Parecer 228_2013

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    PARECER Nº 228/2013/CETRAN/SCInteressado: Rafael Bof – Diretor de Trânsito da Prefeitura Municipal de OuroAssunto: Composição da JARIRelator Jos! "ilmar #immermann

    EMENTA: O e$erc%cio do m&nus de mem'ro da Jari por ser(idor p&'lico não (iola a proi'ição constitucional de acumulação remunerada de car)o* empre)o ou função p&'lica* le(ando em consideração a classificação desse of%cio 'em como a nature+a ,ur%dica da respecti(a contraprestação pecuni-ria. O Munic%pio pode* dentro da suaesfera de compet/ncia e autonomia constitucional* definir* por lei pr0pria* 1ue sua Jaricontar- com um representante da PM ou da Pol%cia Ci(il* sendo recomend-(el 1ue asindicaç2es da PM para inte)rar a Jari não recaiam so're a1ueles Policiais diretamenteen(ol(idos na fiscali+ação do trânsito. Desi)nar o diretor de trânsito para compor aJari pre,udica a paridade de representação e compromete a imparcialidade nos

     ,ul)amentos.

    I. Consulta:

    3. O Diretor de Trânsito de Ouro inda)a a este Consel4o se os mem'ros da JARIestão su,eitos a (edação de acumulação remunerada de car)os p&'licos de 1ue trata o inciso5"I do art. 67 da Constituição 8ederal. 9uestiona ainda o consultante* se policiais militares eci(is podem inte)rar a Junta Administrati(a de Recursos de Infraç2es – JARI* e se o diretor de

    trânsito pode tam'!m compor esse 0r)ão cole)iado na condição de inte)rante comcon4ecimento na -rea de trânsito.

    II. Fundaenta!"o t#$n%$a:

    :. Para apurar se o e$erc%cio da ocupação de mem'ro de JARI su,eitaria o seutitular ; proi'ição contida no art. 67* inciso 5"I* da C8se* primeiro* perscrutar a

    nature+a ,ur%dica dessa ati(idade e da contraprestação pecuni-ria dela decorrente.

    6. O art. 67* 5"I* da Ma)na Carta* impede a acumulação remunerada de cargos públicos. Por força do inciso 5"II do mesmo arti)o* a proi'ição de acumular estende>se ae&re'os  e (un!)es. Diante desse comando constitucional* cumpre conceituar cada umadessas tr/s modalidades de ser(idores estatais. Para tanto* assa+ pertinente a lição de CelsoAnt?nio Bandeira de Mello

    Car)os são as mais simples e indi(is%(eis unidades de compet/ncia a serem

    e$pressadas por um a)ente* pre(istas em n&mero certo* com denominação pr0pria*retri'u%das por pessoas ,ur%dicas de Direito P&'lico e criadas por lei @... Os ser(idorestitulares de car)os p&'licos su'metem>se a um re)ime especificamente conce'ido para

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    re)er esta cate)oria de a)entes. Tal re)ime ! estatut-rio ou institucional lo)o de%ndole não>contratual @...

    8unç2es p&'licas são ple$os unit-rios de atri'uiç2es* criadas por lei* correspondentesa encar)os de direção* c4efia ou assessoramento* a serem e$ercidas por titulares decar)o efeti(o* da confiança da autoridade 1ue as preenc4e @art. 67* "* da Constituição@...

    mpre)os são n&cleos de encar)os de tra'al4o permanente a serem preenc4idos por a)entes contratados para desempen4->los* so' relação tra'al4ista @... @3

    . Analisando os conceitos acima reprodu+idos perce'e>se nitidamente 1ue oof%cio de mem'ro de JARI não se coaduna com nen4uma das tr/s formas de ser(idoresestatais mencionadas no art. 67 da Constituição. Eão ! car)o p&'lico* pois o mem'ro da Jarinão se su'ordina ao re)ime estatut-rio* pr0prio dessa cate)oria de a)ente. Tam'!m não !empre)o* pois não 4- (%nculo tra'al4ista entre o inte)rante desse tipo de cole)iado e a

    Administração P&'lica. Muito menos ! função* pois não ! pri(ati(a de titular de car)o efeti(o*nem se trata de encar)o de direção* c4efia ou assessoramento.

    F. m suma* o mem'ro da JARI não ! um servidor estatal * assim compreendidocomo a1uele 1ue entret!m com o stado e suas entidades da Administração indireta* relaçãode tra'al4o de natureza profissional  e car-ter não e(entual sob vínculo de dependência  @:.Go' essa perspecti(a* (alendo>nos mais uma (e+ da classificação apresentada por MHHO@6* o mem'ro da JARI ! um  particular em colaboração com a Administração* ou se,a*su,eito 1ue* sem perder sua 1ualidade de particular – portanto de pessoa al4eia ; intimidadedo aparel4o estatal – e$erce um m&nus p&'lico.

    . ste CTRAE ,- se pronunciou asse(erando 1ue os mem'ros da Jari se1ualificam como a)entes 4onor%ficos 1ue* na conceituação de Meirelles* são cidadãoscon(ocados* desi)nados ou nomeados para prestar* transitoriamente* determinados ser(iços aostado* em ra+ão de sua condição c%(ica* de sua 4onora'ilidade ou de sua not0ria capacidade

     profissional* mas sem 1ual1uer (%nculo empre)at%cio ou estatut-rio @. O Tri'unal de Justiçacatarinense recon4ece essa classificação

    AKRA"O D IEGTRLMETO > HIMIEAR D8RIDA M MAEDADO DGKLRAEA > MMBRO DA JLETA ADMIEIGTRATI"A D RCLRGOG D

    IE8RANG D TREGITO @JARI > AKET OEORQ8ICO > EOMAOPARA MAEDATO COM PRA#O CRTO > IMPOGGIBIHIDAD D5OERAO IMOTI"ADA AETG DO TSRMIEO @.... Me*ro de +untaAd%n%strat%,a de Re$ursos de In(ra!)es de Tr-ns%to +ARI # a'ente onor(%$oda ad%n%stra!"o* e não detentor de car)o em comissão* da% por1ue* nomeado paramandato com pra+o certo* não pode ser e$onerado antes de decorrido este* sal(odestituição na 4ip0tese de infração disciplinar e mediante apuração em processoadministrati(o com )arantia de contradit0rio e ampla defesa. @TJ>GC > AK:363U3 GC :36.3U3> @Ac0rdão* Relator Jaime Ramos* Data deJul)amento 3U

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    entanto* mesmo 1ue tratemos o mem'ro da Junta como ser(idor estatal – o 1ue se admiteapenas para ar)umentar – a (edação so' comento atin)e acumulação remunerada de car)os*empre)os e funç2es e o inte)rante da JARI )eralmente não rece'e como contraprestação umaremuneração* mas sim jetom* ou se,a* uma (er'a de car-ter eminentemente indeni+at0rio*limitada pelo efeti(o comparecimento ;s reuni2es do 0r)ão e pelo n&mero de sess2es

     permitidas* de forma a compensar o deslocamento e o tempo despendido no cumprimento do

    of%cio* em detrimento de seus afa+eres ordin-rios. A ,urisprud/ncia confirma a nature+a de ,etom desse tipo de (er'a

    A KRATI8ICAO PAKA POR PARTICIPAO M ORKAO COHKIADO* EOCAGO* A JLETA ADMIEIGTRATI"A D RCLRGOG D IE8RAO>JARI* TM

     EATLR#A D JTOE* EO G IECORPORAEDO AO GAHVRIO DMPRKADO. RCLRGO IMPRO"IDO. @TR8>F > RO U C U.F.6FU>*Relator Desem'ar)ador 8ederal Petrucio 8erreira* Data de Jul)amento 36

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    6F7se de e$trema rele(ância paraconferir le)itimidade e credi'ilidade ao cole)iado. m terceiro lu)ar* admitir 1ue a autoridadede trânsito inte)re a JARI seria teratol0)ico e tendencioso* considerado 1ue ela ! 1uem aplicaa penalidade 1ue* em )rau de recurso* ser- impu)nada perante a Junta* al!m de deter le)itimidade para recorrer dessa decisão* caso discorde dela.

    33. Ademais* apesar de isso não estar e$presso nas diretri+es para ela'oração dore)imento interno das Juntas esta'elecidas pela Res. 6F7

    consel4eiro* Ru'ens MuseXa Junior.

    8lorian0polis* :F de no(em'ro de :36.

    Jos! "ilmar #immermannRelator 

    Apro(ado por unanimidade na Gessão Ordin-ria n.W 7* reali+ada em :F de no(em'ro de:36.

    Hui+ Antonio de Gou+a

    Presidente

     Eotas e citaç2es

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    @3 MHHO* Celso Ant?nio Bandeira de. Curso de direito administrativo.:=Y d. Gão PauloMal4eiros* :33* p. :F>:FF

    @: MHO* Celso Ant?nio Bandeira de. Curso de direito administrativo* op. cit. P. :=

    @6 MHO* Celso Ant?nio Bandeira de. Curso de direito administrativo* op. cit. P. :F3

    @ MIRHHG* elZ Hopes*  Direito administrativo brasileiro. :3Y ed. Gão PauloMal4eiros* 3UU* p. 7F.

    @F Dispon%(el em [4ttp