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Participe dos treinamentos IPECONT desse mês!!!
- INTENSIVO DE ICMS e ICMS/ST, 09/12;
- PIS e COFINS, 10/12;
- FORMAÇÃO DE ANALISTA FISCAL & TRIBUTÁRIO,
14/12;
- PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA 2017, 15/12.
Boletim CONT-TRIB-JUR em 05.dez.2016
A verdadeira viagem da descoberta consiste não em
buscar novas paisagens, mas em ter olhos novos -
Proust;
Multa retroativa de até R$ 300 mil mobiliza e preocupa
contabilistas
30 nov 2016 - Contabilidade / Societário
Emissão de infração por atraso no recolhimento de Fundo Garantia ou à Previdência ameaçam
fechar as portas de milhares de escritórios no País
Milhares de escritórios de contabilidade estão em vias de fechar as portas e a razão, desta vez, não é a
crise financeira. O Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisa do Estado de São Paulo (Sescon-SP) revela que a aplicação de multas
por atraso na entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e de
Informações à Previdência Social (GFIP), adotada pela Receita Federal e que vai alcançar os últimos
cinco anos, gerou estado de "pânico" no setor.
Conforme o sindicato, o valor médio que está sendo aplicado para infrações por escritório de
contabilidade é de R$ 200 mil a R$ 300 mil. Em Bauru, a classe tem 4.700 contabilistas em sua área de
atuação, sendo 300 escritórios. No Estado são 87 mil profissionais.
A Receita, conforme a entidade sindical, passou a realizar a lavratura em massa de autos de infração
contra as empresas em razão do atraso na entrega das guias de recolhimento.
"Uma prática adotada na relação dos contabilistas com o órgão federal virou praxe, que foi o de considerar
como informação não passível de multa a entrega da GFIP mesmo após o quinto dia útil, dentro do mês.
Ou seja, a própria Receita sempre considerou que cumprida a obrigação com a contribuição devida, no
exercício, a infração não existe. Mas as empresas passaram a ser compelidas ao pagamento de multa e
juros, contrariando a prática e o que prevê a legislação que regulamenta a entrega desta obrigação
acessória. Este impasse gerou pânico e atinge milhares de contabilistas", explica Márcio Massao
Shimomoto, presidente do Sescon-SP.
Entre os contabilistas, o cumprimento do recolhimento das obrigações com FGTS e Previdência, mesmo
com dias de atraso, passou a ser considerado como "denúncia espontânea da infração". Nessa situação,
alegam os profissionais, a legislação esclarece que não cabe a penalidade.
"Os próprios técnicos da Receita reconhecem que essa situação sempre foi recepcionada como denúncia
espontânea, sem a multa. Mas o órgão passou a deliberar pelo registro das infrações e isso gerou débitos
insustentáveis para a manutenção dos serviços de milhares de escritórios em todo o País. E o pânico
permanece porque a cada novo ano, a Receita lança a multa relativa ao último ano anterior ainda não
inscrito. Milhares não terão como continuar trabalhando com essa situação e vão fechar as portas",
acrescenta Massao.
IMPAGÁVEL
O Sescon aponta que os profissionais estão assumindo a responsabilidade pelas multas retroativas, mesmo
sem condição financeira de quitá-las.
"Porque essa prática de informar após o quinto dia útil o recolhimento era aceito normalmente. Já
alertamos a Receita que a infração também está alcançando empresas sem movimentação para 60% dos
casos, mas as representações do órgão compreendem a amplitude do problema mas alegam que, do ponto
de vista legal, essas infrações já estão inscritas no Orçamento da União e que não têm competência para
anular as multas. Criou-se uma situação de caos que só pode ser resolvida pelo Legislativo. Há projeto de
lei em tramitação, de autoria do deputado Laércio de Oliveira, para aplicar a anistia.
Mas não sabemos se haverá tempo hábil para votar neste ano", amplia.
O sindicato não obteve êxito com mandado de segurança questionando a aplicação das multas. O mérito
não foi apreciado porque o Judiciário entendeu que as multas são contra as empresas e não o escritório a
que estes empresários estão vinculados. "E para o contabilista é no mínimo constrangedor pedir para o
empresário ingressar com ação questionando a multa, porque ela diz respeito ao trabalho do contabilista
em relação à empresa. Ou seja, criou-se um impasse e uma situação insustentável. Muitos já fecharam as
portas e isso vai gerar efeito cascata porque os valores são impossíveis de serem pagos pelo acumulado da
prática da informação atrasada do recolhimento da GFIP. Só o Legislativo Federal pode resolver isso
agora. Não é exagero, é alarmante a situação", finaliza.
A Receita Federal foi acionada no início da semana, por telefone, confirmou recebimento de email e
acordou se manifestar até a última quinta-feira, mas não retornou.
Fonte: JCNet.com.br
Sua Empresa Está Obrigada à Entrega da ECD?
29 de novembro de 2016
I – as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro real;
II – as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido que não se utilizem da prerrogativa
prevista no parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981, de 1995 (ou seja, que mantiver escrituração contábil
completa, não se utilizando da apresentação exclusiva do livro caixa);
III – as pessoas jurídicas imunes e isentas que apurarem PIS, COFINS, Contribuição Previdenciária
incidente sobre a Receita – CPRB, e o PIS incidente sobre a Folha de Salários, cuja soma seja superior a
R$ 10.000,00 (dez mil reais) em qualquer mês do ano-calendário a que se refere a escrituração contábil –
ou auferirem receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, convênios e ingressos
assemelhados, cuja soma seja superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais);
IV – as Sociedades em Conta de Participação (SCP), como livros auxiliares do sócio ostensivo.
Fica facultada a entrega da ECD às demais pessoas jurídicas.
A obrigatoriedade não se aplica:
I – às pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) , de que
trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
II – aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas; e
III – às pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Normativa RFB nº 1.536, de 22 de dezembro de
2014.
Base: Instrução Normativa RFB 1.420/2013
Fonte: Portal Contábeis
BLOCO K - Registro de Controle da Produção e do Estoque
O denominado "bloco K" é uma das partes de informação do SPED Fiscal ICMS/IPI, que constitui-se
no livro eletrônico de Registro de Controle da Produção e do Estoque.
O livro Registro de Controle da Produção e do Estoque destina-se à escrituração dos documentos fiscais e
dos documentos de uso interno do estabelecimento, correspondentes às entradas e às saídas, à produção,
bem como às quantidades referentes aos estoques de mercadorias.
OBRIGATORIEDADE
A escrituração do livro Registro de Controle da Produção e do Estoque será obrigatória para os
estabelecimentos industriais ou a eles equiparados pela legislação federal e para os estabelecimentos
atacadistas, podendo, a critério do Fisco, ser exigida de estabelecimento de contribuintes de outros setores.
Indústrias de Bebidas e Produtos do Fumo
Ficam obrigados à escrituração do Livro de Registro de Controle da Produção e do Estoque integrante
da Escrituração Fiscal Digital - EFD ICMS-IPI, referente aos fatos ocorridos a partir de 1º de dezembro
de 2016:
I - os estabelecimentos industriais fabricantes de bebidas (Divisão CNAE 11), excetuando-se aqueles que
fabricam exclusivamente águas envasadas (Classe CNAE 1121-6); e
II - os estabelecimentos industriais fabricantes de produtos do fumo (Grupo CNAE 122).
Ficam dispensadas da escrituração referida as microempresas e empresas de pequeno porte classificadas de
acordo com o art. 3º da Lei Complementar 123/2006.
Base: Instrução Normativa RFB 1.652/2016.
Informações de Saldo de Estoques de 2016 a 2018
Para fins de cumprimento da obrigação relativa à escrituração do Livro Registro de Controle da Produção e
do Estoque (Bloco K), pelos estabelecimentos industriais fabricantes de bebidas e dos fabricantes de
produtos do fumo, serão observados os seguintes critérios:
I - para fatos ocorridos entre 1º de dezembro de 2016 e 31 de dezembro de 2018, a escrituração do Bloco K
da EFD fica restrita à informação dos saldos de estoques escriturados nos Registros K200 e K280; e
II - para fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2019, a escrituração do Bloco K da EFD deverá ser
completa.
A obrigação de informar os estoques independe de faixa de faturamento do contribuinte.
Base: Instrução Normativa RFB 1.672/2016.
ESCALONAMENTO
O Ajuste Sinief 13/2015 escalonou os prazos de obrigatoriedade do registro de controle da produção e do
estoque (Bloco K):
I – 1º de janeiro de 2017:
a) para os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10 a 32 da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas (CNAE) pertencentes a empresa com faturamento anual igual ou superior a R$
300.000.000,00;
b) para os estabelecimentos industriais de empresa habilitada ao Regime Aduaneiro Especial de Entreposto
Industrial sob Controle Informatizado (Recof) ou a outro regime alternativo a este;
II – 1º de janeiro de 2018, para
os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10 a 32 da Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE) pertencentes a empresa com faturamento anual igual ou superior a R$ 78.000.000,00;
III – 1º de janeiro de 2019, para:
os demais estabelecimentos industriais; os estabelecimentos atacadistas classificados nos grupos 462 a 469
da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e os estabelecimentos equiparados a
industrial.
CONCEITOS
Para fins do Bloco K da EFD, estabelecimento industrial é aquele que possui qualquer dos processos que
caracterizam uma industrialização, segundo a legislação de ICMS e de IPI, e cujos produtos resultantes
sejam tributados pelo ICMS ou IPI, mesmo que de alíquota zero ou isento.
Considera-se faturamento a receita bruta de venda de mercadorias de todos os estabelecimentos da empresa
no território nacional, industriais ou não, excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas e os
descontos incondicionais concedidos.O exercício de referência do faturamento deverá ser o segundo
exercício anterior ao início de vigência da obrigação.
Marcada para janeiro, implantação do Bloco K
pode ser adiada mais uma vez
30 nov 2016 Barbara Lima Geral
Para advogados e empresários, as companhias ainda não conseguiram se adaptar às rígidas regras
exigidas pelo fisco. Receita Federal já simplificou declaração para o setor de bebidas e fumo
São Paulo – Previsto para vigorar a partir de 1º de janeiro do ano que vem, o Bloco K deve ter a sua
implementação adiada novamente, segundo especialistas. Eles dizem que as empresas ainda não estão
preparadas para fazer declarações com o nível de exigência do código.
O especialista tributário da Grounds, José Almir de Sousa, por exemplo, afirma que as obrigações
acessórias trazidas pelo Registro de Controle da Produção e do Estoque, o chamado Bloco K, custarão
muito para as companhias, se tornando algo inviável de fazer em um contexto de crise econômica e queda
no faturamento industrial. “Não é só o estoque. As empresas vão ter que declarar todas as entradas e
saídas de cada componente do processo produtivo. E muitas delas não têm essas informações, porque
outras indústrias podem fazer parte da produção de uma mercadoria”, acrescenta.
Ele comenta ainda que há uma série de ações judiciais de empresas que não querem aderir à ferramenta de
fiscalização da Receita Federal e isso pode pressionar o governo a flexibilizar as regras.
“O Bloco K vai ser enviado ao fisco estadual e a própria Secretaria da Fazenda, já está falando em
simplificar”, lembra. Sousa explica que muitas companhias estão preocupadas com a possibilidade haver
uma institucionalização da espionagem industrial ao revelar algumas informações essenciais sobre os seus
produtos. O Bloco K vai exigir um detalhamento extenso de todos os insumos que são usados para a
fabricação de uma mercadoria, além das proporções, o que é visto como revelar a “fórmula secreta”.
“Apesar de todas as garantias que o governo dá de que não divulgará os dados, sabemos que a própria
Receita pode ser hackeada, então há uma pressão muito grande para que se modifique o Bloco K”.
Na mesma linha, a gerente da área tributária do escritório Correa Porto Advogados Associados, Ariane
Pavan, acredita que em algum momento a Receita Federal será obrigada a flexibilizar as regras do Bloco
K para que as empresas consigam entregar as declarações a contento. “Flexibilizando eles podem receber
um conteúdo muito mais satisfatório. Eu acredito que até por conta da questão dos segredos industriais
eles vão acabar mudando algumas regras”, observa.
De acordo com ela, isso pode ser necessário para que o início do Bloco K não seja prorrogado pela quarta
vez.
No entanto, Ariane acredita que a iniciativa da Receita não é de todo ruim, uma vez que trará um maior
controle das empresas em relação às suas próprias operações e permitirá um combate mais efetivo ao
crime de sonegação fiscal. “Para as empresas isso é muito custoso, mas a própria melhoria nas
informações é muito importante”, avalia.
Simplificação
Na semana passada, a Receita publicou no Diário Oficial a resolução que estabelece a obrigatoriedade da
escrituração do Bloco K para os setores de bebida e fumo. Essa declaração, no entanto, é diferente da
proposta original da ferramenta, funcionando como uma versão simplificada para reduzir o atrito com o
setor produtivo.
Em nota, o fisco informou que definiu novos critérios para a entrega da escrituração digital do Livro de
Registro de Controle da Produção e do Estoque após ouvir entidades representativas das indústrias como a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
Segundo Sousa, pelos novos critérios, as companhias do setor precisarão entregar o saldo dos estoques,
mostrando mudanças nesse saldo de um ano para outro, por exemplo, mas não precisarão declarar todas as
entradas e saídas da produção em si. “O Bloco K completo foi adiado para 2019 para esses dois setores”,
comenta.
O especialista acredita que os mesmos critérios devem ser adotados para outros setores.
PARCELAMENTO DO SIMPLES NACIONAL – ATÉ O
DIA 11/12/2016
Em setembro deste ano, os contribuintes que tinham débitos com exigibilidade não suspensa, ainda que previdenciários, foram notificados pela Receita Federal para regularizar a situação fiscal.
A Instrução Normativa RFB n.º 1.670/2016, de 11/11/2016, publicada no DOU em 14/11/2016, estabeleceu procedimentos preliminares a serem adotados para o parcelamento previsto no art. 9º da Lei Complementar n.º 155, de 27/10/2016, para os contribuintes que receberam a notificação de exclusão do Simples Nacional.
O período para fazer a opção prévia de débitos em aberto até a competência de maio/2016 se encerrará no dia 11/12/2016, no domicílio tributário eletrônico do Simples Nacional. Para evitar que seu cliente seja excluído do Simples Nacional, o CRCMG sugere que o profissional da contabilidade faça a opção prévia pelo parcelamento da dívida tributária. Contudo, essa opção não dispensa o contribuinte de efetuar o pedido definitivo de parcelamento e de pagar a primeira parcela, tão logo sejam disponibilizados pela Receita Federal do Brasil (RFB).
Esses débitos, vencidos até a competência de maio de 2016, poderão ser parcelados em até 120 meses, com parcela mínima de R$300,00. Alertamos, também, sobre a necessidade de manter adimplentes as competências posteriores a maio de 2016. Não se esqueça, ainda, da regularidade fiscal e tributária dos seus clientes também no estado e no município.
Fique atento e verifique se seu cliente recebeu a notificação!
Para saber se seu cliente recebeu a notificação para exclusão do Simples Nacional e para solicitar o parcelamento, clique aqui.
Mutirão da Renegociação
Em parceria com o CRCMG, o Sebrae está realizando o “Mutirão da Renegociação”. Serão feitas diversas divulgações, reforçando a orientação de que o empresário procure seu contador para
verificar se foi notificado em relação aos débitos do Simples Nacional, débitos estaduais, do Distrito Federal, municipais, e se possui débitos imobiliários, com fornecedores ou bancos, entre outros. Através do “Mutirão da renegociação”, as empresas optantes pelo Simples Nacional poderão renegociar seus débitos tributários do Simples com condições especiais.
Saiba mais em www.sebrae.com.br/renegociacao
FONTE: DCI
Receita Federal esclarece regra de isenção de
Imposto sobre a Renda nas aplicações CRA
28 nov 2016 Barbara Cruz Geral ,
Foi publicado hoje no Diário Oficial da União o ADI nº 12/2016 que dispõe sobre a isenção de Imposto
sobre a Renda nas aplicações Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
O ADI visa esclarecer que, no caso de CRA emitido com cláusula de correção pela variação cambial, o valor
pago à pessoa física, residente no Brasil ou não, a título de variação cambial também é isento do imposto
de renda, já que esse valor se enquadra no conceito de remuneração do título para fins da isenção.
É importante destacar que a isenção somente se aplica ao investidor pessoa física. Os demais investidores
são tributados na fonte como antecipação do devido na apuração do final do período.
Fonte: Receita Federal
ICMS-MG: Substituição tributária nas operações com telefones
para redes celulares alteradas disposições
2 dez 2016 - ICMS, IPI, ISS e Outros
Foi baixado o Decreto nº 47.097/2016 - DOE MG de 02.12.2016, que altera e acrescenta itens no
Capítulo 21 da Parte 2 do Anexo XV do RICMS-MG/2002 que tratam da substituição tributária aplicável
a telefones para redes celulares, na forma neles especificadas.
Fonte: LegisWeb
As incertezas a respeito da tributação na
importação 27/11 - Carla Lidiane Müller para Notícias Contábeis do Contabilidade na TV*
Atualmente muitas empresas sofrem com uma tributação mal feita e muitas vezes equivocada, isso ocorre
principalmente nos casos de importação de mercadorias.
Para que uma empresa possa usufruir de uma carga tributária justa e bem planejada ela deve se atentar a
algumas dicas que serão dispostas aqui.
Primeiramente conhecer as leis que regem os principais tributos de uma empresa que trabalha com
importação de mercadorias é algo muito importante, é essencial que o contador tenha um conhecimento
mínimo a respeito destas para poder ajudar seus clientes a gerirem melhor o seu negócio e com uma carga
tributária adequada.
Outro ponto importante é encontrar um bom despachante aduaneiro. O despachante poderá ajudar a empresa
a saber os valores que ela terá de recolher caso decida realmente adquirir a mercadoria do exterior.
As empresas que usam da importação de mercadorias devem ter atenção especial aos impostos cobrados
pela aduana, isso para não ser pego de surpresa com valores muito elevados na aquisição de uma mercadoria
importada.
Muitas vezes o comprador da mercadoria, por estar desinformado, só fica ciente dos impostos que recaem
sobre a encomenda e a taxas de importação, depois de já ter feito a compra.
E os valores a recolher são realmente bem altos, atualmente os produtos importados que tiverem valor
superior a 50 dólares já devem ser tributados, e o valor cobrado de tributos tem de ficar em torno de 60%
do valor declarado da mercadoria adquirida, isso sem contar que na maior parte dos casos ainda haverá a
incidência de ICMS pelo desembaraço da mercadoria.
Caso não haja diferimento de ICMS, ou outra regulamentação estadual que não exija o recolhimento deste
no ato do desembaraço, este imposto ainda costuma ficar em torno de 20% do valor declarado da mercadoria.
Existe a possibilidade ainda de fazer a antecipação do pagamento das taxas de importação, por isso reforça-
se o acompanhamento de um bom despachante aduaneiro para essas transações.
Mas caso a empresa queira verificar por ela mesma o valor aproximado de tributos que ela pagaria para
fazer uma importação, existem diversos programas e aplicativos que se pode estar adquirindo para auxiliar
nestes cálculos.
Ter uma calculadora de impostos de importação em mãos é algo que vai dar a empresa mais segurança para
suas compras, ela poderá se planejar e verificar se vale a pena ou não comprar uma determinada mercadoria
do mercado externo ou interno.
Por fim é importante ficar atento a qual mercadoria se está adquirindo, pois existem produtos que não sofrem
tributação na importação, seriam por exemplo o caso dos produtos imunes, como livros, jornais e periódicos.
Estes são protegidos pela constituição federal e não podem sofrer tributação, independente do tamanho ou
valor destes itens adquiridos.
Fontes Utilizadas na Pesquisa:
http://escolaimportar.com.br/
http://comoimportargratis.com/
*Carla Lidiane Müller - Bacharel em Ciências contábeis. Cursando MBA em Direito Tributário
Aumento da taxação e burocracia afetam
pequenas e médias empresas de comércio virtual
Empresas de e-commerce de todo o país preparam-se para a nova etapa de mudança na regra de divisão do
ICMS, o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços. Iniciada
com a promulgação da Emenda Constitucional 87/2015, a alíquota do ICMS que antes ia em sua totalidade
para o estado de origem do produto, agora é dividida com o estado de destino, com gradual alteração até
2019, quando 100% da alíquota passará a ser destinada para o estado de destino do produto.
Em 2016 a divisão do ICMS está em 60% para o estado de origem, e 40% para o estado de destino. A partir
de janeiro de 2017 os valores se invertem, passando a ser 40% para o estado de origem e 60% para o estado
de destino. A alteração na regra surgiu para tentar corrigir a distribuição desigual do ICMS nos estados, já
que a maioria das empresas estão situadas na região sul e sudeste do país, gerando menor arrecadação nos
estados menos desenvolvidos.
Alguns efeitos colaterais foram sentidos pelo setor já ao longo deste ano. “A nova regra do ICMS dificultou
o trabalho das empresas de comércio eletrônico, que agora são obrigadas, por exemplo, emitir guias de
recolhimento de impostos para os estados de destino a cada envio ou estabelecer filiais em todos os estados
da federação”, menciona Adriano Cruz da ImpressorAjato.com . “Além disso há diferenças na alíquota
cobrada entre os estados, o que significa que a empresa poderá ter um gasto maior com a operação,
dependendo de onde a mercadoria será enviada”, completa Adriano.
Pequenos e-commerces acabaram encerrando sua operação devido ao aumento de custos internos ou mesmo
à necessidade de expandir seu quadro de funcionários para atender as novas regras. Alguns estados que
antes obtinham grandes arrecadações com o ICMS do comércio eletrônico enfrentam agora uma queda na
receita. Apenas o estado de São Paulo estima perder R$1,3 bilhão em 2016 por causa da divisão de alíquotas.
Na expectativa de reverter o atual quadro, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico entrou com uma
ação direta de inconstitucionalidade (ADI 5469) que segue em tramitação no STF e sem data para
julgamento. Até lá, as empresas de comércio online precisarão navegar ao sabor das tormentas do mundo
offline.
Fonte: Terra
Os problemas da EFD Contribuições
30/11 - Carla Lidiane Müller para Notícias Contábeis do Contabilidade na TV*
Falar em EFD contribuições gera dor de cabeça em muita gente, isso porque existem vários problemas que
os declarantes dessa obrigação acessória enfrentam todos os meses para poder entregá-la ao fisco.
A EFD contribuições é uma declaração obrigatória para as pessoas jurídicas de direito privado que apuram
o PIS e COFINS tanto pelo regime cumulativo, como pelo não-cumulativo.
Originalmente somente as empresas que estavam enquadradas no Lucro Real é que deveriam entregar o
Sped contribuições, mas desde 2013 as empresas enquadradas no lucro presumido ou arbitrado também
estão obrigadas a esta entrega.
Entre alguns cuidados importantes a serem tomados, o responsável pelo envio da declaração deve saber que
cada empresa deverá entregar um único arquivo por mês por pessoa jurídica, onde nos casos de matriz e
filiais que usam de apuração consolidada, deve ser gerado apenas um arquivo, mas nele deve ser identificado
cada CNPJ das filiais da empresa matriz.
É importante frisar também que existe uma exceção a essa regra, que seria o caso das sociedades em conta
de participação (SCP), no caso destas, os arquivos deverão ser gerados de forma individualizada, com
relação os dados da PJ sócia ostensiva.
Fora a apuração de PIS e COFINS, tem ainda que informar nesta declaração os valores a recolher de CPRB
que as empresas enquadradas na lei 12.546/11, lei da desoneração, estão obrigadas. Essas empresas têm de
demonstrar mensalmente a sua apuração da contribuição previdenciária sobre a receita bruta a receita
federal, por meio da EFD contribuições, desde o ano de 2012.
Já dá pra perceber que a complexidade desta declaração é alta.
Uma vez validado o arquivo pelo programa validador da EFD contribuições, o mesmo deverá ser assinado
digitalmente para poder ser transmitido para o ambiente digital do Sped.
Caso seja identificado algum erro ou omissão que precise ser corrigido, a receita permite que sejam
retificados sem penalidade alguma, as declarações da EFD contribuições dos últimos 5 anos, contados a
partir do 1º dia do exercício seguinte a que se refere a escrituração.
Mas é importante frisar que não devem ser feitas retificações que visem reduzir o valor dos débitos do
imposto, caso a empresa já tenha recebido alguma intimação sobre o valor a recolher destes, ou mesmo caso
o débito esteja inscrito na PFN por conta de fiscalização ou auditoria interna.
Nem deverá ser feita retificação de declaração que tenha créditos enviados ao fisco por meio de PERDComp.
Por estes motivos é importante que o responsável pelo envio destas declarações se atente aos documentos
fiscais e demais operações que estão sendo enviados através EFD contribuições, para que não sofra reflexos
negativos por erros ou omissões feitas nesta declaração.
Utilizadas na Pesquisa:
http://sped.rfb.gov.br/
*Carla Lidiane Müller - Bacharel em Ciências contábeis. Cursando MBA em Direito Tributário
Lembrete:
Emissor de nota fiscal da Sefaz será
descontinuado
Sistema oferecido deixará de ser atualizado; soluções gratuitas de
mercado limitam emissões de documentos
Os empresários que utilizam o emissor de notas fiscais eletrônicas da Secretaria da Fazenda do Estado de
São Paulo (Sefaz) estarão mais vulneráveis a partir de janeiro. "O software gratuito oferecido deixará de
ser atualizado e não aceitará mais downloads", explica a advogada Tatiane Cardoso Gonini Paço, do
escritório GMP Advogados. Quem já instalou o programa pode utilizar o sistema até que novas regras ou
atualizações tornem o sistema obsoleto.
De acordo com a Sefaz, com a gradual adesão das empresas aos sistemas de documentos eletrônicos, o
Fisco paulista verificou que a maioria dos contribuintes deixou de utilizar o emissor gratuito e optou por
soluções próprias, incorporadas ou personalizadas a seus sistemas internos.
Recente levantamento da Sefaz aponta que o total de NF-e geradas por empresas que optaram por
emissores próprios chega a 92,2%. "Usuários com o aplicativo devem migrar para soluções próprias, antes
que a introdução de novas regras de validação da nota fiscal eletrônica impeça o seu correto
funcionamento", alerta.
Para a substituição, há no mercado versões gratuitas do software com atualizações regulares. Entre elas, a
ferramenta oferecida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) a associados. A ferramenta faz
backup automático, garantindo o armazenamento seguro das informações. "Com esse emissor, nossos
associados estarão em dia com a obrigação fiscal, sem custos e com segurança", diz Alencar Burti,
presidente da ACSP.
A Contabilizei, plataforma de contabilidade on-line para micro e pequenas empresas, é umas das que
disponibilizam o sistema gratuitamente. O sistema permite a emissão de até 500 documentos
mensais. "Um dos nossos diferenciais é fornecer suporte para informações contábeis e o auxílio de
contadores para preenchimento da nota fiscal", explica o CEO da Contabilizei, Vitor Torres. Segundo ele,
todos os documentos ficam armazenados na nuvem e o contribuinte pode resgatar a nota a qualquer
momento. Outro software on-line e gratuito é o TiraNota. Sidney Zynger, sócio da empresa que
desenvolve o TiraNota, estima que cerca de 3 milhões de contribuintes devem ser atingidos pela
descontinuidade do sistema da Sefaz. "O ideal é aproveitar este período de dois meses até a
descontinuidade para se adaptar a um novo sistema", aconselha. Ele conta que o programa permite a
emissão ilimitada de notas fiscais. Para o armazenameno, é necessário, no entanto, contar com uma versão
paga.
Entre os planos oferecidos por empresas que atuam no setor com opções pagas, há custos a partir de R$
29,90. Este é o caso dos serviços oferecidos pela myrp, que tem como diferencial o suporte técnico. "Com
soluções por um custo baixo, o contribuinte está preparado para todas as mudanças legais e com suporte
técnico das 8 horas às 22 horas", diz o diretor de marketing da myrp, Tibério César Valcanaia. Com o
sistema, é possível emitir até 20 notas mensais e o cliente tem acesso a um módulo. "Com um plano de R$
179,90 por mês, a emissão de notas é ilimitada, até dez usuários podem acessar o sistema e há outras
funcionalidades, como o controle de estoques, por exemplo", afirma Valcanaia.
Com o pagamento mensal de R$ 50, os clientes da TiraNota podem emitir mensalmente até 3 mil
documentos fiscais. "Além da emissão de notas, é possível emitir boletos bancários, e o sistema está
totalmente integrado com o e-commerce, Correios e livro caixa", explica Zynger ao afirmar que é possível
também emitir notas pelo celular.
Entre os benefícios do emissor, os especialistas alertam que é possível acompanhar a evolução do modelo
da nota fiscal eletrônica e a empresa ficará sempre atualizada com a legislação. Além disso, os sistemas
são simples e intuitivos, e com apenas alguns cliques e poucos minutos é possível emitir uma nota. De
modo geral, os emissores têm integração com o contador por meio de um recurso que permite a
exportação das notas para a contabilidade, de maneira fácil e rápida.
Suspenso julgamento sobre IPI de insumos da Zona Franca de
Manaus
30 nov 2016 - ICMS, IPI, ISS e Outros
Foi suspenso, no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento sobre direito ao creditamento
de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na entrada de matérias primas e insumos isentos oriundos
da Zona Franca de Manaus. No julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 592891, com repercussão
geral reconhecida, após voto da relatora, ministra Rosa Weber, admitindo a utilização dos créditos, e dos
ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, no mesmo sentido, pediu vista o ministro Teori Zavascki.
Segundo o entendimento adotado pela relatora, o caso da utilização de créditos relativos às mercadorias
advindas da Zona Franca constitui exceção à regra geral estabelecida pela jurisprudência do STF. Em
precedente firmado em 2007, o Supremo concluiu pela ausência de direito ao creditamento no caso de
mercadoria sujeita à alíquota zero do IPI. A ministra menciona ainda o RE 398365, de relatoria do
ministro Gilmar Mendes, que em 2015 reafirmou o entendimento da Corte com efeitos de repercussão
geral.
Para a ministra, não há o direito ao creditamento em qualquer hipótese desonerativa, mas no caso em
apreciação há autorização constitucional para tal. Ela cita o artigo 40 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), que constitucionalizou a previsão da Zona Franca de Manaus, e
ainda a promoção do princípio da igualdade – por meio da redução das desigualdades regionais. Menciona
também a aplicação do pacto federativo e o compromisso com a redução das dessimetrias.
“O tratamento constitucional diferenciado da Zona Franca de Manaus é uma consubstanciação do pacto
federativo, e com isso a isenção do IPI direcionada para a Zona Franca, mantida pela Constituição, é uma
isenção em prol do federalismo”, afirma. Para a relatora, tratam-se de incentivos fiscais específicos para
uma situação peculiar, e portanto, não podem ser interpretados restritivamente. No caso, trata-se de uma
isenção especial de natureza federativa e, diante dela, a vedação ao creditamento não encontra espaço para
ser aplicada.
Antes do início do julgamento houve a sustentação oral das partes envolvidas – União e a empresa Nokia
– e, na condição de amici curiae, do Estado do Amazonas, da Federação das Indústrias do Estado do
Amazonas (FIEAM) e da Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial do
Amazonas (AFICAM).
Fonte: Notícias do STF
O Excesso das Obrigações Tributárias Acessórias
Fazer negócios em nosso país não é simples, pois a burocracia e as exigências legais sobrecarregam as
atividades produtivas e personificam os obstáculos ao crescimento econômico que a miopia da laia
política governante faz de conta que não existem.
postado 01/12/2016 09:23:49 - 953 acessos
Dentre as inúmeras exigências do fisco para uma empresa no Brasil estão as denominadas “obrigações
tributárias acessórias”, que correspondem a informações, declarações e demonstrativos fiscais e contábeis
que deverão ser cumpridas pelo contribuinte, além da obrigação tributária principal (pagamento do
tributo devido).
Recomendo aos gestores checarem se as mesmas estão sendo cumpridas a contendo e nos prazos
adequados, para evitarem-se multas e outros transtornos gerados pela ausência da entrega ou mesmo erros
nos dados digitados e transmitidos.
As obrigações são uma sopa de siglas e exigências, como EFD, ECF, DCTF, DIRF, DIMOB, etc. cujos
prazos de entrega exigem agilidade na coleta de informações. São centenas de declarações, com minúcias
estapafúrdias e de exigência duplicada em outros informes.
O ideal é fazer um mapeamento, por empresa, das obrigações a serem entregues, de forma a facilitar o
cumprimento das mesmas. Algumas empresas (por exemplo, optantes pelo Simples Nacional) tem
dispensa de entrega de determinadas declarações, enquanto outras (como as optantes pelo Lucro
Presumido e Lucro Real) devem cumpri-las de modo rigoroso.
O contribuinte deverá ter muita atenção ao preencher os informes. O banco de dados da Receita Federal
está cada vez mais informatizado e o contribuinte deverá se cercar de todas as cautelas possíveis,
treinando os funcionários que realizam a coleta de dados e o preenchimento das declarações, de forma a
minimizar os riscos de uma futura autuação fiscal e desembolsos financeiros desnecessários.
Admitamos e convenhamos: há um excesso destas obrigações. A RFB também encurta os prazos de
exigência, como no caso da DIRF/2017, cujo prazo final de entrega, sem multa, foi antecipado para
15.02.2017 (até este ano, o prazo era o último dia útil do mês de fevereiro).
Ainda em 2016 (a partir de 01 de dezembro), exigir-se-à o Bloco K (Controle de Estoques) das empresas
de bebidas e fumo. Porém, a partir de 2019 todas empresas sujeitas às normas do IPI serão obrigadas a
escriturarem referido controle.
Onde irá parar esta avalanche burocrática? Para os burocratas, isto não importa. Para os contadores e
demais profissionais da área de gestão empresarial, isto cria um custo desnecessário, encarecendo os
produtos e serviços. É a realidade: nenhum serviço é de graça, alguém tem que pagar pelo trabalho, e
todos sabemos muito bem quem paga: o consumidor final, que cada vez se vê diante de altos preços
devido à insanidade com que se a iniciativa privada é tratada este país.
Fonte: Boletim Contábil
Receita Federal abre consulta pública sobre
processo de consulta relativa ao projeto BEPS
01 dez 2016 Barbara Cruz
Já está disponível para consulta pública minuta de instrução normativa (IN) que dispõe sobre solução de
consulta referente ao projeto BEPS, sigla em inglês para Base Erosion Profit Shifting – Erosão da Base
Tributável e Transferência de Lucros.
O Projeto BEPS, coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE,
objetivou estudar medidas de combate à evasão e elisão fiscal, através da transferência artificial de lucros
para países com baixa tributação e contou com a participação não somente dos países-membros da OCDE,
mas também dos países-membros do Grupo dos 20 – G20 do qual o Brasil faz parte.
Esse projeto tem diversos padrões mínimos, entre os quais está o de combate às práticas tributárias danosas.
Uma das medidas desenhadas com este fim é a troca de informações compulsória, entre as administrações
tributárias, das rulings que emitem. O conceito de ruling abarca qualquer orientação dada, informações
prestadas, acordos firmados pela administração tributária em relação a determinado contribuinte ou grupo
de contribuintes. No caso do Brasil, enquadram-se no conceito qualquer solução de consulta, solução de
divergência e ato declaratório interpretativo.
Foi elaborado pela OCDE um modelo para efetivar tais trocas de informações de modo que se faz necessária
a alteração da IN RFB nº 1.396, de 2013, a fim de se obter todas as informações necessárias para que o
Brasil cumpra o compromisso internacional assumido.
Assim, o art. 1º inclui o art. 3º-A na IN RFB nº 1.396, de 2013, de modo a explicitar as categorias de solução
de consulta para as quais o contribuinte terá que fornecer informações adicionais nos termos do modelo de
troca de informações acordado no Projeto BEPS. O art. 2º trata da possibilidade de intimação do contribuinte
para que forneça as respectivas informações em relação às soluções de consulta emitidas até 2010 e o art.3º
alterou o Anexo II da IN, que consiste no formulário padrão para dar início ao processo de consulta por
pessoas jurídicas, no intuito de incluir as informações adicionais incluídas no art.3º-A.
As sugestões poderão ser encaminhadas até o dia 16 de dezembro por meio da seção “Consultas Públicas e
Editoriais” do sítio da Receita Federal na Internet.
Fonte: Receita Federal
Novo manual do MDF-e – Ato COTEPE/ICMS
2 de dezembro de 2016
Aprova o Manual de Orientações do Contribuinte do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais – MDF-e.
O Secretário Executivo do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, no uso de suas atribuições
que lhe confere o art. 12, XIII, do Regimento da Comissão Técnica Permanente do ICMS – COTEPE/ICMS,
de 12 de dezembro de 1997, por este ato,
Considerando o disposto na cláusula quarta do Ajuste SINIEF 21/2010, de 10 de dezembro de 2010, torna
público que a Comissão, na sua 166ª reunião ordinária, realizada nos dias 21 a 25 de novembro de 2016, em
Brasília, DF, decidiu:
Art. 1º Fica aprovado o Manual de Orientações do Contribuinte – MDF-e, Versão 3.00, que estabelece as
especificações técnicas do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais – MDF-e, do Documento Auxiliar
do MDF-e – DAMDFE e dos Pedidos de Concessão de Uso e Registro de Eventos, via WebServices.
Parágrafo único. O Manual de Orientações referido no caput estará disponível na página do CONFAZ
(www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/manuais) identificado como Manual_MDFe_v_3.00 –
11.05.2016.pdf e terá a sequência 1fff63db6a809bd56acdaf248ec057f6 como chave de codificação digital,
obtida com a aplicação do algoritmo MD5 – “Message Digest” 5.
Art. 2º Até 5 de junho de 2017 é permitida a utilização do MOC – MDF-e, na versão 1.00a para o
cumprimento das obrigações previstas no Ajuste SINIEF 21/2010.
Art. 3º Este ato entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a
partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao da publicação.
MANUEL DOS ANJOS MARQUES TEIXEIRA
Fonte: Diário Oficial da União
Disponibilizada Nova Versão do Programa da ECF
Publicado em 23/11/2016
Versão 2.0.9 do Programa da ECF
Foi publicada a versão 2.0.9 do programa da ECF com a correção do problema de recuperação do campo
descrição do registro M010, no momento da recuperação da ECF anterior.
Há que se ressaltar que a versão 2.0.8 do programa da ECF também pode ser utilizada na transmissão dos
arquivos da ECF.
Publicada versão 2.3.0 da EFD ICMS IPI
Publicado em 23/11/2016
A nova versão contempla as alterações referentes ao leiaute 11, publicadas no Guia Prático 2.0.19. *** A
versão 2.2.6 (leiaute 10) continuará ativa até 31/12/2016***
Principais alterações:
- Seleção múltipla de arquivos para assinatura e transmissão;
- Novos registros do Bloco K;
- Alterações no Registro E310;
- Alteração tamanho do campo "NOM_MEST" de 15 para 33 caracteres;
- Inclusão de novos Campos no Registro C176;
- Inclusão do Campo "CHV_DOCe" nos registros C113, E113, E240, 1210 e 1923;
- Inclusão do Campo "CEST" do Registro 0200;
Bloco K ou Planilhas ou SICOBE?
A vontade e desejo muitas vezes aniquilam a visão ou o raciocínio normal dos seres humanos. Vejam o caso
das duas Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil, IN 1.672 e IN 1.673/16. Muitas empresas e
vários profissionais leram a primeira como se tratar-se de um benefício sem maiores consequências. Outros
enxergaram como se fosse aplicada de forma generalizada ao bloco K (em todos os segmentos).
O desejo de dispensa de entrega do Bloco K na EFD-Fiscal (ICMS/IPI), regida tanto pela RFB como pelas
SEFAZ (Secretarias Estaduais), através do CONFAZ (Conselho Fazendário Nacional), foi quase uma
unanimidade. Recebemos através de e-mails e comentários com indagações de clientes e seguidores do
blog www.mauronegruni.com.br como se a dispensa de escrituração de movimentos no Bloco K fosse de
forma generalizada.
Por isso, vou colocar aqui, de forma didática – espero que seja suficiente, o que está acontecendo e a lógica
que está por trás das publicações. Vamos aos pontos:
1 – A RFB tem assento nas reuniões do ENCAT (Encontro Nacional de Administradores Tributários), logo
tem ciência das tratativas no âmbito das secretarias estaduais – fato que muito contribui para o avanço do
SPED (Sistema Público de Escrituração Digital);
2 – Em algumas reuniões recentes houve a proposição de adiamento de entrega do Bloco K por parte da
CNI, e outros órgãos de estados e representativos da classe empresarial;
3 – Haverá uma próxima reunião na próxima semana (nov/16) onde certamente o cronograma do Bloco K
estará na pauta;
4 – Ocorre que a RFB, cumprindo seu compromisso com os contribuintes, ao estabelecer (ou reconhecer) a
validade de entrega de informações suficientes para o controle da produção e estoque no SETOR de
BEBIDAS pelo Bloco K, dispensou o SICOBE através do Ato Declaratório Executivo (ADE) nº 75/2016;
5 – Com a possibilidade de adiamento do Bloco K pelas SEFAZ, pela pauta provável do ENCAT na próxima
reunião, a RFB adiantou-se em colocar sua resguarda de obtenção de informações, nem mantendo o
SICOBE e tão pouco exigindo informações através da IN86/01. Seriam duas outras possibilidades a
“ressuscitação” destas obrigações para obtenção das informações;
6 – Note-se que a obrigação como está colocada há dois entes regulamentando, tanto as SEFAZ, através de
atos do CONFAZ e COTEPE, quanto a RFB.
Concluindo, a IN 1.673/16, apenas cria novamente a obrigação de entrega de informações da indústria de
bebidas como prevista no SICOBE ou no Bloco K, todavia em forma alternativa de planilhas. Em resumo,
está posta a disposição da Receita Federal do Brasil de obter a informação informatizada sobre a produção
de bebidas no país. A forma parece que poderá variar, em planilhas, registros do bloco K ou SICOBE. Para
os demais setores está vigente, salvo disposições geradas no ENCAT de 28 e 29/novembro pelo CONFAZ,
a obrigatoriedade de entrega de TODOS OS REGISTROS previstos no Bloco K a partir de janeiro/2017,
conforme Sinief nº 8, de outubro de 2015.
Por Mauro Negruni, diretor de Conhecimento e Tecnologia Decision IT
Fonte: Decision IT
Mais informações:
A exigência do Bloco K para os fabricantes de bebidas e
fabricantes de produtos do fumo
A Receita Federal, por meio da Instrução Normativa nº 1.672/2016, publicada no DOU em 24/11/2016,
fixou o mês de dezembro de 2016 como início da obrigatoriedade de entrega do Bloco K da Escrituração
Fiscal Digital - EFD-ICMS/IPI, para estabelecimentos fabricantes de bebidas e fabricantes de produtos
do fumo.
Desta forma, aos fatos geradores ocorridos no período de 1º de dezembro de 2016 a 31 de dezembro de
2018, a escrituração fica restrita à informação dos saldos de estoques escriturados do Bloco K da EFD, nos
Registros K200 - Estoque Escriturado e K280 - Correção de Apontamento-Estoque Escriturado.
Já em relação a fatos geradores que ocorrerão a partir de 1º de janeiro de 2019, a escrituração do Bloco K
da EFD deverá ser completa, conforme disposto no artigo 2º da referida Instrução Normativa nº 1.672/2016.
A alteração foi definida, após o entendimento de entidades representativas das indústrias, como por exemplo
a FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, CNI - Confederação Nacional da Indústria e
AFREBRAS - Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil, entre ouras, que visam a simplificação
do cumprimento das obrigações acessórias, definindo novos critérios para a apresentação do Bloco K -
Controle da Produção e do Estoque, considerando que a nova obrigação, poderá tornar vulnerável
informações sigilosas, possibilitando aos concorrentes acesso aos “segredos” industriais.
O Bloco K se destina a prestar informações mensais da produção e respectivo consumo de insumos, bem
como do estoque escriturado, relativos aos estabelecimentos industriais ou a eles equiparados pela legislação
federal e pelos atacadistas, podendo, a critério do Fisco, ser exigido de estabelecimento de contribuintes de
outros setores, conforme regulamenta o Convênio s/nº de 1970 em seu artigo 64, § 4º.
Quanto ao Registro K200, este tem o objetivo de informar o estoque final escriturado do período de apuração
informado no Registro K100, por tipo de estoque e por participante, nos casos em que couber, de Produtos
em Processo, como por exemplo.
Em relação ao Bloco K280, este tem o objetivo de escriturar correção de apontamento de estoque escriturado
no período de apuração anterior, escriturado no Registro K200.
A correção de apontamento tem que ocorrer, obrigatoriamente, entre o levantamento de dois inventários,
uma vez que, com a contagem do estoque se terá conhecimento de uma eventual necessidade de correção
de apontamento.
Desta forma, a alteração disposta pela Instrução Normativa RFB tem como propósito garantir a manutenção
das informações necessárias para os controles específicos exigidos pelo Fisco, em especial o setor de
bebidas, que a partir de 13 de dezembro de 2016 deixará de contar com o SICOBE - Sistema de Controle
da Produção de Bebidas, bem como reduzir o impacto causado pela obrigação de apresentação do Bloco K.
Isto posto, a Instrução Normativa RFB nº 1.672, estabelece critérios para o cumprimento da obrigação de
escriturar o Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque integrante da Escrituração Fiscal Digital
– EFD, conforme podemos observar abaixo:
“INSTRUÇÃO NORMATIVA 1.672, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2016, DA SECRETARIA DA
RECEITA FEDERAL DO BRASIL - RFB
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III
do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº
203, de 14 de maio de 2012, resolve:
Artigo 1° Esta Instrução Normativa estabelece critérios para o cumprimento da obrigação prevista no art. 1º
da Instrução Normativa RFB nº 1.652, de 20 de junho de 2016, relativa à escrituração do Livro Registro de
Controle da Produção e do Estoque integrante da Escrituração Fiscal Digital (EFD) utilizados pelos
estabelecimentos industriais fabricantes de bebidas e dos fabricantes de produtos do fumo, para apuração
do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) ou do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI).
Artigo 2° Para fins de cumprimento da obrigação relativa à escrituração do Livro Registro de Controle da
Produção e do Estoque (Bloco K integrante da EFD) de que trata o art. 1º, serão observados os seguintes
critérios:
I - para fatos ocorridos entre 1º de dezembro de 2016 e 31 de dezembro de 2018, a escrituração do Bloco K
da EFD fica restrita à informação dos saldos de estoques escriturados nos Registros K200 e K280; e
II - para fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2019, a escrituração do Bloco K da EFD deverá ser
completa.
Artigo 3° A obrigação a que se refere o caput do art. 2º independe de faixa de faturamento estabelecida na
Cláusula Terceira do Ajuste Sinief nº 02, de 3 de abril de 2009”.
Fonte: Almir Furlan, Coordenador Tributário, especialista de Thomson Reuters CHECKPOINT
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Nova norma ética deve aumentar
responsabilidades dos contadores em 2017
Em dezembro, os olhares já se voltam para o ano que está por vir
Em dezembro, os olhares já se voltam para o ano que está por vir. No caso dos contadores, que precisam
estar sempre planejados para cumprir as obrigações em dia e, cada vez mais, preparados para as novidades
e as tendências na gestão das empresas, não é diferente. O mês de dezembro começa com os profissionais
de olho no grande desafio de 2017, o de corresponder às grandes expectativas do mercado sobre os
profissionais da área.
Para o presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), Antonio Palácios, a grande discussão
da classe contábil deve estar ligada às responsabilidades do contador nos casos em que empresas ou órgão
do setor público tenham cometido atos que infrinjam leis e regulamentos. Uma nova norma ética (Noclar),
editada em julho deste ano pela International Ethics Standards Board for Accountants – o Conselho de
Normas Éticas Internacionais para os Profissionais da Contabilidade (Iesba), do qual o Brasil é anuente,
permite que o contador informe aos órgãos competentes inconformidades ou ilegalidades encontradas nas
empresas e demais entidades para as quais presta serviço.
“Essa norma vai de encontro ao atual Código de Ética do Conselho Federal de Contabilidade, que prevê o
direito ao sigilo”, ressalta Palácios. Ainda que não concorde com o ato ilícito e se negue a participar, a
regulamentação em vigor resguarda ao contador esse direito e responsabiliza, via de regra, o responsável
pela empresa a responder pela infração.
Contudo, a novidade pode aumentar a responsabilidade sobre o profissional contábil e puni-lo mais
fortemente no caso de crime. O assunto já foi amplamente discutido durante seis anos em nível
internacional pelo Iesba e, no Brasil, a norma está sendo traduzida e debatida pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e outros órgãos
reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) e outras entidades.
“É preciso se manter atento, inclusive por que após assumir um cliente o contador pode ter um prazo de
até um mês para fazer a notificação e não ser responsabilizado também”, indica Palácios, assinalando para
a necessidade de desenvolver um ambiente seguro para que a categoria se sinta protegida para a
notificação. Com entrada em vigor prevista para julho de 2017, a norma permite que o contador informe
aos órgãos competentes inconformidades ou ilegalidades encontradas nas empresas e demais entidades
para as quais presta serviço.
O presidente da Federação dos Contadores e Técnicos em Contabilidade do Estado do Rio Grande do Sul
(Federacon/RS), Glicerio Bergesch, complementa que a área contábil é fundamental para combater a
corrupção, porém, é preciso que o profissional se conscientize do seu papel social. “A Petrobras tem um
contador, a maior parte dos corruptos tem um contador. No poder público, em muitos casos de corrupção,
existe a figura do contador. O que queremos dizer é que a corrupção é difícil de ser combatida. Ela está na
sociedade como um mal que só será erradicado se cada um fizer a sua parte”, reflete Bergesch.
Para o contador, esta é uma questão que envolve responsabilidade social, mudança cultural e investimento
na educação. Bergesch defende que “as próprias escolas deveriam ensinar, debater sobre esta questão da
responsabilidade social, sobre o bem comum, para que as pessoas entendam, desde cedo, que cada um
pode se esforçar no combate à corrupção e na construção de um mundo melhor”.
Depois da série crise política e econômica que varreu o País, a expectativa é que a economia comece a se
recuperar no ano que vem e a estabilidade política contribua para a retomada da confiança dos
empresários e investidores. “Pelo que temos observado em nossos contatos, o cenário é promissor. Nossa
categoria desenvolve um papel cada vez mais importante para a sociedade, pois contribui para que os
negócios dos clientes sejam mais rentáveis e produtivos”, afirma o presidente da Federacon/RS.
No âmbito estadual, onde a calamidade foi deflagrada depois do cenário estadual, mas também se mostra
preocupante, o presidente do CRCRS, Antonio Palácios, espera que medidas corajosas também saiam do
papel para que a economia gaúcha volte a operar normalmente. “Nós, contadores gaúchos, sentimos
diretamente quando os empresários passam por dificuldades”, diz Palácios.
Fonte: Jornal do Comércio
Postado por: Redação Portal Contábil SC
Nota Fiscal Eletrônica: Preenchimento errado
pode causar problemas às empresas
29 de novembro de 2016
Todo cuidado é pouco quando falamos de atividades que envolvam compra ou venda de produtos. Para
comprovar formalmente essas transações, existe a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e é importante que, ao
preenchê-la, o emitente tenha cuidado e se atente aos detalhes. Um preenchimento errôneo e não corrigido
pode dar muita dor de cabeça à empresa, como explica Elisandra Kelli, supervisora do Departamento Fiscal
da JJA Assessoria Fisco Contábil: “A empresa pode ser autuada em uma eventual fiscalização. Caso haja
algum dado incorreto, o cliente pode não aceitar a NF e a empresa poderá não conseguir realizar o
cancelamento da mesma.”
Para esses casos existe a Carta de Correção. Um documento assinado eletronicamente para corrigir alguns
erros após a emissão da NF-e e até 24 horas depois de sua emissão – prazo este estipulado por lei. O recurso
só pode ser utilizado para corrigir falhas não relacionadas a dados cadastrais e valores, assegurando,
portanto, a impossibilidade de fraude de notas fiscais. “Fica permitida a utilização de carta de correção para
regularização de erro ocorrido na emissão de documento fiscal, desde que o erro não esteja relacionado a
variáveis que determinam o valor de impostos tais como: base de cálculo, alíquota, diferença de preço,
quantidade, valor da operação ou da prestação; a correção de dados cadastrais que implique mudança do
remetente ou do destinatário ; a data de emissão ou de saída.”, explica Elisandra.
Além da utilizar a Carta de Correção, o emitente pode cancelar a NFe errada e emitir uma nova, desde que
a mercadoria ainda não tenha circulado e isso ocorra em um prazo de 24 horas. Após esse período, não é
mais possível realizar qualquer alteração na nota fiscal. Por esse motivo, o preenchimento inicial correto do
documento é tão importante.
A supervisora ainda chama a atenção: “é igualmente necessário que quem receber uma nota realize uma
revisão dos dados para que nada saia errado.”, conclui.
Fonte: Contadores
ICMS – Não há DIFAL e partilha do imposto na
aquisição com habitualidade ou em volume que
caracterize intuito comercial
30 de novembro de 2016
As Operações e prestações interestaduais destinadas a contribuinte do ICMS que também desenvolve
atividades não sujeitas a esse imposto não estão sujeitas a partilha do DIFAL da EC 87/2015.
Será considerado contribuinte do ICMS em todas as operações o destinatário de mercadorias que realizar
operações interestaduais com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial.
Este foi o entendimento da SEFAZ-SP emitido através de Decisão Normativa CAT 07/2016 (DOE-SP de
25/11).
De acordo com a SEFAZ-SP, nas operações e prestações interestaduais, caso o destinatário realize com
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, atividade sujeita ao ICMS, o mesmo será
considerado contribuinte em todas as suas aquisições, ainda que desenvolva também atividade não sujeita
ao imposto e independentemente da destinação que seja dada ao bem, material ou mercadoria adquirida.
Neste caso, ao realizar operação interestadual não será calculado o DIFAL instituído pela Emenda
Constitucional 87/2015 e Convênio ICMS 93/2015.
O Convênio ICMS 93/2015 regulamentou as operações e prestações que destinem bens e serviços a
consumidor final não contribuinte do ICMS, localizado em outra unidade federada, de que trata a Emenda
Constitucional 87/2015.
O contribuinte paulista deve ficar atento ao volume de operações para calcular corretamente o ICMS,
considerando que se trata de uma operação interestadual destinada a contribuinte, ainda que este desenvolva
também atividade não sujeita ao imposto e independentemente da destinação que seja dada ao bem, material
ou mercadoria adquirida.
Esta decisão traz à mesa a questão dos parâmetros fiscais para emissão da Nota Fiscal Eletrônica.
Esta Decisão Normativa revogou a Decisão Normativa CAT 1/2013, assim como todas as respostas a
consultas tributárias que, versando sobre a mesma matéria, concluíram de modo diverso.
Fonte: Siga o Fisco
Ressarcimento ICMS-ST sobre o valor cobrado a
maior
30 de novembro de 2016
Por Mauro Negruni, diretor de Conhecimento e Tecnologia Decision IT
Desde que fui apresentado ao ICMS-ST em meados dos anos 90, sempre acreditei na tese defendida
pelas Secretarias de Fazendas dos Estados Federados. Ou seja, que a tributação pela MVA (Margem do
Valor Arbitrado – ou Agregado, conforme a denominação de cada SEFAZ) seria definitiva. Acreditava nesta
tese sobre a antecipação do pagamento do tributo, muito mais pela minha ignorância sobre o tema. Então
parecia, para mim, lógico e fácil entender a engenharia matemática do cálculo e apuração.
De fato, até mesmo a Suprema Corte do país afirmava não caber ressarcimento porque entendia, na
mesma direção das SEFAZs, que a tributação seria definitiva. Apenas nos casos em que o fato presumido
não ocorresse caberia o ressarcimento. Por óbvio, seria um absurdo presumir o fato e mesmo ele não
ocorrendo o tributo ser devido! Então, fora reconhecida a tese de que nas operações interestaduais, de
produtos já submetidos a substituição, em que haja nova operação interestadual, o tributo pago
anteriormente poderia ser recuperado. Foi a primeira derrota das SEFAZs e as regulamentações foram as
mais esdrúxulas – como a CAT 17/99 (e suas antecessoras) em São Paulo, por exemplo ainda houver
outras tentativas dos contribuintes em recuperar seus tributos pagos em excesso (na suas visões). Todas
sem sucesso, mesmo que tenham chegado às altas cortes do país.
A grande novidade sobre o tema é a decisão da Suprema Corte ao recurso especial, RE 600493 também
publicado em http://www.mauronegruni.com.br/2016/11/14/supremo-resguarda-os-contribuintes-quanto-
ao-ressarcimento-do-icms-st com repercussão geral. Nele o ministro Ricardo Lewandowski profere o bem
julgado com argumentações importantes a favor dos contribuintes. A partir do recurso de Minas Gerais
583.649, o ministro afirma, categoricamente:
De fato, conforme adverte Marco Aurélio Greco,
5 Carlos Maximilano, Hermenêutica e aplicação do Direito . 16 ed. Rio de Janeiro: Forense,
1997. p. 245.
a autorização constitucional para antecipar a cobrança do devido não implica “uma autorização para
cobrar mais do que resultaria da aplicação direta da alíquota sobre a base de cálculo existente ao ensejo
da ocorrência do fato legalmente previsto (fato gerador). Antecipa-se o imposto devido; não se antecipa
para arrecadar mais do que o devido”6.
A proibição de restituição do imposto pago a maior igualmente não se coaduna com os princípios
constitucionais de natureza tributária aplicáveis à espécie. Em outras palavras, se o ICMS recolhido pelo
contribuinte substituto apenas se torna efetivamente devido com a ocorrência do fato gerador, a
inocorrência, total ou parcial deste, impõe que se faça a devida adequação da regra ao fato, sob pena de
afronta aos princípios da moralidade, da legalidade e do não-confisco.
Há, ainda, outro trecho de suma relevância no voto do eminente ministro para os contribuintes e aos
operadores do direito (em qualquer dos quadrantes das deslindes tributárias):
Depois, porque é preciso levar em conta as peculiaridades que distinguem as duas ações diretas de
inconstitucionalidade, exaustivamente apontadas pelo eminente Relator da ADI 2.777/SP, que destacou o
fato de que a ADI 1.851 versava sobre a Cláusula Segunda do Convênio ICMS 13/97, na qual a substituição
tributária correspondia a um benefício fiscal de caráter facultativo, para aqueles que por ele optassem,
contrariamente à hipótese ora sob exame, que trata, assim como a ADI 2.777/SP, de regime obrigatório.
Nessa linha de raciocínio, constato, desde logo, que a interpretação literal do dispositivo constitucional em
tela mostra-se inadequada, data venia, para o correto deslinde da questão sob exame.
No ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, a Escrituração do ICMS/IPI já previa
desde há muito o ressarcimento, ainda que não fosse utilizado (sequer foi regulamentado pelas Fazendas
Estaduais). A tabela de motivos de ressarcimento deverá comportar um novo código: aplicação de margem
menor que a prevista (aqui é apenas uma sugestão aos gestores do SPED). Nesta modalidade de
ressarcimento, antes que alguma SEFAZs adiante-se em criar nova obrigação acessória (ou reformule atuais)
o melhor caminho é regulamentar o uso do registro C176 na EFD-FISCAL. Nele podem ser abarcadas as
situações de ressarcimento pelos contribuintes sujeitos aquela escrituração.
Fonte: Decision IT
Fazenda altera normas sobre ressarcimento de
créditos de PIS e Cofins
1. 2 de dezembro de 2016
O Ministério da Fazenda alterou duas portarias que tratam do ressarcimento de créditos de PIS/Pasep e de
Cofins. A mudança refere-se aos requisitos de regularidade fiscal que devem ser observados pelas empresas
para efeitos do reembolso dos valores.
De acordo com o novo trecho incluído nas duas normas, será considerada cumprida pelas empresas a
exigência de comprovação de regularidade fiscal mediante a apresentação de “Certidão Negativa de Débitos
relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND) ou Certidão Positiva com Efeitos
de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CPEND)
emitida em até 60 dias antes da data do pagamento.”
A mudança está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, dia 6.
Fonte: O Povo
União pode incluir ICMS e ISS na base de cálculo
de PIS, COFINS e CPRB
2 de dezembro de 2016
A 4ª Turma Especializada do TRF2 decidiu pela legalidade da inclusão do Imposto de Circulação sobre
Mercadorias e Serviços – ICMS e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS na base de cálculo
da contribuição ao Programa de Integração Social – PIS, da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social – COFINS e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB. O
entendimento é fruto do julgamento de apelação da União contra sentença que beneficiou uma indústria de
plásticos.
Para embasar a decisão, o desembargador federal Luiz Antonio Soares, relator do caso, pontuou que tanto
o ICMS quanto o ISS são repassados ao consumidor, ou seja, integram o preço do serviço ou produto
oferecido e constituem, portanto, faturamento da empresa, que está incluído no conceito de receita. Sendo
receita, segundo o magistrado, fazem parte da base de cálculo do PIS e da COFINS.
Luiz Antonio Soares esclareceu que se fossem retirados ICMS e ISS do cálculo de PIS, COFINS e CPRB,
a consequência seria tratar como base o lucro da empresa e não a receita. O magistrado frisou que “as Leis
nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 (que regulamentam respectivamente o PIS e a COFINS) preveem como
fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação contábil.”
Por fim, o relator citou farta jurisprudência do STJ que sustenta a posição tomada pela 4ª Turma, no sentido
de incluir os tributos que integram o faturamento da empresa na base de cálculo de outros tributos.
Fonte: TRF2
STF dá prazo a Congresso para regulamentar
compensação de ICMS
1 de dezembro de 2016
Após duas sessões e um debate sobre os limites da atuação do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal
(STF) determinou ao Congresso que, dentro de um prazo de 12 meses, regulamente o ressarcimento a
Estados exportadores, como compensação pela desoneração das exportações. A isenção das exportações de
produtos não industrializados da incidência de ICMS está prevista na Lei Kandir, de 1996. A decisão
estabelece que, caso o Parlamento estoure o prazo de 12 meses para sanar a omissão, caberá ao Tribunal de
Contas da União (TCU) definir a forma como os Estados devem ser compensados.
Esse foi o entendimento do relator Gilmar Mendes, seguido pelos ministros Celso de Mello, Ricardo
Lewandowski, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fix, Rosa Weber e Dias Toffoli. “De nada adianta
o zelo na partilha de competências constitucionais entre os diferentes entes federativos, se essa repartição
não é acompanhada de divisão de recursos próprios e suficientes para fazer frente às diversas tarefas que
lhes foram conferidas pelo poder constituinte”, defendeu o relator Gilmar Mendes.
“Configurada uma situação de omissão, e de uma omissão inconstitucional, resta comatá-la (preenchê-la).
Impõe-se supri-la. Especialmente se considerar que o mero apelo ao legislador tem se mostrado inócuo. A
inocuidade do apelo ao legislador termina por perpetuar esse estado de prolongada abstenção normatizadora
por parte do órgão incumbido pela Constituição da República de regulamentá-la em passagens, em normas
que se revelam de fundamental importância”, concordou Celso de Mello.
Os ministros Teori Zavascki e Cármen Lúcia foram favoráveis a fixar o prazo de 12 meses, mas discordaram
de delegar ao TCU a competência de fixar o valor a ser transferido aos Estados. Já Marco Aurélio votou
apenas pelo reconhecimento da demora e afirmou que o Judiciário não deveria obrigar o Parlamento a agir
dentro de um prazo delimitado.
Limites
O ministro Marco Aurélio mostrou uma preocupação com o que, segundo enxerga, seria uma invasão de
competência do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo. “A época é de crise generalizada na República.
E aí é preciso que se guardem princípios. Defrontamo-nos com uma ação direta de constitucionalidade por
omissão (…). Em se tratando de Poder, omissão de poder, como é a omissão do Poder Legislativo, dá-se
ciência a esse Poder da emissão”, disse o ministro.
“Mas (com a decisão) se transforma a ADO em verdadeiro mandado de injunção. E ao meu ver, de forma
incompleta, porque o Supremo simplesmente assenta o ato omissivo e não fixa as condições para o exercício
do direito pelos Estados e delega a um órgão auxiliar do Legislativo. Delega a fixação desses parâmetros.
Deixo nos anais do tribunal, presidente. Principalmente tendo em conta as notícias constantes nos jornais
hoje de que a Câmara está criando uma comissão para aferir a invasão de competência, a transgressão pelo
Supremo do princípio da separação dos poderes”, disse o ministro Marco Aurélio, registrando preocupação.
“Onde vamos parar? Não sei, presidente.”
A comissão especial citada por Marco Aurélio foi anunciada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na
madrugada desta quarta-feira, com o objetivo de elaborar uma emenda para incluir na Constituição uma
regra sobre aborto. A medida é uma clara resposta à decisão do STF tomada na terça-feira, 29, que pode
abrir precedente para descriminalizar o aborto realizado nos primeiros três meses de gestação.
Compensações
A edição de lei complementar que define os termos das compensações aos Estados pela desoneração das
exportações está pendente desde 2003, quando foi prevista na Emenda Constitucional 42, aprovada naquele
ano. Desde então, não há norma e a União repassa para os Estados quanto acha que deveria passar.
O julgamento do Supremo foi de uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão movida pelo governo
do Pará, e há outros 15 Estados admitidos na condição de “amicus curiae”, ou seja, com interesse no caso.
O Pará alega, na ação, um prejuízo líquido de R$ 22 bilhões de reais aos cofres do Estado.
“Se fosse exigido o ICMS sobre os produtos exportados entre os anos de 1996 e 2015, teria arrecadado um
total de R$ 29,6 bilhões (…). A compensação paga pela União no mesmo período (…) foi de apenas R$ 7,6
bilhões”, disse a defesa.
Fonte: Isto é
COMPENSE O IRF "COME-COTAS"
Equipe Guia Tributário
Semestralmente, em maio e novembro, as empresas que mantinham aplicações financeiras em fundos de
investimento (FIF), sofrem retenção do Imposto de Renda na Fonte (IRF) do saldo aplicado (sistema
conhecido como “come-cotas”).
Para fins de recuperação do imposto, que as empresas tributadas pelo Lucro Presumido ou Lucro
Real obtenham, junto às instituições financeiras, o extrato com os valores retidos das aplicações nestas datas,
para compensar o Imposto de Renda com o devido.
No Lucro Real, pode ser deduzido o Imposto de Renda pago ou retido na fonte sobre as receitas que
integraram a base de cálculo.
Na apuração da estimativa, a partir da receita bruta, as receitas de aplicações financeiras não são computadas
na base de cálculo do Imposto de Renda a recolher no mês, portanto também não é possível a dedução do
respectivo IRF.
Em se tratando de apuração com base no balancete de suspensão ou redução as receitas de aplicações
financeiras estão contempladas na determinação do lucro, portanto é possível a dedução do IRF sobre essas
receitas,
Para efeito de pagamento do IRPJ, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Presumido poderá deduzir do
imposto devido no período de apuração, o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integram a
base de cálculo.
MINHA EMPRESA EXCEDEU O LIMITE DO SIMPLES
NACIONAL, E AGORA?
Cuidados para a Determinação do Novo Regime Tributário
Mauricio Alvarez da Silva
Até 31.12.2017, o limite de receita bruta, para enquadramento no Simples Nacional, é de R$ 3.600.000,00
anuais.
Valores da Receita Bruta Vigentes a Partir de 01.01.2018
A partir de 2018, o limite da receita bruta será de R$ 4.800.000,00/ano.
Entretanto, para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS no Simples Nacional, o limite máximo de receita
bruta será de R$ 3.600.000,00.
A empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional em 31 de dezembro de 2017 que durante o ano-
calendário de 2017 auferir receita bruta total anual entre R$ 3.600.000,01 (três milhões, seiscentos mil reais
e um centavo) e R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) continuará automaticamente
incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2018, ressalvado o direito de exclusão
por comunicação da optante.
Base: Lei Complementar 155/2016.
Minha Empresa "Estourou" ou vai "Estourar" este Limite, e Agora?
Sua empresa excedeu ou possivelmente excederá estes limites?
E agora, como ficará a apuração e o recolhimento do IRPJ, da CSLL, do PIS, da COFINS,
do ICMS, ISS, IPI e INSS?
É importante também levar em conta toda a estrutura burocrática que deverá ser criada, por exemplo, a
escrituração fiscal completa das transações que envolvem o ICMS, o IPI e o ISS, memórias e relatórios de
apuração do PIS e da Cofins, rotinas para a entrega das diversas declarações acessórias, tais
como DCTF, DIPJ, EFD-Contribuições, entre outras.
Dependendo do regime de tributação que for escolhido para a apuração e o recolhimento do Imposto de
Renda e da Contribuição Social, há que se preocupar também com manutenção regular da contabilidade
para fins fiscais, compreendendo uma estrutura de controles internos suficientes para que se possam gerar
informações contábeis e fiscais confiáveis.
Dentre as diversas nuances a serem analisadas merecem atenção especial as que tratam do novo regime de
apuração e recolhimento do Imposto de Renda - IRPJ, Contribuição Social - CSLL, PIS e COFINS.
Basicamente, há as seguintes modalidades tributárias a serem analisadas:
Modalidades de Determinação do
Imposto de Renda e CSLL
Modalidades de Determinação do PIS e da Cofins
Lucro Presumido Regime Cumulativo
Lucro Real Regime Não Cumulativo, com exceções para algumas atividades
e receitas que podem permanecer no Regime Cumulativo
O regime denominado de Lucro Presumido é mais simplificado quando comparado com o Lucro Real, pois
dispensa determinadas formalidades fiscais, como a apuração do lucro real e os levantamentos de balancetes
regulares. O lucro é determinado mediante a aplicação de um percentual de presunção, sobre a receita bruta
do período, cuja alíquota é fixada pela legislação do imposto de renda.
Quando da opção pelo Lucro Presumido automaticamente a empresa submete-se ao regime cumulativo do
PIS e da Cofins, salvo casos especiais de substituição tributaria e regimes monofásicos (refrigerantes,
medicamentos, perfumaria, pneus, etc.). Por este regime as contribuições ao PIS e a Cofins são
determinadas, respectivamente, mediante a aplicação de 0,65% e 3% sobre a receita operacional bruta, nos
termos da legislação vigente.
O regime denominado de Lucro Real demanda a existência de uma contabilidade consistente e bem
preparada, pois o Imposto de Renda e a Contribuição Social serão determinados a partir do lucro contábil
registrado em balancete, com alguns ajustes exigidos pela legislação fiscal pertinente.
A adoção do Lucro Real implica na determinação do PIS e da Cofins com base no Regime Não Cumulativo,
salvo os casos de substituição tributaria, regimes monofásicos ou aqueles que a legislação expressamente
permite a manutenção do regime cumulativo. Neste regime as contribuições ao PIS e a Cofins serão
determinadas mediante a aplicação das alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente, sobre a receita
operacional bruta.
Em contrapartida à maior alíquota é permitida a apropriação de créditos em relação aos bens adquiridos para
revenda ou matérias-primas e insumos adquiridos de pessoas jurídicas e empregados no processo fabril ou
na prestação de serviços.
Para fins de ilustração consideremos o exemplo a seguir, desenvolvido de maneira simplificada:
Detalhes R$ 1
Receita Bruta Venda Mercadorias 3.000.000
Custos das Mercadorias Vendidas (2.000.000)
Custos com mão de obra e outros (650.000)
Despesas gerais (150.000)
Lucro Contábil: (R$ 3.000.000 -R$ 2.000.000 - R$ 650.000 -R$ 150.000) 200.000
Lucro Presumido para IRPJ: (R$ 3.000.000 x 8%) 240.000
Lucro Presumido para CSLL: (R$ 3.000.000 x 12%) 360.000
Carga Tributária pelo Lucro Real:
- Imposto de Renda (R$ 200.000 x 15%) 30.000
- Contribuição Social (R$ 200.000 x 9%) 18.000
- PIS ((R$ 3.000.000 – 2.000.000) x 1,65%) 16.500
- Cofins ((R$ 3.000.000 – 2.000.000) x 7,6%) 76.000
Total dos Tributos 140.500
Carga Tributária pelo Lucro Presumido:
- Imposto de Renda (R$ 240.000 x 15%) 36.000
- Contribuição Social (R$ 360.000 x 9%) 32.400
- PIS (R$ 3.000.000 x 0,65%) 19.500
- Cofins (R$ 3.000.000 x 3%) 90.000
Total dos Tributos 177.900
No exemplo, utilizando uma atividade comercial, a opção pelo Lucro Real ficou mais atrativa, em função
da margem de lucro da empresa ser reduzida. Porém há atividades que apresentam margens maiores, como
exemplo a atividade de prestação de serviços, em que na maioria dos casos prevalece à opção pelo Lucro
Presumido. Portanto essa análise deve ser realizada para cada caso específico.
Para empresas que não possuem um histórico contábil adequado tomar a decisão sobre qual o regime
tributário mais favorável é uma tarefa complexa e por vezes acaba sendo adotada com base na expectativa
dos administradores, sujeita, obviamente, a erros.
*Mauricio Alvarez da Silva é Contabilista e atuou na área de auditoria independente por quase 2 décadas,
com enfoque em controles internos, contabilidade e tributos. Atualmente é consultor em Curitiba-PR. Autor
das obras Manual de Retenção do ISS, DFC e DVA, Planejamento Tributário do IPI e Manual do PIS e
COFINS.
SPED aumenta poder de fogo e deixa Fisco ainda
mais implacável
29 de novembro de 2016
O fisco vem agindo de forma implacável com operações que visam apurar a sonegação fiscal. Hoje a Receita
Federal possui um cronograma de fiscalizações, que tem a meta de arrecadar R$ 125 bilhões em 2016, para
fechar o ano com valor igual ao apurado em 2015. Em anúncio recente, a instituição federal afirmou ter
resgatado cerca de R$73,2 bi em autuações no período de janeiro a agosto desse ano. Se fizermos uma conta
fácil, faltam cerca de R$ 51,8 bi para atingir a meta, exigindo preparação e cuidado dos contribuintes que
não quiserem pagar essa conta.
Neste ano as autuações de maior volume tem ocorrido nas indústrias, representam 41% do valor total dos
créditos apurados, seguido pelo setor de serviços com 11% e as instituições financeiras com 10%. As
pessoas físicas foram as que menos impactadas com 1,75% do total dos créditos lançados.
Mesmo empresas e indústrias tendo altos investimentos em seus setores fiscais e contábeis, são eles os que
mais sofrem com o pagamento de impostos. Para evitar esse tipo de situação, a solução mais fácil é buscar
ferramentas internas e externas que melhorem a qualidade das informações apuradas, aumentando o
controle e segurança dos arquivos entregues ao Sped.
Como estamos na era dos arquivos digitais, uma declaração entregue por meio do Sistema Público de
Escrituração Digital (Sped) pode não representar qualquer demanda extra para o fisco. Porém, se
considerarmos as diversas declarações entregues ao Sped, junto ao cruzamento de dados que é executado,
cria-se um ponto de atenção muito grande. Não entendeu? Fica claro para os especialistas, que os
contribuintes que utilizam o SPED e meios eletrônicos para demonstrar o pagamento de impostos, estão
cada vez mais expostos à fiscalização eletrônica com cruzamentos de informações, que por muitas vezes
verificam os mesmos impostos em diversas obrigações fiscais, a exemplo do valor do PIS a Recolher,
lançado na EFD-Contribuições que deve ser o mesmo na DCTF, ECF e ECD. Caso esses valores não
estejam sempre iguais, nascem os primeiros sinais de irregularidade, o que possibilita uma fiscalização
mais assertiva e direcionada.
A maior arma que uma empresa pode ter contra essas autuações é a prevenção. Para não ter surpresas no
futuro, as empresas devem prestar informações que realmente são fatos contábeis registrados em sua
escrituração, não dando margens para dúvidas e desencontros de informações. Procure auditar seus arquivos
antes ou depois da entrega ao fisco, para garantir conformidade com a legislação vigente, evitando ter
creditos tributários lançados em autuações fiscais desnecessárias. Lembre-se, fique atento a todos os
detalhes, informações mal prestadas ou pequenos equívocos não passarão desapercebidos pelos olhos do
SPED.
Fonte: Administradores
Você está atento a classificação da NCM?
17 de novembro de 2016 | Escrito por Leticia Wiggers
O que é NCM?
A sigla NCM significa Nomenclatura Comum do Mercosul e trata-se de um código para determinar a
natureza e a classificação fiscal de um produto ou mercadoria. Esse código é utilizado em diversos
documentos legais como, por exemplo, notas fiscais e livros de registro e apuração. Por isso todos os
produtos e mercadorias devem possuir um código NCM.
A NCM tem o objetivo de facilitar a coleta e análise de dados do mercado nacional além de servir como
parâmetro no cálculo de tributos federais e, em alguns casos, para o ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços).
O código NCM é composto por 8 dígitos. Os 6 primeiros se referem a classificação SH (Sistema
Harmonizado) e os 2 últimos correspondem às especificações do Mercosul.
O SH trata-se de um método internacional de classificação das mercadorias e dispõe de uma estrutura de
códigos com as características especificas de cada produto.
A classificação do NCM é uma atividade fundamental para a correta tributação das mercadorias
adquiridas e comercializadas ou dos produtos fabricados pelo contribuinte. Além disso, todo fabricante
importador ou exportador é obrigado a classificar suas mercadorias em um dos códigos NCM. Para uma
correta classificação, é importante efetuar uma análise da mercadoria, o que requer, principalmente,
conhecimento técnico. Todos os Código NCM constam na tabela TIPI, disponibilizada pela Receita
Federal do Brasil (RFB).
Penalidades
Algumas vezes o código NCM é utilizado incorretamente. Isso pode acontecer por falta de conhecimento
ou com o intuito de reduzir a carga tributária. Entretanto, o preenchimento incorreto do código pode
resultar em multas, perda de benefícios fiscais, autuações, bloqueios alfandegários, perda de crédito e
sobretaxação. O valor da multa pode variar de acordo com o erro cometido, como por exemplo:
Ao informar a NCM incorreta na LI (Licença de Importação) e na descrição, a multa pode chegar a
até 15% do valor da mercadoria mais 1% devido ao erro de classificação. Caso for preciso fazer
uma nova LI após o embarque da mercadoria, e o erro não for informado, a multa varia entre R$
2,5 mil e R$ 5 mil.
Classificar a NCM incorretamente ou deixar de informar o código na BL (Conhecimento de
Embarque) acarreta em uma punição de R$ 5 mil.
É possível obter maiores detalhes sobre as penalidades consultando a página da Receita Federal,
disponível neste link:
Quais os erros mais comuns na classificação de NCM?
É comum as empresas classificarem, propositalmente, suas mercadorias em determinados códigos NCM,
tentando escapar do regime de substituição tributária e até mesmo visando obter uma margem de valor
agregado menor. Porém, essa atitude é passível de multa de até 1% do valor do produto.
A classificação incorreta do código NCM pode acarretar, também, em erros com as alíquotas de tributos
incidentes na comercialização e circulação de produtos, que podem incluir o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), o II (Imposto de importação) e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços). Nessas situações, a mercadoria pode ficar presa na alfândega ou ser devolvida para o país de
origem.
Recebeu mercadoria com código errado?
A classificação incorreta da NCM pode afetar tanto o fabricante da mercadoria quanto o cliente, pois
quem recebe uma mercadoria já com código incorreto não está isento de culpa e também pode ser
autuado.
Tão logo o erro seja detectado, o cliente deve comunicar ao fornecedor a situação de incorreção para que
esta seja ajustada, caso contrário, logo que o erro for constatado pelo Fisco serão verificados todos os
efeitos que tal incorreção causou e será exigido a cobrança extemporânea do imposto que não foi
recolhido (caso houver), corrigido de multa e juros, e/ou aplicação das penalidades cabíveis, conforme o
caso.
Como evitar problemas com o Fisco?
Diante das constantes mudanças na legislação tributária, é importante manter atualizada a base cadastral
dos códigos NCM que a empresa utiliza. Isso evitará que a empresa tenha problemas como, por exemplo,
utilizar um NCM inexistente e a nota fiscal ser rejeitada. O código NCM sempre deve ser determinado de
acordo com a natureza e características do produto ou mercadoria.
A RFB, por meio da Coordenação Geral do Sistema Aduaneiro e da Superintendência Regional, é o órgão
responsável para consulta em casos de dúvidas e problemas sobre a classificação das mercadorias.
FIQUE ATENTO:
Mantenha sua base cadastral de mercadorias atualizada!
Tenha em mente que NCM deve corresponder ao produto, veja as regras de classificação fiscal
aqui!
Guerra Fiscal e Reforma Tributária
21 de novembro de 2016 | Escrito por Robson Stolle
VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA GUERRA FISCAL?
Os governos estaduais e municipais oferecem diferentes incentivos fiscais para atrair investimentos e,
consequentemente, mais riqueza para a região. Esses incentivos podem ser a isenção de impostos por um
determinado tempo ou um subsídio parcial de dinheiro público para construção ou ampliação da empresa.
Essa disputa entre os estados e municípios, para ver quem consegue oferecer melhores benefícios, é
chamada de Guerra Fiscal. No Brasil, essa pratica se intensificou no final da década de 90.
A guerra fiscal funciona da seguinte forma: para otimizar a economia local, prefeituras ou secretarias de
estado oferecem incentivos fiscais no pagamento de impostos, terrenos, facilidade em empréstimos e
financiamentos e até subsídios com dinheiro do governo para atrair a instalação de novas empresas,
geralmente multinacionais, ou a ampliação das que já possuem instalações no estado ou município.
Neste artigo você entenderá como esse procedimento teve início, quais são os principais impactos que essa
guerra fiscal gera e qual o impacto que isso causa na economia do país.
O INÍCIO DA GUERRA FISCAL
Durante a industrialização do país, que se intensificou durante a segunda metade do século XX, houve
uma alta concentração de industrias na Região Sudeste, pois a infraestrutura dessa região era mais
avançada comparada ao restante do país. Com o passar do tempo, as demais regiões passaram a investir
mais em infraestrutura, tais como rodovias, ferrovias e portos, e assim houve uma desconcentração
territorial dessas empresas. Porém, ainda hoje a região Sudeste concentra a maior parte do setor industrial
do Brasil.
Um bom exemplo desse processo foi a mudança das fábricas de automóveis, que antes tinham sede na
região Sudeste e depois se espalharam pelo Brasil. A FIAT mudou sua fábrica para Minas Gerais, a
Renault e a Volkswagen foram para o Paraná e a Hyundai e a Nissan para Goiás.
A Guerra Fiscal teve início quando a Constituição Federal deu maior autonomia aos estados na cobrança
de impostos. Alguns estados, sentindo a necessidade de melhorar suas finanças e alavancar a economia da
região, passaram a oferecer benefícios para tentar convencer as empresas a montarem unidades dentro de
seu território. O problema começou quando essa disputa se tornou exagerada, ocorrendo uma concessão
desmedida de incentivos fiscais e redução da arrecadação.
CAUSAS DA GUERRA FISCAL
Grandes empresas, na expectativa de aumentar seus lucros e diminuir os custos, buscam instalar suas
unidades em lugares que, além de oferecer melhor infraestrutura e facilidade no escoamento da produção,
oferecem, também, a menor carga tributária. Podemos dizer que a Guerra Fiscal no Brasil possui três
principais causas:
Liberdade dada aos estados para regulamentar a cobrança de tributos, como, por exemplo, o ICMS
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Muitos estados reduzem ou até isentam
esse imposto, por um determinado período de tempo, tentando atrair grandes empresas para sua
região.
Concentração de indústrias e investimentos em determinadas áreas do país, fazendo com que as
demais regiões apelassem por medidas, algumas vezes até inconstitucionais, para atrair empresas
para seu estado ou município.
Com a abertura econômica, a busca para atrair investimento de grupos estrangeiros gerou uma
competição entre as regiões para receber esses investimentos.
Esses são os principais motivos, mas não os únicos, que contribuíram para a intensificação da Guerra
Fiscal no Brasil.
PROBLEMAS CAUSADOS PELA GUERRA FISCAL
A guerra fiscal contribuiu com a dispersão das industrias pelo Brasil, porém os problemas trazidos por ela
são muito superiores aos benefícios. É por conta dela que em algumas regiões a taxa de desemprego é
maior, pois algumas empresas não se interessam em instalar suas indústrias naquele lugar já que os
benefícios oferecidos não são tão bons quanto o de outras regiões.
A guerra fiscal faz com que o Brasil deixe de arrecadar impostos e isso afeta o equilíbrio das contas dos
entes federativos. O governo, para tentar equilibrar as finanças, reduz os investimentos em setores da
sociedade, como a saúde e a educação. Portanto, uma das principais consequências da Guerra Fiscal é a
redução dos investimentos públicos em estruturas sociais.
Empresários, analistas financeiros, políticos e o poder público concordam que a Guerra Fiscal é um grave
problema para o país, no entanto, não há um consenso sobre a forma mais eficaz de combater essa
questão. As soluções trazidas são as mais variadas possíveis, que vão desde a unificação nacional do
ICMS e o fim da liberdade fiscal dos estados até medidas que dariam total controle ao Governo Federal
para determinar os locais de investimentos e as infraestruturas disponíveis em cada caso.
Desde 1990 o Congresso Nacional vem implementando várias propostas na legislação tentando combater
a Guerra Fiscal. Entretanto, os avanços foram poucos devido às discordâncias em torno dos termos e o
conflito de interesses. Até hoje não existe uma política efetiva de combate à Guerra Fiscal no Brasil.
Essa concorrência por atrair investimentos e empresas foi um dos fatores determinantes para a
desconcentração industrial vivida pelo país desde o final do século XX. Empresas, principalmente do
ramo alimentício e automobilístico, deslocaram-se da região Sudeste para outros lugares, como as regiões
Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Na teoria, isso favoreceria o país em melhor distribuir a renda entre os
estados, se não fossem as pesadas concessões promovidas. Essas práticas mais oneram os estados e
municípios do que favorecem a economia do Brasil.
A GUERRA FISCAL NO BRASIL: IMPACTOS ECONÔMICOS
Os incentivos fiscais concedidos deliberadamente pelos estados não ampliam o investimento agregado
para o país, exceto em poucos casos em que se pode considerar outro país como localização alternativa, ou
seja, os investimentos e recursos foram meramente transferidos de um Estado para outro Estado dentro do
território nacional, sem que houvesse aumento efetivo do investimento para o Brasil.
As consequências econômicas da Guerra Fiscal são danosas ao desempenho socioeconômico. A troca
entre a oferta de eficiência econômica, dadas às empresas, por benefício tributário acaba por reduzir o
custo privado e aumentar o custo social.
A consequência disso tudo é
a queda na qualidade e quantidade de serviços públicos. Uma vez que a empresa traga mais investimentos
e empregos para uma determinada região, consequentemente, aumentará a população e a necessidade de
aumentar os serviços públicos com educação, saúde, segurança, entre outros. Se o estado, ou município,
concede isenções no pagamento de impostos às empresas, a receita da região fica comprometida e o
governo não consegue cumprir com seus deveres de oferecer à população serviços públicos que atendam
às necessidades da população. A Guerra Fiscal acaba por comprometer a capacidade do estado de manter
sua economia.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Como vimos, a Guerra Fiscal entre os estados não retorna nada à sociedade sob a forma de benefício
social e acaba por provocar redução de arrecadação. A concessão deliberada de benefícios fiscais, aliada à
carga tributária de cerca de 35% do PIB, além de sonegação fiscal e alto grau de informalidade, exigem
uma nova estrutura tributária no país, visando corrigir as distorções do sistema.
Com a tão famosa Reforma Tributária, o Governo Federal tenta limitar o poder dos Estados em
tributar. Inicialmente, através da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 175, foi proposto uma
reforma tributária, especialmente no que diz respeito a extinção do IPI (Imposto Sobre Produtos
Industrializados) e sua substituição por uma alíquota federal incidente sobre a mesma base do ICMS
estadual, tendo assim um único imposto partilhado pela união, estados e Distrito Federal. Entretanto, essa
proposta acabou recuando em vários pontos depois que a discussão na sociedade se iniciou. Passou-se
então a adotar várias das medidas já existentes na proposta anterior, como o imposto sobre valor
adicionado (IPI, ICMS e ISS (Imposto Sobre Serviço)) partilhado entre União e estados.
Apesar de todas as restrições e discussões acerca de uma reforma tributária que consiga atender às
características ideais segundo as regras tributárias, tornou-se consensual a necessidade de alterar, também,
o atual sistema tributário brasileiro. A maior dificuldade é escolher um caminho que torne esse sistema
eficaz, justo e, ao mesmo tempo, não diminua a arrecadação fazendo com que nenhum ente federativo
(País, Estados, Municípios e Distrito Federal) fique em situação inferior à de antes da reforma.
Além de tudo disso, a transição do atual sistema para um novo sempre gera insegurança pela ausência de
informações elementares sobre a arrecadação de novos tributos e a imprevisibilidade da reação dos
contribuintes.
Essa reforma precisa estar ligada a ampliação da Lei de Responsabilidade Fiscal, dando um novo processo
à atividade estatal, atentando não só ao aspecto da receita tributária, mas também ao controle dos gastos
públicos e de uma melhor gestão destes recursos. E acima de tudo, requer mudança na política de
concessão de incentivos fiscais, extinguindo tais benefícios nos setores que não estiverem cumprindo os
requisitos para os quais foram concedidos.
Por fim, a eficiência de um sistema tributário não pode ser alcançada simplesmente extinguindo tributos
ou criando novos, aumentando alíquotas ou diminuindo prazos de recolhimentos, é preciso implementar
uma política de administração tributária nos três níveis de governo, aperfeiçoando o procedimento de
transferências constitucionais, competência de instituir impostos ou créditos tributários
Recebe de empresa em paraíso fiscal? Receita
muda norma de tributação
1 de dezembro de 2016
A Receita Federal alterou norma que trata da tributação sobre lucros do exterior para uniformizar as regras
voltadas para empresas que estão em paraísos fiscais e as localizadas em outros países.
A principal mudança trazida por instrução normativa publicada pelo órgão nesta terça-feira (29/11) no
Diário Oficial da União é permitir que empresas paguem Imposto de Renda e Contribuição sobre Lucro
Líquido (CSLL) sobre lucros de coligadas no exterior pelo regime de competência, ou seja, no momento em
que o lucro for auferido.
Pela regra anterior, o pagamento deveria ser feito apenas no momento em que o lucro fosse internalizado
no Brasil.
A chefe da Divisão de Tributação Internacional da Receita, Andrea Costa Chaves, explicou que havia uma
discrepância na legislação, já que as empresas que têm coligadas em paraísos fiscais têm sempre que pagar
os tributos pelo regime de competência.
“A mudança foi feita para dar uma opção às empresas e dar tratamento igual a elas”, afirmou.
Andrea explicou que um projeto de lei foi votado pelo Congresso Nacional permitindo a tributação por
competência e a instrução normativa publicada pela Receita nesta terça regulamentou a questão.
Além disso, a IN incluiu todas as indústrias extrativistas entre as atividades econômicas que podem ter
crédito presumido de 9% no pagamento de Imposto de Renda e CSLL pagos sobre lucros no exterior – o
que também havia sido aprovado pelo Legislativo, mas precisava da regulamentação da Receita para entrar
em vigor.
Anteriormente, o benefício era previsto para extração de minérios, além de fabricação de bebidas, fabricação
de produtos alimentícios, construção de edifícios e de obras de infraestrutura e indústria de transformação.
Fonte: Diário do Comércio
Suspensão: Venda de desperdícios, resíduos ou
aparas
Resumo:
Abordaremos neste Roteiro de Procedimentos a suspensão das contribuições para o PIS/Pasep e para a
Cofins incidentes na venda de desperdícios, resíduos ou aparas. Para tanto, utilizaremos como base os
artigos 47 e 48 da Lei nº 11.196/2005 (Lei do Bem).
1) Introdução:
No ano de 2005 o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ou simplesmente Lula, editou
a "MP do Bem" (Medida Provisória nº 252/2005) que nos trouxe diversas medidas de desoneração
tributária (1). Acontece que, a partir de 13/10/2005 referida MP perdeu sua eficácia, tendo em vista sua
não apreciação (ou votação) pelo Congresso Nacional brasileiro.
Diante dessa problemática, o presidente Lula editou nova MP (Medida Provisória nº 255/2005), incluído
quase todo o texto da MP nº 252/2005 nela. Essa 2º (segunda) MP foi normalmente apreciada pelo
Congresso Nacional, o que resultou na publicação em Diário Oficial da Lei nº 11.196/2005, lei esta
conhecida no mercado como Lei do Bem.
Dentre as medidas de desoneração tributária trazidas pela Lei do Bem, destacamos a que diz respeito à
suspensão das contribuições para o PIS/Pasep e para a Cofins no caso de venda de desperdícios, resíduos
ou aparas.
Referida suspensão teve como objetivo principal incentivar as empresas que trabalham com reciclagem,
pois esse setor da economia é de extrema importância para nosso meio ambiente, ou seja, é através dele
que a sociedade reaproveita os desperdícios, resíduos ou aparas que normalmente seriam descartados em
lixões e aterros sanitários.
Além disso, devido à elevada carga tributária que assola as empresas brasileiras, muitas indústrias de
reciclagem ainda estavam na informalidade, o que vinha impedindo o crescimento desse importantíssimo
setor. Para piorar a situação, os materiais recicláveis têm baixo valor agregado e, portanto, para compensar
sua produção (e comercialização) é necessário aumentar cada vez mais sua utilização no mercado, obtendo
assim ganhos em escala, caso contrário, as indústrias de reciclagem não terão condições para arcar com
seus custos fixos e muito menos investirem em maquinário e processos indústrias.
Portanto, nosso governo, sabedor desses problemas, incluiu na Lei do Bem (artigo 48) a possibilidade de
suspender a cobrança das contribuições para o PIS/Pasep e para a Cofins na venda de produtos reciclados,
assunto que abordaremos em mais detalhes no decorrer deste Roteiro de Procedimentos.
Nota Tax Contabilidade:
(1) Importante destacar que, a MP nº 252/2005 tratava somente de sucatas de alumínio e vigorou no
período de 01/10/2005 a 13/10/2005. A inclusão dos desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, de papel
ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre, de níquel, de chumbo, de zinco, de estanho e demais
desperdícios e resíduos metálicos do Capítulo 81 da TIPI/2011 se deu apenas quando da conversão da MP
nº 255/2005 na Lei nº 11.196/2005.
Base Legal: MP nº 252/2005 (UC: 04/11/16); MP nº 255/2005 (UC: 04/11/16) e; Arts. 47 e 48 da Lei nº
11.196/2005 (UC: 04/11/16).
2) Suspensão das Contribuições:
A incidência da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no caso de venda de desperdícios, resíduos ou
aparas para pessoas jurídicas que apuram o Imposto de Renda (IR) com base no Lucro Real fica
suspensa quando a venda se tratar de:
plástico (Posição 39.15 da TIPI/2011);
papel ou cartão (Posição 47.07 da TIPI/2011);
vidro (Posição 70.01 da TIPI/2011);
ferro ou aço (Posição 72.04 da TIPI/2011);
cobre (Posição 74.04 da TIPI/2011);
níquel (Posição 75.03 da TIPI/2011);
alumínio (Posição 76.02 da TIPI/2011);
chumbo (Posição 78.02 da TIPI/2011);
zinco (Posição 70.02 da TIPI/2011); e
de estanho (Posição 80.02 da TIPI/2011).
A Lei do Bem também suspende as contribuições incidentes sobre a venda dos demais desperdícios e
resíduos metálicos relacionados no Capítulo 81 da TIPI/2011.
Como podemos verificar, para que a pessoa jurídica contribuinte do PIS/Pasep e da Cofins possa vender
sucatas com a suspensão das contribuições supramencionadas, há de observar o cumprimento de 2 (dois)
requisitos básicos, quais sejam:
o adquirente deve apurar seu IR com base no Lucro Real; e
o produto deve estar enquadrado em qualquer das classificações NCM acima relacionadas (Ver
também "capítulo 3").
Cabe destacar que nas vendas com suspensão o vendedor deverá informar no campo "Dados Adicionais"
da Nota Fiscal que emitir, a seguinte observação: "Venda com suspensão das contribuições para o
PIS/Cofins nos termos do artigo 48 da Lei 11.196/2005".
Nota Tax Contabilidade:
(2) A suspensão das contribuições para o PIS/Pasep e da Cofins não se aplica às vendas efetuadas por
pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional.
Base Legal: Art. 48 da Lei nº 11.196/2005 (UC: 04/11/16) e; TIPI/2011 (UC: 04/11/16).
2.1) Abrangência da suspensão:
Conforme entendimento da Receita Federal do Brasil (RFB), o benefício da suspensão das contribuições
ao PIS/Pasep e à Cofins pode ser usufruída pela pessoa jurídica independentemente da atividade que
pratica e de como esses desperdícios, resíduos e aparas são gerados, desde que tais produtos estejam
classificados em algum dos códigos NCM listados no capítulo 2 acima.
Afim de ajudar nossos leitores, reproduzimos abaixo a Solução de Consulta nº 198/2002 da 8º Região
Fiscal:
MINISTÉRIO DA FAZENDA
SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 198 de 19 de Julho de 2012
ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
EMENTA: SUSPENSÃO. DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS E APARAS. Conforme o art. 48 da Lei n°
11.196, de 2005, a incidência da Cofins fica suspensa no caso de venda de desperdícios, resíduos ou
aparas de plástico, de papel ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre, de níquel, de alumínio, de
chumbo, de zinco e de estanho, classificados respectivamente nas posições 39.15, 47.07, 70.01, 72.04,
74.04, 75.03, 76.02, 78.02, 79.02 e 80.02 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados (Tipi), e demais desperdícios e resíduos metálicos do Capítulo 81 da Tipi, para pessoa
jurídica que apure o imposto de renda com base no lucro real. Tal suspensão, porquanto inexiste vedação
legal neste sentido, independe da atividade praticada pela pessoa jurídica e de como estes desperdícios,
resíduos e aparas são gerados, desde que tais produtos estejam classificados em algum dos códigos
listados pelo art. 48, c/c art. 47, da Lei n° 11.196, de 2005.
MINISTÉRIO DA FAZENDA
SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 198 de 19 de Julho de 2012
ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep
EMENTA: SUSPENSÃO. DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS E APARAS. Conforme o art. 48 da Lei n°
11.196, de 2005, a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep fica suspensa no caso de venda de
desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, de papel ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre, de
níquel, de alumínio, de chumbo, de zinco e de estanho, classificados respectivamente nas posições 39.15,
47.07, 70.01, 72.04, 74.04, 75.03, 76.02, 78.02, 79.02 e 80.02 da Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados (Tipi), e demais desperdícios e resíduos metálicos do Capítulo 81 da Tipi, para
pessoa jurídica que apure o imposto de renda com base no lucro real. Tal suspensão, porquanto inexiste
vedação legal neste sentido, independe da atividade praticada pela pessoa jurídica e de como estes
desperdícios, resíduos e aparas são gerados, desde que tais produtos estejam classificados em algum dos
códigos listados pelo art. 48, c/c art. 47, da Lei n° 11.196, de 2005.
Base Legal: SC nº 198/2002 (UC: 04/11/16).
2.2) Vedação do crédito das contribuições:
As empresas que adquirirem os desperdícios, resíduos ou aparas relacionados no capítulo 2 acima, mesmo
que para utilização como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou
produtos destinados à venda, estão proibidos de utilizar os créditos previstos no artigo 3º, II da Lei nº
10.637/2002 e no artigo 3º, II da Lei nº 10.833/2003.
Base Legal: Art. 3º, caput, II da Lei nº 10.637/2002 (UC: 04/11/16); Art. 3º, caput, II da Lei nº
10.833/2003 (UC: 04/11/16) e; Art. 47 da Lei nº 11.196/2005 (UC: 04/11/16).
3) Posição da TIPI:
Transcrevemos abaixo a tabela com a descrição dos códigos da TIPI/2011 utilizados neste Roteiro de
Procedimentos:
Cód.
NCM
Descrição
39.15 Desperdícios, resíduos e aparas, de plásticos.
47.07 Papel ou cartão para reciclar (desperdícios e aparas).
70.01 Cacos, fragmentos e outros desperdícios e resíduos de vidro; vidro em blocos ou massas.
Ex 01 - Cacos, fragmentos e outros desperdícios e resíduos, exceto os de vidro óptico.
Ex 02 - De vidro óptico, inclusive cacos, fragmentos e outros desperdícios e resíduos
72.04 Desperdícios e resíduos de ferro fundido, ferro ou aço; desperdícios de ferro ou aço, em
lingotes.
74.04 Desperdícios e resíduos, de cobre.
75.03 Desperdícios e resíduos, de níquel.
76.02 Desperdícios e resíduos, de alumínio.
78.02 Desperdícios e resíduos, de chumbo.
79.02 Desperdícios e resíduos, de zinco.
80.02 Desperdícios e resíduos, de estanho.
81 Outros metais comuns; ceramais (cermets); obras dessas matérias.
Base Legal: TIPI/2011 (UC: 04/11/16).
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 13/04/2013 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado
até a legislação vigente em 30/11/2016 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às
mudanças em decorrência das alterações legais. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Suspensão: Venda de desperdícios, resíduos ou aparas (Area: Guia do
PIS/Pasep e Cofins). Disponível em: http://www.tax-
contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=171. Acesso em: 04/12/2016.
Sociedade em conta de participação
Resumo:
As Sociedades em conta de participação (SCP) por se enquadrarem no grupo das sociedades não
personificadas não possuem registro comercial por conta de interesse dos próprios sócios, que costumam
firmar apenas um contrato de uso interno. Desta forma, os negócios são realizados apenas em nome do
sócio ostensivo, que atua como empresário individual ou sociedade empresária, e, sobre o qual recai a
responsabilidade pelas obrigações assumidas.
Dada à importância das SCP, veremos neste Roteiro os principais critérios relacionados a esta sociedade,
sob os aspectos tributário, contábil e societário. O presente Roteiro foi atualizado em face das novas regras
relacionadas ao tema.
1) Introdução:
Nossa legislação civilista classifica as sociedades empresariais em personificadas e não personificadas. As
sociedades personificadas possuem personalidade jurídica, que é adquirida através do registro próprio dos
seus atos constitutivos no órgão competente, nos termos dos artigos 985 e 1.150 do Código Civil/2002.
As sociedades não personificadas, por sua vez, não possuem personalidade jurídica e estão listadas em
nosso Código Civil/2002, como sendo: (i) as Sociedades em conta de Participação (SCP) e; (ii) as
sociedades comuns, também chamada de irregular ou de fato.
As SCP, também denominada de sociedade "acidental", "momentânea" ou "conta da metade" (direito
português), por se enquadrarem no grupo das sociedades não personificadas não possuem registro
comercial por conta de interesse dos próprios sócios, que costumam firmar apenas um contrato de uso
interno. Os negócios são realizados apenas em nome do sócio ostensivo, que atua como empresário
individual ou sociedade empresária, e, sobre o qual recai a responsabilidade pelas obrigações assumidas,
participando os demais dos resultados correspondentes.
Portanto, apenas o sócio ostensivo obriga-se perante terceiros, já os sócios participantes (sócios ocultos)
responderão tão somente nos termos, nos limites e nas condições firmados no Contrato Social perante o
sócio ostensivo.
A figura da SCP não é nova em nosso ordenamento jurídico, sua existência já era materializada no Código
Comercial/1850 e, embora já antiga, recebeu uma nova abordagem a partir do Código Civil/2002,
assumindo o status de um importante instrumento jurídico para a realização de negócios estratégicos.
Dada sua importância, veremos neste Roteiro de Procedimentos os principais "critérios" relacionados a
esta sociedade, sob os aspectos tributário, contábil e societário. O presente Roteiro foi atualizado em face
das novas regras relacionadas ao tema.
Base Legal: Arts. 991 a 996 do CC/2002 (UC: 09/11/16) e; Arts. 325 a 328 da Lei nº 556/1850 -
Revogado (UC: 09/11/16).
2) Conceitos:
2.1) Personalidade Jurídica:
Personalidade jurídica é uma aptidão genérica pelo qual um ente, no caso a sociedade, torna-se capaz de
adquirir direitos e contrair obrigações. Com isso, temos que a personalidade jurídica confere à sociedade
uma existência diversa em relação aos sócios, sendo então uma entidade jurídica individualizada e
autônoma.
Adquire-se a personalidade jurídica pela inscrição do ato constitutivo da sociedade no registro próprio:
Sociedade Empresária: Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial); e
Sociedade Simples: Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
A extinção da personalidade jurídica ocorre com a averbação da dissolução e respectiva liquidação da
sociedade no mesmo órgão de registro de sua abertura.
Os efeitos advindos da personalidade jurídica decorrem do fato de a sociedade constituir: nome próprio,
patrimônio próprio, domicílio próprio, etc., acarretando desta forma, a separação patrimonial da sociedade
em relação aos seus sócios, para efeitos de responsabilidade quanto às obrigações assumidas pela
sociedade.
Base Legal: Art. 985 cc arts. 45 e 1.150 do CC/2002 (UC: 09/11/16).
2.2) SCP:
As SCP geralmente são constituídas para um ou alguns negócios especiais e pontuais, ou que se repetirão
algumas vezes apenas, e que permitem que interessados venham a somar esforços e recursos em
empreendimentos eventuais, participando dos resultados obtidos. Podemos citar como exemplo desses
negócios, além de outros, as operações de importação e exportação, as incorporações prediais, os
loteamento, as obras públicas, a compra para corte e divisão, e posterior venda de pedras preciosas e a
exploração de artigos de época (Páscoa, Natal, Dias das mães, Carnaval, etc).
Esse tipo de sociedade não se exteriorizando sob firma, denominação ou razão social própria que a
distingua, além disso, não possuem registro por conta de interesse dos próprios sócios, que costumam
firmar apenas um contrato de uso interno. Nela, reconhece-se a existência de 2 (duas) espécies de sócios: o
ostensivo (sócio-gerente) e o participante (antigamente chamado de sócio oculto ou investidor). Os
negócios são exercidos unicamente em nome do primeiro, que atua como empresário individual ou
sociedade empresária, e, sobre o qual recai a responsabilidade pessoal e ilimitada pelas obrigações
assumidas. O sócio oculto ou participante, por seu turno, não toma parte nas relações do sócio ostensivo
com terceiros, respondendo, apenas, perante o sócio ostensivo, conforme previsão em contrato de conta de
participação celebrado, mas participa dos resultados correspondentes.
Referida sociedade, para alguns doutrinadores, teria natureza meramente contratual, e não societária, já
que o emprego de recursos ou esforços para o fim comum e a affectio societatis seria meramente eventual
ou acidental, não passando assim de simples acerto de participação nos lucros de certos e determinados
negócios.
Apesar desse tipo de sociedade não possui personalidade jurídica própria, ela não chega a se equiparar a
uma sociedade de fato ou irregular, caso em que os sócios seriam solidária e ilimitadamente responsáveis;
apenas não existem em suas relações com terceiros, pois operam sob a firma ou denominação social do
sócio ostensivo, o qual é o único que aparece e se obriga.
Por fim, registramos que os sócios participantes (ou sócio oculto) respondem apenas pelas obrigações
contraídas perante o sócio ostensivo, comprometendo apenas os fundos que aportaram por força do
contrato celebrado.
Notas Tax Contabilidade:
(1) Estabelece o artigo 996, § único do Código Civil/2002 que, é permitido à SCP ser constituída por 2
(dois) ou mais sócios.
(2) Aplica-se à SCP, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade
simples.
Base Legal: Arts. 991 e 996 do CC/2002 (UC: 09/11/16).
2.2.1) Direitos do sócio participante:
Os direitos dos sócios participantes são, em regra, os mesmos dos sócios de qualquer sociedade comercial,
em especial: i) participação nos lucros e/ou resultados, na proporção do capital investido, ou segundo
convencionado no Contrato; ii) direito de responsabilizar o sócio ostensivo por abuso ou má utilização dos
poderes de gerência; iii) direito de exigir a dissolução da sociedade, nos casos e nas hipóteses previstas em
Lei; iv) entre outros.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 09/11/16).
3) Constituição:
Primeiramente, há de se observar que, ainda que o ato constitutivo da SCP seja levado a registro, no
Cartório de Registro de Títulos e Documentos, a sociedade não deixará de ser considerada secreta para as
atividades comerciais, e, via de consequência, não deixará de ser classificada como sociedade não
personificada. Além disso, seu Contrato ou Estatuto Social, conforme o caso, produzirá efeitos somente
entre os sócios da sociedade.
A SCP de forma contrária a outros tipos societários, independe de quaisquer formalidades legais para sua
constituição (Contrato por escritura pública ou particular, registro na Junta Comercial) e funcionamento,
podendo ter sua existência provada por todos os meios de prova admitidos nos contratos comerciais, sendo
inclusive prescindível a prova escrita. Para mostrar sua existência basta a simples presunção e a prova
oral, inclusive testemunhal, especialmente nesse último caso, quando existem indícios de prova por
escrito.
No que se refere ao Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ministério da Fazenda, até o dia
03/06/2014 era uma faculdade a inclusão ou não das SCP neste cadastro, conforme dispunha o item 4 da
Instrução Normativa SRF nº 179/1987, in verbis:
(...)
4. Não será exigida a inscrição da SCP no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda -
CGC/MF.
(...)
Acontece que, com a entrada em vigor da Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014 esse dispositivo
normativo restou revogado. Com esta revogação os sócios ocultos poderão ser identificados nos cadastros
da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), o que pode levar a outras implicações, além do maior
controle das operações dessas empresas.
Registra-se que a Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014 também está revogada, porém, o artigo 4º,
caput, XVII da Instrução Normativa RFB nº 1.634/2016, que atualmente dispões sobre o CNPJ,
estabeleceu que as SCPs vinculadas aos sócios ostensivos deverão se inscrever no mencionado cadastro.
Vale lembrar que, conforme dispõe o Anexo VI - Tabela de Natureza Jurídica x Qualificação dos
Integrantes do QSA da IN RFB nº 1.634/2016, deve ser utilizado o código de natureza "212-7" para
registro dessa sociedade no CNPJ.
Base Legal: Arts. 992 e 993, caput e 995 do CC/2002 (UC: 09/11/16); Arts. 51 e 52 da IN RFB nº
1.470/2014 - Revogado (UC: 09/11/16); Art. 4º, caput, XVII da IN RFB nº 1.634/2016 (UC: 09/11/16) e;
Item 4 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16).
3.1) Admissão de novos Sócios:
Salvo estipulação expressa em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o
consentimento dos demais.
Base Legal: Art. 995 do CC/2002 (UC: 09/11/16).
3.2) Impedimento à adoção de nome empresarial:
A SCP não pode ter firma ou denominação social, ou seja, não pode adotar nome empresarial, tendo em
vista a característica de sociedade não personificada.
Base Legal: Art. 1.162 do CC/2002 (UC: 09/11/16).
4) Administração da sociedade:
A SCP não possui personalidade jurídica própria, muito menos autonomia patrimonial, portanto, os atos
praticados pela sociedade realizar-se-ão em nome da pessoa do sócio ostensivo, que se responsabiliza
perante terceiros, e perante o qual, por sua vez, se obrigam os sócios participantes. Assim, podemos
concluir que o sócio participante (ou sócio oculto) responde tão somente nos termos, nos limites e nas
condições firmados no Contrato Social.
A administração da sociedade cabe sempre ao sócio ostensivo, não podendo o sócio participante tomar
parte nas relações realizadas com terceiros, sob pena de responder solidariamente com o sócio ostensivo
pelas obrigações em que intervier. Esse proibição não retira o direito de o sócio participante fiscalizar a
gestão dos negócios sociais.
Base Legal: Art. 993, § único do CC/2002 (UC: 09/11/16).
4.1) Sede:
Esse tipo societário não possui sede ou domicílio especial, podendo, contudo, ter um local convencionado
por seus sócios para servir de sede administrativa, bem como foro para ações judiciais.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 09/11/16).
4.2) Patrimônio:
A contribuição financeira do sócio participante constitui, juntamente com a do sócio ostensivo, patrimônio
especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais, observando que:
a especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios;
a falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta,
cujo saldo constituirá crédito quirografário; e
falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da
falência nos contratos bilaterais do falido.
Através dos aportes de recursos será formado o patrimônio da SCP, recebendo o tratamento de
participações permanentes, pelos investidores, sujeitando-se, inclusive, às regras de avaliação de
investimentos.
Base Legal: Art. 994 do CC/2002 (UC: 09/11/16).
4.3) A sociedade em juízo:
A SCP não possui legitimação ad causam ou ad processum para estar em juízo, ativa ou passivamente,
deste modo, a sociedade será demandada em nome do sócio ostensivo.
Ocorrendo de haver mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no
mesmo processo.
Base Legal: Art. 996, § único do CC/2002 (UC: 09/11/16).
5) Dissolução:
A dissolução da SCP, em princípio, poderá ser pleiteada por qualquer dos sócios nos mesmos casos
previstos para as demais sociedades e especialmente quando concluída o negócio para o qual foi criada.
Transcrevemos a seguir o artigo 1.033 do Código Civil/2002, o qual lista as situações de dissolução
amigável de sociedades, mas ressaltamos que esta também poderá ocorrer pela via judicial.
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a
sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese
de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de
Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para
empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a
1.115 deste Código.
Entretanto, como a SCP não possui personalidade jurídica própria, mas tendo, na verdade, natureza
eminentemente contratual, a dissolução da sociedade não passaria de simples prestação de contas
(amigável ou judicial), a ser levada a efeito pelo sócio ostensivo em favor dos participantes, tendo em
vista o negócio empreendido e a parte dos lucros ou prejuízos que toca a um e outros. Deste modo, o sócio
ostensivo deverá observar no processo de liquidação as normas relativas à prestação de contas previstas na
lei processual civil.
Isto decorre do fato da dissolução desse tipo de sociedade não seguir as regras de registro e publicidade,
pois seus efeitos operam apenas entre os integrantes e nunca perante terceiros, e muito menos da
liquidação e partilha, como nos outros tipos societários.
Base Legal: Arts. 996 e 1.033 do CC/2002 (UC: 09/11/16).
6) Tratamento Contábil:
6.1) Escrituração Contábil:
A escrituração das operações da SCP poderá, a opção do sócio ostensivo, ser efetuada nos livros deste ou
em livros próprios da referida sociedade, observando-se que quando forem utilizados os livros do sócio
ostensivo, os registros contábeis deverão ser feitos de forma a evidenciar os lançamentos referentes à SCP.
Independentemente da opção adotada (Livro do sócio ou próprio), os resultados e o Lucro Real obtidos
pela SCP deverão ser apurados, demonstrados e registrados separadamente dos resultados e do Lucro Real
do sócio ostensivo, ainda que a escrituração seja feita nos mesmos livros. Da mesma forma, no Livro de
Apuração do Lucro Real (Lalur), as demonstrações para a apuração do Lucro Real devem estar
perfeitamente destacadas.
Observe-se ainda que nos documentos relacionados com a atividade da SCP, o sócio ostensivo deverá
fazer constar indicação de modo a facilitar sua vinculação com a referida sociedade.
Base Legal: Item 3 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16) e; Art. 254 do RIR/1999 (UC: 09/11/16).
6.2) Apuração de resultados:
Conforme já destacado neste Roteiro de Procedimentos, os resultados das SCP serão apurados pelo sócio
ostensivo, que é o responsável por toda a administração do empreendimento, inclusive pelo recolhimento
dos tributos e contribuições devidos. O resultado da SCP deve ser demonstrando separadamente daqueles
apurados pelo sócio ostensivo, ainda que a escrituração seja registrada nos mesmos livros contábeis.
Assim, no plano de contas, deve ser criado um grupo especial de receitas e despesas, visando um melhor
controle dos resultados apurados. Apresentamos a seguir um exemplo para melhor esclarecer nossos
leitores:
RECEITAS
Receitas de Vendas de SCP "Empreendimento X"
(-) Deduções de Vendas de SCP "Empreendimento X"
CUSTOS E DESPESAS
Custos de Vendas de SCP "Empreendimento X"
Despesas Administrativas - SCP "Empreendimento X"
Despesas de Vendas - SCP "Empreendimento X"
Despesas Financeiras - SCP "Empreendimento X"
Por fim, lembramos que os resultados produzidos pela SCP devem ser distribuídos aos sócios após o
recolhimento de todos os tributos devidos.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 09/11/16).
6.3) Investimento dos sócios:
No que se refere aos investimentos aplicados ou entregues à SCP, pelos sócios pessoas jurídicas,
sugerimos a criação de conta no "Ativo Não Circulante (ANC)", antigo Ativo Permanente (AP)", estando
sujeitos aos critérios de avaliação previstos na Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas) e no
RIR/1999.
Além disso, os valores entregues pelos sócios pessoas jurídicas somados aos valores entregues pelos
sócios pessoas físicas, constituirão o capital da SCP, que será registrado em conta que represente o
Patrimônio Líquido (PL) desta.
Base Legal: Art. 179 da Lei nº 6.404/1976 (UC: 09/11/16) e; Item 6 da IN SRF nº 179/1987 (UC:
09/11/16).
6.4) Avaliação dos investimentos em SCP:
Os investimentos em SCP deverão ser avaliados, na investidora pessoa jurídica, pelo custo de aquisição ou
pelo Patrimônio Líquido (PL) da sociedade coligada ou controlada, conforme a relevância do
investimento.
Nota Tax Contabilidade:
(3) Sobre avaliação de investimento pelo Custo de Aquisição ou pelo Patrimônio Líquido (Equivalência
Patrimonial) ver Roteiro específico em nossa área tributária.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 09/11/16).
7) Tratamento Tributário:
Embora não tenha personalidade jurídica própria, a SCP é equiparada às pessoas jurídicas pela legislação
tributária, sendo, portanto, contribuinte do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), os quais serão de responsabilidade do sócio
ostensivo e recolhidos em nome deste.
Base Legal: Art. 148 do RIR/1999 (UC: 09/11/16).
7.1) Quanto ao IRPJ e a CSLL:
Estabelece o RIR/1999 que na apuração dos resultados da SCP, bem como na tributação dos lucros
apurados e dos distribuídos, serão observados as normas aplicáveis às pessoas jurídicas em geral. Desta
forma, a SCP poderá apurar o IRPJ e a CSLL pela sistemática do Lucro Real, Presumido ou Arbitrado,
desde que obedecidos os demais critérios definidos pela legislação tributária, sendo facultada à SCP a
adoção de sistemática de apuração diversa daquela adotada pelo sócio ostensivo.
Lembramos que o Lucro Real da SCP deverá ser demonstrado destacadamente na escrituração do sócio
ostensivo e será informado e tributado na mesma declaração de rendimentos do sócio ostensivo.
Base Legal: Arts. 149 e 254, caput, II do RIR/1999 (UC: 09/11/16) e; Art. 8º da IN SRF nº 390/2004 (UC:
09/11/16).
7.1.1) Lucro Real:
Primeiramente, cabe nos esclarecer que deverá ser observado a forma de apuração adotada pela SCP para
fins de cálculo do IRPJ e da CSLL devido pela sociedade. Sendo utilizado o Regime de Tributação com
base no Lucro Real Anual, poderá ser adotada uma das seguintes formas:
com recolhimentos mensais, calculados sobre a Base de Cálculo (BC) estimada; ou
com base em Balanço ou Balancete de suspensão ou redução.
Na hipótese da letra "a", o valor correspondente à soma do IRPJ a pagar por SCP, inclusive adicional de
10% (dez por cento), deverá ser deduzido dos valores correspondentes ao Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF) e do retido por órgãos públicos.
Já na hipótese da letra "b", o valor correspondente à soma do IRPJ a pagar por SCP, da mesma forma que
tratamos no parágrafo anterior, deverá ser deduzido, ainda, dos valores correspondentes ao IRPJ devido
em meses anteriores e do Imposto de Renda pago sobre ganhos no mercado de renda variável.
Base Legal: Art. 515 do RIR/1999 (UC: 09/11/16); Item 2 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16) e; Art.
8º da IN SRF nº 390/2004 (UC: 09/11/16).
7.1.2) Lucro Presumido:
Importante notícia foi dada às SCP em 29/03/2001, data da publicação da Instrução Normativa SRF nº
31/2001. Referida Instrução Normativa estabelece que a partir de 01/01/2001 estas sociedades poderão
optar pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido, desde que observadas às demais regras
para a sua opção, previstas na legislação tributária. Para tanto, deverão ser observadas as regras gerais
aplicáveis às demais pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao Regime de Caixa.
A SCP, bem como seu sócio ostensivo, podem, conjuntamente, optar pelo regime de tributação com base
no Lucro Presumido, ainda que a soma de suas receitas totais, no ano-calendário anterior, ultrapasse o
limite de R$ 78.000.000,00 (Setenta e oito milhões de reais), desde que observadas às demais hipóteses de
obrigatoriedade de observância do regime de tributação com base no Lucro Real.
A SCP que optar pelo Regime de Tributação com base no Lucro Presumido deverá observar, ainda:
que o recolhimento dos tributos e contribuições devidos será efetuado mediante a utilização de
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) específico, em nome do sócio ostensivo; e
que exercendo atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis
não poderá optar pelo Lucro Presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as
quais haja registro de custo orçado.
O valor a pagar será o valor do IRPJ apurado pela SCP, deduzido, se for o caso, dos valores de IRRF por
órgãos públicos, dos valores mensais de Imposto de Renda pago sobre a Base de Cálculo estimada, do
valor sobre parcelamento formalizado de IRPJ sobre a Base de Cálculo estimada e do saldo negativo de
IRPJ apurado em períodos anteriores pela SCP. Lembramos que essas deduções deverão ser feitas até o
limite do Imposto de Renda apurado pela SCP.
Nota Tax Contabilidade:
(4) A opção da SCP pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido não implica a simultânea
opção do sócio ostensivo, nem a opção efetuada por este implica a opção daquela.
Base Legal: Art. 13 da Lei nº 9.718/1998 (UC: 09/11/16); Item 2 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16)
e; IN SRF nº 31/2001 (UC: 09/11/16).
7.1.3) Lucro Arbitrado:
O contribuinte tributado com base no Lucro Arbitrado deverá seguir os mesmos procedimentos adotados
pelos contribuintes tributados com base no Lucro Presumido.
Base Legal: Equipe Tax Contabilidade (UC: 09/11/16).
7.2) Dos Lucros apurados:
Antes de adentrarmos nos detalhes relativos aos lucros e prejuízos apurados na SCP, convém registrar que,
compete ao sócio ostensivo a responsabilidade pela apuração dos resultados da sociedade, além da
apresentação da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) e do recolhimento do imposto devido. Havendo mais
de um sócio ostensivo, compete a apenas um sócio ostensivo a responsabilidade pela apuração dos
resultados, apresentação da declaração de rendimentos e recolhimento do imposto devido pela SCP, sem
prejuízo da responsabilidade legal dos demais.
Base Legal: Itens 2 e 5 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16) e; SC Disit nº 43/2011 da 5º Região Fiscal
(UC: 09/11/16).
7.2.1) Distribuição de lucros e dividendos:
As SCP obedecerão às mesmas regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas, inclusive no diz respeito à
distribuição de lucros e dividendos. Desta forma, a distribuição de lucros e dividendos, apurados a partir
de janeiro de 1996, efetuadas por SCP ficam isentos do Imposto de Renda, não se sujeitando à incidência
na fonte ou na apuração pelo beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no exterior.
Lembramos, porém, que a isenção está vinculada a apuração e controle separados dos resultados apurados
pelo sócio ostensivo, ainda que a escrituração seja feita nos mesmos livros.
,
No caso de beneficiário pessoa jurídica, também não haverá a retenção da CSL, PIS/Pasepe e Cofins.
Base Legal: Art. 10, caput da Lei nº 9.249/1995 (UC: 09/11/16) e; Art. 179 do RIR/1999 (UC: 09/11/16).
7.2.2) Lucros de investimentos em SCP:
Os lucros recebidos de investimento em SCP, avaliado pelo Custo de Aquisição, ou a contrapartida do
ajuste do investimento ao valor do Patrimônio Líquido (Equivalência Patrimonial), no caso de
investimento avaliado por esse método, podem ser excluídos na determinação do Lucro Real e da Base de
Cálculo da CSLL dos sócios (Ostensivo ou participante), pessoas jurídicas, das referidas sociedades.
Base Legal: Art. 149 do RIR/1999 (UC: 09/11/16); Item 7 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16) e; Art.
39 da IN SRF nº 390/2004 (UC: 09/11/16).
7.3) Dos Prejuízos apurados:
A SCP que optar pela tributação com base no Lucro Presumido renunciará automaticamente ao direito de
compensar prejuízos fiscais apurados no exercício em que apurar lucro. Na hipótese de a pessoa jurídica
optante pelo Lucro Presumido retornar ao regime de apuração com base no Lucro Real, o saldo de
prejuízos fiscais, remanescentes deste regime e não utilizados, poderá ser compensado, desde que
observadas as regras gerais de compensação.
Os prejuízos fiscais apurados pela SCP deverão ser controlados separadamente para compensação com os
Lucros Reais da mesma nos períodos-base subsequentes, e, não deverão ser incluídos na declaração de
rendimentos. Deste modo, o prejuízo fiscal apurado pela SCP não poderá ser compensado com o Lucro
Real do sócio ostensivo ou de outras SCP ou vice-versa, o qual somente poderá ser compensado com o
Lucro Real apurado pela própria SCP, observados as regras gerais do regime.
Ademais, a pessoa jurídica sócia ostensiva da SCP deverá informar em sua Escrituração Contábil Fiscal
(ECF) os valores a pagar do IRPJ e da CSLL da SCP, realizando, preliminarmente, as devidas
compensações, inclusive em relação ao saldo negativo apurado em períodos anteriores que deve ser
controlado na escrituração comercial, sem constar da ECF.
Base Legal: Art. 515 do RIR/1999 (UC: 09/11/16); IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16) e; PN nº 14/1983
(UC: 09/11/16).
7.4) Ganhos ou perdas na alienação do investimento em SCP:
O ganho ou perda de capital na alienação de participação em SCP será apurado segundo os mesmos
critérios aplicáveis à alienação de participação societária em outras pessoas jurídicas.
Base Legal: Item 9 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16).
7.5) Quanto ao PIS/Pasep e à Cofins:
Em relação às contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, também deverão ser observadas as regras gerais de
incidência estabelecidas na legislação, sendo permitido à opção pelo regime cumulativo ou não-
cumulativo, conforme o caso. Lembramos que, a opção do sócio ostensivo por qualquer um desses
Regimes Tributário (cumulativo ou não cumulativo) independe da opção do sócio oculto.
Base Legal: Art. 80 da IN SRF nº 247/2002 (UC: 09/11/16).
7.6) Recolhimento dos tributos:
Os tributos e contribuições devidos pela SCP deverão ser recolhidos mediante a utilização de Darf
específico, juntamente com aqueles devidos pelo sócio ostensivo, utilizando-se dos mesmos códigos de
recolhimento. Porém, nossa Equipe Técnica recomenda que os recolhimentos sejam efetuados em
documento de arrecadação separado daquele recolhido pelo sócio ostensivo, facilitando o controle dos
recolhimentos dos tributos devidos pela SCP.
No caso de a SCP e o sócio ostensivo adotarem Regimes de Tributação diferentes, os tributos e
contribuições devidos pela SCP deverão, obrigatoriamente, ser recolhidos em separado dos débitos do
sócio ostensivo, utilizando-se os códigos de receita correspondentes à sua respectiva forma de tributação.
Base Legal: Itens 2, 5.3 e 5.4 da IN SRF nº 179/1987 (UC: 09/11/16); Art. 1º, § 2º da IN SRF nº 31/2001
(UC: 09/11/16); Art. 81 do Decreto nº 4.524/2002 (UC: 09/11/16) e; Instruções de Preenchimento da
DCTF (UC: 09/11/16).
7.7) Simples Nacional:
De acordo com o artigo 15, caput, I e VIII da Resolução CGSN nº 94/2011 não poderá recolher os tributos
na forma do Simples Nacional a Microempresa (ME) ou a Empresa de Pequeno Porte (EPP) de cujo
capital participe outra pessoa jurídica (sócio ostensivo) e, de outro lado, que participe do capital de outra
pessoa jurídica (sócio oculto).
Base Legal: Art. 3º, § 4º, VII da LC nº 123/2006 (UC: 09/11/16); Art. 15, caput, I e VIII da Resolução
CGSN nº 94/2011 (UC: 09/11/16) e; SC Disit nº 122/2011 da 6º Região Fiscal (UC: 09/11/16).
8) Obrigações acessórias:
8.1) EFD-Contribuições:
Conforme disposto no artigo 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012, em relação aos fatos
geradores ocorridos a partir de 01/01/2014, no caso de a pessoa jurídica ser sócia ostensiva de SCP, a
EFD-Contribuições deverá ser transmitida separadamente, para cada SCP, além da transmissão da EFD-
Contribuições, da própria sócia ostensiva.
Como exemplo, considerando que determinada pessoa jurídica participe de várias SCP, conforme abaixo:
SCP XXX - Sócia Ostensiva;
SCP XYW - Sócia Participante;
SCP WQA - Sócia Participante;
SCP ABC - Sócia Ostensiva;
SCP WEG - Sócia Ostensiva.
Neste caso, a pessoa jurídica sócia ostensiva deverá proceder à escrituração de suas próprias operações,
fazendo constar na sua EFD-Contribuições, a escrituração de 03 (três) registros 0035, identificando em
cada um desses registros, cada SCP que atua como sócia ostensiva. No caso acima, ter-se-ia 01 registro
0035 para informar ao Fisco a SCP "XXX", outro para informar a SCP "ABC" e outro para informar a
SCP "WEG".
Além da obrigatoriedade de informar cada SCP que atue como sócia ostensiva, no registro 0035 de sua
escrituração, a PJ sócia ostensiva deverá gerar, validar e transmitir uma EFD-Contribuições para cada uma
dessas SCP. Assim, neste exemplo, a obrigatoriedade que recai sobre a pessoa jurídica é da geração e
transmissão de 04 (quatro) escriturações digitais - a da própria PJ e uma para cada SCP, relacionando as
operações que lhe são próprias.
Resumidamente, a sócia ostensiva deverá observar os seguintes pontos quando da geração do EFD-
Contribuições:
Preencher o campo 13 IND_NAT_PJ (Indicador da natureza da pessoa jurídica) do Registro 0000
(Abertura do arquivo digital e identificação da pessoa jurídica) com o código "03 (Pessoa jurídica
em geral participante de SCP como sócia ostensiva)" com os dados referentes à ela;
Preencher o Registro 0035 (Identificação de sociedade em conta de participação - SCP)
identificando cada uma das SCP;
A pessoa jurídica deverá informar nos Blocos A, C, D, F, M e P da escrituração de cada SCP, os
documentos fiscais e operações correspondentes a cada SCP, mesmo que estes documentos fiscais tenham
sido emitidos em nome e com o CNPJ da PJ sócia ostensiva. Neste caso, não deve a PJ sócia ostensiva
relacionar em sua própria escrituração, os documentos e operações que sejam das SCP, uma vez que estes
documentos e operações devem ser relacionados é na escrituração digital de cada SCP.
Lembramos que a pessoa jurídica sócia ostensiva deverá proceder à assinatura digital e transmissão, da
EFD-Contribuições de cada SCP que atue como sócia ostensiva, com o mesmo certificado digital utilizado
para a assinatura digital e transmissão da EFD correspondente às operações da própria pessoa jurídica. Ou
seja, com o mesmo certificado, a pessoa jurídica irá transmitir todas as EFD-Contribuições - a de suas
próprias operações e as referentes a cada SCP.
Desta forma, a pessoa jurídica que participe de SCP como sócia ostensiva, fica obrigada a segregar e
escriturar as suas operações em separado, das operações referentes à(s) SCP(s).
Por fim, lembramos que o sócio ostensivo da SCP deve efetuar o pagamento das contribuições para o
PIS/Pasep e para a Cofins incidentes sobre a Receita Bruta do empreendimento, não sendo permitida a
exclusão de valores devidos a sócios ocultos, sendo o pagamento, obrigatoriamente, efetuado juntamente
com sua própria contribuição.
Base Legal: Art. 80 da IN SRF nº 247/2002 (UC: 09/11/16); Art. 4º, § 4º da IN RFB nº 1.252/2012 (UC:
09/11/16) e; Registro 0035 do Guia Prático da EFD-Contribuições - Versão 1.21 (UC: 09/11/16).
8.1.1) Procedimentos a serem observados pela SCP:
A SCP deverá observar os seguintes pontos quando da geração do EFD-Contribuições:
I. Preencher o campo 13 IND_NAT_PJ (Indicador da natureza da pessoa jurídica) do Registro
0000 (Abertura do arquivo digital e identificação da pessoa jurídica) com o código "05
(Sociedade em Conta de Participação - SCP)";
II. Informar os dados da SCP na EFD-Contribuições própria. Na identificação do CNPJ deve ser
utilizado o CNPJ da sócia ostensiva, mesmo que a SCP possua CNPJ próprio. O CNPJ da SCP
pode ser informado no Registro 0035, como código de identificação da SCP.
Base Legal: Guia Prático da EFD-Contribuições - Versão 1.21 (UC: 09/11/16).
8.2) ECD (Sped-Contábil):
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013, norma que dispõe sobre Escrituração Contábil
Digital (ECD), as SCP, como livros auxiliares do sócio ostensivo, estão obrigadas a adotar a referida
obrigação acessória em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 01/01/2014.
Registra-se que o layout já permite a escrituração do sócio ostensivo como livro principal e das SCP como
livros auxiliares. As informações a serem prestadas na ECD serão semelhantes, pois a SCP tem
contabilidade própria, com Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e Livro
Diário.
Há que se ressaltar que os campos "0000.CNPJ" e "0030.CNPJ" devem ser informados com o CNPJ da
sócia ostensiva. O CNPJ da SCP é informado no campo 0000.COD_SCP.
Para atender as situações previstas acima, referentes às SCP, poderão ser utilizados os livros "G", "R",
"B", "A" ou "Z". Contudo, para recuperar os dados da SCP na ECF, sugere-se a adoções dos livros
principais "G", "R" ou "B" para as SCP. A ECF não recupera livros auxiliares ("A" ou "Z").
Base Legal: Arts. 3º, caput, IV e 3º-A da IN RFB nº 1.420/2013 (UC: 09/11/16); IN RFB nº 1.486/2014
(UC: 09/11/16); IN RFB nº 1.594/2015 (UC: 09/11/16); Capítulo 1.27 do Manual do ECD, versão
maio/2016 (UC: 09/11/16).
8.3) Escrituração Contábil Fiscal (ECF):
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 1.422/2013, a partir do ano-calendário de 2014, todas as
pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de
forma centralizada pela matriz. Essa obrigação acessória veio a substituir a DIPJ, no ambiente do Sistema
Público de Escrituração Digital (Sped).
Registra-se que não estão obrigadas a entrega da ECF:
às pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, de que trata a Lei Complementar nº 123/2006;
aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;
às pessoas jurídicas inativas;
às pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano-calendário, não
tenham sido obrigadas à apresentação da EFD-Contribuições.
No caso de pessoas jurídicas que foram sócias ostensivas de SCP, a ECF deverá ser transmitida
separadamente, para cada SCP, além da transmissão da ECF da sócia ostensiva.
Portanto, temos que cada SCP deverá preencher e transmitir sua própria ECF. Para tanto, deverá ser
utilizado o CNPJ da pessoa jurídica que é sócia ostensiva e o CNPJ de cada SCP, sendo informando
pelo(a):
sócio ostensivo:
o no Registro 0000 (Abertura do Arquivo Digital e Identificação da Pessoa Jurídica):
preencher o campo "4 - CNPJ" com o número de inscrição no CNPJ do declarante; e no
campo "14 - TIP_ECF" (Indicador do Tipo da ECF) o código "1 (ECF de empresa
participante de SCP como sócio ostensivo)";
o no Registro 0035 (Identificação das SCP): esse registro só deve ser utilizado nas ECF das
pessoas jurídicas sócias ostensivas que possuem SCP, para identificação das SCP da pessoa
jurídica no período da escrituração;
o SCP:
no Registro 0000 (Abertura do Arquivo Digital e Identificação da Pessoa
Jurídica): preencher o campo "4 - CNPJ" com o número de inscrição no CNPJ do
sócio ostensivo da SCP. O CNPJ/Código da SCP, no caso de arquivo da SCP, será
informado no campo 0000.COD_SCP, que só deve ser preenchido pela própria
SCP; e no campo "14 - TIP_ECF" (Indicador do Tipo da ECF) o código "2 (ECF da
SCP)".
Nota Tax Contabilidade:
(5) Para os contribuintes que apuram o IRPJ pela sistemática do Lucro Real, a ECF é o Lalur de
que trata o artigo 8º, I do Decreto Lei nº 1.598/1977.
Base Legal: Art. 1º da IN RFB nº 1.422/2013 (UC: 09/11/16).
9) Modelo de Contrato:
Sugerimos aos nossos leitores, caso tenham interesse em analisar um modelo de Contrato de SCP,
a acessarem o link "Contrato de Sociedade em conta de participação" em nosso site.
Base Legal: Tax Contabilidade (UC: 09/11/16).
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 06/09/2011 pela Equipe Técnica da Tax Contabilidade e está atualizado
até a legislação vigente em 29/11/2016 (data da sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às
mudanças em decorrência das alterações legais. Sua reprodução é permitida desde que indicada a fonte:
Tax Contabilidade. Sociedade em conta de participação (Area: Sociedades). Disponível em:
http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=42. Acesso em:
04/12/2016.
STJ exclui taxa portuária da base de cálculo do
Imposto de Importação
30 nov 2016 Fernanda Rodrigues ICMS
A discussão é importante principalmente para as grandes importadoras e pode gerar créditos milionários,
a depender do volume de mercadorias importadas. Em geral, os custos com capatazia variam de acordo
com o tipo, a especialidade e a fragilidade da carga envolvida. Em alguns casos, pode chegar a até 1% do
valor da operação.
Em outubro, a 1ª Turma do STJ confirmou que a taxa de capatazia não deve integrar o conceito de “valor
aduaneiro” para fins de composição da base de cálculo do Imposto de Importação. Em 2015, a 2ª Turma já
tinha decisões no mesmo sentido. Porém, a Fazenda Nacional ainda tem esperanças de reverter esse
posicionamento.
As importadoras entraram com ações judiciais após a publicação pela Receita Federal da Instrução
Normativa nº 327, de 2003, que incluiu na base de cálculo do Imposto de Importação – que é o valor
aduaneiro – as despesas com capatazia.
A decisão da 1ª Turma foi unânime. Os ministros entenderam que a instrução normativa da Receita
Federal desrespeita os limites impostos pelo Acordo de Valoração Aduaneiro e o Decreto nº 6.759, de
2009. As normas estabelecem que somente devem ser computados no valor aduaneiro os gastos com
carga, descarga e manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada ao porto ou
aeroporto.
Pela instrução normativa, porém, devem ser incluídos os valores desembolsados já em território nacional.
“A realização de tais procedimentos de movimentação de mercadorias ocorre apenas após a chegada da
embarcação, ou seja, após a sua chegada ao porto alfandegado”, afirma na decisão o relator do caso, o
ministro Benedito Gonçalves.
Na decisão, o ministro ainda cita precedentes da 1ª Turma e da 2ª Turma no mesmo sentido. Na 2ª Turma,
o caso foi relatado pelo ministro Herman Benjamin. Os magistrados também entenderam que a instrução
normativa da Receita Federal extrapola o que foi determinado pelo Acordo de Valoração Aduaneira e pelo
Decreto nº 6759, de 2009.
O advogado Luis Augusto Gomes, do Tess Advogados, que defende importadoras e indústrias, afirma
que, com as decisões das duas turmas que compõem a 1ª Seção do STJ, a tendência é que esse seja o
entendimento consolidado. Na sua opinião, por se tratar de assunto abordado em norma
infraconstitucional, são pequenas as chances de o Supremo Tribunal Federal (STF) admitir um recurso.
“Mesmo assim, a Receita Federal, com base na instrução normativa, continua a cobrar o imposto com base
de cálculo majorada”, diz.
Para evitar maiores transtornos, o advogado tem recomendado aos seus clientes que paguem o imposto
sobre importação com a base de cálculo majorada e entrem com uma ação judicial para discutir o tema
com a intenção de cancelar cobranças futuras e pedir restituição do que foi pago nos últimos cinco anos.
“Recomendamos que as empresas aguardem o trânsito em julgado das ações judiciais [quando não cabe
mais recurso], sem a utilização de medidas liminares, para evitar atrasos no procedimento de desembaraço
aduaneiro das mercadorias importadas”, diz Gomes.
O advogado tributarista Eduardo Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy, afirma que a
jurisprudência consolidada no STJ “irradia efeitos para os demais tribunais e abre caminho para teses mais
abrangentes”. Entre elas, a exclusão da capatazia (assim como a taxa de utilização portuária – TUP) da
base de cálculo de todos os tributos federais devidos na importação – além do imposto de importação, o
IPI e o PIS e a Cofins Importação. Já existem decisões dos Tribunais Regionais Federais (TRFs) nesse
sentido.
Apesar dos julgados de turmas no STJ, Pedro Moreira, do CM Advogados, diz que seria muito importante
que o STJ julgasse o tema sob o rito dos recursos repetitivos, “o que traria maior segurança jurídica para
os importadores”. Ele ressalta que mesmo com este entendimento favorável do STJ, o Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) julgou recentemente o tema de forma favorável ao Fisco. “O
que contribui para a imprevisibilidade e falta de segurança jurídica que são característicos do sistema
tributário brasileiro”.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), porém, não acredita que a batalha judicial está
perdida. Por nota, ressalta que há um julgado em andamento na 2ª Turma do STJ e que há dois votos
favoráveis para o Fisco. Segundo a nota, “não se pode afirmar que o entendimento da 2ª Turma do STJ
esteja definido. Além disso, não há precedente próprio da 1ª Seção, no sentido de que as despesas de
capatazia poderiam ser subtraídas da base de cálculo do Imposto de Importação, tal como postulam os
contribuintes”. E acrescenta que, assim como ainda não existiria um entendimento pacífico no STJ, “não
está a Receita Federal do Brasil autorizada a deixar de fazer as cobranças, nos termos expostos”.
Fonte: Valor Econômico
O que é Compliance?
28/11 - Carla Lidiane Müller para Notícias Contábeis do Contabilidade na TV*
A palavra Compliance é uma palavra da língua inglesa que significa conformidade.
Essa palavra ou termo começou a ser mais utilizada no Brasil por muitos empresários graças à vinda da Lei
12.846/13, conhecida popularmente como lei anticorrupção.
Compliance em suma são um conjunto de procedimentos que visam manter a integridade de uma empresa,
evitando e denunciando quaisquer atos ilícitos ou irregulares.
Na verdade o termo compliance no Brasil já era usado antes mesmo da existência da Lei 12.846/13, só que
era feito mais por instituições bancárias que obedeciam as regras da lei 2.554/98, essa lei estabelecia
princípios que as organizações financeiras deveriam seguir para conseguir um controle mais eficiente em
seus processos e controles internos, criando-se assim uma cultura para atenção aos riscos.
Também no mesmo ano da publicação da lei 2.554/98 foi publicada a Lei de combate aos crimes de lavagem
de dinheiro (9.613/98), que deu vida a famosa COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Conselho este que obriga até mesmo aos contadores fazerem denúncias de ocorrências financeiras suspeitas
de seus clientes.
Então como percebe-se já havia sido criada toda uma estrutura para a vinda com força dos controles
anticorrupção nas empresas em gerais, só faltava isso começar a ser usado nas empresas.
Com a vinda da lei anticorrupção as empresas que possuem área de compliance estruturada e funcionando,
podem agora receber alguns benefícios fiscais, isso chamou muito a atenção de empresários que se
interessaram em criar esse sistema dentro de suas organizações.
Até porque antes da vinda da lei não havia nenhuma gratificação para as empresas que mantivessem um
posicionamento ético e correto dentro de seus processos, por isso não havia interesse em instituir essa cultura
nas empresas.
Um dos motivos seria porque manter a empresa com um bom sistema de organização ética é uma tarefa
extremamente complexa.
Inicialmente para poder ter um programa de compliance dentro da organização, o empresário deverá fazer
uma avaliação de riscos que a empresa está atualmente exposta em termos de conduta ética; Garantir o
comprometimento de toda a gerência da empresa com a nova cultura de compliance que está sendo
implantada na organização; Estruturar uma equipe própria e comprometida apenas para acompanhar e
garantir o seguimento dessa cultura na empresa por todos os colaboradores; Elaborar um código de conduta
de ética que deverá ser seguido por todos na empresa; Ter uma equipe que lide com o risco vindo de terceiros
como fornecedores, prestadores de serviços, consultores e representantes, por exemplo; Criar controles
internos para monitoramento contínuo; Elaborar e manter treinamentos para a divulgação das novas
diretrizes da empresa como cartilhas de conduta no atendimento a clientes e etc, e por fim, criar um canal
de denúncias e investigações bem como mecanismos disciplinares para infrações cometidas.
Com todas as novas normas, é importante a empresa que realmente quer implantar essa estrutura em sua
organização, o faça levando a sério cada ponto descrito aqui e a mantenha sempre funcionando de maneira
eficiente.
Fontes Utilizadas na Pesquisa:
http://www.ibdee.org.br/
* Carla Lidiane Müller - Bacharel em Ciências contábeis. Cursando MBA em Direito Tributário
Contador: como novas possibilidades de negócios
estão mudando essa profissão para melhor
28 de novembro de 2016
A tecnologia muda o papel de diversas profissões. Esse é um movimento que teve início na 1ª Revolução
Industrial, mas continua até hoje. Entretanto, diferente daquela época, nas últimas duas décadas o uso de
computadores e da internet tem permitido que a maioria das carreiras simplesmente se adaptem e cresçam,
e não mais deixem de existir.
É o caso da profissão do contador. Sem dúvida, ela mudou muito nos últimos anos. Há inclusive quem
diga que ela irá morrer. Uma pesquisa da Ernest Young apontou isso recentemente. De acordo com ela,
até 2025 esse profissional já não existirá mais.
Em parte, eles não estão enganados. O contador clássico realmente já está morrendo, mas a essa classe foi
dada a oportunidade de mudar – e ao longo dos anos muitos vêm fazendo isso. Antigamente, o contador
era apenas um “guarda livros”, uma pessoa dedicada a calcular manualmente diversos processos, e estar
sempre ciente da condição financeira da empresa, mas sem voz administrativa. Essa profissão sem dúvida
sumirá.
Ser guarda livros é algo que fazia sentido no século XIX, assim como na época era importante falar e
escrever bem para ser contador. As mudanças vieram com o tempo. A introdução do computador mudou
muito as coisas a partir dos anos 1990, principalmente com o uso de sistemas e de planilhas eletrônicas.
Hoje, o Excel foi deixado de lado e o uso de softwares ERPs é algo quase que obrigatório para a
sobrevivência de uma empresa. Entretanto, apesar do aspecto tecnológico, o que mais mudou foi
justamente e o mindset do contador.
Dos anos 1990 para os 2000, o foco da contabilidade, que era cumprir obrigações tributárias para com
órgãos públicos, mudou completamente. O olhar passou a ser direcionado para o cliente.
De acordo com o CFC – Conselho Federal de Contabilidade, em 1996, apenas 1,98% dos contadores
estavam interessados em contribuir para o crescimento dos seus clientes. Hoje, esse número tende aos
100%.
Isso porque houve um questionamento no mercado, e até na academia, sobre a carreira na área. O mercado
passou a buscar um perfil proativo, multidisciplinar e com foco em consultoria e resolução de conflitos.
Com isso, até o salário dos contadores tem aumentado. De acordo com a previsão do Guia Salarial da
Robert Half, os maiores aumentos salariais em 2016 foram dos analistas da área, cerca de 11%. As
oportunidades de crescimento são inúmeras, e o contador facilmente consegue se tornar um gestor apto à
tomada de decisão.
Ele passou a usufruir de forma estratégica de toda a informação que já gerenciava, pois o trabalho diário
desses dados e processos ficou toda delegada à tecnologia. Atualmente, o contador usa seu bem mais
valioso: seu conhecimento do panorama contábil.
Vemos cada vez mais o contador assumir uma posição entre as profissões ditas “humanas”, que não
podem ser substituídas pela tecnologia. A automação de processos exaltou o potencial de gestão da
profissão. O uso arcaico da contabilidade deu espaço à administração da empresa, e essa cada vez mais dá
espaço ao empreendedorismo.
A contabilidade é a linguagem dos negócios, e era apenas uma questão de tempo até que se abraçassem de
vez as rédeas da gestão. O sucesso está ligado a apenas uma boa tomada de decisão, e a análise de dados
que permite isso é justamente o que os contadores vêm fazendo há anos.
O diálogo direto com o cliente tem transformado o contador em empreendedor potencial, e mesmo que
ainda seja necessário manter um profissional com essas habilidades interdisciplinares à disposição, não
será mais apenas nas empresas que contadores terão oportunidade de crescimento.
Essa profissão não irá morrer. Ela é humana demais para ser devorada. A tecnologia irá transformá-la,
acabando com todos os trabalhos manuais e repetitivos, mas a ação proativa de seus profissionais irá
expandi-la. Novas oportunidades de negócios estão se abrindo à frente. Basta estar preparado para elas.
Fonte: Jornal Contábil
Restituição de Tributos Prescreve em 5 Anos
25 nov 2016 Carolina Oliveira Geral , ICMS , Tributário
O prazo prescricional das ações de restituição de tributos pagos indevidamente, sujeitos a lançamento por
homologação, é de cinco anos, contado a partir do pagamento, quando a ação for ajuizada após a Lei
Complementar 118/05.
Desta forma, é importante que cada empresa faça um “pente fino” na sua contabilidade, visando a possível
recuperação de tributos, dentro do prazo respectivo.
Para as ações propostas antes da lei, aplica-se a tese dos cinco anos mais cinco.
O entendimento foi firmado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento de
um recurso que tramitou sob o rito dos repetitivos, conforme artigo 543-C do Código de Processo Civil
(CPC). Cadastrado como Tema 169, o recurso discutiu a incidência de imposto de renda sobre verbas pagas
a título de auxílio-condução.
Os ministros da seção confirmaram a posição do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que
afirmou não incidir imposto de renda sobre verba paga a título de ajuda de custo pelo uso de veículo próprio
no exercício das funções profissionais.
O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator do recurso, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF),
ao julgar o RE 566.621, sob o regime da repercussão geral, confirmou a inconstitucionalidade do artigo 4º
da Lei Complementar 118/2005.
Com isso, ele reafirmou o entendimento de que nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando
não houver homologação expressa, o prazo para a repetição de indébito (devolução) é de dez anos a contar
do fato gerador.
Entretanto, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo é de cinco anos para as ações
ajuizadas após a LC 118/2005. Para as demandas ajuizadas antes da vigência da lei, aplica-se a tese dos
cinco mais cinco anos.
Fonte: Portal Contábeis
Cuidados dos Profissionais Contábeis em Função da
Responsabilidade Civil
Fonte: Blog Guia ContábilLink: https://boletimcontabil.net/2016/11/25/cuidados-dos-profissionais-
contabeis-em-funcao-da-responsabilidade-civil/
Diante da grande responsabilidade que hoje é atribuída aos profissionais da contabilidade, bem como o
elevado número de atendimento a obrigações acessórias, os militantes na atividade contábil ficam
suscetíveis ao cometimento de eventuais falhas de ordem operacional ou técnica.
É imprescindível que alguns cuidados preventivos sejam observados pelos profissionais da contabilidade,
a seguir destacamos alguns itens de fundamental importância:
1) Manter um contrato de prestação de serviços vigente e com a definição clara de suas obrigações e
responsabilidades;
2) Manter contato formalizado com o seu cliente (protocolo de entrega de documentos, atas de reunião,
notificações por escrito);
3) Manter-se em constante atualização zelando pela educação continuada;
4) Devolver a documentação recebida dos clientes tão logo a escrituração seja elaborada, sendo vedada ao
profissional a retenção abusiva de livros, papéis ou documentos confiados à sua guarda.
5) Orientar, inclusive por escrito, o seu cliente quanto a necessidade de cumprir as normas vigentes.
Seguir os ditames do código de Ética Profissional do Contador, exercendo as atividades com zelo,
diligência, honestidade e capacidade técnica são os primeiros passos para sucesso no desenvolvimento das
atividades profissionais, além de constituir a melhor forma de resguardo técnico profissional.