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EDU s para a cidadania e o desenvolvimento social

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EDU s para a cidadania e o

desenvolvimento social

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ESPORTES EDUCATIV ~s

para a cidadania e o desenvolvimento social

Apoio Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF

SAMSUMG

Produção Instituto Formação

Claudio Henrique Lima da Silva Diretor Administrativo Vania Maria Monteles Viana Diretora Financeira e de Logística

Fabio Alessandro Sousa Cabral Secretário Executivo

Autores da sistematização Diane Pereira Sousa Incubadora de Esportes e Cidadania

Instituto Formação Fabio Alessandro Sousa Cabral Incubadora de Artes, Mídias e Tecnologias

Instituto Formação Maria Regina Martins Cabral Instituto Formação

Revisão llaria Favero Coordenadora do Programa Esporte para o Desenvolvimento

UNICEF no Brasil lmmaculada Prieto Especialista em Comunicação

UNICEF no Brasil Prof. Ms. Claudio Kravchychyn Universidade Estadual de Maringá/UEM

Departamento de Educação Física Prof. Ms. Sergio Augusto Rosa de Souza Universidade Federal do Maranhão/UFMA

Departamento de Educação Física Maria Regina Martins Cabral Instituto Formação

Colaboradores na sistematização

Camila Fernanda Pena Pereira Incubadora de Esportes e Cidadania Formação

Kassiana Pessoa Incubadora de Esportes e Cidadania Formação

Lidia Fernanda da Silva Vasconcelos Coordenação de Mobilização Formação

Narjara Margarida Incubadora de Esportes e Cidadania Formação

Projeto Gráfico e Diagramação Dupla Criação

Fotos Incubadora de Esportes e Cidadania

David Breimer Jaíro Aguilar

Matthias Gather

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APRESENTAÇÃO

O Brasil vive na atual década (2011-2020) um período de intenso debate sobre os esportes no país,

desde o futebol - grande _paixão nacional, até os esportes olímpicos e paralímpicos. Essa mobilização

ocorre devido aos grandes eventos esportivos que já aconteceram e que serão realizados:

5° Jogos Mundiais Militares do CISM, em 2011 (Rio de Janeiro);

A Copa do Mundo de Futebol, em 2014 (12 cidades do país);

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016 (Rio de Janeiro);

Nesse cenário em que convergem e divergem múltiplos interesses, perspectivas e visões,

organizações diversas se envolvem no debate sobre os esportes. Ninguém duvida da importância da sua

prática saudável e que o futebol faz parte da vida e do imaginário de crianças, adolescentes e jovens

espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

Para algumas organizações, esse debate já ~co_:.r~ há mais tempo. O Instituto Formação, por exemplo,

começou a atuar nessa área em 2003 compreendendo que na concepção de educação integral, os

esportes constituem conteúdo importante. A partir desse entendimento, passou a realizar alguns

experimentos estratégicos, nos seguintes formatos:

a) programas de formação de adolescentes, jovens e educadores sobre esportes educativos e

educacionais;

b) intercâmbios e construção de redes;

c) caravanas e festivais de futebol, handebol, vôlei e basquete;

d) caminhadas e corridas intergeracionais;

e) articulação de núcleos comunitários de esportes e lazer (NUCEL);

f) seminários para aprofundamento de metodologias de esportes educacionais e educativos;

g) encontros e conferências sobre políticas públicas na área dos esportes;

h) produção de material educativo.

Sua atuação é mais focada no Maranhão, mas tem se estendido para outros estados brasileiros. Esse

trabalho desenvolvido pelo Instituto Formação vem sendo apoiado por várias organizações, fundações,

fundos e redes, tais como: Fundação Kellogg (2003 a 2008), Fundo das Nações Unidas para a Infância -

UNICEF (desde 2005) e Fifa -Streetfootballword (desde 2006). A produção desta publicação é apoiada pelo

UNICEF e pela SAMSUMG.

O escritório do UNICEF no Brasil apoia iniciativas que buscam levar a educação física e o esporte,

como prática segura e inclusiva, às crianças e adolescentes em áreas onde as deficiências do sistema

nacional são mais acentuadas. As atividades apoiadas pelo UNICEF visam concretizar parcerias nas

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esferas federal, estadual e municipal, objetivando assegurar uma maior participação de crianças e

adolescentes em atividades esportivas nos municípios e nas comunidades onde moram e estudam.

O Instituto Formação é um ·desses parceiros do UNICEF. Em 201 O, via o Projeto Adolescentes

Mobilizados Pró-Selo, difundiu metodologias de esportes educativos em três tempos, para mais de

cinquenta municípios maranhenses. Em 2011, juntamente com o UNICEF, outras organizações e redes

realizou o 1 Encontro Brasileiro de Mediação em Esportes Educativos, em São Luís (MA).

Durante a preparação desse encontro foi elaborado pelo lnstit!-Jto Formação

e apoiado pelo UNICEF e pela SAMSUMG o Projeto Escola de Mediação

para os Esportes Educativos. Um dos objetivos desse projeto é o

desenvolvimento da cidadania de crianças, adolescentes e jovens

através da prática de esporte educativo/educacional e inclusivo nas

regiões Norte e Nordeste do Brasil, sobretudo em territórios abrangidos

pelo Semiárido e Amazônia.

Este texto foi elaborado a partir das experiências empreendidas pelo

Instituto Formação com muitas parcerias, desde 2005. Está dividido em

quatro partes:

Parte 1 - EIXOS, que contemplam os conteúdos:

esporte como direito, a partir do marco legal nacional e internacional;

processos de inclusão, através dos esportes;

espaços comunitários, para convivências e práticas de esportes.

Parte 2- METODOLOGIAS, que contemplam explicações sobre:

esportes em 3 tempos;

mediação em esportes educacionais.

Parte 3- MODALIDADES:

FUTrua3, Hand3, Volei3, Basquete3, Atletismo3.

Parte 4- PROJETO EDUCATIVO EM AÇÃO, desdobrado em:

temas transversais;

plano de ação.

A ideia desta publicação didática é contribuir para a formação de adolescentes e jovens mediadores,

subsidiando-os nas metodologias aqui apresentadas. Certamente, o conteúdo sistematizado é apenas

parte de um repertório maior, também refletido e elaborado por várias outras organizações espalhadas pelo

Brasil e por outros países. É apenas uma contribuição entre tantas outras que, ao serem socializadas, vão

compondo acervos para o trabalho com esportes educativos dentro e fora das escolas.

Instituto Formação

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ESPORTE OMODIREITO

O esporte representa uma linguagem universal para milhões de crianças, adolescentes e jovens no

mundo inteiro. Brincar e ter acesso à prática esportiva segura e inclusiva não é um privilégio, mas um direito

de todos e todas.

De acordo com o artigo 31 da Convenção sobre os Direitos da Criança adotada em 20 de novembro de

1980 e retificada em 21 de setembro de 1990 pela Assembleia das Nações Unidas, os "Estados Partes"

reconhecem à criança o direito ao repouso e aos tempos livres e o direito de participar em jogos e atividades

recreativas próprias da sua idade, bem como de participar livremente na vida cultural e artística de sua

cidade.

A defesa do esporte seguro e inclusivo como direito faz parte da garantia do próprio desenvolvimento

saudável do ser humano, por isso é importante que tenha acesso desde sua infância a essa prática.

São várias as razões para que a brincadeira e o esporte seguro e inclusivo sejam fundamentais para o desenvolvimento integral de cada criança e adolescente, por que:

• fazem bem à saúde e estimulam a aprendizagem;

• ampliam seu universo cultural;

• desenvolvem suas potencialidades;

• estimulam os hábitos e estilos de vida saudável;

e possibilitam o aprendizado de diversas maneiras de leituras do mundo;

e favorecem o relacionamento social e pessoal;

e proporcionam condições para uma vida com mais qualidade.

A Carta Internacional da Educação Física elaborada pela UNESCO aborda no conceito do esporte

educativo ou educacional a importância do mesmo para o desenvolvimento humano.

Essa Carta tem como objetivo renovar os conceitos que foram adotados antes e durante a Guerra Fria,

época em que prevaleceu nessa área uma ampla prática pela competição, sendo os esportes utilizados

muito mais para a formação de exércitos do que para o lazer ou como conteúdo importante para a formação

do homem integral.

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rr=======~==;;:::::::=====================~-- -~

Foi nos Jogos Escolares Brasileiros de 1985 que se iniciou mais fortemente no país o debate sobre o

esporte educacional. Entretanto, os cursos de Educação Física tiveram legislação específica abordando a

inclusão de pessoas com deficiência somente a partir da Resolução Nº3/87 instituída pelo Conselho

Federal de Educação.

Os Esportes na Legislação Brasileira a partir de 1988 A Constituição Federal do Brasil promulgada em 1988 prescreveu no seu artigo 217 ser "dever do

Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um".

A Lei nº 8672/1993 e o Decreto nº 981/1993, subsequentes, reforçam a importância do esporte

educacional no país.

Em 1995, a área dos esportes foi desmembrada do Ministério da Educação e foi então criado o

Ministério Extraordinário do Esporte.

Nesse período, o Governo elaborou o primeiro documento do país contendo os princípios fundamentais

do esporte educacional. Nesse documento foi explicitado que o esporte educacional valoriza em suas

práticas:

Coeducação

Cooperação

Emancipação

Participação

Regionalismo

Totalidade

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§1 º a prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas

regras de prática desportiva de cada modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais

de administração do desporto;

§2º a prática desportiva não formal é caracterizada pela liberdade lúcida de seus praticantes.

A referida lei define, em relação ao caput desse artigo, princípios do desporto como direito individual,

por exemplo:

1- Princípio da Soberania- caracterizado pela supremacia nacional na organização da prática desportiva;

li - Princípio da Autonomia - definido pela liberdade de pessoas físicas e jurídicas organizarem-se para

prática desportiva;

Ili - Princípio da Democratização - garantido em condições de acesso às atividades desportivas sem

quaisquer distinções ou formas de discriminação;

IV - Princípio da Liberdade - expresso pela livre prática do desporto de acordo com a capacidade e

interesse de cada um, associando-se ou não a entidade do setor;

V - Princípio do Direito Social - compreendido pelo dever do Estado em fomentar as práticas desportivas

formais e não-formais;

VI - Princípio da Diferenciação - referente ao tratamento específico dado ao desporto profissional e não

profissional;

VII - Princípio da Identidade Nacional, refletida na proteção e incentivo às manifestações desportivas de

criação nacional;

VIII- Princípio da Educação - relacionado com o desenvolvimento integral do homem como ser autônomo

e participante e fomentado por meio da prioridade dos recursos públicos ao desporto educacional;

IX - Princípio da Qualidade - garantido pela valorização dos resultados desportivos educativos e dos

relacionados à cidadania e ao desenvolvimento físico e moral;

X- Princípio da Descentralização - operacionalizado mediante organização e funcionamento harmônicos

de sistemas desportivos diferenciados e autônomos para os níveis federais, estaduais, distrital e municipal;

XI - Princípio da Segurança - propiciado ao praticante de qualquer modalidade desportiva quanto a sua

integridade física, mental e sensorial;

XII-Princípio da Eficiência-alcançado por meio do estímulo à competência desportiva.

Ainda sobre o artigo 217 da Constituição Federal estão definidos nos seus incisos:

1 - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações quanto a sua organização e

funcionamento;

li - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos

específicos, para a do desporto de alto rendimento.

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• Desporto Educacional, como o "praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de

educação, evitando-se a seletividade e a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade

de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania

e a prática do lazer".

• Desporto de Participação, aquele praticado "de modo voluntário compreendendo as modalidades

desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude

da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente".

• Desporto de Rendimento, aquele que é "praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de

prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar

pessoas e comunidade do País e estas com as de outras nações".

Em 2003, o Ministério dos Esportes ganha mais força e passa a ser responsável não apenas pelo

esporte de alto rendimento, mas por desenvolver ações de inclusão social através de esporte, de modo a

garantir acesso gratuito à prática esportiva, com a proposta de oportunizar melhor qualidade de vida e de

desenvolvimento humano aos brasileiros via o esporte educacional.

O esporte educacional é praticado nos sistemas de educação formal e não-formal, adaptando regras,

estruturas, espaços, materiais e formas, de acordo com as condições sociais e pessoais existentes.

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PROCESSOS DE INCLUSÃO A literatura e a legislação no Brasil que abordam a inclusão nos esportes se referem mais ao processo

de inclusão de pessoas com deficiências: deficiência física/motora, deficiência mental, deficiência visual,

deficiência auditiva, o que em si é um avanço importante, que inclusive precisa ser materializado com todas

as condições de acessibilidade necessárias.

Apesar de ser de grande importância essa perspectiva e a adequação dos espaços educativos e

esportivos para garantia de acessibilidade a todas as pessoas com deficiência, bem como o

desenvolvimento de metodologias específicas para essa cobertura, o conceito da inclusão será

contemplado neste texto sob a perspectiva do direito de todos ao lazer, à brincadeira, ao jogo, ao esporte de

uma maneira geral, independente de serem cidadãos com ou sem deficiência, altos ou baixos, gordos ou

magros, homens ou mulheres, ricos ou pobres, habitantes da zona rural ou urbana, povos da floresta,

comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhos, das periferias, das cidades pequenas, médias ou das

metrópoles.

É esse processo de inclusão que denotará o sentido do esporte educativo/educacional como um dos

meios de construção de uma sociedade inclusiva, tolerante, pacífica que respeita as diferenças e busca

superar as desigualdades.

Mas, afinal, inclusão para qui?

A visão que está em nosso horizonte é a de que os processos de inclusão nos esportes e pelos esportes

contribuam para um conjunto grande de superações de limites e de condições negativas aumentando

sentimentos de autoestima entre as pessoas e diminuindo a

violência entre os mais jovens.

Ao se conhecer determinados contextos onde as

práticas de esportes educacionais se desenvolvem

é possível mirar o que se deseja alcançar: a

elevação da autoestima, a solidariedade, o

desenvolvimento pessoal e social, o combate ao

bullying, o simples lazer, a construção de relações

solidárias, a mobilização de pessoas, saúde,

alegria, motivação.

e Todas as pessoas precisam ser cuidadas durante a prática desenvolvida, de modo particular

crianças, idosos e pessoas com deficiências.

e É importante valorizar as expressões culturais locais e respeitar a subjetividade e os perfis diversos

dos grupos onde são desenvolvidas as práticas de esportes educacionais e lnclusivos.

e A integração de diferentes grupos em comunidades globais de aprendizagem contribui para o

desenvolvimento das pessoas incluídas.

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e Compreender a ação existente entre os sujeitos e as suas histórias de vida.

e Identificar as potencialidades para que se possa interagir e transformar as situações concretas, a

partir de iniciativas que promovam o autoconhecimento e, ao mesmo tempo, a investigação profunda

sobre os elementos que fazem parte das diversas realidades.

e Avaliar as possibilidades de superação dessas realidades e de construção de novas soluções para

os problemas existentes, potencializando sentimentos e valores, como: autoestima, solidariedade,

coletividade, democratização, respeito a diversidades, cidadania.

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ESPACOS COMUNITÁRIOS •

Para que seja viabilizada a prática de esportes educativos, com inclusão de todos, diversos espaços

precisam ser viabilizados, para além dos tradicionais já existentes, como campo de futebol ou quadra

coberta.

Esses espaços devem ser construídos e mantidos pelo poder público, mas não podem ser

considerados como condição indispensável ou único lugar possível para que se realizem práticas de

esportes educacionais e de lazer comunitário.

Afinal, as pessoas vivem hoje e, é nesse tempo presente, que elas precisam se reunir, brincar, jogar e

se desenvolver. Dessa forma, a construção pedagógica e a prática educativa podem preceder o espaço

físico, ou seja, a partir do domínio da metodologia o esporte pode ser praticado em espaços adaptados,

enquanto novos espaços ideais vão sendo construídos.

Quando uma ideia é concebida e inicialmente operacionalizada antes da existência de condições

materiais ideias, a prévia materialização da mesma pode potencializar e dar mais sentido para os

investimentos que devem ser feitos, inclusive nos espaços físicos e no custeio das ações permanentes.

O espaço da rua

No bojo de tanta violência nas grandes cidades, mas também nas médias e pequenas, o espaço da rua

tem se transformado gradativamente em lugar perigoso, onde o medo tem sido o sentimento predominante,

responsável pelo afastamento de muitas pessoas da convivência saudável entre vizinhos e amigos nesse

lugar, outrora tão rico em atividades de convivência e de lazer.

Isso ocorre porque a rua tornou-se insegura, não apenas por causa do movimento frenético dos

veículos, mas também pelo aumento da violência, que chega inesperadamente onde menos se espera, por

várias razões conjunturais, o que faz com que na vida urbana de hoje, a rua tenha se transformado em um

espaço de riscos e acidentes contínuos.

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Essa realidade, contudo, não pode ser razão para cruzamento de braços çomo justificativa para nada

ser feito no sentido de um movimento de ressignificação e reconstrução desse espaço tão lúdico. Quem nas

cidades menores, nos bairros mais tranqüilos, não gostava ou ainda gosta de permanecer na porta de casa

olhando os transeuntes passeando, as crianças empinando pipa, chutando bola, andando de bicicleta,

skate, patins, jogando bolinha de gude, namorando na porta de casa ou apenas conversando com os

amigos em alguma esquina da rua X?

As ruas existem em todas as quadras (geograficamente falando) do planeta. É um espaço que está

diante das pessoas. Por isso elas precisam ser recuperadas e apropriadas pelas pessoas também como

áreas de lazer. Se não é possível em todos os lugares, pelo menos que seja nas pequenas cidades, nas

áreas rurais, nas periferias menos movimentadas, de modo a continuarem proporcionando encontros,

jogos, práticas sociais e construção de redes.

Nessas ruas mais tranquilas, as crianças e adolescentes

podem permanecer acompanhados pelos pais e vizinhos,

sem necessidade de irem para lugares afastados que

possam representar algum tipo de perigo,

distantes da escola ou de suas famílias.

Outros espaços comunitários Muitos outros espaços além do campo, da quadra e das ruas podem ser adaptados para a prática do

esporte e do lazer, tanto em regiões rurais como urbanas: a praia, o rio, a várzea, o quintal, o pátio, as

praças.

Devemos avançar na garantia de espaços e equipamentos adequados para a prática de esporte pelas

crianças e adolescentes nas escolas e demais espaços públicos do município.

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Parte .. 2 METOD GIA ESPORTES EM 3 TEMPOS

Muitas pessoas já praticam atividades esportivas nesses diversos espaços comunitários. A tradicional

pelada, variações diversas do jogo de travinhas, o basquete de rua, vôlei, skate, caminhadas, corridas,

ciclismo, etc.

Contudo, este texto trata de uma proposta que agrega alguns elementos novos, sempre com a

perspectiva da brincadeira e do entretenimento, mas também de provocar processos de desenvolvimento e

de convivência solidária e pacífica mediante práticas de diálogos integradas com as práticas do esporte em

si.

A metodologia dos três tempos nessas modalidades propõe as seguintes especificidades:

• Todos podem brincar e jogar juntos: o alto, o baixo, o magro, o gordo, pessoas com deficiências,

homens e mulheres. Caracteriza-se principalmente por uma metodologia inclusiva.

e O espaço do esporte não deve separar as pessoas, assim como não separam (ou não deveriam

separar) a sala de cinema, o restaurante, a biblioteca, o teatro, a rua. Evidentemente, para

algumas práticas, os mais adultos se agrupam e os mais jovens também. Quando possível, a

ação pode ser intergeracional.

• Desde muito cedo é possível trabalhar com a metodologia também nas Creches. Caso esse

trabalho seja uma opção de uma determinada instituição da Educação Infantil, o professor será

orientado a trabalhar o conteúdo dos esportes3 com as

crianças mais novas. 'Para isso precisa compreender a

metodologia, da mesma forma como precisa saber o

conteúdo necessário para o trabalho com arte e

literatura, por exemplo.

• As regras são construídas coletivamente

antes de cada prática, fortalecendo assim, o

caráter participativo dos jogadores nas

decisões e reconstruções das regras e das

próprias modalidades. Evidentemente,

existem regras gerais que caracterizam a

própria metodologia, mas regras específicas são

combinadas e adaptadas permanentemente.

• Todos devem ser participativos, tocarem na bola,

correrem ou brincarem juntos.

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Explicando melhor os 3 tempos

Os próprios jogadores ou participantes determinam regras específicas do

jogo através de combinados. Esse papel é coordenado por um mediador. As

regras definidas pelo coletivo são transformadas em itens de uma planilha a

ser preenchida pelo mediador ou alguém que ele designe.

Quando a prática do jogo ou do atletismo, em si, efetivamente ocorre de

acordo com as regras discutidas e estabelecidas pelos participantes.

Quando finaliza a parte prática do jogo, todos se reúnem para refletir sobre o

que ocorreu no segundo tempo e se as questões refletidas e os combinados

do primeiro tempo foram seguidos.

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Parte 2 - MET DOLOGI S -MEDIAC O EM ESPORTES • EDUCACIONAIS

Nos esportes 3 não existe árbitro nem técnico. Existe um adolescente, jovem ou educador/professor

que assume o papel de mediador dos três tempos, que sabendo das regras gerais dos esportes com os

quais trabalhará, tem a tarefa de:

• mobilizar, informar regras e técnicas gerais da modalidade proposta;

e orientar e coordenar construção de combinados;

e observar e preencher a planilha, a partir do que acontece na prática do esporte - no segundo

tempo;

e coordenar as discussões, reflexões e avaliação final- no terceiro tempo.

A ação de mediar, portanto, ocorre numa relação horizontal, através do diálogo, a partir de definição e

observação de cumprimento dos combinados construídos coletivamente, ou previamente estabelecidos

para um determinado fim, num espaço de tempo delimitado.

É dialogando e agindo que se criam as possibilidades de intervenção pedagógica na zona de

desenvolvimento proximal de crianças, adolescentes e jovens para que cada vez mais haja aprendizados

significativos, levando os sujeitos da ação a prosseguirem avançando na sua zona de desenvolvimento

potencial, transformando · sistemática e progressivamente, aquilo que é o seu conhecimento real

acumulado.

É possível falar de

adolescentes, jovens e

educadores mediadores em

práticas de esportes, como

em práticas de arte e cultura,

de meio ambiente e de

comunicação, entre tantas

outras áreas e temáticas.

Eles podem atuar na zona de

desenvolvimento proximal de

crianças, adolescentes e

jovens.

Assim, enquanto com

essa metodologia se trabalha

com o mediador, no esporte de alto rendimento se tem o ...___.... __

técnico e o árbitro.

Apesar dos dois verbos MEDIAR E ARBITRAR terem sentidos parecidos existe uma sutileza no papel

do mediador.

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O árbitro julga e impõe a partir de seu julgamento, respeitadas as regras definidas fora do campo.

O mediador, nesta metodologia, se baseia nos acordo do primeiro tempo, sem impor sua vontade e sua

percepção subjetiva, podendo as equipes que estão participando da atividade utilizar argumentos diversos

no caso de não concordarem com a leitura feita pelo mediador. Os resultados são negociados pelos

próprios jogadores.

Essa ação é diferente da arbitragem, em que o árbitro se reúne com outros árbitros e são eles que

definem as regras, sem a presença dos jogadores.

Toda a metodologia adotada prevê que as partes que a utilizam estejam permanentemente se

qualificando e aplicando os conhecimentos apreendidos na qualificação de outras pessoas, numa ciranda

permanente de troca de conhecimentos.

Para se expandir a experiência, essa ciranda formativa prevê alcançar:

• novos adolescentes, jovens e educadores- potenciais mediadores;

• públicos diversos para a reaplicação das práticas;

• dirigentes municipais na área dos esportes educacionais;

e dirigentes e educadores de organizações e movimentos sociais interessados.

A consolidação de propostas como essa pode requerer que sejam expandidas as práticas

em termos de escala e de forma de organização e atuação em nível local, territorial e global.

e Participação ativa de adolescentes e jovens nos debates de definição de

políticas públicas de esportes e lazer;

e Construção coletiva (sociedade política e Governo) de circuitos virtuosos de

nexos entre as unidades de experimentação, sistematização metodológica e

produção científica, constituindo circuitos de lazer e produção de conhecimento,

considerando o potencial para a prática do esporte educativo ou mesmo de

rendimento existente nos municípios, criando assim as formas de

funcionamento de novas políticas e de novos currículos para as escolas;

• Concretização de políticas públicas de esportes e lazer.

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p e - ODALIDADE

São muitas as modalidades possíveis de serem adaptadas com

essa metodologia dos 3 tempos de esportes praticados

simultaneamente por homens e mulheres com a condução de um

mediador .

.1 No Instituto Formação adotamos os seguintes nomes para as modalidades trabalhadas no esporte3:

FUTrua3, Hand3, Vôlei3, Basquete3, Atletismo Misto.

•i*)l;!fil§I Apesar de o jogo ser chamado FUTrua (futebol de rua), ele se adéqua a partir da metodologia dos 3

tempos a qualquer ambiente e não apenas a rua.

O futebol de rua no sentido clássico tem uma longa história no Brasil e no mundo, oriundo das

tradicionais peladas praticadas por muitas pessoas em campos, quadras, várzeas, ruas e outros espaços.

Entretanto, desde o final do século XX passou a ser denominado futebol de rua também a prática dessa

modalidade numa dimensão educativa e inclusiva, sem caráter meramente competitivo ou mesmo de lazer

excludente.

Neste texto não é a história das antigas peladas o conteúdo que está sendo abordado, mas aquele

referente aos jogos planejados para provocarem processos de combate à discriminação e que promovem a

inclusão, pelo lazer, de todos que desejam participar.

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Hand3

O handebol é jogado numa área com duas traves em cada extremidade, como no futebol/futsal.

O Hand3 é um jogo com fundamentos e regras baseados no handebol tradicional, mas que nessa

versão elas são rediscutidas pelos jogadores antes das partidas e colocadas em prática pelo mediador, de

acordo com a metodologia dos esportes3.

O Handebol tradicional tem como uma de suas características fundamentais o passe. O jogo é

realizado somente com as mãos, podendo o jogador passar a bola com a mão esquerda, direita ou as duas

ao mesmo tempo. O início do jogo (de cada partida) ocorre com um ou dois jogadores, no centro da quadra,

passando a bola para o seu companheiro. É esporte olímpico desde 1936.

No Hand3 os jogadores podem quicar, fitar e driblar com a bola garantindo a dimensão do

entretenimento, do lazer e que todos participem do jogo.

O Hand3 poderá ser jogado em qualquer área, desde campos, quadras, ruas, pátios de escolas,

sempre com segurança e cuidados.

• o que será considerado falta;

• como será cobrado o lateral;

• como será lançado o tiro de canto.

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Volei 3

----O vôlei clássico é um jogo com fundamentos e regras próprias, bem conhecidas no Brasil. As equipes (6

de cada lado ou duplas p/vôlei de praia) são divididas por uma rede que fica no meio da quadra.

O jogo começa com um dos times sacando. A bola do saque deve ultrapassar a rede e seguir ao campo

do adversário onde os jogadores tentam evitar que a bola que entrou no seu campo caia dentro da parte

demarcada, usando qualquer parte do corpo para esse fim. O jogador pode rebater a bola para que ela

retorne ao campo da outra equipe, sempre alternando os jogadores que dão os toques. Caso a bola caia do

seu lado é ponto do time adversário. É esporte olímpico desde 1964.

O vôlei3 é jogado em uma área dividida por uma rede ou corda e as regras podem ser as

mesmas ou outras, desde que combinadas e adaptadas no primeiro tempo da prática esportiva.

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Além do basquete olímpico, conhecido por todos os brasileiros, existe também o streetball, ou

basquete de rua.

O basquete ou bola ao cesto é um esporte jogado por duas equipes de 5 jogadores que têm por

objetivo passar a bola por dentro de um cesto colocado nas extremidades da quadra, seja num

ginásio ou ao ar livre.

Os aros que formam os cestos são colocados a uma altura de 3 metros e 5 centímetros. Os

jogadores podem caminhar no campo desde que driblem, batendo a bola contra o chão, a cada

passo dado. Também é possível executar um passe, ou seja, atirar a bola em direção a um

companheiro de equipe. É esporte olímpico desde os Jogos Olímpicos de Verão de 1936, em

Berlim.

O basquete de rua dá ao jogador a liberdade de criar e improvisar jogadas. Também conhecido

como streetball é a continuação do basquete de quadra, onde são valorizadas, principalmente, a

habilidade e a criatividade de cada atleta, ou seja, a altura não é fator indispensável e sim a

habilidade técnica e de improvisação.

Com regras menos rígidas do que o basquete de quadra, o basquete de rua pode ser jogado

com qualquer tipo de formação; desde o um contra um até o 5 contra 5. No entanto, entre as

disputas mais comuns está o 3 contra 3, que é o torneio mais conhecido no Brasil.

O basquete3 é jogado em uma área que contém um aro centralizado ou dois aros em extremidades, como no basquete tradicional ou no streetball. Suas regras podem ser as mesmas do basquete ou do streetball, bem como podem ser outras, discutidas no primeiro

tempo do jogo.

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O atletismo é a forma organizada

mais antiga de esporte. As primeiras

reuniões sobre essa prática esportiva

registradas na história aconteceram nos

Jogos Olímpicos (Grécia) no ano 776 a.e

Constitui-se atualmente em um

conjunto de esportes composto por três

modalidades: corrida, lançamentos e

saltos.

É uma das modalidades mais

interessantes que existem. Não necessita

de muitos recursos para a realização

desta prática, apenas a disposição de ... ~~~!!IF­

quem deseja praticá-la.

O atletismo3 está sendo experimentado com as seguintes variações:

• corridas de curta distância - 1500m; 3000m; 5.000m; • corridas em duplas mistas - 200 e 400 m • corridas com obstáculos (variados)- 100m, 200m, 400m e revezamento (variados)- 400m.

Cada tipo de corrida tem regras gerais divulgadas no material de divulgação e combinados específicos

discutidos no primeiro tempo da corrida.

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r EMACA TEMAS TRANSVERSAIS

No trabalho com a metodologia podem ser aprofundadas temáticas ou eixos para reflexões e vivências

durante as práticas dos esportes nos três tempos. No Projeto Escola de Mediação, por exemplo, que está

sendo desenvolvido no Nordeste Brasileiro, os Núcleos Comunitários de Esporte e Lazer (NUCEL) desse

projeto estão trabalhando as diferentes modalidades a partir dos seguintes temas transversais:

individualidade e coletividade

solidariedade

respeito à diversidade

PLANO DE ACÃO ..

democratização

cidadania

Os temas transv~rsais podem ser utilizados na organização de um projeto educativo de um

determinado NUCEL. Ou seja, além de toda fundamentação anterior que respalda a metodologia da ação,

pode ser pensado um plano de trabalho.

Exemplificando:

O NUCEL X organiza sua proposta pedagógica para ser desenvolvida ao longo de 1 O meses de atividades (de fevereiro a novembro). Distribui os temas por bimestre.

1° bimestre 2° bimestre 3° bimestre 4°bimestre 5° bimestre

individualidade democratização respeito à e coletividade diversidade

Cidadania a definir pelo NUCEL

Esses eixos temáticos são planejados por cada NUCEL a partir dos processos de formação dos

adolescentes, jovens e educadores como mediadores que trabalharão com os esportes educacionais e

inclusivas.

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No primeiro bimestre são planejadas atividades para 8 semanas, inicialmente 2 djas por semana, 2 horas

por dia, o que equivale a 32 horas por bimestre de prática do esporte. Essa carga horária pode variar de

acordo com o Núcleo. Para o caso exemplificado, o tempo será assim definido:

3° Tempo

Exemplificando:

Semana 1ª

Manhã 2h 2h 2h 2h 2h 2h 2h 2h

Tarde 2h

Quando as regras de um determinado NUCEL para as práticas esportivas são bem conhecidas e já

transformadas em planilhas fixas, não se precisa a cada jogo construir novas regras, mas se avança nas

reflexões aprofundando os eixos temáticos no primeiro e terceiro tempo.

Exemplificando: Temática do 1° Bimestre: INDIVIDUALIDADE E COLETIVIDADE

Modalidades: FUTrua3 / Hand3

Planejamento Geral do Bimestre:

Manhãs - prática do futebol

Tardes- prática do handebol

7 semanas com vivências do futebol e handebol - 3 tempos

1 Festival de Esportes Inclusivas- Futebol e Handebol para concluir o Bimestre

Exemplificando:

Semanas 1° tempo - 40 minutos 2° tempo - 50 minutos 3° tempo - 30 minutos

1ª semana Ciranda para auto-retrato de Jogo Como vocês avaliam o jogo? cada um. (sem planilha)

Que regras vocês identificaram no Diálogo: jogo? Por que estamos aqui?

Quem foi individualista? Por quê? Por que gostamos de jogar futebol/handebol? Quem jogou coletivamente? Por

quê? Nosso jogo será entre meninos e meninas, o que Como foi jogar meninos e vocês acham? meninas?

Por que faremos assim? REFLITAM EM CASA, COM A FAMILIA, SOBRE O QUE É SER

Que regras do INDIVIDUALISTA E O QUE É SER futebol/handebol vocês SOLIDÁRIO. conhecem?

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Semanas 1° tempo - 40 minutos 2° tempo - 50 minutos 3° tempo - 30 minutos

2ª semana Que regras iremos construir para os jogos deste bimestre? (Regras serão construídas no coletivo)

3ª semana Revisão das regras

Apresentação da planilha

Preenchimento da planilha

Revisão das regras, acréscimos de novas se considerarem necessário.

Reflexão sobre esportes e mediação.

5ª semana Revisão das regras

Discussão sobre o jogo limpo e solidário (Fair play e Solidariedade).

6ª semana Revisão das regras

Discussão do Festival do Bimestre - Festival Solidariedade

7ª semana Organização de quadro com principais regras criadas no Bimestre.

Organização de quadro com principais aprendizados do Bimestre.

Revisão da organização do Festival.

Elaboração das tabelas.

Jogo (sem planilha)

Jogo (com planilha)

Jogo (com planilha - mediada por

adolescentes entre os jogadores)

Jogo (com planilha)

Jogo (com planilha)

Jogo (com planilha)

Avaliação a partir das regras construídas.

O que vocês refletiram em suas casas sobre individualismo e solidariedade?

Como se saíram no jogo de hoje?

Avaliação a partir das regras e questões que permanecem no bimestre.

Avaliação a partir das regras e questões que permanecem no bimestre.

O que vocês acham do papel do mediador?

Temos praticado o jogo limpo?

Fora daqui praticamos o jogo limpo?

Planejamento do Festival do Bimestre - Festival Solidariedade

(Planejar regras para o Festival e para premiação)

Revisão da organização do Festival.

Elaboração das tabelas .

8ª semana Festival de FUTrua3 e Hand3 - CAMPEÕES DA SOLIDARIEDADE!!!

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Exemplo de planejamento de Festivais para atividades em escolas públicas. ,,

A ideia é a partir do diálogo com a escola o proponente organiza festivais de 3 horas por turno.

Exemplo 1 - FESTIVA FUTrua3

Objetivo: Socializar prática de FUTrua em 3 tempos, com mediador e uso de planilhas.

Duração: 3 horas. Cada partida com duração de 18 minutos.

1° tem o 5'

2° tem o 8'

3° tem o 5'

Intervalo entre um jogo e outro - 2'

EQUIPES A B C D E F

TABELA

RODADAS JOGOS EQUIPES HORÁRIO

1ª rodada Jogo 1 EQUIPE A EQUIPE B 8h40 Jogo 2 EQUIPE C EQUIPE D 9h Jogo 3 EQUIPE E EQUIPE F 9h20

2ª rodada Jogo 4 EQUIPE A EQUIPE D 9h40 Jogo 5 EQUIPE B EQUIPE F 10h Jogo 6 EQUIPE C EQUIPE E 10h20

3ª rodada Jogo 7 EQUIPE A EQUIPE E 10h40 Jogo 8 EQUIPE B EQUIPE D 11 h Jogo 9 . EQUIPE C EQUIPE F 11h20

TEMÁTICA: INCLUSÃO PLANEJAMENTO: MEDIADOR

Para cada rodada e cada partida terá uma planilha com espaços para as avaliações a partir das temáticas.

1ª rodada

2ª rodada

3ª rodada

1° T 3° T ~~~~~~~~~~~~~~~~----.

Ciranda de identidade (nome, cidade) Como foi jogar meninos e Breve explicação do jogo - uso da planilha meninas? De 1 a 3 pontos Por que jogamos meninos e meninas? quanto dariam para sua

equipe e para a outra quipe?

Para vocês o que significa um jogo onde todos podem jogar: baixinhos, altinhos, gordinhos, pessoas com deficiências, meninos, meninas? Como melhorar nosso jogo nesta rodada?

Quais os principais problemas da primeira e segunda rodada? E os pontos positivos? Como podemos incluir mais as pessoas nos jogos?

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Que regras do FUTrua estão muito claras no nosso jogo nessas duas primeiras rodadas? De 1 a 3 pontos quanto dariam para sua equipe e para a outra equipe?

Qual foi a equipe que melhor incluiu nas três rodadas? Por que? De 1 a 3 pontos quanto dariam para sua equipe e para a outra equipe?

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Exemplo 2 - FESTIVAL Hand3

Objetivo: Socializar prática de HANDEBOL em 3 tempos, com mediador e uso de planilhas.

Duração: 3 horas. Cada partida com duração de 18 minutos.

1° tem o 5'

2° tem o 8'

3° tem o 5'

Intervalo entre um jogo e outro - 2'

EQUIPES A B C D E F

TABELA

RODADAS JOGOS EQUIPES

1ª rodada Jogo 1 EQUIPE A Jogo 2 EQUIPE C Jogo 3 EQUIPE E

2ªrodada Jogo 4 EQUIPE A

Jogo 5 EQUIPE B

Jogo 6 EQUIPE C

3ªrodada Jogo 7 EQUIPE A Jogo 8 EQUIPE B

Jogo 9 EQUIPE C

Planejamento do 1° e 3° tempo TEMATICA: COLETIVIDADE PLANEJAMENTO: MEDIADOR

HORÁRIO

EQUIPE B 14h

EQUIPE D 14h20

EQUIPE F 14h40

EQUIPE D 15h

EQUIPE F 15h20 EQUIPE E 15h40

EQUIPE E 16h

EQUIPE D 16h20

EQUIPE F 16h40

Para cada rodada e cada partida terá uma planilha com espaços para as avaliações a partir

das temáticas.

1ª rodada

2ª rodada

3ª rodada

Ciranda de identidade (nome, cidade) Por que estamos aqui? Breve explicação do jogo

Que regras do handebol vocês conhecem? Por que jogamos meninos e meninas? Como melhorar nesta rodada?

Quais os principais problemas da primeira e segunda rodada? E os pontos positivos? Como melhorar para exercer mais a coletividade?

3ºT

Como foi jogar meninos e meninas? De 1 a 3 quanto dariam para sua equipe e para a outra equipe?

Que regras do handebol estão muito claras no jogo? De 1 a 3 quanto dariam para sua equipe e para a outra equipe?

Quais são as características de um jogo onde a coletividade é mais importante que a individualidade? Quem melhor praticou a coletividade nos 9 jogos? De 1 a 3 quanto dariam para sua equipe e para a outra equipe?

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PLANILHA GERAL - ESPORTES 3

Mediador: 1 Local: 1 Data:

EQUIPE 1 EQUIPE2 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 Representante: Representante:

REGRAS E ACORDOS - 1 ºTEMPO

1.

2

3

4

5

6

DURAÇÃO

POSSIBILIDADE 1 POSSIBILIDADE 2 PRÁTICA DE 1 HORA ATIVIDADES PRÁTICA DE 20 MINUTOS ROTINEIRAS FESTIVAIS 1° TEMPO 2ºTEMPO 3ºTEMPO lºTEMPO 2ºTEMPO 3ºTEMPO 15' 30' 15' 5' 10' 5'

PONTUAÇÃO -AVALIAÇÃO - 3° TEMPO

ITENS PONTUAÇÃO PONTUAÇAO PONTOS EQUIPE 1 EQUIPE2

Regra 1 la5 Regra 2 la5 Regra3 la5 Regra4 la5 Regra 5 la5 Autoavaliação la5 geral Avaliação da la5 outra equipe

Gols cada ~ol vale 1 e fcode dobrar se antes do go os toques orem numa tabela mista

Cestas cada cesta vale 1 e pode dobrar se antes da cesta os toques forem numa tabela mista

Pontos cada ponto vale 1 e Lode dobrar se antes de passar a bo a para a outra qqadra os toques forem numa tabela mista

Total

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Produção: Apoio: 1

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