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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS MARCUS VINÍCIUS PEREIRA PARADA CARDÍACA E SUAS IMPLICAÇÕES SOBRE A MECÂNICA RESPIRATÓRIA: um estudo piloto CAMPINAS 2020

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

MARCUS VINÍCIUS PEREIRA

PARADA CARDÍACA E SUAS IMPLICAÇÕES

SOBRE A MECÂNICA RESPIRATÓRIA:

um estudo piloto

CAMPINAS 2020

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MARCUS VINÍCIUS PEREIRA

PARADA CARDÍACA E SUAS IMPLICAÇÕES

SOBRE A MECÂNICA RESPIRATÓRIA:

um estudo piloto

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Ciências, na área de Fisiopatologia Cirúrgica.

ORIENTADOR: PROF. DR. MARCOS MELLO MOREIRA ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DO ALUNO MARCUS VINÍCIUS PEREIRA, ORIENTADO PELO PROF. DR. MARCOS MELLO MOREIRA.

CAMPINAS 2020

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COMISSÃO EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

MARCUS VINÍCIUS PEREIRA

ORIENTADOR: MARCOS MELLO MOREIRA

MEMBROS:

1. PROF. DR. MARCOS MELLO MOREIRA

2. PROF. DR. ANTONIO LUIS EIRAS FALCÃO

3. PROF. DR. ANIBAL BASILE FILHO

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Cirurgia da Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no

SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da

FCM.

Data de Defesa: 30/01/2020

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AGRADECIMENTOS

À Fundação de Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) (Processo nº

07/08315-0) e ao Fundo de Apoio à Educação, Pesquisa e à Extensão (Faepex-Unicamp)

(Processo nº 17.809); aos Laboratórios Ferring Ltda., Brasil, por sua doação de duas ampolas

de 1mg de terlipressina para o estudo-piloto; aos biólogos Ana Cristina Moraes e William A.

Silva, do Laboratório para Medicina e Cirurgia Experimental, FCM, Unicamp, por sua

assistência técnica durante os procedimentos experimentais, e aos estatísticos da Comissão de

Pesquisa, FCM-Unicamp, por sua assistência técnica durante a análise dos dados.

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RESUMO

Introdução: tendo em vista os esforços despendidos pela comunidade científica

mundial a fim de que o evento de morte súbita seja interrompido, inúmeras estratégias

são desenvolvidas e divulgadas para a comunidade, com a finalidade de tornar o

evento menos impactante e permitir que até mesmo o público em geral, seja capaz de

iniciar uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Assim, foi objetivo do presente

estudo obter uma visão panorâmica da interação coração-pulmão bem como avaliar

gráfica e numericamente, durante a parada cardíaca por cloreto de potássio (KCl) em

um grupo de animais. Método: Foram avaliadas sete porcas sob ventilação mecânica.

Inicialmente, elas foram submetidas à parada cardiorrespiratória (PCR) por fibrilação

ventricular (FV) e, por 10 minutos, permaneceram sem qualquer assistência. Após os

10’ minutos deu-se início as manobras de reanimação, uso de drogas vasoativas e

desfibrilação; todos os sete animais apresentaram retorno à circulação espontânea

(RCE) e, após sustentarem estabilidade hemodinâmica, com PA sistólica ≥ 60mmHg

por 5’, foram eutanasiadas com infusão de KCl. Foram consideradas para análise

estatística a média dos valores das variáveis aferidas nos últimos dez ciclos

respiratórios, antes da infusão do KCl (Basal) e, um minuto pós-infusão de KCl (1’

pós-KCl), ou seja, ao término do experimento. As variáveis analisadas foram: pressão

arterial média (PAM), frequência cardíaca (FC), complacência dinâmica (C din),

pressão intratorácica (PIT), volume corrente inspiratório e expiratório (Vi/Ve),

resistência dinâmica inspiratória e expiratória (R din i/e), capnografia volumétrica

(PetCO2), dentre outras. Resultados: A análise estatística das variáveis em questão,

e dos períodos em questão, resultou significativa para: PAM (96±11 para 0mmHg); FC

(121±18 para 0bpm); C din (16±2 para 5±1mL/cmH2O); PIT (25±2 para 41±1cmH2O);

Vi/Ve (341±12/358±26 para 113±47/98±52mL); R din i (17±2 para 45±22cmH2O/L/s);

R din e (18±1,9 para 47±23cmH2O/L/s); PetCO2 (40±3 para 5±3mmHg). Conclusões:

Pelo método proposto, foi possível obter uma visão panorâmica da interação coração-

pulmão durante a PCR bem como visualizar os efeitos gráficos e numéricos da parada

cardíaca sobre a mecânica respiratória, além de avaliar a efetividade das massagens

cardíacas durante a PCR.

Palavras-Chave: Parada cardíaca; Modelos animais; Ressuscitação cardiopulmonar;

Massagem cardíaca; Mecânica respiratória; Capnografia

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ABSTRACT

Introduction: in view of the efforts made by the world scientific community to stop the

sudden death event, numerous strategies are developed and disseminated to the

community, with the purpose of making the event less impactful and allowing even the

public in general, be able to initiate a cardiopulmonary resuscitation (CPR). Thus the

objective of the present study was to obtain a panoramic view of the heart-lung

interaction as well as to evaluate graphically and numerically, during cardiac arrest by

potassium chloride (KCl) in a group of animals. Method: Seven pigs under mechanical

ventilation were evaluated. Initially they were submitted to cardiorespiratory arrest

(CRP) due to ventricular fibrillation (VF) and, for 10 minutes, remained without any

assistance. After 10 minutes resuscitation maneuvers, use of vasoactive drugs and

defibrillation began; all seven animals returned to spontaneous circulation (ROSC)

and, after sustaining hemodynamic stability (systolic BP≥60mmHg for 5’) were

euthanized with KCl infusion. The mean values of the variables measured in the last

ten respiratory cycles were considered for statistical analysis, before the KCl infusion

(Baseline) and one minute after KCl infusion (1' post-KCl), that is at the end of the

experiment. The variables analyzed were: mean arterial pressure (MAP), heart rate

(HR), dynamic compliance (C din), intrathoracic pressure (ITP), inspiratory and

expiratory tidal volume (Vi / Ve), inspiratory and expiratory dynamic resistance (R din

i/e), volumetric capnography (PetCO2), among others. Results: The statistical analysis

was significant for: MAP (96± 1 for 0mmHg); HR (121±18 for 0bpm); C din (16±2 to

5±1mL/cmH2O); ITP (25±2 to 41±1cmH2O); Vi / Ve (341±12/358±26 for

113±47/98±52mL); R din i (17±2 to 45±22cmH2O/L/ s); R din e (18±1.9 for

47±23cmH2O/L/s); PetCO2 (40±3 to 5±3mmHg). Conclusions: By the proposed it was

possible to obtain a panoramic view of the heart-lung interaction during CPA as well as

to visualize the graphic and numerical effects of cardiac arrest on respiratory

mechanics, in addition to assessing the effectiveness of cardiac massages during CPA.

Key words: Heart arrest; Models, Animal; Cardiopulmonary resuscitation; Heart

massage; Respiratory mechanics; Capnography;

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

KCl – Cloreto de Potássio

PCR – Parada Cardiorrespiratória

FV – Fibrilação Ventricular

RCE – Retorno à Circulação Espontânea

PA – Pressão Arterial

PAM – Pressão Arterial Média

FC – Frequência Cardíaca

C din – Complacência Dinâmica

PIT – Pressão Intratorácica

Vi/Ve – Volume Corrente Inspiratório e Expiratório

R din i/e – Resistência Dinâmica Inspiratória e Expiratória (R din i/e)

PetCO2 – pressão parcial final do CO2 no ar exalado

IAM – Infarto Agudo do Miocárdio

AHA – American Heart Association

ECG – Eletrocardiograma

CEEA – IB - Comissão de Ética na Experimentação Animal – Instituto de

Biologia

CRM – Ciclos Respiratórios por Minuto

PFI e PFE – Pico de Fluxo Inspiratório e Expiratório

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

TEP – Tromboembolismo Pulmonar

PEEP – Pressão Expiratória Final Positiva

FiO2 – Fração Inspirada de Oxigênio

DEA – Desfibrilador Externo Automático

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 12

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 12

2.2 Objetivo Específico ......................................................................................... 12

3. MÉTODO ............................................................................................................... 13

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................... 15

5. RESULTADOS ...................................................................................................... 16

6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 19

7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 22

7.1 Perspectiva futura ........................................................................................... 22

8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 23

ANEXOS ................................................................................................................... 25

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1. INTRODUÇÃO

É bem conhecida e difundida na comunidade científica mundial os esforços

envolvidos para se desenvolver técnicas apropriadas com a finalidade de interromper

e reverter o evento de morte súbita.

No Brasil, em 2014, conforme dados do DATASUS, e considerando-se o

infarto agudo do miocárdio a principal entidade nosológica causadora de morte súbita,

faleceram 100.000 habitantes.1

Diante de tamanha repercussão mundial, liderados pela American Heart

Association (AHA), pesquisadores ao redor do globo se esforçam na descoberta de

novas técnicas visando melhorar as manobras de ressuscitação, prevenção e

treinamento de profissionais de saúde e do público em geral. Até o momento, mantem-

se a recomendação de 30 compressões torácicas para duas ventilações pulmonares2.

No entanto, nas recomendações de 2019, as ventilações foram postergadas no

público adolescente e adultos, com vistas a não se interromper as compressões

torácicas.3 Tal recomendação baseou-se na pO2 destes pacientes, que nos minutos

iniciais de parada, esses valores são suficientes para manutenção de coração e

cérebro oxigenados, de tal modo que o incentivo e treinamento é para que, se

possível, as compressões torácicas sejam minimamente interrompidas até a chegada

de equipe especializada e/ou do desfibrilador externo automático.2

Tendo como substrato e ponto de partida para o estudo a parada cardíaca,

utilizamos a infusão intravenosa cloreto de potássio (KCl). Essa substância já é bem

conhecida por seus efeitos sobre o miocárdio, sendo utilizada comumente na

eutanásia de cobaias e que, de forma controlada, desde 1955, é usada nas soluções

cardioplégicas das cirurgias cardíacas.4

Quanto ao quesito respiratório, foco e tema deste estudo, já aguardávamos

substanciais alterações nas variáveis que compõem o universo da mecânica

respiratória. Aqui, envolvendo parênquima pulmonar, alvéolos, cartilagem, músculos

e nervos captamos pela monitorização, como estes tecidos interagem e fornecem

expressões matemáticas que expressam suas contribuições na mecânica ventilatória.

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Observamos o que aconteceria com a complacência pulmonar e resistência

das vias aéreas, visto serem umas das varáveis mais importantes e mais

influenciáveis na parada cardiorrespiratória (PCR), partindo do conhecimento de que

a primeira (complacência pulmonar) é dada pela variação de volume pela variação da

pressão5 e a segunda é dada pela diferença entre a pressão de pico menos a pressão

de platô dividido pelo fluxo.

Somando-se ao arsenal de monitorização da mecânica respiratória,

dispomos do oxi-capnógrafo CO2SMO® Plus 8100 Dixtal/Novametrix (Respironics,

Murrisville, PA, USA), o qual mede no volume de ar expirado a pressão parcial do gás

carbônico ao fina da expiração Pet(CO2), variável esta que ganhou destaque nas

diretrizes de RCP2 quando se dispõe de módulo de via aérea avançada.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Obter uma visão panorâmica da interação pulmão–coração, enquanto esse

último perde sua capacidade contrátil, além das repercussões deste evento sobre a

mecânica respiratória.

2.2 Objetivo Específico

Obter dados gráficos e numéricos da mecânica ventilatória durante a

parada cardíaca por infusão de KCl e, a partir deles, verificar a possibilidade de se

concluir e/ou inferir se uma RCP é efetiva.

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3. MÉTODO

O estudo foi aprovado pela Comissão de Revisão Institucional para

Experimentos com Animais (CEEA-IB-Unicamp-1276-1) e conduzido no Laboratório

de Medicina e Cirurgia Experimental da Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

O estudo em questão é parte do artigo publicado por Ovalle et al. (2011).6

O presente trabalho conta com sete porcas da raça Large White (20kg),

sob anestesia com cetamina (10mg/kg, IM) e tiopental (25mg/kg, EV). Os animais

estavam entubados orotraquealmente e mantidos sob VM (ciclada a volume), com

PEEP=0cmH2O, FIO2=0,21, e com uma frequência respiratória fixa (10crm) e um

volume corrente de 15-20mL/kg (Ventilador DX-3010, Dixtal, Brasil), a fim de manter

a pressão parcial de CO2 ao final da expiração (PetCO2) entre 36-44mmHg. Ainda

como parte do estudo de Ovalle et al.6 foi introduzido um cabo de marca-passo bipolar

por punção da veia jugular interna esquerda e posicionado no ventrículo direito guiado

pelo ECG. Este foi usado para indução da primeira parada cardíaca por FV, conforme

quadro abaixo (Quadro 1), o qual representa a linha do tempo do experimento.

Outras cateterizações vasculares, venosas e arteriais, conforme anatomia

permitia, foram obtidas para administração das drogas e aferição da PAM,

respectivamente.

Ao final do experimento, os animais foram eutanasiados com sobre dose

de tiopental sódico e 10 ml de KCl à 19,1% (infusão em bolus). Foi a partir deste

momento, ao término do experimento de Ovalle et al.6, que a coleta de dados do

presente estudo piloto se iniciou.

As variáveis registradas e analisadas antes, durante e depois da eutanásia

foram: pressão arterial médica (PAM, mmHg), frequência cardíaca (FC, bpm),

complacência pulmonar dinâmica (C din, ml/cmH2O), pressão intratorácica (PIT,

cmH2O), volume corrente inspiratório e expiratório (Vi e Ve, ml), pico de fluxo

inspiratório e expiratório (PFI e PFE, L/m), resistência dinâmica inspiratória e

expiratória (R din i e R din e, cmH2O/L/s) e a pressão parcial de CO2 ao final da

expiração (PetCO2, mmHg). Essas variáveis acima fazem parte da mecânica

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respiratória e foram registradas online e offline pelo oxi-capnógrafo CO2SMO® Plus

8100 Dixtal/Novametrix (Respironics, Murrisville, PA, USA).

Quadro 1. Linha do tempo esquematizando os processos a que os animais foram submetido.

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4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi considerada para análise estatística a média dos dez últimos ciclos

respiratórios antes da indução da FV (Basal); a média dos últimos dez ciclos

respiratórios antes da infusão do KCl (Antes do KCl), ou seja, final do experimento e,

os valores das variáveis um minuto após a infusão de KCl (1’ pós-KCl).

Para a comparação nos instantes Basal, Antes do KCl e 1’pós-KCl foi

realizado teste para medidas repetidas com p<0,05 (Winstat 3.1).

Para a comparação entre as variáveis nos instantes Basal e Antes do KCl

e, Basal e 1’pós-KCl foram realizados teste-t dependente e análise de variância

(Anova) para medidas repetidas com p<0,025 (Winstat 3.1),uma vez que entre elas

houve uma intervenção, a saber, uma FV seguida de 10 minutos sem PCR, para, em

seguida, serem realizadas as manobras de RCP e administração das drogas

vasoativas.

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5. RESULTADOS

Tabela 1. Média e desvio-padrão das variáveis nos instantes Basal e Antes do KCl e, Basal e 1’ pós-KCl.

C din PIT Vi Ve PFI PFE R din i R din e PetCO2 PAM FC

Basal 16±2 25±2 341±12 358±26 40,4±2 45±4 17±2 18±2 40±3 96±11 121±18

Antes do KCl 16±4† 26±4† 348±23† 349±34† 40,3±3† 46±4† 17±3† 18±3† 45±12† 98±18† 203±24†

1’ pós-KCl 5±1‡ 41±1‡ 113±47‡ 98±52‡ 32±5‡ 38±9‡ 45±22‡ 47±23‡ 5±3‡ 0±0‡ 0±0‡

Basal (antes da FV), Antes do KCl: antes da infusão do KCl (pós-RCE) 1’ pós-KCl: um minuto pós-infusão de KCl.

C din: complacência dinâmica do pulmão (ml/cmH2O); PIT: pressão intratorácica (cmH2O); Vi: volume corrente inspiratório (ml); Ve: volume corrente expiratório (ml); PFI: pico de fluxo inspiratório (L/min); PFE: pico de fluxo expiratório (L/min); R din i; resistência dinâmica inspiratória (cmH2O/L/s); R din e: resistência dinâmica expiratória (cmH2O/L/s); PetCO2: pressão parcial de CO2 ao final da expiração (mmHg); PAM: pressão arterial média (mmHg); FC: frequência cardíaca (bpm). † C din Basal e Antes do KCl: p=0,7073; ‡ C din Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,0925. † PIT Basal e Antes do KCl: p=0,4065; ‡ PIT Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,1690. † Vi Basal e Antes do KCl: p=0,2813; ‡ Vi Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,4321. † Ve Basal e Antes do KCl: p=0,3451; ‡ Ve Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,1779. † PFI Basal e Antes do KCl: p=0,6891; ‡ PFI Basal e 1’ pós-KCl: p=0.0057. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,3129. † PFE Basal e Antes do KCl: p=0,3663; ‡ PFE Basal e 1’ pós-KCl: p=0,1186. Entre as variáveis p=0,0766 e entre os casos p=0,7497. † R din i Basal e Antes do KCl: p=0,8968; ‡ R din i Basal e 1’ pós-KCl: p=0,0129. Entre as variáveis p=0,0013 e entre os casos p=0,3363. † R din e Basal e Antes do KCl: p=1; ‡ R din e Basal e 1’ pós-KCl: p=0,0124. Entre as variáveis p=0,0012 e entre os casos p=0,3165. † PetCO2 Basal e Antes do KCl: p=0,2809; ‡ PetCO2 Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,2229. † PAM Basal e Antes do KCl: p=0,8630; ‡ PAM Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,4741. † FC Basal e Antes do KCl: p<0,0001; ‡ FC Basal e 1’ pós-KCl: p<0,0001. Entre as variáveis p<0,0001 e entre os casos p=0,2038.

Observamos nos resultados numéricos que os valores encontrados nos

instantes Basal e Antes do KCl não apresentaram significância estatística (Tabela 1).

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Já os valores no instante 1’ pós-KCl revelam o grave comprometimento

das variáveis após a parada cardíaca.

O que fora demonstrado acima, na descrição pormenorizada da aplicação

estatística entre as variáveis, o foi com vistas a determinar o valor de “p”, a fim de

validar as comparações nos diferentes momentos do estudo.

Diante dos resultados estatísticos apresentados e comparados, assumimos

que as manobras de RCP não promoveram alterações significativas intra e

extratorácicas, e assim, consideramos para efeitos de Discussão os instantes Basal

e 1’ pós-KCl.

Figura 1. Curvas representativas do Fluxo, Pressão, Volume (coluna à esquerda) e, da Resistência e da Complacência dinâmica do pulmão (coluna à direita). Observa-se a diminuição da complacência dinâmica (C din) pulmonar com concomitante redução do volume expiratório (Ve); VM ciclado a volume (350 ml) e limitado à pressão (40 cm/H2O). Figura obtida e adaptada do software Analysis Plus®.

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Figura 2. Curvas representativas da Capnografia Volumétrica nos instantes Basal e 1’ pós-KCl. Figura obtida e adaptada do software Analysis Plus®.

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6. DISCUSSÃO

Embora não fosse nosso objetivo, sobressaíram-nos os resultados das

variáveis após 10 minutos de PCR em FV, e subsequentes manobras de RCP +

drogas. Surpreendeu a estabilidade hemodinâmica e ventilatória semelhantes ao

período Basal.

Sabemos bem que em algumas doenças de instalação crônica o organismo

se adapta a fim de manter a homeostasia. Situações de hipoxemia progressiva e/ou

hipercapnia permitem adaptações fisiológicas, sem que haja grandes alterações na

homeostasai – evidentemente até certo ponto de equilíbrio. Quando a partir de então

manifestações clínicas surgem mostrando que o ponto de equilíbrio fora ultrapassado,

e já não há mais reserva para as compensações.

No entanto, em algumas situações agudas de hipoxemia e/ou hipercapnia,

como em disfunções cardíacas e pulmonares, acarretarão um aumento na resistência

das vias aéreas. Estudos experimentais e clínicos demonstraram que a hipercapnia

provoca um aumento na resistência ao fluxo aéreo através da ação do sistema

nervoso central mediado pelo nervo vago.7-11

No presente estudo, a resistência dinâmica inspiratória (R = PIT - Pplatô /

Fluxo; cmH2O/L/s) apresentou aumento significativo no instante 1’ pós-KCl (p<0,0001)

quando comparado com o período Basal. O que chama a atenção foi o fato da R din i

ter aumentado significativamente (de 17±3 para 45±22cmH2O/L/s) sem a presença de

hipercapnia (PetCO2=5±3mmHg). Uma provável explicação pode ser atribuída a

outros eventos que sucedem a PCR, tais como as alterações significativas nas

variáveis que compõem a mecânica respiratória, como a redução da C din, que no

presente estudo foi significativa (p<0,0001). A redução da C din trouxe consigo uma

serie de implicações e alterações. Agudamente, um pulmão menos complacente e sob

ventilação mecânica, como neste modelo, apresentou rápida diminuição do Vi, Ve, PFI

e PFE, PetCO2 (Figuras 1 e 2). Ainda, houve aumento súbito da PIT e R din. Pensamos

que a PCR levou a um quadro de estase sanguínea pulmonar (pulmão “pesado”), à

semelhança do que ocorre no edema agudo pulmonar de origem cardiogênica

(aumento da R din e consequente trabalho respiratório).

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A queda significativa (p<0,0001) de outra variável, a PetCO2 (pressão do

CO2 exalado ao final da expiração ou end-tidal CO2), explica-se pelo fato de continuar

haver ventilação pulmonar pelo ventilador mecânico, o qual continuou a ciclar mesmo

após a infusão de KCl; o CO2 que havia nos pulmões antes da infusão, foi sendo

lavado a cada novo ciclo respiratório. Importante registrar que a aferição da PetCO2

durante a PCR é recomendada como um dos meios para se avaliar o fluxo sanguíneo

pulmonar numa relação direta com a efetividade das compressões torácicas.12

Embora não tenha sido objetivo do estudo, isso pode ser comprovado (redução do

fluxo sanguíneo pulmonar e queda da PetCO2; Tabela 1 e Figura 2).Assumimos que,

dado o fato dos animais serem hígidos - e com isso não haver doenças que

comprometessem o intercambio gasoso-pulmonar - o valor da PetCO2 é muito próximo

ao valor da PaCO2,13 podendo-se afirmar que não houve hipercapnia neste modelo.

Pressão intratorácica (PIT). Esta, no presente estudo estava limitada a

40cmH2O [Figura 1, alça Pressão X Volume (Complacência)]. A complacência

dinâmica é dada pela fórmula C din = VC / (PIT - PEEP). Logo, embora o VM estivesse

ajustado em 350mL por ciclo respiratório, com a redução significativa da C din (16±4

para 5±1cmH2O; p<0,0001), o volume corrente inspiratório foi “abortado” (não

garantido), passando de 348±23 para 113±47mL (p<0,0001). Em estudo também em

suínos, Cong et al. (2013)14. constataram que houve diminuição significativa da C din

após 30 min de RCP e, em estudo clínico, Ornato et al. (1983) relataram que a

complacência pulmonar diminuiu logo após o início das compressões torácicas.15. Em

outro estudo, Duchateleta et al. (2018) relataram que compressões torácicas com

ventilações simultâneas levam a um aumento da PIT; a PIT média relatada por eles

foi de 40cmH2O.16 Já O’Neill et al. (2007) relataram PIT média de 61cmH2O em

trabalho clínico.16 Ainda Duchateleta et al. (2018), afirmam que a profundidade das

compressões torácicas pode elevar ou não a PIT.15 Acredita-se que as PITs elevadas

possam causar barotrauma, mas há uma escassez de evidências científicas relatando

barotrauma pulmonar em humanos após o RCE.18 Convém ressaltar que a redução

da complacência pulmonar, neste caso, foi de gênese vascular (extrapulmonar) e não

parenquimatosa (acometimento alveolar, como na síndrome do desconforto

respiratório agudo), uma vez que a composição dos gases arteriais não se mostrou o

determinante nas alterações sofridas sobre a mecânica respiratória.

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Os resultados aqui apresentados suportam a tese de que uma redução

súbita do fluxo sanguíneo pulmonar levará a uma significativa alteração em muitas

das variáveis que compõe a mecânica respiratória (Tabela 1; Figura 1 e 2). As

alterações observadas decorreram da parada cardíaca levou a uma lenficação do

fluxo sanguíneo nas artérias e veias, levando a um quadro de edema agudo pulmonar,

modificando toda a fisiologia da mecânica respiratória. Essas alterações costumam

acontecer em situações de sobrecarga de volume pulmonar, seja no edema agudo

alveolar (insuficiência cardíaca congestiva, EAP), seja no edema intersticial (síndrome

do desconforto respiratório agudo). Disso, poderíamos extrapolar que em um quadro

de parada cardíaca, a reanimação deveria começar imediatamente, enquanto o

pulmão ainda não estaria congesto, voltando a dar ênfase não só nas compressões

torácicas, mas também, na ventilação pulmonar.

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7. CONCLUSÕES

Pelo método proposto, foi possível obter uma visão panorâmica da

interação coração-pulmão durante a PCR bem como visualizar em tempo real e offline

as repercussões da parada cardíaca por infusão de KCl sobre a mecânica respiratória.

Foi-nos possível detectar o quão benéfico é a realização de uma RCP de qualidade e

efetividade, tendo em vista os valores obtidos antes e após o experimento inicial.

Quanto à parte final, no que tange a PCR, foi visível a deterioração da mecânica

ventilatória e que, consequentemente, piora e dificulta a RCP, podendo diminuir as

chances de sobrevida. Desta feita, deixa a sugestão, até novas comprovações, de que

tão breve quanto possível as manobras de ventilação devem ser iniciadas juntas com

as compressões torácicas.

7.1 Perspectiva futura

Com os resultados obtidos, fica o desejo de novos estudos com ênfase

maior nas ventilações pulmonar durante a PCR. Em como até mesmo durante uma

RCP, é possível melhorá-las conforme a sua mecânica é avaliada. Deixa também um

questionamento acerca da importância em locais públicos onde há o desfibrilador

externo automático (DEA), também o fato de se ter uma bolsa-máscara que propicie

a realização de ventilação pulmonar. Nisto, fica concomitante a divulgação de como

usá-la pelo público em geral, até chegada de equipe treinada, à semelhança do que é

feito com o DEA.

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ANEXOS