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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO “Lato Sensu” PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA UM ECOSSISTEMA ÚNICO POR: Luciane do Couto Santana ORIENTADOR: PROFESSORA M A ESTHER DE ARAUJO OLIVEIRA NITEROI 30, JULHO DE 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS – GRADUAÇÃO “Lato Sensu”

PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA UM

ECOSSISTEMA ÚNICO

POR: Luciane do Couto Santana

ORIENTADOR: PROFESSORA MA ESTHER DE ARAUJO OLIVEIRA

NITEROI 30, JULHO DE 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS – GRADUAÇÃO “Lato Sensu”

PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA

Apresentação de Monografia ao conjunto

Universitário Candido Mendes como conclusão prévia para conclusão de

Curso de Pós Graduação em Planejamento e Ed. Ambiental.

NITEROI

2005

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Agradeço primeiramente a Deus por

mas essa oportunidade. Aos meus

pais, irmãs e filhos Gabriel e Bárbara,

por suportarem pela minha ausência.

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Dedico o presente trabalho aos meus

companheiros de jornada, cujo apoio

foi vital para vencer os obstáculos e

dificuldades inerentes a esta

caminhada.

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Ao meu orientador pela dedicação e

competência com que me conduziu nesta

tarefa.

Aos meus familiares que me apoiaram

incondicionalmente.

A Deus que sempre iluminou o meu

caminho.

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Resumo

Levando em consideração os dados estudados por pesquisadores e

cientistas na região de Macaé, Carapebus e Quissamã são v´rios os fatores que

influenciaram na criação e conservação do Parque Nacional da Restinga de

Jurubatiba.

Pesquisadores classificaram as lagoas costeiras desa região como sendo

de rara beleza cênica, além de abrigar espécies de animais e plantas raras e

ecossistemas únicos no mundo. As paisagens encontradas na área do Parque

surpreendem a todos que visitam, pelo seu grau de preservação e pelo contraste

entre a planicie arenosa ao longo do litoral e os diversos tipos de vegetação e de

lagoas.

Conclui-se que a pesquisa relata os fatores que levaram a criação do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, juntamente com suas caracteristicas

únicas no mundo fazendo com que ele possa ser conservado como Patrimonio

Nacional, e também como demostrado por muitos um Patrimonio Mundial onde

as caracteristicas citadas indicam o enorme potencial para o estabelecimento da

industria do eco-turismo propiciando também que estudos permitam que os

ecossistemas da regiãosejam melhor conhecidos e preservados, garantindo uma

melhor qualidade de vida para a população dessa região e quem sabe para

utilização de pesquisadores nacionais e até mesmo mundiais.

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Metodologia

A metodologia utilizada se apoia a uma investigação teórica. a pesquisa é

explorativa fundamentada em levantamentos bibliograficos para o

aprofundamento do tem em questão e através de relatos do ambiente explorado

que respaldam os procedimentos e acontecimentos ocorridos fazendo com que o

trabalho pudesse fluir de maneira simples, criativa e eficaz.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................pg. 9

1 O PARQUE NACIONAL DE JURUBATIBA.........................................................pg. 10

1.1 O QUE É UM PARQUE NACIONAL........................................................................pg. 10

1.2 O QUE É UMA RESTINGA.......................................................................................pg. 10

1.3 LOCALIZAÇÃO..........................................................................................................pg. 11

1.4 ACESSO AO PARNA JURUBATIBA .......................................................................pg. 11

2 INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE INDUSTRIAL, RURAL E URBANA SOBRE O PARNA DE JURUBATIBA......................................................................pg.12

2.1. IMPORTÃNCIA DOS ÓRGAÕS PÚBLICOS E NÃO GOVERNAMENTAIS........pg. 14

3 IMPORTANCIA DOS RECURSOS HIDRICOS DO PARNA JURUBATIBA....pg. 15

4 FAUNA E FLORA EXISTENTE NO PARNA JURUBATIBA.............................pg. 16 4.1 FLORA..........................................................................................................................pg. 16

4.1.1 VEGETAÇÃO HALÓFILA E PSAMÓFILA REPTANTE.....................................pg. 16

4.1.2 VEGETAÇÃO HERBÁCEA-ARBUSTIVA.....................................................pg. 16

4.1.3. VEGETAÇÃO ARBUSTIVA EM MOITAS..........................................................pg. 16

4.1.4 MATA DE RESTINGA.........................................................................................pg. 18

4.1.5 CAMPOS INUNDÁVEIS......................................................................................pg. 19

4.1.6 MATA ATLÂNTICA DE TABULEIROS............................................................pg. 19

4.1.7 VEGETAÇÃO AQUÁTICA..................................................................................pg. 20

4.2 FAUNA..................................................................................................................pg. 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................pg. 25

REFERÊNCIAS..............................................................................................................pg. 26

ANEXO.............................................................................................................................pg. 27

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INTRODUÇÃO

No mundo em que estamos vivendo, uma sociedade capitalista faz com que

tudo se torne dinheiro através da industrialização. Assim utilizando a natureza como

fonte fornecedora de matéria-prima e com isso causando grandes impactos ao meio

ambiente. A partir desse conhecimento foram criadas leis nas quais regem

denominações sobre a utilização do meio ambiente, e até mesmo a criação de

unidades de conservação que visa proteger os ecossistemas encontrados em áreas

escolhida pelos órgãos ambientais.

Apesar de ser uma unidade de conservação o Parque Nacional da Reserva

de Jurubatiba, que está localizado entre os municípios de Macaé, Carapebus e

Quissamã vem sofrendo vários impactos devido a industria da produção e

exploração de petróleo e da industria da cana de açúcar, realizada ao redor Parque.

Este trabalho está estruturado em quatro capítulos. No primeiro capítulo

estamos falando sobre o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e como chegar

a Parque, já no segundo capitulo falamos um pouco sobre os impactos que o parque

vem sofrendo, e também sobre a importância de órgãos governamentais e não

governamentais na proteção e preservação do PARNA, já no terceiro capítulo

estamos ressaltando a importância dos recursos hídricos do PARNA Jurubatiba e

finalmente no quarto capitulo explicamos um pouco sobre a flora e a fauna existente

no PARNA de Jurubatiba.

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1 - O PARQUE NACIONAL DE JURUBATIBA 1.1. O QUE É UM PARQUE NACIONAL? È uma unidade de conservação que visa proteger os ecossistemas naturais para

que possam ser usados em pesquisas, educação ambiental, recreação e

ecoturismo, como forma de conscientização e desenvolvimento auto sustentado, os

parques nacionais são unidades de conservação federal que são patrimônios

públicos sob responsabilidade do Ibama.

1.2. O QUE É UMA RESTINGA?

As variações no nível do mar, avanços e recuos da água em relação ao

continente que ocorreram há cerca de dez mil anos atrás (HOLOCENO), foram

responsáveis pela formação de grandes planícies sedimentares arenosas, presentes

em grande parte do litoral brasileiro. A cada avanço foi formado um cordão arenoso

que se tornou exposto com o recuo do mar.

Após a deposição de areia pelo mar, essas planícies foram modeladas pelos

ventos, tempestades e correntes marinhas. Tais planícies são ocupadas por uma

vegetação característica que tem grande diversidade. Ao conjunto do relevo, mais a

vegetação, é dado o nome de restinga.

Algumas espécies de vegetais e animais são exclusivamente de restinga,

outras são comuns aos mais diversos ecossistemas, desde a Mata Atlântica à

Amazônica. Devido a grande diversidade de condições físicas que as restingas

apresentam, elas podem ser consideras como área de extensão de espécies

vegetais e animais característicos de outros ecossistemas, mas de fragilidade

ecológica elevada, pois não apresenta grandes barreiras naturais contra o uso predatório.

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, com 14.860 hectares, sendo 44

quilômetros de costa, está inserido em planície arenosa costeira. A área em questão,

embora seja regionalmente conhecida como restinga, é na realidade um conjunto

de ecossistemas diferenciados pela elevada biodiversidade e grande fragilidade

ecológica. A região abriga ainda, 18 lagoas costeiras. A restinga de Jurubatiba é um

trecho único do litoral brasileiro, o qual é biograficamente diferenciado das demais,

através do processos ecológicos, de fauna e flora características.

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1.3 - LOCALIZAÇÃO Esta situada no nordeste do estado do Rio de Janeiro, sendo o único PARNA

em área de restinga no país, está localizado entre os municípios de Macaé,

Carapebus e Quissamã, abrangendo uma área de 14.860 hectares em uma

extensão de 44 km de costa, seus limites começam próximo da lagoa de cabiúnas

em Macaé e termina no canal de Ubatuba em frente ao farol da Marinha em

Quissamã.

1.4 - ACESSO AO PARNA JURUBATIBA

Os principais acessos são:

Vindo do Rio de Janeiro existem 3 opções. A primeira opção: Saindo da Ponte Rio-

Niterói, entrar na Alameda São Boaventura e seguir a Rodovia Amaral Peixoto (RJ

106) passando pelo litoral até Macaé; a segunda opção: Saindo da Ponte Rio-

Niterói, seguir a Rodovia Niterói-Manilha (BR 101) até o Trevo de Rio Bonito. Seguir

pela Rodovia Rio Bonito-Araruama ( RJ 106) e segui-la até Macaé. A terceira opção:

Saindo da Ponte Rio-Niterói, seguir a BR 101 até o Trevo na entrada de Macaé.

Seguir pela RJ 168 até Macaé. Chegando em Macaé, seguir pela RJ 106 até o Trevo

de Cabiúnas, que é próximo ao Parque. Vindo de Campos, seguindo pela BR101,

existem também 3 opções. 1a opção: entrar na RJ 196 que liga a BR 101 ao centro

de Quissamã. Seguir até a praia de João Francisco, que é próxima ao Parque. 2a

opção: Entrar na RJ 182 que liga a BR 101 ao centro de Carapebus. Seguir até a

Praia de Carapebus que é próxima ao Parque. 3a opção: Entrar na RJ 106 que liga

a BR ao Trevo de Cabiúnas, também próximo ao Parque. As principais estradas são:

BR 101 - Estrada federal que interliga vários estados. Vários acessos no trecho:

Macaé X Campos / Campos X Macaé; RJ 106 - Rodovia Amaral Peixoto: faz a

ligação Região dos Lagos x Macaé x Norte Fluminense; RJ 168 - Liga a BR 101 ao

município de Macaé; 16Km; RJ 182 - Liga a BR 101 ao município de Carapebus;

9Km; RJ 196 - Liga a BR 101 ao município de Quissamã; 22Km; RJ 178 - Faz a

ligação Macaé X Carapebus X Quissamã.

2- INFLUENCIA DA SOCIEDADE INDUSTRIAL, RURAL E URBANA SOBRE O PARNA DE JURUBATIBA.

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Esta é uma questão ambiental de grande complexidade, pois envolve forças:

distintas, atuais, necessárias e que precisam compartilhar alguns espaços físicos.

Essas forças são basicamente, a conservação da biodiversidade e o crescimento

econômico, que tem na produção do petróleo um dos seus maiores expoentes, por

ser uma importante matriz energética de alto valor agregado e grande produção, isso

atrai grandes interesses econômicos e industriais.

O PARNA Jurubatiba pode ser considerado um microcosmo do que acontece

em várias partes do planeta, como um protocolo de Kyoto particular, está cercado de

dutos da maior empresa petrolífera brasileira na região, onde são extraídos 80% de

toda produção nacional.

A sociedade está ciente da necessidade da produção de energia, é ela que

move o mundo, e na nossa cultura é uma utopia viver com outro estilo de vida que

não seja este. Porém é vital que tenhamos a consciência que o crescimento deve

ser equilibrado, isto é, economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente

correto, pois de outra forma não fará sentido dentro de pouco tempo.

Constantemente estamos sendo levados à pensar que a guerra do futuro será

pela água ou ouro azul, o futuro já chegou, e que ela está acontecendo, se não

tomarmos conta do que temos podemos perde-la, apesar de termos em nosso País

12% de toda água doce do mundo, além de contar com chuvas abundantes e águas

subterrâneas, isso significa algo em torno de 35000 m³ de água p/hb/ano, mesmo no

estado de Pernambuco que tem a menos media anual, tem 1270 m³ p/hb/ano e está

dentro dos padrões estabelecidos pela ONU.

Para ter uma idéia da disponibilidade da água em outros lugares do mundo e

sua importância, um dos pontos de grandes conflitos mundiais tem na água um dos

seus pontos de discórdia, por que sem a Palestina, Israel só dispõe de 500 L de

água p/hb/ano por que é insignificante.

Alguns cálculos pessimistas afirmam que faltará água potável para 40% da

humanidade até 2015, e os otimistas acham que será até 2025. Aceitar qualquer um

desses cálculos é dar sentença de morte a quem ainda não nasceu, no mundo

morrem mais crianças por falta de saneamento básico do que o numero de pessoas

mortas em conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial.

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A questão da água deve ser discutida sobre dois grandes temas, a escassez e

a falta de cuidado, este segundo motivo é que vai determinar até quando teremos

água de qualidade.

Quando se trata de cuidar dos cursos d’agua que se destina a PARNA, se

estabelece um efeito de retorno ou de compensação prévia, pois a água tratada

como elemento vital já estará atendendo a sociedade antes de chegar ao referido

PARNA.

Não se pode admitir que empresas se instalem ao redor do parque, ou em

qualquer outro lugar sem os procedimentos de licenciamento ambiental e a

destinação adequadas de seus resíduos e, para as empresas já instaladas devem

ser adotadas medidas mitigatórias dos seus problemas atuais, e preventivas para os

riscos potenciais, também devem ser respeitadas as áreas de zoneamento urbano

para loteamentos, pois grandes concentrações industriais atraem um crescimento

desordenado, o que acaba provocando o surgimento de loteamentos clandestinos

sem infra-estrutura, principalmente de saneamento básico que afeta a saúde

humana e o meio ambiente, contaminando o solo, o ar e os cursos d’água que são

os meios vitais do PARNA, mas são os mesmos que podem levar a morte ao seu

meio biótico.

A água é indicador de vida, por isso que os cientistas quando querem saber se

existe vida fora do planeta, começam se perguntando se há vestígio de água por lá,

o mesmo princípio foi usado por povos antigos para se estabelecerem em

determinado local, era necessário que fosse próximo de um rio.

Infelizmente, hoje em dia para muitos um rio é apenas um acidente geográfico,

que transborda de vez em quando, ou que aparece em rede nacional vítima de

acidente ecológico, como o que aconteceu na cidade de Cataguazes (ver anexo 1)

Portanto a conservação das reservas através do cuidado com os cursos de

água, é sinal de evolução do homem.

A sociedade urbana tem papel predominante nesse processo, pois atua

também sobre os meios industrial e rural, exercendo poder de denuncia sobre

irregularidades ocorridas contra o meio ambiente, um dado agravante é que em

alguns casos essas irregularidades acontecem por negligências das autoridades

competentes.

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A dimensão que a sociedade urbana pode atuar é bem maior do que ela

supõe, mas para isso é preciso tirar as denúncias das intenções e colocá-las em

pratica.

O ser humano é o que mais sofre com a baixa qualidade da água, no Brasil e

no mundo grande parte das doenças é causada pela água imprópria para o

consumo, no país apenas 37,70% das residências estão ligadas à rede de esgoto, e

20% da população tem água potável, governos e empresas alegam que tratar

esgoto é caro, mas segundo a OMS, para cada dólar aplicado em saneamento,

representa de 4 a 5 dólares reduzidos em despesas médicas.

2.1 - IMPORTÃNCIA DOS ÓRGAÕS PÚBLICOS E NÃO GOVERNAMENTAIS. Oferecer recursos técnicos e financeiros, para promover a segurança da área

interna, dos limites e de seu entorno, através de palestras, cursos e vigilâncias. São

algumas parcerias na preservação do parque: IBAMA; NUPEM/UFRJ; CEFET –

CAMPOS; MACAE TUR; PREFEITURA DE CARAPEBUS; PREFEITURA DE

QUISSAMÃ; PREFEITURA DE MACAÉ; ONG APAJ.

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3 - IMPORTANCIA DOS RECURSOS HIDRICOS DO PARNA JURUBATIBA

Os recursos hídricos que ali estão, na região do PARNA Jurubatiba e no seu

entorno é composta por um conjunto de rios, canais, lagoas, lagunas e brejos. A

construção de canais de drenagem ligados principalmente às lagoas da Ribeira e

Feia, conduz ao rebaixamento do lençol freático.

A água para o abastecimento das cidades são provenientes, principalmente,

em Macaé, da bacia hidrográfica do rio Macaé e em Carapebus e Quissamã da

bacia hidrográfica do rio Macabu.

Os rios principais da região, em Quissamã são o rio do Meio, Major, Barro

Vermelho e do Espinho; em Carapebus merecem destaque os córregos da

Maricota, da Jacutinga e do Lameiro ( todos tributários da Lagoa de Carapebus), e o

córrego de Jurubatiba em Macaé.

O Canal Campos-Macaé é um curso artificial que perpassa todo o entorno e

parte do PARNA Jurubatiba. A lagoa da Ribeira e parte da lagoa de Carapebus

ficam no entorno.

O PARNA possui ainda as seguintes lagoas, em ordem de Macaé para

Quissamã, Jurubatiba, Comprida, Paulista, Garças, Piripiri, Maria Menina, Robalo,

Visgueiro, Pires, Preta, Casa Grande e Ubatuba.

A hidrografia da região é uma verdadeira malha que acompanha o mosaico

da vegetação. Por este motivo a região vem sendo indicada para se tornar um sítio

da Convenção de RAMSAR para Áreas Úmidas, existindo inclusive um recurso de

uma compensação ambiental prevista pela instalação da Termo Elétrica Macaé

Merchant com o objetivo de fazer um estudo que possa referendar a região.

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4 - FAUNA E FLORA EXISTENTE NO PARNA JURUBATIBA 4.1 - FLORA

As restingas abrangem diferentes tipos de habitats que são ocupados por

vegetações distintas quanto à fisionomia e a composição florística. Sendo assim,

apresentam-se como complexos mosaicos ambientais que abrigam diversas

comunidades vegetais, geralmente distribuídas de acordo com gradientes de fatores

limitantes, tais como: a disponibilidade de água, a disponibilidade de nutrientes, a

concentração de sais no solo, a inundação e o vento. As distintas formações

presentes na restinga apresentam fragilidades peculiares, que se expressam em

condições edafoclimáticas especiais, encerrando uma natureza limitada e forçando o

desenvolvimento de adaptações bastante especializadas. Apesar da existência de

alguns núcleos urbanos, a região do entorno do Parque Nacional da Restinga de

Jurubatiba ainda apresenta vários fragmentos remanescentes de vegetação de

restinga, em distintas formações vegetais, com espécies que podem variar do hábito

rasteiro até o porte arbóreo, de acordo com o grau de afastamento em relação ao

mar e em direção aos cordões arenosos mais internos, incluindo-se entre estas :

4.1.1 - Vegetação Halófila e Psamófila Reptante

Vegetação rasteira que ocorre sobre as largas faixas de areia próximas ao

mar, incluindo até mesmo alguns pontos sujeitos à lavagem pelo mar durante as

marés cheias. Nesta formação, frequentemente podem ser encontradas a salsa-da

praia branca; a salsa-da praia lilás e o pinheirinho-de-praia.

4.1.2 - Vegetação Herbáceo-Arbustiva

Um pouco mais afastado, na formação pós-praia, podem ser encontradas

algumas plantas de porte herbáceo-arbustivo como os cactos de frutos comestíveis,

conhecidos vulgarmente como cardeiro e mandacaru; a aroeira; a pitanga , além de

alguns agrupamentos de bromélias.

4.1.3 - Vegetação Arbustiva em Moitas

Com certeza, esta formação é a que ocupa as maiores extensões territoriais

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das planícies quaternárias arenosas e, por conseguinte, representa a grande maioria

dos fragmentos remanescentes de vegetação de restinga na região do entorno do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

Consiste basicamente de moitas hemisféricas de vegetação com no máximo 5

(cinco) metros de altura, separadas entre si por areia branca. As moitas

normalmente apresentam ao centro indivíduos adultos de Clusia hilariana, conhecida

como abaneiro; a almecega, arvoreta que pode atingir até 6 metros de altura, com

frutos que amadurecem no final do outono, ocasião em que são muito apreciados

pela população residente na área do entorno; o murici, arbusto que no começo do

verão destaca-se nas moitas com suas inflorescências amarelas; a azeitona-da-

praia, arbusto muito frequente nas moitas, que apresenta frutos maduros de cor

escura, muito utilizados pela população local no combate às diarréias; o pau-bombo,

árvore que fornece madeira dura e resistente, muito empregada nas construções

rurais locais. Ainda há de se mencionar a presença de frutas características da

restinga em algumas moitas, entre estas: o araçá-da-praia, goiaba nativa da

restinga muito utilizada pela população do entorno para fabricação de geléias; o

camboim, planta da Família MYRTACEAE, muito apreciada pelos seus pequenos

frutos amarelos que também são utilizados como aromatizantes de aguardentes e, o

caju, muito frequente na áreas de restinga de moitas.

Os líquens, vegetais inferiores resultantes da associação de uma alga e um

fungo, que vivem em simbiose, estão presentes como epífitas em praticamente

todas as áreas de restingas de moitas, dando uma tonalidade multicolorida aos

troncos, ramos e galhos dos arbustos e árvores. Sabe-se que a presença deste

grupo de vegetais inferiores em determinada área é ótima indicadora da boa

qualidade do ar local. Entre as inúmeras bromélias presentes na restinga de moitas

merecem destaque: Aechmea nudicaulis, conhecida como cartucheira, de hábito

terrestre; Neoregelia cruenta, espécie terrícola de potencial ornamental, escassa em

algumas áreas do entorno devido à coleta indiscriminada em função de seu valor

comercial nas floriculturas; conhecida como barba-de-velho e Tillandsia stricta,

epífita muito frequente nos galhos dos arbustos e árvores.

No interior das moitas, crescendo sobre a fina camada de serrapilheira, pode-

se encontrar, principalmente quando estão em floração, os belíssimos lírios-da

restinga, com flores que variam em tons do laranja ao vermelho, destacando-se na

vegetação. Nos trechos de areia branca, que intercalam as moitas, normalmente se

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desenvolvem agrupamentos do alecrim-da-restinga, pequenos arbustos da família

das quaresmeiras (MELASTOMATACEAE), com flores em tons variando do rosa ao

púrpuro. Nestas áreas, também podem ocorrer indivíduos isolados da palmeirinha

guriri (Allagoptera arenaria) que, em alguns locais, encontram-se associados a uma

cactácea ameaçada de extinção, que cresce na sombra de suas folhas, conhecida

vulgarmente como coroa-de-frade ou cabeça-de-macaco (Melocactus violaceus).

4.1.4 - Mata de Restinga

As Matas de Restinga correspondem a uma formação florestal que ocorre em

raras e estreitas faixas territoriais, geralmente paralelas ao mar, situadas

normalmente nas depressões dos terrenos, periodicamente sujeitas à inundação.

Algumas teorias sugerem que as Matas de Restinga estariam revestindo antigos

(tempo geológico) braços de rios que funcionavam como rede de drenagem para a

grande quantidade de lagoas existentes no Parque Nacional da Restinga de

Jurubatiba e no seu entorno.

Este tipo de formação caracteriza-se por apresentar uma vegetação lenhosa,

fechada, contínua e densa, às vezes, com a presença de muitos cipós, lianas e

trepadeiras e com dossel arbóreo podendo variar, em alguns trechos, de 15 (quinze)

a 20 (vinte) metros de altura. Neste tipo de vegetação o solo é úmido, composto por

grande quantidade de material orgânico depositado em uma espessa camada de

serrapilheira, originando o chamado solo de turfa.

As matas de restinga são, notoriamente, as áreas que abrigam a maior

biodiversidade presente na restinga, incluindo-se neste caso espécies de madeiras

nobres como o guanandi-carvalho; o guanandi-branco; a massaranduba; além das

figueiras, todas árvores muito frondosas.

Nestas áreas ocorrem, também, o palmito-jussara; a palmeira gerivá ou

geribá; a palmeira, com caule e folhas cobertas por espinhos e cachos de frutos

negros comestíveis; a paineira e o ipê-tamanco ou caixeta.Entre as inúmeras

epífitas que ocorrem no tronco das árvores na Mata de Restinga, destacam-se: a

cactácea; diversas bromélias dos gêneros Bilbergia, Aechmea e Tillandsia; além das

orquídeas Cattleya gutata, com lindas flores púrpuras, aromáticas; Brassavola

tuberculata, com flores alvas perfumadas, conhecidas pela população local como

rabo-de-rato e, a orquídea trepadeira, cujos frutos, em cápsulas, pode-se extrair a

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essência da baunilha. A Bromelia antiacantha é uma espécie de bromélia terrícola,

com espinhos em ambos os lados das folhas, que possui frutos amarelos, muito

aromáticos, ocorrendo de forma isolada ou em agrupamentos, muito frequentes, nas

bordas das áreas de Matas de Restinga. Infelizmente, as Matas de Restinga

correspondem às áreas que constantemente são afetadas pelos incêndios florestais,

principalmente devido a presença do solo de turfa, ao baixo índice pluviométrico da

região e aos fortes ventos que sopram durante quase todo ao ano na restinga,

facilitando, assim, a propagação dos incêndios por grandes extensões e tornando

muito difícil o seu combate.

4.1.5 - Campos Inundáveis

Como o próprio nome sugere, este tipo de vegetação de restinga apresenta o

porte herbáceo-arbustivo, ocorrendo geralmente em áreas com suaves depressões,

que intercalam os cordões arenosos internos da restinga de moitas, passíveis de

sofrerem inundações periódicas. O solo é hidromórfico, de cor escura, resultante da

decomposição da matéria orgânica e quase sempre recoberto por grande

quantidade de indivíduos pertencentes as Famílias GRAMINEAE e CYPERACEAE,

além dos vários agrupamentos das samambaias merecem destaque, a quaresmeira,

de porte arbustivo, que recobre grande parte dos campos inundáveis, dando um

colorido todo especial no verão, com inflorescências variando de tonalidades que

vão do lilás ao púrpuro e, a dormideira, Mimosa pudica, de hábito herbáceo, com

flores lilases.

4.1.6 - Mata Atlântica de Tabuleiros

As comunidades florestais que revestiam primitivamente as regiões baixas do

estado do Rio de Janeiro eram notáveis pela riqueza em espécies botânicas e

zoológicas. Nos dias atuais, os últimos remanescentes de uma biota outrora

extremamente diversificada e pujante são apenas pálida idéia do que foram aquelas

florestas. Os trechos de mata de melhor qualidade que restam, fragmentados e

restritos, sofrem ininterrupto processo de degradação ecológica e aos poucos vão

sendo transformados em matas secundárias que se apresentam em graus de

sucessão variados. Nessas comunidades extremamente alteradas, desapareceu a

maioria das espécies arbóreas de valor comercial ou de maior significado ecológico.

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Diversos estudos demonstram que a eliminação arbitrária da cobertura florestal da

Mata Atlântica resulta em distúrbios que, por muitas vezes, podem levar à

degradação do meio ambiente, e por conseguinte, a diminuição da qualidade de vida

da população local. Alterações climáticas, processos erosivos e de empobrecimento

do solo, modificações no regime hídrico dos rios, córregos e

demais cursos d’água e baixa da qualidade dos recursos biológicos antes

disponíveis, são apenas alguns dos exemplos conhecidos provenientes do

desmatamento em larga escala.

Na região do entorno do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a área

dos Tabuleiros, onde predominam os solos com maior teor de argila, correspondia

ao domínio ecológico da Mata Atlântica de Tabuleiros, também conhecida como

Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, segundo a classificação da vegetação

brasileira proposta em IBGE (1992). No entanto, do mesmo modo que nas demais

regiões baixas do norte do estado do Rio de Janeiro, a Mata Atlântica de Tabuleiros

foi alvo de intensa devastação florestal ao longo dos anos, principalmente devido ao

uso agrícola de seus solos para a implementação da monocultura canavieira na

região, que até bem pouco tempo atrás ainda era o alicerce da economia regional.

4.1.7 - Vegetação Aquática

A vegetação aquática pode ser considerada, como o próprio nome indica,

como um tipo de vegetação que inclui todas as plantas que podem estar parcial ou

totalmente submersas, ou ainda, flutuando sobre a água, incluindo-se neste contexto

o grupo das macrófitas aquáticas. Este tipo de vegetação desempenha um papel

fundamental nos ecossistemas lóticos e lênticos pois servem, na maioria das vezes,

como abrigo, refúgio e fonte de alimento para a fauna aquática.

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4.2 - FAUNA

Com relação á fauna, as espécies que compõem a fauna da restinga varia de

acordo com a proximidade do mar, as condições de solo e a profundidade do lençol

freático. A maioria dos animais de restinga apresenta habito noturno, durante o dia

conseguimos observar somente pássaros e lagartos. Algumas espécies endêmicas

são encontrados mais facilmente durante o dia, como por exemplo, os lagartos,

caramujos terrestres, corujas, sábias.

A grande quantidade de flores e insetos atrai muitas espécies de aves, como

o tié-sangue, saíra de sete cores, sabiá, coruja-buraqueira e gaviões; quanto aos

mamíferos costumam sair normalmente à noite e são percebidos através, de sua

predação vegetal, por suas pegadas, seus ninhos e suas fezes.

De modo geral a restinga pode ser considerada área de extensão de espécies

animais e vegetais características de outros ecossistemas, que nelas ocorrem em

razão da diversidade das condições físicas que ali se encontram.

A grande diversidade de ambientes naturais existentes na área do entorno do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, onde boa parte dos ecossistemas

típicos do Estado do Rio de Janeiro estão representados, possibilita a ocorrência de

uma fauna bastante rica que se encontra distribuída em diferentes comunidades

representativas de cada ambiente.

O ambiente de restinga é característico pelo pequeno número de

endemismos, sendo grande parte de sua fauna comum à Mata Atlântica ou a outros

tipos florísticos. Isto se deve ao fato de que a restinga sempre foi um dos

ecossistemas associados à Mata Atlântica, inclusive apresentando uma distribuição

geográfica contínua, o que permitiu a mobilidade e o deslocamento da fauna através

destes biomas, colonizando as áreas que atendiam às exigências de cada espécie,

principalmente aquelas relacionadas às funções reprodutivas e de alimentação..

Entre as aves, o único caso aparentemente especializado em restinga é a sábia-da-

praia, espécie que possui um belo canto, porém encontra-se ameaçada de extinção,

principalmente pela destruição gradativa de seu habitat e pela captura excessiva

para o aprisionamento em cativeiro. Uma outra situação muito interessante, que

merece ser destacada, é o caso do papagaio-chauá espécie de psitacídeo

ameaçada de extinção que, ocasionalmente, pode ser vista durante o dia,

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alimentando-se nas áreas de restinga e, ao entardecer, recolhendo-se para dormir

nas Matas de Tabuleiros. Infelizmente, na área do entorno do Parque Nacional da

Restinga de Jurubatiba, existem apenas pequenos grupos destes papagaios, devido

à intensa atividade de caça que esta espécie vem sendo submetida ao longo dos

anos, motivada principalmente pelo elevado valor comercial desta ave no mercado

clandestino de animais silvestres. No entanto, apesar da pequena quantidade de

espécies endêmicas, a fauna da restinga apresenta-se extremamente rica e variada.

Próximo à praia, fora do alcance das ondas, pode-se observar facilmente o

caranguejo maria-farinha de cor predominantemente branca e hábitos crepusculares,

que escavam tocas em meio a vegetação rasteira. Nestas áreas, também podem ser

encontrados pequenos grupos de aves, inclusive algumas espécies migratórias,

destacando-se as batuíras; os maçaricos; os trinta-réis, além de várias gaivotas,

todas mariscando na areia molhada a procura de pequenos animais que lá vivem.

Um pouco mais afastado, onde ocorre um adensamento da vegetação e

existem espaços desnudos na areia branca, é muito comum a presença dos quero-

queros, a coruja-buraqueira entre outros. Nas manchas de Mata de Restinga,

ocasionalmente, podem ser avistados: a jacupemba, grande ave de plumagem

escura, semelhante a um peru, capaz de voar pequenas distâncias, que é um

dispersor natural do palmito-jussara; o inhambu, ave muito abatida pelos caçadores,

devido ao fato de constantemente ser encontrada nas partes baixas da floresta,

alimentando-se de sementes e frutos que estão misturados à camada de

serrapilheira da floresta e, as juritis ou pocaçus tipos de pombas-rolas silvestres de

plumagem acinzentada.

As áreas rurais, situadas no entorno do Parque Nacional da Restinga de

Jurubatiba, abrigam várias espécies de aves canoras que ainda podem ser

encontradas com certa abundância, apesar da grande quantidade de passáros que

usualmente são observados em cativeiro na região, destacando-se : o canário-da-

terra; o tisiu; o sanhaçu-cinzento; o coleiro e o gaturamo. Cabe mencionar também

aqui, as espécies que são aprisionadas pela população local devido a exuberância

de suas plumagens, dentre as quais pode-se citar: o tiêsangue; o saí-azul e a saíra

sete-cores.

Os inúmeros brejos, lagoas e áreas inundáveis situadas no entorno do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba são o habitat de grande quantidade de

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aves, principalmente as pertencentes aos grupos dos anatídeos (patos e marrecas)

e dos ralídeos (frangos d’água), incluindo algumas espécies migratórias, além da

espetacular diversidade da avifauna relacionada acima, a região do entorno do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba abrange um grande contigente de

mamíferos, tais como : o gambá, a cuíca, o tatu de rabo-mole , o tatu-galinha e o

tatu testa-de-ferro, sendo muito cobiçados pelos caçadores locais devido ao paladar

de sua carne. Entre os roedores, destacam-se: o ouriço-cacheiro, que possui o corpo

recoberto por pelos grossos, longos e pontudos, constituindo-se em verdadeiros

espinhos que servem para a defesa do animal; a preá pequeno roedor, que vive em

áreas de vegetação arbustiva, muito caçado pela população rural de baixa renda; o

caxinguelê, pequeno animal, muito ágil, semelhante a um esquilo; o rato d’ água; os

ratos-do-mato pertencentes ao gêneros Akodon e Oryzomys e; a capivara, o maior

roedor conhecido, de coloração bruno-arruivada, excelente nadador, que habita as

margens das lagoas, brejos e alagados, sendo um dos animais mais caçados pela

população residente no entorno do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

Na área do entorno do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba ocorrem

também alguns carnívoros como o mão-pelada ou guaxinim, animal que se

assemelha a uma pequena raposa, que vive em áreas próximas a brejos, lagoas e

cursos d’ água, de onde obtém seu alimento preferido, que são os caranguejos e

peixes; o quati, animal de hábito alimentar onívoro, que possui uma coloração

cinzento-amarelada com os pés e focinho pretos; o cachorro-do-mato, animal de

porte médio com coloração pardocinzenta, de hábitos noturnos, que alimenta-se de

pequenos mamíferos e aves e a irara, que vive nas bordas das áreas de mata,

alimentando-se de mel.

Nas lagoas, rios e em alguns brejos, pode-se encontrar a lontra, mamífero

carnívoro, ameaçado de extinção, que é considerado pelos pescadores locais como

um inimigo, pois, muitas vezes, alimenta-se dos peixes que estão presos nas redes

de pesca, ocasionando prejuízos à pescaria.

Os répteis estão representados na área do entorno do Parque Nacional da

Restinga de Jurubatiba pelas diversas espécies de ofídeos, entre estes: a coral

verdadeira, serpente muito venenosa, de coloração predominante preta e vermelha,

que habita as áreas de restinga; a jararaca cobra peçonhenta, de cor predominante

marrom, que vive camuflada sobre a camada de serrapilheira, ocorrendo em

diversos ambientes, inclusive em áreas de pastagens, sendo freqüentes os

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acidentes com este ofídeo na região; a jararacuçu, cobra peçonhenta de cor

predominante pardo-amarela, que pode atingir até 2 metros de comprimento, muito

comum nas áreas de Mata Atlântica de Tabuleiros; a surucucu pico-de-jaca, maior

cobra peçonhenta do Brasil, que vive próximo as áreas de brejos e alagados; a jibóia

espécie não venenosa, capaz de atingir até 4 metros de comprimento, que habita

diversos ambientes. Além destes, foi possível registrar a ocorrência do lagarto teiú, ,

bastante caçado na região do entorno do Parque Nacional da Restinga de

Jurubatiba, principalmente nos fragmentos de Mata Atlântica; o jacaré-de-papo-

amarelo, espécie ameaçada de extinção, habitante típico das lagoas, canais, rios e

brejos da região, que é, sem dúvida, o animal de caça mais abatido pelos caçadores

locais, devido ao paladar de sua carne e; dois quelônios ameaçados de extinção: o

cágado-do- brejo, tartaruga de hábito terrestre que vive próxima aos brejos e áreas

alagadas e, a tartaruga-marinha, conhecida como cabeçuda, capaz de atingir até 2

metros de comprimento e pesar 200 quilos, que utiliza as praias da região para a sua

desova anual, no período de outubro a janeiro.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão ambiental é desde muito tempo uma causa fácil de ser

compreendida, mas nem tanto de ser praticada ou seja, da teoria à prática existe

um longo caminho, que deve ser feito dentro da consciência de cada ser humano.

As praticidades das novas tecnologias e o ritmo de vida dos tempos

atuais, tem deixado o ser humano um tanto insensível, com o meio em que vive,

produzindo com esse descaso um grande numero de estragos ao meio, o que vem

comprometendo a sua saúde pelo surgimento de vários tipos de moléstias,

produzidas pela má qualidade dos elementos vitais, a água e o ar.

Reverter este quadro é uma operação de guerra, e a principal arma é a

informação, que depende da participação de todos, com hábitos simples,

constantes e coletivos mas que cada um tenha a noção real do quanto a sua

participação interfere nos resultados.

A educação de uma forma geral gera conhecimento, comportamento, e

principalmente atitude que é o objetivo, pois a ação de pessoas simples pode ser

mais importante que o “conhecimento” de outras “instruídas”, e com meios para

atuar e multiplicar os conhecimentos ficam “a margem da questão ou se tornam

casos de polícia, como ocorrido em Mato Grosso, ver anexo.

Diante das irregularidades praticadas principalmente por pessoas públicas

contra a ordem legal, e na ambiental em questão, fica cada vez mais distante o já

fraco convencimento do cidadão “comum”, gerando o pior tipo conformismo, o

causado por má gestão.

No desenvolvimento dessa pesquisa tivemos dificuldades para encontrar

estudos ou projetos que abordasse a exploração auto-sustentada do parna

Jurubatiba, o que deixa uma impressão ruim em relação aos órgãos oficiais, pois é

uma área oficial da união à mais de sete anos que por alguma razão retém no

papel.

Os meios que podem dar uma nova visão de preservação, seria possível

com a criação do turismo auto-sustentado na região, isso traria divisas e também a

absorção da

mão de obra especializada o que da melhor gestão aos projetos.

Enfim sabemos que a natureza tem grande capacidade de regeneração,

mas não sabemos até quando vai suportar tanta agressão.

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REFERENCIAS

www.nupem.biologia.ufrj.br

www.icb.ufmg.br/~peld/port site05.pdf

ESTEVES, Francisco de Assis. Ecologia das Lagoas Costeiras do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e do Município de Macaé. Macaé, 1998.

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Anexo 1 DECRETADA PRISÃO DOS DONOS DA EMPRESA ACUSADA DE VAZAMENTO DE PRODUTOS TÓXICOS EM MG A Justiça Federal decretou, nesta quinta-feira (3), a prisão preventiva dos proprietários da Indústria Cataguazes de Papel Ltda., acusada do vazamento de produtos tóxicos no último sábado, em Cataguazes (MG). A poluição atingiu o córrego Cágados e depois o Rio Pomba, em Minas, que por sua vez contaminou o Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro. Equipes da Polícia Federal e da Polícia Militar estão em busca do diretor-administrativo da empresa, Félix Santana, e o sócio-gerente, João Gregório do Bem. Todos os aeroportos do país foram instruídos para impedir a saída deles do Brasil. Os advogados dos empresários disseram que eles irão se apresentar no momento oportuno. A Polícia do Rio de Janeiro e o governo mineiro já anunciaram a aplicação de multa no valor de R$50 milhões, mas ainda não está definido qual órgão aplicará a multa, que será cobrada só depois da conclusão do laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais. O Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis proibiu a pesca nos rios Pomba e Paraíba do Sul durante 90 dias. A portaria, assinada nesta quinta-feira (3) pelo presidente do instituto, Marcus Barros, proíbe a pesca no rio Pomba a partir dos municípios de Cataguases e Leopoldina, em Minas Gerais, e no rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, desde a confluência com o rio Pomba até a sua foz. A medida visa a impedir o consumo de pescados pela população local. Quem não cumprir essa determinação poderá ser enquadrado na Lei de Crimes Ambientais. A portaria determina ainda que durante os próximos três meses seja feito o monitoramento das condições ambientais e da situação dos recursos pesqueiros na região atingida. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta quinta uma portaria que cria uma compensação em dinheiro para os pescadores que sobrevivem dessa atividade nas regiões de Minas Gerais e Rio de Janeiro atingidas pelo acidente ambiental. Os pescadores vão receber um salário-mínimo por mês durante o período em que a atividade estiver suspensa por causa da poluição. A ministra também anunciou para esta sexta-feira um encontro com o governador de Minas, Aécio Neves, e com a governadora do Rio, Rosinha Matheus. Rosinha esteve em Minas, onde assinou um acordo com o governo mineiro, que se compromete a retirar todo o material tóxico que ainda ameaça o Rio Pomba. O governo do Rio também quer que Minas construa uma barragem para impedir que a água poluída continue caindo no Rio Pomba.

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Vazamento De acordo com o presidente da Copasa - Companhia de Saneamento de Minas Gerais, Mauro Costa, o desastre ecológico em Cataguases (MG) pode ser o maior que já aconteceu no Brasil, já que o vazamento foi estimado em 1 bilhão e 200 milhões de litros de produtos tóxicos. As primeiras informações eram de que 20 milhões de litros haviam vazado de um reservatório da indústria de papel Cataguases. Segundo a assessoria do Ibama/MG, ainda está sendo elaborado um relatório sobre o vazamento, mas, oficialmente, o órgão admite um volume de 10 milhões de litros. De acordo com Mauro Costa, existe uma barragem próxima ao local com 700 milhões de litros de rejeitos, que também preocupa. Devido o acidente, os sistemas de abastecimento em alguns municípios do Rio de Janeiro foram prejudicados com o desastre, e a previsão é de que voltem a funcionar em até cinco dias. A mancha já atingiu o mar no litoral norte do estado do Rio. A poluição tomou toda a extensão do Rio Paraíba do Sul no município de São João da Barra e chegou ao oceano nesta quinta-feira. As praias de Atafona, Grussaí e Iquipari foram interditadas, num total de dez quilômetros de orla marítima da cidade. (ambientebrasil, com informações da globo.com) http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=10222