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Para Hélio Tornaghi, "o processo penal é uma seqüência ordenada de fatos, atos e negócios jurídicos que a lei impõe (normas imperativas) ou dispõe (regras técnicas e normas puramente ordenatórias) para a averiguação do crime e da autoria e para o julgamento da ilicitude e da culpabilidade".
Direito Processual Penal é "o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares".
o objeto do processo é a pretensão processual assentada em uma situação substancial ampla que abrange os elementos do fato típico, a sua classificação e todas as circunstâncias de ordem material ligadas ao fato e ao agente responsáveis pela individualização da pena"
É, pois, o ramo do direito público constituído pelo conjunto sistemático de normas e princípios que regula a atividade da jurisdição, o exercício da ação e o processo em matéria penal, bem como a tutela da liberdade de locomoção, quando o direito penal aplicável, positiva ou negativamente, é o direito penal comum
O objeto do direito processual penal é o estudo das normas e princípios relativos às pessoas que intervêm no processo, às relações entre elas, e ao procedimento, entendido este como a coordenação das atividades por elas desenvolvidas.>[9]>
1.6. Sistemas Processuais
– Sistema Inquisitório
São características do Sistema Inquisitório:
a) julgamento feito por magistrado ou juiz permanente, que sempre é um funcionário do rei ou autoridade subordinada ao poder governamental;
b) juiz acusa, defende e julga, sempre se sobrepondo à pessoa do acusado;
c) acusação, que sempre é ex officio, permite que a denúncia seja feita de forma secreta;
d) procedimento escrito, secreto, não admitindo contraditório e, consequentemente, ampla defesa;
e) julgamento com base na prova tarifada;
f) prisão preventiva é regra;
g) decisão jamais transita formalmente em julgado, podendo o processo ser reaberto a qualquer tempo.
– Sistema Acusatório
É o sistema adotado pelo Estado brasileiro. Possui as seguintes características:
a) investigação afeta a um órgão do Estado, distinto do órgão judiciário;
b) processo de partes, estando de um lado a acusação (Ministério Público, ofendido), de outro o acusado;
c) presunção de inocência;
d) julgamento feito por populares (jurados) ou por órgãos judiciários totalmente imparciais;
e) igualdade das partes;
f) necessidade do contraditório;
g) prova produzida pelas partes;
h) liberdade das partes quanto à apresentação das provas, não podendo o juiz exercer ato de natureza persecutória;
i) proibição de o juiz provocar sua própria jurisdição;
j) processo oral, público e contraditório;
l) livre convicção quanto à apreciação das provas;
m) liberdade do acusado é regra, admitindo-se, excepcionalmente, prisão preventiva;
n) proibição ao juiz de impor pena impor pena superior àquela pedida pelo acusador;
o) sentença faz coisa julgada, mormente em favor do réu.
– Sistema Misto
É também denominado Sistema Napoleônico ou Reformador. É a combinação dos dois anteriores. Possui as seguintes características:
a) acusação reservada a um órgão do Estado;
b) instrução secreta e escrita;
c) debate público e oral;
d) juiz livre em seu convencimento;
e) compreende duas fases procedimentais distintas: instrução e julgamento. Na instrução, apura-se a existência do crime e sua autoria; é presidida por um juiz; não há contraditório; os atos processuais são escritos e secretos. No julgamento, exsurge acusação formal, oportunidade em que caberá o contraditório; além disso, o procedimento é oral e público.
– Sistema Antropológico
Surgiu com a Escola Positivista. O julgamento é feito com base em fatores antropológicos. Há, aqui, uma mescla dos procedimentos acusatório e inquisitório. Eis as suas características:
a) magistrado expert em sociologia, fisiologia e antropologia criminal e não em direito;
b) preconiza a extinção do júri;
c) pena como sendo uma necessidade social; logo, deve ser sempre aplicada para evitar o perigo da reincidência;
d) casos de prisão preventiva ampliados e de fiança diminuídos;
e) recursos restritos e menor rigor no cumprimento dos pressupostos recursais.
art. 144, § 1º, I a IV, da CF
arts. 129, VIII, e 144, caput, ambos da CF