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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2014.0000691257
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº0033224-47.2012.8.26.0053, da Comarca de São Paulo, em que é apelantePARAISO 294 COMERCIO DE CALÇADOS LTDA (ME), é apeladoFAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
ACORDAM, em 12ª Câmara de Direito Público do Tribunal deJustiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento aorecurso, por maioria de votos, vencido o Relator sorteado, que declarará.Acórdão com o Revisor.", de conformidade com o voto do Relator, queintegra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. DesembargadoresEDSON FERREIRA (Presidente sem voto), VENICIO SALLES, vencedor,BURZA NETO, vencido e J. M. RIBEIRO DE PAULA.
São Paulo, 22 de outubro de 2014.Venicio Salles
RELATOR DESIGNADOAssinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação nº 0033224-47.2012.8.26.0053 - São Paulo 2
APELAÇÃO CÍVEL n° 0033224-47.2012
COMARCA: São Paulo
APELANTE: Paraíso 294 Comércio de Calçados Ltda.
APELADO: Fazenda do Estado de São Paulo
Voto nº 19194
Apelação OPERAÇÃO CARTÃO VERMELHO- ação declaratória auto de infração lavrado com base eminformações prestadas pelas administradoras de cartões de créditoe débito diploma que não ostenta poder para tal propósito asinformações das administradoras, em função do sigilo, reduzem,indevidamente o direito de defesa da autuada AIIM que carecede fundamentação quebra de sigilo fiscal que somente poderiaser deflagrada em circunstâncias excepcionais decisão reformada
Recurso provido
1. Cuida-se de recurso de apelação interposto em
autos de declaratória ajuizado com vista a anular AIIM. Alega que o auto de
infração foi lavrado com base em informações prestadas por administradora
de cartões de crédito e débito, obtidas de maneira ilícita e violando o sigilo
bancário. Requer subsidiariamente a redução da multa aplicada.
A r. sentença julgou improcedente a ação.
Apela o autor pugnando pela reforma do julgado.
Vieram as contrarrazões.
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Apelação nº 0033224-47.2012.8.26.0053 - São Paulo 3
É o relatório.
2. A chamada operação cartão vermelho pode e
deve produzir efeitos positivos no controle e fiscalização tributária, mormente
no que afeta ao ICMS.
Contudo, sendo um critério ou sistema excepcional,
marcado por mecanismo ou rotina estranha à órbita da escrituração fiscal,
deve a fiscalização se pautar por critérios que também respeitem o direito dos
contribuintes, que exigem, por exemplo, um exame da compatibilidade ou
razoabilidade entre a movimentação financeira e a movimentação física de
mercadorias. Medidas complementares devem ser implementadas para
assegurar o pleno exercício do constitucional direito de defesa.
Enfim, deve a operação cartão vermelho, trazer
substrato que confirme a existência de operações de saída de mercadorias e
produtos sem a emissão de documentos fiscais.
A exigência fiscal sem tal cautela, ofende o direito
do contribuinte, e como tal, não poderá prevalecer.
De rigor, portanto, a desconstituição do AIIM, bem
como de todos os atos subsequentes e decorrentes.
Assim, é de se dar procedência a ação para anulação
do AIIM. Reformada a sentença ficam invertidos os ônus de sucumbência
com condenação da Fazenda a arcar com honorários advocatícios em 10% do
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Apelação nº 0033224-47.2012.8.26.0053 - São Paulo 4
valor da causa.
Para os devidos fins de direito, consideram-se
prequestionados os dispositivos legais e constitucionais mencionados pelos
litigantes.
3. Pelo exposto, dou provimento ao recurso.
VENICIO SALLESRelator Designado