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ABASTECIMENTO Pesquisas tratam da qualidade e da quantidade de água URBANISMO Diretor escreve sobre os debates do Plano Diretor NORMA ABNT lança nova regra para o mercado Tomando como certo o dito popular “em se plantando tudo dá”, na região de Ribeirão Preto profissionais da agricultura e produtores investem em tecnologia e conhecimento para colocá-lo em prática. Assim, até azeite é possível produzir Também fazemos azeite painel AEAARP Ano XVIII nº 230 maio/ 2014

Painel - edição 230 – mai.2014

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Veículo de divulgação oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (AEAARP).

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ABASTECIMENTO

Pesquisas tratam da qualidade e da quantidade de água

URBANISMO

Diretor escreve sobre os debates do Plano Diretor

NORMA

ABNT lança nova regra para o mercado

Tomando como certo o dito popular“em se plantando tudo dá”, na regiãode Ribeirão Preto profissionais daagricultura e produtores investemem tecnologia e conhecimento para

colocá-lo em prática. Assim, até azeiteé possível produzir

Tambémfazemos azeite

painelA E A A R P

Ano XVIII nº 230 maio/ 2014

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A economia mundial tem se desenvolvido de maneira retraída já há algum tempo. NoBrasil, em parPcular, em condições inferiores às dos demais países emdesenvolvimento.O país, que em passado recente experimentou um círculo virtuoso de crescimento,

com reflexos nas condições de renda e emprego e por consequência no padrão de vidada população em geral, está hoje no caminho inverso.A despeito dos vários planos de incenPvo ao crescimento patrocinados pelo setor

público, na práPca está havendo uma retração acentuada nos setores perPnentes àárea tecnológica.No agronegócio, não são poucas as empresas que estão sendo desaPvadas.Em nossa região, onde é predominante a cultura da cana-de-açúcar e a produção de

etanol, é desolador nos depararmos com essa situação. Deixamos de lado a produçãode energia limpa, renovável e geradora de empregos à mão de obra menos qualificadae verificarmos o incenPvo a produção de energia de origem fóssil, mais cara e agressivaao meio ambiente.Em outros estados brasileiros, onde a produção agrícola a cada ano supera o recorde

do ano anterior, boa parte ainda é perdida pela ausência de mecanismos adequados dearmazenagem e de escoamento.A área da construção civil, que nos úlPmos anos teve um desempenho diferenciado,

já mostra sinais de retração a parPr da constatação da existência de um grande númerode imóveis disponibilizados à comercialização e sem a efePvação das transações.A área de infraestrutura, tradicionalmente a mais carente por ser dependente da

competência do poder público, apresenta um alto grau de ineficiência.Com esse quadro, estão à mostra as dificuldades cada vez maiores que deverão ser

superadas pelos profissionais da nossa área, no exercício de suas profissões.Menor oferta de trabalho significa maior concorrência e a necessidade de mais qua-

lificação.Cabe a cada um a procura pela forma mais adequada de aperfeiçoamento, que lhe

proporcione melhores condições para enfrentar o cenário atual.Há muito a ser feito no país e aqueles que conseguirem superar as dificuldades de

momento, estarão se preparando para um crescimento maior no futuro.

Eng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoPresidente

Eng.º Civil João PauloS. C. Figueiredo

Editorial

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Expediente

A S S O C I A Ç Ã ODE ENGENHARIAARQUITETURA EAGRONOMIA DERIBEIRÃO PRETO

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

ÍndiceESPECIAL 05Nestas terras têm oliveiras

HISTÓRIA 10Os erros de cálculo

PONTO DE VISTA 14Revisão do Plano Diretor

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 15Um sistema contra acidentes

INDICADOR VERDE 15

ECONOMIA 16Empresários falam sobre empreendedorismo

MEIO AMBIENTE 18Água: qualidade e quantidade

MERCADO 21“O etanol está engessado”, afirma consultor

PESQUISA 22A eficiência dos carros elétricos

ARQUITETURA 24Uma feira para construções verdes

CREA-SP 25CREA orienta sobre serviços de dedetização

NOTAS E CURSOS 26

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil João Paulo de Souza Campos FigueiredoPresidente

Arq. e urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos1º Vice-presidente

Eng. civil Ivo Colichio Júnior2º Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. civil Hirilandes AlvesDiretor Financeiro: eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio BagatinDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil Elpidio Faria JúniorDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. eletr. Tapyr Sandroni JorgeDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Edes JunqueiraDiretor de Comunicação e Cultura: eng. civil José Aníbal LagunaDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. José Antonio Lanchoti

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Gilberto Marques SoaresArquitetura, Urbanismo e afins: arq. e urb. Carlos Alberto Palladini FilhoEngenharia e afins: eng. civil José Roberto Hortencio Romero

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng. civil Wilson Luiz LagunaConselheiros TitularesEng. agr. Callil João FilhoEng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastreEng. civil Cecilio Fraguas JúniorEng. civil Edgard CuryEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet FrancoEng. agr. Geraldo Geraldi JúniorEng. mec. Giulio Roberto Azevedo PradoEng. elet. Hideo KumasakaEng. civil Iskandar AudeEng. civil José Galdino Barbosa da Cunha JúniorArq. e Urb. Maria Teresa Pereira LimaEng. civil Nelson Martins da CostaEng. civil Ricardo Aparecido DebiagiConselheiros SuplentesEng. Agr. Alexandre Garcia TazinaffoArq. e urb. Celso Oliveira dos SantosEng. Agr. Denizart BolonheziArq. Fernando de Souza FreireEng. civil Leonardo Curval MassaroEng. agr. Maria Lucia Pereira Lima

CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP INDICADO PELA AEAARPEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado, Eng. civil Hirilandes Alves

REVISTA PAINELConselho Editorial: - eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres, eng. mec. Giulio RobertoAzevedo Prado, eng. civil José Aníbal Laguna e eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin [email protected]

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Joaquim Antonio Nascimento 39,cj. 24, Jd. Canadá, Ribeirão Preto SP, CEP 14024-180 - www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 - [email protected]

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 e Carla Barusco MTb 76258Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - (16) 2102.1719Angela Soares - [email protected]

Foto da capa: Engenheiro agrônomo Gilberto Marques SoaresTiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também nãoexpressam, necessariamente, a opinião da revista.

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AEAARP

ESPECIAL

Em Cássia dos Coqueiros,na região de Ribeirão

Preto, um produtor ruralaproveitou o clima ameno

para introduzir umacultura ;pica da Europa

oliveirasNestas terras têm

A cana-de-açúcar ocupa 95% daárea agricultável da região de RibeirãoPreto, composta por 25 municípios.Depois dela, a cultura com mais forçana região é o amendoim, seguido pelocafé. A região também tem importanteprodução de hortaliças e leguminosas,que supre as necessidades das Centraisde Abastecimento de Ribeirão Preto eFranca (Ceasa) com tomate, chuchu,couve-flor, dentre outros. “Nem só decana vive esta região”, garante o enge-nheiro agrônomo Geraldo Geraldi Jú-nior, conselheiro da AEAARP e técnicono Núcleo de Sementes da Secretariade Agricultura e Abastecimento do es-tado de São Paulo.A alavancagem da cultura de amen-

doim se deve, em grande parte, à ro-tação de cultura da cana-de-açúcar.A oleaginosa atrai interesse local, deindústrias de doce de todos os portes,e também do exterior. Geraldi Júniorexplica que o Brasil é o terceiro maior Oliveiras em Cássia dos Coqueiros

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Revista Painel

ESPECIAL

exportador do mundo – perde para aChina e os EUA. Ribeirão Preto respon-de por 80% da produção de todo o es-tado de São Paulo.A planta surgiu na América Lajna e

foi difundida para o resto do mundo, aparjr da Europa no século XVIII. A Chi-na, maior exportador, produz 40 mi-lhões de toneladas por ano, segundoGeraldi Júnior.“Em uma região como a nossa, que

usa 95% da área para a cana, sobrapouco para outras culturas”, afirma oagrônomo. Existem, porém, movimen-tos inversos. A oleaginosa dos trópicosatravessou oceanos e foi fazer fortunaem outros países. Na América Lajna,porém, produtores buscam formas deadaptação de culjvares ipicos de cli-ma frio, como maçã, comum na regiãosul do país. Na região de Ribeirão Pretoexiste uma plantação que é, no míni-mo, inusitada. Em Cássia dos Coquei-ros, um produtor rural aproveitou o cli-ma ameno para introduzir uma culturaipica da Europa: oliveiras.

As oliveirasO Brasil é o segundo maior impor-

tador de azeite e azeitona do mundo.Neste ranking, perde apenas para os Es-

tados Unidos. Brasileiros desfrutam dosbenedcios desse fruto – que, segundopesquisadores, figura em uma lista dealimentos que compõem o cardápiodo Mediterrâneo e oferecem diversosbenedcios à saúde. Produzi-la em tem-peratura tropical, entretanto, é um de-safio.Na América Lajna, o maior produtor

é a Argenjna. No Brasil, o estado do RioGrande do Sul tem o volume de produ-ção mais significajvo. Para aqueles pro-dutores, inclusive, a Empresa Brasileirade Pesquisa Agropecuária (Embrapa)passou a se dedicar à pesquisa de umculjvar que atenda às especificidadesdo clima brasileiro.A Arbequina, a Picual, a Koroneiki, a

Frantoio e a Arbosana são algumas es-pécies, de origem italiana, grega e es-panhola, indicadas pela Embrapa paraserem culjvadas no sul do país.Em Minas Gerais também há impor-

tante produção de azeitonas. Foi nomé-todomineiro que se inspirou o produtorPedro Redemptor Guidi, de Dumont-SP.Em uma propriedade em Cássia dos Co-queiros-SP ele tem 1.300 árvores pro-dujvas – algumas mais do que outras,em razão do tempo de planjo – empouco mais de quatro hectares.

Os engenheiros agrônomos GilbertoMarques Soares, Dilson Cáceres e Ge-raldo Geraldi Júnior, da AEAARP, visita-ram a propriedade. No texto a seguir, oengenheiro agrônomo Antônio CarlosGiovanini, com a colaboração dos trêsvisitantes, relata a experiência em Cás-sia dos Coqueiros.

O café ocupa ainda hoje posição de destaque naprodução agrícola da região

Amendoim é a segunda cultura maisrentável na região de Ribeirão Preto

A cana ocupa 95% da área agricultávelda região de Ribeirão Preto

Plantação de oliveiras em Cássia dos Coqueiros

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AEAARP

Oliveira (Olea europaea L.)Tem-se como certo que a oliveira

originou-se na região mediterrânea –Síria, Líbano e Israel –, porém há relatosda propagação a par^r da Ásia Menor,espalhando-se para outras regiões doplaneta. Atualmente, os maiores produ-tores são Espanha, Itália, Grécia, Portu-gal, Síria, Turquia eMarrocos. Na Améri-ca do Sul, os países que mais produzemsão a Argen^na e o Chile. No Brasil, aoliveira foi introduzida no século XIX,nas regiões Sul e Sudeste, mas não ^ve-ram importância econômica.Pelo potencial que representa, vem

aumentando ul^mamente o interessede agricultores e empresários da indús-tria alimen]cia pelo cul^vo. A Empresade Pesquisa Agropecuária de Minas Ge-rais (Epamig), da cidade mineira de Ma-ria da Fé, vem realizando trabalhos deadaptação de variedades para algumasregiões do Sul daquele estado. Algunsagricultores já conseguem produçõessignifica^vas.O Rio Grande do Sul e Santa Catarina

também possuem localidades adequa-das ao desenvolvimento da oliveira evem expandindo a área de plan^o. Um

A oliveira em flor

Geraldo Geraldi Júnior, Gilberto Marques Soares e Antônio Carlos Giovanini

dos fatores mais importantes para opomar de oliveiras produzir em quan^-dade e qualidade é estar localizado emregiões que, durante o inverno, tenhamno mínimo 250 horas de frio, o que sig-nificam temperaturas abaixo ou igual a12oC. No verão, quando os frutos estãoem desenvolvimento, deve predominarclima quente e seco.Como toda cultura em exploração

comercial, a oliveiranecessita de cuidadospara a sua instalação edesenvolvimento. Al-guns cuidados são es-senciais, como: esco-lha correta da regiãoe local de plan^o e demudas de boa proce-dência e qualidade. Énecessário tambémcontrolar a incidênciade ervas daninhas,pragas e doenças.Além disso, o produtor

devemanter uma ro^na de aplicação denutrientes e providenciar a limpeza epoda de ramos.A cultura pode ser explorada comer-

cialmente visando a produção de azeiteou azeitona em conserva. Existem va-riedades adequadas para cada obje^voe outras que atendem às duas finalida-des. Os frutos devem estar com a colo-ração palha ou preta para a produçãode azeitonas em conserva. No caso daprodução de azeite, o ideal é que osfrutos estejam arroxeados, o que acon-tece antes de se tornarem pretos. Mas,para essa finalidade podem ser colhidosdesde a coloração verde até totalmentepretos. Para o preparo de azeitonas emconserva existem diversos processos,no entanto o mais prá^co e de fácil exe-cução é o caseiro onde se u^liza apenasa salmoura.A azeitona preta é apenas o estágio

de maturação final do fruto, que vai dacor verde, verde palha, arroxeado e fi-nalmente preto.

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Revista Painel

• Dar preferência ao azeite extra-virgem embalado em lata ou garrafaescura, que esteja em local protegido da luz (pegue o que estáarmazenado no fundo da prateleira)

• No rótulo deve constar o nível de acidez (máxima de 0,8%) e a data defabricação, dando prioridade aos azeites produzidos com até 1 ano

• Recomendável consumir no máximo em até um mês após aquisiçãodevido à degradação e perda de qualidade

Comprar azeite de boa qualidade

Acidez máxima deve ser de 0,8%

ESPECIAL

Azeitona na salmouraAs azeitonas devem ser colocadas em

salmoura num breve espaço de tempoapós a colheita. Após a eliminação deimpurezas, de frutos defeituosos, cau-sados por ataque de pragas, doençasou danos mecânicos e lavados em águacorrente, serão submeTdos a concen-trações de salmoura que variam de 6% a12% para azeitonas verdes e mistas e de8% a 14% para azeitonas pretas. A salgareduz o sabor amargo do fruto.

O azeitePara pequenos produtores, o modo

tradicional de obtenção do azeite é porprensagem hidráulica a frio e decanta-ção por gravidade sem filtragem.A elaboração do azeite começa com

a obtenção de azeitona de boa qualida-de. Por isso, as operações de colheita etransporte do fruto têm grande impor-tância e vão influir tanto na qualidadedo produto final, no azeite, quanto naeficácia do processo.Uma das operações básicas para ob-

tenção de azeite de oliva de boa qua-lidade é a seleção dos frutos, que nãoapresentem danos causados por insetosou doenças, livre de impurezas, comorestos de folhas e ramos, lavados emágua corrente e armazenados em reci-

pientes que permitam a aeração até omomento de serem processados, o quedeverá ocorrer no mesmo dia, no maisbreve espaço de tempo após a colheita.No processamento, o fruto é tritura-

do por inteiro, resultando numa pastaque será prensada, por um sistema hi-dráulico, resultando em uma misturalíquida contendo água, azeite e um resí-duo sólido. Da mistura líquida, o azeiteé separado da água em um processo dedecantação por gravidade. O resíduosólido poderá ser novamente prensadoou decantado.O produto final é o azeite, que tem

um conjunto de caracterísTcas própriasque permitem sua apreciação. Deve terum padrão de qualidade final que podeser definido como um sumo extraídode azeitonas em perfeitas condiçõesde maturação, procedentes de plantassadias de oliveira, cujo processamentotenha sido realizado com frutos frescos(imediatamente após a colheita), evi-tando qualquer tratamento que alterea natureza de seus componentes, tantodurante a sua extração como no arma-zenamento.Um dos mais importantes parâmetros

para determinar a qualidade do azeite éo nível de acidez do produto. Assim, oazeite considerado extravirgem é resul-

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AEAARP

Nota:1 – Não há ainda uma conclusão para a uOli-zação adequada do resíduo sólido final resul-tante da prensagem da pasta2 – Do total produzido aproximadamente120 kg de frutos foram curOdos em salmourapara azeitonas demesa3 – A variedade Arbequina produz frutosme-nores, sendo indicada, portanto, para pro-dução de azeite, enquanto que a Grappolo541, com frutosmaiores, serve tambémparaazeitonas em conserva4 – Em 2013, em virtude de condições climá-Ocas adversas, a produção foi mais baixa emrelação ao ano anterior, produzindo apenas400 kg de frutos

Visão do pé de azeitona(ou oliveira) com frutos

Antônio Carlos Giovanini com dois trabalhadores do olival do sítioSanto Antônio, em Cássia dos Coqueiros

tante da primeira prensagem e que te-nha nível de acidez de no máximo 0,8%.Acima desse nível, e até 2% de acidez,

é o chamado azeite virgem. Acima des-se valor é um azeite comum, resultadode seguidas prensagens ou processosquímicos para sua obtenção.Há ainda outros derivados, como óleo

de bagaços de oliva e óleo de bagaçosde oliva refinado. Nomercado é comumencontrar o azeite misturado a outrosóleos, como o de soja em diferentesproporções. Este é o azeite composto.

HistóriaEm 2011 o Brasil importou 50.000

toneladas de azeite e 70.000 toneladasde azeitonas. Para atender ao consumonacional (que é de 200 ml de azeite porhabitante por ano), seriam necessários50.000 hectares de oliveiras.Estudos realizados na EPAMIG de Ma-

ria da Fé com diversas variedades cul-bvadas no Brasil, do sébmo ao décimoano de planbo a produção abngiu cercade 18 kg de azeitona por árvore. Atual-mente, novas variedades podem produ-zir por volta de 70 kg por planta.O rendimento na produção de azeite

pode variar de 10% a 20% dependendode fatores como: variedade, colheita,

transporte, seleçãode frutos, tratos cul-turais, eficiência deprocessamento etc.

Em Cássia dosCoqueirosNo município de

Cássia dos Coqueiros--SP, o agricultor PedroRedentor Guidi culb-va pequena área doSíbo Santo Antônio com oliveiras dasvariedades Arbequina e Grappolo 541,adquiridas em Maria da Fé-MG juntoà EPAMIG e de viveiros parbculares demudas existentes na região. As primei-ras mudas foram plantadas em 2008visando a produção de azeite e, emme-nor escala, azeitonas em conserva.No ano de 2012 foi realizada a pri-

meira colheita em cerca de 800 árvores,obtendo-se em torno de 2.800 kg deazeitonas. A colheita foi feita de formamanual quando os frutos apresentavamcoloração de verde palha à arroxeada.Após a colheita, os frutos foram se-

lecionados, eliminando-se os defeitu-osos e demais impurezas como folhas,restos de ramos etc. Em seguida, osfrutos foram lavados em água corrente

e foram triturados, com polpa e caroço,resultando em uma pasta. Em seguida,a pasta foi levada a uma prensa hidráu-lica, separando assim a parte líquida,contendo o azeite mais água, sendodescartado o resíduo sólido.No passo seguinte, em decantação

por gravidade foi separado o azeite daágua, que foi drenada à medida em quese acumulou no fundo da vasilha, en-quanto que o azeite acumulado foi di-recionado para vasilhames adequados efiltrado em filtro prensa.O rendimento final foi de 270 litros

de azeite extravirgem cuja análise acu-sou nível de acidez em torno de 0,30%a 0,38%.

Engº Agrº Antonio Carlos GiovaniniTécnicos da CATI/NPS/ RIBEIRÃO PRETO/SP

Fonte: EPAMIG – Maria da Fé-MG

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Revista Painel

Sonda em MarteFeita para orbitar Marte como o pri-

meiro satélite meteorológico interpla-netário, a sonda Mars Cli-mate Orbiter desapareceuem1999. A equipe daNASAusou o sistema anglo-saxãode unidades (que u]lizamedidas como polegadas,milhas e galões), enquantouma das empresas contra-tadas usou o sistema deci-mal (baseado no metro, nograma e no litro). Fazendoas contas em quilômetros,mas aproximando-se emmilhas, a sonda de U$ 125

HISTÓRIA

de cálculoConheça oito fatos históricos

Os erros

milhões chegou pertodemais deMarte quan-do tentava manobrarpara entrar em órbitado planeta. Uma in-ves]gação determinouque a causa do desapa-recimento foi um “errode conversão das uni-dades inglesas para asmétricas” em uma par-te do sistema de com-putação que operava asonda a par]r da Terra.

O navio VesaEm 1628, na Suécia, o navio de guerra

Vesa, armado com 64 canhões de bron-

Imagem: NASA

Imagem: Wikipedia/JavierKohen

A imprensa do mundo inteiro no]-ciou recentemente que o governo fran-cês inves]u 15 bilhões de euros, queequivalem a mais de R$ 45 bilhões, naaquisição de dois mil trens que são maislargos do que as estações. Gastarão pelomenos 50 milhões de euros, o equiva-lente a R$ 152 milhões, para alargar 1,3mil estações. O embaraço causado peladescoberta ins]gou a busca por outrosgraves erros de cálculo.O site Inovação Tecnológica listou

exemplos de erros de cálculo que custa-ram caro. Abaixo, são reproduzidos oitodeles.

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Canada ficou sem combusTvel quan-do voava sobre o povoado de Gimli, naprovíncia canadense de Manitoba. O Ca-nadá havia adotado o sistema métricodecimal em 1970, e o avião havia sido oprimeiro da empresa a usar as medidasmétricas. O indicador de combusTvel abordo do avião não estava funcionan-do, por isso a tripulação usou um tubopara medir quanto combusTvel estavamcolocando durante o reabastecimento.O procedimento deu errado quando asmedidas de volume foram converUdasemmedidas de peso e houve uma confu-são entre libras e quilos. O avião acaboudecolando com a metade da quanUdadede combusTvel que deveria ter. O pilotoconseguiu aterrissar na pista de Gimli.

ze, naufragou em sua viagem inaugural,a menos de dois quilômetros da costa.Na ocasião, 30 tripulantes morreram.Ele foi içado do fundo do mar em 1961e arqueólogos disseram que a embar-cação era assimétrica, mais espessa abombordo do que a esUbordo. Uma ra-zão para isso pode ser o fato de que osoperários usaram sistemas de medidasdiferentes. Os arqueólogos encontra-ram quatro réguas usadas na constru-ção: duas estavam calibradas em péssuecos, que têm 12 polegadas, enquan-to as outras usavam pés de Amsterdã,com 11 polegadas.

O planador de GimliEm 1983, um voo da companhia Air

O telescópio HubbleO Hubble é famoso por suas belas

imagens do espaço e por ser conside-rado um grande êxito da Nasa. Mesmoassim, ele teve um início de operaçãodiNcil. As primeiras imagens enviadas

Imagem: NASA

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Revista Painel

pelo telescópio estavam borradas por-que seu espelho principal era muitoplano. Não muito - só 2,2 micrômetros,50 vezes menos do que a espessura deum fio de cabelo humano - mas o su-ficiente para colocar em perigo todo oprojeto. Uma teoria é que uma pequenamancha de hnta em um aparelho usadopara testar o espelho tenha provocadoa distorção nas medidas. Uma missãodo ônibus espacial consertou o proble-ma em 1993.

Big BenO sino do Big Ben no Parlamento de

Londres rompeu-se em 1857 e foi re-fundido para ser moldado novamente.Mas o novo sino, cuja colocação levoutrês dias em 1859, também se rom-peu rapidamente. Aí começaram asdisputas sobre quem era o culpado, oque deu início até mesmo a um casode difamação. Uma teoria diz que seupêndulo era pesado demais, com cer-ca de 330 quilos, ao menos para a ligade metal usada para fazê-lo (de setepartes de estanho e 22 de cobre), algoque já havia sido alertado pelos res-ponsáveis por sua fundição. O segun-

Imagem: Wikipedia

do sino não foi subshtuído (ainda estáquebrado), apenas mudou de posição.Na dúvida, o pêndulo foi trocado porum mais leve.

A ponte de Laufenburg

Qual é o nível domar? Ele varia de umlugar para o outro, e países usam dife-rentes pontos de referência. “A Grã-Bre-tanha mede a altura, por exemplo, emrelação ao nível do mar em Cornwall,enquanto a França o faz em relaçãoao nível do mar em Marselha”, explicaPhilip Woodworth, do Centro Oceano-

gráfico Nacional, emLiverpool, na Ingla-terra. Já a Alemanhamede a altura emrelação ao Mar doNorte, enquanto aSuíça, assim comoa França, opta peloMediterrâneo. Issogerou um problemaem Laufenburg, umpovoado que está nadivisa entre a Alema-nha e a Suíça. Con-

forme as duas metades de uma pontese aproximavam uma da outra durantea construção, em 2003, ficou evidenteque, em vez de estarem “à mesma altu-ra do nível do mar”, um lado estava 54cengmetros acima do outro. Os cons-

trutores sabiam que havia uma diferen-ça de 27 cengmetros entre as duas ver-sões do nível do mar, mas por algumarazão essa diferença foi duplicada emvez de ser compensada. O lado alemãoteve que ser rebaixado para que a pontepudesse ser completada.

A pista de biatlo de SochiNa véspera do início das Olimpíadas

de Sochi, na Rússia, foi descoberto quea pista de biatlo - que deveria ser umcircuito de 2,5 quilômetros - era 40metros mais curta. Com isso, os com-pehdores da prova de 7,5 quilômetrospercorreriammenos de 7,4 quilômetrosao completar a prova, enquanto os daprova de 12,5 quilômetros percorre-riam 12,3 quilômetros. O erro foi con-sertado a tempo da primeira prova, trêsdias depois.

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Revista Painel

A Ponte doMilênio de Londres

Para marcar o início do novo milê-nio, Londres construiu uma ponte para

pedestres em junhode 2000 que une ofamoso museu TateModern, localizadona margem sul dorio Tâmisa, com amargem norte pró-xima a Catedral deSaint Paul. Mas logopercebeu-se quea estrutura de 350metros de compri-mento tremia deforma preocupante

Imagem: Wikipedia

quando se caminhava sobre ela. Umdos problemas de design de uma pon-te de pedestre é o efeito da “pisadasincronizada”: à medida que a pontebalança, as pessoas ajustam seu passoconforme o ritmo da ponte, aumen-tando ainda mais sua oscilação. Nestecaso, os projeSstas levaram em contaos passos sincronizados de cima parabaixo, mas não o efeito para os lados.No ano seguinte, começaram a ser ins-talados amortecedores para reduzirseu balanço, e ela foi reaberta ao pú-blico em 2002.

Fonte: inovacaotecnologica.com.br

Page 14: Painel - edição 230 – mai.2014

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AEAARP

par\cipar desse Conselho, que apesarde consul\vo era respeitado pela qua-lidade de sua representação. O COMURsempre teve seu presidente indicado oureferendado pelo chefe do Execu\vo.A composição deste Conselho que

deve ser ouvido pelo Execu\vo antesdo encaminhamento do Projeto de Leià Câmara, sempre teve a predominân-cia da sociedade, pois, afinal, o projetoé feito para a sua cidade, pelos técnicosdo município.Muitos contestama influência domer-

cado na elaboração das diretrizes muni-cipais. Mas, as tendências do mercadotraduzem as tendências e aspirações dapopulação na evolução dos resultados.Estas influências dinâmicas modificam aface da cidade e a flexibilidade técnicada equipe permanente de planejamen-to evolui alterando posturas que discipli-nam este crescimento. A Avenida JoãoFiusa atual é o espelho dessa evolução.Qualidade de vida mostra a aplicaçãodesse conhecimento ao urbanismo.Porém, a sociedade deve cobrar sua

efe\va par\cipação nestas mudanças eo respeito que as ins\tuições devem àlegislação per\nente. O mercado influi

PONTO DE VISTA

Plano Diretor

O Plano Diretor de Ribeirão Preto, ini-ciado no final dos anos 60 e início dosanos 70, conduzido pelos engenheirosCarlos Lacerda Chaves e por mim, co-ordenando outros profissionais comoRicardo Rocha e Carlos Alberto Gabarrae outros mul\disciplinares, sempre sefundamentou no espírito democrá\coe par\cipa\vo da população. O Conse-lho Municipal de Urbanismo (COMUR)foi fundado na ocasião como o grandeConselho Urbanís\co da cidade, com apreocupação de conduzir o pensamen-to do município aos técnicos da Prefei-tura, a quem sempre coube a elabora-ção dos planos de desenvolvimento.Todavia, neste Conselho, os compo-

nentes indicados pelo Execu\vo não\nham direito a voto, afinal sabe-seque os planos feitos pelo prefeito nãoseriam nunca censurados pelos seusfuncionários. Todos os órgãos represen-ta\vos da sociedade urbana deveriam

Revisão do

nos seus interesses e o grande papel doplanejamento é aproveitar esta forçapara evoluir na busca da qualidade deseus resultados. Insis\mos na tradiçãoe na readequação do Conselho Munici-pal de Urbanismo, hoje conduzido peloprofessor arquiteto Geraldini, nosso as-sociado, e acreditamos nos técnicos doplanejamento, muito engajados no es-pírito implantado em 1970.Reiteramos à chefe do Execu\vo que

acredite na competência de seus en-genheiros e arquitetos, que evite in-fluencias distorcidas na condução doConselho e acima de tudo que procureconhecer mais profundamente o que éo espírito permanente de planejamen-to, garan\a de planos substanciais, diri-gidos especialmente a sociedade com acontribuição de todos os segmentos re-presenta\vos desta sociedade para ummunicípio cada vez melhor.Nossa en\dade dispõe-se, com sua

par\cipação, à construção de planoscada vez mais concretos para um cresci-mento cada vez mais harmônico e volta-do ao bem estar da população. A revisãosistemá\ca do Plano Diretor faz partedos interesses maiores da população.

Engenheiro civil,diretor da AEAARP emembro do COMUR

José Aníbal Laguna*

FotoFernandoBattistetti

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AEAARP

INDICADORVERDE

É quanto o vento pode soprar emaltitudes que variam entre 300e 600 metros do solo e que doisestudantes do Insituto de Tecnologiade Massachusetts (MIT), nos EUA,querem aproveitar para levar energialimpa a lugares remotos do planeta.Em 2015, eles começarão os testesda turbina eólica voadora que usaum invólucro cheio de gás hélio paraflutuar alto e capturar ventos maisfortes. O sistema pode subir e descerautomaicamente quando necessário,para aproveitar melhor os ventos,tanto na terra quanto no céu. Glasse Adam Rein, os inventores, fizeramcálculos que indicam que a turbinaeólica flutuante poderá produzir odobro da energia de uma turbina demesma dimensão montada em umatorre. Porém, admitem, as que voamnão foramprojetadas para subsituíremas terrestres. Três amarras fazem aancoragemda turbina emuma estaçãoterrestre giratória, que são usadas paraajustar automaicamente sua alitude,e energia gerada desce por uma delasaté a estação em terra. O protótipopossui uma concha inflável circular de35metros de diâmetro, feita domesmotecido resistente usado em dirigíveis evelas náuicas.

Fonte: inovacaotecnologica.com.br

8vezes

mais forte

alunos, um de iniciação cienhfica e ou-tro de mestrado, que têm a função dedesenvolver projetos associados como propósito geral de modo a idenificaros fluxos de dados espaciais no setorde Transporte Rodoviário de ProdutosPerigosos (TRPP) para dar suporte aodesenvolvimento do IDE. “Ambos re-alizaram entrevistas com técnicos deinsituições envolvidas no TRPP. Comessas informações, desenvolveram ummodelo conceitual da IDE em questão,e idenificam relações de poder ligadasao uso e disponibilização de dados es-paciais”, explica Bruna Bod, bióloga eparicipante do projeto.Coordenado pelo professor da Poli/

USP, José Alberto Quintanilha, a infra-estrutura que será desenvolvida contacom o apoio do Setor de Atendimentoa Emergências da Cetesb e SecretariaEstadual do Meio Ambiente. “Além dis-so, com a realização do Workshop quemarcou o início do projeto, em dezem-bro do ano passado, foi possível o deba-te acerca do tema e a idenificação deoutras insituições que podem apoiar oprojeto, como é o caso da CET e Ibama”,diz Bruna.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

contra acidentesUm sistema

Acidentes ocasionados pelo transpor-te de produtos perigosos em rodoviasgeram inúmeros prejuízos, tanto parao meio ambiente quanto para as co-munidades que ficam no entorno dasgrandes estradas. Com o objeivo demonitorar e também evitar esse ipo dedesastre no complexo Anchieta – Imi-grantes, em São Paulo, o Laboratório deGeoprocessamento da Escola Politécni-ca da USP está desenvolvendo um pro-jeto, financiado pelo CNPq (ConselhoNacional de Desenvolvimento Cienhficoe Tecnológico), que especificará umainfraestrutura computacional com o ob-jeivo de integrar diferentes dados devárias fontes e formatos, em uma únicaplataforma.A iniciaiva, com duração prevista de

dois anos, contribuirá para o estabe-lecimento de políicas entre os órgãosestaduais, municipais e concessioná-rias – como a Cetesb, Ecovias e o IBGE– que são direcionadas ao atendimentode acidentes rodoviários envolvendo otransporte de cargas perigosas e assu-mem a administração dos sistemas dedados já existentes.O modelo terá o formato de uma In-

fraestrutura de Dados Espaciais (IDE),plataforma de operações que une diver-sos dados, metadados, usuários, ferra-mentas e sistemas, de modo a viabilizara uilização das informações espaciaisde maneira mais eficiente e flexível,com todo o conhecimento concentradodisponível pela internet.Ele conta com a paricipação de dois

Alunos da Poli-USP trabalham em um métodoque evite acidentes com cargas perigosas

Quem quiser fazer parte dainiciaiva, deve entrar emcontato com o Laboratório deGeoprocessamento da Poli/USP aparir do telefone (11) 3091-5173.

Fonte: Escola Politécnica da USP (Poli-USP)

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Revista Painel

ECONOMIA

empreendedorismoEmpresários falam sobre

A ideia de que a inovação é um fenôme-no econômico fundamental para o desen-volvimento parece ser consenso entre osempresários brasileiros. Mas como criarnoBrasil umambiente favorável para isso?A questão foi discu^da pela Acade-

mia Brasileira de Ciências (ABC), no Riode Janeiro, em uma mesa que reuniu oindustrial Horácio Lafer Piva (membrodo Conselho de Administração das In-dústrias Klabin e membro do ConselhoSuperior da FAPESP), o biólogo Fernan-do Reinach (administrador do Fundo Pi-tanga), o químico Gerson Valença Pinto(vice-presidente de Inovação da Natura)e o empresário Ricardo Felizzola (presi-dente do Conselho Administra^vo daempresa Altus Sistemas de Automação,com sede no Rio Grande do Sul).“A inovação não é um obje^vo por si

só. O obje^vo é a prosperidade”, afirmouFelizzola, que também é presidente daHT Micron e coordenador do Conselho

Para Lafer Piva, currículo de engenharia precisa melhorar,inserindo mais conhecimentos técnicos e problemas complexos

de Inovação e Tecnologia da Federaçãodas Indústrias do Estado do Rio Grandedo Sul (Fiergs).Segundo os empresários ali reunidos,

diversos obstáculos impedem que esseobje^vo seja alcançado no Brasil. “Emum ambiente inovador tem de haver fi-nanciamento”, disse Felizzola que aindalistou como entraves a elevada carga tri-butária – principalmente no inves^mentoem Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) –,a burocracia (nos registros de empresas enas agências que as regulam) e a próprialegislação brasileira, referindo-se a leis edecretos que regulamentam registros e otratamento tributário dos incen^vos fis-cais para es]mulo a P&D de empresas.Para Lafer Piva, da Klabin, líder no se-

tor de celulose e papel no país, outroproblema é o componente educacional,que prejudica especialmente a inovaçãona indústria na área de Engenharia.“Precisamos melhorar o currículo dos

cursos de Engenharia, inserir conheci-mentos mais técnicos e problemas maiscomplexos. Estamos colocando na esco-la menos gente do que a demanda domercado. E faltam atributos específicosa muitos que concluem o curso”, disse.“Temos que melhorar esse profissio-

nal e enfrentar essa carência qualita^vae quan^ta^va, es^mulando o estudo daEngenharia e a relação universidade-em-presa. As empresas precisam cada vezmais de inovação e pesquisa. Ou a pes-quisa é incorporada, ou não vamos che-gar a lugar algum”, afirmou Lafer Piva.Para Felizzola, embora o déficit na

educação e a dificuldade na interfaceuniversidade-empresa sejam aspectosimportantes a serem levados em conta,não são preponderantes.“A inovação não está na empresa nem

na universidade, mas sim no mercado.Ela é um elemento econômico absolu-tamente ligado ao capitalismo. Para ela

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AEAARP

exisor, tem que haver mercado. No Bra-sil se produz muito conhecimento, masesse conhecimento é compeoovo? Elese transforma em PIB?”, indagou.De acordo com Felizzola, o país preci-

sa desenvolver uma cultura empreende-dora, a exemplo das startups, termo quedesigna empresas recém-criadas e ino-vadoras, popularizadas a paror dos anosde 1990 com a explosão de empresasassociadas à tecnologia no Vale do Silí-cio (Califórnia), como Google, Apple, Mi-crosof, Yahoo e Facebook, entre outras.“Quanto mais inovadora uma empre-

sa, maior será a possibilidade econômi-ca de ela virar sucesso e gerar produo-vidade e riqueza”, destacou, citando oWhatsApp, o Twijer e o Instagram, nosEstados Unidos, a sueca Skype e as bra-sileiras Buscapé e Bematech.“Precisamos lapidar o conhecimento

em torno da inovação”, disse ele, lem-brando que Israel, país com 7,9 milhõesde habitantes, tem hoje 4.800 startups,enquanto o Brasil, com uma populaçãode 203 milhões, tem apenas 2.580.Para Reinach, do Fundo Pitanga, além

de uma cultura empreendedora, faltano país a cultura do risco.“Em um projeto bom, a maior preo-

cupação deve ser se a probabilidade desucesso (sua uolidade pública) será me-nor que o esperado e não se o retorno fi-nanceiro da nova ideia será menor ou seo projeto levará mais tempo ou custarámais que o esperado. Na época dos des-cobrimentos, D. Manuel, rei de Portugal,invesoa emdezenas de caravelas,mas sa-bia o risco que corria e que a grande mi-noria delas poderia retornar com lucros.Para o fundo de capital de risco, cada em-presa é uma caravela”, comparou.

ExemploValença Pinto, da Natura, lembrou

que, quando a empresa começou suasaovidades em 1969, enfrentou ummer-cado compeoovo com outras empresasdo ramo, como a tradicional norte-ame-ricana Avon. Hoje, a empresa brasileiratem uma receita líquida de R$ 7,01 bi-lhões, chega a quase 60% dos lares bra-sileiros, tornou-se uma mulonacional eé a empresa líder do setor de cosméo-cos e higiene no Brasil.No encontro, foram lembrados como

exemplos de invesomento iniciaovascomo o Programa FAPESP Pesquisa Inova-ova emPequenas Empresas (PIPE), criadoem 1997 para apoiar a execução de pes-quisa ciennfica e tecnológica em peque-nas empresas do estado de São Paulo.

Fonte: Agência Fapesp

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Revista Painel

MEIO AMBIENTE

Um estudo do pesquisador José Gali-zia Tundisi, do Insatuto Internacional deEcologia (IIE), concluiu que o desmateda vegetação que recobre as bacias hi-drográficas tem forte impacto sobre aqualidade da água. Segundo ele, além dealterar o ciclo de chuvas, prejudicar a re-carga de aquíferos subterrâneos e redu-zir os recursos hídricos disponíveis parao abastecimento humano, o desmateencarece em cerca de 100 vezes o trata-mento necessário para torná-la potável.Análise do Insatuto Agronômico (IAC),

de Campinas-SP, concluiu que o períodohidrológico de outubro de 2013 a mar-ço de 2014 foi extremamente seco no

Água:qualidade e quantidade

Dois pesquisadores, de ins?tuições diferentes, revelam que tratar a água pode ficarbem mais caro em razão do desmatamento e que a crise hídrica provocada pela

es?agem pode afetar a produção na próxima safra

estado, condição que refleau em todosos setores, incluindo a agricultura e osusos humano e industrial. “A seca estáelevada e a probabilidade de ocorrên-cia desses valores anômalos é de duasvezes em 100 anos ou de apenas umavez”, afirma Orivaldo Brunini, pesquisa-dor do IAC, da Secretaria de Agriculturae Abastecimento de São Paulo. O levan-tamento faz um prognósaco até setem-bro deste ano.

Tratamento“Em áreas com floresta ripária [con-

`gua a cursos d’água] bem protegida,basta colocar algumas gotas de cloro

por litro e obtemos água de boa quali-dade para consumo. Já em locais comvegetação degradada, como o sistemaBaixo Coaa [bacia hidrográfica do rioCoaa, na Região Metropolitana de SãoPaulo], é preciso usar coagulantes, cor-retores de pH, flúor, oxidantes, desin-fetantes, algicidas e substâncias pararemover o gosto e o odor. Todo o ser-viço de filtragem prestado pela florestaprecisa ser subsatuído por um sistemaaraficial e o custo passa de R$ 2 a R$ 3a cada mil metros cúbicos para R$ 200a R$ 300. Essa conta precisa ser relacio-nada com os custos do desmatamento”,afirmou Tundisi.

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AEAARP

Quando a cobertura vegetal na baciahidrográfica é adequada – e isso incluinão apenas as florestas ripárias comotambém matas de áreas alagadas e de-mais mosaicos de vegetação nahva –, ataxa de evapotranspiração é mais alta,ou seja, uma quanhdade maior de águaretorna para a atmosfera e favorece aprecipitação.Além disso, segundo Tundisi, o es-

coamento da água das chuvas ocorremais lentamente, diminuindo o proces-so erosivo. Parte da água se infiltra nosolo por meio dos troncos e raízes, quefuncionam como biofiltros, recarrega osaquíferos e garante a sustentabilidadedos mananciais.“Em solos desnudos, o processo de

drenagem da água da chuva ocorre deforma muito mais rápida e há uma per-da considerável da superbcie do solo,que tem como deshno os corpos d’água.Essa matéria orgânica em suspensão al-tera completamente as caracteríshcasquímicas da água, tanto a de superbciequanto a subterrânea”, explicou Tundisi.De acordo com o pesquisador, a mu-

dança na composição química da águaé ainda mais acentuada quando há cria-ção de gado ou uso de ferhlizantes epeshcidas nas margens dos rios. Ocorreaumento na turbidez e na concentraçãode nitrogênio, fósforo, metais pesadose outros contaminantes – impactandofortemente a biota aquáhca.Tundisi lembrou que, além de garanhr

água para o abastecimento humano, osecossistemas aquáhcos oferecem uma

série de outros serviços de grande re-levância econômica, como geração dehidroeletricidade, irrigação, transporte(hidrovia), turismo, recreação e pesca.Amensuração do valor desses serviços

ecossistêmicos é o objehvo do projeto“Pesquisas ecológicas de longa duraçãonas bacias hidrográficas dos rios Itaquerie Lobo e represa da UHE Carlos Botelho,Ihrapina-SP, Brasil (PelD)”, coordenadopor Tundisi com apoio da FAPESP e doConselho Nacional de DesenvolvimentoCiengfico e Tecnológico (CNPq).“São serviços estratégicos e funda-

mentais para o desenvolvimento doestado de São Paulo. Sua valoração éde fundamental importância para aimplantação de projetos de economiasverdes, dando ênfase à conservaçãodessa estruturas de vegetação e áreasalagadas”, disse.

CriseOs resultados de análises da seca fei-

tas pelo Inshtuto Agronômico apontamque a situação meteorológica do estadoé preocupante e o planejamento do usodos recursos hídricos deveria ser inicia-do. A situação agrícola pode ser altera-da com a chegada de frentes frias noperíodo do inverno.Para Campinas, considerando-se a

série climatológica, do ano de 1890 a2014, o período de janeiro a março foio segundo mais seco. “Esta mesma ten-dência é observada quando se analisa oano hidrológico, considerando o perío-do de outubro a março, em 2013/2014

A metodologia para análise e cálculo dos índices pode ser

acompanhada nos sites: www.ciiagro.sp.gov.br,

www.infoseca.sp.gov.br e www.ciiagro.org.br.

foi o mais seco em 123 anos de estu-dos”, diz Brunini. O período hidrológico2013/2014 foi de baixa precipitação emtodo o estado, acentuando-se de janei-ro a abril.De acordo com o estudo, a segurança

hídrica do estado está ameaçada pelocompromehmento das reservas hídri-cas nos reservatórios e pela falta dechuva. “Como não temos mecanismosde evitar o fenômeno seca, devemosadotar técnicas e ações que possammihgar, ao longo do tempo, os efeitosdanosos desta situação”, recomenda.A análise foi baseada no banco de

dados do Inshtuto Agronômico, o maiscompleto do Brasil, com registros desde1890. Para os estudos, foram considera-dos os efeitos agronômicos, meteoroló-gicos e hidrometeorológicos da seca.

Reflexos“A agricultura e seus processos são

os fatores mais sensíveis e suscegveisa qualquer anomalia climáhca ou ex-tremo meteorológico, como seca ougeada”, afirma Brunini. A pesquisa deledemonstrou também que culturas emdesenvolvimento nos campos paulistasestão sendo afetadas pela seca, altastemperaturas e baixa umidade do ar.Com base nos dados registrados pelo

IAC, são feitas algumas consideraçõessobre as culturas e também sobre pra-gas e doenças que podem ocorrer, den-tro das condições climáhcas existentes.“Primeiramente, é feita uma análiseagrometeorológica e depois elabora-mos considerações especificas sobrealgumas culturas”, explica Brunini.O estudo revelou também que a si-

tuação da umidade do solo em todo oterritório paulista é “críhca”. “Sinal dealerta para as culturas de outono e in-verno culhvadas com irrigação, pois não

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Revista Painel

O estado de São Paulo possui caracterís\cas gerais de climatropical de al\tude, como na região do planalto. Há algumasregiões com clima mais chuvoso, como no litoral, e aindaas que se enquadram na classificação de clima subtropical,como na área serrana. Esse perfil iden\fica o estado comclima de verão úmido e quente, inverno seco no planalto einverno com boa precipitação no litoral.Essas condições explicam a distribuição das culturas agríco-las como, exemplo, a concentração da heveicultura (cul\vode seringueiras) no planalto, justamente pelo fato de o climadesfavorecer a ocorrência de pragas. No estado, as geadassão ocasionalmente observadas, com frequência entre oitoa dez anos de recorrência.Segundo o pesquisador Orivaldo Brunini, embora com climadefinido, as anomalias climá\cas que mais afetam o estadosão chuva em excesso, ocasionando inundações, e falta dela,que leva a períodos de veranico, em especial, em janeiroe fevereiro. “Seca é um fator normal, sendo que em váriosanos essa ocorrência foi mais acentuada, como em 1963,1961 e 1978”, afirma.Ele ressalta que os fenômenos adversos mais comuns sãoseca e inundação. “Neste ano de 2014, o fenômeno secaapresenta-se de forma acentuada no estado, o que vem tra-zendo sérios prejuízos à agricultura, ao abastecimento deágua para consumo humano e uso industrial”, diz.

Perfil paulista

MEIO AMBIENTE

há água para irrigar”. Algumas culturassão especialmente prejudicadas pelasituação hídrica, como a rebrota da so-queira da cana-de-açúcar, o que pode-rá afetar a produção na próxima safra.Para o café, a deficiência hídrica poderácomprometer a indução floral e a bro-tação de novos ramos para a próximasafra. No cul\vo de grãos, como milhosafrinha e soja, apesar de a es\agemfavorecer a colheita, ela afeta o desen-volvimento do milho safrinha.

PragasCom relação ao manejo de pragas

e ervas daninhas, os baixos índices deumidade e de absorção de água pelasplantas comprometem a eficiência docontrole químico por meio de aplicaçãode herbicidas. “No caso de pragas desolo, como larva alfinete, a baixa umi-dade do solo prejudica o seu desenvol-vimento. Por outro lado, pragas foliares,como lagarta do cartucho e, em espe-cial, a Helicoverpa Armigera, são favo-recidas”, esclarece.As caracterís\cas gerais analisadas

em diversas regiões do estado de SãoPaulo, envolvendo diferentes culturasagrícolas, apontam para uma situaçãomuito diScil para a agricultura paulista.“Embora se possa pensar em irrigação,nem todos os agricultores estavam pre-parados para esta técnica, seja no as-pecto técnico, seja legal e, além disso,não existe adequada reserva hídricapara tal prá\ca”, afirma.De acordo com Brunini, uma projeção

com as médias históricas de precipita-ção de abril a setembro mostra que adeficiência hídrica persis\rá até setem-bro de 2014, o que afetará os cul\vos eprocessos agrícolas.

Fontes: Agência Fapesp e Ins4tuto Agronômico deCampinas

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AEAARP

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MERCADO

“O etanol estáengessado”,afirma consultor

A Agência Nacional do Petróleo, GásNatural e Biocombus^veis (ANP) divul-gou recentemente que o consumo decombus^veis em todo o país cresceu 5%em 2013, em comparação a 2012, totali-zando 136,2 bilhões de litros. O consumode etanol anidro automo_vo (acrescidoà gasolina) aumentou 30,2% e do etanolhidratado (comercializado nos postos decombus^veis) cresceu 9,5%. Os núme-ros, entretanto, camuflam um grave ce-nário na indústria sucroenergé_ca.Se você tem um automóvel commotor

flexpower, já deve ter ouvido a pergunta:abastece seu carro com etanol ou gaso-lina? A escolha pela gasolina tem sido aresposta recorrente e, segundo o con-sultor André Rocha, da Exame AuditoresIndependentes, é reflexo da polí_ca demanutenção do petróleo como base prin-cipal damatriz energé_ca do país. “As de-cisões do governo vão na direção contrá-ria dos projetos empresariais”, observa.Nos úl_mos meses, indústrias de açú-

car e álcool de todo o estado de SãoPaulo anunciaram demissões em gran-

A conjuntura polí3ca é a principal causa dacrise da indústria sucroenergé3ca

de número. Algumas entraram com pe-didos de recuperação judicial. “O gover-no brasileiro importa petróleo a preçode mercado e subsidia a gasolina ven-dida para o consumidor. Neste cenário,não há segurança polí_ca para inves_rno etanol”, avalia Rocha.Ele explica que o preço da gasolina

está defasado. O combus^vel deveriaser vendido a um valor pelo menos 12%maior. Desta forma, a diferença de preçoem relação ao etanol faria o biocombus-^vel voltar a ser compe__vo e valorizariaa indústria nacional. “Esta é uma decisãopolí_ca mo_vada para inúmeras conjun-turas, dentre elas a manutenção do índi-ce inflacionário”, explica o consultor.Para a próxima safra, Rocha antevê

situação ainda mais crí_ca. “O setorestá engessado entre a fragilidade polí-_ca brasileira, que privilegia umamatrizenergé_ca em detrimento de outra, e aprodução excedente de açúcar no mer-cado internacional que deverá con_nu-ar pressionando os preços da commodi-ty”, finaliza Rocha.

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Revista Painel

PESQUISA

carros elétricos

No InsYtuto de Física de São Carlos(IFSC) da USP, um estudo invesYga umnovo método capaz de tornar os au-tomóveis veículos menos poluentes emais eficientes. O trabalho é desenvol-vido pelo docente do IFSC, Paulo Bar-beitas Miranda, numa parceria de estu-dos com a pesquisadora do InsYtuto deQuímica de São Carlos (IQSC), Janaína

Na USP de São Carlos, pesquisadores trabalham para conferireficiência, usando combus=vel para gerar energia elétrica

A eficiência dos

Sendo esse o objeYvo final do estudo(um carro com motor elétrico que con-suma menos combusXvel e funcione demaneira mais limpa), alguns problemasse colocam à frente para a concreYza-ção: durante a reação de quebra damolécula de etanol para produção deenergia elétrica, que ocorre na superP-cie de um eletrodo metálico, há muitaperda de energia. “Atualmente, o gran-de desafio é conseguir quebrar comple-tamente a molécula de etanol para queela alcance eficiência máxima. Porém,essa reação ainda gera muitos subpro-dutos, tendo-se uma reação parcial e onão aproveitamento de toda energia damolécula”, explica Paulo Miranda.Também durante a quebra da molé-

cula de etanol na célula a combusXvel,ocorre outro problema: o chamado “en-venenamento do eletrodo”, quando omonóxido de carbono, resultante da re-ação parcial, fica grudado na superPciedo eletrodo, atrapalhando sua eficiên-cia. “São moléculas diPceis de removere que bloqueiam a reação”, elucida odocente.O trabalho principal dos pesquisado-

res do IFSC e IQSC, portanto, foi buscaro entendimento sobre como ocorre o

Fernandes Gomes.O método uYliza uma célula a com-

busXvel (etanol, por exemplo) que geraenergia elétrica com a produção depouco calor. Esta, por sua vez, alimentaummotor elétrico, que usualmente per-de pouca energia na forma de calor, tor-nando o funcionamento do automóvelmais eficiente e, principalmente, limpo.

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AEAARP

envenenamento do eletrodo, tentandodescobrir quais são as outras moléculas“grudadas” na superNcie do metal, quesão produtos intermediários da reaçãode oxidação do etanol no eletrodo.O eletrodo estudado foi o de plaWna,

o mais invesWgado e promissor (emboramuito caro) para a fabricação de célulasa combusVvel. No caso do IFSC, os pes-quisadores uWlizaram a técnica de es-pectroscopia não-linear de interfaces, naqual são uWlizados lasers de alta intensi-dade para se obter o espectro de vibra-ção das moléculas que estão na super-Ncie. “Na situação experimental temosum filme com uma solução, compostapor etanol e eletrólito, e com isso conse-guimos estudar as moléculas que estãona superNcie do eletrodo”, conta Paulo.Sobre o filme fino, são disparados

dois Wpos de laser: um infravermelhoe outro verde. Tal diferencial oferece aseguinte vantagem: a combinação dasduas cores, produzindo luz azul, permi-te invesWgar apenas as moléculas quese encontram na superNcie. “Nesse casoespecífico, saber o que se encontra nasolução não é de nosso interesse, poismuitos pesquisadores podem fazer issoroWneiramente. A técnica que uWliza-mos é, entretanto, muito mais sensívelao que ocorre na superNcie do eletrodo,deixando de lado o que se encontra nasolução”.Depois de aplicada a técnica na su-

perNcie do eletrodo metálico, os pes-quisadores encontraram um espectrocomplexo, com muitas vibrações emfrequências próximas, e visualizaram“impressões digitais” de várias molé-culas, o que foi a grande novidade da revistapainel

ANUNCIENA

PAINEL

16 | [email protected]

pesquisa em questão. “A dificuldade ésaber a quem pertencem essas ‘impres-sões digitais’, uma vez que encontramosuma média de 15 frequências diferen-tes. Tivemos que buscar dados na litera-tura e fazer comparações com diversosespectros já conhecidos para idenWficara quais moléculas elas pudessem per-tencer”, explica Paulo.Após diversas análises e comparações,

os pesquisadores chegaram a uma pro-posta de possíveis candidatos – a certe-za só exisWrá quando forem feitas novassimulações computacionais bem maiscomplexas. “O ideal, mesmo, seria fazeruma simulação do que ocorre com umamolécula de etanol quando ela chega auma superNcie metálica e se quebra emdiversas outras”, comenta Paulo.Outra surpresa durante o estudo foi

a descoberta de que o eletrodo de pla-Wna é extremamente aWvo para reaçãode quebra da molécula de etanol, pois,de acordo com Paulo, outras moléculasmenores, que resultam dessa reação,podem se juntar novamente para for-mar moléculas novas. “Isso mostra queo caminho dessa reação é muito maiscomplicado do que se imaginava. Noentanto, ao se uWlizar diferentes com-busVveis, a reação pode ser diferente,bem como os produtos e a eficiência dareação”, explica Paulo.Segundo a universidade, os próximos

passos da pesquisa caminham em dire-ção à descoberta exata das moléculasque estão “grudadas” na superNcie doeletrodo e também como ocorre, exata-mente, a reação nessa superNcie.

Fonte: Agência USP

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Revista Painel

ARQUITETURA

Marcada para acontecer entre os dias26 e 28 de agosto, a primeira edição daExpo Arquitetura Sustentável – FeiraInternacional de Construção, Reforma,Paisagismo e Decoração, organizadapela Reed Exhibikons Alcantara Ma-chado, tem como objekvo popularizara uklização de prákcas sustentáveisem todos os kpos de imóveis. “A ideiaé oferecer aos expositores e visitantesum ponto de encontro extremamentedemocrákco, que comporte todas ascerkficações de sustentabilidade exis-tentes no mercado, como os britânicosBREEAM e SKA Rakng, o alemão DGNBe o selo AQUA-HQE, da Fundação Van-zolini, o mais uklizado no Brasil”, explicaLiliane Bortoluci, diretora da feira.Indicadores da Fundação Vanzolini

mostram um crescimento expressivonum período de quatro anos, de 2009 a2013, as edificações cerkficadas com oselo AQUA passaram de sete para 215,

pequeno empreendedor sobre as van-tagens de trabalhar com diretrizes sus-tentáveis nos projetos e, dessa forma,contribuir para o crescimento do núme-ro de edificações com a sustentabilida-de comprovada pelo selo AQUA-HQE”.O evento também aposta no formato

de feira e congresso com especialistasinternacionais. “Teremos 80 palestran-tes e esperamos receber 800 congressis-tas, que também entrarão em contatocom 100 marcas parkcipantes que mos-trarão na prákca o que foi mostrado nospainéis. Nossa expectakva total é de 7mil visitantes/compradores em 8 mil m²de exposição”, complementa Bortoluci.Outro destaque é a Casa AQUA, protók-po de construção que ukliza técnicas dearquitetura passiva, materiais de acaba-mento e produtos sustentáveis.

contabilizando mais de 5 milhões demetros quadrados de áreas construídascerkficadas. Só em São Paulo são 131delas, 45 no Rio de janeiro, e o restanteoutros 11 estados brasileiros, entre re-sidências, edigcios comerciais, escolas,entre outros. A tendência é que se man-tenha a taxa de crescimento. A constru-tora Even, por exemplo, determinou aparkr de 2012 que todos os empreendi-mentos habitacionais da cidade de SãoPaulo obedeçam aos critérios sustentá-veis do AQUA-HQE.De acordo com o professor Manuel

Markns, coordenador execukvo doAQUA-HQE, “toda a cadeia produkvada construção civil, do empreendedoraté o usuário final da edificação, preci-sa estar alinhada para que os aspectossustentáveis do edigcio permaneçam.A Expo Arquitetura Sustentável ajudaránão apenas a ampliar o conceito comotambém pode informar e instruir o

construções verdesUma feira para

Para Fundação Vanzolini, cerCficadora do selo Aqua-HQE, Expo ArquiteturaSustentável vai impulsionar ainda mais segmento que cresce rapidamente no Brasil

Expo Arquitetura SustentávelFeira Internacional de Construção,Reforma, Paisagismo e Decoração.

Data: 26 a 28 de agosto de 2014Local: Expo Center Norte, PavilhãoVermelho - São Paulo - SPHorários: Exposição: 11h às 20h

Conferência: 9h às 18h

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AEAARP

CREA-SP

CREA orienta sobreserviços de dedetização

Os termos dedeezação, desinseeza-ção e desraezação são denominaçõesuelizadas por empresas prestadorasde serviços que se propõem a contro-lar a população de pequenos animaisinvasores, também conhecidos comopragas urbanas. Tal aevidade, assim,como ocorre nos serviços de execuçãode obras, serviços e projetos da área daengenharia civil, engenharia mecânica,engenharia elétrica, dentre outros, sãoaevidades técnicas privaevas de pro-fissionais legalmente habilitados regis-trados no CREA/SP, conforme dispõe oart. 2 da Decisão Normaeva 067 de 16de junho de 2000 do CONFEA, que dis-põe sobre o registro e a Anotação deResponsabilidade Técnica das empresase profissionais prestadores de serviçosdesinseezação, desraezação e similares:

Art. 2º Todo serviço de desinseeza-ção, desraezação ou similar somenteserá executado sob a responsabilidadetécnica de profissional legalmente habi-litado e registrado no CREA, de acordocom as aevidades discriminadas na Re-solução nº 218, de 29 de junho de 1973,do CONFEA.§ 1º Consideram-se habilitados a

exercer as aevidades a seguir relaciona-das, os seguintes profissionais:I – formulação de produtos domissa-

nitários: engenheiro agrônomo, enge-nheiro florestal, engenheiro químico eengenheiro sanitarista; eII – supervisão ao manuseio e à apli-

cação de produtos domissanitários:engenheiro agrônomo, engenheiro flo-

restal, engenheiro químico, engenheirosanitarista, tecnólogos e os técnicosdestas áreas de habilitação.Nesta Decisão Normaeva, o Con-

selho estabelece a necessidadeda existência do profissional le-galmente habilitado para a ae-vidade, bem como a obrigato-riedade da regularidade daempresa (pessoa jurídica)contratada (ver tambémArt. 59 da Lei 5194/66):Art. 1º Toda pessoa ju-

rídica que executa servi-ços de desinseezação,desraezação e simila-res, só poderá iniciarsuas aevidades de-pois de promover ocompetente registro noCREA, bem como o dosprofissionais de seu quadrotécnico.Vale ressaltar que, em se tra-

tando de aevidade técnica privaevados profissionais do sistema CONFEA/CREA, a mesma também está sujeita aoregistro da ART (Anotação de Responsa-bilidade Técnica), conforme o dispostona Lei 6496/66 e na mencionada Deci-são Normaeva em seu Art.º 3º. Assim,o profissional responsável técnico pelaempresa de dedeezação deverá regis-trar a devida ART, conforme contrato,dando assim a garanea legal pelo servi-ço técnico executado:Art. 3º Todo contrato, escrito ou ver-

bal, para execução de serviço objeto

desta Decisão Normaeva, fica sujeito àAnotação de Responsabilidade Técnica– ART no CREA, em cuja jurisdição forexercida a aevidade.Assim, ao contratar uma empresa

para prestação serviços de dedeezação,é necessário verificar a sua regularida-de perante o CREA/SP, solicitando có-pia atualizada de ceredão de registrono CREA/SP, bem como o fornecimentoda ART (Anotação de ResponsabilidadeTécnica) pelo seu responsável técnico,por ocasião da execução dos serviços.

Decisão norma4va exige a contratação de profissionallegalmente habilitado para a a4vidade

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Revista Painel

NOTAS E CURSOS

No final do mês de maio, o presidente do CREA-SP, engenheiro Francisco Kurimori, foirecepcionado na AEAARP pelo presidente da enhdade, engenheiro João Paulo Figueiredo,por conselheiros, diretores da enhdade e representantes do conselho na região. A AEAARP éuma das três mais importantes enhdades do setor no país.

Visita

Pesquisadores da Universidade de Illinois, EUA,desenvolveram um pláshco capaz de se regenerar. Emapenas 20minutos, o material sintéhco fez o reparode um furo de 3,5 cengmetros e alcançou 62% da re-sistência original em três horas. Segundo os cienhstas,a tecnologia uhliza uma rede vascular arhficial. Ao semisturarem, dois líquidos conhdos em veias arhficiaisformam um gel de polímero, que é forte e promovea autocicatrização. Os cienhstas estão entusiasmadoscom a possibilidade de comercialização deste produto.Tecnologias demateriais que se autoconsertam já exis-tem nos laboratórios de todo omundo há pelomenosuma década. O próximo passo, segundo o professorScobWhite, é uhlizar a técnica no espaço.White quertornar as naves capazes de sanar os furos provocadospelos meteoritos, mas explica que são necessários sis-temas complexos, capazes de ajustar as reações quími-cas sem que os líquidos escapem da área perfurada.

Fonte: inovacaotecnologica.com.br

Tensão elétrica dos raiospromete acabar com

apagões

O Instituto de Pesquisas da Madeira, naAlemanha, encontrou uma saída para a re-ciclagem dos resíduos da indústria do setor.Coordenados pelo professor Volker Thole, osengenheiros alemães desenvolveram umaespuma expansível feita com os cavacos damadeira para subshtuir os reveshmentos tér-micos à base de petróleo, que estão na mirados ambientalistas. As espumas são uhlizadaspara isolar pequenas rachaduras em casas eediacios, auxiliando a economia de energia.Thole explica que a técnica consiste em moeros resíduosdemadeiraaté formarumamassa.Logoapós,éadicionadoumgásqueexpandeobolo e transforma em espuma, que é endure-cida comajuda de outras substâncias tambémextraídasdomaterial.Aespumase torna leveetambémpode sermodelada emplacas rígidasou tapetes flexíveis. Agora, a equipe quer des-cobrir qual madeira produz a melhor espumatérmica e, entre a variedade de espumas, umaque possa subshtuir o polieshreno expandido.

Fonte: inovacaotecnologica.com.br

Madeira que vira espuma

Espuma de madeira substitui revestimento térmicoderivado do petróleo

Regeneração artificial do plástico

O omniRob deverá começar a ser testado em 2015 em uma dasfábricas da Airbus. Imagem: Fraunhofer-Gesellschaft

OsengenheirosdoprojetoValidahonofAdvanced,CollaborahveRobohcs for IndustrialApplica-hons (VALERI)acreditamterconseguidocriarumrobômóvelparaa fabricaçãodeaviões. “Quandonós juntamos elementos da fuselagem, precisamos aplicar grandes quanhdades de selante nasjuntas.Os robôsmóveispodemassumiresse trabalhomuitobem”, garante JoséSaenz, coordena-dor do projeto. Omóvel tem o alcance e a flexibilidade necessários a algumas ahvidades e deveentrar em teste em 2015 uma fábrica da Airbus, segundo o site Inovação Tecnológica. Emborasejamocernede todasas fábricasdeautomóveis, os robôs industriaisfixosnãosedãomuitobemnas linhas demontagem de aviões, que não podem semovimentar na linha de produção, comoacontececomosautomóveis.Paragaranhruma“segurança100%”,Saenzesuaequipeequiparamaplataformamóvel com câmeras e interfaces sensíveis ao toque, alémde uma camada de amor-tecimento em todo o robô. Os sensores funcionam como uma pele arhficial - aomenor contato,o robô pára, ou semove em outra direção. Outro ganho com amobilidade foram os 12 graus deliberdade obhdos pelo robô, cujo protóhpo foi bahzado de omniRob. “O que é único em nossosistema é o movimento coordenado de todos os graus de liberdade. Enquanto a plataforma decondução semove, omanipulador semove aomesmo tempo. Não exisha até agora um sistemadeste hpo com um raio de ação tão grande,” disse Saenz.

Fonte: inovacaotecnologica.com.br

Robôs móveis

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AEAARP

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