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Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP SINDEPRESTEM São Paulo – 22/06/2007

Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

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Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP SINDEPRESTEM São Paulo – 22/06/2007. Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP Evolução ocupacional recente no mercado de trabalho - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista

Hélio Zylberstajn – FEA/USP  

SINDEPRESTEM 

São Paulo – 22/06/2007

Page 2: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista

Hélio Zylberstajn – FEA/USP

1.Evolução ocupacional recente no mercado de trabalho

2. Introdução: flexibilizar, desregular ou deixar como está?

3.Questão crítica: regular a demissão4.Tendência à competição predatória5.Tributação sobre o trabalho6.Pontos básicos para uma reforma trabalhista e

sindical7.Regras de demissão8.Considerações finais

Page 3: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Ocupações mais freqüentes no setor formal do Brasil Quantidade % % Acum Crescimento1. Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administr... 3356659 10,1% 10,1% 9,6%2. Operadores do comércio em lojas e mercados 2245940 6,8% 16,9% 20,1%3. Trab. nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logra... 1583023 4,8% 21,6% 7,6%4. Porteiros e vigias 696224 2,1% 23,7% 8,4%5. Professores de nível médio no ensino fundamental 669719 2,0% 25,7% 0,6%6. Professores de nível superior do ensino fundamental (primeira a qua... 637440 1,9% 27,6% 0,6%7. Alimentadores de linhas de produção 590719 1,8% 29,4% 19,2%8. Técnicos e auxiliares de enfermagem 546650 1,6% 31,1% 13,3%9. Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 544490 1,6% 32,7% 11,7%10. Motoristas de veículos de cargas em geral 528589 1,6% 34,3% 19,6%11. Ajudantes de obras civis 515534 1,6% 35,8% 14,3%12. Vigilantes e guardas de segurança 504029 1,5% 37,4% 14,0%13. Mantenedores de edificações 491458 1,5% 38,8% 24,7%14. Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 470262 1,4% 40,3% 21,2%15. Recepcionistas 450429 1,4% 41,6% 13,8%16. Dirigentes do serviço público 442379 1,3% 42,9% 6,4%17. Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias 403079 1,2% 44,2% 17,0%18. Cozinheiros 396361 1,2% 45,3% 18,6%19. Supervisores administrativos 379610 1,1% 46,5% 30,4%20. Trabalhadores agropecuários em geral 378845 1,1% 47,6% 5,3%21. Motoristas de veículos de pequeno e médio porte 347172 1,0% 48,7% 11,6%22. Professores do ensino médio 346745 1,0% 49,7% 4,5%23. Escriturários de serviços bancários 301587 0,9% 50,6% 7,8%

Ocupações mais freqüentes no setor formal (RAIS/2005)

Page 4: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Ocupações mais crescentes no setor formal -RAIS/2003-2005

Ocupações com maiorcrescimento - RAIS 2003-2005 Quantidade % CrescimentoMontadores de sistemas e estruturas de aeronaves 2060 0,01% 240,5%Professores de ciências biológicas e da saúde do ensino superior 147529 0,44% 152,4%Pesquisadores das ciências naturais e exatas 445 0,00% 111,9%Pescadores profissionais artesanais de água doce 232 0,00% 110,9%Profissionais da metrologia 487 0,00% 97,2%Operadores de telemarketing 241801 0,73% 93,2%Profissionais da biotecnologia 372 0,00% 82,4%Técnicos em geologia 756 0,00% 79,1%Engenheiros de minas 1958 0,01% 78,8%Montadores de aparelhos de telecomunicações 3073 0,01% 78,8%Administradores de redes, sistemas e banco de dados 8090 0,02% 76,9%Técnicos em próteses ortopédicas 2807 0,01% 71,5%Instaladores e mantenedores de sistemas eletroeletrônicos de segurança 4549 0,01% 71,5%Enólogos, perfumistas e aromistas 711 0,00% 69,3%Técnicos em mecatrônica 1444 0,00% 64,8%Montadores de móveis e artefatos de madeira 47401 0,14% 64,7%Supervisores na indústria do curtimento 212 0,00% 64,3%Montadores de veículos automotores (linha de montagem) 31589 0,10% 63,4%Arquivistas e museólogos 3660 0,01% 62,7%Trabalhadores aquaviários 16721 0,05% 62,4%Professores nas áreas de língua e literatura do ensino superior 35149 0,11% 60,7%Engenheiros mecatrônicos 129 0,00% 57,3%Produtores de animais e insetos úteis 221 0,00% 53,5%Produtores de especiarias e de plantas aromáticas e medicinais 58 0,00% 52,6%

Page 5: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

1. Introdução: flexibilizar, desregular ou deixar como está? 

Regular ou desregular? Falso dilema. Não existe mercado de trabalho sem alguma regulamentação.

 É um mercado cheio de imperfeições.

A “mercadoria” são pessoas. Precisa de alguma intervenção.

Page 6: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Algumas políticas públicas e privadas no mercado de trabalho (formas de intervenção)

Agências públicas de emprego (SINE)Agências privadas de empregoProcessos de seleçãoIncentivos e políticas de remuneraçãoCódigos de conduta da empresaLegislação para proteger na demissãoSeguro-DesempregoNormas de saúde e segurança no trabalhoInstituições para administrar o conflitoSistemas de aposentadoria (pagamento postergado)

Page 7: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Questão crítica: a regulamentação da demissão 

Dois tipos: (a) indenizações e (b) restrições 

Pouquíssimos países não impõem restrições ao poder de demitir. No Brasil, preferimos indenizar. 

Demissão sem justa causa é recepcionada na CLT e na Justiça do Trabalho.

Page 8: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

 Indenizações brasileiras:

 Quanto custa demitir no Brasil? Muito ou pouco?

Aviso prévio (um salário mensal)

Multa do FGTS (50% dos depósitos no FGTS)

(FGTS não é indenização, é salário compulsoriamente depositado na CEF)

Page 9: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Gráfico 1: Custo da demissão (em número de salários) e duração do vínculo

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Gráfico 2: Custo mensal da demissão (em % do salário) e duração do vínculo

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Gráfico 3: Tempo médio de serviço nas empresas brasileiras

47%

33%

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Até 249 empregados 250 e + empregados Total

Até um ano Mais de um ano

Page 12: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Empresas brasileiras demitem muito. Aumentam desnecessariamente seus custos trabalhistas (e/ou comprimem os salários, para compensar). 

Oportunidade para empresas que perceberem isso. 

Mas, e nas atividades onde os vínculos são necessariamente curtos? A CLT não diferencia (voltaremos a este ponto).

Page 13: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Seguro-Desemprego: mais uma jabuticaba.

Tarifa não tem nada a ver com o risco coberto.PIS: 40% para o BNDES (interessado direto).Duplicidade com o FGTS.

 Mensagem: rever o Seguro-Desemprego e aperfeiçoar o FGTS (voltaremos a este ponto)

Page 14: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

3. Tendência à competição predatória

 Corrida ao fundo do poço. Exemplos estão aí, evidentes. Direitos trabalhistas básicos são direitos humanos:

(a) jornada(b) saúde e segurança(c) proteção ao menor(d) proteção à mulher(e) proibição de qualquer tipo de discriminação(f) proibição do trabalho forçado(g) Direito de se organizar e de negociar

Page 15: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

4. Tributação sobre o trabalho É excessiva. Precisa ser reduzida.Mas não é a única causa da informalidade.

Tabela 2: Componentes do custo salarial

Componentes do custo salarial Base salário

bruto=100 Base salário líquido=100

Base custo total=100

Salário líquido (inclui férias e 13o.) 89,00 100,00 65,30 Contribuição do trabalhador para o INSS 11,00 12,36 8,07 Salário (inclui férias e 13o.) 100,00 112,36 73,37 Contribuição da empresa para o INSS 22,00 24,72 16,14 Sistema S (SESI/SESI e congêneres) 2,50 2,81 1,83 Salário Educação 2,50 2,81 1,83 Sebrae 0,60 0,67 0,44 INCRA 0,20 0,22 0,15 FGTS 8,50 9,55 6,24 Custo total 136,30 153,15 100,00

Page 16: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

Gráfico 4: Posição na ocupação - 1992/2004

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1992 (65 milhões) 2004 (85 milhões)

Page 17: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

6. Pontos básicos da reforma trabalhista/ sindical (a) Eliminar todos os impostos e contribuições sobre a folha de salário (exceto FGTS, SAT e contribuições previdenciárias, estas reduzidas)

(b) Transformar o FGTS em Seguro Desemprego e Fundo de Aposentadoria capitalizado

(c) Substituir a extensa legislação de direitos individuais por uma lista enxuta de direitos básicos.

(d) Regras para a demissão

(e) Liberdade sindical (Convenção 87 da OIT)

Page 18: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

6. Regras de demissão Empresas escolhem a regra para a demissão entre algumas opções Em qualquer opção: representação coletiva de interesses garantida assim como os direitos básicos Conceito novo: trabalhadores auto-suficientes Regras de demissão para os trabalhadores que não são auto-suficientes Agora algumas sugestões para regras de demissão

Page 19: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

6. Regras de demissão Opção 1: O status quo (CLT, Justiça do Trabalho)

Opção 2: Empregados auto suficientes (condição: abandonar a opção 1)

Opção 3: Empregos de curta duração

Opção 4: Empregos contínuos

Opção 5: Pequenas e micro empresas

Outras opções: empresas estatais; administração pública, atividades essenciais, etc.

Page 20: Uma estratégia democrática e criativa para a reforma trabalhista Hélio Zylberstajn – FEA/USP

6. Regras de demissão Opção específica para as empresas de prestação de serviços de mão-de-obra:

Conceito de “transferência do contrato de trabalho”

Seria aplicado quando nova empresa assumisse o novo contrato.

Economizaria custos de rescisão do contrato de trabalho.

Poderia ser opcional para empresa e trabalhador

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7. Considerações finais 

•Mudança voluntária (viabiliza a reforma trabalhista e compromete a empresa)

•Menos tributos sobre a folha, mais formalidade, mais empregos

•Redução do uso da Justiça do Trabalho

•Mais produtividade, salários maiores e melhores condições de trabalho