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Relato de Estágio nos Anos Finais, ensino de Matemática

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DIRETRIZES E REGULAMENTO DE ESTGIO

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USANDO A MATEMTICA CASEIRA

Para Ensinar Matemtica EscolarSusana Consuelo Dias Cardoso

Tutor Externo: Anderson Rui dos AnjosCentro Universitrio Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Licenciatura em Matemtica (MAD0188) Estgio II03/11/2014RESUMOMediar contedos para gerar competncias e por fim habilidades, sempre foi a busca dos bons educadores. Nos ltimos anos, estamos percebendo que a distncia entre o que se ensina em sala de aula e a vivncia dos alunos, enorme. Isto contribui para aumentar a dificuldade na aprendizagem de todas as matrias, incluindo matemtica, pois o aluno moderno, cercado de novas tecnologias, como computadores, celulares e videogames, necessita e at exige - que em sala de aula, estes seus conhecimentos e prticas sejam aproveitados e ressignificados. Tudo isto dever ser feito de uma maneira, que em via contrria, o saber de casa possa ser introduzido em sala de aula e vire saber escolar. Urge que o educador lance um olhar mais dedicado sobre esta questo, pois conectar conhecimentos e transform-los em novos saberes, s trar benefcios tanto a quem ensina, quando a quem aprende e por fim, a toda sociedade. Palavras-chave: Matemtica Escolar. Matemtica Caseira. Conexo.1 INTRODUO

medida que as transformaes sociais vo acontecendo, a educao escolar deve concomitantemente acompanhar os novos significados que esto sendo aceitos pelos alunos. Houve um tempo, em que se desenhou um modelo de currculo escolar e buscava-se enquadrar todos os alunos dentro dele, promovendo severa excluso aos que no se adaptavam.

Com o passar do tempo, em observando o dinamismo na sociedade, as transformaes que nela aconteciam, como as novas tendncias, tipos de famlias e valores, bem como os avanos tecnolgicos que agora passaram a estar dentro dos lares, os tericos da educao se debruaram na busca de solues que melhor pudessem ser aplicadas dentro do sistema de ensino, tendo em vista que pesquisas qualitativas e quantitativas revelavam alunos cada vez mais desinteressados pelos contedos escolares.

Assim, relendo o Construtivismo de Piaget e o Scio-interacionismo de Vygotsky, alm de diversos outros pensadores da rea, foi-se buscar embasamento para adotar mudanas estruturais na maneira de ensinar contedos.

Dentro destas concepes, nossa proposta aproveitar o conhecimento que o aluno adquiriu fora do ambiente escolar, fora da educao formal e por meio deste conhecimento, mediar outros, buscando com isto, faz-los compreender que a educao escolar, nada mais do que uma sistematizao e teorizao, daquilo que eles j praticam no dia-a-dia.

Pensamos neste Estgio II, levar para dentro da sala de aula, a aplicao prtica desta nova perspectiva educacional, mediando por via de mo-dupla, o conhecimento, pois recebemos dos alunos, transformamos junto com eles e lhes entregamos um saber que possa lhes fazer sentido, saber este que ele j aplicava no cotidiano e que agora foi sistematizado em sala de aula.

O teor prtico deste trabalho ser apresentando como segue: No item 2, apresentaremos a rea de concentrao, onde faremos a fundamentao terica. No item 3, exporemos nossa vivncia no estgio e por fim, no item 4, faremos as consideraes finais.2 REA DE CONCENTRAO: FUNDAMENTAO TERICAMuitos pensadores j se debruaram sobre esta temtica educacional e muitos ainda perdero noites buscando ideias que lhes deem subsdios para novas metodologias didticas, diante das constantes transformaes sociais, que foram mudanas no sistema de ensino e vice-versa.

Dentro da sala de aula, o professor regente deve ter em mente que sua tarefa proporcionar meios que, por eles, os alunos alcancem as realidades escolares, os saberes, os significados, instigando neles a necessidade desta busca e procurando, de alguma forma, ser o facilitador de todo este processo. Nesta linha de pensamento, Libneo (2002, p.6) nos diz que:

Essa forma de compreender o ensino muito diferente do que simplesmente passar a matria ao aluno. diferente, tambm, de dar atividades aos alunos para que fiquem ocupados ou aprendam fazendo, O processo de ensino um constante vai-e-vem entre contedos e problemas que so colocados e a percepo ativa e o raciocnio dos alunos. isto que caracteriza a dinmica da situao didtica, numa perspectiva scio-construtivista.

O momento em que vivemos exige transformaes didticas e o professor deve estar disposto a querer mudar em nome da educao, pois ele agente importante em toda cadeia educativa. No mais possvel fixar-se em metodologias retrgadas, que serviram e at ajudaram por um tempo, mas que no momento, se mostram insuficientes para atender as novas demandas escolares. Devemos ento nos preparar para essa misso. Essa tarefa passa por transformar nossos saberes, revisionar prticas pedaggicas redutoras do conhecimento, construir novas formas de cognio que permitam enfrentarmos as incertezas e as interrogaes deste incio de sculo e milnio. Devemos buscar saberes que nos instrumentalizem para que possamos responder s questes fundamentais referentes tica, cidadania, solidariedade planetria e global do presente e do futuro. (BENZATTI, 2014)E quando falamos em sistema de ensino, estamos nos referindo aos muitos atores que se unem para a realizao e transformao dos saberes, pois necessrio que todos se envolvam e tenham em mente a necessidade contnua de mudanas exigidas pelo momento em que estamos inseridos. Dentro desta perspectiva, MEC (1994, p.20) nos orienta que:

Falamos, claro, em sistema educacional no sentido amplo, desde aqueles que pensam sobre a educao, at aqueles que a executam, propondo currculos, elaborando livros didticos, indicando-os para adoo, formando professores e atuando no cotidiano da sala de aula. Todas essas instncias tm uma contribuio importante a dar para tornar o educando um cidado que respeita o seu semelhante independentemente da sua cor, sexo, origem, religio e cultura. Mas, ainda h um longo caminho a percorrer.

Devemos, enquanto professores, transformar a sala de aula em um lugar adequado para, de maneira dialgica, transformar saberes, mediar conhecimentos e construir estradas, que permitam aos alunos por elas passarem, sempre em busca de novos horizontes. Este tambm o entendimento de Manhes (2006, p.5)Em uma sala de aula ou outro espao fora desse contexto escolar atores so chamados a falar, a se colocar, a romper o silenciamento que trazem consigo. Falam e discutem sobre os problemas que vivem e enfrentam no cotidiano, junto com seus vizinhos e moradores. Falam e conversam. Trocam experincias, ideias, alegrias, derrotas, vitrias, contam estrias, mobilizam-se e organizam-se para tarefas comuns.Uma regra didtica de ontem, hoje no se aplica mais, pois aqueles que pela escola j passaram, descobriram novos saberes no exerccio de seus ofcios, saberes estes que podero ser includos no currculo escolar, exigindo uma renovao didtica, onde os novos significados possam ser mediados apropriadamente. No entendimento de Castro et. al. (2005, p.155) A decorrncia de se aceitar essa afirmao como verdadeira que aos que fazem a escola, cabe o planejamento de atividades de ensino mediante as quais, professores e alunos possam ampliar, modificar e construir significados. Enquanto licenciandos de Matemtica, trabalharemos nossa pesquisa nesta disciplina. Apenas para conceituar, Barreto et. al. (2013, p. 168) nos diz que a matemtica a [...] parte da cincia que proporciona o desenvolvimento do raciocnio, por meio de competncias mentais para resoluo de problemas que envolvem deduo e construo de cadeias de raciocnios lgicos.O foco deste nosso trabalho da prtica de Estgio II, est voltado para trabalhar com os alunos, a transformao do conhecimento que eles j possuem sobre clculos e resoluo de problemas do cotidiano e comparar com o que os contedos didticos desejam lhes transmitir, s que de maneira sistemtica.

O contato do aluno com a matemtica desde o bero. Antes mesmo que ele consiga falar uma palavra compreensvel, seus dedinhos podero indicar a idade, quando lhe perguntado. Por isto, a escola precisa se apropriar deste conhecimento prvio e fazer dele um grande aliado no ensino da matemtica, pois antes mesmo da fase escolar, os nmeros j lhes eram conhecidos.Felizmente, antes de atingir a idade escolar, as crianas naturalmente vivem situaes de contar, juntar, tirar, medir, distribuir, repartir e lidam com diferentes formas geomtricas (planas e espaciais); o brincar, especialmente o jogo, oferece s crianas situaes de convivncia com nmeros, contagem e operaes aritmticas, tanto verbais como escritas; no lar, os consumos, as contas e a culinria so excelentes fontes matemticas; a profisso dos pais, tambm; e, mais ainda, o exerccio profissional das crianas que trabalham. (LORENZATO, 2008, p.24)

A partir da, a matemtica ser sua companheira, pois difcil de encontrar situaes cotidianas, ao longo de nossa existncia, onde no encontraramos este saber.

Como mediador da disciplina de matemtica, o professor dever proporcionar mtodos que facilitem a compreenso dos significados que esto sendo mediados. Conforme Martins e Muller (2011, p. 140), importante que o professor apresente situaes diversas que envolvam estes significados para que o aluno possa analisar e comparar essas ideias. nesta mesma linha de entendimento, que Brigo et al. (2012, p.27) nos diz que:Buscando resgatar o interesse dos alunos, professores tm procurado aproximar o ensino de matemtica de situaes cotidianas integrantes da realidade dos alunos. Valorizando a prtica, procura-se contextualizar os contedos a serem ensinados, na expectativa de torn-los atraentes, de modo que o aluno entenda o seu significado e, tendo participado da construo deste conhecimento, reconhea a sua importncia.3 VIVNCIA DO ESTGIO

Nosso Estgio II de Observao e Regncia foi executado em uma escola da Rede Estadual de Ensino, na cidade de Itaja, estado de Santa Catarina, onde nos foi designado trabalhar com os alunos do 8Ano, com o contedo matemtico Crculo e Circunferncia.

J munidos do conhecimento do teor do Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da Escola, procuramos pautar nossas aulas obedecendo esse projeto, cujo principal objetivo proporcionar o ensino crtico, voltado para a valorizao dos alunos(as) como seres livres e participativos, assumindo a tarefa da universalizao do saber, partindo da realidade socioeconmica e cultural, transformando o conhecimento emprico em saber cientfico, educando para a participao coletiva dos envolvidos no processo educacional. Nosso plano de trabalho ento se dividiu em 5 aulas. Num primeiro momento foi introduzido o conceito de crculo e circunferncia, levando os alunos a relacionarem os conceitos com objetos circulares que existem no dia-a-dia, como aliana, CDs, latas, o Sol, moedas, rodas, pizzas e muitos outros.

Definidos ento os conceitos, passamos a um breve diagnstico oral, para detectar que conhecimentos os alunos j possuam sobre o contedo, como dimetro, raio, corda, ngulo e nmero ( (pi). O retorno foi timo, visto que j possuam todos os pr-requisitos necessrios para desenvolvermos novas habilidades matemticas em relao ao crculo e a circunferncia.

Aproveitamos ento, para introduzir um pouco da Histria da Matemtica, explicando como surgiu e o que significa o nmero ( (pi). Divididos os alunos em grupos de no mximo 5 pessoas, foi distribudo aos alunos barbante, rgua e alguns objetos circulares para que pudessem entender e desenvolver o clculo do nmero ((pi), do dimetro e do raio, usando somente esses materiais, sem utilizarem frmulas. Anotaram ento os resultados numa tabela, como no exemplo abaixo:

Os grupos tambm receberam cartolina, cola, diversos crculos e circunferncias coloridos e uma folha contendo diversas frases que continham as palavras crculo ou circunferncia. Aps visualizarem dois quadros de artistas que utilizaram formas geomtricas em suas composies, foram motivados a montarem suas prprias obras de arte, utilizando o material que receberam e escolhendo uma frase da lista distribuda anteriormente. O resultado foi maravilhoso. O trabalho foi multidisciplinar envolvendo matemtica, arte e portugus, alm do que, pde ser usado como avaliao.

Na sequncia das aulas, foi introduzido o reconhecimento pelos educandos dos instrumentos de medidas utilizados para desenhar e medir crculos e circunferncias, como o compasso, a rgua e o transferidor. Atividades onde aprenderam a usar o transferidor foram desenvolvidas, assim como exerccios onde aplicaram frmulas do comprimento da circunferncia e da medida do arco, entre outras.

Alm da avaliao do trabalho prtico, os alunos tambm foram observados no desenvolvimento dos exerccios em sala de aula e por fim, em uma avaliao final, onde puderam demonstrar sua aprendizagem e entendimento matemtico e cognitivo do contedo apresentado.

4 IMPRESSES DO ESTGIO (Consideraes Finais)Quando refletimos sobre nossas experincias nos Estgios Supervisionados I e II do Curso de Licenciatura em Matemtica, conclumos que essa vivncia nos familiariza com a educao, com alunos, professores e gestores, levando-nos ao ato de meditar, de refletir, onde desta forma estaremos supervalorizando o saber, o fazer e o porqu fazer, que so fontes do processo de produo de conhecimento (Krug, 2001).Sendo assim, percebemos a importncia de sempre orientar os alunos, trabalhando de forma interdisciplinar, estimulando a participao ativa, durante todo o desenvolvimento da aula.Durante nossa vivncia na sala de aula do 8 ano, pudemos utilizar mtodos diversificados no planejamento das aulas, cumprindo com o nosso objetivo principal que a ligao entre os saberes que o aluno j traz de casa e os novos conhecimentos, mediados pelo professor.

REFERNCIASBARRETO, Marclia Chagas et. al. Matemtica aprendizagem e ensino. Fortaleza: EDUECE, 2013

BENZATTI, Eduardo. A educao e os educadores do futuro. Nov. 2014. Disponvel em:. Acesso 01 nov. 2014.BRIGO, Elizabete Zardo et al. A matemtica na escola: novos contedos novas abordagens. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2012.

CASTRO, Amelia Domingues et. al. Ensinar a ensinar: didtica para a escola fundamental e mdia. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

KRUG, Hugo Norberto. Formao de professores reflexivos: ensaios e experincias. Santa Maria: O autor, 2001.

LIBNEO, Jos Carlos. Didtica: velhos e novos temas. Goinia:Cortez, 2002

LORENZATO, Sergio. Para aprender matemtica. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2008.MANHES, Jos Henrique. Ao dialgica. 2006. Disponvel em:

. Acesso 03 nov. 2014.

MARTINS, Josenei; MULLER, Iraci. Didtica e Metodologia do Ensino de Matemtica: Caderno de Estudos. Indaial:UNIASSELVI, 2011.

MEC. Por uma escola de cidados. Braslia:MEC/FNUAP, 1994.