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PAPELCARTÃO DE A a Z design edition um mundo de possibilidades produzido com papelcartão

PAPELCARTÃO DE A a Z - ibema.com.br · apresentação do projeto 04 autores 06 produção do ... sustentabilidade, ... Pós-Graduando em Lean Six Sigma Manufacturing-Black Belt

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PAPELCARTÃO DE A a Z

d e s i g n ed i t i on

u m m u n d o d e p o s s i b i l i d a d e s

produzido com papelcartão

apresentação do projeto 04

autores 06

produção do

papelcartão 12

tipos de papelcartão

e nomenclaturas 16

propriedades físicas

do papelcartão 18

tópicos do processo

de pré-impressão 22

preparação de arquivos

para reprodução 32

processos

de impressão 46

matérias-primas utilizadas para

produção do papelcartão 08

1

2

3

4

5

6

7

8

í n d i c e

como obter reproduções

em cores com boa

qualidade? 70

barreiras existentes

para o papelcartão 94

facas e técnicas de

corte e vinco 96

o design das embalagens

de papelcartão, algumas

considerações 106

recomendações para

o desenvolvimento de

embalagens em papelcartão 111

sustentabilidade, reciclagem

e selo FSC® 116

produtos ibema 120

tipos de acabamentos

em papelcartão 82

9

10 14

13

11 15

12 16

76

a p r e s e n t a ç ã o d o p r o j e t o

PRODUZIR PAPELCARTÃO É A NOSSA

EXPERTISE! SOMOS UM DOS MAIORES

PRODUTORES DE PAPELCARTÃO DO

PAÍS E DA AMÉRICA LATINA.

Queremos que você, nosso parceiro, descubra as infinitas possibilidades desta matéria-prima, oriunda de

fonte renovável e sustentável em todo o seu ciclo. Por isso, preparamos um manual completo sobre o que

fazemos de melhor: papelcartão. Esperamos que este guia facilite o seu dia a dia e o inspire na criação de

projetos de embalagens.

A Ibema possui um portfólio completo de papelcartão, com todas as características e qualidades necessárias

para embalagens que se destacam no ponto de venda e, sobretudo, fazem a diferença para o consumidor.

Nossa área de Relacionamento com o Mercado está à disposição para apresentar cada um dos nossos

produtos e suas inúmeras possibilidades de aplicação. Queremos, por meio do projeto 100 Limites, auxiliá-

lo no desenvolvimento de embalagens inovadoras. Nos procure, juntos somos mais fortes!

Tenha uma boa leitura,

F a b i a n e S t a s c h o w e rExecut iva de Relac ionamento com o Mercado.

fab iane.s [email protected]

11-99502-6447

98

Professor coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem

ESPM, Professor do MBA de Marketing da Fundace USP e

autor dos livros “Design de Embalagem: Curso Avançado” e

Gestão Estratégica de Embalagem.

Executiva de Relacionamento com o Mercado da Ibema, terceira

maior fabricante de papelcartão do país e um dos maiores players da

América Latina. A profissional é Engenheira Química com Mestrado em

Embalagem pela Michigan State University, nos Estados Unidos.

Fab i ane S t a s c howe r

Fab i o Me s t r i n e r

Gerente de Desenvolvimento de Produtos, de Controle de Processos e

de Controle de Qualidade da Ibema. É Técnico em Celulose e Papel e

Administrador de Empresas, Pós-Graduado em Engenharia de Produção e

Pós-Graduando em Lean Six Sigma Manufacturing-Black Belt.

J o e l Ame r i c ano Mende s Rod r i gue s

Desde 2002 é sócio-fundador da Pró-Vinco, prestadora de serviços de

Consultoria, Assessoria e Treinamentos Técnicos para a indústria gráfica.

Técnico em Mecânica de Precisão e em Gestão de Pequenas e Médias

Empresas, atuou ainda em diversas funções no Grupo Bobst. Em seu

currículo constam diversos cursos e workshops internacionais, realizados

em países como Chile, França, Estados Unidos e Alemanha.

Re i n a l d o A lme i d a

a u t o r e s

Engenheiro Químico, Mestre em Tecnologia Nuclear (IPEN - Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares) e Pós-Graduado em Tecnologia Gráfica (RIT - Rochester

Institute of Technology). É ainda autor dos livros “Manual para a solução de problemas

em impressão offset”, “Graphos − glossário de termos técnicos em comunicação gráfica”

e “Acabamento − encadernação e enobrecimento de produtos impressos” e de apostilas

sobre diversos temas relacionados a processos de pré-impressão e impressão. Rossi é

consultor de empresas desde 1993, com mais de 35 anos de experiência no segmento

gráfico, nas áreas de pré-impressão e impressão offset.

Sé rg i o Ro s s i F i l h o

1110

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

m a t é r i a s - p r i m a s u t i l i z a d a s p a r a p r o d u ç ã o d o p a p e l c a r t ã o

A COMPOSIÇÃO FIBROSA

DO PAPELCARTÃO

2

A composição fibrosa do papelcartão pode ser constituida por:

Pasta mecânica (MP) ou Mechanical Pulp

Pasta celulósica extraída mecanicamente da madeira por meio do atri-

to entre a pedra desfibradora com a madeira na forma de toretes;

Pasta Termomecânica (TMP) ou Thermal Mechanical Pulp

Pasta celulósica extraída mecânica e termicamente da madeira através

de impregnação de vapor e refinação da madeira na forma de cavacos;

Pasta Quimiotermomecânica (CTMP) ou Chemicals Thermal

Mechanical Pulp

Pasta celulósica extraída química, térmica e mecanicamente da madei-

ra por meio da impregnação com produto químico, vapor e refinação

da madeira na forma de cavacos.

O papelcartão é constituído, basicamente, de um aglome-

rado de fibras de celulose, que se diferenciam no tamanho,

resistência, disposição e tratamento. Além da parte fibrosa,

é necessária uma série de aditivos químicos para a produ-

ção final do produto.

1312

No Brasil, a madeira mais comum utilizada provém de florestas reflorestadas de Pinus e Eucalipto, com

certificação FSC® ou controlada. O Pinus é uma árvore da família das coníferas e sua fibra celulósica é

longa e espessa (2 a 5 mm). Já o Eucalipto, pertence à família das frondosas, cuja fibra celulósica é mais

curta (0,5 a 1,5 mm) e mais delgada que as fibras de coníferas.

f igura 1 . desagregação da pasta mecânica

A composição química do papelcartão consiste em produtos auxi-

liares para conferir resistência e revestimento, como amidos, carga

mineral, látex e pigmentos para revestimento couché.

Figura 2 . Plantação de Pinus na fábrica da Ibema

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

DO PAPELCARTÃO

2

1514

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

p r o d u ç ã o d o p a p e l c a r t ã o

Em uma fábrica semi-integrada como a Ibema, a fabricação começa pelo desfibramento da madeira

e desagregação de matérias-primas fibrosas que serão usadas para o preparo das massas. Estas são

desagregadas, depuradas e refinadas em massas fibrosas. Antes de entrar na máquina de papel, a

massa recebe aditivos auxiliares, para aumentar sua resistência, e agentes para retenção e aumento

da drenagem da água na mesa plana de formação.

Prontas as matérias-primas e a massa, é iniciada a produção na máquina. O processo é subdividido

em formação, que consiste no entrelaçamento das fibras por meio do desaguamento sobre uma tela

formadora e prensagem, que usa a pressão controlada na folha recém-formada, para a remoção

forçada da água através de passagem por rolos revestidos por feltro. Nesta fase a água da folha é

transferida para o feltro do qual é removida por vácuo. A terceira subdivisão trata-se da secagem. É

nesta fase que ocorre a evaporação da água contida no interior da folha por meio do contato direto

com a superfície de cilindros aquecidos por injeção de vapor. Há também o revestimento quando o

cartão recebe aplicação de tinta coating para assegurar a qualidade de impressão da embalagem.

Aqui, a tinta tem a função de promover a printabilidade do papelcartão por meio das características

de brilho, velocidade de absorção de tinta gráfica, alvura, brancura e absorção de água.

3

1716

Na etapa seguinte vem a calandragem, quando o papelcartão é submetido a um processo

de alisamento para corrigir as imperfeições e minimizar a rugosidade da folha, adquirindo

mais brilho e lisura. Depois vem a fase da enroladeira, quando ocorre a formação dos rolos

jumbos de papelcartão de aproximadamente 8,5 toneladas.

De acordo com a gramatura, os intervalos são de 02 rolos/hora. Por fim, o bobinamento, a

transformação dos rolos jumbos em bobinas menores, as quais podem seguir direto para

os clientes ou para a conversão em folhas de diferentes formatos.

f igura 3 .

máquina de

produção de

papelcartão

figura 4 . papelcartão em bobina ou em pallet, respectivamente

3

1918

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

O papelcartão é um produto que pode ser feito com uma massa única ou em múltiplas camadas

e em gramaturas típicas desde 180g/m2 até 450g/m2. Também pode ser revestido com uma ou

diversas camadas de tinta, que conferem as características para receber uma boa impressão pelo

processo gráfico. Suas matérias-primas celulósicas principais são a celulose branqueada, a pasta

mecânica e materiais reciclados. A classificação típica no Brasil é a seguinte:

t i p o s d e p a p e l c a r t ã o e s u a s n o m e n c l a t u r a s

4Constituído por camada única ou múltiplas, do mesmo material, branco. Um exemplo é o Ibema Valoro,

composto por 3 camadas de celulose branqueada

Constituído por três ou mais camadas, sendo as duas camadas externas de material branco e a interior

com outros materiais não branqueados ou semi-branqueados. O Ibema Speciala, composto por capa de

celulose branqueada, miolo de pasta mecânica e verso com celulose branqueada, é um dos exemplos de

papelcartão tríplex, bem como o Ibema Vigore, composto por celulose de fibra curta branqueada, pasta

mecânica com fibra longa e verso com fibra longa branqueada

Constituído por três ou mais camadas, sendo a camada do verso de material virgem não branqueado.

O Ibema Supera é composto de celulose branqueada na capa, pasta mecânica e celulose semibranqueada

no verso

Constituído por duas ou mais camadas, contendo material reciclado, como o Ibema Impona, composto

por celulose branqueada na capa, pasta mecânica com aparas de processo e verso com celulose virgem

É o que ocorre quando um dos produtos acima é fabricado sem a tinta de revestimento. Tipicamente, não

é considerado um papelcartão

papelcartão tipo I

sólido

papelcartão tipo II

triplex

papelcartão tipo III

duplex

papelcartão tipo IV

duplex

papelcartão tipo V

duplex sem revestimento

Existem outras classificações para papelcartão na Europa e na América do Norte. Na Europa, a nomenclatura tem base

na DIN 19303, em que se separa por origem da matéria-prima e outros critérios. Os dois tipos mais utilizados são

Folding Boxboard (FBB), diferenciado pelo uso exclusivo de fibras virgens com a camada do meio branqueada ou não,

que fica entre camadas de celulose quimicamente tratadas; e White Line Chipboard (WLC), diferenciado pelo uso de

material reciclado em sua composição.

2120

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

p r o p r i e d a d e s f í s i c a s d o p a p e l c a r t ã o

AO LADO ESTÃO DESCRITAS ALGUMAS PROPRIEDADES

FÍSICAS DOS CARTõES MAIS UTILIZADOS. A MAIORIA

DELAS ESTá DESCRITA PELOS PADRõES DAS NORMAS

BRASILEIRAS ABNT.

5Peso em gramas por metro quadrado de uma folha de papelcartão (g/m2). A gramatura é a

especificação mais importante do cartão, já que o produto é comercializado com base no peso.

A determinação da gramatura é o teste mais comum, pela sua simplicidade e pelo equipa-

mento utilizado: uma balança. A norma NBR 5981 estabelece os padrões para a realização

desse ensaio. A medida padrão das amostras é de 25x40cm. Quanto maior a gramatura

maior a estrutura da embalagem.

A umidade é expressa pela porcentagem de água que está presente no papelcartão. O ensaio descrito pela NBR 6039 é rea-

lizado pela diferença de peso entre uma amostra inicial e uma após o procedimento de secagem em estufa. Essa característica

indica a resistência e a estabilidade dimensional do papelcartão. Quanto maior a umidade, menor as resistências físicas do

papelcartão e, consequentemente, da embalagem. A umidade baixa causa encanoamento, já a umidade alta causa ondulações

no cartão e mau andamento da máquina impressora. A umidade usual praticada no mercado de papelcartão é de 7,5% +- 1,5.

GRAMATURA

UMIDADE

f igura 5 . balança para

medição de gramatura

ESPESSURAEssa medida estabelece a distância entre as duas faces do papelcartão, usualmente

expressa em mm ou µm. Essa propriedade pode ou não ter relação com a gramatura

do cartão; cartões do mesmo tipo e estrutura devem apresentar valores próximos de

espessura, já cartões com tipos e estruturas distintas podem apresentar valores de

espessura bem diferentes. A espessura possui uma correlação maior com a rigidez do

cartão do que com a gramatura: quanto maior a espessura, maior a rigidez e conse-

quentemente a coluna, aumentando a resistência ao empilhamento das embalagens.

Esse teste está descrito pela NBR 9160 e utiliza um micrômetro de disco.f igura 6 . espessura de uma

folha de papelcartão

2322

A resistência ao rasgo é a força necessária para rasgar uma folha de papelcartão, sendo me-

dida na transversal e longitudinal. Essa variável tem influência no desempenho do papel em

algumas máquinas de envase automático, dependendo da velocidade, tipo de embalagem e

características do equipamento.

O procedimento é descrito pela ISO 1974:2001 e o aparelho é o pendulo Elmendorf. Quanto

maior a resistência ao rasgo, mais a embalagem pode ser manuseada. Também há uma

correlação positiva com a resistência à tração e dobras duplas na embalagem.

Teste que determina a capacidade da superfície do papercartão em absorver água em um período de tempo determi-

nado − normalmente 120 segundos. O resultado se dá pela diferença de peso inicial e final do corpo de prova. É descrito

pela NBR 7153 e o equipamento é o Dispositivo de Cobb.

Essa característica é expressa em dois sentidos: longitudinal (contrário à fibra

do papelcartão) e transversal (na mesma direção das fibras). Seus valores

podem ser expressos em mN.m (Mili Newton metro) ou em Gf.cm (grama

força por centímetro) – 1gf.cm=0,0981 mN.m. O teste está descrito pela

NBR 8260 e o equipamento mais utilizado é o Taber. A rigidez indica a

resistência ao empilhamento da estrutura à embalagem e tem relação di-

reta com a gramatura, espessura e umidade. Ela determina a performance

da embalagem na linha de produção e contribui para a proteção do seu

conteúdo.

RESISTêNCIA AO RASGO

COBB TESTE – ABSORÇÃO DE áGUA

RIGIDEZ

f igura 7 . folha de

papelcartão dobrada

figura 8 . folha de

papelcartão rasgada

5f igura 9 . papelcartão

absorvendo água

Em alguns casos, é possível relacionar a medida com a absorção de verniz de impressão e adesivo de colagem. Na im-

pressão, é fundamental para evitar arrancamento de coating e back traping. Na colagem das abas da embalagem essa

variável é importante para regular a quantidade de cola aplicada − um cobb muito baixo pode causar o descolamento

das abas por não ancorar a cola. Já um cobb muito alto pode causar o descolamento por absorver a cola para o interior

do cartão. Essa medida também é bastante utilizada para a fabricação de embalagens congeladas e refrigeradas.

É a refletividade de uma amostra comparada com a refletividade de uma superfície padrão, usando luz azul com com-

primento de onda de 457 nm. Essa característica é importante para a projeção da imagem, já que ela proporciona a

ilusão de branco, controlada pela aplicação de alvejantes óticos, pigmentos orgânicos e inorgânicos na fabricação do

papelcartão.

É a propriedade de refletir por igual os comprimentos de onda dominantes do espectro visível. O procedimento é descri-

to pela NBR 15011 com a utilização do espectrofotômetro de reflexão. Há também a medição no modelo L, a, b onde

L demostra a intensidade de luminosidade, e as coordenadas a e b posicionam a cor da amostra medida. A brancura é

uma característica importante para a projeção da arte impressa no papelcartão.

ALVURA

BRANCURA

2524

POR SÉRGIO ROSSI FILhO

t ó p i c o s d o p r o c e s s o d e p r é - i m p r e s s ã o

O PROCESSO

DE SELEÇÃO

DE CORES

As cores que vemos são o resultado da ação combinada de fenômenos de reflexão,

absorção, transmissão e refração da luz que incide sobre os materiais.

Quando a luz incide sobre um material qualquer, pode ser totalmente refletida pela

superfície (neste caso, a cor observada é igual à cor da luz), totalmente absorvida (neste

caso, a cor resultante é nula, ou preta), ou parcialmente absorvida e refletida (neste caso,

a cor resultante dependerá da composição espectral da luz refletida pela superfície).

Os papéis de impressão devem, idealmente, refletir completamente a luz incidente, ou

seja: devem ser brancos. Visto de outro ângulo, pode-se dizer que o papel, ou outro

suporte branco, contém todas as cores que podem ser reproduzidas. As tintas de im-

pressão equivalem a filtros que absorvem certos comprimentos de onda da radiação

incidente, reproduzindo as cores intermediárias entre o branco e o preto.

A luz branca pode ser decomposta em suas componentes primárias − vermelho (R),

verde (G) e azul (B), ou RGB. Combinações destas três primárias, em diferentes propor-

ções, sintetizam todas as cores visíveis.

O processo de seleção de cores consiste em isolar as cores primárias de uma imagem

original de modo que, quando recombinadas, reconstituam as cores originais.

f igura 10 .

síntese aditiva

e subtrativa de

luz

6

2726

As tintas de impressão (amarelo, magenta e ciano) têm a propriedade de filtrar parcialmente a luz incidente, de modo a

reproduzir, sobre um suporte branco, as cores selecionadas do original. A tinta amarela filtra a luz azul, a tinta magenta

filtra a luz verde, e a tinta ciano filtra a luz vermelha.

Portanto, teoricamente, é possível reproduzir no papel, ou em outro suporte branco, as mesmas cores sintetizadas pela

luz, a partir de três tintas primárias que agem como filtros.

Durante a impressão pode haver alguns itens que limitem a qualidade da imagem impressa e que devem ser levados

em consideração no momento do design e preparação do arquivo.

Uma imagem de alta qualidade só pode ser reproduzida na impressão se o original tiver alta qualidade. O olho huma-

no, o filme de câmara fotográfica e a fotografia digital capturam uma gama de tons mais ampla do que o processo de

impressão é capaz de reproduzir.

A maioria dos originais, particularmente as transparências coloridas, apresentam um gamut de cores, ou alcance tonal,

que excede o gamut disponível nos processos de impressão. Por esse motivo, é preciso fazer compensações, a fim de

conseguir a melhor qualidade possível, mas o resultado nunca iguala o original. A utilização de uma cor especial (quinta

cor) expande o gamut do processo de impressão e o aproxima do original.

LIMITAÇõES NO PROCESSO DE IMPRESSÃO

L im i t a ç õ e s impo s t a s p e l o s o r i g i n a i s

Os papéis e as tintas, junto com as impressoras, são as principais variáveis de qualquer processo de impressão.

Se o suporte de impressão fosse perfeitamente branco (neutro), refletiria 100% da luz incidente. Entretanto, mesmo os melhores

papéis, raramente refletem mais do que 90% da luz e o fazem de modo não balanceado, ou seja: refletem mais luzes vermelha e

verde do que luz azul (portanto, são amarelados), ou refletem mais luz azul do que luzes vermelha e verde (portanto, são azulados).

Esta imperfeição não é tão séria visto que a visão humana ajusta-se à luminosidade e às cores próximas do branco.

A lisura e a textura do suporte influenciam a resolução da reprodução, especialmente nos processos flexográfico e rotogravura.

Superfícies irregulares reduzem a densidade de reflexão, limitando o contraste e a qualidade da reprodução.

O suporte revestido (couchê) permite reproduzir densidades próximas de 2,00 nas áreas sólidas de sobreposição das 4 cores,

enquanto a máxima densidade obtida com papéis não revestidos é cerca de 1,30.

Os requisitos ideais de brilho e lisura são difíceis de definir. Para reprodução de originais fotográficos, é desejável o maior brilho

e lisura possíveis. Alguns impressos são envernizados ou plastificados a fim de reduzir o espalhamento da luz. Outros originais

(aquarelas, por exemplo) reproduzem melhor em suportes foscos ou com pouco brilho; o mesmo se pode dizer de textos extensos

em vista da fadiga que podem provocar devido ao brilho. Alguns artistas preferem superfícies texturizadas ou gofradas a fim de

melhorar a qualidade tátil, mesmo sacrificando a saturação, a densidade e a resolução da reprodução.

A transferência da tinta para o papel depende principalmente da porosidade superficial do papel. Idealmente, a tinta deveria ser

transferida completa e uniformemente para o suporte, isto é: a transferência deveria ser a mesma por toda a área de grafismo, e

por igual sobre toda a superfície do suporte ou sobre outro filme de tinta previamente impresso.

Entretanto, o processo offset apresenta limitações em manter uniformidade perfeita desde a pinça até a contrapinça da folha, visto

que utiliza tintas pastosas e devido à configuração do sistema de tintagem das impressoras. Entre a pinça e a contrapinça da folha,

dependendo da impressora, pode ocorrer uma diferença de até 0,12 de densidade.

No processo offset, a uniformidade da impressão de folha para folha é mais difícil de manter, devido ao balanço água–tinta. Por

outro lado, os outros processos exigem suportes mais lisos e/ou macios.

L im i t a ç õ e s impo s t a s p e l o s s upo r t e s e p e l a s t i n t a s

6

2928

A resolução da imagem impressa, dentre outras coisas, depende da natureza da superfície de impressão e da lisura do

suporte. A superfície planográfica de uma chapa offset permite imprimir imagens com maior resolução do que qualquer

outro processo. A blanqueta offset proporciona melhor resolução sobre suportes não-revestidos do que os processos

de impressão diretos (rotogravura, flexografia), visto que esta conforma-se às irregularidades da superfície do suporte

e proporciona uma transferência eficiente da tinta.

Em qualquer caso, quanto mais liso o suporte e quanto menor a espessura do filme de tinta impresso, maior a reso-

lução do impresso.

As condições de visualização do original e da reprodução afetam em muito a percepção da qualidade da reprodução e,

por isso, a fonte de luz deve ser padronizada para uma temperatura de cor de 5000 K.

As diferenças de tamanho fazem as imagens maiores parecerem mais claras do que as imagens menores. Isto pode ser

minimizado observando-se ambas em diferentes distâncias. A ampliação tende a clarear os tons médios, e a redução

tende a escurecê-los.

Os impressos opacos são problemáticos devido à falta de condições padronizadas de visualização em monitores de

vídeo. Operadores de scanner e de sistemas de tratamento de imagens devem estar cientes de que as condições de

visualização afetam a qualidade.

Uma vez conhecidas as limitações e restrições da impressão em cores, o próximo passo é determinar as variáveis do

processo de seleção de cores que resultem numa reprodução otimizada.

L im i t a ç õ e s d o p r o c e s s o d e r e p r odu ção

L im i t a ç õ e s n a s c ond i ç õ e s d e v i s u a l i z a ç ão

A REPRODUÇÃO EM CORES

A relação entre as densidades do original e as densidades da reprodução é o aspecto mais importante na avaliação

da qualidade da reprodução em cores. Em muitos casos, particularmente para originais transparentes, o alcance de

densidade do original ultrapassa o máximo alcance de densidade alcançável no processo de impressão.

Se, por exemplo, uma transparência colorida original tem um alcance de densidade de 0,40 – 3,40, e a máxima den-

sidade da tinta impressa sobre papel é 1,90, o alcance de densidade do original deve ser comprimido em 1,10. Esta

compressão deve ser uniforme, enfatizando as altas-luzes ou as sombras.

A curva ótima de reprodução de tons é diferente para diferentes originais e diferentes pessoas. Para propósitos práticos,

é necessário acertar as curvas para satisfazer a maioria das pessoas, na maioria das vezes.

Para originais preto e branco, por exemplo, é necessário considerar a condição dominante. Se, por exemplo, 90% da in-

formação do original fotográfico estiver localizada entre 1,15 e 1,95 de densidade, este é classificado como chave-baixa

(low key); se estiver entre 0,15 e 0,95, é chamado de chave-alta (high key); se a distribuição de densidade for uniforme,

é chamado de chave-normal (normal key).

f igura 11 . chave-alta (e), chave-normal (c) e chave-baixa (d)

6

3130

Pesquisas concluíram que a curva de reprodução que enfa-

tiza a área de interesse da fotografia proporciona o melhor

resultado.

O papel da seleção do preto na impressão em cores é au-

mentar o contraste da reprodução, especialmente nas áre-

as escuras. O preto também escurece certas áreas coloridas

muito claras. Por exemplo: a diferença de densidade entre

uma tricromia e uma quadricromia chapadas é de 0,70. O

preto esqueleto expande a possibilidade dos detalhes tonais

nas áreas de sombra.

Quando se usa UCR ou GCR, a escala do preto é ampliada,

melhorando a aceitação das tintas. Entretanto, excesso de

preto na quadricromia em layout de página com texto e

imagem conjugados torna o trabalho do impressor crítico,

uma vez que este deve encontrar uma carga de tinta ade-

quada a ambos ao mesmo tempo, o que nem sempre pode

ser otimizado. A maior desvantagem do UCR e do GCR é

a perda de densidade nos tons escuros. Os níveis mais co-

muns de UCR e GCR encontram-se entre 45% e 55%.

O aspecto final da reprodução de tons refere-se à distorção

dos pontos reticulares. No processo offset, na impressão de

papéis revestidos (couchê), o ganho de ponto varia entre

10% e 15%; com papéis não revestidos, texturizados e pa-

pelcartão, o ganho de ponto varia de 18% a 25%. f igura 12 . ganho de ponto

A necessidade de ajuste do balanço de

gris deve-se, primeiramente, às caracte-

rísticas de absorção de luz dos pigmen-

tos das tintas de escala. Para reproduzir

gris neutro, a quantidade de tinta ciano

deve ser maior do que as quantidades

de tintas amarela e magenta. Quando a

escala de gris imprime cinza neutro, a

reprodução tem balanço de gris correto.

A maioria dos sistemas de seleção de cores “enxergam” as cores do original diferentemente do olho humano. Este

problema é particularmente perceptível com originais pintados e fotografias retocadas. Duas cores podem parecer

visualmente idênticas, mas exigir diferentes seleções de cores.

As invasões não intencionais geralmente ocorrem nos tons de sombra, e podem ser parcialmente corrigidas no Pho-

toshop nos controles de balanço de gris ou através do controle de UCR.

Os menores pontos impressos são ajustados para as áreas de altas-luzes difusas, e os pontos de máxima para cerca

de 96-98% ou menos, conforme o ganho de ponto.

Os valores tonais são acertados para 25%, 50% e 75% de ponto. O limite prático de GCR encontra-se entre 50% e 70%,

e a carga total de tinta entre 260% e 320% quando se usa UCR (undercolor removal).

f igura 13 . balanço de gris incorreto

(esquerda) e corrigido (direita)

L im i t a ç õ e s d a r e p r odu ção em c o r e s

6

3332

De um modo geral, as matrizes (chapas, cilindros, clichês, telas etc.) de impressão sofrem poucas distorções. A maioria

das chapas offset apresenta granulação fina; entretanto, se a granulação for grosseira, a chapa poderá causar a redução

da resolução da reprodução.

Algumas chapas permitem reproduzir pontos de retícula de 1% a 99%. Outras limitam a reprodução ao intervalo entre

3% e 97%. Dependendo do motivo que se quer reproduzir, a escolha da chapa torna-se fundamental. Por exemplo,

imagens de chave-alta (muito claras) exigem a máxima resolução de cópia.

As provas de prelo de provas simula as condições de uma impressora offset. É dotado de dois planos alinhados: um

comportando a chapa e o outro o suporte a ser impresso. A chapa é umedecida e entintada, manual ou automati-

camente. A blanqueta, envolvendo um cilindro de transferência, toma a tinta da chapa e a transfere para o suporte.

A prova progressiva é um conjunto de provas de

prelo de uma reprodução em cores, mostrando a

sequência de impressão de cada cor individual, e o

resultado das sobreposições de duas, três e qua-

tro cores combinadas, para orientar o impressor

de máquinas mono e bicolores na impressão de

trabalhos coloridos.

f igura 14 .

prova de prelo

CóPIA DE MATRIZES

PROVA DE PRELO

Também chamada de prova de overlei, é uma prova

colorida feita com folhas de filme plástico pigmentado,

transparentes, sobrepostas em registro, numa ordem

específica, laminadas sobre uma base de papel ou

plástico, expostas a partir de filmes negativos ou posi-

tivos. Cada folha contém a imagem de uma das cores

primárias e, quando combinadas, simulam o resultado

final da impressão. O Cromalin®, o MatchPrint® e o

PressMatch® são sistemas fotomecânicos de prova.

Não muito recomendado, já que o principal propósito da prova mole é proporcionar um retorno em tempo real para

avaliação dos retoques, posicionamentos e editoração. Entretanto, o julgamento de cor é problemático, a menos que

seja feito através de leitura de porcentagem de pontos e comparação com escalas de cores.

Se todas as recomendações feitas até aqui foram seguidas, os arquivos devem reunir todas as condições necessárias

para reproduzir a melhor qualidade possível. Caso negativo, não existem recursos nas etapas seguintes do processo

que possam compensar qualquer irregularidade.

As chapas são copiadas em prensas de contato ou em sistemas de plotagem direta (CTP). Se o processo for bem

controlado, as chapas devem apresentar uma distribuição de pontos entre 1% e 99%. Admite-se uma pequena perda,

porém não superior ao intervalo entre 3% e 97%.

PROVA FOTOMECâNICA

PROVA DE VÍDEO

COPIAGEM DAS ChAPAS

f igura 15 . prova fotomecânica

3534

POR SÉRGIO ROSSI FILhO

A QUALIDADE DO PRODUTO IMPRESSO COMEÇA A SER

DEFINIDA AINDA NA ETAPA DA CONCEPÇÃO DA IDEIA

FEITA PELO PROJETISTA GRáFICO, PASSANDO PELAS

FASES DE FOTOGRAFIA, EDITORAÇÃO ELETRôNICA,

COPIAGEM DAS ChAPAS, IMPRESSÃO E ACABAMENTO.

p r e p a r a ç ã o d e a r q u i v o s p a r a r e p r o d u ç ã o

7Uma ideia mal concebida dificilmente poderá ser melhorada nas etapas sucessivas, do mesmo modo que uma tomada

fotográfica malfeita, fora de foco, granulada, mal-iluminada, pouco contrastada etc., poderá ser economicamente con-

sertada durante o processo de seleção de cores.

O processo de seleção de cores consiste em transformar um original de tom contínuo (foto, slide, desenho, pintura,

quadro etc.) num conjunto de chapas reticuladas, em geral quatro, cada uma representando uma das cores primárias

da síntese subtrativa (amarelo, magenta, ciano e preto). Os pontos reticulares têm área e/ou concentração proporcional

aos valores de densidade de cor dos originais.

As principais variáveis a serem definidas no processo de pré-impressão incluem: a geometria de ponto, a lineatura de

retícula, os ângulos de retícula, a densidade dos filmes, o equilíbrio cromático, a linearização da curva de reprodução, a

compensação de ganho de ponto, o balanço de gris, a compensação de carga de tinta (UCR/GCR), a compressão tonal

(compressão de gamut) e a sequência de cores da prova.

O ponto reticular é a unidade que compõe a imagem impressa e

constitui a melhor referência que os impressores têm para avaliar a

qualidade do trabalho de impressão. Se os pontos individuais estive-

rem bem impressos, com certeza, toda a imagem também estará.

A forma geométrica dos pontos reticulares pode ser variada de acor-

do com o motivo e o nível de detalhe que se deseja obter. Tradicio-

nalmente, utiliza-se o ponto redondo, o ponto quadrado e o pon-

to elíptico. Entretanto, com o uso dos computadores, virtualmente

qualquer outro formato de ponto é possível, permitindo otimizar o

resultado para cada situação particular.

GEOMETRIA DE PONTO

f igura 16 .

ponto

quadrado,

redondo

e elíptico

3736

O ponto quadrado, em virtude de sua geometria simétrica, é confortável para o impressor, visto que permite perceber

prontamente qualquer distorção de tamanho ou de forma, como o ganho de ponto, por exemplo.

A escolha do ponto quadrado é adequada para reprodução de cores planas, sem modulação, como fundos de página,

boxes de texto etc., porém prejudica a formação de linhas curvas, como em fios de cabelo, visto que os torna serrilhados.

As graduações de cor, como ocorre em degradês e passagens entre áreas de luz e sombra de uma fotografia, repro-

duzem uma mancha (estria) na região de meia-tinta (50% de ponto) devido ao salto de densidade causado por ilusão

óptica (ganho de ponto óptico).

O ganho de ponto óptico ocorre devido ao encontro dos vértices dos quadrados exatamente quando os pontos adqui-

rem o valor de 50% (meias-tintas). O resultado é uma reprodução “dura” nas formações em degradê.

O ponto elíptico é particularmente adequado para a reprodução de motivos muito detalhados, como bordados, texturas,

joias etc., além de produzir passagens suaves entre as áreas de luz e sombra da imagem, como nas formações em

degradê, sem o inconveniente do salto de densidade causado pelo ponto quadrado. Devido ao seu formato, acomoda-se

melhor às curvas. No entanto, realça mais o efeito moiré do que as outras geometrias de ponto.

Devido a sua geometria losangular, o encontro dos vértices dos pontos elípticos ocorre em duas etapas: próximo do va-

lor de 40% de retícula (diagonal maior) e próximo de 60% (diagonal menor), reduzindo ou diluindo o salto de densidade.

A lineatura refere-se ao número de linhas de pontos de retícula por unidade de comprimento (centímetros ou polega-

das), expressa em linhas por centímetro (lpc) ou linhas por polegada (lpi). Quanto maior a lineatura de retícula, maior

o número de pontos que compõem a imagem e, portanto, maior a resolução de impressão, ou seja, mais detalhada a

imagem reproduzida.

LINEATURA DE RETÍCULA

À medida que a lineatura aumenta, o ta-

manho dos pontos diminui, exigindo maior

cuidado, para evitar perda de pontos de mí-

nima (entre 1% e 5%). Isto é particularmente

importante na reprodução de originais cha-

mados de chave-alta, nos quais as áreas de

interesse concentram-se predominante-

mente nas altas luzes.

O ganho de ponto na impressão é maior com pontos menores, devido ao aumento da área específica total, exigindo

maior cuidado do impressor ao acertar a pressão de impressão (pressão entre a chapa e a blanqueta, a pressão de

contra ou a pressão blanqueta-blanqueta) e o balanço água-tinta, sob o risco de causar entupimento de pontos de

máxima (acima de 80%). Portanto, a compensação de ganho de ponto deve ser alterada conforme a lineatura de re-

tícula escolhida.

A lisura do papel (pps) deve ser elevada para permitir imprimir com precisão os pontos menores. Papéis grosseiros e

rígidos não proporcionam um contato perfeito com as blanquetas, reproduzindo pontos falhos ou faltantes, o que deixa

a imagem com aparência granulada ou arenosa.

Em geral, utiliza-se lineaturas entre 48 e 54 linhas/cm na impressão de papéis grosseiros (jornal, vergê, kraft, tex-

turizado etc.), entre 54 e 60 linhas/cm com papéis tipo offset, e acima de 60 linhas/cm com papéis revestidos ou

supercalandrados.

f igura 17 . imagem reticulada com 50 e 60

linhas por centímetros (respectivamente)

7

3938

Na impressão em quadricromia, cada uma das cores

reticuladas deve ser separada das demais num ângulo

de 30 graus, para evitar padrões geométricos de inter-

ferência chamados de moiré. O moiré reduz a resolução

da reprodução relativa ao original.

A combinação de ângulos que reproduz o padrão menos

intenso – roseta – é: Y90°, M45°, C105°, K75°. A escolha

exata, entretanto, depende das cores a serem repro-

duzidas. O padrão de retícula torna-se menos evidente

com retículas de maior lineatura (acima de 80 linhas por

centímetro).

Para evitar (ou reduzir) o efeito moiré, as linhas de retí-

cula das diferentes cores devem ser defasadas umas das

outras em 30°. Acontece que apenas três cores podem

ser separadas desse modo. A quarta deve ficar a 15° (a

maior distância possível).

Visto que a tinta amarela causa o menor impacto visual

de todas, é a escolhida para essa posição, produzindo o

moiré com as cores com as quais compõe secundaria-

mente (magenta ou ciano na reprodução de vermelho

ou verde, respectivamente).

âNGULOS DA RETÍCULA

f igura 18 . ângulos de

retícula tradicionais

figura 19 . imagem

com efeito moiré

45º

90º

75º

105º

f igura 20 . processo de reticulagem

Por esse motivo, o amarelo deve ser programado para ficar distante da cor com a qual ele compõe a cor dominante

da cena. Quando isto não é possível (presença de todas as cores secundárias), o moiré é inevitável e, o máximo que se

pode fazer é programá-lo para que aconteça na cor menos evidente.

A técnica de reticulagem estocástica elimina este problema, permitindo imprimir mais do que quatro cores sobrepostas

sem a ocorrência de moiré.

O processo de reticulagem estocástica reproduz imagens constituídas de micropontos randomicamente distribuídos.

É realizada por intermédio de softwares especiais instalados em sistemas eletrônicos de editoração.

Dentre as principais vantagens da reticula-

gem estocástica destaca-se a possibilidade

de sobreposição de mais do que quatro co-

res sem a ocorrência de moiré, uma vez que

os pontos são distribuídos aleatoriamente.

Outra vantagem é a reprodução de imagens

com maior resolução do que aquela repro-

duzida por uma retícula convencional de li-

neatura equivalente. A principal dificuldade é

o controle da cópia de chapas.

7

4140

Todos os filmes que compõem uma mesma chapa ou um mesmo caderno, principalmente aqueles que serão montados

na mesma direção vertical, devem ser confeccionados segundo o mesmo critério, ou seja: a mesma curva de reprodu-

ção tonal, a mesma compensação de ganho de ponto, o mesmo balanço de gris, a mesma compensação de carga de

tinta (UCR/GCR), a mesma compressão tonal (compressão de gamut), a mesma lineatura de retícula e assim por diante.

O acerto das chaves do tinteiro das impressoras offset é feito por zonas, isto é, a mesma carga de tinta (espessura

do filme) alimenta todas as páginas posicionadas na mesma direção vertical (direção do deslocamento da folha ou da

bobina na impressora).

Se os arquivos das diferentes cores dessas não estiverem equilibrados, o volume de tinta não será suficiente para uma

tintagem homogênea, causando desequilíbrios de uma imagem para outra. Se a carga de tinta for alimentada pela

média de demanda dessas imagens, nenhuma delas atenderá à qualidade requerida.

Existem normas, como SNAP, SWOP, Gracol e outras, que sugerem critérios padronizados para a confecção dos arqui-

vos digitais destinados a uma determinada finalidade ou nicho de mercado.

O tempo gasto pelo impressor para melhorar (dividir) o resultado impresso quando diversas imagens alinhadas verti-

calmente estão desbalanceadas representa a maior fração do acerto (set up) e, por isso, justifica qualquer esforço. En-

tretanto, só a pré-impressão pode fazer alguma coisa para ajudá-lo. Os recursos da impressora são limitados para isso.

As plotadoras de chapas (platesetters) reproduzem pontos que variam de 1% a 99% de área, em incrementos de 1%.

Cada porcentagem de ponto representa um determinado valor tonal (nível de gris). Portanto, a condição que propor-

ciona a maior gama de valores é representada graficamente por uma reta inclinada a 45°.

O processo de linearização da imagesetter consiste em acertar a modulação da fonte de luz laser para que reproduza

sobre a chapa pontos que variam de 1% a 99% alinhados a 45°.

EQUILÍBRIO CROMáTICO

LINEARIZAÇÃO DA CURVA DE REPRODUÇÃO

Todo processo de impressão, e particularmente o processo offset, envolve

uma série de variáveis que causam a deformação dos pontos de retícula de

meio tom, reproduzindo um valor maior do que aquele que foi planejado.

Isto equivale a dizer que as cores da reprodução serão diferentes das dese-

jadas, a menos que sejam compensadas.

O processo offset trabalha com tintas de diferentes viscosidades, dependen-

do da velocidade da impressora e da temperatura ambiente. Os papéis de

impressão têm diferentes lisuras e porosidades. As blanquetas têm diferen-

tes durezas e compressibilidades. A pressão de impressão (pressão entre os

cilindros de blanqueta e de contrapressão, ou blanqueta–blanqueta) depen-

de das características do papel e da blanqueta. As tintas emulsionam com

a solução de molhagem e sofrem modificações de tack e de viscosidade. O

balanço água–tinta depende das características das tintas e da solução de

molhagem e do modo como o impressor acerta a impressora. Todas estas

variáveis afetam, de alguma forma, o ganho de ponto. Uma coisa é certa: o

ponto reproduzido no papel será diferente daquele reproduzido na chapa.

Visto que o ganho de ponto depende de algumas propriedades das tintas, principalmente do tack, da viscosidade e do

nível de emulsionamento com a solução de molhagem, cada cor pode apresentar um ganho diferente, exigindo dife-

rentes compensações.

O mesmo vale quando se considera diferentes tipos de papéis. A prática indica que papéis revestidos (couchê) ganham

entre 10% e 15% de ponto; papéis não revestidos, papelcartão e papeis texturizados entre 18% e 25% e papéis imprensa

(jornal) acima de 30%.

COMPENSAÇÃO DE GANhO DE PONTO

figura 21 . ponto na chapa e ponto

impresso (respectivamente)

7

4342

O processo de seleção de cores parte do princípio que

as três tintas de escala (amarelo, magenta e ciano),

combinadas em diferentes proporções, podem repro-

duzir todas as cores do espectro visível, sendo os tons

neutros (acromáticos) reproduzidos a partir da mistura

de proporções iguais das três.

Acontece que, na prática, as tintas utilizadas não são

cromaticamente puras. O magenta é muito averme-

lhado (quando deveria ser azulado) e o ciano é muito

azulado (quando deveria ser esverdeado). Por isso, a

combinação de proporções iguais das três tintas não

produz gris neutro, mas sim um tom marrom aver-

melhado, causando invasões nas cores compostas por

sobreposição das três tintas.

Além disso, existem diferentes escalas de tintas em uso

nas gráficas brasileiras. As impressoras planas utilizam

predominantemente a escala Europa; as máquinas ro-

tativas com forno, a escala SWOP.

Sendo assim, é necessário fazer compensações durante

o processo de seleção de cores, a fim de neutralizar os

grises (tons neutros) e ajustar a escala de distribuição

tonal. Caso contrário, haverá invasões de cor, distor-

cendo as cores das imagens e comprometendo a qua-

lidade da reprodução.

O sistema visual humano é muito sensível aos tons

neutros, mais do que às cores. Por isso, é importante

que os grises sejam neutralizados, como no caso de

reproduções de objetos feitos de metais brancos (alu-

mínio, prata, cromo, níquel, aço etc.), ou que sejam

naturalmente brancos, como o algodão, os dentes, as

nuvens etc. Invasões de cor nesses objetos chamam

muito a atenção e são prontamente reconhecidas pelos

olhos, causando uma sensação desagradável e reduzin-

do a sua atratividade.

O mesmo vale para as cores de memória, ou seja,

aquelas que a maioria das pessoas reconhece da mes-

BALANÇO DE GRIS

Figura 22 . diferença no balanço de gris

A quantidade de tinta necessária para reproduzir uma determinada saturação de cor depende da qualidade da tinta

impressa e das propriedades do papel. Os papéis revestidos (couchê) permitem reproduzir cores mais vibrantes do que

os papéis não revestidos. Entretanto, qualquer que seja o caso, existe um limite a partir do qual o processo torna-se

difícil de controlar, dando margem a problemas que comprometem a qualidade do impresso.

Quando a alimentação de tinta é elevada, a alimentação de solução de molhagem também precisa ser alta, para garan-

tir o equilíbrio água–tinta. Este excesso compromete o registro de cores, visto que o papel sofre variação dimensional ao

absorver excesso de umidade. Umidade excessiva também causa ondulações e encanoamento do papel, prejudicando

a arrumação das pilhas e as operações de acabamento.

As tintas sofrem emulsionamento excessivo, sua viscosidade aumenta, o tack diminui, a distribuição e o transporte da

tinta na rolaria são prejudicados, a impressão fica manchada (marmorizada), as cores ficam lavadas (pálidas), o ganho

de ponto aumenta além do que foi compensado nos filmes, causando entupimento de pontos nas máximas e reduzindo

o contraste relativo. As tintas demoram para secar devido ao emulsionamento, favorecendo o decalque e prejudicando

as operações de envernizamento, plastificação, relevo, hot-stamping etc., além do atraso causado pelo tempo de espera

de secagem das tintas. Enfim, são tantos os problemas que não vale a pena arriscar.

COMPENSAÇÃO DE CARGA DE TINTA (UCR/GCR/MCR)

ma maneira, como o verde da vegetação, o azul do céu, o vermelho da maçã, o marrom do tijolo, os tons de pele etc.

Distorções nessas cores são prontamente reconhecidas e depreciadas.

Para neutralizar os tons de gris, a técnica consiste em aumentar o valor correspondente à tinta ciano ou reduzir o valor

do amarelo e do magenta, nas áreas de sobreposição das três, em cerca de 20%, ou seja: o ciano deve ter cerca de

20% a mais de saturação em relação ao amarelo e ao magenta e deve sempre predominar a mistura das três cores

nas áreas de sobreposição.

4544

f igura 23 . gráfico

do photoshop para

gcr (e) e ucr (d)

A experiência indica que papéis revestidos suportam cerca de 320% de somatório de pontos das quatro cores nas áreas

de sobreposição; papéis tipo offset, até 280% e papéis absorventes, até 260%.

No processo de conversão de um original do espaço de cores RGB para o espaço de cores CYMK, as áreas mais escuras

dos originais são reproduzidas chapadas (sólidas) nas quatro cores (400% de carga de tinta) e, por isso, precisam ser

compensadas.

O programa Photoshop permite programar o total de carga de tinta, para cada tipo de papel, a partir de dois conceitos:

UCR (remoção de cor) e GCR (substituição da componente gris). No primeiro, a tricromia é rebaixada nas áreas de

sobreposição com preto. No segundo, parte da tricromia que representa o gris é substituída por preto. Nos dois casos,

a quantidade total de tinta é substancialmente reduzida, até o limite determinado.

O GCR é mais indicado para imagens naturalmente escuras. Para imagens normais, o UCR é mais indicado, visto que

o GCR introduz o preto em áreas de meia-tinta (entre 25% e 75% de ponto), dificultando o acerto da carga de tinta na

impressora quando imagens e textos são conjugados, o que acontece na maioria dos casos.

O MCR é indicado para as situações que envolvem uma cor crítica, como é o caso de tons de carne, que podem esver-

dear se o ciano sofrer um ganho de ponto superior ao amarelo e ao magenta. Nesse caso, o ciano é substituído por

preto, eliminando o risco.

O alcance dinâmico dos sistemas de reprodução em cores, isto é, a diferença entre a máxima e a mínima densidade

que cada sistema é capaz de reproduzir, difere de sistema para sistema.

Assim, o olho humano é capaz de distinguir qualquer coisa próxima de 10 milhões de diferentes cores (equivalente a

um alcance dinâmico igual a 4,0).

Os filmes fotográficos coloridos, somados às limitações das câmaras fotográficas e aos processos de revelação, não são

capazes de reproduzir todas as cores visíveis, limitando-se a um alcance dinâmico entre 3,2 e 3,5.

Embora os monitores de visualização dos computadores sejam capazes de reproduzir cerca de 16,7 milhões de cores,

os scanners de seleção de cores conseguem captar apenas parte das informações dos originais e, ao gerar um arquivo

digital (TIFF), o alcance dinâmico cai para 2,4 (8 bites por pixel por canal RGB).

O sistema de impressão offset, na melhor hipótese, consegue reproduzir cerca de um milhão de cores, ou seja, muito

menos do que as informações do original.

Quando se compara o original com o impresso, dependendo das cores envolvidas, o resultado é quase sempre decep-

cionante.

A densidade de uma foto P/B é cerca de 2,00, enquanto a tinta preta de quadricromia não passa de 1,70. A densidade

de um cromo (transparência) é próxima de 3,00, enquanto a impressão em cores alcança no máximo 2,00 nas áreas

de sobreposição das quatro tintas. Portanto, o impresso parece lavado (pálido) comparado ao original, devido à falta de

saturação e de luminosidade.

7COMPRESSÃO TONAL (COMPRESSÃO DE GAMUT)

As chapas offset são planográficas, isto é, as áreas de grafismo e de contragrafismo encontram-se no mesmo plano.

Por essa razão, o processo offset, além da tinta, envolve água, ou melhor, uma solução aquosa acidificada de produtos

COPIAGEM DE ChAPAS

4746

Após a exposição, as chapas são reveladas para diferenciar as áreas de grafismo das áreas de contragrafismo: as áreas de

grafismo são tratadas para tornar-se receptivas à tinta (oleófilas e hidrofóbicas), e as áreas de contragrafismo são tratadas

para tornar-se receptivas à água (hidrófilas e oleofóbicas). As áreas assim tratadas são ditas dessensibilizadas. O melhor

método para dessensibilizar as áreas de contragrafismo é tratá-las com uma solução acidificada de goma-arábica.

Durante a impressão, a chapa é continuamente umedecida pela solução de molhagem. Se o material dessensibilizante for

dissolvido, o metal será descoberto e passará a aceitar tinta.

Se as chapas recém-preparadas tiverem que esperar várias horas antes de ser usadas, ou no caso de chapas que serão

reaproveitadas para futura reimpressão, estas devem ser protegidas com uma película de asfalto.

As chapas convencionais são copiadas em prensas de contato, enquanto as chapas digitais são copiadas em sistemas CTP.

Após a exposição, as chapas devem ser reveladas, para que a camada fotossensível correspondente às áreas de contra-

grafismo seja removida. Esse processo pode ser manual ou automático.

TRATAMENTO DAS áREAS DE CONTRAGRAFISMO

TRATAMENTO DAS áREAS DE GRAFISMO

que têm a função de tornar as áreas de contragrafismo da chapa não receptivas à tinta.

Quando a chapa é adequadamente preparada, o sistema de molhagem da impressora mantém as áreas de contra-

grafismo sempre umedecidas. Como as tintas offset não têm afinidade química com a solução de molhagem, os rolos

entintadores só conseguem depositar tinta sobre as áreas de grafismo. A química, portanto, é a ciência que governa o

processo offset.

Basicamente, as chapas offset são constituídas de uma base de alumínio granulado revestida de uma camada de ma-

terial fotossensível (sensível à luz). O tipo de revestimento depende do tipo de chapa.

Existem diversas tecnologias de plotagem de chapas digitais. Uma delas envolve equipamentos nos quais as chapas são

montadas no interior de um tambor (internal drum), outros em que são montadas na superfície externa do cilindro (exter-

nal drum) e ainda aqueles em que as chapas são montadas sobre uma mesa plana (flatbed).

Uma derivação desta tecnologia é o sistema de copiagem direta (direct imaging) acoplado a impressoras offset DI, no qual

as chapas, em bobinas, ficam embutidas no interior do cilindro da chapa. Ao final da tiragem, o carretel é rotacionado a fim

de expor um trecho virgem da bobina, para receber a exposição a partir de cabeçotes laser na própria impressora, todas

as cores de uma só vez, em registro perfeito, reduzindo a uma fração o tempo de acerto.

CTP - COMPUTER-TO-PLATE

As chapas digitais podem ser de poliéster ou de alumínio. Ambas têm excelentes propriedades de umectação, porém o

alumínio é mais estável e suporta maiores tiragens.

As chapas fotopoliméricas são convenientes por envolverem processamento convencional, já dominado pela indústria

gráfica, porém têm resolução limitada, exigem luz de segurança (vermelha) e são sensíveis ao calor e à umidade.

As chapas térmicas são sensíveis à radiação de 830 ou 1064 nm, têm resolução de cópia de 1% a 99% com 250 lpi, podem

ser processadas em luz ambiente e suportam 150 mil cópias (sem forneamento) ou um milhão após queimadas. O laser

IR aquece a camada e o calor promove uma reação química, formando uma imagem latente.

Uma das principais vantagens do laser térmico é que a imagem é formada pelo calor e não pela luz. A imagem só é pro-

duzida quando o nível de calor atinge 120 mJ/cm2 a 830 nm. O efeito do calor não é cumulativo. Abaixo de 120 milijoules

a imagem não é formada. Acima de 120 milijoules, a imagem não sofre qualquer mudança. Portanto, não ocorre sobre

ou subexposição, não existe perda ou ganho de ponto e o ambiente pode ser iluminado com fonte de luz branca.

ChAPAS DIGITAIS

7

4948

POR SÉRGIO ROSSI FILhO

O propósito de qualquer processo industrial de impressão é reproduzir cópias iguais ao original aprovado pelo

cliente. Todo processo de impressão envolve um grande número de variáveis que se inter-relacionam, o que

exige dos impressores e fabricantes de produtos gráficos elevado nível de conhecimento e domínio do processo,

para manter as variações dentro dos limites admissíveis.

Cada material envolvido deve atender aos requisitos do processo de impressão, operações de acabamento,

produto impresso, além das condições de uso final do produto. O objetivo é atender as necessidades daqueles que

compram o produto impresso (traduzido em termos de qualidade, preço e prazo); daqueles que processam o item

impresso (indústrias de embalagem, rotulagem, etc.) e daqueles que manipulam o produto final (consumidores).

p r o c e s s o s d e i m p r e s s ã o

8CLASSIFICAÇÃO

DOS PROCESSOS

DE IMPRESSÃO

1

2

3

4

5

A maioria dos processos de impressão apresenta algumas características co-

muns, os quais é possível classificá-los. Assim, considerando os processos que

imprimem tintas sobre um suporte, a partir de uma matriz montada numa

impressora, pode-se agrupar os diferentes processos de impressão de acordo

com as características da matriz (forma) de impressão.

As matrizes se caracterizam por apresentar duas superfícies distintas: aquela

que deposita a tinta sobre o suporte, denominada área de grafismo; e aquela

que permanece vazia (sem tinta), denominada área de contragrafismo. De

acordo com a forma como as áreas de grafismo são tornadas distintas das

contragrafismo, é possível agrupar os processos de impressão em:

Relevografia: áreas de grafismo estão em alto-relevo em

relação às áreas de contragrafismo da matriz.

tipografia, flexografia, tipoffset (letterset),

xilografia, datilografia

Encavografia: áreas de grafismo se encontram em baixo-relevo

em relação às áreas de contragrafismo.

rotogravura, talho-doce, rotoffset,

tampografia

Planografia: áreas de grafismo e de contragrafismo estão no mesmo

plano e sua distinção é feita a partir de processos físico-químicos.

litografia, offset, colotipia (collotype), termografia,

offset seco (waterless), metalografia

Permeografia: áreas de grafismo são permeáveis à tinta,

enquanto as áreas de contragrafismo são impermeáveis.

serigrafia (silkscreen), mimeografia

eletrofotografia, eletrografia, ionografia,

magnetografia, jato de tinta (ink jet),

transferência térmica

Impressão digital: a maioria dos novos processos de impressão está

associada à tecnologia da informática que, a partir de imagens digitais

(latentes), imprime sob o comando de sistemas computadorizados.

5150

F l e x og r a f i a

M a t r i z e s f l e x o g r á f i c a s

As informações que seguem têm a finalidade de analisar os aspectos

mais importantes de cada processo industrial de impressão, o que in-

clui as variáveis características de cada processo e as configurações de

equipamentos mais difundidas. Não é propósito analisar os processos

artesanais ou cuja significância seja considerada desprezível no contexto

da indústria gráfica atual.

A flexografia é um processo de impressão direto que usa matrizes em alto-relevo feitas de borracha (confeccionadas a

partir do molde de uma matriz tipográfica) ou de materiais poliméricos (obtidas por processos fotoquímicos). É o único

processo de impressão desenvolvido especificamente para impressão de embalagens. Obviamente, houve progressos e,

além de embalagem, envolve uma ampla variedade de indústrias: livros, jornais, revistas, têxteis, papelão, micro-ondu-

lado, etiquetas, papel de parede, formulários contínuos, envelopes, sacos, sacolas etc.

As matrizes flexográficas são constituídas de borracha natural ou sintética ou de materiais fotopoliméri-

cos. As matrizes de borracha foram substituídas por matrizes fotopoliméricas. Visto serem flexíveis, são

facilmente montadas no cilindro da impressora com fita adesiva dupla-face. Existem também chapas

com base metálica magnética.

CARACTERÍSTICAS

DOS PRINCIPAIS

PROCESSOS DE

IMPRESSÃO

P r o c e s s o d e i m p r e s s ã o f l e x o g r á f i c a

Uma unidade de impressão flexográfica típica

compreende quatro cilindros: um rolo do tin-

teiro (emborrachado), que transporta a tinta

para o cilindro entintador de aço ou cerâmica

(anilox). Este, por sua vez, transfere uma ca-

mada controlada de tinta para a matriz, fixada

no cilindro porta-chapa, que por fim aplica a

tinta no suporte, pressionado contra a matriz

por um cilindro de contrapressão.

As configurações das impressoras mais difundidas são:

CIC (cilindro de impressão comum): em um único

cilindro de contrapressão é acoplado de duas a sete

unidades de impressão;

Em linha: as unidades de impressão são dispostas em fila;

Acoplado: unidades de impressão individuais são mon-

tadas umas sobre as outras, verticalmente, em duas es-

truturas envolvendo de uma a quatro unidades de cada

lado (cada unidade imprime um lado do suporte).

A flexografia é um processo de impressão versátil que permite reproduzir de uma a seis ou mais cores em bobinas

de até 2,5 m de largura. Visto que os materiais de embalagens são usados, na maioria das vezes, em bobinas,

sendo que a maioria das impressoras flexográficas imprime bobina–bobina.

f igura 24 . esquema da impressão f lexográfica

figura 25 . impressora f lexográfica satélite

8

5352

S u p o r t e s e t i n t a s

A flexografia é um processo versátil e econômico que permite imprimir sobre uma gama enorme de

diferentes suportes, incluindo papel, cartão, celofane, laminados, plásticos e tecidos.

As tintas são muito fluidas, formuladas de acordo com as características do suporte. Tintas à base de

água são usadas na impressão de suportes absorventes (papel e cartão); as tintas à base de solventes

são usadas na impressão de suportes não absorventes (celofane, polietileno, polipropileno).

As tintas flexográficas são formuladas com pigmentos dispersos em veículos compostos com resinas

solúveis em solventes. O assentamento da tinta no suporte ocorre por evaporação dos solventes, que são

muito voláteis. Esses solventes são empregados para dissolver uma grande variedade de ligantes (nitro-

celulose, poliamidas, acrilatos e resinas modificadas). As resinas podem ser modificadas com plastificantes

e ceras para conferir flexibilidade, resistência ao atrito e deslizamento do filme impresso.

f igura 26 . impressão em f lexografia, efeito squash

Embora versátil e econô-

mica, a impressão flexo-

gráfica apresenta algumas

limitações: a tinta tende a

espalhar (squash), o que

torna difícil a reprodução de

meios-tons limpos e deta-

lhados.

8Ro t og r a vu r a

A rotogravura (intaglio) é o segundo processo de impressão mais

antigo, iniciado no século XV, na Alemanha. Pertence à família de

processos chamados, genericamente, de encavografia, onde as

áreas de grafismo aparecem em baixo-relevo em relação às áreas

de contragrafismo.

Na impressão em baixo-relevo, tanto as áreas de grafismo quanto

as de contragrafismo são completamente entintadas. Uma lâmina

de metal flexível, chamada racle, remove a tinta depositada nas áre-

as de contragrafismo. A tinta que permanece nas áreas de grafismo

da matriz é transferida para o suporte, que é pressionado contra a

matriz por um cilindro emborrachado de contrapressão.

A característica particular da rotogravura é

que todo o grafismo, meios-tons e traços,

precisa ser reticulado. Cada ponto de retícula

se transforma numa célula diminuta, em baixo

-relevo que produz nuances de tom conforme

o volume interno da célula varia. Desse modo,

é fácil distinguir um impresso feito em roto-

gravura de impressos feitos em outros pro-

cessos de impressão, visto que os contornos

dos textos são serrilhados.

f igura 27 . esquema de impressão

em rotogravura

figura 28 . texto impresso em rotogravura - serrilhado

5554

A gravação é feita diretamente sobre a superfície do cilindro ou sobre chapas (camisas) que são posteriormente mon-

tadas no cilindro. Após a gravação, o cobre recebe uma película de cromo (cerca de 7 µ), aplicada por eletrodeposição,

para conferir à superfície resistência ao atrito causado pela racle (lâmina metálica flexível que remove o excesso de tinta

das áreas de contragrafismo).

f igura 30. pontos de gravação para

cilindros de rotogravura

O processo rotogravura permite impri-

mir numa ampla variedade de suportes,

incluindo cartão, papel, laminados, ce-

lofane e filmes plásticos. Seu campo de

aplicação abrange revistas, embalagens,

jornais e outros produtos de grande ti-

ragem. As tintas são muito fluidas e for-

muladas para atender aos requisitos de

cada tipo de suporte.

f igura 29 . cilindro para impressão em rotogravura

As impressoras de rotogravura são rotativas de alta velocidade (50.000 a 100.000 iph), alimentadas com bobinas.

O produto impresso pode sair da impressora na forma de cadernos dobrados, folhas cortadas ou bobinas.

Os processos de gravação convencional (área da

célula constante e profundidade variável), autotípi-

co (área da célula variável e profundidade constan-

te) e semiautotípico (área e profundidade da célula

variáveis) envolvem processos químicos, eletrome-

cânicos (helioklischograph), laser e electron beam

(feixe de elétrons).

8A gravação química é feita com a proteção das áreas de contragrafismo contra a ação do agente que ataca quimica-

mente as áreas de grafismo. Isso acontece numa banheira de gravação onde o cilindro é parcialmente submerso em

cloreto férrico (FeCl3). A profundidade das células é em função do tempo de gravação e das características físico-quí-

micas do agente (concentração, temperatura, etc).

A gravação eletromecânica é realizada por ação mecânica de “agulhas” de diamante, de geometria piramidal, controla-

das eletronicamente por computadores, a partir de imagens digitais.

Conforme o volume da célula varia, o volume de tinta depositado no suporte também varia, o que gera as nuances

de tons. As células são muito rasas (cerca de 25µ a 30µ nas áreas de sombra). A natureza do trabalho determina o

número de células por centímetro linear (lineatura da retícula). Quanto maior o número de células, menor o volume de

cada célula e mais bem detalhado será o impresso. O volume de tinta transferido para o suporte depende do volume

da célula, sua geometria, propriedades reológicas da tinta e das características do suporte.

Cada célula é separada das demais por uma “parede” que corresponde às áreas de contragrafismo. A tinta das áreas

de contragrafismo é removida por uma racle de metal flexível, sustentada pelas paredes das células, por isso, tanto as

ilustrações quanto os textos precisam ser reticulados.

f igura 31 . paredes

das células de

impressão

5756

I m p r e s s ã o r o t o g r a v u r a

As impressoras rotogravura são rotativas alimentadas com bobinas. A alimentação com folhas é usada

na impressão de trabalhos de arte de pequena tiragem e na confecção de provas. As impressoras ali-

mentadas com bobinas produzem em velocidade elevada e são ideais para trabalhos de grande tiragem,

tais como: embalagens, revistas, catálogos, livros e jornais de grande circulação.

Algumas impressoras são equipadas com mais de 10 unidades de impressão, várias dobradeiras, ali-

mentadas com várias bobinas ao mesmo tempo e produzem impressos semiacabados.

A sequência de impressão para trabalhos em quadricromia costuma ser: amarelo, magenta, ciano e

preto. A condição indispensável é que exista contato perfeito entre o suporte e a matriz (cilindro de im-

pressão) e que a tinta impressa esteja “assentada” no suporte antes que a próxima tinta seja impressa. A

não observância desses requisitos implica em prejuízos para a qualidade do produto impresso (“missing

dots”, “trapping”, repinte, arrancamento da tinta e outros).

A qualidade do produto impresso depende do exato equilíbrio das variáveis que governam o processo:

lisura e maciez do suporte; força e viscosidade da tinta; ângulo da racle; dureza e pressão do rolo de con-

trapressão; velocidade da impressora; características de gravação do cilindro, etc. De qualquer modo, o

processo rotogravura presta-se à impressão de produtos de qualidade elevada. Uma das suas principais

virtudes é simular o efeito de tom-contínuo.

8S u p o r t e s e t i n t a s

O processo rotogravura é adequado para imprimir uma grande variedade de substratos, incluindo papel,

cartão, plásticos, laminados, celofane e outros. A condição indispensável é que exista íntimo contato

entre a superfície do suporte e a tinta contida no interior das células. Se não houver contato não haverá

transferência da tinta e o impresso apresentará “buracos” nas áreas onde não houver pontos (“missing

dots”). Por isso, o suporte deve ser liso e macio.

Superfícies irregulares não são normalmente im-

pressas pelo processo de rotogravura, embora exis-

tam sistemas de auxílio eletrostático (electroassist,

por exemplo) que promovem a transferência da tin-

ta com bons resultados, mesmo em suportes com

moderada rugosidade.

As tintas rotogravura, assim como as tintas usadas

em outros processos de impressão, são especial-

mente formuladas para atender aos requisitos do

suporte, do processo, do produto e às exigências de

uso final. No entanto, todas têm baixa viscosidade e

assentam no suporte por evaporação do solvente.

f igura 32 . impressões com “buracos”

5958

O f f s e t ( l i t o g r a f i a )

Dos três principais processos de impressão, o processo offset é o mais recente. É uma derivação altamente refinada da

litografia inventada em 1799 pelo alemão Alloys Senefelder.

Litografia significa “escrever em pedra” (lithos = pedra e graphein = escrever, em grego). Baseada no princípio de que

água e gordura não se misturam, a imagem é desenhada com um crayon gorduroso especial na superfície de uma

pedra calcária porosa e muito polida. Aplica-se sobre a pedra uma solução aquosa contendo goma-arábica e ácido,

espalhada com uma esponja. Esta solução é rejeitada pelas áreas gordurosas de grafismo e absorvida pela porosidade

da pedra nas áreas de contragrafismo. Quando a pedra é entintada, acontece o contrário: a tinta gordurosa é repelida

pelas áreas umedecidas de contragrafismo e deposita-se nas áreas engorduradas de grafismo.

Para imprimir, basta colocar uma folha de papel sobre a pedra (a imagem desenhada é ilegível) e pressioná-la para

transferir a tinta para o papel. Devidamente preparada, a pedra litográfica pode produzir centenas de impressos de alta

qualidade.

Hoje em dia, a pedra litográfica é uma raridade e muito dispendiosa, sendo usada por um pequeno grupo de artistas

profissionais para impressão de edições limitadas de obras de arte.

O offset é o processo comercial derivado da litografia. A pedra é substituída por uma chapa metálica, fina e flexível, que é

fixada no cilindro da chapa da impressora. As áreas de grafismo e de contragrafismo estão situadas num mesmo plano.

Devido à natureza delicada das chapas, a impressão não é feita diretamente sobre o papel mas, primeiro, a imagem

entintada é transferida da chapa para uma superfície emborrachada chamada blanqueta (caucho, friza) e, desta, para

o suporte. Essa forma indireta de impressão é que originou o seu atual nome: offset (offset).

M a t r i z e s o f f s e t

As chapas offset são disponíveis em diversos tipos. A maioria é copiada por processos fotomecânicos. As

chapas para tiragens curtas podem ser copiadas por processos eletrostáticos. As chapas pré-sensibili-

zadas podem ter base de papel, plástico ou metal e são comercializadas prontas para uso. As modernas

8I m p r e s s ã o o f f s e t

O processo offset é o mais empregado, cerca de 40% de todo o material impresso. Os equipamentos são

configurados para imprimir de uma a doze cores, para tiragens curtas ou longas, com excelente nível de

qualidade, abrangendo um enorme leque de produtos que inclui livros, revistas, cartazes, pôsteres, rótu-

los, cartões, catálogos, embalagens, folhetos, etc. Máquinas rotativas têm sido crescentemente utilizadas

para impressão de jornais e revistas.

Todos os modelos de impressoras offset, planas alimentadas com folhas ou rotativas alimentadas com

bobinas têm em comum, para cada unidade de impressão: um sistema de tintagem, um sistema

de molhagem, um cilindro porta-chapa, um cilindro porta-blanqueta e um cilindro de contra-

pressão, cuja função é pressionar o suporte contra a blanqueta. Além das unidades de impressão, as

impressoras são equipadas com dispositivos de alimentação e saída do papel.

A função do sistema de molhagem é depositar uma fina camada de solução de molhagem nas áreas de

contragrafismo da chapa, de modo a evitar a invasão da tinta naquelas áreas. O sistema de tintagem

distribui a tinta até formar um filme delgado (cerca de 5µ) e depositá-lo sobre a chapa, de acordo com

a demanda imposta pelo trabalho.

Em cada ciclo de impressão, a chapa entra em contato primeiro com os rolos molhadores, depois com

os rolos entintadores, em seguida a imagem entintada é transferida da chapa para a blanqueta e desta

para o suporte.

chapas digitais são copiadas em sistemas computadorizados (CTP).

A razão pela qual o processo offset utiliza uma blanqueta entre a chapa e o suporte é que a chapa é

muito delicada e sujeita a abrasão, e a superfície do papel é abrasiva. Além de aumentar a vida da chapa,

a blanqueta, por ser compressível e se acomodar às irregularidades do suporte, possibilita imprimir sobre

suportes de acabamento inferior.

6160

As máquinas planas geralmente imprimem um dos lados do suporte e, após a secagem das tintas, o

segundo lado, embora existam máquinas reversíveis que imprimem os dois lados numa única “passada”.

As folhas saem abertas da impressora e são posteriormente processadas no setor de acabamento (corte,

dobra, colagem, grampeação, costura, etc). Algumas operações de acabamento podem ser executadas

na própria impressora (envernizamento, numeração, vinco, serrilha, etc).

As máquinas rotativas apresentam diferentes configurações, dentre as quais destacam-se os arranjos:

em linha (para impressão de um só lado); blanqueta-blanqueta ou “perfect” (para impressão simul-

tânea de ambos os lados do papel) e CIC ou satélite (common impression cylinder) que imprime os dois

lados do suporte quando alimentada com bobinas de meia largura.

f igura 33 . esquema de uma impressão offset

8

f igura 35 . esquema de

impressão offset satélite

figura 34 . esquema da

impressão offset “perfecting”

I m p r e s s ã o o f f s e t

O processo offset permite imprimir suportes de natureza diversa: papel, cartão, folhas metálicas, tecidos

e outros. Por ser um processo essencialmente químico, os suportes celulósicos (papel e cartão) devem

reunir características específicas, tais como: conteúdo de umidade, pH, colagem interna e superficial,

estabilidade dimensional, entre outras.

Devido à presença da solução de molhagem e às características de pegajosidade (tack) das tintas offset,

os suportes celulósicos devem ter colagem interna e superficial, para conter a absorção de água (a ce-

lulose é muito higroscópica) e conferir resistência superficial. Papéis mal colados sofrem muita variação

6362

dimensional causada por absorção excessiva de solução de molhagem e arrancamento de partículas e

fibras da superfície causado pelo tack das tintas.

As tintas offset são pastosas, altamente viscosas (200 a 2000 poise), formuladas de acordo com as

características do suporte, do processo, do produto e dos requisitos de uso final do produto impresso.

Assim, devem ser resistentes à solução de molhagem (sem dissolver, sangrar ou emulsionar excessiva-

mente); devem ter tack compatível com a resistência do suporte ao arrancamento (“pick”); devem ter vis-

cosidade adaptada à velocidade da impressora; devem ser fortes, uma vez que o filme de tinta impresso

é muito delgado (cerca de 2µ), etc.

Em qualquer caso a secagem é um dos fatores mais críticos do processo offset e depende do equilíbrio

exato de uma série de variáveis. Assim, o sucesso da impressão offset é função do equilíbrio entre tinta–

água–suporte–máquina–ambiente (temperatura e umidade relativa).

E l e t r o g r a f i a

A eletrografia é um processo que lembra a eletrofotografia, visto que uma imagem gerada por computador produz uma

imagem latente formada por cargas elétricas; esta imagem será posteriormente revelada. Entretanto, a luz não cria

a imagem latente. A carga elétrica é gerada diretamente sobre o suporte e revelada com tinta líquida volátil, a qual é

absorvida pelo suporte.

A superfície do suporte deve ser dielétrica, para evitar a migração de carga elétrica para as áreas de contragrafismo. O

suporte passa sob um cabeçote de impressão que aplica uma sucessão de fileiras de pixels carregados eletricamente,

no sentido da largura, formando uma imagem latente. Conforme o cabeçote passa pela zona de revelação, um toner

líquido contata o suporte e deposita o toner na forma de vapor. Após a impressão de uma cor, o suporte retrocede até

a posição do cabeçote de impressão para receber a próxima cor, e assim por diante.

D e s e n v o l v i m e n t o d o p r o c e s s o e l e t r o g r á f i c o

O sucesso do mercado de fotocópias e o grande desenvolvimento da eletrofotografia inspiraram os cien-

tistas das artes gráficas a explorarem industrialmente a impressão eletrostática.

A impressão eletrostática baseia-se no fato de que partículas carregadas eletricamente com cargas de

mesmo sinal se repelem, enquanto partículas carregadas com cargas de sinais opostos se atraem. Este

fato inspirou Huebner que, em 1931, patenteou o processo de transferência de tinta de uma matriz

para o papel, auxiliada por um campo eletrostático. Posteriormente, o GRI (Gravure Research Institute)

reconheceu a transferência eletrostática como auxiliar na transferência de tinta através de pressão. A

virada decisiva aconteceu em 1944 com a invenção patenteada por Carlson da eletrofotografia, que deu

origem a uma nova indústria.

A eletrofotografia, ou xerografia, é baseada nas propriedades fotoelétricas de alguns materiais (selênio,

polímeros fotocondutivos) que mudam sua condutividade sob a ação da luz. Se uma superfície xerográfi-

ca é carregada eletricamente e então exposta à luz, as áreas iluminadas são descarregadas enquanto as

demais áreas mantêm a carga eletrostática. O resultado da exposição é uma imagem fotoelétrica latente.

Esta imagem é feita visível com corantes carregados com carga oposta.

Nas máquinas de fotocópia, o material fotoelétrico é uma fina camada de selênio que reveste uma placa

ou tambor condutor. Este é carregado com carga eletrostática e exposto à luz laser (controlada por

computador) ou refletida de um original. A imagem latente é feita visível pela deposição de um pó seco

contendo sílica e corante, ou um toner líquido, carregado com carga oposta. Este material é transferido

para o suporte (geralmente papel) que mantém contato com o tambor. As partículas de pigmento e

resina são fixados no suporte por aquecimento ou por ação de vapor de solvente.

O material para eletrofotografia sobre papel, tal como no processo electrofax, é revestido com um pro-

duto cuja fórmula contém óxido de zinco sensibilizado e uma resina que age como ligante. O suporte é

carregado antes da exposição e posteriormente revelado.

8

6564

As máquinas eletrostáticas modernas imprimem em cores, em alta resolução (60 l/cm), em velocidades

superiores a 10 mil cópias por hora, frente e verso, e podem ser equipadas para intercalar, grampear e

dobrar automaticamente.

I n d i g o

A impressora Indigo combina os processos eletrográfico e offset. A imagem digital, criada em sistemas de editoração

eletrônica, é formada eletrostaticamente, com o auxílio de luz laser, sobre o cilindro de imagem da impressora, e “reve-

lada” com uma tinta líquida denominada ElectroInk (dispersão de polímeros pigmentados com partículas de 1 a 2 µ). A

tinta é transferida para uma blanqueta e, desta, para o papel, o qual é pressionado contra a blanqueta por um cilindro

de contrapressão. A particularidade mais interessante desse processo é que a transferência da tinta é total, isto é, não

sobra resíduo de tinta sobre o cilindro ou sobre a blanqueta. Isto significa que o motivo impresso pode ser modificado

a cada revolução da impressora

A impressora é alimentada por folhas ou

bobinas e pode imprimir papéis degrama-

tura entre 40 g/m2 e 250 g/m2, frente e

verso, até seis cores, com lineatura de 60

linhas/cm (cerca de 800 dpi), em veloci-

dades que variam de 500 a 8.000 folhas/

hora. Além das cores primárias (amarelo,

magenta, ciano e preto) é possível imprimir

cores especiais, tintas metálicas, magnéti-

cas (MICR), fluorescentes, etc. f igura 36 . esquema de impressão indigo

Magne t og r a f i a

O uso do magnetismo na impressão é baseado num conceito inventado há 100 anos, o que o torna o mais antigo dos

processos “sem-filme” ou “sem-impacto”. Combina a conveniência e a compatibilidade com o computador da eletro-

fotografia com a produtividade e a estabilidade dos sistemas convencionais de impressão. Sua limitação é a falta de

disponibilidade de toners coloridos.

A magnetografia baseia-se em dois princípios: (1) criação de uma imagem latente sobre uma superfície metálica mag-

nética através da aplicação de um campo magnético, semelhante ao processo de gravação em fitas e discos magnéticos;

(2) a imagem latente criada sobre a superfície do tambor metálico é colocada em contato com o toner, constituído de

pigmento (partículas de ferro atraídas pelas forças magnéticas do tambor). O processo de transferência e fusão no

substrato é similar ao usado na eletrofotografia e na ionografia.

f igura 37 . esquema da magnetografia

8

6766

J a t o d e t i n t a ( i n k - j e t )

O processo ink-jet, uma das maravilhas derivadas da informática, consiste em projetar contra o suporte gotículas de

tinta carregadas com carga eletrostática.

As tintas para ink-jet são soluções de anilinas solúveis em água ou álcool. A imagem a ser impressa é digital (latente).

Um computador controla um ou mais cabeçotes que projetam um jato de gotículas de tinta, carregadas eletrostatica-

mente, contra a superfície de impressão formando a imagem.

Esse processo ainda apresenta limitações (baixa resolução, baixa velocidade) mas promete um enorme potencial de

crescimento. Por ora, as maiores aplicações se encontram nas áreas de pré-impressão, para confecção de provas de

imagens digitalizadas em sistemas de desktop publishing e nas aplicações de codificação, endereçamento e etiquetagem.

f igura 36 . esquema de impressão ink-jet

O requisito básico do processo

de criação de imagens (textos,

linhas, pontos de meio-tom)

com sistemas jato de tinta é

gerar um fluxo controlado de

gotículas individuais e controlar

o seu percurso (trajetória) em

direção ao suporte.

J a t o d e t i n t a c o n t í n u o

J a t o d e t i n t a s o b d e m a n d a

Um fluxo contínuo de gotículas de tinta produz pixels no sentido vertical sobre o suporte, enquanto o

cabeçote de impressão se move na horizontal. Tinta líquida, sob pressão controlada, entra pela parte

traseira do bico do cabeçote e é dividida numa série de gotículas individuais por meio da pulsação de

contração e expansão de um elemento cerâmico. Estas pulsações resultam de ação acústica ou piezo-

elétrica. A frequência de formação das gotas é a mesma da voltagem de excitação (geralmente na faixa

do ultrassom de 100 ou mais kciclos/segundo).

Forças eletrostáticas controlam a trajetória das gotículas de tinta em direção ao suporte. Pulsos contro-

lados de voltagem elétrica carregam cada gotícula individualmente. Na sequência, as gotículas passam

através de um par de placas defletoras com voltagem fixa e cada gotícula é movida verticalmente por

uma força eletrostática correspondente à sua carga. As gotículas não carregadas não são defletidas e são

interceptadas por uma barreira, voltando ao reservatório.

A cobertura de tinta numa página de texto é cerca de 10%; uma imagem colorida não requer mais do

que 50% de cobertura. No sistema contínuo, mais da metade das gotículas de tinta ejetadas são recircu-

ladas e apenas uma pequena fração forma a imagem. O sistema sob demanda evita a complexidade de

carregar, defletir e recircular a tinta, o que simplifica a formulação da tinta.

O sistema sob demanda é baseado no efeito piezoelétrico. A construção do cabeçote é tal que a contra-

ção de um elemento cilíndrico que envolve o jato causa a formação de gotículas. O movimento do cristal

é causado diretamente pelos sinais digitais da imagem e as gotículas são geradas intermitentemente de

acordo com o sinal. As gotículas caminham diretamente em direção ao suporte.

8

6968

J a t o d e t i n t a t é r m i c o

Gotículas de tinta podem ser formadas por aplicação de energia térmica localizada, em pulsos curtos e

precisamente sincronizados. Este processo é também conhecido como jato de bolha (bubble jet).

O sistema de jato de bolha é constituído de um canal capilar dotado de um pequeno resistor embutido

na parede do canal. O calor gerado quando um pulso de imagem digital passa através desse resistor

produz a evaporação localizada da tinta e a formação de uma bolha. A pressão resultante causa a ejeção

de uma gotícula de tinta.

T ran s f e r ên c i a t é rm i c a

Nanog r a f i a

O processo de impressão por transferência térmica, assim como outros processos que não utilizam filmes, foi desen-

volvido principalmente para produzir provas de arquivos de computador. Sua característica é que os sinais digitais de

entrada são conduzidos por condutores elétricos diretamente para a posição onde um elemento de imagem é formado

no suporte. Não é necessário um meio intermediário, físico ou material, para conduzir o sinal por meio do sistema.

O meio colorido desse sistema é uma fita coberta com cera pigmentada (tinta hot-melt), que produz cores limpas e

saturadas, em diversos suportes, embora a velocidade seja muito inferior aos outros processos. A tira colorida entra em

contato com o suporte, uma cor por vez. O cabeçote de impressão é dotado de uma série de pequenas resistências que

aquecem (260°C) e pressionam a tira entintada, transferindo a tinta para o suporte.

A nanografia é uma tecnologia de impressão digital inspirada no ink-jet, na qual gotículas de uma tinta aquosa especial

(nano-ink), formulada com pigmentos com cerca de 500 nm de diâmetro, são borrifadas por ejetores sobre uma su-

perfície especial (fita-blanqueta) e, após a evaporação da água, transferida para o suporte por contato direto.

f igura 39 . ilustração do processo de nanografia

Dentre as principais vantagens atribuídas ao processo nanográfico se destacam: (1) flexibilidade de formatos de folhas

e bobinas; (2) velocidade de até 13 mil iph; (3) impressão de até 8 cores; (4) impressão em diversos tipos de suporte

(papel, papelcartão, plásticos, etc.).

8A tinta tem propriedades semelhantes às do hot-melt e adere ao suporte ao resfriar. Esta seca rapidamente e se fixa à

superfície do material, com pouca penetração, produzindo cores densas.

O contorno dos pontos impressos é bem definido, com pouco ganho de ponto, aumentando o gamut de cores e possi-

bilitando um padrão de qualidade elevado.

7170

FLEXOGRAFIA ROTOGRAVURA

- O processo flexográfico é especialmente apropriado

para impressão de embalagens flexíveis, tecidos e

papelão ondulado.

- É um processo versátil e econômico que reproduz

de uma a seis ou mais cores em bobinas de até 2,5

m de largura.

-Geralmente imprime bobina–bobina.

- A matriz é flexível e em alto-relevo.

- A impressão é direta da matriz para o suporte.

- Imprime sobre uma gama enorme de suportes:

poliolefinas, poliestireno, poliéster, papel, cartão,

papelão ondulado, tecidos, laminados e outros.

- As tintas são muito fluidas.

- Apresenta limitações na reprodução de detalhes

finos devido ao espalhamento da tinta.

- Tipos de corpo inferior a 6 pontos devem ser

evitados, principalmente os tipos serifados.

- O investimento em equipamento é menor do que

nos processos offset e rotogravura.

- A rotogravura é indicada para a impressão de

produtos de qualidade elevada e grandes tiragens.

- A gama de tons reproduzidos é mais ampla do

que nos outros processos de impressão.

- As tintas são muito fluidas (constituídas de

solventes muito voláteis).

- As matrizes são duráveis, porém caras.

- As áreas de grafismo da matriz encontram-se

em baixo-relevo.

- Pode imprimir sobre diversos tipos de suportes:

papel, cartão, plásticos, laminados etc.

- Os suportes devem ser lisos e/ou macios.

- As provas e as correções são dispendiosas.

- Todo o grafismo deve ser reticulado, inclusive

os traços. Por isso, deve-se evitar o uso de tipos

serifados com corpo inferior a 6 pontos.

- Simula o efeito de tom-contínuo.

- Os equipamentos exigem investimentos elevados

e mão de obra especializada.

r e s u m o d o s p r i n c i p a i s p r o c e s s o s d e i m p r e s s ã o

OFFSET

- O processo offset é indireto, isto é: a imagem é primeiro transferida da chapa para a blanqueta e depois para

o suporte.

- É o único processo de impressão que envolve água (solução de molhagem).

- É indicado para a impressão de produtos de formatos variados, com qualquer número de cores, com excelente

nível de qualidade a custos relativamente baixos se comparado a outros processos de impressão.

- Oferece ao planejador gráfico liberdade de criação com vários recursos de paginação, o que permite imprimir

uma ampla variedade de suportes e cores especiais.

- Pode imprimir diferentes lineaturas ou retículas especiais (jato de tinta, círculos concêntricos, estocásticas, etc).

- Requer maior atenção do que outros processos para manter a qualidade uniforme durante a tiragem.

- As chapas são relativamente baratas e de confecção rápida.

- Imprime suportes com lisura inferior, embora a qualidade melhore com papéis mais lisos (papéis couchê).

- As provas podem ser feitas em prelos na própria impressora ou por processos automáticos e eletrônicos

(MatchPrint®, Cromalin®, PressMatch®, Rainbow®).

- Os tons suaves e sutis são facilmente reproduzidos.

- A sequência de impressão pode ser rapidamente alterada para atender aos requisitos do processo e do produto.

- As correções devem ser feitas nos arquivos, exigindo a confecção de novas chapas.

- O processo offset é amplamente usado na impressão de jornais, revistas, livros, impressos promocionais,

formulários-contínuos, impressos de segurança, embalagens, rótulos, etc.

- Os investimentos em equipamentos são elevados e a mão-de-obra precisa ser altamente qualificada.

8

7372

POR SÉRGIO ROSSI FILhO

c o m o o b t e r r e p r o d u ç õ e s e m c o r e s c o m b o a q u a l i d a d e ?

O resultado impresso depende da soma das variáveis dos processos de pré-impressão e de impressão.

As cores impressas dependem das cores dos originais, das cores das tintas e dos componentes de cor refletidos pelos

suportes de impressão. Cada uma delas envolve restrições que limitam a quantidade de cores reproduzidas.

Enquanto os sistemas de tratamento de imagens digitais permitem reproduzir 16,7 milhões de cores, o sistema visual

humano reconhece apenas cerca de 10 milhões de cores e os processos de impressão, na melhor hipótese, conseguem

reproduzir menos de um milhão de cores.

O roteiro a seguir permite otimizar o resultado impresso por meio de recursos de compensação disponíveis no Pho-

toshop. Para facilitar a compreensão, cada variável será discutida em cada passo do processo.

O primeiro passo é confi-

gurar o Photoshop para as

condições de impressão da

gráfica que vai imprimir o

trabalho. Abra o Photoshop e

procure: arquivo – configu-

ração de cores – configu-

ração de CMYK. As imagens

a seguir foram extraídas da

versão 5.0.

9

01

7574

A imagem que aparece ao abrir o menu

pela primeira vez representa o default do

programa, isto é, a configuração do desen-

volvedor, e pode ser muito diferente das

condições desejadas.

Em cores das tintas escolha o perfil de

papel e tinta que mais se aproxime das

condições reais de impressão. Por exemplo:

SWOP (Brilhante) para impressão de pa-

pel revestido em impressora rotativa e tin-

tas heatset, ou Eurostandard (Brilhante)

para impressão de papel revestido e tintas

escala Europa (geralmente utilizadas em

impressoras planas).

Caso o perfil desejado não esteja na lista, ele

terá de ser criado ou carregado. Nesse caso,

clique em outras ou em carregar.

NOTA: Perfil de cores <color profile> - Padrão empregado para descrever o espaço de cores de equipamentos

de entrada (scanner), de representação (monitor) e de saída (impressora) em sistemas eletrônicos de editoração.

O ganho de ponto é o aumento óptico do tamanho dos pontos de uma retícula de meio-tom que ocorre durante os

processos de pré-impressão mais o aumento inevitável de tamanho dos pontos de meio-tom que ocorre durante o

processo de impressão, devido às características do papel, da tinta e da impressora.

O ganho de ponto é uma das variáveis mais importantes a ser considerada nos processos de reprodução gráfica, visto

que interfere na cor da reprodução. A maior variação ocorre nas áreas de meia-tinta (entre 40% e 60% de ponto).

Diversas variáveis do processo afetam o ganho de ponto, dentre elas: o processamento das chapas de impressão, as

tintas (viscosidade, tack), os papéis (lisura, absorção), a pressão de impressão, o ajuste da rolaria da impressora offset,

o balanço água–tinta, a blanqueta (compressibilidade e estado da superfície), a lineatura da retícula, a geometria dos

pontos de retícula e o inter-relacionamento dessas variáveis. Em condições normais de reprodução, o ganho de ponto

pode variar entre 10% e 35%.

Para ajustes mais precisos, abrangendo toda a curva de reprodução, o Photoshop permite carregar os valores de

compensação para cada cor individualmente, e em intervalos estreitos de densidade, acessando a máscara Curvas de

Aumento de Ponto.

O segundo passo é compen-

sar o ganho de ponto ou au-

mento de ponto. 902

7776

Em seguida, escolha GCR / UCR para limitar a quantidade de tinta nas áreas de sobreposições de tintas

no item Tipo de Separação.

A quantidade de tinta necessária para reproduzir uma determinada saturação de cor depende da qualidade da tinta

impressa e das propriedades do papel. Os papéis revestidos (couchê) permitem reproduzir cores mais vibrantes do que

os papéis não revestidos. Entretanto, qualquer que seja o caso, existe um limite a partir do qual o processo torna-se

03

9difícil de controlar, dando margem a problemas que comprometem a qualidade do impresso.

No processo de conversão de um original do espaço de cores RGB para o espaço de cores CYMK, as áreas mais escuras

dos originais são reproduzidas chapadas (sólidas) nas quatro cores (400% de carga de tinta) e, por isso, precisam ser

compensadas.

Quando se usa UCR ou GCR, a escala do preto é ampliada, melhorando a aceitação das tintas. Entretanto, excesso de

preto na quadricromia em layout de página com texto e imagem conjugados torna o trabalho do impressor crítico, uma

vez que este deve encontrar uma carga de tinta adequada a ambos ao mesmo tempo, o que nem sempre pode ser

otimizado. A maior desvantagem do UCR e do GCR é a perda de densidade nos tons escuros. Os níveis mais comuns

de UCR e GCR encontram-se entre 45% e 55%.

O GCR é mais indicado para imagens naturalmente escuras. Para imagens normais, o UCR é mais indicado, visto que

o GCR introduz o preto em áreas de meia-tinta (entre 25% e 75% de ponto), dificultando o acerto da carga de tinta na

impressora quando imagens e textos são conjugados, o que acontece na maioria dos casos.

O MCR é indicado para as situações que envolvem uma cor crítica, como é o caso de tons de carne, que podem esver-

dear se o ciano sofrer um ganho de ponto superior ao amarelo e ao magenta. Nesse caso, o ciano é substituído por

preto, eliminando o risco.

Na sequência, defina a Composição de Preto conforme a natureza da imagem e de acordo com o efeito

desejado. Veja na imagem a seguir que é possível eliminar completamente o preto (Nenhum), ou seja,

reproduzir apenas a tricromia (indicado para imagens muito claras e cores pastéis), ou escolher as va-

riações Suave (preto esqueleto), Médio, Carregado e Máximo (escala plena). Se nenhuma das opções

disponíveis atender às necessidades, é possível fazer ajustes personalizados, enfatizando ou eliminando

preto de qualquer intervalo da curva de reprodução.

04

7978

O Limite da Tinta Preta

numa quadricromia, em

áreas de sobreposição de

cores, não precisa ser su-

perior a 80%. Por causa do

ganho de ponto, estes 80%

praticamente se aproxi-

mam do chapado (100%).

05

Da mesma forma, o Limi-

te Total das Tintas deve

ser limitado de acordo

com a natureza do supor-

te, a qualidade das tintas

e as variáveis do processo

de impressão.

06 9

A quantidade máxima de tinta impressa nas áreas de sobreposição depende também do ganho de ponto. Para suportes

revestidos e impressão plana recomenda-se 300 - 320%, para não revestidos, 280 - 300%.

Pronto, a configuração básica está completa. Salve e, se quiser, dê um nome para facilitar a busca quando desejar

utilizar esta configuração para imagens com características semelhantes.

**Faça outras configurações para imagens ou condições diferentes.

Agora, é preciso configurar algumas características relacionadas ao processo de impressão. Assim como na primeira

etapa do processo, abra a imagem que deseja corrigir, a qual deve estar no modo RGB.

8180

Procure no menu do Pho-

toshop as funções: ima-

gem – ajustar – curvas.

07

No menu curvas, localize

três conta-gotas que ser-

vem para ajustar os pa-

râmetros de mínima, de

meias-tintas e de máximas

da imagem.

08

Dê um duplo clique no conta-gotas

de máxima e defina no Seletor de

Cores (Color Picker) os valores de

CMYK que definirão as sombras da

imagem. Se a cor em questão for

especial (Pantone, por exemplo),

clique em personalizar e escolha

a cor desejada. Em seguida, salve

clicando OK para uso posterior.

09 9

Os valores sugeridos no exemplo servem para a impressão de suportes revestidos foscos e papelcartão.

Observe que o somatório das quatro cores (288) é ligeiramente inferior ao máximo suportado por essa

categoria de suporte, como margem de segurança para variações comuns na impressão. Note também

que o valor do ciano é 20% superior aos valores de amarelo e magenta, para garantir o balanço de gris.

Da mesma forma, dê um du-

plo clique no conta-gotas de

mínima e defina no Seletor de

Cores (Color Picker) os valores

de CMYK que definirão as luzes

da imagem. Em seguida, salve

clicando OK para uso posterior.

10

8382

Os valores sugeridos no exemplo servem para a impressão de suportes revestidos foscos e papelcartão. Observe que

os valores de magenta e amarelo são menores do que o valor do ciano, para preservar o balanço de gris. Note também

que o valor do preto é zero, por se tratar de áreas de brilho.

Na sequência, dê um duplo clique no conta-gotas de meias-tintas e defina no Seletor de Cores (Color

Picker) os valores de CMYK que definirão as cores de interesse da imagem. A composição de cor pode ser

medida na própria amostra (original de reflexão, prova, escala de cores etc.). Em seguida, salve clicando

OK para uso posterior.

Abra a imagem RGB que

deseja corrigir e a ferra-

menta Curvas. Dê um úni-

co clique no conta-gotas de

máxima e outro clique na

imagem, no ponto corres-

pondente à sombra com

maior saturação. Repita o

procedimento para as mí-

nimas e as meias-tintas.

Os parâmetros sugeridos valem para imagens com contraste normal, que correspondem a mais de 90%

de tudo o que é processado. Para imagens mais complexas (chave-baixa ou chave-alta) recomenda-se

consultar a literatura mais completa.

11

12mínima

máxima

meia-tinta

Converta imagem para

CMYK. É possível que ocor-

ram alterações de cor. Se

necessário, faça correções

localizadas para ajuste fino.

Por fim, salve o arquivo em EPS, para reter as configurações realizadas e exportá-las com a imagem para

o documento final. A metodologia resumida acima é descrita no livro Separação de Cores em Desktop,

de Milles e Donna Southworth. Obviamente, não é a única maneira de fazer ajustes em imagens a serem

impressas, mas é prática e rápida.

Alguns artistas gráficos não utilizam o programa Photoshop. Preferem o CorelDraw ou outros softwares.

Infelizmente, nem todos têm os mesmos recursos, mas os conceitos apresentados acima são os mesmos.

Em qualquer caso, o mais importante é que o resultado final seja bom ou o melhor possível, e isso depen-

de fortemente dos ajustes feitos na pré-impressão.

13

14

9

8584

POR SÉRGIO ROSSI FILhO

t i p o s d e a c a b a m e n t o s e m p a p e l c a r t ã o

10CORTE TROQUELADO

RELEVO (EMBOSSING)

Relevo é o resultado do efeito de pres-

são controlada aplicada a um suporte

colocado entre dois moldes: um fêmea,

feito de latão ou de fotopolímeros, e

um contramolde (macho), feito de pa-

pel-machê ou plástico moldado.

O processo de corte troquelado é executado pela

pressão de uma ferramenta vazada especial, conten-

do o desenho do corte desejado, sobre a folha ou um

conjunto de folhas impressas.

Esta técnica é utilizada em rótulos, etiquetas, quebra-

cabeças, pratos e copos de papel e em produtos que

exijam cortes não lineares e irregulares, tal como em

índices de dedos e de separadores de páginas em

catálogos, livros, bíblias, etc., que pode ser executado

em folhas soltas ou no miolo do produto.f igura 40 . exemplo de corte troquelado

figura 41. exemplos de papelcartão com acabamento relevo

8786

O relevo torna o impresso mais atraente, aumentando o apelo ao consumo. Além do apelo estético, o relevo é usado

na escrita em Braille.

O processo de relevo pode ser integrado ao processo de corte e vinco. Existem dois processos de estampagem mais

utilizados: o relevo cego (sem tinta ou laminado) e a estampagem a quente (hot-stamping), com laminados coloridos

ou metalizados.

No processo de alto-relevo, uma matriz (cunho) é montada contra uma fôrma aquecida presa à mesa da prensa de

estampagem. Uma contramatriz (contracunho) é montada em registro. Quando ambas são pressionadas contra o

suporte a ser estampado, forma-se uma imagem em relevo. A estampagem pode também ser feita com moldes frios,

mas o processo a quente é o mais comum.

O relevo é muito usado na produção de cartuchos, car-

tões, etiquetas, capas e material de papelaria de alta

qualidade, onde o efeito confere ao produto um acaba-

mento atraente e fino.

f igura 42 . matriz e contramatriz para

produção do relevo

ESTAMPAGEM A QUENTE (hOT-STAMPING)

O processo de decoração com laminados metálicos (hot-stamping) consiste em pressionar uma matriz aquecida (clichê),

contendo o motivo que se deseja reproduzir, contra uma fita metalizada posicionada sobre o suporte, numa prensa de

estampagem, transferindo a película metálica para o suporte. O processo pode ser combinado com relevo, recebendo

a designação de estampagem em relevo.

f igura 43 . embalagem com a utilização do

efeito relevo e aplicação de hot-stamping

figura 44 .

laminados plásticos

para hot-stamping

Capas de livros, embalagens de cartão e car-

tões de felicitações são produtos que costu-

mam receber relevo e estampagem, produzin-

do um efeito brilhante muito atraente.

Os laminados plásticos estão disponíveis em

diversas cores, incluindo ouro, prata e cores

metálicas (vermelho, verde, azul etc). Outras

opções incluem imitação de madeira, cores

pigmentadas com acabamento fosco ou bri-

lhante, holografias e outros.

As prensas de estampagem podem ser antigos prelos tipográficos

de platina adaptadas ou equipamentos especialmente dedicados. As

máquinas de hot-stamping podem ser do tipo plano sobre plano,

cilindro sobre plano e cilindro sobre cilindro. As máquinas plano so-

bre plano e plano sobre cilindro são usadas para pequenas e médias

tiragens, enquanto as máquinas cilindro sobre cilindro são especial-

mente desenvolvidas para as tiragens maiores, podendo alcançar

velocidades acima de 10 mil folhas por hora.

8988

f igura 45 . exemplo de uma

prensa de estampagem

Os sistemas de cilindro sobre plano e cilindro sobre cilindro

são limitados para a gravação com relevos baixos. Esta técni-

ca, desenvolvida na Alemanha no início do século 20, é larga-

mente usada na indústria de rótulos e embalagens e também

na área de segurança, como elemento antifalsificação, o que

garante a autenticidade dos produtos, como protetor de mar-

ca e na detecção de fraudes. As películas utilizadas são filmes

de poliéster metalizado ou transparente com alto índice de

refração, em várias espessuras.

Os recursos utilizados são as holografias em duas (2D) ou

três dimensões (3D), os gráficos pixelizados, os dispositivos de

variação ótica (OVD em inglês), tintas sensíveis à radiação UV,

tintas sensíveis à radiação infravermelha, vernizes sensíveis à

radiação eletromagnética e selos de proteção.

Mo l de s d e e s t ampagem

A matriz é o elemento crítico dos processos de relevo e estampagem. Os moldes são peças metálicas cortadas em

pantógrafos, gravados com ácido ou burilados à mão com ferramentas especiais.

Metais como o magnésio, o cobre e o latão são os materiais mais frequentemente empregados na confecção dos mol-

des de estampagem. Se o desenho envolver múltiplos níveis ou uma aparência esculpida ou se a tiragem for longa, é

necessário empregar moldes de latão.

ENVERNIZAMENTO

Todos os produtos impressos, incluindo aqueles que são estampados, gravados ou corte-vincados podem ser decora-

dos ou protegidos com vernizes. Produtos que serão intensivamente manipulados, como catálogos e livros, podem ser

envernizados ou plastificados para fins de proteção, enquanto outros são revestidos por razões puramente estéticas.

Outros, como as embalagens de alimentos, recebem vernizes funcionais (selante ou protetor).

Os vernizes podem ser aplicados com reserva (apenas em algumas áreas localizadas) ou cobrir toda a superfície da

folha (sem reserva).

De modo geral, a aparência dos produtos impressos pode ser melhorada por meio de aplicação de vernizes e reves-

timentos. Além de mais atraentes, os produtos ganham proteção. Os vernizes protetores, que conferem ao impresso

resistência ao atrito, podem ser aplicados em suportes de diferentes naturezas e estão disponíveis em três tipos: verni-

zes à base de resinas (secam por oxidação entre 30 minutos e 2 horas); vernizes à base de glicol (secam entre 20 e 30

minutos) e vernizes à base d’água. A secagem pode ocorrer em temperatura ambiente ou ser auxiliada por calor ou IR.

Os vernizes podem ou não amarelar o impresso; podem ou não ter brilho e podem ser aplicados em linha (através do

Para tiragens curtas e desenhos pouco complicados,

um molde de magnésio, mais barato, pode ser utili-

zado. Os moldes modernos são cortados a laser em

sistemas assistidos por computador (CAD/CAM).

f igura 46 . moldes

para aplicação de

relevo e hot-stamping

10

9190

sistema de molhagem ou tintagem da impressora of-

fset ou numa unidade especial) ou fora de linha (como

operação de acabamento em equipamento dedicado).

Quando aplicado na impressora, o seu custo é similar

à impressão de uma cor extra.

Pode-se usar envernizadeiras de folhas, compostas

de uma unidade aplicadora e um túnel de secagem,

para envernizamento sem reserva ou impressoras

serigráficas para a aplicação com reserva.

São usadas também impressoras offset monocolores

para a aplicação de vernizes à base d’agua, à base de

resina e UV. Em qualquer caso, os impressos a serem

envernizados não devem receber pó antidecalque.

f igura 47 . esteira de secagem

após aplicação do verniz

S i s t emas d e en v e rn i z amen t o

Existem quatro tipos de sistemas de envernizamento usados em artes gráficas: sistema aquoso, sistema à base de

resinas, sistema ultravioleta e sistema de feixe de elétrons (electron beam).

Os vernizes aquosos (à base de água) foram desenvolvidos para atender aos apelos ambientais, em oposição aos

vernizes à base de derivados de petróleo. São formulados com resinas dispersáveis ou solúveis em água. Os vernizes

aquosos requerem maior tempo de secagem e devem ser aplicados em linha, com dispositivos envernizadores; entre-

tanto, são compatíveis com tintas à base de óleos.

Os vernizes à base d’água podem ser foscos ou brilhantes e são aplicados em qualquer tipo de papel ou cartão, para

figura 48 . sistema de aplicação do verniz

conferir uma razoável resistência à abrasão, à água e a produ-

tos químicos. Após a aplicação, sua superfície pode ser colada e

gravada à quente. São aplicados por cilindros, com camada seca

variando entre 2 a 5 g/m2. Os vernizes à base de resina podem

ser semelhantes às tintas offset, que secam por oxidação ou são

dispersões que secam por extração dos solventes.

Os vernizes ultravioleta contêm ativadores que causam a poli-

merização dos ligantes e solventes após a exposição a uma fonte

de luz UV. A secagem (cura) é instantânea. Podem ser aplicados

em envernizadoras fora de linha ou no sistema de tintagem da

impressora (ou em unidade dedicada acoplada à impressora).

Para tintas com elevado teor de ceras, usadas em papéis revestidos, papéis com acabamento fosco e cartões para

embalagens, é necessário a aplicação de primer a base d’água antes do verniz UV ou a aplicação de tratamento corona.

Tintas com pigmentos metálicos não são adequadas para envernizamento com UV, pois devido à irregularidade do filme

de tinta o resultado da aplicação tem pouco brilho. Tintas com pigmentos especiais, como o azul reflexo, pigmentos

fanais, etc., sofrem sangramento na aplicação do verniz UV e, por isso, devem receber uma aplicação de primer à base

d’água antes do verniz.

O uso de vernizes em produtos impressos é ditado pelos requisitos e especificações de cada segmento de mercado.

Capas de livros brochurados, sobrecapas de livros de capa dura e capas de catálogos, entre outras, são envernizadas

para aumentar a durabilidade e melhorar a aparência do produto. Em trabalhos comerciais impressos em offset, tais

como relatórios anuais, livretos de propaganda, pôsteres, etc, são utilizados vernizes aquosos e ultravioleta. Embalagens

de bebidas e cosméticos são envernizadas com verniz UV, para promover brilho.

10

9392

PLASTIFICAÇÃO

A plastificação tem como finalidade conferir resistência

ao atrito e também servir de barreira à umidade em

capas de produtos impressos, tais como: livros, revistas,

catálogos, folhetos, etc., além de proporcionar caracte-

rísticas estéticas, podendo ser brilhante ou fosca, depen-

dendo do tipo de filme plástico utilizado.

O processo de plastificação mais empregado é baseado

no uso de filme de polietileno com espessura variando

de 12 a 15 µ, com tratamento superficial feito por uma

película de poliéster, em máquinas semiautomáticas de

laminação à quente.

A plastificação com polietileno, usando poliéster como

agente de alisamento, produz folhas isentas de riscos

e manchas antes do refile das folhas. Todavia, devido à

baixa resistência ao atrito do polietileno, ao fim da enca-

dernação, o produto terá sua estética irremediavelmen-

te comprometida, com riscos e manchas em profusão.

A forma de eliminar este problema é o uso de filmes

de polipropileno de 12 µ, que possuem resistência ao

atrito muito superior ao polietileno, dispensam o uso de

alisadores e não necessitam de máquinas especiais para

sua aplicação.

Quanto à propriedade de barreira à umidade, ambos os

filmes, polietileno e polipropileno, cumprem muito bem

a função. Como um diferencial de qualidade, o polipropi-

leno pode oferecer um acabamento fosco ou metalizado.

O filme metalizado permite a sobreimpressão pelo pro-

cesso offset ou em serigrafia.

A qualidade da plastificação depende do controle de uma

série de variáveis envolvidas nos processos de impres-

são e de plastificação. Quando mal controladas, essas

variáveis podem causar uma série de problemas.

As tintas de impressão devem estar completamente se-

cas para garantir a fixação do plástico sobre a superfície

impressa. Em condições normais de impressão, as tintas

demoram entre 8 e 24 horas para secar, dependendo

do tipo de papel e da carga de tinta considerados.

figura 49 . máquina plastificadora

LAMINAÇÃO

O processo de laminação consiste em unir duas ou mais camadas de materiais, iguais ou diferentes, com adesivo a frio

ou por fusão, para promover selabilidade e durabilidade ao produto. Como sua aparência final é dada pelo filme-base

e não pela transferência de superfície do desmoldante, o processo de laminação permite o uso de uma ampla gama

de materiais, com os mais diversos efeitos visuais. O resultado final é um acabamento que agrega maior valor, beleza

e sofisticação aos impressos, garantindo maior resistência à abrasão, maior barreira, além de incorporar espessura ao

produto final. A laminação é utilizada, por exemplo, em produtos como embalagens, para promover propriedades de

barreira (impermeabilidade) à umidade, ao oxigênio, à luz, à gordura, ao odor e ao paladar.

Existem três métodos básicos de laminação: colagem a úmido, térmica (termolaminação) e fusão (hot-melt). No proces-

so a úmido, os materiais são combinados antes de entrar na calandra, com temperatura variando entre a temperatura

ambiente para adesivos à base d’água, 40ºC para adesivos com cura UV, e 80ºC para adesivos à base de solvente.

Neste processo, o filme-base é fornecido com uma única camada, sem a aplicação de adesivo, o qual é aplicado durante

o processo de acoplamento das folhas no próprio equipamento de laminação. Como os adesivos utilizados encontram-

se, durante a aplicação, na forma líquida, existe a necessidade de um tempo de cura para a solidificação e a ancoragem

sobre o suporte, para evitar o risco de delaminação nas etapas de refilo, dobra ou corte e vinco. Este tempo oscila de

acordo com o tipo de solvente utilizado, variando de 15 horas para adesivos à base d’água, a 10 horas para adesivos

à base de solventes.

Os adesivos com cura UV podem ser processados imediatamente após a laminação. Este processo utiliza uma quanti-

dade menor de adesivo se comparado à termolaminação, o que resulta num produto de menor espessura e corpo, mas

requer a aplicação do tratamento Corona. Como a laminação a frio é feita em equipamento automático, o seu tempo

de preparação e as perdas de material tornam este processo mais indicado para tiragens elevadas. Pode-se usar filmes

foscos ou brilhantes, com espessuras entre 12 e 20 micras. Este sistema permite um menor custo de laminação devido

ao menor preço do filme utilizado, se comparado com o filme de termolaminação.

10

9594

Na termolaminação, o filme-base é fornecido com a aplicação de um adesivo, sensível à temperatura, de baixo ponto

de amolecimento, como por exemplo, EVA − etileno vinil acetato, para ser usado em equipamentos com calandra tér-

mica. Esta característica proporciona aos filmes de termolaminação uma melhor aparência final e uma superfície mais

homogênea, pelo fato da quantidade de adesivo ser constante e sem irregularidades, além de possuir uma melhor

ancoragem no substrato devido à maior quantidade de adesivo utilizada, se comparada à laminação úmida.

A termolaminação é um processo atóxico, sem a liberação de solventes ou resíduos. Possui também uma maior

resistência mecânica, resultando num produto com maior vida útil. Plastificadoras comuns podem ser usadas neste

processo, reduzindo-se, desta forma, o investimento inicial em equipamento.

Vários tipos de filmes plásticos (foscos, brilhantes, metalizados ou texturizados) são adequados ao processo de lami-

nação, incluindo BOPP (polipropileno biorientado), poliéster, poliamida e acetato, disponíveis em diferentes pesos e

espessuras, cada um deles apresentando vantagens e limitações. Alguns oferecem grande resistência, outros maior

flexibilidade. O filme metalizado permite a sobreimpressão em offset ou em serigrafia. O material é colado ao suporte

com adesivos à base de solvente ou de água.

Quando a laminação é aplicada apenas em um dos lados do papel, este tende a encanoar devido à absorção ou perda

de umidade no verso (não laminado), principalmente no caso de papéis e cartões leves. Para reduzir o efeito, recomen-

da-se proteger a pilha com material à prova de umidade e evitar a sua exposição a condições de umidade extremas

(abaixo de 40% e acima de 70% de umidade relativa). O uso de poliamida também diminui o encanoamento, devido à

propriedade higroscópica deste tipo de filme.

No processo de laminação, o plástico não deve cobrir toda a área da folha. É necessário deixar uma margem de 5 mm

nas laterais e de 10 mm na borda de pinça das folhas. A área coberta pelo plástico deve exceder em 5 mm as marcas

de refilo.

As tintas impressas devem estar secas e devem ser re-

sistentes aos solventes do adesivo do processo de lami-

nação. A presença de pó antidecalque em excesso pode

prejudicar o brilho e conferir ao produto uma aparência

“grisalha” (pequenos pontos brancos ou bolhas). As tintas

podem sangrar ou mudar de cor quando o laminado é

aplicado. Na termolaminação, em que adesivo já vem

aplicado ao filme, pode ocorrer sublimação do pigmento

das tintas. Dependendo da cor envolvida, o resultado é

equivalente a um aumento no ganho de ponto de 10%.

10

9796

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

b a r r e i r a s e x i s t e n t e s p a r a o p a p e l c a r t ã o

Algumas aplicações exigem do papelcartão barreiras à penetração de

líquidos ou gorduras. As principais barreiras são químicas, por meio de

resinas, ou físicas, pela aplicação de um polímero ou alumínio.

As barreiras químicas normalmente são por resinas acrílicas resisten-

tes à penetração de líquidos ou gorduras por um determinado tempo

- normalmente usadas para aplicações em fast-foods, onde o tempo

de contato com o alimento é curto.

As barreiras físicas normalmente são usadas para um tempo maior

de contato, como líquidos e congelados. Existem dois processos para a

aplicação da barreira física: por laminação, em que um filme já feito é

“colado” na superfície do cartão; ou por extrusão, quanto o polímero é

extrusado e aplicado derretido na superfície do cartão. Cada aplicação

depende do material a ser utilizado e da finalidade da embalagem. As

barreiras mais usadas são de polietileno, poliéster e alumínio.

Uma outra forma de adicionar barreira ao papelcartão é aplicando

aditivos na massa do cartão, ou seja, durante a sua fabricação. Isso

ajuda, principalmente, a diminuir a absorção de umidade pela lateral

do cartão.

Na linha de papelcartão Ibema Valoro, os cartões já podem ser envia-

dos a gráficas com aplicações de polietileno, para fabricação de copos

ou PET para aplicação de bandejas para alimentos que vão no refrige-

rador e no micro-ondas. Essas resinas são extrusadas e servem como

barreira para a umidade e a gordura dos alimentos.

11

Figura 50 . aplicação de

papelcartão com barreira de

polietileno para copos (Ibema

Valoro Coppa)

9998

REINALDO ALMEIDA

Acabamento cartotécnico é o processo de pós-impressão realizado em substratos

cartonados, que confere ao produto sua forma estrutural final. Os processos que

envolvem esse tipo de acabamento incluem o corte e vinco, a dobra e a colagem.

f a c a se t é c n i c a s d e c o r t e e v i n c o

A primeira etapa para confeccionar uma embalagem é a planificação do projeto.

A planificação consiste no desenho técnico da embalagem aberta, contendo todos

os detalhes de como será produzida, com indicações de linhas de corte, vinco,

serrilhas, picotes de colagem e cotas. Para indicar o que deve ser feito em cada

setor da embalagem, são utilizadas simbologias próprias agregadas ao desenho.

A representação gráfica das operações necessárias guiará toda a execução e

montagem da embalagem.

A planificação é essencial também para o planejamento da produção industrial,

quanto à escolha das máquinas e tipos de ferramentas a serem utilizadas no

chão de fábrica das gráficas. Atualmente são utilizados softwares específicos para

a planificação das embalagens. Eles contam com ferramentas dedicadas e biblio-

teca de modelos para a realização do desenho estrutural, desenvolvimento de

produtos, prototipagem virtual e manufatura.

Um aspecto importante no projeto das embalagens são as compensações, pois

ao se dobrar o papelcartão, a medida externa resultante difere da medida do

traçado interno isso acontece devido ao amassamento que ocorre no processo

de dobra, outros aspectos a serem observados são os encaixes das travas e abas.

Comumente a compensação é realizada em função da espessura do substrato,

porém, fatores como o tipo de vinco e a pressão podem interferir nessa medida.

Também pode haver compensações diferentes dependendo do equipamento ou

de critérios adotados em um ou outro fabricante. No entanto, como regra geral

utiliza-se o seguinte:

12PROJETO DA

EMBALAGEM

101100

Obs. As compensa-

ções descritas aqui

tomam como base as

medidas externas do

cartucho. Para utilizar

as medidas internas,

inverta a operação.

f igura 51 . entre um vinco e uma aresta

paralela efetua-se a compensação de

meia espessura (1/2e) do substrato

figura 52 . entre dois vincos paralelos

adota-se uma espessura (1e)

Finalizado o processo de criação e planificação das embalagens, passamos para o

processo de pré-produção das embalagens por meio da realização de amostras

ou Mock-ups e em alguns casos a produção de um pequeno lote piloto para

aprovação dos diferentes setores da cadeia produtiva e seus clientes.

Para a produção destas amostras são utilizados atualmente máquinas “Plotter”,

capazes de realizar o corte e o vinco com interface direta do computador. Elas

reproduzem fielmente as características do projeto original sem a utilização do

ferramental convencional. Este método de corte e vinco digital agiliza o processo

de criação, reduz a margem de erro na concepção das embalagens e minimiza o

custo com a produção de ferramental.

PROTOTIPAGEM

DAS EMBALAGENS 12

Figura 54 . projeto de corte e mesa de corte para mock-up

103102

De maneira geral, o processo de corte e vinco consiste no corte ou rompimento das

fibras do suporte, gerando um produto final planificado com formato diferenciado.

A imagem abaixo ilustra esquematicamente a ação das lâminas de vinco (rom-

pimento − esmagamento) e das lâminas de corte durante a prensagem entre os

dois padrões da máquina de corte e vinco. As borrachas são utilizadas para que o

substrato seja ejetado da matriz após o corte, evitando que a folha grude na faca.

MATRIZES DE

CORTE E VINCO

f igura . 55

esquema de

uma matriz de

corte e vinco

figura 56 .

exemplo real de

uma matriz de

corte e vinco

As informações a seguir são guias gerais que poderão ser usadas no momento da

escolha das lâminas para a fabricação das facas de corte e vinco, com respeito ao

tipo de ângulo da ponta e sua característica de construção.

Existirão casos em que as lâminas tipicamente usadas ou recomendadas para uma

aplicação não apresentarão os resultados esperados. Isto ocorre devido a várias ra-

zões, como o tipo de material, tipo de tinta e coating e, também, o tipo de máquina

utilizada no processo. Para a maioria das aplicações as informações a seguir serão

de grande valia.

IMPORTâNCIA

DA ESCOLhA

DAS LâMINAS

DE CORTE

Pr i n c i p a i s t i p o s d e l âm i na s d e c o r t e

- Corte Central 52º: Mais comumente usada para corte de papelcartão, micro-ondulado e acoplado. Esta lâmina é

usada na grande maioria dos trabalhos de corte e vinco e considerada por muitos como lâmina padrão.

- Corte Central 42º: Papelcartão, micro-ondula Acoplado com conteúdo de poeira. Devido ao seu ângulo de afiação

diferenciado, permite melhor penetração e precisão de corte em materiais espessos.

- Corte Lateral: Para corte de contornos onde a precisão é alta, como displays e juntas.

Re comenda çõe s g e r a i s p a r a a s l âm i na s

12

f igura . 57

tipos de

facas de

corte

105104

As lâminas de corte têm alturas e espessuras diferenciadas

que variam de acordo com o substrato a ser cortado. Além

disso, podem variar em dureza e maleabilidade, de acordo

com as necessidades da produção.

A lâmina mais utilizada para o corte é a de 23,8 mm de

altura, com espessura de 2 pontos tipográficos. Essa lâmina

possui um bom desempenho com diversos cartões.

- As lâminas de serrilha, ou picote, são comumente utilizadas para auxiliar nos vincos de substratos. Também podem

ser usadas para criar uma área de penetração de cola, auxiliar no processo de abertura de embalagens ou até mesmo

na marcação de datas.

Ou t r o s T i p o s d e L âm ina s

f igura 58 .

outros tipos

de lâminas de

corte (lâmi-

na serrilha,

faca de picote

e lâmina de

zíper)

Espessura do Cartão

Até 0,6 mm

De 0,6 mm até 1,5 mm

Micro-ondulado onda E

Espessura da Lâmina

0,7 mm (2pontos)

1,05 (3 pontos)

1,05 (3 pontos)

- Corte Central Facetado: Para corte de materiais mais rígidos, laminados, quebra-cabeças e espessos. Esta lâmina

reduz a necessidade de pressão de corte nas máquinas de corte e vinco.

- Corte Lateral Facetado: Para corte de materiais mais rígidos em que a precisão é alta.

Como regra geral pode-se utilizar a seguinte relação:

IMPORTâNCIA DA ESCOLhA DAS LâMINAS DE VINCO

O vinco é o resultado da quebra da fibra do substrato, devido à pressão exercida em uma pequena área por uma lâmina

de perfil arredondado (existem também outros perfis, como o quadrado, também conhecido como cabeçudo e o flip top,

entre outros). A altura e espessura dessa lâmina dependem do substrato e da contraparte utilizada, mas uma das mais

comuns é a de 23,3 mm de altura por 0,7 mm de espessura.

***Para escolher a lâmina de vinco correta é necessário conhecer a espessura do cartão

- Para auxiliar na colagem existe a faca com picote torcido ou travado. Essa lâmina cria uma área perfurada, que

promove maior absorção de cola.

- Já para auxiliar no processo de abertura de embalagens, é comum encontrar as lâminas do tipo zíper. Essas promo-

vem o destaque de uma tira do material da embalagem, abrindo-a como um zíper.

Re comenda çõe s g e r a i s p a r a a s l âm i na s d e v i n c o

A altura das lâminas de vinco (e) é igual à altura das lâminas de corte (f) menos a espessura do material (c), no caso

de papelão ondulado ou micro-ondulado reduz-se a espessura do material comprimido. Essas diferenças de altura

são compensadas pelo sistema de canaletas. A profundidade do canal (A) deve ser igual ou ligeiramente menor que a

espessura do cartão.

Para otimizar a qualidade dos vincos é recomendado que a largura das canaletas no sentido das fibras sejam 0.1 mm

menor que no sentido contrário aos das fibras. O funcionamento mecânico da embalagem é determinado pela correta

relação entre as lâminas de vinco e as contrapartes.

12

107106

As canaletas, também conhecidas

como contrapartes, são canais

fixados no padrão móvel da má-

quina de corte e vinco, exercendo

força contrária à lâmina de vinco.

As canaletas são confeccionadas

levando-se em conta alguns cri-

térios, como a espessura do subs-

trato, a espessura e a altura da

lâmina de vinco.

f igura 59 . esquema com

as medidas para cálculo

das lâminas de vinco

Espessura do Cartão

Até 0,6 mm

De 0,6 mm até 1,5 mm

Micro-ondulado onda E

Espessura da Lâmina

0,7 mm (2pontos)

1,05 (3 pontos)

1,05 (3 pontos)

f igura 60 . exemplos de canaletas

CANALETA

As c ana l e t a s ma i s u t i l i z a da s

As canaletas se dividem basicamente em dois tipos, as manuais e as pré-fabricadas.

As canaletas manuais são feitas com a colagem de uma fibra ou cartão na base da máquina e em seguida decalcando

o desenho da matriz com auxílio de um papel carbono e o acionamento da máquina. Este processo é cada vez menos

utilizado devido ao largo tempo necessário em sua preparação, pouca resistência e precisão dimensional.

Existe uma grande variedade de canaletas pré-fabricadas. As mais comuns usadas atualmente são as canaletas adesi-

vas, compostas por duas partes de fibras ou plástico, unidas por um filme transparente com um adesivo em toda a sua

extensão. Possui também um suporte plástico que serve como guia para aplicação. Essas canaletas são encontradas

em uma vasta variedade de medidas para atender aos diversos substratos.

Outro tipo de canaleta pré-fabricada é o pertinax, tem consistência fibrosa devido às várias camadas de papel fenólico

prensadas, conferindo grande resistência ao mesmo. Esse tipo de contraparte é fabricado a partir de uma placa, em

que é realizado um corte computadorizado (CNC) para abertura das canaletas.

f igura 61 . medidas da contraparte

A espessura da contraparte (A) é igual ou ligeiramente menor que a espessura do

cartão (c), por exemplo, para um substrato de 0,5 mm pode-se usar uma contra-

parte com 0,5 mm ou 0,40 mm de espessura.

Já a largura do canal (B) corresponde à espessura do substrato multiplicada por

uma vez e meia a espessura do cartão somada à espessura da lâmina de vinco.

Exemplo de cálculo das dimensões da caneleta para um cartão de 0,40 mm de es-

pessura usando-se uma lâmina de vinco com 0,70 mm de espessura (2 pontos).

B= (1,5X0,4) + 0,7 = 1,3 mm

A= 0,4 mm

ESCOLhA

DIMENSIONAL

DAS

CONTRAPARTES

*** Quando se utiliza canele-

tas pré-fabricadas ou pertinax

é preciso diminuir 0,1mm da

altura da lâmina de vinco.

12

109108

POR FABIO MESTRINER

o d e s i g n d a s e m b a l a g e n s d e p a p e l c a r t ã o , a l g u m a s c o n s i d e r a ç õ e s

O papel, por sua história, sua versatilidade e facilida-

de para trabalhar, tanto nos projetos, na confecção de

protótipos e no próprio processamento industrial, tem

sido a embalagem preferida dos designers. É aquela

que mais aparece em concursos estudantis, pois os

alunos tem maior facilidade de criar embalagens cujo

material é facilmente encontrado em qualquer pape-

laria e que permite ser manuseado, dobrado, cortado

e impresso em impressoras comuns conectadas aos

computadores.

O processo de impressão em papel é amplamente

conhecido e difundido, o que também facilita o tra-

balho dos designers. Nossa recomendação vai sempre

no sentido da integração do design com a indústria

de embalagem, no caso, as indústrias gráficas. Reco-

mendo que, uma vez definido o projeto, o designer se

reúna com a gráfica que vai imprimir a embalagem

para ajustar os detalhes e trocar informações sobre a

melhor maneira para a obtenção do efeito e do resul-

tado esperado.

Assim, saber no início do projeto qual será a gráfica

que vai imprimir a embalagem desenhada é funda-

mental. É preciso saber que tipo de equipamento ela

dispõe, quantas cores estão disponíveis, se tem recur-

sos de acabamento como verniz UV, hot-stamping e

outros que podem ser utilizados no projeto.

Vale a pena também observar o encaixe da embala-

gem na folha de papel que será impressa, pois certas

vezes uma diferença de alguns centímetros ou mesmo

milímetros pode resultar o encaixe de uma embala-

gem a mais na folha, o que em tiragens de centenas

de milhares de exemplares representa um ganho sig-

nificativo.

Detalhes como o tipo de fechamento de arquivo que

melhor atende a maneira de trabalhar da gráfica, o

conhecimento das especificações e recomendações dos

fabricantes também são necessários para garantir a

qualidade do produto final. Inúmeros erros podem ser

evitados com esses procedimentos.

Uma pesquisa realizada por uma grande indústria grá-

fica mostrou que 80% dos projetos que a gráfica rece-

bia apresentavam problemas decorrentes da falta de

integração, ou seja, por não conhecerem detalhes do

processo produtivo, os designers cometiam pequenas

falhas que eram percebidas pela própria gráfica, o que

provocava perda de tempo e prejuízos. Situação que

seria evitada com uma simples reunião inicial. Além

de eliminar estes problemas, a integração com o fabri-

13

111110

cante da embalagem reduz o tempo de produção e melhora

detalhes do projeto que fazem a diferença no final.

Outro ponto importante é conhecer o papelcartão que será

utilizado. Ele representa, em muitos casos, quase 70% do valor

da embalagem e pode comprometer um projeto se sua espe-

cificação não estiver correta. Assim, recomendo enfaticamente

que os designers procurem conhecer o catálogo e as especi-

ficações dos fabricantes para saber qual papelcartão escolher

na hora de projetar uma embalagem.

O papelcartão é um excelente material porque apresenta uma

ampla superfície, a qualidade de impressão é excelente. Com

ele, é possível aplicar uma série de recursos que permitem

personalizar o produto e atribuir valor que o consumidor

percebe. Uma aplicação de verniz localizado, relevo seco ou

hot-stamping valoriza de forma significativa o produto, tor-

nando-o mais atraente ao consumidor. A afirmação é confir-

mada por meio de várias pesquisas e dos resultados obtidos

com essas aplicações.

Ao meu ver, a principal oportunidade do papelcartão para os

projetos de design é a ampla superfície que oferece para a

comunicação. Esse material é um dos poucos tipos de emba-

lagem com seis lados. Todos eles devem ser explorados pelos

designers, não é recomendado deixar nenhum dos seis painéis

da embalagem sem comunicação. Há casos em que até a par-

f igura 62 . sacola de papelcartão

da Kopenhagen que atraiu

inúmeros consumidores para as

lojas

te interna da embalagem foi aproveitada, depois de consumir

o produto, o consumidor era convidado a abrir a embalagem

e usar os jogos e atividades infantis impressas no verso do

papelcartão para brincar com seus filhos.

Portanto, os designers precisam conhecer melhor as caracte-

rísticas e especificações do papelcartão, assim como os pro-

cessos e recursos gráficos oferecidos pelos fabricantes para

obter o máximo que este tipo de embalagem oferece, tanto

para o desenho em si como em benefício de seus clientes − os

fabricantes do produto.

Ao final, todos agradecerão o empenho, pois o consumidor

que tem em mãos uma boa embalagem, aquela que o con-

venceu a escolher aquele produto e não outro, acaba por

tornar vencedora toda a cadeia produtiva: os fabricantes da

matéria-prima, da embalagem, do produto e também o de-

signer que trabalhou com afinco para tornar realidade o pro-

jeto desta entidade complexa e multidisciplinar que chamamos

de embalagem.

13

113112

POR FABIO MESTRINER

r e c o m e n d a ç õ e s p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d e e m b a l a g e n s e m p a p e l c a r t ã o

“O DESIGN NÃO É AQUILO QUE SE DESENhA,

MAS O ‘COMO SE DESENhA. EMBALAGENS

VENCEDORAS NÃO ACONTECEM POR ACASO.”

Todo designer precisa compreender que a embalagem de papelcartão que encontramos no ponto de venda é uma

entidade complexa, multidisciplinar, para qual contribuíram os fabricantes de matérias-primas, do papelcartão,

os adesivos, tintas e vernizes. Os convertedores que fabricam os moldes, as facas gráficas, gravam os cilindros

e as chapas de impressão; as gráficas que imprimem, cotam, vincam, dobram, colam e dão acabamento. Além

dos profissionais de marketing e de embalagem, que ajudam a especificá-las para atender tanto aos objetivos

mercadológicos como aqueles necessários para a sua produção e seu perfeito funcionamento na linha de envase,

onde o produto e a embalagem serão reunidos.

Tudo isso requer conhecimento e atenção dedicada para que todos os requisitos sejam consolidados com su-

cesso no projeto de design. Assim, como ponto de partida, os designers devem atentar para os pontos que

descrevemos a seguir:

A embalagem é expressão e atributo do conteúdo. Não podemos desenhá-la sem conhecer profundamente o

produto. Assim, as suas características, a composição, os diferenciais de qualidade e principais atributos, incluindo

seu processo de fabricação, precisam ser compreendidos. Uma visita à fábrica é necessária e recomendada.

Figura 63 . Cadeia produtiva do papelcartão

14

1- Conhe c e r o P r odu t o

115114

A história do produto, o material de divulgação, anúncios, pesquisas de embalagens antigas, tudo isso precisa ser le-

vantado. Quanto mais e melhor conhecermos o produto, maior será a chance do nosso trabalho vir a ser a verdadeira

expressão de seu conteúdo. Sem isso, ocorre, e vemos com muita frequência no mercado embalagens, a presença de

fachadas semelhantes às casinhas dos filmes de bangue-bangue.

Saber quem compra e utiliza o produto é fundamental para estabelecer um processo de comunicação efetiva por meio

da embalagem. As características desse consumidor, seus hábitos e atitudes em relação a ele e, principalmente, a

motivação que o leva a consumi-lo são pontos-chaves a serem conhecidos pelo designer. Os profissionais responsáveis

pelo projeto devem procurar compreender por que este consumidor compraria o produto.

O conhecimento do consumidor é tão importante que projetos de grande responsabilidade devem contar sempre com

o apoio de pesquisas especializadas em avaliar a relação desse consumidor com a embalagem.

O mercado no qual o produto participa tem suas características próprias. Tem história, dimensões e perspectivas. É um

cenário concreto que precisa ser conhecido, estudado e analisado para que o design não seja um salto no escuro. O

fabricante do produto deve fornecer as informações que dispuser sobre o mercado ou buscá-la nas fontes de pesquisa

para subsidiar o projeto de design.

Por melhor e mais bonito que seja o design, de nada adiantará se não conseguir enfrentar a concorrência no ponto

de venda. Conhecer in loco as condições em que se dará a competição é fundamental para o design de embalagem.

2- Conhe c e r o C on sum ido r

3- C onhe c e r o Me r c ado

4- Conhe c e r a C on co r r ên c i a

A linha de produção e de embalamento, a estrutura dos materiais utilizados, as técnicas de impressão e decoração, o

fechamento e a abertura, os desenhos ou plantas técnicas da embalagem a ser desenhada precisam ser conhecidos

meticulosamente. Tanto para obter o máximo dos recursos disponíveis como para evitar erros que podem prejudicar

o projeto.

Saber por que estamos desenhando uma emba-

lagem e o que estamos buscando com o projeto é

outro ponto-chave que precisa estar bem claro. Os

objetivos de marketing, a participação de mercado, o

papel da embalagem no mix de comunicação e as

diretrizes comerciais do produto precisam ser conhe-

cidos para estabelecer os parâmetros que nortearão

o projeto. Eles deverão ser atendidos pelo design final

apresentado. É preciso ter uma meta a ser buscada

para poder avaliar os resultados alcançados.

5- Conhe c e r T e cn i c amen t e a Emba l a g em a S e r De s enhada

6 - C onhe c e r o s Ob j e t i v o s

Me r c ado l ó g i c o s

Estudar o ponto de venda, cada um dos concorrentes, analisar a linguagem visual da categoria e compreendê-la são

pontos-chave para a realização de projetos de sucesso. O estudo de campo deve ser realizado com critério e dedicação

pelo designer.

f igura 64 . utilização da embalagem

como ferramenta de marketing −

inserir presente ao consumidor

14

117116

Todos os itens anteriores, uma vez compreendidos, precisam ser organizados e transformados em uma diretriz de

design com estratégia clara e consciente. Antes de desenhar é preciso pensar. A função da estratégia na metodologia é

fazer com que as premissas básicas do projeto sejam equacionadas e indiquem uma direção a ser seguida no processo

de design para responder aos projetos traçados. Esse é o ponto central da nossa metodologia, pois de nada adianta o

esforço empreendido no projeto se o resultado final não for competitivo.

Posicionar visualmente o produto de forma que obtenha vantagem competitiva no ponto de venda é o melhor que um

projeto de design de embalagem pode alcançar e a estratégia de design deve sempre buscar esse objetivo.

Para atender às premissas estabelecidas e os objetivos mercadológicas do projeto é preciso que o trabalho de design

seja realizado de forma consciente e metódica, e não baseado no impulso criativo. A criatividade é necessária e desejá-

vel, mas precisa ser exercida em favor dos objetivos estratégicos do projeto.

O designer deve aproveitar cada oportunidade para evoluir e, por isso, precisa empenhar-se de verdade em cada pro-

jeto buscando superar o que já fez no passado. Cada projeto deve ser tratado com cuidado e dedicação para ser um

ponto forte do produto que nos foi confiado.

Conhecer a indústria que vai produzir a embalagem é uma das proposições básicas para o sucesso do projeto. Muitos

problemas que, normalmente, ocorrem em projetos de embalagem são evitados com esta providência simples. Porém,

7- Te r uma E s t r a t é g i a p a r a o De s i gn

8- De s enha r d e F o rma Con s c i e n t e

9 - T r aba l h a r I n t e g r ado c om a I n dú s t r i a

Quando a embalagem final chegar ao mercado, o designer e o cliente devem fazer uma visita a campo para avaliar o

resultado e propor eventuais melhorias ou ajustes que possam ser incorporados às novas produções e reimpressões.

Só no ponto de venda, em condições reais de competição, é possível avaliar o resultado final alcançado. Ao fazermos

isso, estaremos fazendo evoluir nosso trabalho e evitando pequenas falhas no futuro.

10- F a z e r a R e v i s ã o F i n a l d o P r o j e t o

o grande benefício do projeto integrado é a possibilidade de encontrar melhores soluções, pois por meio da indústria, as

novas tecnologias chegam aos designers. O trabalho integrado do designer com a indústria permite à embalagem final

se beneficiar da experiência e das melhores soluções tecnológicas em prol do cliente. 14

f igura 65 . embalagem

inusitada de chocolate

119118

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

s u s t e n t a b i l i d a d e , r e c i c l a g e me s e l o F S C

Para ser sustentável, a empresa precisa aten-

der aos três pilares: econômico, social e ecoló-

gico. Por isso, a Ibema só utiliza matérias pri-

mas certificadas e controladas, realiza trabalhos

de ação social com a comunidade do entorno

da empresa e faz o tratamento ecologicamente

correto dos seus resíduos. Sem esquecer da

atualização de sua tecnologia na produção e

aquisição de matérias -primas de qualidade a

preço adequado para garantir a viabilidade do

negócio.

A Ibema tem uma planta de reciclagem onde processa aparas para a produção de

alguns de seus produtos. Anualmente são reciclados mais de 8.000 toneladas de aparas.

O papelcartão é uma matéria-prima que pode ser composta por materiais reciclados e

também está na categoria de recicláveis já que, após a sua utilização, pode voltar para o

processo como matéria-prima. É importante ressaltar que no Brasil, toda a retirada de

madeira para a produção de papel ocorre com replantagem, o que garante o início da vida

nova de uma árvore, que consome bem mais CO2 da atmosfera que uma árvore madura,

já que precisa de carbono para produzir seus galhos e suas folhagens. Por isso, a utilização

do papel não vai contra a nenhuma prática ambiental.

15

RECICLAGEM

economicamente viável

socialmentejusto

justo viável

sustentável

tolerávelecologicamente

correto

121120

Nossos produtos são certificados pelo FSC®, abreviatura para Forest Stewardship

Council (Conselho de Manejo Florestal), organização independente, não governa-

mental e sem fins lucrativos, criada para promover o manejo responsável. Este é o

sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional, e o único que

incorpora de forma igualitária os interesses de grupos sociais, ambientais e econô-

micos, atestando assim, a responsabilidade na exploração de madeira, bem como na

produção de papelcartão.

Por meio de seu sistema de certificação, o selo FSC reconhece a produção respon-

sável de produtos florestais, permitindo que os consumidores e as empresas tomem

decisões conscientes de compra, beneficiando as pessoas e o ambiente. A Ibema está

compromissada com os propósitos da certificadora, e garante não estar envolvida

diretamente ou indiretamente com as seguintes atividades:

- Corte ou comercialização de madeira ou produtos florestais de origem ilegal;

- Violação de direitos tradicionais e humanos em operações florestais;

- Destruição de altos valores de conservação em operações florestais;

- Introdução de organismos geneticamente modificados nas operações florestais;

- Violação de qualquer uma das Convenções da OIT (Organização Internacional do

Trabalho), conforme definido na Declaração sobre os Princípios e Direitos Funda-

mentais no Trabalho, de 1998.

FSC® – FOREST

STEwARDShIP

COUNCIL

Esse compromisso é incorporado e cumprido no dia-a-dia dos nossos processos, sejam eles realizados internamente

ou por prestadores de serviços externos, o que garante a rastreabilidade das fontes de matérias-primas de origem

florestal que fazem parte do papelcartão Ibema.

Para que um produto seja certificado e sua embalagem rotulada pelo FSC, todas as organizações que tiveram a cus-

todia do material de origem florestal, desde a origem da madeira, origem das matérias-primas, fabricantes de papel,

gráficas, etc., devem atender aos padrões exigidos pela entidade. Para nós da Ibema, a sustentabilidade é levada a sério!

f igura 66 . cadeia de certif icação FSC®

15

123122

p r o d u t o sI b e m a

A IBEMA POSSUI UMA GAMA DE

PRODUTOS PARA TODOS OS

TIPOS DE APLICAÇõES, SEGUEM:

- Papelcartão Duplex- FBB GC2

- Capa e Verso com celulose branqueada — 100% fibras virgens, camada interna

com fibras de alto rendimento. Dupla aplicação de coating

- Alta rigidez — alta performance em envase automático, maior rigidez em baixas

- Gramaturas, podendo haver substituição de gramatura versus concorrentes da

mesma categoria

- Alta qualidade de impressão

- Cartão com alto bulk.

- O verso mais claro da categoria

- Indicado para embalagens farmacêuticas, alimentos, cosméticos e higiene pessoal

- Papelcartão Duplex - WLC GT4

- Capa de celulose branqueada e duplo revestimento, camada interna composta

de papelcartão reciclado e fibras de alto rendimento e verso de celulose não

branqueada

- Excelente printabilidade e com verso marrom

- Indicado para acoplamento, alimentos pre-embalados, cartuchos em geral

- Papelcartão Triplex - FBB GC1

- Capa e Verso com celulose branqueada — 100% fibras virgens e camada

interna com fibras de alto rendimento. Dupla aplicação de coating

- Propriedades ópticas superiores aos concorrentes da mesma categoria

- Alta rigidez em baixas gramaturas

- Indicado para embalagens farmacêuticas, cosméticos, alimentos, sacolas e kits

promocionais

16

125124

- Papelcartão Triplex - FBB GC1

- Camada externa com celulose branqueada e alvejada, camada interna com

fibras de alto rendimento e capa com fibras curtas branqueadas. Dupla aplicação

de coating

- Maior índice de rigidez, bulk e resistência a rasgo, versus Speciala, alta bran-

cura e alvura, superiores aos concorrentes

- Alta lisura, com ganho de pontos de impressão — alto brilho, a brancura de um

sólido, com a rigidez de um Triplex

- Indicado para o mercado editorial, embalagens Premium e sacolas

- Papelcartão Triplex - FBB GC1

- Capa com duplo revestimento, celulose de fibra curta branqueada, camada in-

terna com fibras de alto rendimento e celulose de fibra longa, verso com celulose

de fibra longa branqueada

- Alta resistência a rasgo, alta colagem interna, resistência a umidade, resis-

tência ao envase automático de alto impacto, estabilidade de absorção (cobb) e

aplicação de barreira à gordura, alta rigidez

- Certificação para contato com alimentos

- Possibilidade de impressão frente e verso

- Indicado para embalagens congeladas, multipacks, embalagens promocionais,

embalagens de alto rendimento, etc

- Papelcartão Sólido — SBB GZ

- Formado pelas três camadas de celulose de fibras curtas

branqueadas e duplo revestimento na capa

- Impressão na capa e no verso

- Altos índices de brancura e alvura e excelente printabilidade

O Ibema Valoro possui algumas categorias:

- Alta colagem interna

- Pode ter contato direto com alimentos

- Possibilidade de impressão na frente e no verso

- Indicado para caixas de fast-food e caixas de alimentos em geral

- Valoro extrusado com polietileno

- Alta colagem interna

- Não possui concorrência nacional

- Indicado para fabricação de copos de bebidas quentes ou frias, potes de

sorvete, etc

- Valoro extrusado com PET- Alta colagem interna

- Não possui concorrência nacional

- Aprovado nos teste de odor e sabor

- Pode ir para o congelador e micro-ondas

- Indicado para produção de bandejas para alimentos

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127126