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PAISAGEM CULTURAL: ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO E INTERVENÇÃO EM TERESINA, DESENVOLVIDAS PELO GRUPO DE PESQUISA AMIGOS DO PATRIMÔNIO. " AFONSO, ALCILIA (1) 1. UFPI. Departamento de Construção Civil e Arquitetura. Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Centro de Tecnologia. Rua João Carvalho. 3170. Planalto Ininga. Teresina.PI. CEP: 64050-180 E-mail: [email protected] RESUMO Este artigo tem como objeto de estudo a cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, no que é referente ao trabalho que vem sendo desenvolvido e coordenado pelo grupo de pesquisas cadastrado na UFPI e no CNPq, Amigos do Patrimônio. Este grupo é independente das instituições de preservação existentes na cidade, que pouco, ou quase nada têm realizado, de fato, pela preservação da memória urbana local. Justifica-se a apresentação deste trabalho neste evento, considerando que a discussão com demais profissionais nacionais e internacionais que atuam na área de preservação patrimonial, que passam por problemas similares em seus lugares, contribui de maneira preponderante na busca por soluções que se desvinculem da espera longa e ineficiente de órgãos públicos que deveriam ser mais eficazes nas políticas preservacionistas. Dessa maneira, o objetivo deste artigo é despertar o interesse da comunidade científica e acadêmica para participar do resgate do patrimônio, através de ações independentes. O grupo Amigos do Patrimônio que vem desenvolvendo pesquisas desde 2007, apoiando-se no tripé ensino, pesquisa e extensão, desde o segundo semestre de 2013, decidiu se envolver em três ações estratégicas pontuais de preservação e intervenção em Teresina: 1) Retomada do inventário de bens imóveis; 2) Revisão da legislação municipal de tombamento; 3) Ações na área de educação patrimonial. Para tanto, realiza palestras em eventos culturais e científicos, promove debates e exposições, publica livros como "Arquitetura piauiense" (Afonso e Moraes, 2009), "Documentos da Arquitetura Moderna" (Afonso e Negreiros, 2010), "Teresina 160 anos: Arquitetura e documentação" (Afonso, 2013), "Teresina em Aquarelas" (Afonso e Marques, 2014). Acredita-se que através da educação patrimonial e da participação popular, independente de órgãos públicos, pode-se realizar algo em prol da memória e preservação dos nossos bens culturais, ampliando a discussão e as ações para conceitos como paisagem cultural. É um longo e constante processo. Palavras chaves: políticas preservacionistas, preservação cultural, patrimônio.

PAISAGEM CULTURAL: ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO E ... · pelas espécies que compõem a mata dos cocais. 3° COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO -

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“PAISAGEM CULTURAL: ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO E INTERVENÇÃO EM TERESINA, DESENVOLVIDAS PELO GRUPO DE

PESQUISA AMIGOS DO PATRIMÔNIO. "

AFONSO, ALCILIA (1)

1. UFPI. Departamento de Construção Civil e Arquitetura. Curso de Graduação em Arquitetura e

Urbanismo. Centro de Tecnologia. Rua João Carvalho. 3170. Planalto Ininga. Teresina.PI. CEP: 64050-180

E-mail: [email protected]

RESUMO Este artigo tem como objeto de estudo a cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, no que é referente ao trabalho que vem sendo desenvolvido e coordenado pelo grupo de pesquisas cadastrado na UFPI e no CNPq, Amigos do Patrimônio. Este grupo é independente das instituições de preservação existentes na cidade, que pouco, ou quase nada têm realizado, de fato, pela preservação da memória urbana local. Justifica-se a apresentação deste trabalho neste evento, considerando que a discussão com demais profissionais nacionais e internacionais que atuam na área de preservação patrimonial, que passam por problemas similares em seus lugares, contribui de maneira preponderante na busca por soluções que se desvinculem da espera longa e ineficiente de órgãos públicos que deveriam ser mais eficazes nas políticas preservacionistas. Dessa maneira, o objetivo deste artigo é despertar o interesse da comunidade científica e acadêmica para participar do resgate do patrimônio, através de ações independentes. O grupo Amigos do Patrimônio que vem desenvolvendo pesquisas desde 2007, apoiando-se no tripé ensino, pesquisa e extensão, desde o segundo semestre de 2013, decidiu se envolver em três ações estratégicas pontuais de preservação e intervenção em Teresina: 1) Retomada do inventário de bens imóveis; 2) Revisão da legislação municipal de tombamento; 3) Ações na área de educação patrimonial. Para tanto, realiza palestras em eventos culturais e científicos, promove debates e exposições, publica livros como "Arquitetura piauiense" (Afonso e Moraes, 2009), "Documentos da Arquitetura Moderna" (Afonso e Negreiros, 2010), "Teresina 160 anos: Arquitetura e documentação" (Afonso, 2013), "Teresina em Aquarelas" (Afonso e Marques, 2014). Acredita-se que através da educação patrimonial e da participação popular, independente de órgãos públicos, pode-se realizar algo em prol da memória e preservação dos nossos bens culturais, ampliando a discussão e as ações para conceitos como paisagem cultural. É um longo e constante processo. Palavras chaves: políticas preservacionistas, preservação cultural, patrimônio.

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Introdução

Este artigo tem como objeto de estudo a cidade de Teresina, capital do estado do Piauí, no

que é referente ao trabalho que vem sendo desenvolvido e coordenado pelo grupo de

pesquisas cadastrado na UFPI, Universidade Federal do Piauí, e no CNPq, Amigos do

Patrimônio. Este grupo é independente das instituições de preservação existentes na cidade,

que pouco, ou quase nada têm realizado, de fato, pela preservação da memória urbana local.

Justifica-se a apresentação deste trabalho neste evento, considerando que a discussão com

demais profissionais nacionais e internacionais que atuam na área de preservação

patrimonial, que passam por problemas similares em seus lugares, contribui de maneira

preponderante na busca por soluções que se desvinculem da espera longa e ineficiente de

órgãos públicos que deveriam ser mais eficazes nas políticas preservacionistas.

Dessa maneira, o objetivo deste artigo é despertar o interesse da comunidade científica e

acadêmica para participar do resgate do patrimônio, através de ações independentes. O

grupo Amigos do Patrimônio que vem desenvolvendo pesquisas desde 2007, apoiando-se no

tripé ensino, pesquisa e extensão, desde o segundo semestre de 2013, decidiu se envolver

em três ações estratégicas pontuais de preservação e intervenção em Teresina: 1) Retomada

do inventário de bens imóveis; 2) Revisão da legislação municipal de tombamento; 3) Ações

na área de educação patrimonial.

Para tanto realiza palestras em eventos culturais e científicos, promove debates e exposições,

publica livros como "Arquitetura piauiense" (Afonso e Moraes, 2009), "Documentos da

Arquitetura Moderna" (Afonso e Negreiros, 2010), "Teresina 160 anos: Arquitetura e

documentação" (Afonso, 2013), "Teresina em Aquarelas" (Afonso e Marques, 2014).

Acredita-se que através da educação patrimonial e da participação popular, independente de

órgãos públicos, pode-se realizar algo em prol da memória e preservação dos nossos bens

culturais, ampliando a discussão e as ações para conceitos como paisagem cultural. É um

longo e constante processo. Acrescenta-se aqui que a pesquisa vem trabalhando com um

referencial teórico calcado nos conceitos de paisagem cultural e patrimônio natural.

O conceito de paisagem cultural trabalhado na pesquisa entende a mesma como ”testemunho

do trabalho do homem, de sua relação com a natureza, como um retrato da ação humana

sobre o espaço ou ainda como panorama e cenário”, conforme colocou RIBEIRO (2007, p.14).

Sabe-se ainda, que a paisagem é um conceito que possui múltiplas interpretações, estando

em permanente construção.

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Em 30 de abril de 2009, Considerando que a paisagem requer medidas legais e efetivas para

sua proteção e defesa, o Iphan, instituiu a figura da Paisagem Cultural Brasileira, através de

Portaria nº 127/2009.

Segundo esta portaria, essa nova modalidade de reconhecimento de valores de sítios e

paisagens de significação cultural é aplicável a porções peculiares do território nacional,

representativas do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a

ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores.

A chancela da Paisagem Cultural Brasileira considera o caráter dinâmico da cultura e da ação

humana sobre as porções do território a que se aplica, além de conviver com as

transformações inerentes ao desenvolvimento econômico e social sustentável e valorizar a

motivação responsável pela preservação do patrimônio.

O conceito de patrimônio cultural também vem passando por constante evolução, em rápida

expansão e mudança, conforme observou CASTRIOTA (2007), que observou que atualmente

este tema está em voga, nunca havido anteriormente, tantos instrumentos para se lidar com

as pré existências culturais. Colocou o autor que:

“Entramos no século XXI com o patrimônio ocupando um papel central na reflexão não só sobre a cultura, mas também nas abordagens que hoje se fazem do presente e do futuro das cidades, do planejamento urbano e do próprio meio ambiente”.

TERESINA COMO OBJETO DE ESTUDO

No manual sobre o perfil de Teresina (1993), disponibilizado pela Prefeitura Municipal de

Teresina, é reportado que o município está localizado à margem direita do Rio Parnaíba, ao

lado do município maranhense de Timon, a 05°05'12'' de latitude sul e 42°48'42'' de longitude

oeste. Apresenta clima tropical e chuvoso (megatérmico) de savana, com inverno seco e

verão chuvoso, com precipitação mensal média de 1.339 mm, temperatura do ar de 26,8ºC e

umidade relativa do ar 70%.

Ainda de acordo com o manual, a paisagem natural teresinense é caracterizada por uma

cobertura arbustiva de médio porte e densa, com babaçuais e os carnaubais nativos que se

estendem preferencialmente ao longo dos vales e terrenos quaternários de maior fertilidade.

Segundo Afonso (2002), o ambiente natural urbano de Teresina é marcado pela presença de

dois rios, o Poti e o Parnaíba (figura 1); seu relevo é plano, sua vegetação é caracterizada

pelas espécies que compõem a mata dos cocais.

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Figura 1: Mapa de Teresina. Fonte: PRODATER.

No documento “Teresina Agenda 2015: Plano de Desenvolvimento Sustentável”, elaborado

em 2008, é relatado que o desenho da cidade de Teresina foi cuidadosamente traçado, uma

vez que fora planejada para tornar-se a nova capital do Piauí, a partir de 1852. (Moura Fé,

2002)

O seu fundador, o Conselheiro Saraiva então Presidente da Província do Piauí, escolheu um

local “alto e aprazível” à margem direita do rio Parnaíba, no topo mais regular do planalto que

se forma entre as últimas curvas dos rios Parnaíba e Poti, antes do seu encontro, na barra do

Poti.

A cidade inicialmente era constituída de uma área central formada por um largo destinado à

construção da praça, da igreja e de edificações administrativas, seguidos por lotes

residenciais, distribuídos em quadras organizadas em formato de tabuleiro de xadrez.

No que concerne ao seu planejamento urbano, a nova capital do Estado apresentou-se,

inicialmente, com um traçado planejado, onde os cruzamentos de suas ruas formavam

ângulos retos. Esse traçado geométrico foi representado graficamente por primeira vez em

1855. O Estado, como principal agente produtor e consumidor do espaço geográfico, foi o

grande responsável pela construção, ocupação e ordenação da cidade de Teresina.

Os prédios históricos erguidos no início da construção do município obedeciam a um padrão

colonial e sediavam instituições públicas, moradias das elites governamentais, comerciais e

fazendeiros da época, além de armazéns às margens do rio Parnaíba, na Avenida Maranhão,

zona portuária importante.

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Muitas das edificações situadas nessa área foram descaracterizadas e/ou demolidos, a

exemplo de várias casas da Rua Paissandu, do famoso Bar Carnaúba, na Praça Pedro II e

outros, que se encontram em péssimo estado de conservação. Algumas dessas edificações,

antigas residências de pessoas da elite da cidade, cederam lugar a outras atividades

comerciais e de prestação de serviços, como por exemplo, os estacionamentos.

Ações do Grupo Amigos do Patrimônio

1. Retomada do Inventário dos bens imóveis de Teresina

A primeira ação a ser realizada pelo Grupo Amigos do Patrimônio trata da retomada do

inventário dos bens imóveis de Teresina, iniciado em 1988, e estagnado desde 2010. A

Prefeitura Municipal de Teresina havia contratado naquela época, o arquiteto e urbanista

Olavo Pereira da Silva Filho, especialista na área de patrimônio cultural e arquiteto piauiense

que atuou anos trabalhando com preservação patrimonial em Minas Gerais, bem como,

prestando consultorias técnicas no Maranhão e Piauí.

Olavo Pereira nasceu em 1947 em Campo Maior, município localizado na região norte

do Piauí, estudou arquitetura e urbanismo na Universidade Federal de Minas Gerais,

graduando-se em 1973. Trabalhou na Fundação João Pinheiro e foi diretor durante vários

anos do IEPHA/ Instituto estadual do patrimonio histórico e artístico de Minas Gerais,

tornando-se um especialista em Restauração e Conservação de Conjuntos

e Monumentos Históricos. É até hoje, um ativista em pesquisas sobre patrimônio histórico e

continua desenvolvendo trabalhos na área, residindo atualmente no Piauí.

Escreveu duas importantes obras sobre patrimonio cultural, Arquitetura Luso Brasileira no

Maranhão (edição 1986) e Carnaúba, Pedra e Barro na Capitania de São José do Piauhy, que

em 2008, venceu a 21ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade na categoria

Pesquisa e Inventário de Acervo, organizada pelo IPHAN.

Em 1988, Olavo Pereira foi contratado pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, na

diretoria da professora Cecília Mendes, para dar início ao inventario do patrimônio de bens

imóveis de Teresina, contudo o processo foi estagnado ao término da gestão municipal.

Somente em 2010, a Fundação Cultural Monsenhor Chaves retomou o trabalho, montando

uma equipe formada por um jovem arquiteto na época, Sanderland Ribeiro, e a arquiteta

Luciene Cardoso, havendo convidado um grupo composto por oito estagiários de arquitetura,

sendo quatro da UFPI, e quatro do Instituto Camilo Filho. Iniciou o trabalho de inventário

fotografando e elaborando fichas iniciais, a fim de ordenar os bens imóveis da cidade, sem,

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contudo, implantar uma metodologia que pudesse gerar um produto mais consistente para o

mesmo.

Assim, durante o passar dos anos, sempre que há mudança na gestão municipal, o interesse

da política pública na área cultural muda, e o trabalho estagna, sendo retomado, anos depois,

com distintas pessoas, mas tendo o arquiteto Olavo Pereira, ainda a frente da coordenação.

Na segunda retomada do trabalho de elaboração do inventário, chegaram a elaborar fichas

que foram planejadas em conjunto com a empresa de dados municipal, a Prodater. A idéia era

por no ar as informações, para que vários pesquisadores e interessados pudessem ter acesso

às mesmas. A nossa pesquisa está tentando levantar informações sobre os fatos reais que

levaram ao processo, mais uma vez, estagnar e não ser concluído.

Dessa forma, o grupo Amigos do Patrimônio, em outubro de 2013, coordenado pela

professora Alcilia Afonso, decide colaborar com este trabalho, e busca uma forma de tentar

concluir o trabalho estagnado e inacabado, que possuía os arquivos guardados em

computadores da Fundação municipal de Cultura. Para tanto, convidou novamente o arquiteto

Olavo Pereira, professores pesquisadores e especialistas em patrimônio cultural, de três

instituições de ensino de arquitetura local para retomar este inventário: da Universidade

Federal do Piauí; do Instituto Camilo Filho e da UNINOVAFAP.

Utilizando de uma metodologia baseada em outros modelos de inventários nacionais, como

por exemplo, os da Bahia e de Pernambuco, as fichas foram retomadas, revisadas, e

atualizadas, e através da coordenação da professora coordenadora do Grupo de pesquisas,

houve uma divisão de tarefas, cabendo a cada uma das instituições e seus respectivos

professores, desenvolverem as fichas que seguem a mesma metodologia para tipologias

estilísticas distintas.

O grupo desde então vem se reunindo, para atualizar e afinar os dados. A UFPI está

responsável pelo fichamento do patrimônio recente (moderno e contemporâneo) e pelo

conjunto eclético e neoclássico. A UNINOVAFAP pelos bens arquitetônicos modernos

residenciais, e o Instituto Camilo Filho, pelos conjuntos arquitetônicos dos entornos das oito

praças do centro histórico.

Informa-se aqui, que Teresina é uma cidade nova, planejada, e data de 1852, possui apenas

cento e sessenta e dois anos, e por isso, sua produção arquitetônica (Figura 2) é constituída

pelos estilos neoclássico, eclético, art dèco, moderno e contemporâneo (AFONSO, 2002).

Portanto, o trabalho de inventário dos bens imóveis abarca este recorte estilístico.

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Figura 2: Aquarelas de edifícios de Teresina: Estação Ferroviária (estilo eclético); Cine Rex (art dèco);

Palácio de Karnak (estilo neoclássico), Fórum de Justiça (estilo moderno brutalista) e Shopping da

Cidade (estilo contemporâneo). Fonte: Teresina em Aquarelas. Afonso e Marques. 2014

Desde que a ação foi iniciada, o CAU PI/ Conselho de Arquitetos do Piaui, e a PRODATER/

PMT, estão contribuindo em parceria, buscando firmar convênio para ceder o programa Igeo e

Geovista, para divulgar em rede, o inventário que está em andamento.

Representantes do CAU BR, o conselheiro federal pela Bahia, professor Dr. Paulo Ormindo e

a assessora do CAU BR, Dra. Mirna Cortopazzi, estiveram recentemente em Teresina

reunidos com a coordenação do Grupo Amigos do Patrimônio, e está analisando a

possibilidade de tornar a cidade de Teresina, um laboratório para iniciar a inserção em rede

nacional, das fichas cadastrais do inventário. Este processo está em tramitação e aguardando

posicionamento do CAU BR para poder ser iniciado o trabalho de digitação das fichas, com a

contratação de estagiários e aquisição de equipamentos.

A ação é constante: ela não tem prazo para terminar. É um processo em andamento, e que

através de conversações e parcerias, tente a ser estendido. Está sendo planejado, após a

conclusão do inventário de bens imóveis, partir-se para os bens móveis, posteriormente, os

bens naturais, e concluindo, os imateriais.

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Planeja-se ainda chegar mais longe: tentar realizar após a conclusão do trabalho de inventário

de Teresina, partir-se com a adoção da mesma metodologia, para outros municípios

estaduais, possuidores de sítios ricos e fundamentais da arquitetura piauiense, tais como

Parnaíba, Oeiras, Amarante, buscando ampliar a abrangência da ação.

Um desejo de registrar, de documentar, que necessita de fôlego, persistência, continuidade, e

de pessoas envolvidas com a causa preservacionista.

Felizmente, conta-se neste trabalho, com o incentivo dos jovens estudantes das instituições

de ensino, que estão contribuindo de forma fundamental com esta ação de resgate e guarda

da memória arquitetônica.

2. Revisão da Lei de Tombamento Municipal

A segunda ação do Grupo Amigos do Patrimônio trata da revisão da Lei Complementar No.

3602, de 27 de dezembro de 2006, que “dispõe sobre a preservação e o tombamento do

patrimônio cultural do município de Teresina”.

Para revisar e atualizar a mesma, o grupo convidou profissionais inter e multi disciplinares,

representantes das instituições de ensino de arquitetura e urbanismo local, da Comissão de

Patrimônio Cultural da OAB-PI, do CAU PI, da Procuradoria Geral do Município/ PGM, e de

representantes dos órgãos de preservação em nível federal, estadual e municipal, bem como,

de profissionais liberais que estão atuando na área projetual de preservação de patrimônio,

para juntos discutirem e proporem alterações no corpo da lei, referentes a vários pontos.

Observou-se nas discussões que a questão conceitual está bastante defasada, e o texto

necessitava inserir no seu bojo, terminologias como paisagem cultural (Castriota, 2010), bens

imateriais, conjuntos arquitetônicos e as relações espaciais entre objeto de preservação e

entorno.

Outro ponto que chamou a atenção nas discussões de revisão dessa Lei, foi comprovar que o

Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Teresina, jamais havia sido instituído, apesar

da autorização dada nesta Lei.

Dessa forma, a primeira iniciativa prática foi elaborar uma minuta de um Decreto para a

criação de dito Conselho, através de discussões grupais por parte dos membros do Grupo.

A redação da revisão da Lei está sendo realizada por membros da Comissão de Patrimônio

Cultural da OAB. PI que colabora com as nossas ações através da participação de dois

advogados que nos vêm assessorando neste processo.

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Atualmente, está sendo concluído o documento para a criação do Conselho Municipal de

Patrimônio Cultural de Teresina e a redação final de uma nova Lei que substituirá esta

existente de 2006.

3. Educação patrimonial

A terceira estratégia trata de ações na área de educação patrimonial, abrangendo distinto

público alvo.

A concepção de ferramentas de difusão educativa pela valorização e preservação do

patrimônio arquitetônico e urbanístico teresinense teve como objetivo maior instigar o

interesse e despertar a consciência para tal discussão, expandindo as ações realizadas pelo

grupo, tais como blog, exposições, livros, cartões postais e palestras.

Neste sentido, buscaram-se subsídios para a implementação de ações de reconhecimento do

patrimônio arquitetônico no município de Teresina, cidade rica em prédios históricos, entre os

quais muitos vêm se perdendo através dos tempos.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) concebe educação

patrimonial como todos os processos educativos que primem pela construção coletiva do

conhecimento, pela dialogicidade entre os agentes sociais e pela participação efetiva das

comunidades detentoras das referências culturais onde convivem noções de patrimônio

cultural diversas.

As ações educativas desenvolvidas no âmbito da preservação do patrimônio procuram

sensibilizar o cidadão quanto à preservação de seu patrimônio e de sua memória por meio de

posturas preservacionistas, uma vez que um dos principais fatores de dano ao patrimônio

histórico e cultural é sua desqualificação como fonte de referência para a identidade local,

ocasionada muitas vezes por mero desconhecimento de sua importância e por influência de

culturas “de fora”.

Nessa perspectiva, a educação é vista como um processo de apreensão de conhecimentos

através da reflexão constante, do pensamento crítico, criativo e da ação transformadora do

sujeito, constituindo-se uma atividade condicionada histórica e socialmente. Partindo desse

pressuposto, a educação patrimonial é um processo educativo centrado no patrimônio cultural

e que se volta para a aquisição de valores e comportamentos que permitam seu

reconhecimento, valorização e preservação.

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Apropriar-se de seu patrimônio é identificar-se nele, é fortalecer o senso de pertencimento ao

grupo do qual ele representa simbolicamente a identidade. Significa construir uma identidade

a partir de traços de um passado comum. O trabalho da educação patrimonial carece de

metodologias e estratégias da ação educativa onde o homem como observador da paisagem

urbana seja também protagonista, participante efetivo no processo de apropriação da cultura

e do patrimônio, a partir do estabelecimento de uma relação de identidade, identificação com

sua cidade, e porque não de caráter também afetivo. Queiroz (2009) salienta que:

Valorizar o patrimônio vai, portanto, muito além do respeito aos monumentos, obras de arte, museus. O que chamamos de patrimônio cultural vincula-se às pessoas e à sua ação, às histórias, hábitos e expressões, realidades que pertencem ao passado da população e cujos vestígios ainda fazem parte do cotidiano. Preservar é, então, uma atualização constante da memória e dos valores que definiram aquele objeto ou expressão cultural como representativos e, portanto, patrimônio da coletividade [...] (QUEIROZ, 2009, p. 03).

A concepção de ferramentas de difusão educativa para valorização e preservação do

patrimônio arquitetônico e urbanístico teresinense teve como objetivo maior, instigar o

interesse e despertar a consciência para tal discussão.

Apoiando-se em mecanismos físicos de divulgação, como apresentação e publicação de

artigos em eventos da área, edição de cartões postais, montagem e publicação de livros e

exposições de painéis, além de atuação no meio virtual, a partir de redes sociais e blogs, o

grupo “Amigos do Patrimônio”, busca não somente, levantar informações à respeito dos

objetos com valor arquitetônico na cidade de Teresina, mas também divulgar tais informações

à toda sociedade, promovendo, dessa forma, a educação patrimonial.

A partir de uma metodologia que dialoga tanto com a linha de pesquisa arquitetônica, como a

histórica, realiza-se o levantamento de dados sobre os estilos arquitetônicos que se

desenvolveram no processo de formação da cidade, tais como, o neoclássico, o ecletismo, o

movimento art dèco, o modernismo e o contemporâneo. Tal investigação é desenvolvida

através de imagens fotográficas, materiais de projetos arquitetônicos, desenhos, croquis,

aquarelas, vídeos, entrevistas e revistas que juntos, vêm construindo um Centro de

Documentação do patrimônio arquitetônico teresinense.

O grupo “Amigos do Patrimônio” foi criado no ano de 2007 e desde então vem desenvolvendo

suas investigações acerca do patrimônio através do resgate do acervo arquitetônico da cidade

de Teresina, PI. Com o intuito de divulgar para a sociedade a relação e importância entre

patrimônio e identidade cultural, o grupo tem desenvolvido, nos últimos anos, uma série de

livros (figura 3) que abordam tal discussão.

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Figura 3: Algumas das capas dos livros publicados, frutos das pesquisas do Grupo Amigos do

Patrimônio. Fonte: montagem de Karla Katrini. 2014

O primeiro livro, desenvolvido antes da origem do grupo, mas que já se apresentara como um

embrião à formação deste, e se intitula “Arquitetura em Teresina: 150 anos. Da origem à

contemporaneidade” (AFONSO, 2002). O livro propôs como discussão, trabalhar com a

arquitetura da cidade de Teresina, na época em seus 150 anos, desde sua fundação até à

atualidade através da reflexão sobre questões pertinentes ao estado de conservação do

acervo arquitetônico da cidade.

O livro é um trabalho resultante de uma coletânea de artigos escritos por Alcilia Afonso no

período de outubro de 2001 a maio de 2002, aos domingos, no caderno Alternativo do Jornal

Meio Norte. Tais artigos tinham como objetivo traçar reflexões sobre os aspectos

arquitetônicos e urbanísticos de Teresina, uma vez que a cidade estava preparando-se para a

comemoração de seu sesquicentenário.

A metodologia utilizada para a elaboração dessa pesquisa, sobre o ambiente construído de

Teresina, buscou trabalhar com a ampliação de questionários a fim de descobrirem-se pistas

sobre os profissionais envolvidos na produção arquitetônica local, leituras bibliográficas

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especializadas em temáticas específicas, observações in loco, e levantamentos fotográficos e

arquitetônicos.

Algumas indagações trazidas pelo livro questionam se, embora a cidade fosse relativamente

nova, estaria preservando a sua memória? Os aspectos históricos, geográficos e culturais

estariam sendo considerados nos novos projetos arquitetônicos? E como estava o centro

histórico da cidade? Tais questionamentos objetivavam a reflexão do leitor, principalmente

enquanto habitante da cidade.

Em 2009, foi publicado o primeiro livro através do grupo de pesquisa, produzido a partir das

investigações realizadas pelo mesmo, sendo intitulado “Arquitetura Piauiense” (AFONSO e

MORAES, 2009), o qual consistia em um caderno de desenho que resgatava a produção

arquitetônica piauiense através de esboços e croquis realizados por alunos e ex-alunos da

disciplina de arquitetura brasileira 2 do curso de Arquitetura e Urbanismo do Departamento de

Construção Civil e Arquitetura do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Piauí

(DCCA/CT/UFPI).

No que é tangível à elaboração do livro, em um primeiro momento, foi realizada a série

“Arquitetura em Teresina: 1852 – 2007”, que teve uma tiragem de mil exemplares, e que

rapidamente se esgotou, havendo sido distribuídos em escolas, universidades e congressos

nacionais. No ano de 2008, produziu-se uma nova tiragem, com mais mil exemplares, da

mesma série, que também realizou um trabalho de educação patrimonial, divulgando o acervo

arquitetônico teresinense.

Ainda neste mesmo ano de 2008, foi produzida duas novas séries; “Arquitetura Piauiense” e

“Perfis Urbanos” com a tiragem de mil exemplares por série, editados também, como todos os

outros, pela Editora Gráfica da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que procuraram ampliar

o campo das pesquisas realizadas, trabalhando com vários municípios possuidores de acervo

histórico/arquitetônico.

O livro “Documentos da Arquitetura Moderna no Piauí” (AFONSO e NEGREIROS, 2010) foi

resultado de investigações cientificas realizadas pelo grupo, composto por artigos publicados

pelos membros, em congressos nacionais sobre modernidade, além de apresentar um

inventário analítico arquitetônico sobre as principais obras modernas, ou mesmo, aquelas

contemporâneas, que continuam seguindo os critérios de modernidade.

Os artigos que compuseram o livro tratavam de questões pertinentes ao acesso à

documentação sobre modernidade no Estado, sobre as dificuldades em se inventariar e

preservar a arquitetura moderna local; explanava sobre a retomada de metodologia projetual

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moderna na contemporaneidade, além de resgatar a história da arquitetura moderna,

narrando fatos que deram origem à implantação e à consolidação desta produção no Piauí.

Tratava-se de um trabalho inédito, pois por primeira vez, os projetos arquitetônicos foram

resgatados, através de desenhos e fotografias, além, de levantar e divulgar dados sobre os

principais personagens que implantaram a modernidade no Estado, expondo suas biografias

e principais obras.

O livro que tinha como título “Antonio Luiz. Arquiteto” (AFONSO, 2012), procurou documentar

e registrar a produção do arquiteto mineiro Antonio Luiz, radicado em Teresina, desde a

segunda metade da década de 60, que produziu um trabalho com uma excelente qualidade

projetual, a qual o consolidou como um dos mais produtivos arquitetos dos anos 70, 80 e 90.

Sua produção arquitetônica caracteriza-se por adotar critérios projetuais modernos,

adquiridos em sua formação na Escola Carioca, concebendo suas obras com valores,

relacionando arquitetura e estrutura, com atenção especial ao detalhe projetual e construtivo,

bem como ocorreu na produção arquitetônica moderna universal.

Além disso, observou-se nas pesquisas sobre o seu trabalho, que, em suas diferentes

tipologias, o mesmo seguia uma linha com especial atenção aos revestimentos, obtendo um

bom resultado visualmente agradável.

Dividido em três partes, o livro dedicava-se em um primeiro momento, a expor graficamente,

parte desta produção arquitetônica, através de perspectivas e fotografais; na segunda parte,

difundia textos sobre alguns aspectos da obra desse importante profissional, elaborados pelos

membros do grupo de pesquisa e na terceira parte, foram publicados alguns textos escritos

pelo arquiteto, intitulados “Socorro para a arquitetura”,” Nova Fase”, e ‘Incertezas”.

Outro trabalho publicado intitulado “Documentação da Arquitetura. Teresina 160 anos”

(AFONSO, 2013) abordava questões como o processo de desenvolvimento urbano da cidade,

além de explicitar os principais problemas que vinham sendo submetidos os exemplares de

arquitetura que constituem o patrimônio local.

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Figura 4: Capa do livro Teresina em Aquarelas. Fonte: AFONSO e MARQUES. 2014

Atualmente, o grupo lançou em agosto de 2014, mais um livro (Figura 4), “Teresina em

Aquarelas” (AFONSO e MARQUES, 2014. O livro divide-se em duas partes: 1) uma primeira,

voltada para uma amostragem das aquarelas produzidas, acompanhada por textos

esclarecedores; 2) a segunda parte, composta pelos artigos, muito deles publicados em

congressos nacionais e internacionais, que pretende-se divulgar e registrar nesse livro. Aqui,

cada autor colaborador foi responsável pelas pesquisas e pontos de vista colocados.

A proposta é de que este livro contribua com a educação patrimonial em Teresina, e que sirva

de exemplo para demais lugares, contribuindo para a divulgação, reconhecimento e

apropriação de nossa cultura por parte de todos nós, que vivemos e fazemos as nossas

cidades.

Além da produção de livros, outra ação desenvolvida pelo grupo é a produção de cartões

postais de edifícios de valor arquitetônico, não somente em uma escala local, mas regional,

abrangendo todo o estado do Piauí. Tal ação é realizada, inicialmente, com o levantamento

dos objetos arquitetônicos através de registros fotográficos, uma vez selecionados, são

desenhados manualmente, procurando valorizar os detalhes arquitetônicos, e em seguida,

analisados de forma a criar “pistas” para trabalhos futuros.

O grupo também atua em meio eletrônico apoiando-se em redes sociais e blogs. Através do

blog “Extensão e Pesquisa | Universidade Federal do Piauí – Arquitetura e Urbanismo, são

divulgados as produções do grupo. Todo material publicado fisicamente, é disponibilizado no

blog de forma gratuita, para que todos tenham acesso ao acervo até então produzido sobre o

patrimônio da cidade.

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Como extensão dessas pesquisas, são produzidas também, exposições itinerantes através

de banners que trabalham com temáticas específicas sobre Arquitetura piauiense, arquitetura

teresinense e coletâneas de arquitetos precursores da arquitetura na cidade.Geralmente,

estes trabalhos são levados para escolas de ensino superior e escolas públicas, bem como,

bibliotecas e eventos científicos na área.

Conclusão

Como pode ser visto aqui neste texto, as ações propostas pelo grupo Amigos do Patrimônio

estão sempre em movimento, e observa-se que cada ação desenvolvida, gera a uma

atividade complementar.

É um processo constante, sem prazo para ser concluído, pois é muito dinâmico e instigante,

além de estar sempre aberto a novos desafios. Contínua construção. E os resultados chegam

de forma, às vezes, até inesperadas, surpreendentes, que abrem espaços para novos

membros, colaboradores, que através de suas ideias e propostas vão contribuindo

paralelamente com o processo de preservação e conservação de nossa memória.

São registros documentais gráficos, como artigos, textos, fotografias, desenhos, exposições,

livros, cartões postais, participação em redes sociais, que vêm criando redes, e adeptos que

independente do poder público,registra, questiona, propõe, participa.

A semente está plantada: agora é cultivar, para colher os frutos desse trabalho.

Referências Bibliográficas

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EDUFPI, Gráfica Halley, 2002.

AFONSO, Alcilia e MORAES, Michele. Arquitetura piauiense. Teresina: EDUFPI, Gráfica Aliança.

2009.

AFONSO, Alcilia e NEGREIROS, Ana Rosa. Documentos da Arquitetura Moderna em Teresina. Teresina: EDUFPI, Gráfica Halley, 2010.

AFONSO, Alcilia. Antonio Luiz. Arquiteto. Teresina: EDUFPI, Gráfica Halley, 2012

AFONSO, Alcilia. Documentação da Arquitetura. Teresina, 160 anos. Teresina: EDUFPI, Gráfica Aliança. 2013.

AFONSO, Alcilia e MARQUES, Rômulo. Teresina em Aquarelas. Teresina: EDUFPI, Gráfica Cidade Verde. 2014.

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Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação Geral. Teresina: aspectos e características – Perfil 1993. Teresina: PMT.1993

Portaria nº 127/2009 do IPHAN que instituiu a figura da Paisagem Cultural Brasileira, de 30 de abril de 2009.