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edição digital gratuita passear sente a natureza by Colômbia Crónica de viagens Nº. 0 . Ano I . 2011 GR11 Grande Rota do Atlântico

Passear Nº 0

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Revista Passear Digital Gratuita

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edição digital

gratuita

passearsente a natureza

by

Colômbia Crónica de viagens

Nº. 0 . Ano I . 2011

GR11Grande Rota do Atlântico

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Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

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Capa Fotografia GR 11

(pág.14)

Praceta Mato da Cruz, 182655-355 Ericeira - PortugalCorrespondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves....

Grafismo

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

Contacto +351 965 761 000email [email protected]/lobodomardesign/comunicar

www.passear.com

A evolução para a versão paginada

Passear a pé num jardim de uma cidade ou em autonomia numa montanha, passando por uma jornada em bicicleta até Santiago de Compostela, culminando num trajecto em kayak pelas águas calmas do rio Douro. Este é o espírito da revista Passear!Encetamos agora uma nova fase no nosso projecto editorial. A revista Passear passa a estar disponível também, numa versão paginada onde o leitor pode ler confortavel-mente on-line ou descarregar para o seu computador em formato pdf.Apesar de recente, o projecto editorial Passear / www.passear.com já conseguiu uma média mensal de visitas na ordem das 7 000. A evolução das visitas tem sido de uma forma gradual mas sustentada à qual se junta uma presença no Facebook.A riqueza de uma publicação faz-se também, através da relação com o seu leitor. Para fortalecer este nosso projecto contamos consigo para nos transmitir as suas sensações e experiências e para divulgar as suas iniciativas. A revista Passear é um espaço de partilha.

Contamos consigo para fazer crescer e melhor este projecto editorial.

Obrigado e bons passeios.

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Edição Nº.0 Abril 2011

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2º Edição do Festival de Observação de Aves em Sagres

volta a fazer dessa região um destino irrecusável para todos aqueles que gos-tam desta actividade e apreciam bons momentos de convívio e contacto com a naturezaO programa de 2011 apresenta várias novidades não estando ainda concluído. Por isso, mantenha-se atento ao website (www.birdwatchingsagres.com) e re-serve já esse fim-de-semana para partici-par neste festival.

O Festival de Birdwatching de Sagres irá decorrer entre os dias 30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro. O sucesso alcançado em 2010 foi motivo suficiente para que as mesmas entidades se juntassem nova-mente, para mais um grande evento em torno da observação de aves e do turismo de natureza na Península de Sagres. Com o Município de Vila do Bispo como enti-dade promotora, a SPEA e a Almargem como organizadoras, o Birdwatching

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4ª Travessia da Via Algarviana

Entre 9 a 22 de Abril irá realizar-se a 4ª Travessia da Via Algarviana, nas modali-dades: - Pedestre (9 a 22 de Abril)- Pedestre com burros de carga (17 a 22 de Abril)- BTT (18 a 22 de Abril).Na opção de caminhada com burros de carga, onde estes levam as suas baga-gens, o trajecto realiza-se de Aljezur até Marmelete seguindo depois pela Via Al-garviana até ao Cabo de São Vicente.Este ano a Travessia realizar-se-á desde Alcoutim ao Cabo de S. Vicente, man-tendo toda a logística e apoio da organi-zação dos anos anteriores.Para mais informações ou inscrições contactar:Telefone: 289 412 959 / Telemóvel: 960295202 E-mail: [email protected]

Festival Islâmico 2011 de 19 a 22 de Maio em Mértola

Encontro de culturas, o Festival islâmi-co celebra toda a herança histórica da vila e a sua forte influência islâmica. Realiza-se de 2 em 2 anos, para que a sua chegada seja mais desejada. Du-rante o mês de Maio, a vila revela-se fértil em cultura, animação e conheci-mento. O ponto auge do Festival acontece nos 4 dias do souk. No mercado árabe im-provisado nas ruas da vila velha cober-ta de panos: os cabedais, as djellabas, o incenso, o sândalo, o chá de menta, as especiarias e a mistura de vozes dão cores, aromas e melodias especiais ao quotidiano outrora pacato. Pela noite, no cais de Mértola e nos largos da vila há concertos de música que atraem cu-riosos ou entusiastas de ritmos exóti-cos. O Festival Islâmico de Mértola é um daqueles eventos imperdíveis que vai ter de apontar na sua agenda, a próxima edição já está marcada e vai acontecer de 19 a 22 de Maio!

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Congresso Internacional – Rota das Catedrais

Promovendo o debate em torno das cat-edrais portuguesas, numa perspectiva aglutinadora, centrada na sua singulari-dade histórica, espiritual e artística, o Congresso Internacional Rota das Cat-edrais, que terá lugar em Faro de 7 a 9 de Abril, constitui uma primeira etapa na apresentação pública do projecto, re-sultante do acordo de cooperação cele-brado entre o Ministério da Cultura e da Conferência Episcopal Portuguesa.Apresentando as catedrais como um todo coerente e identitário, potencia ainda o encontro entre os objectivos de

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natureza religiosa, cultural e turística, ine-rentes ao projecto, através da apresentação dos diversos projectos em curso, mas tam-bém de alguns casos exemplares, no to-cante à gestão, recuperação e valorização de catedrais europeias, onde semelhantes intervenções constituem já uma realidade consolidada.Olhar para as catedrais como «um património profundamente identitário, plu-ral e multifacetado» é o objectivo primeiro deste Congresso Internacional.

Para saber mais: http://congressocatedrais.com/page1.php

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Guia do Parque Florestal de Monsanto

Os segredos do Parque Florestal de Monsanto, postos a descoberto pelo Guia que conta com um prefácio escrito a duas mãos (do presidente da Câ-mara, António Costa, e do vereador do Pelouro do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes), apresenta toda a informação útil que se espera de um pequeno livro deste género (acessos, percur-sos pedestres e cicláveis, equipamentos, sistemas de vistas) e diversos artigos que ajudam a pôr a descoberto os segredos da sua flora (sabia que aqui, entre os carvalhos e a vegetação mediter-rânica, crescem diversos tipos de orquídea?), da sua fauna (sabia que 65 espécies de aves resi-dentes convivem com coelhos e esquilos) e dos seus fungos (sabia que nas encostas úmbrias e húmidas, protegidos pela vegetação mais fron-dosa, se esconde centena e meia de espécies de cogumelos?).Para David Travassos, responsável pela coorde-nação editorial do Guia, esta publicação irá reve-lar muitos aspectos fascinantes da vida do Parque, postos a descoberto por um leque de articulistas, profundos conhecedores das matérias. Quatro artigos introdutórios sobre a História do Parque (Álvaro Tição), a sua Geomorfologia e o seu con-texto hidro-climático (Nuno Pereira) e as suas características florestais (Carlos Souto Cruz), ajudam o leitor a penetrar nas realidades deste complexo e diversificado sistema ecológico.

Percursos Pedestres: Pelo Corre-dor Verde “Parque Eduardo VII-Monsanto”; A Volta do Planalto; A Rota da Água; A Caminho das “Seis Pedreiras”; Pelo “Monta-do” de Monsanto; Percurso dos Moinhos do Mocho; Da Alam-eda Keil do Amaral aos Montes Claros; Percursos de Bicicleta – Pedalar em Monsanto.O preço de capa do Guia será de 10 euros e estará à venda na Livraria Municipal, no Espaço Monsanto e nas lojas da FNAC da zona de Lisboa.

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Congresso Internacional Alentejo Património do Tempo

Dias 15 e 16 de Abril em Portalegre.O Alentejo como destino turístico afir-ma-se e diferencia-se pela sua carga patrimonial marcada pela singulari-dade, diversidade, autenticidade e hu-manização das tradições. É uma região reconhecida pela sua harmonia territo-rial, assim como pela especificidade dos seus recursos naturais e culturais.Contudo, continua a ser difícil ultrapas-sar o nível de mero “recurso” para o patamar desejado de “produto” no que diz respeito em concreto à matéria patri-monial, seja ela formada por monumen-tos, tradições ou eventos. A gestão in-tegrada destes elementos subordinados a um mesmo produto de turismo cultu-ral permanece, mais ainda, um propósi-to longínquo.O desafio lançado assim pela Turismo do Alentejo, ERT com a realização deste 1º CONGRESSO Internacional Alente-jo: Património Do Tempo é o de percor-rer o caminho da esteira patrimonial, analisando, num primeiro momento, o estado da arte em termos de exploração

dos atractivos patrimoniais, para abordar de seguida as suas variantes possíveis: o impacto da tematização do património; a eficiência de parcerias público privadas na gestão de equipamentos culturais; a deter-minante dimensão de novo património an-corado na criação artística contemporânea; a obrigatoriedade do branding e da opera-cionalização user friendly dos produtos de-senvolvidos; por fim, as diferentes formas de venda.Para uma abordagem consistente a esta problemática, o 1º Congresso Interna-cional Alentejo: Património Do Tempo está baseado eminentemente em casos práticos, agregando o melhor conhecimen-to disponível tanto a nível nacional, como internacional contando com a presença de especialistas do Reino Unido, França e Jordânia.A Turismo do Alentejo, ERT pretende que o 1º Congresso Internacional Alentejo: Património Do Tempo contribua definiti-vamente para uma maior diversidade de produtos de Touring Cultural na região alentejana, consolidando e explorando com benefícios económico-sociais pal-páveis todo o potencial do património e da cultura desta região de Portugal.

Inscrições já abertas em:www.congressoturismodoalentejo.com

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9Sudoeste Alentejano: Costa das Cegonhas

Workshop Fotografia Natureza com Luís Quinta nos dias 2 a 3 Abril 2011A chegada da Primavera traz com ela um momento alto para a fotografia de natureza e de vida selvagem. Possibili-ta-nos observar de perto a actividade de muitas aves e transforma as paisagens litorais, enriquecendo-as com as cores das flores e abundância da vegetação. Estamos perante um cenário pelo qual os fotógrafos de natureza anseiam.Acompanhe Luís Quinta naquela que é uma das suas zonas predilectas e alvo do seu trabalho enquanto fotografo da Wild Wonders of Europe. O Luís vai mostrar-lhe alguns dos segredos da costa

do Sudoeste Alentejano, onde vai poder aprofundar os seus conhecimentos de foto-grafia de paisagem e de fotografia de vida selvagem. As cegonhas são o ex-libris do local, sendo o único local do mundo onde nidificam em arribas marinhas. Mas en-contramos muitas outras espécies a quem apontar as objectivas.

Mais informações: http://www.nomadfoto.pt/work_cegonhas/index.htm?utm_source=Nomadfoto&utm_campaign=565b333eec-News_Mar_Foto&utm_medium=email

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Garmin® apresenta novo Forerunner 410 A Garmin apresenta o novo Forerunner 410, o novo relógio desportivo com GPS. O novo Forerunner 410 está repleto de características e funcionalidades.Este relógio grava exactamente o seu tempo, pas-so, distância e ritmo cardíaco, elevação e muito mais. O seu aro frontal está ainda mais reforçado o que permite rapidamente escolher e seleccionar as funcionalidades pretendidas durante a corrida em qualquer tipo de condição atmosférica. Para vantagens extra de treino, o utilizador pode criar sessões de treino detalhadas ou competir com o Virtual Partner® (Parceiro Virtual). O novo Forerunner 410 também tem a capacidade de fazer uploads (sem fios) para o Garmin Connect™ onde o utilizador pode analisar, armazenar e partilhar a sua informação.

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Julbo BivouakEste modelo para expedições tem umas peças laterais magnéticas protectoras da armação. Isto permite uma fácil colocação e remoção - mesmo com luvas grossas. E a sua força ma-gnética dura para sempre - não como ganchos ou clipes. Mais vantagens do Bivouak: ranhuras de ventilação que evitem nebulização. A ar-mação nas orelhas pode ser ajustada, girando até ângulo de 360 graus, para que os óculos se encaixam perfeitamente, mesmo sobre um boné ou um capacete.

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Transforme o seu carro numa auto caravana com a SwissRoomBoxA SwissRoomBox lançou no mercado um produto em que transfor-ma praticamente todos os carros à venda numa auto caravana. Este produtos inovador tem como conceito “uma casa a bordo”, este mini-sistema modular pode ser instalado no porta-malas do carro e permite cozinhar, comer, tomar banho e dormir em completa autonomia. O seu automóvel vai tornar-se numa casa móvel, em menos de 15 minutos.Até agora, a indústria campistas tem se focado principalmente no de-senvolvimento de veículos específicos e ao longo dos anos tornaram--se cada vez mais completos, mais técnicos, mais caros e mais volu-mosos. Este projecto da swissRoomBox tem uma visão e estratégia de desenvolvimento completamente oposta ao que tem sido e evolução do mundo das caravanas e auto caravanas: é o seu próprio carro que se transforma numa casa. Clique aqui para mais informação

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PRIMUS Cantil em Aço InoxidávelA Primus lança o primeiro grande cantil de bebida com boca larga de aço inox-idável e equipada com uma tampa in-teligente dupla. O bocal para enchimen-to e limpeza é realmente fácil, mesmo para a colocação de cubos de gelo para bebidas geladas, enquanto você pode beber e derramar convenientemente a partir da abertura adicional menor. Disponíveis em 0,6 ou 1,0 litro. Feita a partir do melhor aço inoxidável resist-ente aos arranhões e um revestimento mais ecológico no exterior. Um clássico futuro! As vantagens do aço inoxidável são ób-vias: forte, seguro, à prova de corrosão, de longa duração e livre de quaisquer substâncias nocivas ao corpo humano. De fora a Primus fornece um cantil mais eco-friendly. Naturalmente, as garrafas

de bebida Primus podem ser colocadas nas máquinas de lavar loiça. Quando se trata de a tampa inteligente dupla, os suecos mostram devoção ao pormenor: a abertura larga é mais fácil de limpar e permite uma recarga rápida, directamente de uma nascente de mon-tanha ou decantação dos outros con-tentores. A abertura de pequeno porte, por outro lado, é óptimo para beber em qualquer lugar.4

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Nova Fujifilm Fine Pix HS20Substituta da premiada FinePix HS10, o elemento mais recente da gama de câmaras bridge Fujifilm representa a solução de fotografia perfeita para fotógrafos que desejam as especificações e qualidade de imagem de uma SLR sem arcar com o pesado saco da câmara e um elevado investimento. Com um conjunto de funções de topo de gama que incluem o mais recente sensor EXR CMOS, fotografia continua de alta velocidade, inter-face de utilizador melhorado, funções de vídeo versáteis, resolução de 16 megapixéis e um zoom 30x, com tecnologias anti-desfocagem avançadas, a HS20 EXR define novos padrões de funcionalidade e desempenho para as câmaras bridge.

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Steiner apresenta os binóculos SkyHawk ProA gama SkyHawk Pro está vocacionada para to-das as actividades ligadas à observação de pás-saros, desde a simples observação no seu jardim à observação e pesquisa de pássaros nas florestas das chuvas da Costa Rica. São binóculos fiáveis nas condições mais radicais.A Steiner desenvolveu um sistema de lentes prismáticas completamente novo com novos cál-culos ópticos e novo invólucro anti choque e anti pressão de água em polímero de alta tecnologia, conseguindo assim a melhor visão e conforto pos-síveis. Na sua categoria é a gama com maior cam-po de visão e com elevada capacidade de focagem ao perto.A Gama SkyHawk Pro compreende 4 modelos: 8 x 32; 8 x 42; 10 x 42; 10 x 26.Clique aqui para mais informação

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Da azóia a ODrinhas

O Mar versus O CaMpOeste perCursO, integraDO na granDe rOta DO atlântiCO gr11, DesenvOlve-se eM DOis CenáriOs DistintOs. O priMeirO, entre azóia e MagOitO, teM O atlântiCO pOr COMpanhia. O segunDO, entre MagOitO e ODrinhas, O aMbiente é Mais CaMpestre e agríCOla.

Rota do Atlântico

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Texto e fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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gerais que nos fazem transportar para outras épocas e outras vivências.Como já tivemos oportunidade de referir, estas cróni-cas não têm a pretensão de ser roteiros rigorosos mas sim, a transmissão de experiências e de situa-ções que mais nos chamaram a atenção. A primeira povoação do nosso percurso é Ulgueira. Não se trata de um local monumental mas, a con-

Tudo começa na pequena povoação da Azóia, junto ao Cabo da Roca, no placard de infor-mação sobre a GR11-E9. Sendo um percurso

sinalizado existe uma pequena brochura editada pelo ICNB que ajuda a ter uma noção do percurso mas que, deverá ser acompanhada, na segunda parte do percurso, de uma carta militar à escala 1 / 25 000 para uma maior segurança do utilizador visto a sinali-zação não ser, em certos casos, muito efectiva. Os percursos sinalizados têm a virtude de facilitar a vida quando caminhamos, temos apenas que estar atentos às marcas existentes e, desta forma, con-centrar a nossa atenção na magnífica paisagem.

Esta GR11 é uma rota muito interessante devido aos inúmeros e diferenciados cenários que a envolvem. O majestoso Atlântico é confrontado com o interior que foi outrora agrícola mas que conserva os traços

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servação das casas e das suas traças conferem--lhe um equilíbrio estético que é pouco comum em regiões que sofrem uma grande procura turística e uma pressão urbanística muito forte. Já com a Ulgueira para trás o nosso percurso leva--nos para os campos amplos onde o Atlântico nos espera. O primeiro impacto é muito agradável devido à conjugação das cores e ao equilíbrio do relevo. O Farol do Cabo da Roca, à nossa esquerda, acompan-ha-nos na descida de aproximação à costa e à Praia da Adraga.A Praia da Adraga é uma das mais interessantes de todo o nosso percurso. A sua dimensão é reduzida contudo, a sua beleza natural é de grande dimensão com autênticas esculturas naturais de rochas. Ao nível das infra-estruturas de apoio existe um restau-rante / café e casas de banho.Depois de retemperar forças começamos a subir rumo ao nosso próximo ponto de interesse, as pega-das dos dinossauros junto à Praia Grande. O terreno e a vegetação são totalmente diferentes pois agora caminhamos sobre areia rodeados de pinheiros. O declive é suave e a subida faz-se sem qualquer di-ficuldade.Caminhamos novamente junto à costa com uma visão do Calhau do Corvo que fez jus ao seu nome

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pois eram inúmeros os corvos marinhos nele poisa-dos quando o avistámos. Estamos a chegar a um dos pontos mais altos desta nossa caminhada, a jazida com pegadas de dinossauros da Praia do Rodízio (si-tuada a Sul da Praia Grande). Infelizmente denota-se uma degradação do local e a escadaria de acesso à praia que acompanhava as pegadas, está fechada à circulação pública por riscos de derrocadas! Segundo M. Ramalho (LNEG - LGM), “…As pegadas de dinos-sauros encontram-se em camadas de calcários do Aptiano inferior, no extremo S da praia (equivalente ao nível 11 de Rey, 1972 - “Marnes à Ostreidés”. São onze pistas constituídas por 51 pegadas às quais se adicionam quinze isoladas, sendo na grande maio-ria, tridáctilas. Atribuem-se a dinossauros bípedes Terópodes e correspondem aos géneros Megalosau-rus e Iguanodon (Dias & Madeira, 1983). As camadas de calcário e margas, calcário recifal e margas com ostras que afloram na zona sul da praia, encontram--se sub-verticais e permitem realização de um bom corte geológico, camada a camada. No seu extremo N, já junto do caminho marginal o contacto faz-se com níveis oligocénicos através de um pequeno ca-valgamento destes sobre o Cretácico. As camadas são ricas em conteúdo fossilífero, como por exemplo: fragmentos de lamelibrânquios, de braquiópodes, de equinodermes, ostracodos e foraminíferos (Chof-fatella decipiens Schlumberger, Palorbitolina lenticu-laris (Blum) e outros), correspondendo a ambiente marinho interno”.Refeitos deste encontro com um passado distante ini-ciamos a nossa descida para a Praia Grande através ruas estreitas entre casario relativamente recente. A pressão da construção faz-se notar nesta zona…Entramos numa fase do percurso que nos levará à po-voação da Praia das Maçãs. Percurso que se desen-volve para Norte com o Atlântico sempre presente. Ao longo deste troço teremos acesso a informação através de um quadro informativo sobre a fauna e flora da GR11. O posto de observação serve também para descansar um pouco antes da descida para a Praia das Maçãs. O acesso é fácil mas, entretanto paramos junto a umas escavações sem qualquer in-dicação do que se trata. Só teremos de ter atenção quando chegarmos à Ribeira de Colares que depen-dendo do seu caudal pode ou não ser transposta. No caso do caudal nos impossibilitar a passagem em se-gurança teremos que caminhar mais para o interior e

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depois retomar o trajecto pela Praia das Maçãs. A Praia das Maçãs possui um visual muito caracterís-tico das zonas de veraneio onde a arquitectura tradi-cional é substituída por uma arquitectura sem “alma” e onde a informação publicitária domina a paisagem sem qualquer regra ou limite… Em passo acelerado deixamos este local em direcção às Azenhas do Mar com a imagem das casas encavalitas junto à falésia, na nossa mente. Chegados à povoação a realidade da paisa-gem corresponde por inteiro à imagem na nossa memória…Estamos perante um local de eleição onde o equilíbrio do casario contras-ta com um mar devastador, agressivo e de uma cor intensa. Encantados com a paisagem decidimos parar para comer algo num es-paço ajardinado existente na encosta.Retemperadas as forças e captadas as imagens da azenha retomámos a nossa caminhada rumo à Praia do Magoito. Sendo a paisagem semelhante, este trajecto mostra-nos diversas edificações com uma arquitectura tradicional mas com a particularidade

de terem os telhados completamente brancos… Na Aguda, temos mais um quadro informativo que para além da fauna e flora, fornece informação sobre a arriba. A Praia do Magoito já está à vista e este ponto do nosso percurso marca uma diferença profunda da paisagem dominante até esta altura da nossa cami-nhada. As falésias são subs-tituídas por terrenos agrícolas e por uma paisagem mais edificada. A transição entre a Praia do Magoito e o interior é

feita inicialmente em terreno de areia entre pinheiros. Con-forme nos deslocamos mais para o interior a vegetação adensa e o percurso nem sem-pre é muito definido… A pov-

oação do Magoito não é muito interessante e apenas nos serviu para o abastecimento de água fresca e de algo para comer.São João das Lampas é o nosso próximo destino. A paisagem assume uma característica rural mas denotando-se uma falta de actividade já com déca-das… Os caminhos são bons.A igreja matriz domina S. João das Lampas cuja

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22origem do nome ou, mais concretamente da pala-vra Lampas tem, para a Associação de Defesa do Património de Sintra duas explicações diferentes. “A primeira deriva do figo Lampo que se apanhava na noite de S. João e se levava de presente; as lampos eram, pois, uma variedade de figueiras. A outra expli-cação é que lampas quer dizer lâmpadas ou alampa-das (de azeite, sebo e cera) que era costume acender na festa do Santo Percursor. S. João é o santo das luminárias por excelência a tal ponto que na Idade Média era chamado S. João das Lampas”. Apesar da incerteza da origem do nome uma coisa é certa, S. João das Lampas é uma povoação incaracterística dominada por unidade fabril. Com um pouco de di-ficuldade lá encontramos a informação que nos leva-rá à Amoreira e posteriormente a Odrinhas, o nosso destino final.Caminhamos por zonas arborizadas e com uma forte componente paisagista rural. O abandono dos cam-pos é notório e a caminhada é feita com o nosso pen-samento a divagar como terá sido este local em plena actividade? Já só pensávamos no nosso destino, o centro museológico de São Miguel de Odrinhas.

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23Segundo a informação recolhida, “…O Museu Arque-ológico de São Miguel de Odrinhas assenta os seus mais profundos alicerces no Renascentismo, quando alguém - muito provavelmente Francisco d´Ollanda - decidiu reunir em torno da antiga Ermida de São Miguel um apreciável conjunto de monumentos epi-gráficos encontrados por entre as ruínas romanas ainda então visíveis no local.Mais recentemente, em 1995, a Câmara Municipal de Sintra tentou uma experiência inovadora para o seu tempo: a construção, em plena zona rural, de um pequeno núcleo museológico que permitisse voltar a reunir, em Odrinhas, as antiguidades entretanto dis-persas, além de outras mais recentemente detecta-das. O actual Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas herdou, do seu mais remoto antecessor, o espírito humanista e cosmopolita que foi apanágio do Renascimento. Do mais recente, colheu o vínculo privilegiado ao meio que o rodeia e á população ru-ral do Termo de Sintra, região onde, de algum modo, se podem ainda hoje escutar os longínquos ecos do Passado”.

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A GR11 entre Azóia e Odrinhas é genericamente bem sinalizada e não levanta grandes dúvidas ao utiliza-dor. Contudo, deparámo-nos com algumas situações que poderão, eventualmente, levar ao engano no tra-jecto.

Ao nível do equipamento deveremos ter em atenção a época do ano em que vamos fazer o passeio e ade-quar o vestuário para a ocasião.Ao nível da alimentação deveremos levar água e alguns alimentos simples e energéticos. Durante grande parte do percurso existem diversos e bons restaurantes para aqueles que gostam de refeições mais “completas” bem como pequenos supermerca-dos nas povoações.Antes de sair de casa deverá consultar o portal so-bre Aves de Portugal (www.avesdeportugal.info/in-dex.html) e consultar as aves que poderá ver neste trajecto. Algumas das espécies que poderá obser-var: corvo-marinho-de-crista, falcão-peregrino, andorinhão-real, peneireiro-vulgar, gaivota-argêntea, andorinhão-preto, alvéola-branca, carriça, toutine-gra-de-cabeça-preta, toutinegra-de-barrete-preto e pintarroxo.

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Tipo de PercursoEm linhaDuração9h00Distância 27 KM Pontos de PassagemAzoia, magoito, OdrinhasDificuldade

Intermédia, desnível pouco acentuadoLocais de pernoitaMagoitoLigaçõesGR11 - E9 Caminho do AtLântico; PR1; PR2 e PR4

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CRÓNICA DE VIAGENS

Colômbiade Cartagena das Índias a Bogotá (parte1)

Cidade com tradições

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IDÍLIO CONTINUA A SUA TRAVESSIA DA AMÉRICA EM BICICLETA. EM MARÇO JÁ PEDALA NA COLÔMBIA E AS SUAS HISTÓRIAS SÃO SEMPRE INTERESSANTES DE SEGUIR

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Texto e Fotografia: Idílio

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28 Cidade com tradições

Plaza de San Pedro Claver

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A minha conversa com o Samuel, jovem francês que conheci no Hostal Musicology, em Bogo-

tá, ilustra ao extremo o absolutamente errado preconceito que existe em relação à Colômbia…Dizia-me ele que a família se despediu dele com o dramatismo de ser o último adeus, na certeza de que não o voltariam a ver com vida. Mas pior do que esse re-ceio instintivo da família, foi a experiên-cia na embaixada francesa, em Bogotá. Procurou os serviços da embaixada para se aconselhar sobre o país (segurança, zonas de interesse, sugestões e reco-

mendações de quem está no terreno). Para surpresa dele, não o receberam – não sei se esperava uma recepção VIP do embaixador! – restando-lhe consul-tar o site da embaixada de França na Colômbia. Dizia-me que o mapa do país surge com duas cores: vermelho e verde. A verde as zonas seguras e visi-táveis; a vermelho, as zonas perigosas, a evitar. O primeiro grupo resumia-se a Bogotá e Cartagena; o segundo, todo o resto do país!!Em suma, o rapaz estava desorientado, sem saber o que fazer no mês e meio que conta passar por cá…

29Cidade com tradições Uma cidade de contrastes

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Recomendação: esquece tudo o que ouviste dizer sobre a Colômbia. Vem, vê, sente e tira as tuas próprias con-clusões.

“Sin my amor”; “Sin amigo”; “que poso regalarte”; “ola my amigo”; “para servirlo, caballero”; “a la orden”; “con mucho gusto”; “acá lo esperamos”; “vuelva pronto”… Não, não são as expressões do dicionário nem a síntese do meu vocabulário espanhol.

Primeiro achei que seria linguagem artificial para seduzir o turista. Depois pensei que seria apenas em Cartagena. Mais tarde, suspeitei que seria apenas um grupo mais “le-trado” ou “educado”. Finalmente fui percebendo que esta é a linguagem padrão que os colombianos usam, não ape-nas no tratamento aos turistas, mas no comum dia-a-dia. E mais dos que estas, e outras, encantadoras expressões, é a amabilidade, a delicadeza, a solicitude, a disponibilidade e, acima de tudo, a naturalidade com que se me dirigem. E o mais impressionante, é que este é o padrão “mínimo”, generalizado de norte a sul, do litoral ao interior, dos lo-cais mais turísticos à mais remota e descolorida banca de beira-de-estrada…

Sobre Cartagena das Índias, pouco tenho a acrescentar às fotos do post anterior…é uma cidade encantada, encanta-dora e encantatória. São as cores deslumbrantes das ruas floridas, serenas, pequenas, familiares, vivas. Os jardins e praças repletos de gente – e não apenas turistas, ape-sar de os haver em demasia, para o meu gosto – onde se cruza o vendedor de gelados, de raspados, de sumos natu-

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31Plaza de Santa Teresa Plaza de Santa Teresa

A canoa parece ser um utensílio vital nesta zona de aluvião. Tanto serve para pescar como meio de transporte.

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rais e frutas coloridas, de arepas e outras iguarias de sabores, cores e aromas in-tensos. Os pátios, as portas, os postigos e as aldrabas, as varandas e varandins. São os restaurantes, os ateliers, as lojas de ar-tesanato, de joalharia, de comes e bebes. São os jogadores de xadrez, de damas, de gamão. São os músicos e performers, que aparecem quando o sol desaparece, enchendo de ritmo, e ao som da rumba, as praças e jardins. É a história em cada esquina, na praça dos escravos ou das alfândegas, na casa do famoso pirata Francis Drake, de Simon Bolívar ou de Garcia Marques. É a colossal muralha, que demorou mais de um século a ser construída, e tantas vezes foi atacada e arruinada por franceses, holandeses e in-gleses. É o enorme forte de San Filipe. É a cor e a luz e a luz e a cor, que se fundem e confundem, numa orgia de tonalidades quentes. É o mar catártico e infinito, ser-eno mas insondável. Esta é a espuma de Cartagena das Índias. Porque a alma e o

coração da cidade, estão lá enraizados, incrustados, indivisos. E para os partil-har, são indispensáveis todos os senti-dos, em total alerta e simultaneidade…Antes de deixar a cidade, circundei mais uma vez, agora de bicicleta e com todo o equipamento, a imponente mu-ralha. Devagar, à luz dourada do suave amanhecer. Uma última mirada, uma despedida serena, uma nostalgia ante-cipada.Segui a estrada 45A, mais costeira e mais secundária que a irmã 45, em direcção a Barranquilha, à ilharga do Atlântico. E basta deixar as mural-has de Cartagena para cairmos noutro mundo. Num mundo de prédios incara-cterísticos, no bulício dos carros rui-dosos e impacientes e, não muito longe, nos bairros de lata e madeira, com ruas pejadas de lixo e cheiros imerecidos. Felizmente também ficam rapidamente para trás…

Saiba maiS em: http://bacalhaudebicicletacomtodos.blogspot.com/2011/03/colom-bia-de-cartagena-das-indias-bogota.html

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33A Música está sempre presente.

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MARÇO25, 26 e 27 de Março – Travessia da Gardunha – Encontro Ibérico de Montanhismohttp://passear.com/2011/03/25-26-e-27-de-marco-travessia-da-gardunha-encontro-iberico-de-montanhismo/

26 de Março – Passeio Fotográfico pelo Vale Mourãohttp://passear.com/2011/03/26-de-marco-passeio-fotografico-pelo-vale-mourao/

26 de Março – Percurso da Serra da Boa Viagem / Cascatahttp://passear.com/2011/03/26-de-marco-percurso-da-serra-da-boa-viagem-cascata/

26 de Março – Percurso pedestre na Serra da Penoitahttp://passear.com/2011/03/26-de-marco-percurso-pedestre-na-serra-da-penoita/

26 de Março – XII Rota do Contrabando / Ruta del Contrabandohttp://passear.com/2011/03/26-de-marco-xii-rota-do-contrabando-ruta-del-contrabando/

26 de Março – Flora de Sagreshttp://passear.com/2011/03/26-de-marco-%E2%80%93-flora-de-sagres/

26 de Março - 1º Percurso Pedestre ZIF de Paivahttp://www.afvs.ws

26 de Março – Caminhada Discretas Afinidades - Estarrejahttp://comabrisadamontanha.blogspot.com/

27 de Março - Caminhada pela Natureza / Chã dos navegantes – Sesimbrahttp://www.ludyesfera.com/passeiospelanatureza.htmev

ento

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Este espaço pode ser seuSaiba mais aqui

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Clique aqui para saber mais

27 de Março - Marcha “Rota da Serra”www.cimo.pt

27 de Março - Passeio Pedestre em Alhandra

27 de Março – Trilho de fotografia do Cabo Espichel a Sesimbrahttp://passear.com/2011/03/27-de-marco-%E2%80%93-trilho-de-fotografia-do-cabo-espichel-a-sesimbra/

ABRIL9 a 22 de Abril - 4ª Travessia da Via Algarvianahttp://www.viaalgarviana.org

10 de Abril – Caminhada pela Saúdehttp://www.associacaobeselguense.pt/.

16 de Abril – Percurso pedestre em Cabeceiras de Bastohttp://www.amigosdamontanha.com/_percurso_pedestre_cabeceiras_de_basto

17 de Abril - XIX Caminhada: Trilho S. João das Arribashttp://www.solasrotas.org/

30 de Abril - 5º Passeio Pedestre “Verde e Estórias”[email protected]

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