14
Games e Educação Kao ‘Cyber’ Tokio

Palestra Games e Educação Fatec 2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Palestra sobre a relação entre Games e os processos educativos, ministrada no Meetup com o grupo Games for Change Latin America, na Fatec de Carapicuíba, em 27 de outubro de 2011. Com Kao 'Cyber' Tokio, em 29/01/2011.

Citation preview

Page 1: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Games e EducaçãoKao ‘Cyber’ Tokio

Page 2: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Kao

Professor de Design Digital (Games, Vetor, Efeitos)Especialização em Mídias Interativas (Senac SP)

Graduação em Educação Artística e Artes Cênicas (Belas Artes SP)Ilustrador, Quadrinhista e Roteirista

Modelador e MaquetistaDesigner Digital

Agente Cultural (Sesc SP)Diretor de Eventos (ACIGAMES)

Redator (Geek) / Colaborador (Game Cultura / Aperta Start)

Page 3: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Cultura Digital

Os games são os grandes responsáveis pela introdução da cultura da

informática no cotidiano de jovens e famílias“O vídeo game é uma nova mídia que ajudou a revolucionar a maneira como lidávamos com o computador, desenvolveu nossa cognição [...] nossa percepção físico-espacial e ampliou a relação dos indivíduos com os meios digitais”.

Alan Richard da Luz (2011)

Naughts & Crosses 1952 - EDSACMagnavox Odyssey 1970.

Page 4: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Cultura Digital

“Imagine um garoto de dez anos de idade que de bom grado imerge no mundo de Zelda. Para ele, a luta pelo poder sobre o sistema não parece uma luta. Ele decodifica o cenário na tela - advinhando as relações causais entre ações e resultados, construindo hipóteses

de trabalho sobre as regras internas do sistema - desde antes de aprender a ler”.

Steven Johnson 2011 (p.131)

“Pensar como o computador” significa pensar em conjunto com a máquina, tornando-se uma extensão do processo computacional. O prazer dos jogos de computador está em entrar em

um estado mental semelhante ao do computador, respondendo automaticamente [como ele]... O resultado é um estado semi-meditativo, no qual você não está apenas interagindo como a

máquina, mas mesclando-se a ela.”

Ted Friedman 1999

Por meio dos games, passamos a compreender a lógica interna da programação dos sistemas computacionais, as relações de interação

com o virtual e a virtualidade das simulações dos ambientes modelados digitalmente.

Page 5: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Ludicidade e Cultura

Os princípios sociais e educativos estão presentes nos jogos, digitais ou não, desde antes do início da civilização.

“O jogo é fato mais antigo que a cultura, pois esta, mesmo em suas definições menos rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana [...] O ritual teve origem no jogo sagrado,

a poesia nasceu do jogo e dele se nutriu, a música e a dança eram puro jogo [...] Daí necessariamente se conclui que em suas fases mais primitivas a cultura é jogo.”

Johan Huizinga 1938

“As crianças estavam brincando com uma das mais poderosas tecnologias de informação de todos os tempos. Nem toda nova tecnologia de informação é capaz de mudar o mundo, mas muitas delas o fizeram. [...] Assim como outras tecnologias, os games são ferramentas de informação. Sabemos, a partir de casos tão ancestrais quanto a adoção do alfabeto, que

as ferramentas de informação comprovadamente mudam a forma como as pessoas pensam e se comportam. .”

John C. Beck / Mitchell Wade 2006

Page 6: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Ludicidade e Cultura

“Jean Piaget, estudando um grupo de estudantes suíços que ia extremamente mal no aprendizado da gramática francesa, descobriu que eles passavam boa parte do dia jogando bolinha de gude, mas o mais surpreendente é que a soma das regras de todos os jogos que

cada um dominava era muito maior que contém a gramática da língua francesa.”

Sérgio Bairon, 1995

Podemos concluir que, até mesmo por meio da atividade lúdica mais prosaica, o processo educativo

encontra campo muito mais fértil para sedimentar o conhecimento.

Page 7: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Experiência Imersiva com Segurança

Chris Crawford - 1986

“Um jogo é um artifício para fornecer as experiências psicológicas de conflito e perigo, excluindo suas consequências físicas [...] uma maneira segura de experimentar a

realidade. Mais precisamente, os resultados de um jogo são sempre menos severos do que as situações criadas nos jogos. Um jogador pode explodir monstros o dia todo

sob o risco único de perder apenas o dinheiro da ficha”.

GTA III 2000.

Page 8: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Relação com a Violência

Em ‘A Poética’, Aristóteles já prenuncia a importância de imergirmos em uma

realidade artificial, uma purgação catártica de nossas emoções.

Junito de Souza Brandão - 1984

“[Para Aristóteles] todas as paixões, todas as cenas e mesmo o desfecho trágico são mímese, imitação, apresentadas por via do poético, não em sua natureza trágica brutal:

não são reais, passam-se num plano artificial, mimético. Não são realidade, mas

valores pegados à realidade, pois arte é uma realidade artificial”.

“Suscitando a compaixão e o terror, atragédia tem por efeito obter a purgação dessas emoções”.

Aristóteles 334 a 323 a.C.

God of War 2005

Page 9: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Relação com a Violência

As novas mídias tão somente se apropriam desta “purificação coletiva” teorizada por Aristóteles. Os games, como as artes, são um

reflexo da vida.“Uma descoberta encorajadora foi o quão sofisticada é a compreensão dos garotos em idade escolar em relação aos jogos violentos. Eles se agradavam de jogar

com os ‘Caras Maus’, sem querer ser um deles [na vida real]”.

Lawrence Kutner e Cheryl K. Olson 2008

“A violência apresentada nestes suportes tecnológicos [games] favorece um efeito terapêutico que possibilita aos sujeitos

uma catarse, na medida em que canaliza seus medos, desejos e frustrações para o outro, para os personagens que permeiam

o universo de imagens dos games”.

Lynn Alves 2004

Page 10: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Cidadania

Fonte: http://noticias.terceiraterra.com/por-que-eu-jogo-rpg/ Jogar nos ensina regras de convívio social, limites,

estratégia, competitividade e

desapego em nome da sociabilidade.

Aprendemos (e apreendemos) novos valores sociais, outros

costumes, formas de interação, aperfeiçoamos nosso repertório

cognitivo e... nos divertimos entre amigos e familiares!

Page 11: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Processo Educativo

Longe de serem apenas recursos de entretenimento, os jogos e os games apresentam aplicações sociais, educativas, culturais e

comunitárias.Há vários exemplos, como o Games for Change, a Ong Jogos pela Educação, grupos acadêmicos de pesquisa, auxílio na busca de

soluções técnicas etc.Todos estes projetos constituem processos educativos paradidáticos.

Page 12: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Conscientização Política e Social

Cada vez mais, grupos estão se articulando em defesa de seus ideais e interesses. Gamers de todo o mundo têm realizado buscam reconhecimento de autoridades, criam movimentos populares e de protesto contra a discriminação, desenvolvem grupos de estudos

acadêmicos e de preservação da cultura, assim como acontece com outras artes.

Page 13: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Os Jogos como forma de Educação

“A educação, finalmente, parece que vai aprender que o melhor caminho é aquele que sempre esteve mais próximo:

a semântica das brincadeiras de rua”Fonte: Sérgio Bairon - Multimídia

Jog o

s I n

fant

is -

Pie

ter B

rue g

hel (

1 96 0

)

Page 14: Palestra Games e Educação Fatec 2011

Kao 'Cyber' [email protected]

www.twitter.com/cyberkao

Keep Playing!