18) e (19) satildeo restriccedilotildees relativas a produccedilatildeo em terra firme e garantem
que a produccedilatildeo de frutos natildeo ultrapassaraacute a capacidade produtiva do spot l no periacuteodo t
(18) se refere aos spots l onde jaacute existe o cultivo e (19) aos spots l que representam
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de
Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002
COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas
Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade
Federal do Cearaacute 2002
CSM em httpcscmporgDefaultasp Acesso em jun 2010
Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010
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J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias
AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006
LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O
potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino
Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
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MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
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PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
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SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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localizaccedilotildees potenciais para implantaccedilatildeo A colheita soacute pode ser realizada no quarto ano
de implantaccedilatildeo daiacute o iacutendice t-4
le forall isinLTc
forall isinT
(18) le forall isin LTo (19)
As restriccedilotildees seguintes satildeo relativas agrave abertura em terra firme As restriccedilotildees (20)
garantem que natildeo haveraacute implantaccedilatildeo de cultivos em spots onde o cultivo jaacute existe ou
seja jaacute foram implantados cultivos em terra firme em toda a aacuterea disponiacutevel
As restriccedilotildees (21) estabelecem a relaccedilatildeo entre a variaacutevel estrateacutegica e a variaacutevel
auxiliar
ou seja verifica se no periacuteodo t houve a implantaccedilatildeo da cultura em
alguma particcedilatildeo da aacuterea possiacutevel de implantaccedilatildeo Caso ocorra implantaccedilatildeo as restriccedilotildees
(22) relacionam a particcedilatildeo qe e a variaacutevel auxiliar para obtenccedilatildeo do nuacutemero total de
hectares implantadas As restriccedilotildees (23) garantem que o nuacutemero de hectares em que o
cultivo em terra firme seraacute implementado natildeo ultrapassaraacute a aacuterea total do spot l
isin = 0 forall isin LTc (20)
=
forall isinLTo
forall isinT (21)
= forall isin LTo forall isin T (22)
le forall isin LTo (23)
As restriccedilotildees (24) garantem o atendimento da demanda pela soma da produccedilatildeo em aacuterea
de vaacuterzea k da produccedilatildeo em terra firme l e dos frutos de accedilaiacute vindos de fora da cadeia
para o beneficiador j sem exceder sua capacidade de processamento
+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
As restriccedilotildees (25) estabelecem a relaccedilatildeo entre os frutos recebidos e a quantidade de polpa
p produzida
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
As restriccedilotildees (26) garantem que a estocagem no final do periacuteodo t natildeo excederaacute acapacidade de armazenagem do beneficiador no periacuteodo
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
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Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
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ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
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SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
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mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
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SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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leisin forall isin LB forall isin T (26)
As restriccedilotildees (27) satildeo de conservaccedilatildeo do fluxo nos beneficiadores garantem que o que
seraacute produzido de produto p no beneficiador j no periacuteodo t mais o estoque anterior em
t-1 eacute igual agrave parcela de produto entregue ao cliente mais o estoque de p no final noperiacuteodo t
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
As restriccedilotildees (28) garantem o atendimento da demanda do cliente i no periacuteodo t
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
As seguintes restriccedilotildees satildeo restriccedilotildees de domiacutenio
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
Dessa forma o modelo resultante eacute
Min isinisin + isin +isin isinisin +
isinisinisin + +isinisinisin isin
+ isin + 1 isinisinisin + 2 isinisinisin +
isin isinisinisin (14)
Sujeito a
le + forall isin LP forall isin T (15)
isin = 0 forall isin LPc forall isinT (16) le 1isin forall isin LPo forall isin T (17)
le forall isin LTc forall isin T (18)
le forall isin LTo (19)
isin = 0 forall isin LTc (20)
= forall isin LTo forall isin T (21)
=
forall isinLTo
forall isinT (22)
le forall isin LTo (23)
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
sejam formados para atender o cliente durante o periacuteodo em que a safra eacute baixa
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
114-119 2004
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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de
Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002
COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas
Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade
Federal do Cearaacute 2002
CSM em httpcscmporgDefaultasp Acesso em jun 2010
Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010
Disponiacutevel em httpwwwdiariodoparacombrN-108657-
CEARA+FATURA+ALTO+COM+EXPORTACAO+DO+ACAI+PARAENSE
html
EMBRAPA Manejo de Accedilaizais Nativos para Produccedilatildeo de Frutos
Disponiacutevel em httpwwwcpatuembrapabrservicosconsultoriasmanejo-de-
acaizais-nativos-para-producao-de-frutos Acesso em Set 2010
EMBRAPA AMAZONIA ORIENTAL Sistemas de Produccedilatildeo 04 versatildeo
eletrocircnica 2005
Disponiacutevel em
httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLAcaiSistemaProduc
aoAcaiindexhtm
Acesso em Set 2010
HINOJOSA Y KALCSIS J NICKEL S PUERTO J VELTEN S
Dynamic supply chain design with inventory Computers amp Operations Research
35 2008
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HOMMA A K O O desenvolvimento da agroinduacutestria no Estado do Paraacute
2002
Disponiacutevel em lt
httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosecexstiindbrasopodesafiossaber
alfredohommapdfgt
Acesso em Jun 2010
HOMMA A K O Mercado e comercializaccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em
lt
httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLAcaiSistemaProduc
aoAcai_2edpaginasmercadohtmgt Acesso em jun 2010
HOMMA A K O NOGUEIRA O L MENEZES A J E A CARVALHO
J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias
AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006
LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O
potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino
Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location
Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009
MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
Disponiacutevel em
lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt
Acesso em jun 2010
PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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+ +isin isin le forall isin LB forall isin T (24)
+ +isin isin = forall isin LB forall isin T (25)
leisin forall isin LB forall isin T (26)
isin + = isin + forall isin LB forall isin P (27)
=isin forall isin LC forall isin P forall isin T (28)
isin 01 forall isin LW forall isin T (29)
ge 0 forall isin LP forall isin LT forall isin LB forall isin LC
forall isin T (30)
4 Consideraccedilotildees Finais e Trabalhos FuturosOs modelos claacutessicos de planejamento hieraacuterquico existentes na literatura de
gestatildeo da produccedilatildeo e pesquisa operacional (Hax e Candea 1984 apud Paiva 2009 ) satildeo
usualmente separados em trecircs niacuteveis de decisatildeo niacutevel estrateacutegico niacutevel taacutetico e niacutevel
operacional
No niacutevel estrateacutegico (planejamento) as decisotildees tomadas consideram as
variaacuteveis de longo prazo adotando uma grande agregaccedilatildeo dos produtos e flexibilizando
as capacidades produtivas No niacutevel taacutetico (dimensionamento) satildeo definidos os lotes deproduccedilatildeo considerando variaacuteveis de meacutedio prazo em um modelo capacitado que
considera uma agregaccedilatildeo dos produtos em famiacutelias e desconsidera os tempos e custos
de setup de produccedilatildeo No niacutevel operacional (sequumlenciamento) eacute definido o
sequumlenciamento da produccedilatildeo em um modelo de curto prazo capacitado com
consideraccedilotildees de setups e sem agregaccedilatildeo de produtos (Paiva 2009)
Uma vez que a decisatildeo de localizaccedilatildeo de facilidades eacute estrateacutegica e tomada no
longo prazo o horizonte de planejamento dado por t foi tomado em anos Entretanto aoagregar a capacidade do beneficiador e do produtor existe a possibilidade de alguns
detalhes do planejamento da cadeia ser omitidos tais comocaraacuteter sazonal da produccedilatildeo
de fruto de accedilaiacute concentrada nos meses finais do ano forccedilando a obtenccedilatildeo do fruto de
fora da cadeia em determinados meses possiacutevel caraacuteter sazonal da demanda de polpa de
accedilaiacute natildeo investigada nesse trabalho o fato de alguns beneficiadores natildeo funcionarem
durante todos os meses do ano o balanceamento da capacidade de forma que estoques
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Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
114-119 2004
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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de
Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002
COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas
Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade
Federal do Cearaacute 2002
CSM em httpcscmporgDefaultasp Acesso em jun 2010
Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010
Disponiacutevel em httpwwwdiariodoparacombrN-108657-
CEARA+FATURA+ALTO+COM+EXPORTACAO+DO+ACAI+PARAENSE
html
EMBRAPA Manejo de Accedilaizais Nativos para Produccedilatildeo de Frutos
Disponiacutevel em httpwwwcpatuembrapabrservicosconsultoriasmanejo-de-
acaizais-nativos-para-producao-de-frutos Acesso em Set 2010
EMBRAPA AMAZONIA ORIENTAL Sistemas de Produccedilatildeo 04 versatildeo
eletrocircnica 2005
Disponiacutevel em
httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLAcaiSistemaProduc
aoAcaiindexhtm
Acesso em Set 2010
HINOJOSA Y KALCSIS J NICKEL S PUERTO J VELTEN S
Dynamic supply chain design with inventory Computers amp Operations Research
35 2008
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HOMMA A K O O desenvolvimento da agroinduacutestria no Estado do Paraacute
2002
Disponiacutevel em lt
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alfredohommapdfgt
Acesso em Jun 2010
HOMMA A K O Mercado e comercializaccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em
lt
httpsistemasdeproducaocnptiaembrapabrFontesHTMLAcaiSistemaProduc
aoAcai_2edpaginasmercadohtmgt Acesso em jun 2010
HOMMA A K O NOGUEIRA O L MENEZES A J E A CARVALHO
J E U NICOLI C M L MATOS G B Accedilaiacute novos desafios e tendecircncias
AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006
LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O
potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino
Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location
Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009
MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
Disponiacutevel em
lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt
Acesso em jun 2010
PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
7232019 Pagliarussi Marina Sanches
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
7232019 Pagliarussi Marina Sanches
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60
Para enxergar melhor esses detalhes uma estrateacutegia possiacutevel eacute executar o
modelo em partes de forma que inicialmente sejam obtidas as soluccedilotildees estrateacutegicas
com t dado em anos Posteriormente jaacute de posse das soluccedilotildees estrateacutegicas executar
novamente o modelo matemaacutetico considerando somente as decisotildees taacuteticas com t dado
em meses e ver como se comporta o fluxo da rede logiacutestica Desta forma o modelo
proposto pode ser utilizado de maneira hieraacuterquica
Eacute necessaacuterio considerar que embora apresentemos a possibilidade de
implantaccedilatildeo de cultivo manejado em aacuterea de vaacuterzea e apesar da existecircncia de amplo
mercado para frutos do accedilaizeiro o manejo nas aacutereas de vaacuterzea esconde riscos
ambientais que podem ganhar magnitude e que precisam ser considerados Segundo
Homma et al (2006) a transformaccedilatildeo do fraacutegil ecossistema de vaacuterzeas em bosque
homogecircneo de accedilaizeiros com construccedilatildeo de canais grande movimentaccedilatildeo de barcos a
motor sem duacutevida teraacute efeitos na flora e na fauna A contiacutenua extraccedilatildeo de frutos precisa
ser avaliada com relaccedilatildeo agrave reposiccedilatildeo de nutrientes proporcionada pelas mareacutes diaacuterias
em horizonte de meacutedio e longo prazo
Outra dificuldade apresentada eacute a aquisiccedilatildeo de grandes propriedades nas aacutereas
de vaacuterzeas constituiacutedas por moradores tradicionais cuja venda ocorre mais em
decorrecircncia de heranccedila ou problemas familiares aleacutem do complexo sistema de posse
Isso tende a dificultar a entrada de agricultores sulistas ou mais capitalizados eou
aqueles acostumados a viver na beira de estrada Dificilmente grupos capitalistas vatildeo se
envolver no processo produtivo nas aacutereas de vaacuterzeas podendo no entanto se
envolverem no sistema de beneficiamento (Homma et al2006)
Homma et al (2006) afirmam que para reduzir a pressatildeo sobre as vaacuterzeas seria
importante contrabalanccedilar com os plantios de accedilaizeiros em aacutereas de terra firme em
sistema agroflorestais ocupando as aacutereas desmatadas e as que natildeo deveriam ter sido
desmatadas Esse aspecto poderaacute ser levado em consideraccedilatildeo quando das elaboraccedilotildees decenaacuterios futuros para o modelo atribuindo uma penalidade agrave implantaccedilatildeo de cultivo
manejado
Ainda embora a obtenccedilatildeo de soluccedilotildees do modelo natildeo tenha sido feita neste
trabalho espera-se que a partir da anaacutelise das soluccedilotildees obtidas nesse modelo seja
possiacutevel inferir o fluxo oacutetimo de produtos pela cadeia e o custo de produccedilatildeo e transporte
da cadeia bem como o lucro obtido atraveacutes da diferenccedila entre o custo total calculado
pelo modelo e o preccedilo de venda do produto final Ainda como a abertura de novosspots de produccedilatildeo e de novas empresas beneficiadoras alteraria a dinacircmica da cadeia
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Resumidamente as principais contribuiccedilotildees desse trabalho satildeo a organizaccedilatildeo
das informaccedilotildees sobre a cadeia produtiva agroindustrial do accedilaiacute no estado do Paraacute e a
formulaccedilatildeo de um modelo que a represente Futuramente pretendemos elaborar um
meacutetodo de resoluccedilatildeo do modelo proposto para posterior validaccedilatildeo e anaacutelise das
soluccedilotildees
5 Bibliografia
AGEcircNCIA SEBRAE Brasil eacute o terceiro maior produtor de frutas do mundo
2009
Disponiacutevel em
httpwwwcanalruralcombrcanalruraljspdefaultjspuf=1amplocal
=1ampaction=noticiasampid=2535814ampsection=noticias
Acesso em 032010
ALEXANDRE D CUNHA R L HUBINGER M D Conservaccedilatildeo do accedilaiacute
pela tecnologia de obstaacuteculos Rev Ciecircnc Tecnol Aliment Campinas 24(1)
114-119 2004
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BOWERSOX D J Closs D J Cooper M B Gestatildeo Logiacutestica da Cadeia de
Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002
COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas
Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade
Federal do Cearaacute 2002
CSM em httpcscmporgDefaultasp Acesso em jun 2010
Diaacuterio do Paraacute Cearaacute fatura alto com exportaccedilatildeo do accedilaiacute paraense 2010
Disponiacutevel em httpwwwdiariodoparacombrN-108657-
CEARA+FATURA+ALTO+COM+EXPORTACAO+DO+ACAI+PARAENSE
html
EMBRAPA Manejo de Accedilaizais Nativos para Produccedilatildeo de Frutos
Disponiacutevel em httpwwwcpatuembrapabrservicosconsultoriasmanejo-de-
acaizais-nativos-para-producao-de-frutos Acesso em Set 2010
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eletrocircnica 2005
Disponiacutevel em
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HINOJOSA Y KALCSIS J NICKEL S PUERTO J VELTEN S
Dynamic supply chain design with inventory Computers amp Operations Research
35 2008
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HOMMA A K O O desenvolvimento da agroinduacutestria no Estado do Paraacute
2002
Disponiacutevel em lt
httpwwwdesenvolvimentogovbrarquivosecexstiindbrasopodesafiossaber
alfredohommapdfgt
Acesso em Jun 2010
HOMMA A K O Mercado e comercializaccedilatildeo 2006 Disponiacutevel em
lt
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potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino
Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
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MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
Disponiacutevel em
lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt
Acesso em jun 2010
PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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2004 Unama 2006
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agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
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2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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Suprimentos Bookman 4ordf ediccedilatildeo 2002
COSTA E J S C Avaliaccedilatildeo do Desempenho Logiacutestico de Cadeias Produtivas
Agroindustriais um Modelo com Base no Tempo de Ciclo Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Engenharia de Transportes) Centro de Tecnologia Universidade
Federal do Cearaacute 2002
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Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
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MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
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PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
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otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
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PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
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competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
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SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
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Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
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SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
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AMAZOcircNIA Ciecircncia amp Desenvolvimento v 1 n 2 2006
LIMAL M A V MAIA L F T ALVES S GOMES DA SILVA J L O
potencial econocircmico do accedilaiacute na mesorregiatildeo do Marajoacute X Encontro Latino
Americano de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica e VI Encontro Latino de Poacutes Graduaccedilatildeo
Universidade do Vale do Paraiacuteba 2008
MARTEL A VIEIRA D R Anaacutelise e Projetos de redes Logiacutestica 2008
MARTINEZ L Planejamento de Longo Prazo de uma Rede de Distribuiccedilatildeo
Multi-Produto Capacitada XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional
Joatildeo Pessoa Anais XL Simpoacutesio Brasileiro de Pesquisa Operacional 2008
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65
MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location
Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009
MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
Disponiacutevel em
lthttpnegociosamazoniaorgbrfuseaction=noticiaImprimirampid=58851gt
Acesso em jun 2010
PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
PAIVA R P O Modelagem do planejamento agregado da produccedilatildeo em usinas
cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
discute problemas na produccedilatildeo Disponiacutevel emhttpwwwsagripagovbrq=node184
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Acesso em jun 2010
SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
SILVA I M SANTANA A C REIS M S Anaacutelise dos retornos sociais
orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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MELKOTE S DASKIN M S Capacitated facility locationnetwork design
problems European Journal of Operational Research 129 2001
MELO MT NICKEL S SALDANHA-DA-GAMA F Facility Location
Models a Review European Journal of Operational Research 196 2009
MENDES E Demanda pode tornar accedilaiacute raro e caro no Paraacute 2003
Disponiacutevel em
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Acesso em jun 2010
PADILHA J S ELARRAT S A RENDEIRO G Avaliaccedilatildeo do potencial dos
caroccedilos de accedilaiacute para geraccedilatildeo de energia Biomassa amp Energia 3 2005
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cooperadas do setor sucroenergeacutetico utilizando programaccedilatildeo matemaacutetica e
otimizaccedilatildeo robusta Dissertaccedilatildeo (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo)
Centro de Ciecircncias Exatas e Tecnologia Programa de Poacutes graduaccedilatildeo em
Engenharia de Produccedilatildeo UFSCAR 2009
PESSOA J D C Pesquisa de campo 2007 Pesquisador vinculado agrave
EMBRAPA Satildeo Carlos
ROSA L A B Comercializaccedilatildeo na Agroinduacutestria de pequeno porte a
experiecircncia de agricultores agroindustriais familiares do municiacutepio de Londrina
ndash PR Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Gestatildeo de Negoacutecios) Universidade Estadual de
Londrina Universidade Estadual de Maringaacute 2003
SAGRI Secretaria do Estado da Agricultura Seminaacuterio Setorizado do Accedilaiacute
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competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
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mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
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agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005
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SANTANA A C CARVALHO D F MENDES FA T Organizaccedilatildeo e
competitividade das empresas de polpas de frutas no Estado do Paraacute 1995 a
2004 Unama 2006
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orioundos de adoccedilatildeo tecnoloacutegica na cultura de accedilaiacute no estado do Paraacute
Amazocircnia Ci amp Desenv v 2 n 3 2006
SILVA M C N Competitividades das Agroinduacutestrias de polpa de frutas das
mesorregiotildees Metropolitana de Beleacutem e Nordeste Paraense (1996 a 2003)
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade da Amazocircnia 2006
SILVA M N A O mix de produtos como estrateacutegia competitiva das
agroinduacutestrias de polpa de frutas do estado do Paraacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em
Economia Rural) Centro de Ciecircncias Agraacuterias Universidade Federal do Cearaacute
2004
SOARES L C C COSTA F A Os limites do agroextrativismo no Baixo
Tocantins 2005