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Paraná&Cia A Revista de Economia e Negócios do Paraná Ano 8 nº 52 - junho \ julho de 2008 - R$ 8,00 Equipe encarregada de tornar a viagem no trem de luxo um tour inesquecível. Primeira chamada para o GREAT BRAZIL EXPRESS COMEÇARAM AS OPERAÇÕES NO PARANÁ DO PRIMEIRO TREM TURÍSTICO DE LUXO DO BRASIL. JUNTO COM ELE, AUMENTAM AS EXPECTATIVAS DE IMPULSIONAR O MERCADO DE LUXO NO PAÍS E DE MELHORIAS NA MALHA FERROVIÁRIA. VEJA TAMBÉM Entrevista com o fundador do gigante O Boticário.

ParanáeCia52

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Primeira chamada para o A Re v is t a de Ec o n o mia e Negócios do Paraná Começaram as operações no paraná do primeiro trem turístiCo de luxo do Brasil. Junto Com ele, aumentam as expeCtativas de impulsionar o merCado de luxo no país e de melhorias na malha ferroviária. veja também Entrevista com o fundador do gigante O Boticário. Ano 8 nº 52 - junho \ julho de 2008 - R$ 8,00 Equipe encarregada de tornar a viagem no trem de luxo um tour inesquecível. 2. Revista Paraná&Cia | junho.julho de 2008

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Paraná&CiaA Revista de Economia e Negócios do Paraná

Ano

8 n

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200

8 - R

$ 8,

00

Equipe encarregada de tornar a viagem no trem de luxo um tour inesquecível.

Primeira chamada para o

Great Brazil

expressComeçaram as operações no paraná do primeiro trem turístiCo de luxo do Brasil. Junto Com ele, aumentam as expeCtativas de impulsionar o merCado de luxo no país e de melhorias na malha ferroviária.

veja também

Entrevista com o fundador

do gigante O Boticário.

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Os cinco principais seto-res da cadeia produtiva do turismo estão em expansão no Paraná. Dados dos últi-mos quatro anos apontam um aumento significativo no cadastramento de agências de turismo, de organizadores de eventos, transportadoras, meios de hospedagem e de guias de turismo. Seguindo esses índices positivos - e aproveitando as férias do meio de ano - a Paraná&Cia preparou um especial para essa edição com várias no-vidades do setor de turismo do Estado. A leitura começa com um passeio pelo Great Brazil Express, uma litorina que deu início às operações do primeiro trem turístico de luxo no país. São 500 qui-lômetros de percurso entre Curitiba e Foz do Iguaçu, bem ao gosto de visitantes estrangeiros, (principalmen-te europeus amantes desse tipo de viagem), com um

A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade.Rua 13 de Maio, 92 - cj 24/25Centro - Curitiba/PR CEP - 80020-941Tel (41) 3082.8877Impressão - Gráfica Capital

Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | [email protected] - Luis Gaspar, Celsio Correato, João Alberto Simião,José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski

roteiro que começa no Rio de Janeiro, e que utiliza também o avião e ônibus em trechos intermediários aos da ferrovia.

E já que estamos falando de

turismo de luxo, não podíamos deixar de falar do mais novo produto turístico de Foz do Iguaçu: um passeio no Lago de Itaipu a bordo de um barco de estilo catamarã. A cidade para-naense, sinônimo de cataratas e compras no Paraguai come-ça a mostrar que também tem outras atrações, dando ao tu-rista mais uma razão para ficar

mais uns dias na cidade. Não é a toa que é o atual segundo destino mais visitado por tu-ristas estrangeiros no Brasil.

Já quem não gosta de mui-ta aventura e prefere um pas-seio mais cultural, a grande pedida é a capital paranaense, que recebe pela primeira vez uma exposição individual de Tarsila do Amaral. Isso sem falar do Museu Oscar Nie-meyer, que não deixa de ser uma atração à parte.

Mas não é só de turismo que vamos tratar. Também estão nesta edição o investi-mento de R$ 26 milhões em estrutura da Insol do Brasil, a sucessão da presidência na CR Almeida, a expansão da Bematech e da Vale Fertil, uma nova entrevista com Miguel Krigsner, entre muias outras curiosidades do meio empresarial do Estado.

Uma boa Leitura! O Editor

Da Redação

Edição Especial de Turismo

Paraná&Cia

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Nesta Edição

O primeiro trem de luxo do BrasilO Great Brazil Express, primeiro trem turístico de luxo do País, deu início às operações comerciais e trouxe consigo a expectativa de impulsionar o mercado de luxo no Brasil.

EntrevistaMiguel Krigsner, fundador de O Boticário, fala dos primeiros meses depois de concluído o processo sucessório e do planejamento da empresa para os próximos 18 e 40 anos.

TurismoEmpresário investe R$ 3 milhões no maisnovo roteiro turístico da cidade das cataratas, em um passeio luxuoso com barco estilo catamarã.

Vale Fértil quer crescer 32% com a volta noaumento no consumo.

Agricultura

Pág. 12

Pág. 06

Pág. 30

Pág. 39

ÍndiceInvestimentos.....................................................20

Sucessão..............................................................24

Pulo do Gato......................................................26

Produção.............................................................28

Exposição.....................................................36

Expansão..........................................................40

A Insol do Brasil investe R$ 26 milhões em fábrica de óleo em Maringá e com isso pretende saltar de R$ 200 milhões no faturamento de 2007 para R$ 450 milhões este ano.

Acionistas elegem novo Presidente do Conselho de Administração do Grupo CR Almeida em umacontecimento já esperado.

Apostando na troca de guardanapos de pano por de papéis de alto padrão, a Relevo planeja dobrar a produção em 2009 para 60 toneladas mensais e já vislumbra o salto seguinte, quando chegará a 120 toneladas.

Tão rentável quanto soja e milho: Paraná quer triplicar produção da psicultura e Copacol investe R$ 15 milhões em frigorífico de peixes.

Pela primeira vez no Paraná, Museu Oscar Niemeyer abre mostra individual de Tarsila do Amaral.

Bematech compra Snack Control e amplia portfólio desoluções, dando continuidade ao seu projeto de compra deativos, com cerca de R$ 100 milhões em investimentos.

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Entrevista

A nova vida de Miguel Krigsner

Miguel Krigsner - Fundador de O Boticário

o Conselho de Administração que está sendo completado neste ano. No seu lugar, na presidência, entrou Artur Grimbaum, seu cunhado, que há cinco anos vem sendo preparado para o principal cargo executivo da empresa. Aos 58 anos, um dos principais líderes empresariais do Paraná, Miguel foi um dos precursores e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do franchising no Brasil. Sua empresa, a partir de uma pequena farmácia de manipulação instalada no centro de Curitiba há pouco mais de 30 anos, se transformou num sistema que conta com 2.465 lojas e movimenta R$ 2,4 bi-lhões anualmente nos setores de perfumaria e cosméticos, com três milhões de clientes. Nesta entrevista, Miguel fala dos primeiros meses da mudança e confessa que ficou um pouco receoso de sua agen-da ficar vazia, mas como é um grande fã da psicanálise desde jovem, resolveu voltar ao divã para superar a situação e hoje já não encontra tempo para fazer outra coisa que não pensar em estratégias e no futuro de O Boticário, mesmo longe do seu dia-a-dia. “Neste momento estamos planejando a empresa para os próximos 18 e 40 anos”, diz ele encantado com o novo ritmo de trabalho. “Sempre falo que quero até ter o direito de mor-rer sem que a empresa pare”, explica. A seguir, a entrevista:

No final de fevereiro passado, o empresário Miguel Krigsner anunciou que está deixando o comando do dia-a-dia da sua empresa, O Boticário e assumindo

PR&Cia▶ O Senhor não ficou preocupando em ne-nhum momento com o pro-cesso de sucessão que o Sr. mesmo desencadeou?Miguel Krigsner▶ No início fiquei preocupado. Confesso que no final do ano passa-do cheguei a pensar. ‘Minha agenda vai ficar vazia’. O que eu vou fazer agora da minha vida? No finalzinho do ano passado e início deste ano me deu uma crise existencial. Hoje estou mais tranqüilo que algum tempo atrás. Por mais que um líder esteja preparado para mudanças elas mexem muito fundo. Sempre falo que quero ter até o direito de morrer sem a empresa parar. Tem gente que não gosta de largar do osso, não quer que ninguém faça sombra. Comi-go aconteceu de maneira um pouco diferente. Não quero fazer sombra para ninguém e quero ver a empresa cres-cer. Não são decisões fáceis. Precisam de algumas sessões de psicanálise. Continuo fa-zendo análise e é muito bom porque separa a pessoa física da jurídica, o que já é uma grande coisa. Você não pode se confundir com a empresa. Há uma tendência de olhar o prisma do ângulo que só você conhece. O importante é al-guém dar uma viradinha no prisma e que diga: ‘olha deste lado aqui também. Será que é isso? Será que todo mundo é culpado?’ Tem de saber que você não é dono da verdade e que tem de aprender a ouvir. A melhor virtude de um líder é saber ouvir a todos e reco-nhecer que as grandes idéias não partiram da cabeça dele.PR&Cia▶ Crescer e dobrar de tamanho em pouco ►

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não Precisa ir muito longe Para isso. Órgãos, Conselhos, Empresas, entre tantos outros, buscam através de veículos informativos a fórmula ideal para atingir o seu público. Mais do que levar informações, uma boa comunicação é um marco para a gestão que quer aumentar sua proximidade com seus parceiros, colaboradores e clientes. Com a Editora Ecocidade, o tratamento da informação da sua instituição é diferenciado.

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tempo significa grandes in-vestimentos em prazos cur-tos. O Boticário vai fazer al-guma grande ampliação?Miguel Krigsner▶ São duas áreas. Na inteligência da em-presa não precisa mexer mui-to porque ela apenas vai fazer mais do mesmo. Mas há áreas críticas como produção e ar-mazenamento. Estamos am-pliando nossa capacidade ins-talada por parte e observando num plano diretor de medo e longo prazo a conveniência de termos um novo centro de distribuição e produção fora do Paraná. Basta ver que os mercados do Norte e Nor-deste correspondem a 38% do nosso mercado. Não vamos dizer que todos os produtos devam ser fabricados lá para cima, mas alguns certamente podem. É preciso descentrali-zar um pouco”.PR&Cia▶ Como foi essa passagem para o Conselho já que muitos empresários vêm isso como o início de um fi-nal de carreira?Miguel Krigsner▶ Foi uma fase muito boa de preparação do Artur para que a estrutura não tivesse nenhum tipo de ruído ou alguma troca súbi-ta na linha de comando. Foi uma passagem muito bem estruturada. Jamais conse-guiria imaginar a contratação de um CEO no mercado até pelas próprias características da cultura de O Boticário que iria se ressentir muito se trou-xesse uma pessoa totalmente estranha à estrutura para esta função.PR&Cia▶ E na vida, o que mudou?Miguel Krigsner▶ Até o mo-mento, muito pouco. Tenho até trabalhado mais, mental-

mente, em cima de O Boti-cário, porque tinha algumas iniciativas como o Shopping Estação, o Centro de Con-venções e alguns outros in-vestimentos dos quais de um ano para cá fui me liberan-do. Tenho uma preocupação maior de médio e longo prazo do que irá acontecer na nos-sa trajetória. No Brasil ainda existe uma mentalidade que dá a impressão que você encos-

ta os velhinhos no Conselho para que eles parem de encher a paciência. No entanto, vejo dentro dos modelos de gover-nança mais modernos que o Conselho tem o papel funda-mental que é cobrar e ajudar a traçar as grandes estratégias da organização. Sinceramente, se pegar minha agenda hoje ela está completa.PR&Cia▶ O que é que mais o está ocupando hoje em dia?Miguel Krigsner▶ Tenho me dedicado a muitas coisas como o trabalho na Fundação O Boticário de Proteção à Na-

tureza. Há três meses estamos envolvidos num processo de planejamento estratégico to-talmente diferenciado do que vínhamos fazendo até então. A gente pensando em 2028 – e 2018 numa primeira etapa.PR&Cia▶ Como é ele e o que já deu para visualizar neste planejamento?Miguel Krigsner▶ Geralmen-te quando se faz o processo planejamento estratégico a gente se baseia muito no pas-sado para ver como vai ser o futuro. Da forma como a so-ciedade está andando, a eco-nomia, os países, o mundo está numa velocidade enorme, no prazo de um ano há mui-ta obsolescência das coisas. Você definir 10 ou 20 anos para frente é um exercício que você tem de pegar possíveis cenários do que vai ocorrer no Brasil e no mundo, para tentar projetar como acabo inserindo a empresa neste contexto. Os modelos que a gente tem hoje rapidamente se transformam. Como será o comportamento do nosso consumidor, principalmente da mulher, dentro dos próxi-mos cinco anos. Qual será o papel da mulher? Antes nós vínhamos estruturando nos-so planejamento em cima de pontos fracos e pontos for-tes.PR&Cia▶ De onde ela saiu essa nova maneira de ver as coisas?Miguel Krigsner▶ Contra-tamos uma empresa de con-sultoria, a Adigo, que tem conexão com uma holandesa chamada Estellar. Eles têm um processo de planejamen-to estratégico baseado em 12 pontos onde se encaixa a em-presas nestas doze posições.

Entrevista Miguel Krigsner - Fundador de O Boticário

“Estamos ampliando nossa capacidade instalada por parte e observando num plano diretor de medo e longo prazo a conveniência de termos um novo centro de distribuição e produção fora do Paraná”

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Daí você começa a imaginar como sua empresa vai ser em cada uma delas: o que você quer da sua empresa, como será tua marca, o que é essen-cial dentro do teu negócio e como cada ponto destes vai sofrer na trajetória de 10 e 20 anos daqui para frente.PR&Cia▶ Há novas oportu-nidades de negócios nestas mudanças?Miguel Krigsner▶ Temos procurado cada vez mais de-senvolver produtos fora da área de perfumaria. Reforçar a área de perfumaria sim, mas também entrar e achar colo-cações importantes em outras categorias como maquiagem, produtos para tratamento, tra-tamento capilar, na quantida-de de serviços que poderemos prestar nas nossas lojas. Servi-ços que tenham uma aderên-cia com o que nós vendemos como cursos de maquiagem. Dobrar de tamanho no máxi-mo em cinco anos é uma meta audaciosa e em paralelo temos de ver o que está acontecendo no planeta. Há a diminuição de recursos naturais, o aque-cimento global e os custos do petróleo que podem impactar de forma direta ou indireta na nossa empresa ou nos consu-midores. Dentro deste plane-jamento estratégico você con-segue pelo menos fazer um mapeamento das coisas que podem eventualmente inter-ferir nos negócios.PR&Cia▶ E onde estão as novas oportunidades?Miguel Krigsner▶ Tenho de pensar nos eventuais negócios que podem ser agregados a O Boticário, direta ou indireta-mente, e debaixo do mesmo core business. Pode ser o de-senvolvimento de uma nova

“O trabalho de um líder é deixar

que as pessoas se desenvolvam.

Não é o de sair na frente com

uma bandeira e com um monte de

gente atrás sem enxergar nem onde

estão andando. O trabalho é mostrar

o caminho, ensinar, e eventualmente

andar junto.”

marca, trazer outras coisas para dentro de O Boticário, ir atrás de tecnologia onde há possibilidades de melho-rar. Uma cadeia de 2.465 lojas com toda facilidade que existe hoje em logística e do acom-panhamento do que acontece no seu dia-a-dia das lojas com o sistema de satélite, a proxi-midade com os fornecedores e o franqueado propicia uma

velocidade muito grande nas coisas que podem acontecer. Meu papel é estar muito aten-to ao que pode ser incorpo-rado dentro do negócio, mas também do ponto de vista de responsabilidade social.PR&Cia▶ E como viabilizar isso?Miguel Krigsner▶ Existem várias possibilidades, como agregar mais coisas embai-xo da bandeira O Boticário e existem possibilidades de tra-zer novos negócios. Temos mais ou menos 900 operado-res nas nossas franquias e isso é um capital importante, um

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banco de investidores que co-nhece a forma como tratamos dos negócios. Existem 900 pessoas que querem investir em O Boticário e para nós não é interessante que haja uma fuga de capitais dessas pessoas para começarem a investir em negócios diferentes. Nós esta-mos em busca de alguns negó-cios novos, de preferência na área de franquias, para que es-tas pessoas possam continuar conosco. Nós poderemos esta-belecer uma força de rede para estabelecer um novo negócio no Brasil. Hoje em dia minha cabeça está mais concentrada em observar os movimentos do mundo e onde existam pos-sibilidades de negócios.PR&Cia▶ O Senhor está dei-xando também de atuar nas áreas que mais gosta?Miguel Krigsner▶ Eu con-tinuo fazendo alguma coisa dentro do setor de desenvolvi-mento de produtos. Acabo me envolvendo, mas agora de uma forma diferente. Antigamen-te era uma função decisória e hoje é de aconselhamento. Antes o pessoal vinha e fica-va olhando para minha cara esperando o que eu ia dizer. Agora estou permitindo que as pessoas se desenvolvam e evidentemente não vou deixar que façam besteira. O traba-lho de um líder é deixar que as pessoas se desenvolvam. Não é o de sair na frente com uma bandeira e com um monte de gente atrás sem enxergar nem onde estão andando. O tra-balho é mostrar o caminho, ensinar, e eventualmente an-dar junto. Mas vamos dividir e delegar porque para o pró-prio crescimento profissional destas pessoas é importan-te que aprendam a decidir■

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Capa Great Brazil Express

O Great Brazil Express, primeiro trem turístico de luxo do País, deu início às operações comerciais no dia 22 de maio e trouxe consigo a expectativa de impulsionar o mercado de luxo no Brasil. Nesta primeira viagem, o trem recebeu visitantes estrangeiros interessados em conhecer as belezas brasileiras que vão muito além do dueto praia e Sol.

O PriMEirO TrEM dE luxO NO BrAsil

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Kubitschek, que investiu em rodovias como a melhor op-ção para o transporte de cargas e de passageiros. De lá para cá o setor, responsável pelo de-

desde a implantação da primeira ferrovia no Brasil, no final do

século 19, as antigas locomo-tivas tinham o papel de unir as cidades, atravessando os mais belos cenários, dentre eles, serras, vales, florestas e pastagens, transportando pes-soas saudosas e ansiosas pela chegada. As estações se firma-vam como pontos de encontro importantes, e cada chegada era um grande acontecimen-to social, muito comemorado na época. Apesar de todo esse romantismo, com o passar dos anos o modal foi caindo em desuso. O golpe final foi dado na década de 1950, na gestão do então presidente Juscelino

“O que está atraindo a atenção

de compradores do pacote é a

curiosidade. Há vários trens de

luxo em operação no mundo, mas ninguém nunca

tinha ouvido falar de um no Brasil”

Jasing Chu

senvolvimento e urbanização de cidades em todo o mundo, foi quase que completamen-te dizimado. Dos cerca de 42 mil quilômetros de trilhos que percorriam o Brasil, restaram em operação pouco mais de 27 mil quilômetros, sendo que menos de 10% desse número é destinado aos trens de passa-geiros.

Apesar disso, ainda resta esperança para os apaixona-dos pelo transporte sobre li-nhas. Dentre os investimentos que estão sendo feitos no se-tor de turismo ferroviário, há um grande destaque: o Great Brazil Express, primeiro trem turístico de luxo do país, e um dos poucos trens de ► pas-

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sageiros a contar com uma li-nha regular em operação no país – serão quatro viagens mensais – que deu início às operações comerciais no dia 22 de maio e trouxe consigo a expectativa de impulsionar ainda mais o mercado de luxo no Brasil, que em 2007 cresceu 11,5% de acordo com a MCF Consultoria e Conhecimento. O mais novo projeto turístico nacional recebeu nesta primei-ra viagem 36 passageiros, es-pecialmente convidados para avaliar a viagem e experimen-tar o gosto exclusivo de viajar de trem pelo Sul do país com sua extensa e bela paisagem de campos cultivados, canyons e cidades de colonização euro-péia, que vão muito além do dueto tradicional praia e sol.

À primeira vista, a idéia pode parecer pouco funcional. Um trem de luxo fazendo um percurso de 500 quilômetros entre Curitiba e Foz do Igua-çu para visitantes estrangeiros, principalmente europeus, com

um roteiro que começa no Rio de Janeiro, e que utiliza também o avião e ônibus em trechos intermediários aos da ferrovia. Até aí, não há nada de mais para o europeu que já está acostumado com esse tipo de passeio. “Mas o que está atraindo a atenção de compra-dores do pacote é a curiosida-de. Há vários trens de luxo em operação no mundo, mas nin-guém nunca tinha ouvido falar de um no Brasil”, explica Ja-sing Chu, o diretor de marke-ting do grupo belga TransNico International, e o responsável pela colocação do produto nas agências de viagem européias, a partir da Holanda.

O projeto audacioso é do empresário paranaense Ado-nai Arruda, que já faz a ope-ração de outro trecho ferro-viário com ênfase no turismo entre Curitiba e Paranaguá, no litoral do Paraná, onde trans-porta mais de 50 mil passa-geiros por ano, do investidor sueco Thomas Glenndahl e do belga Thierry Nicholas, dono da Transnico, que movi-menta viagens de mais de 260 mil pessoas anualmente origi-nárias da Europa e que desde a juventude é apaixonado por trens, quando saia “à caça” de locomotivas em várias partes do mundo para fotografar, além de já ter publicado livros sobre o assunto. Só para Cuba,

por exemplo, a TransNico leva anualmente mais de 20 mil europeus. “Se conseguirmos trazer para o Great Brazil Ex-press 10% disso, ou dois mil passageiros por ano, o pacote já será um êxito completo”, diz Thierry.

Na verdade, pelas suas atra-ções, o pacote deve funcionar, e muito bem, também para o turista brasileiro que dese-ja conhecer o Sul e que tem curiosidade de experimentar um roteiro com boa gastro-nomia, cidades e atrações in-teressantes até aqui pouco di-vulgadas afora o destino Foz do Iguaçu, além do irredutível prazer de uma viagem de trem realmente confortável. Até porque é possível adquirir a viagem por partes. Por conta da expectativa que está pro-

“se conseguirmos trazer para o Great Brazil Express 10% disso, ou dois mil passageiros por ano, o pacote já será um êxito completo”

Thierry Nicholas

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Capa Great Brazil Express

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vocando, aliás, o pacote já está com vendas fechadas até o iní-cio de novembro. Isso se deve também, em parte, pela pouca capacidade de reservas, já que os dois trens especialmente adaptados para o trecho, do modelo Litorina, tiveram sua capacidade reduzida de 54 para 22 passageiros, cada uma, para proporcionar o luxo e o conforto necessários para a viagem. Adonai Arruda, dono da Serra Verde Express, conta que até aqui investiu R$ 2,5 milhões no Great Brazil Ex-press, dos quais mais de R$ 600 mil foram aplicados na decoração dos vagões, feita pelo designer Paulo Peruzzo, com um conceito que remete a dois dos principais pontos turísticos brasileiros – Foz do Iguaçu e Copacabana, mas

com um estilo de estofados, cortinas mesas e luminárias que remete ao Brasil dos sé-culos XVIII e XIX. O restan-te foi investido na recupera-ção dos motores das litorinas, tipo de trens que possuem

tração própria, fabricados pela General Motors.

Entretanto, a viagem do Great Brazil Express demora um pouco para entrar real-mente no clima nostálgico e trazer as sensações duradou-ras e especiais de uma via-gem de trem. Não por culpa das Litorinas, realmente um projeto magnífico de trem de luxo, mas pelo péssimo esta-do das ferrovias brasileiras, já que a prioridade do momento é carga e não passageiros.

O trajeto

No pacote principal, de dez dias de duração, os pas-sageiros desembarcam no Rio de Janeiro onde ficam por dois dias e em seguida são trans-portados de avião até Curiti-ba. Há, também, um pacote no sentido inverso, partindo de Foz do Iguaçu com desti-no ao Rio de Janeiro pelo ►

Nas fotos, alto luxo: poltronas em couro e forro de penas de ganso, teto pintado a mão, televisão de plasma que transmite o caminho já percorrido, música, vinho, champanhe e uísque 12 anos. A decoração, assinada pelo designer Paulo Peruzzo, relembra o Brasil colonial e tem peças de madeira nobre e de antiquários.

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Guarapuava

Cascavel

Foz do Iguaçu

diA 1: riO dE JANEirOChegada no rio de Janeiro, onde o grupo

será levado para o hotel Pestana, em Copa-cabana. dentre as visitas estão o Pão de açúcar,

o Corcovado e a Estátua do Cristo redentor, com almoço em churrascaria e jantar servido no restau-

rante Mariu’s Crustáceos.

diA 2: riO dE JANEirO – CuriTiBAde manhã, tempo livre para relaxar na piscina, ou tomar

café à beira da praia. depois um passeio de barco pela baía do rio de Janeiro e almoço no outro lado da baía, no

restaurante Olimpo. Às 15h está marcado o vôo para Curitiba. diA 3: CuriTiBA – MOrrETEs – ANTONiNA – CuriTiBAdepois do Café da manhã no hotel Bourbon, o grupo pega o trem com destino à cidade histórica de Morretes. O passeio continua de ônibus que segue para Antonina. No final da tarde, o grupo passeia de barco pela baía de Paranaguá. À noite, de volta a Curitiba, o jantar é servido no Castelo do Batel.

diA 4: CuriTiBA – VilA VElHA – TiBAGi de manhã, visita ao centro histórico de Curitiba, Jardim Botânico, Museu Oscar Niemeyer e o Memorial ucraniano. À tarde ida ao Parque Nacional de Vila Velha. O passeio continua na cidade de Tibagi, onde ficarão hospedados no hotel fazenda itaytyba. diA 5: TiBAGi (CâNiON GuArTElá) – CAsTrO – PONTA GrOssAVisita ao Cânion Guartelá. depois do

almoço, visita à cidade de Castro e à pequena cidade de Castro-

landa, local que man-têm os hábitos

dos

riO dE JANEirO À CATArATAs dO iGuAçu (8 dias)

São 4 pacotes de turismo de luxo, com opções de 7 à 10 dias, com destino ao Rio de Janeiro e principais cidades históricas do Paraná, mas é o passeio de trem a grande sacada da viagem.

rOTA dE luxO

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Ponta GrossaCuritiba

Morretes

imigrantes holandeses. Ao final do dia, o destino é Ponta Grossa.

diA 6: PONTA GrOssA – irATi – GuArAPuAVAdepois do passeio em Ponta Grossa, o destino é a cidade de irati e Guarapuava. lá haverá um passeio de trem e pausa para almoço em irati. Na chegada em Guarapuava, o ônibus leva os passageiros para o hotel-spa Med Vale.

diA 7: GuArAPuAVA – CAsCAVEl – FOz dO iGuAçu (CATArATAs dO iGuAçu)depois do café da manhã em Guarapuava, saída de trem para a cidade de Cascavel. depois do passeio na cidade, a viagem agora é para Foz do iguacu, com hospedagem no Hotel Bourbon Cataratas. À noite, show tipicamente latino-Americano, com música e dança.

diA 8: FOz dO iGuAçu – riO dE JANEirOde manhã, visita à usina Hidrelétrica de itaipu, uma das maiores represas do mundo. Ao final do passeio, os visitantes irão conhecer as cataratas, com almoço no restaurante Canoas. Ao final da programação, o grupo faz check-out no hotel e se dirige para o aero-porto de Foz do iguaçu, com destino final ao rio de Janeiro.

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mesmo trajeto e atrações.No primeiro dia na capi-

tal paranaense, logo cedo, há uma espécie de “aperitivo” da viagem de trem por conta do trecho de 80 quilômetros até Morretes, cidade com ar-quitetura colonial do Litoral paranaense. A volta é por ôni-bus, com direito a conhecer o bairro gastronômico dos ita-lianos de Santa Felicidade, no retorno à capital. No segundo dia, há um almoço com pratos típicos do Paraná, no Castelo do Batel, construído em seme-lhança aos franceses do Vale do Loire, e uma das mais belas edificações curitibanas.

Após o almoço, o grupo se-gue ainda via ônibus por quase 180 quilômetros até o Canyon de Quartelá, no município de Tibagi, um dos cinco maiores do mundo, com direito a uma breve passagem e visita à Vila Velha, com suas formações de arenito esculpidas pelo ven-to. A hospedagem é no hotel fazenda Itaytyba Ecoturis-mo, localizado nas bordas do canyon, confortável e rústico como se pretende para este tipo de empreendimento, com direito a passeios pelas suas trilhas e várias cacho-eiras. A visita ao canyon de Quartelá é inesquecível tanto para o turista brasi-leiro como estrangeiro por suas belezas naturais into-

cadas, mas na seqüência a programação dimi-

nui de ritmo e vai a Castro ver um

museu do garim-po de diaman-

tes e show étnico

dos holandeses que coloniza-ram a região nos anos de 1950, finalizando a viagem por ôni-bus em Ponta Grossa, a 120 quilômetros de Curitiba.

É realmente em Ponta Grossa que começa a viagem por trem pelos próximos 500 quilômetros e que vai du-rar dois dias. O início ainda é numa estação improvisada, mas todos os locais já têm pro-jetos de construção de novos pontos de embarque. Segundo Adonai Arruda, ainda não foi possível criar um roteiro que partisse de trem de Curitiba porque o trecho entre Curitiba e Ponta Grossa, além de ruim, tem sua capacidade de ope-ração toda destinada à carga. Caso fosse feito de trem, o tra-jeto levaria mais de sete horas para ser percorrido, enquanto que por ônibus a viagem é feita em menos de duas horas.

Na partida, no quinto dia do roteiro, o Great Brazil Ex-press trafega lentamente, trepi-dando e apontando a lastimá-vel situação dos trilhos. Nas

primeiras quatro horas não é possível sequer ultrapassar os 30 quilômetros por hora, mas essa péssima impressão logo se desvanece pelo ótimo serviço de bordo proporcionado pelos três comissários de bordo tri-língues que começam a trazer aperitivos, canapés, lanches, vinho ou uísque doze anos.

Leva-se um dia inteiro para percorrer os 250 quilômetros até Guarapuava e, na chega-da, um indefectível grupo de gaúchos do CTG local faz sua demonstração de dança e pro-

“o que nós precisamos fazer

agora é melhorar a velocidade do trem em certos trechos

porque abaixo de 30 quilômetros por hora você acaba matando

o passageiro de tédio”

Adonai Arruda

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Capa Great Brazil Express

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Canyon Guartelá: situado no planalto dos Campos Gerais, entre os municípios de Castro e Tibagi, no Paraná, é considerado um dos maiores canyons do mundo, (6° lugar) com 32 Km de comprimento e altitudes que variam de 700 a 1.200 m.

move um churrasco “Fogo de Chão”.

No sexto dia, o trem parte cedo, com destino a Casca-vel por um trecho ferroviário mais novo, da estatal parana-ense Ferroeste e logo se vê a locomotiva atingir perto de 60 quilômetros horários, o que realmente provoca uma sen-

sação de que as coisas agora estão indo bem. Não há mais solavancos e o Great Brazil Express desliza sobre os tri-lhos. Neste momento, dá até para vislumbrar o velho sonho dos paranaenses da construção do corredor Paranaguá-Anto-fagasta (Chile), unindo os oce-anos Atlântico e Pacífico. Para isso, faltariam apenas 150 qui-lômetros de trilhos entre Cas-cavel e Foz do Iguaçu e mais 500 quilômetros dentro do Paraguai o que, convenhamos, não é muito. Na hora do almo-ço os visitantes são recebidos com banda, discurso e mais gaúchos em Cascavel onde, novamente, embarcam no ôni-bus: às 17 horas o grupo faz o check-in no hotel Bourbon de Foz do Iguaçu, onde a per-manência é por mais dois dias com direito a todas as atrações da terra das Cataratas.

Acima, a recepção em Irati atraiu muitos curiosos que nunca tinham visto um trem de passageiros na cidade.Abaixo, a recepção dos grupos folclóricos

Preço vigentes entre 1o de novembro de 2008 e 31 de outubro de 2009(excluindo as passagens aéreas internacionais)

9 dias – Rio de Janeiro - Foz do Iguaçu US$ 5.2657 dias – Curitiba - Foz do Iguaçu US$ 4.53010 dias – Foz do Iguaçu - Rio de Janeiro US$ 5.750Oito dias – Foz do Iguaçu - Curitiba US$ 4.625

Transnico [email protected]@greatbrazilexpress.comwww.greatbrazilexpress.com

Serra Verde Express800060-090 e 55 41 3323-4007reserva@serraverdeexpress.com.brwww.serraverdeexpress.com.br

Serviço:

Adonai e Thierry Nicholas tem planos de também fazer uma entrada por Foz do Igua-çu a partir do destino Buenos Aires na medida em que o ser-viço for sendo desenvolvido e alguns trechos ferroviários da América Latina Logística (ALL) forem melhorados. E há também uma nova Litorina em fase de preparação para en-frentar um possível crescimen-to do mercado que permitiria aumentar o número de passa-geiros por viagem para perto de 60 com três composições. “Fundamentalmente, o que nós precisamos fazer agora é melhorar a velocidade do trem em certos trechos por-que abaixo de 30 quilômetros por hora você acaba matan-do o passageiro de tédio”, conclui Adonai Arruda. E, quem sabe, melhorando a nossa malha ferroviária, não só vai ser possí-vel trazer ao Brasil um perfil de turis-ta estrangeiro que ainda não existe no país – o aficionado por trens, geralmente com alto poder aqui-sitivo –, mas também de movimentar a economia de diversos municípios do in-terior do Paraná ■

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V isando duplicar sua capacidade de opera-ção e faturamento, a

Insol do Brasil inaugurou, no dia 21 de junho, sua nova unidade de armazenagem e processamento de grãos em Maringá, adquirida da antiga Brasway. O complexo tem uma fábrica com capacidade de esmagamento estimada em

A Insol do Brasil investe R$ 26 milhões em compra e reforma de fábrica de óleo em Maringá e com isso pretende saltar de R$ 200 milhões no faturamento de 2007 para R$ 450 milhões este ano.

duplicando o faturamento com nova unidade

600 toneladas/dia, em uma área de 227 mil m2 e é atual-mente a maior planta de ar-mazenagem e processamento de grãos do grupo - os vários silos e armazéns segregados atingem uma capacidade es-tática de armazenagem de aproximadamente 185 mil toneladas, entre produtos in natura e derivados, a granel e ensacados.

Maringá vai representar um incremento de 150 mil toneladas no volume de pro-cessamento anual de soja da Insol e, ainda, um volume adicional de 100 mil tonela-das no movimento de outros granéis. “Isso representa um acréscimo de faturamento na ordem de US$ 100 milhões”, informa o diretor institucio-nal do Grupo, Adriano Mar-covici. A antiga Brasway pos-sui ramal ferroviário, o que

facilitará a movimentação dos produtos.

Entre a compra e a refor-ma, a planta consumiu inves-timentos de R$ 26 milhões (US$15 milhões), e, para do-brar a capacidade de esmaga-mento, nos próximos anos a empresa pretende injetar ou-tros R$ 17 milhões (US$ 10 milhões).

A nova unidade trabalhará apenas com soja não-transgê-nica (FREE GMO).“A aqui-sição da planta faz parte de um plano de expansão deline-ado pela empresa, que agora atuará de forma mais efetiva numa região de alta produção de soja e de acesso fácil à rota de escoamento de grãos que tem origem no Mato Gros-so, Mato Grosso do Sul e Norte do Paraná em direção aos Portos de Paranaguá e de São Francisco do Sul”, afir-

Investimentos Insol do Brasil

Unidade de esmagamento

de soja da antiga Brasway.

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“A aquisição da planta faz parte de um plano de

expansão delineado pela empresa, que

agora atuará de forma mais efetiva

numa região de alta produção de soja

e de acesso fácil à rota de escoamento

de grãos”Adriano Marcovici

ma Marcovici. Segundo ele, a empresa vai trabalhar somen-te com soja não transgênica porque já há um prêmio de 40 dólares por tonelada para o farelo de soja no mercado europeu, o que significa 10% de rendimento extra para o produto. A empresa envia o produto para Itália, Portugal e Holanda.

Em 2007, O grupo faturou R$ 200 milhões e estima um crescimento na receita para R$ 450 milhões neste ano com a nova unidade.

A empresa

Fundada em 2001, a Insol do Brasil é uma empresa de agronegócios de capital in-teiramente nacional que atua no Sul e Centro-Oeste brasi-leiro e congrega todas as eta-pas da cadeia produtiva do

agronegócio, ou seja: desde a venda de fertilizantes ao produtor até comercializa-ção direta no Brasil e exte-rior de grãos e seus deriva-dos. Possui como principais atividades a compra de pro-dutos agrícolas in natura, o

Centro de armazenamento de grãos adquirido pela Insol em Maringá. A expectativa é mais que duplicar a capacidade de estocagem e o faturamento da empresa.

transporte, a armazenagem, o beneficiamento, a indus-trialização e a comercializa-ção destes e de seus deriva-dos (farelo, óleo e lecitina), especialmente, dos grãos de soja e milho.

A empresa está dividida em quatro grandes áreas de atuação: trading, na compra e venda de grãos; indústria, produção de farelo, óleo de-gomado e lecitina de soja; armazéns gerais, que secam, limpam, classificam e armaze-nam os grãos; e fertilizantes, que importa, mistura, ensaca e comercializa os produtos básicos para a linha de ferti-lizantes NPK.

Hoje, a Insol conta com uma unidade de processamen-to de grãos em Ponta Grossa, com capacidade para esma-gamento de 1.2 mil toneladas de soja/dia e estocagem de 50 mil toneladas de soja, 20 mil toneladas de farelo e 4 mil toneladas de óleo. A empre-sa possui também armazéns em Sorriso, Ana Terra, Ta-purah, Sinop e Nova Xavan-tina, no Mato Grosso, todos credenciados para receberem da CONAB estoques regu-ladores de grãos do Gover-no Federal Brasileiro. Além disso, possui uma fábrica de fertilizantes em Curitiba e dez escritórios comerciais em quatro estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pa-raná e Mato Grosso. Atua também com agricultura pos-suindo 5.000 hectares de soja, 1.200 hectares de milho e, em caráter experimental, 10.000 hectares de pinhão manso ■

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Aconteceu

Dia 25 de maio foi lançado oficialmente pelas prefeituras de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, na Argentina, a candi-datura das Cataratas do Iguaçu à condição de uma das novas sete maravilhadas da natureza. A escolha é organizada pela Fundação New 7 Wonders, da Suíça, a mesma que organizou em 2007 a escolha das novas sete maravilhas do mundo, en-tre os quais o Cristo Redentor.

A eleição das novas sete maravilhas da natureza está

dividida em duas etapas: na primeira, já iniciada e com duração até 31 de dezembro de 2008, serão selecionadas 21 candidaturas, por meio de voto popular. Na segunda fase, a partir de janeiro de 2009, as finalistas serão novamente submetidas ao voto dos inter-nautas para a escolha decisiva. As candidaturas vencedoras serão conhecidas em 2010.

Nos primeiros cinco meses da eleição, já foram computa-dos mais de meio milhão de

As novas 7 maravilhas da natureza

votos e a única forma de votar é pela Internet, no endereço www.new7wonders.com. Na busca por votos, os promo-tores da candidatura das Ca-taratas do Iguaçu criaram até um site, o www.votecataratas.com, com domínios de entrada também em inglês e espanhol.

Entre as 77 candidaturas que lideram momentanea-mente a disputa, figuram três destinos brasileiros. Além das Cataratas do Iguaçu, apare-cem em destaque na corrida a floresta amazônica e o ar-quipélago de Fernando de Noronha. As Cataratas do Iguaçu, no entanto, largam em vantagem por duas razões: primeiro, porque destacam-se pelo fluxo de turistas, que só em 2007 recebeu mais de um milhão de visitantes. Além disso, as Cataratas situam-se na chamada região trinacio-nal, muito próximo da tríplice fronteira de Brasil, Argentina e Paraguai, o que lhe rende numerosos votos entre eleito-res de três países.

Cataratas de Foz do Iguaçu: se depender

de quem vive na tríplice fronteira,

já está eleita uma das Novas Sete

Maravilhas da Natureza.

iii Festival internacional de TurismoRealizada de 25 a 28 de

Junho, a terceira edição do Festival Internacional de Turismo em Foz do Iguaçu propiciou o intercâmbio de negócios entre os destinos Foz do Iguaçu e municípios da Região e vários outros estados, além de países do Mercosul e trade interna-cional. O evento recebeu 3.500 participantes, dentre eles agentes de viagens, ope-

radores de turismo, exposi-tores, estudantes e professo-res, autoridades e imprensa.

Os indicadores apontam que as expectativas foram superadas em todos os se-tores. Só a Rodada de Ne-gócios, eleita pelos partici-pantes como a melhor das 3 edições, alcançou o mon-tante de U$$ 14 milhões em negócios gerados entre aproximadamente 50 em-

presas suppliers e 14 buyers nacionais e internacionais, o que proporcionou no mínimo 350 encontros de negócios.

22. Revista Paraná&Cia | junho.julho de 2008

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Empresa paranaense cria tecnologia não poluente de produção de carvão

Os fornos de barro, arcai-cos e altamente poluentes, já podem ser evitados no pro-cesso de produção de carvão vegetal. Isso porque a Bri-carbras - uma das sete unida-des que compõem o Grupo Hübner, surgido no Paraná e que atua em três estados do Brasil nas áreas de meta-lurgia, siderurgia, usinagem, fundição, reflorestamento e implementos rodoviários - desenvolveu uma nova tec-nologia para a fabricação do produto, sem causar danos ao

meio ambiente. Trata-se de uma tecnologia 100% bra-sileira, as UPCs (Unidades de Produção de Carvão), constituídas por fornos, queimadores de fumaça, es-tufas para secagem de lenha e um sistema informatizado para supervisionar a car-bonização da madeira. “As unidades também trazem maior rendimento no uso da madeira e economia de matéria-prima”, garante a negociadora das UPCs, Ja-nete Tomelin.

Primeiro empreendimento da categoria "residence" no portfólio da rede Bourbon

Bourbon na capital carioca

A rede paranaense Bour-bon Hotéis e Resorts anun-ciou em julho o início das operações do Bourbon Resi-

dence Barra Premium, no Rio de Janeiro. A chegada da bandeira Bourbon no mer-cado carioca celebra também a operação da Rede em um novo negócio - a adminis-tração de empreendimentos residenciais. Este fato con-solida mais uma etapa do crescimento e expansão da Rede, que tem como uma das metas globais estar presente nas principais capitais do país.

O Bourbon Residence Barra Premium fica na Barra da Tijuca, em área de con-domínios residenciais, com ruas tranqüilas e arboriza-das. Está próximo ao centro de convenções Rio Centro, aos Shoppings Rio Design e Barra Shopping e ao Autó-dromo de Jacarepaguá, com acesso fácil ao Aeroporto

Internacional Tom Jo-bim e ao Aeroporto Santos Dumont atra-vés da linha amarela.

23

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Sucessão CR Almeida

Unidade de Curitiba do Grupo CR Almeida: parte de um patrimônio estimado em R$ 9,4 bilhões e cerca de 30 empresas nas áreas de construção, concessão de rodovias, logística de transporte e química.

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Grupo. "O processo de su-cessão vinha sendo preparado desde 2003 pelo próprio Dr. Cecilio, que criou as condi-ções normativas necessárias para garantir a participação dos acionistas e herdeiros no comando estratégico e insti-

tucional do Grupo", infor-mou Cassou em nota. Ainda segundo ele, "Existe um com-promisso dos acionistas com o processo de perpetuidade e crescimento das empresas e com a harmonia na gestão dos negócios".

Marco Antônio Cassou assume a presidência com a intenção de acelerar a expan-são nas áreas de logística e de concessões rodoviárias. Junto com o engenheiro Pedro Bel-trão Fraletti, que continua na presidência executiva da hol-ding CR Almeida e o sobri-nho da ex-esposa de Cecilio, que era o braço-direito do empresário, foi o respon-

Acionistas elegem novo Presidente do Conselho de Administração do Grupo CR Almeida em um acontecimento já esperado.

sucessão sem surpresas

O engenheiro civil Mar-co Antônio Cassou, 51 anos, é o novo

presidente do Conselho de Administração do Grupo CR Almeida. Não houve surpresa na sucessão. Genro do polê-mico empresário Cecilio do Rego Almeida, Cassou exercia a vice-presidência do Grupo antes da morte do fundador, no final de março passado, deixando um patrimônio esti-mado em R$ 9,4 bilhões e cer-ca de 30 empresas nas áreas de construção, concessão de ro-dovias, logística de transporte e química. Cassou é casado com Denise, a única mulher entre os seis filhos de Cecílio, e está no Grupo desde 1984. Formado em Engenharia Ci-vil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com mes-trado em Administração pela Stanford University (Califór-nia, EUA), Cassou foi geren-te de Produção da Alusan In-dústrias Químicas; gerente de Produção da EBEC Engenha-ria Brasileira de Construções; co-responsável técnico, dire-tor comercial e presidente da CR Almeida S.A. Engenharia e Construções e era membro do conselho de administração do Grupo.

Em comunicado interno aos colaboradores, os acionis-tas manifestaram total apoio aos membros do Conselho de Administração e ao quadro de gestores e executivos do

“Existe um compromisso dos

acionistas com o processo de

perpetuidade e crescimento das

empresas e com a harmonia na gestão

dos negócios”Marco Antônio Cassou

Na foto, Marco Antônio Cassou, o novo presidente do Conselho de Administração do Grupo CR Almeida.

sável pela recuperação da em-presa que chegou a entrar em concordata há pouco mais de dez anos. O ingresso na área de concessão de rodovias e lo-gística, no entanto, alavancou um novo patamar de cresci-mento dos negócios como o da EcoRodovias, empresa controlada (65%) pela CR Almeida e (35%) pela italia-na Impregilo, que assumiu nesse ano o controle da Ro-dovia das Cataratas, que liga Guarapuava a Foz do Iguaçu. O objetivo do grupo agora é fazer outras aquisições e par-ticipar de novos leilões nesse setor. A holding CR Almeida tem como sócios as empresas Participare e Pio XII. A Par-ticipare detém 70% do capital social e é representada pela filha Denise Beltrão de Al-meida Cassou. A Pio XII, repre-sentada pela e x - e s p o s a Rosa Maria Beltrão Ris-chbieter, pos-sui 30% das a ç õ e s ■

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Apostando na troca de guardanapos de pano por de papéis de alto padrão, a Relevo planeja dobrar a produção em 2009 para 60 toneladas mensais e já vislumbra o salto seguinte, quando chegará a 120 toneladas.

A valorização do Guardanapo de papel

Pulo do Gato Relevo

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registrada nos últimos anos de substituição das toalhas de te-cidos, que exigem trabalhosas lavagens periódicas, nos hotéis e restaurantes. “Um guardana-po descartável da Relevo custa R$ 0,18 e a lavagem da toalha sai por R$ 0,25”, explica Ru-fatto. Há, porém, um segredo por detrás da situação de redes como a Tok Stock trabalharem com a venda de seu produto: o conhecido jogo americano,

composto de toalha, guarda-napo e descanso para copo. “Levamos oito anos para de-senvolver uma técnica onde o papel que é a matéria-prima dos guardanapos, o tissue ou crepon, fica descansando du-rante 90 dias, no que chama-mos de adega, para melhorar e dobrar a maciez de suas fi-bras”, conta Celso Rufatto.

O empresário só teve cer-teza de que este era um bom ramo de negócio em 1992, quando a Transbrasil desco-briu sua pequena fábrica e fez uma encomenda de toalhas de lavabo para substituir as de te-cido que utilizava em todos os seus aviões. “Em oito dias ins-talamos uma nova unidade e em 90 dias dobrei meu fatura-mento”, lembra ele. “A Trans-brasil nos abriu a porta para o

J á se foi o tempo dos guardanapos de pano. Mais econômicos e prá-

ticos, o uso de elegantes guar-danapos de papel está se espa-lhando por hotéis, restaurantes e churrascarias. Prova disso é o sucesso da empresa parana-ense Relevo Guardanapos Es-peciais, que já tem seu produto no dia-a-dia das mais elegantes redes de hotéis do país, como o Copacabana Palace e o Fasa-no, além de quase todas outras grandes redes. A fabricante de guardanapos descartáveis de papel já chegou até ao símbolo máximo do consumo da classe média, a Daslu, que está entre seus clientes.

Instalada na pequena cida-de de Almirante Tamandaré, vizinha a Curitiba, a empresa pode ostentar com orgulho a carteira de clientes que tem sido grande ajuda para ficar mais conhecida e duplicar de tamanho ano a ano. “Hoje produzimos 30 toneladas mensais de guardanapos, mas para 2009 estamos esperando uma produção de 60 tonela-das com a implantação de mais um turno, o terceiro da fábri-ca”, conta Celso Rufatto, um consultor que tinha negócios na área de autopeças e que em 1984 foi visitar a empresa a trabalho e se encantou com as possibilidades do negócio. “Entre 1987 e 1988 decidi comprar a empresa que tinha apenas seis funcionários”, conta ele. Hoje a Relevo tem 80, quer atingir em 2008 um faturamento de R$ 3 milhões e estrear 2009 com vendas de R$ 1 milhão mensais. Não vai ser difícil. Crescendo apenas através da propaganda boca a boca feita por quem entra em contato com seus produtos, a estratégia da relevo está forte-mente apoiada numa tendência

Brasil e começamos a vender inicialmente no Rio de Janei-ro e depois fomos a São Paulo, mas agora já estamos em todo o país”, acrescenta.

A Relevo Guardanapos Especiais tem uma carteira de 3.200 clientes no país e uma linha de 200 produtos de di-ferentes tamanhos e formatos de guardanapos com alto re-levo - só para a Daslu desen-volveu 80 modelos. Há dois anos a empresa está se prepa-rando para esta produção de 60 toneladas mensais, mas este plano está sendo revisto por conta de uma nova estratégia de mercado observada por Rufatto: “decidimos entrar no segmento de churrascarias e de hospitais onde também acredi-tamos que esta substituição do tecido pelo papel é irreversí-vel”, diz. “Será mais um salto e poderemos ir a 120 toneladas mensais”, conta. E, novamen-te, a estratégia é bastante sim-ples: “Nós simplesmente doa-mos as toalhas para utilização pelas churrascarias e ficamos aguardando o cliente entrar em contato. Não falha nunca”, diz ele. “Há muito espaço ain-da para crescer, acho que com 120 toneladas mensais vou ocupar uns 2% desse mercado no país”, conclui ■

“Hoje produzimos 30 toneladas mensais

de guardanapos, mas para 2009

estamos esperando uma produção de

60 toneladas com a implantação de mais um turno, o terceiro

da fábrica”Celso Rufatto

Economia: um guardanapo descartável da Relevo custa R$ 0,18 e a lavagem de um guardanapo toalha sai por R$ 0,25.

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B uscando voltar a velha forma, o Paraná, que já foi o maior produ-

tor do país de peixes cultiva-dos (a partir da produção da região de Cascavel e Toledo, no Oeste do estado), está com um projeto para multiplicar em até três vezes a produção atual. A atividade, que nos úl-timos 15 anos ganhou pouco impulso, confere hoje ao es-tado um mediano sexto lugar, com uma safra anual de 16.600 toneladas em 2006/2007, e de perto de 20 mil toneladas na atual safra, encerrada em 30 de junho passado. Mas este cenário tem tudo para voltar aos altos índices. O principal incentivo aos psicultores está

vindo na forma de um in-vestimento da Copacol

(Cooperativa Agroin-dustrial Consolata), que inaugurou no fi-nal de junho o maior frigorífico de peixes do país, instalado na cidade de Nova Au-rora, também Oeste do Paraná. “É certa-mente um novo mar-

co na história da

Tão rentável quanto a soja e o milho

Produção Copacol

Paraná quer triplicar produção da psicultura e Copacol investe R$ 15 milhões em frigorífico de peixes.

Nova Aurora, 27-06-08 - Copacol - O ministro da secretaria especial da aquicultura e pesca Altemir Gregolim, fala durante a inauguração do abatedouro de peixes da Copacol. Foto Arnaldo Alves - SECS

pscicultura paranaense porque esta unidade vai agregar valor ao produto com a produção de salsichas, linguiça, fish burger e nuggets”, informa Luiz Da-nilo Muehlmann, extensionis-ta da Emater responsável pela área no Paraná. Segundo ele, outro fator que deve increme-tar a produção foi a conces-são de licenças ambientais no início deste ano para psicul-tores que estavam há muito tempo na atividade. “O fato de não terem essa licença im-pedia o seu acesso ao crédito agropecuário e a expansão do seu negócio”, disse o técnico. Segundo ele, também no final do mês de junho, foi lançada a pedra fundamental de outro frigórifico para peixes cultiva-dos em Cornélio Procópio, no norte paranaense, com capa-cidade de processamento de 6 toneladas diárias.

O frigorífico da Copacol exigiu investimentos de R$ 15 milhões, financiados pelo Banco Regional de Desen-volvimento do Extremo Sul (BRDE), e vai gerar 100 em-pregos diretos para atender os mercados interno e externo. A sua operação envolve abate, industrialização e comerciali-zação e tem capacidade inicial de industrializar 10 tonela-

das de tilápias por dia. “A

meta é estender a produção para 50 toneladas por dia em 2012. Com isso, a cooperativa irá buscar peixes em várias re-giões do estado”, informou o presidente da Copacol, Valter Pitol. Inicialmente, o frigorí-

"O governo aposta no crescimento da

produção de peixes com a liberação das águas pertencentes

à união para cultivo, a exemplo do que

aconteceu no Chile que expandiu

consideravelmente a produção de salmão

naquele País"Altemir Gregolim

Altemir Gregolim, ministro da Secretaria

Especial de Aqüicultura e Pesca,

que participou da inauguração em Nova

Aurora e anunciou medidas para

incentivar a prática da piscicultura e

aumentar a produção.

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Revista Paraná&Cia | junho.julho de 2008 .29

fico irá receber a produção de tilápias de 150 piscicultores cooperados, o que também é uma novidade porque incor-pora a bem-sucedida estraté-gia utilizada na produção de frangos na psicultura, o que garante a compra do cultivo de peixe do agricultor rural. Para isso, a cooperativa vai fornecer os alevinos, assistência técnica e insumos.

O ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pes-ca, Altemir Gregolim partici-pou da inauguração em Nova Aurora e anunciou medidas para incentivar a prática da pis-cicultura e aumentar a produ-ção de pescados de água doce e salgada. No Paraná, segundo ele, há um potencial enorme de reservatórios de usinas hidre-létricas a ser explorado com a técnica dos tanques rede que

estão sendo utlizados inclusive em Itaipu.

Entre as medidas anuncia-das está a concessão de crédito para adequação e moderniza-ção de tanques já escavados, além do estabelecimento de assistência técnica especiali-zada numa parceria entre os governos Federal e do Esta-do para ampliar a tecnologia de cultivo. O ministro disse

também que haverá recursos para treinamento e especiali-zação de técnicos na área da piscicultura e antecipou que o governo Federal, em conjunto com o governo do Paraná, está estudando o incentivo ao uso de energia elétrica em deter-minado período, onde o pro-dutor terá acesso a descontos especiais. “O governo aposta no crescimento da produção de peixes com a liberação das águas pertencentes à União para cultivo, a exemplo do que aconteceu no Chile que expandiu consideravelmente a produção de salmão naquele País”, completou.

A preocupação também é fortalecer o mercado interno, cujo consumo atual é da or-dem de 7 quilos por habitante/ano enquanto que o recomen-dado é de 16 quilos anuais “No futuro, não vai ser por falta de mercado que vai se restringir a produção como já aconte-ceu no passado”, finalizou o ministro. Segundo cálculos da Emater, a psicultura é tão ren-tável quanto a soja e o milho. Ao que tudo indica, o mar (ou tanque) está para peixes para o produtor paranaense ■

Tanque-rede em operação no lago de Itaipu: os reservatórios de hidrelétricas, localizados no Paraná, têm o maior potencial de expansão de pesca cultivada do país.

Abatedouro de peixes da Copacol, inaugurado em Nova Aurora-PR.

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30. Revista Paraná&Cia | junho.julho de 2008

turismo Kattamaram

Somando à nova fase de turismo em Foz do Iguaçu, empresário investe R$ 3 milhões no mais novo roteiro turístico da cidade das cataratas e lança passeio com barco estilo catamarã.

Passeio no lago de itaipu

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Revista Paraná&Cia | junho.julho de 2008 .31

maiores investimentos. Pen-samos: vamos fazer um barco maior e mais luxuoso, onde serviremos almoço e faremos diversas rotas e daí sim vamos iniciar o trajeto”, conta o di-retor comercial e criador do projeto, Adriano Santos.

Em parceria com a Itaipu Binacional, a idéia é integrar o passeio ao centro de visitantes da hidrelétrica com o turismo no Kattamaram. “Nos próxi-mos meses, a Itaipu vai ajudar a construir um cais próximo da Usina que possa ser usado como base para o Kattamaram e também para a polícia Fede-ral. Isso vai facilitar o fluxo de turistas que visitam a usi-na para que participem dos ►

Foz não se resume só às cataratas. Foz também não gira em torno só

das compras no Paraguai. A ci-dade paranaense, atual segun-do destino mais visitado por turistas estrangeiros no Brasil, segundo dados da Embratur, vem mudando essa imagem.

Com o objetivo de man-ter o turista por mais alguns dias na região, a cidade tem investindo em novas atrações, bastante ligadas à geografia do município, e que não eram tão exploradas antes, como o ecoturismo. Além de roteiros como o arvorismo com tiro-lesa, rafting nas corredeiras do rio Iguaçu, rapel com vista panorâmica das cataratas, vôo de helicóptero, entre outros, o mais novo produto turístico de Foz do Iguaçu é um passeio no Lago de Itaipu a bordo de um barco de estilo catamarã, com um grandioso cenário de fundo e um belíssimo pôr-do-sol.

Promovida pela empresa Macuco Ecoaventura, o Kat-tamaram, como foi batizado, tem capacidade para 200 pes-soas, dois ambientes, um in-terno e outro externo, e conta com um restaurante climatiza-do, bares, TV de plasma com vídeo, som ambiente, antena de telefone celular e internet e banheiros específicos para portadores de necessidades especiais. Foram quase R$ 3 milhões investidos no barco. “A idéia do Kattamaram sur-giu há mais ou menos 2 anos, quando realizamos alguns passeios com barcos menores e a receptividade foi enorme. Tivemos mais de 1.500 pesso-as nestes primeiros passeios, mas, em vez de dar continui-dade, decidimos que não iría-mos “queimar” o passeio sem

“Nos próximos meses, a itaipu vai ajudar a construir

um cais próximo da usina que possa ser

usado como base para o Kattamaram

e também para a polícia Federal. isso

vai facilitar o fluxo de turistas que

visitam a usina para que participem dos

passeios”

Ambiente externo do kattamaram: um excelente lugar para apreciar o pôr do sol ou as luzes da Usina de Itaipu.

Jorge Miguel Samek

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turismo Kattamaram

passeios”, diz o presidente da Binacional, Jorge Miguel Sa-mek.

Construído totalmente com tecnologia nacional, o Kattamaram tem 35 metros de comprimento por nove metros de largura. O barco possui es-paço para jantares, coquetéis, shows e eventos. “Desenvol-ver o barco foi algo totalmen-te pioneiro. Primeiro fizemos uma pesquisa extensa sobre qual seria o melhor barco para o lago, em que os engenheiros constataram que na Argentina e Chile os catamarãs eram os barcos que tinham mais segu-rança e estabilidade nos lagos”, diz Adriano.

Roteiro

O roteiro inaugural pos-sui como ponto de embarque a praia artificial de Três La-goas, em Foz do Iguaçu. O barco navega por alguns qui-lômetros até a praia artificial de Santa Terezinha de Itaipu e depois segue até a imponente barragem da Itaipu Binacio-nal, que tem 7.760 metros de comprimento e “une” o Brasil ao Paraguai.

O barco dispõe, ainda, de

outro passeio especial, para um espetáculo de luz nas noi-tes de sexta-feira e sábado. O Kattamaram leva os passagei-ros para ver a iluminação da barragem. Sob outro ângulo, o show que ilumina a usina fica ainda mais fabuloso. A excur-são também pode percorrer os atrativos existentes na margem brasileira do Lago de Itaipu. A costa possui nove praias artificiais, cada qual com suas particularidades. São elas: Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Igua-çu, Itaipulândia, Missal, Santa Helena, Entre Rios do Oeste, Pato Bragado e Marechal Cân-dido Rondon.

AS CIDADES MAIS vISItADAS NO BRASIl POR EStRANGEIROS Fonte: Embratur

De dia ou de noite, o ponto alto do passeio fica a cargo do visual e conforto.

1o Rio de Janeiro (RJ) 30,25 %2o Foz do Iguaçu (PR) 17,1% 3o São Paulo (SP) 12,6% 4o Florianópolis (SC) 15,1% 5o Salvador (BH) 11,4% 6o Balneário Camboriú (SC) 7,8% 7o Fortaleza (CE) 4,6% 8o Natal (RN) 5,3% 9o Armação de Búzios (RJ) 4,4% 10o Manaus (AM) 4,1%

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SERVIÇO:PASSEIO KATTAMARAM

Telefones: (45) 3028-9665 e 3529-9626Foz do Iguaçu | Paraná | Brasil

[email protected]

Durante o percurso a ser criado pelos próprios passa-geiros, é possível encontrar o caminho das eras, dos povos e da cultura do Oeste do Pa-raná. Também ficar perto das pequenas ilhas existentes ao longo do reservatório, confe-rir os projetos de criação de pescado em tanques-rede ou, quem sabe, conhecer aldeias indígenas. Tudo isso perti-nho de você. Basta embarcar nessa viagem ■

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Bússola

Inflada pela especulação de fundos de investimento, a soja saltou mais uma vez no mercado internacional e fechou em um novo recorde histórico no começo de julho.

Em seu maior preço nos 160 anos da Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos, o bushel (27,21 quilos), fechou em US$ 16,58 para contratos com vencimento em julho. A maior cotação ocorrera em 3 de mar-ço, quando o bushel alcançou US$ 15,96.

Baixos estoques mundiais, explosão de preços do petróleo e, recentemente, a expectativa com a safra norte-americana a ser colhida a partir de setembro elevam a cotação das commodities. A preocupa-ção com possíveis alterações climáticas às vésperas do feriado de 4 de julho, quan-do a bolsa fechou, foi um componente a mais, explicam especialistas. O temor é que inundações nos EUA possam afetar a produção de milho e da soja.

recorde no preço da soja

Os estabelecimentos que possuem de um a quatro funcionários foram os que mais gera-ram emprego entre janeiro e maio de 2008. Com 42.334 novas contratações, as pequenas empre-sas foram responsáveis por 44,5% dos 95.218 empregos gerados em todo o Paraná. Os dados são resultado de um estudo elaborado pela Co-ordenadoria de Estudos, Pesquisas e Relações de Trabalho da Secretária do Trabalho, Emprego e Promoção Social, com base nos resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega-dos (Caged).

Pequenas empresas são as que mais geram emprego no Paraná

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A Secretaria da Agricultura e do Abaste-cimento anunciou a primeira versão do Va-lor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária para 2007 que projeta um faturamento bruto de R$ 32,5 bilhões pela produção agrícola e pecuária paranaense. Esse valor corresponde a uma elevação de 26% sobre o faturamento obtido em 2006, quando o VPB atingiu R$ 25,78 bilhões.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, com a con-firmação do crescimento da safra 2007/08, o incremento da pecuária e o aumento geral dos preços agropecuários nos mercados in-terno e externo, o VBP mantém a tendência de crescimento também para 2008. Bianchini destacou que o qua-dro econômico para a agro-pecuária no primeiro se-mestre deste ano confirma a tendência de crescimento do faturamento bruto para produção agrícola.

Valor Bruto da Produção agropecuária do Paraná cresce 26%

Valter Bianchini, Secretário da Agricultura e do Abastecimento: “O quadro econômico confirma a tendência de crescimento do faturamento bruto para produção agrícola”.

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O grupo Bristol Hotéis & Resorts está prestes a inaugurar mais uma unidade em Foz do Iguaçu. O Bristol Dobly Viale Cataratas Hotel abre as portas dia 1º de setembro ao público, levando a bandeira Dobly, categoria luxo, que disponibilizará 152 apartamentos. Com isso, a rede atinge o número de 20 uni-dades sob sua responsabilidade, em seis esta-dos brasileiros (PR, SC, SP, RJ, MS e CE).

A novidade está localizada na Rodovia das Cataratas, a poucos minutos dos principais pontos turísticos de Foz. Mesmo estando bem perto de outras grandes redes hoteleiras, e instalado na frente do Bourbon, a Bristol pretende abocanhar boa parte da crescente demanda do turis-mo de negócios e lazer da região.

Foz ganha novo Bristol

Frente a frente com o Bourbon: Além do Bristol Multy Carimã Hotel, a rede prepara o segundo empreendimento em Foz para disputar o mercado em expansão da cidade.

Expansão da indústria no Paraná

A indústria do Paraná manteve em maio o ritmo de expansão das vendas que vem sen-do registrado desde o início do ano, segundo levantamento divulgado dia 1o de julho, pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). De janeiro a maio de 2008, os resultados acumulados atingiram um índice 14,29% maior do que o mesmo pe-ríodo do ano passado.

O gênero que apresentou o maior aumen-to no acumulado dos cinco primeiros meses do ano foi ‘Máquinas e Equipamentos’, com um crescimento de 41,12% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em segui-da, aparecem os gêneros ‘Borracha e Plástico’ (34,44%) e ‘Couros e Calçados’ (31,9%).

Funcionário trabalhando em Indústria de alimentos: os resultados apontam um índice 14,29% maior que ano passado.

Foto:SECS

Pesquisa realizada pela Market Analysis, en-tre acionistas estrangeiros a respeito do Brasil, apontou para um perfil positivo e crescente. Dentre os nove países participantes, a França foi a que demonstrou a melhor percepção, com 58,1% de respostas favoráveis ao país.

Os espanhóis, com 53% e os russos, com 47,5%, ficaram logo atrás no ranking. Os não-acionistas que apresentaram melhores expecta-tivas foram os chineses, com 51,5%, seguidos pelos canadenses e australianos, com 44,3% e 39,9%, respectivamente. Este cenário pode in-dicar uma boa quantidade de dinheiro poten-cialmente vinda para o Brasil, que conta com a elevação em nível de investimento (investment grade) e a queda do dólar.

Pesquisa revela visão de investidores internacionais

Fé no Brasil:

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Exposição tarsila do Amaral

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possibilidades de interpre-tação da obra de Tarsila, que permanece aberta”, explica o curador.

Entre as obras, há tam-bém as duas gravuras em metal de Abaporu e Antro-pofagia, ambas sem data, mas que, segundo Abdalla, seriam posteriores às duas famosas pinturas de Tarsila. As obras são provenientes de acer-vos de museus de São Paulo e Bahia e de coleções parti-culares de São Paulo e Rio.

O foco central da mostra é o caminho afetivo de Tarsila do Amaral (1886-1973) im-pregnado em sua obra. Um caminho que é traçado a par-tir da descoberta do Diário de Viagem – da década de 1920, com desenhos e impressões das viagens que a artista fez pelo Brasil e pelo exterior.

Importância

Tarsila é uma figura em-blemática para a compreen-são do Modernismo no Bra-sil e de tudo o que se seguiu a ele. Formando o chamado “Grupo dos 5”, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Menotti del Picchia, a artis-ta tem seu nome registrado na história da arte brasileira como vanguardista. “A partir do final dos anos 1920, envol-vendo-se de forma direta nos movimentos Pau-Brasil e An-tropofágico, ajuda a dar um contorno único e especial à ►

la”. Outras importantes sur-presas da mostra são Procis-são, de 1954, a segunda versão de A Negra, iniciada em 1940, e o Estudo para A Negra, em nanquim sobre papel. “Com sete metros de comprimento, Procissão nunca foi expos-

ta fora de São Paulo, porque é muito grande. A tela só foi exibida no 4o. Centenário de São Paulo, em 1954. E, acre-dito que até os anos 70 a se-gunda versão de A Negra foi trabalhada e retrabalhada, permanecendo inacabada. O que sugere a continuidade da leitura do trabalho da artista e a abertura para inúmeras

Pela primeira vez no Paraná, Museu Oscar Niemeyer abre mostra individual de Tarsila do Amaral.

Tarsila por inteira

A programação cultu-ral do curitibano está começando a ficar

mais interessante. Pelo me-nos está sendo assim desde 4 de julho, quando come-çou, pela primeira vez em Curitiba, uma mostra indi-vidual de Tarsila do Amaral.

Caracterizando-se como uma das mais importantes do calendário expositivo do ano, o público tem até 5 de outubro para ver os trabalhos que compõe a exposição Per-curso Afetivo Tarsila. São 57 trabalhos selecionados pelo curador Antonio Carlos Ab-dalla, junto com a “Tarsili-nha”, sobrinha-neta da artis-ta, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e objetos de uso pessoal da modernis-ta. A obra de maior destaque é Antropofagia, produzida em 1929, que, como ressalta o curador, “sintetiza o Aba-poru e A Negra, algumas das obras mais famosas de Tarsi-

"Há um proposital e aparente caos,

planejado para que o visitante possa sentir-se

mais próximo da vida da artista e admire as obras individualmente,

livres de classificações mais

rígidasAntonio Carlos Abdalla

Ao lado, foto de tarsila do Amaral: Foi uma das artistas mais representativas da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas. Na página à esquerda, auto-retrato da pintora.

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cena cultural brasileira”, afir-ma o curador.

Abdalla diz que esta é uma ocasião rara para ver obras de Tarsila, em uma exposi-ção individual, de conceito biográfico-documental, com “especial atenção a um úni-co documento: o diário de viagem, que traça o percurso afetivo da vida da artista”. Além do acervo da família, a mostra reúne pinturas e dese-nhos vindos de importantes coleções, como Nemirovsky, Rodrigo Jacques Perroy, Ro-berto Marinho, Paulo Ku-czynski, Pinacoteca de São Paulo, e dos museus de Arte Contemporânea e de Arte Moderna de São Paulo, en-tre outros. O curador chama atenção para o recorte onírico que “desde sempre esteve pre-sente na produção de Tarsila”.

Exposição tarsila do Amaral

No segmento biográfico, surgem os retratos de Mário de Andrade, Blaise Cendrars, Luís Martins e Lasar Segall, companheiros de formação e atuação, e da neta Beatriz do irmão Milton, seguidos de obras da fase antropofágica. A vida urbana, a presença da má-quina e o forte contraste social, o olhar místico e a fuga para a natureza, com o surgimento do onírico, completam os te-mas abordados. “Esta exposi-ção foi bastante ampliada em relação à primeira (Pinacoteca)

e, nesta nova leitura, não fo-ram considerados os períodos –Pau-Brasil, Antropofágico e Social – habitualmente iden-tificados na obra de Tarsila. O enfoque dado, em primei-ro lugar, foi intimista; depois, temático e, quando possível, cronológico. Há um propo-sital e aparente caos, planeja-do para que o visitante possa sentir-se mais próximo da vida da artista e admire as obras in-dividualmente, livres de classi-ficações mais rígidas”, conclui Antonio Carlos Abdalla ■

ExPOSIçãOPercurso Afetivo Tarsila Exibição ao Público 4 de julho a 5 de outubro localMuseu Oscar NiemeyerRua Marechal Hermes, 999 Centro Cívico Contato(41) 3350-4400Horário Terça a domingo, das 10h às 18hPreços R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes (Não pagam crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental)

Na foto, Tarsilinha, sobrinha-neta da artista mineira, na abertura da exposição no MON: “É com muita emoção que participo deste evento em Curitiba... ... tenho projetos para o resto de minha vida em relação a Tarsila do Amaral”. Atrás dela, o grande destaque da exposição, a obra Antropofagia, 1929, que caracteriza a fase antropofágica de Tarsila do Amaral.

O Touro (1925): as obras da

artista mineira se tornariam

sinônimo de arte brasileiira.

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mento de 32%, um aumento nas vendas de 12 mil para 15 mil toneladas e um crescimento no faturamento de R$ 68 milhões para mais de R$ 100 milhões. “Nós fomos os pioneiros no incentivo ao consumo de azei-tonas quando lançamos o sachê como embalagem o que repre-sentou uma redução de custos de 40% no preço final do pro-

duto”, lembrou Joaquim Barra-china, diretor Administrativo e Financeiro da empresa, um es-panhol que chegou a Curitiba aos 3 anos de idade e que hoje é sócio do empreendimento da família Nucete, eles próprios es-panhóis radicados na Argentina há mais de 60 anos. “E também temos a garantia de qualidade do produto em todas as etapas porque, além de tudo, 65% da produção é própria e 35% vem através de pequenos produtores associados”, explica ele.

Com sede em São José dos Pinhais, a Vale Fértil se instalou

no Brasil em 1991 para dis-putar o mercado local com marca própria. O negócio deu resulta-

Dona do mercado brasileiro de azeitonas, a empresa argentina Vale Fértil quer crescer 32% com a volta no aumento no consumo.

Aperitivo Argentino

P etiscar azeitonas e con-sumir o azeite de oliva está voltando a ser um

hábito nas mesas do brasileiro. Depois de uma quase retração em 2006, quando o mercado cresceu apenas 5% como con-seqüência de um aumento de preços de US$ 900 para US$ 1.400 a tonelada, o consumo de azeitonas no Brasil se estabili-zou e assimilou novos custos, amortecidos inclusive pela des-valorização em dólar, e prepara uma nova etapa de crescimento. Mesmo assim, o consumo do azeite de oliva no Brasil ainda é considerado baixo, com 224 gra-mas/per capita/ano. Na Grécia, por exemplo, o consumo é de 20kg/per capita/ano. Outro fa-tor que faz com que o produto pese no bolso é a fraca produ-ção interna. Mesmo com alguns experimentos sendo feitos com plantio de azeitonas em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, o Brasil é o quinto maior impor-tador dos produtos derivados e, com 33 mil toneladas de azeite, é o terceiro maior importador do mundo do produto.

Neste cenário, a empresa lí-der no setor, consequentemen-te, não poderia ser brasileira. Sendo a única empresa no país que produz suas próprias azei-tonas, a Vale Fértil, um tipo de subsidiária do grupo argentino Nucete, o maior produtor de azeitonas daquele país, já en-xerga essa possibilidade de au-mento no consumo no mercado brasi-leiro: ainda nes-te ano, espera um cresci-

dos tão signifi-cativos que hoje a marca detém 30% do merca-do brasileiro que consome perto de 40 mil tone-ladas anuais e fi-cou conhecida ao ponto de a em-presa decidir por lançar novos produtos como azeite de oliva, vinagres e temperos. As azeito-nas são recebidas a granel e pro-cessadas e embaladas na fábrica paranaense. “O nosso cresci-mento se dará por uma cam-panha e maiores investimentos para popularizar o consumo de azeitonas no Brasil onde o pro-duto ainda é considerado um item supérfluo, ao contrário da Europa”, acrescentou o diretor.

No país vizinho, a produção própria é de 40 mil toneladas com o que a Vale Fértil é a úni-ca empresa instalada no Brasil que domina todas as etapas do negócio, desde a seleção das sementes e plantio até a distri-buição do produto final. “Nós já sentimos que o mercado está em franca recuperação por-que as vendas do primeiro se-mestre costumam representar apenas 35% do total do ano e nos primeiros quatro meses do ano elas evoluíram 24%”, dis-se o diretor. No Brasil o maior consumo de azeitonas ainda é como aperitivo, o que, segundo o diretor da Vale Fértil, costu-ma acompanhar os meses mais quentes e as festas de final de ano, sendo o segundo semestre responsável por 65% das ven-das anuais ■

Agricultura vale Fertil

"Fomos os pioneiros no incentivo ao

consumo de azeitonas quando lançamos o sachê como embalagem

o que representou uma redução de custos de 40%"

Joaquim Barrachina

Plantações da Vale Fértil na Argentina: produção própria de 40 mil toneladas anuais.

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Expansão Bematech

Marcel Malczewski, um dos fundadores e CEO da Bematech. Segundo ele, a empresa ainda tem em caixa cerca de R$ 180 milhões originários da abertura de capital realizada no ano passado e da geração de caixa próprio, “dos quais cerca de R$ 150 milhões certamente serão destinados a mais aquisições”.

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serviços de varejo onde somos líderes no fornecimento de im-pressoras, mas não oferecemos softwares”, disse um dos fun-dadores e CEO da Bematech, Marcel Malczewski. Segundo ele, a empresa ainda tem em caixa cerca de R$ 180 milhões originários da abertura de ca-pital realizada no ano passado e da geração de caixa próprio, “dos quais cerca de R$ 150 mi-

lhões certamente serão destina-dos a mais aquisições”.

Pelos planos da Bematech, pelo menos duas novas opera-ções de compra serão realiza-das até o final de 2008 e uma delas ainda no primeiro semes-tre deste ano. “Estamos nego-ciando no momento com 10 empresas que nos interessam dentro deste processo de ver-ticalização que pretendemos encerrar até o final de 2009”, informa Marcel. Muitas destas aquisições estão seguindo o modelo da Bios Blak, onde va-lor da compra será calculado de acordo com o desempenho fu-

Bematech compra Snack Control e amplia portfólio de soluções, dando continuidade ao seu projeto de compra de ativos, com cerca de R$ 100 milhões em investimentos.

Mais um passo no setor de software

A vançando mais um passo na sua estratégia de concentrar esfor-

ços no setor de software e de implantar seu modelo próprio One Stop Shop, foco prioritá-rio da empresa para 2008, a pa-ranaense Bematech anunciou ter adquirido ativos selecio-nados da empresa Bios Blak, importante player no setor de software para o varejo e que desenvolve produtos para o segmento de Food Service. A aquisição envolve a totalidade das quotas do capital social da Snack Control, empresa líder de mercado em franquias de alimentação, que atua desde 1993 provendo software para o mercado de Food Service com mais de 4.000 licenças ven-didas. Com isso, o aplicativo Snack Control, líder entre as maiores franquias de alimen-tação, passa agora a integrar o pacote de hardware, soluções e serviços da Bematech para automação comercial.

Desde o final de 2006, a empresa paranaense vem se dedicando a compra de ativos, com investimentos próximos a R$ 100 milhões: adquiriu quatro empresas de softwa-re e uma de hardware. Assim, o Snack Control se junta aos softwares Gemco Anywhere, Pharmacy, Smart e Practico. “Não podemos dizer que o pa-cote de aquisições está fechado porque ainda temos muitos setores interessantes por onde verticalizar a Bematech tais como supermercados, hotéis e

“Não podemos dizer que o pacote de aquisições está

fechado porque ainda temos

muitos setores interessantes por

onde verticalizar a Bematech”

Marcel Malczewski

turo, utilizando um múltiplo de Ebitda de 5x, calculado sobre o período compreendido entre julho de 2008 a junho de 2010. “A demanda pelo conceito One Stop Shop veio dos nossos pró-prios clientes”, diz o CEO. “Se o fornecedor é único, o contato em caso de qualquer problema com equipamento ou upgrade necessário, por exemplo, tam-bém é único”, completa.

Contratos deste tipo es-tão sujeitos a condições como aprovação da aquisição pelo Conselho de Administração da Bematech, finalização do processo de auditoria legal e contábil e das obrigações con-tratuais do vendedor. Segun-do a Bematech, a aquisição é importante para os planos de expansão da empresa por-que o mercado de Food Ser-vice (alimentação fora do lar) compreende vários segmentos do comércio, dentre eles o de restaurantes, lanchonetes, fast foods, bares entre outros, e que conta com um número estima-do em aproximadamente um milhão de estabelecimentos. “É o maior potencial de inves-timento em software entre as verticais do varejo”, diz Marcel Malczewski.

Segundo informações da Bematech, o software Snack Control é líder de mercado entre as maiores franquias de alimentação (50 maiores re-des – fonte: ABF) com market share estimado pela Bematech em 29% do número de esta-belecimentos ■

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