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passear Nº. 50 . Ano VI . 2016 . PVP: 2 € (IVA incluído) sente a natureza CRÓNICA ARRÁBIDA MÍSTICA GERÊS 6 PONTES CRÓNICA BTT CAMINHO PORTUGUÊS BTL 2016 A REPORTAGEM CONSELHOS GERIR O SEU RITMO DE CAMINHADA CUIDADOS COM O SEU CALÇADO

Revista Digital Passear Nº50 Versão Gratuita

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Revista Passear Nº50 Versão Gratuita

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passearNº

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VI .

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CRÓNICA

ARRÁBIDA MÍSTICA

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BTL 2016A REPORTAGEM

CONSELHOSGERIR O SEU RITMO DE CAMINHADACUIDADOS COM O SEU CALÇADO

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Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987

Capa Fotografia

GerêsAs 6 Pontes

(pág.66)

Correspondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net

Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores António José Soares; Francisco Cordeiro; João Fernandes; Rui Ferreira, Luis Contente.

Grafismo

Direitos Reservados de reprodução fotográfica ou escrita para todos os países

Publicidade Lobo do MarContactos +351 261 867 063 + 351 965 510 041e-mail [email protected]

Contacto +351 965 510 041emal: [email protected]/lobodomardesign/comunicar

www.passear.com

Veja os eventos sempre actualizados em www.passear.com

Durante a realização da BTL 2016 foi interessante observar o crescente interesse, por parte das autarquias e regiões de turismo, na promoção do património Natural e Cultural das suas regiões através da criação de redes de percursos pedestres.Açores, Algarve, Alentejo, Porto e Norte, Manteigas, Viseu, Pampilhosa da Serra, entre outras, são exemplos desta realidade. Se a conceção do produto é importante, a divulgação é vital para o sucesso do mesmo. A revista Passear, ao longo dos anos – assinalamos aqui a edição 50ª - tem vindo a dar corpo a esta divulgação/promoção das regiões e na senda deste trabalho neste mês de Abril, vamos caminhar pelo Sardoal (Uma semana à descoberta) e Pampilhosa da Serra (Festival de Caminhadas).Destaco os dois artigos mais técnicos, dedicados à gestão do ritmo de caminhada e manutenção do calçado, respetivamente.

Bons passeios.

[email protected]

Autarquias e regiões de turismo apostam no Turismo de Natureza e Cultural

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Sumário04 Atualidades

12 dormidas : comidas: bebidas

16 Crónica:

Arrábida Mística

28 BTT: Crónica

Caminho Português

38 Reportagem

Passear por Trilhos Românticos

46 Reportagem

BTL 2016

56 Apresentação de artigos

do Passear (versão paga)

58 ASSINATURA Passear

60 Equipamentos

66 Caminhada

Gerês, 6 Pontes

76 Artigo Técnico

Como cuidar dos seus calçados

de caminhada

79 Artigo Técnico

Gerir o seu ritmo de caminhada

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Edição Nº.50

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Tenha acesso à versão completa da revista passear por menos de 2€

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ades WALKING WEEKEND NA PAMPILHOSA DA SERRA

O PRIMEIRO FESTIVAL DE CAMINHADAS, “WALKING WEEKEND”, CHEGA A PAM-PILHOSA DA SERRA NOS DIAS 22, 23 E 24 DE ABRIL. O MUNICÍPIO, EM PARCE-RIA COM O VILLA PAMPILHOSA HO-TEL, PREPAROU 3 DIAS DE MUITA ANI-MAÇÃO COM PERCURSOS PEDESTRES TEMÁTICOS, MÚSICA, WORKSHOPS, GASTRONOMIA SERRANA E A CERTEZA DE ENCONTRAR UMA RURALIDADE DE EXCELÊNCIA.

Neste concelho, com um património natu-ral vasto e com uma enorme potenciali-dade, criaram-se infra-estruturas e produ-tos turísticos que definem uma estratégia que visa proporcionar experiências autên-ticas aos seus visitantes. Uma das estraté-gias escolhidas foi a criação de percursos pedestres homologados distribuídos pelo concelho com o objectivo da promoção da prática desportiva, do património natu-ral e cultural e o convívio entre os amantes do pedestrianismo.Este projecto visa promover:- O território, através do pedestrianismo;- Desporto e bem-estar;- Património natural, histórico e cultural;- Produtos endógenos;- Gastronomia Serrana;- Sustentabilidade.Com percursos pedestres temáticos – “

Flora e Fauna na aldeia de xisto de Fa-jão”, a “Rota Villa Pampilhosa” e a grande novidade “Walking dead na aldeia de Pessegueiro” – , Workshops/Sessões de es-clarecimento sobre Turismo de Natureza e rural, Primeiros Socorros, Técnicas de Pe-destrianismo, Nutricionismo e Construção de bastões de caminhada e degustação de Gastronomia Serrana. A inscrição é obrigatória, tem o valor sim-bólico de 35€ e inclui:- Menu de degustação do dia 22;- Participação em todas as actividades (caminhadas temáticas, workshops/sessões de esclarecimento);- Refeições dos dia 23 e almoço do dia 24, à exceção dos pequenos almoços;- Bastão de Caminhada;- Transfers (dentro do concelho);- Seguro.

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INFORMAÇÕES ÚTEIS:No que diz respeito a alojamento, pode optar pelo Villa Pampilhosa Hotel**** (Parceiro oficial), ou os restantes alojamentos existentes no concelho que podem ser consultados em www.cm-pampilhosadaserra.pt/pages/391 Marque já na sua agenda e esteja atento ao site – www.cm-pampilhosadaserra.pt # – e ao facebook - www.facebook.com/camaramunicipaldapampilhosadaserra - do Municí-pio, para se inscrever e ir conhecendo as novidades deste evento.Não percam esta oportunidade.

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PROGRAMA22 abril21h00 – “Welcome to Pampilhosa” – Re-cepção com degustação de produtos da Gastronomia típica serrana na zona da Praia Fluvial de Pampilhosa da Serra com animação musical.23 de abril9h00 – Saída para Fajão;9h30 – Início do Percurso Pedestre Temático “ Flora e Fauna na aldeia do xisto de Fajão” (4,1 Km);12h30 – Almoço;15h00 – Início dos Workshops/ Sessões de esclarecimento no Villa Pampilhosa Ho-tel****, com os temas:Turismo Rural e Natural;Técnicas de Pedestrianismo;Construção de bastão de Caminhadas;Primeiros Socorros;Nutricionismo.17h00 – Descanso19h30 – Jantar no Restaurante “O Buke” – Villa Pampilhosa Hotel****;21h00 – Saída para Pessegueiro;21h30 – Início do percurso temático “Walk-ing dead na aldeia de Pessegueiro” (3,8 Km).23h30 – Prova de licores, aguardentes e queijos.24 de abril9h30 – Início do percurso “Rota Villa Pam-pilhosa” ( 7,2 Km) – guiado por um pam-pilhosense:13h30 - “Churrasco Serrano acompanha-do de Arraial”;15h00 – Encerramento.

Fajão

Pampilhosa da Serra

Pessegueiro

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III FESTIVAL DE CAMINHADAS DE ALCOUTIMNos dias 9 e 10 de abril, a Câmara Mu-nicipal de Alcoutim vai levar a efeito, em colaboração o Ayuntamiento de Sanlúcar de Guadiana, a terceira edição do Festi-val de Caminhadas de Alcoutim. A inicia-tiva proporciona dois dias de caminhadas temáticas, observação e interpretação da natureza, observação de aves, passeios de barco, observação astronómica e degus-tação de produtos. Nesta edição o festival contará com 8 percursos guiados, com vários níveis de dificuldade, que decorrerão nas várias freguesias do concelho de Alcoutim e na margem espanhola do Rio Guadiana.Com a realização do festival, a autar-quia alcouteneja pretende oferecer um vasto leque de atividades que conciliam o enorme potencial natural do território com todo o património local, valorizando a cultura, a história, as gentes, a economia e as paisagens fantásticas que a região oferece. Ao longo dos dois dias de festival haverá caminhadas com os mais diversos temas, alguns que se repetem dos anos anterio-res devido ao êxito alcançado, como as “ Manhãs com o pastor”, “ Os Caminhos de

Ronda do Guadiana” ou “Algarve, com aroma a Alentejo e Espanha”. Este último, com um trajeto que inicia em Alcoutim com um passeio de barco, passa pelo Pomarão, concelho de Mértola, e termina em Sanlúcar de Guadiana, em Espanha, oferece ao caminhante cenários de três regiões com o Rio Guadiana como pano de fundo.A observação astronómica também volta a ser uma das atividades possíveis de re-alizar durante o festival, designadamente com a caminhada noturna “ Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, entre castelos e estrelas”. Haverá ainda caminhadas rela-cionadas com os temas da observação de aves, da arquitetura local, das plantas aromáticas, da cestaria, e do fabrico de pão. A participação na maioria dos percursos é gratuita mas condicionada a inscrição prévia, até dia 6 de abril, que deverá ser feita no serviço de Turismo do Município de Alcoutim através dos seguintes contac-tos: e-mail - [email protected], telefones - (00351) 281 540 500, PT(00351) 965 764 457, ES(0034) 610 839 395.

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IV WALKING FESTIVAL AMEIXIALFoi apresentado, durante a BTL 2016, o IV Walking Festival Ameixial que decorrerá de 22 a 25 de Abril no Ameixial, Algarve.Principais atividades no festival: Jornadas Técnicas sobre Glamping; Per-cursos pedestres de Azinhal dos Mouros, Revezes e Corte D’Ouro; Caminho de Santiago do Sul/ itinerário central do Al-garve; Caminhada famílias com um pas-tor; Caminhada de Observação de Aves; Caminhada do Património Serrano (Corte d’Ouro); Caminhada de “Sobrevivência”; Caminhada sobre a história local; Percur-sos pedestres de Corte D’ Ouro; Cami-nhada de Lourencinho a Ameixial; Cami-nhada no Vascão e escrita do Sudoeste; Caminhada Ameixial – Via Algarviana; Caminhada de Geologia; Caminhada com um pastor; Caminhada do Património Serrano; Caminhada da Pré-História da Serra Algarvia. Palestra: Os Caminhos de Santiago sob diversas perspectivas – con-versa sobre o itinerário do Sul (Susana Ka-rina Sousa; Luísa Martins.Inscrições em:http://wfameixial.qrer.pt/wp/inscricoes/

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PRIMAVERA CICLÁVELIntegrada na Semana da Bicicleta da Mur-tosa 2016, terá lugar no próximo dia 17 de abril mais uma edição da Primavera Ciclável, um grande passeio cicloturís-tico, aberto a toda a população, organi-zado pela Câmara Municipal da Murtosa em parceria com as coletividades, que celebra o espírito da estação e antecede um conjunto de eventos de promoção da bicicleta, promovidos pelas associações locais, de Abril a Setembro.A “Primavera Ciclável tem ponto de en-contro marcado para o Parque Municipal da Saldida, por volta das 14.30h. O pas-seio cicloturistico passará pelos percursos da natureza do Concelho.As inscrições na Primavera Ciclável são totalmente gratuitas e, para além de um kit constituído por uma t-shirt, um boné e seguro, os participantes ficam habilita-dos ao sorteio de uma bicicleta, que se realizará no decurso do convívio final.Os interessados podem inscrever-se, até ao dia 13 de abril, pelo formulário on-line disponível em: http://goo.gl/forms/DBzkfmKdr8Podem, igualmente, fazê-lo na receção da Câmara Municipal, junto das coletivi-dades locais ou pelo telefone: 234 830 117

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FAME 2016

O Município de Vouzela e a empresa Nó-madas – Turismo de Aventura apresenta-ram, no passado dia 29 de fevereiro, a FAME – Feira de Aventura, Montanha e Ecoturismo de Vouzela, que vai realizar-se pela primeira vez a 7 e 8 de maio deste ano.A FAME pretende ser um evento nacional que, para além de incluir uma mostra das empresas do setor, tem duas característi-cas diferenciadoras. Uma é um ciclo de conferências destinadas ao público inte-ressado em turismo ativo, outra é possi-bilitar que os visitantes experimentem di-versas atividades de ar livre. O evento aponta como objetivos promov-er o turismo ativo, aproximando o público das empresas do setor, mas também pro-mover o concelho de Vouzela e as suas potencialidades turísticas e ainda divulgar o Parque Natural Local Vouga-Caramulo enquanto palco privilegiado para ativi-dades de ar livre.O Presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, salientou que a FAME é “um evento único” e que será “um dos even-

tos de referência” para o Município. “A nossa determinação e empenho é total para que seja mais um momento, não só de promoção dos nossos rios, da nossa serra, do nosso Parque Natural Vouga-Caramulo, mas sobretudo também uma oportunidade de desenvolvimento económico”, frisou Rui Ladeira.Já Octávio Teixeira, da Nómadas, desta-cou que “a FAME é um evento diferente”, com características inovadoras. O res-ponsável salientou ainda que Vouzela é “o cenário ideal” para desenvolver a ini-ciativa, porque “este modelo interativo de feira só é possível fazer num local e numa região em que as condições naturais as-sim o permitam”.A FAME resulta de uma parceria entre o Município de Vouzela e a Nómadas e vai decorrer na zona industrial do Monte Cavalo, em Vouzela, num pavilhão com 1500 metros quadrados, que foi es-pecificamente capacitado para receber o evento. Fonte: C.M. VouzelaMais informações em: http://www.fame.com.pt/

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A MIGRAÇÃO VOLTA A CELEBRAR-SE EM SAGRESNo dia 14 de março, realizou-se a sessão de apresentação da 7ªedição do “Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza de Sagres” no salão nobre da Câmara Municipal de Vila do Bispo.A abertura da sessão foi marcada pela assinatura de um novo protocolo de co-laboração entre a Câmara Municipal, representada pelo seu presidente Adelino Soares, a Associação Almargem represen-tada pelo presidente da Direção José Vic-toriano, e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), representada pela presidente da Direção Clara Ferreira, onde é definido o montante de compartici-pação atribuído pelo município àquelas entidades e os deveres de cada entidade na organização do evento. Na sessão foi apresentado o cartaz do evento, que nesta edição contará com al-gumas novidades: o aumento do número de dias, uma vez que irá decorrer de 30 de setembro a 05 de outubro de modo a aproveitar o feriado nacional; a abertura de inscrições no mês de julho, um mês antes do que é normal e o processo de

registo da marca do festival.Destaque para a ave escolhida como “es-trela” desta edição, o britango (Neophron percnopterus), que é também a ave que a SPEA elegeu como “Ave do Ano”. Também conhecido como abutre-do-egito, esta é uma das aves planadoras que passa por Sagres todos os anos durante setembro e princípio de outubro, sobretudo imaturos e juvenis. A sua população sofreu um de-clínio, em Portugal e Espanha, de cerca de 30% nas últimas 3 décadas, devido à degradação do habitat, perturbação hu-mana e perseguição, encontrando-se at-ualmente em perigo de extinção. Relembre-se que o “Festival de Ob-servação de Aves & Atividades de Na-tureza de Sagres” foi o projeto vencedor na edição de 2015 dos Prémios Muni-cipio do Ano da plataforma UM-Cidades da Universidade do Minho, na categoria regional e nacional, reconhecendo o seu mérito.Mais informações sobre o Festival em http://www.birdwatchingsagres.com/

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ROTA VICENTINA GANHA PRIMEIRA CERTIFICAÇÃO EUROPEIA DO OESTE EUROPEU

A Rota Vicentina acaba de conquistar a certificação Europeia “Leading Quality Trails – Best of Europe”, atribuída pela ERA (European Ramblers Association), a enti-dade máxima a nível europeu na organi-zação do sector dos percursos pedestres.Este selo de qualidade foi inspirado no selo alemão Wanderbares Deutchland Qualitaetsweg, que há muitos anos certi-fica e reconhece a qualidade de uma im-portante rede de trilhos na Alemanha. Trata-se de uma certificação bastante exigente, que verifica diversos factores, in-cluindo a qualidade e natureza do piso, beleza da paisagem, segurança, acesso a oferta turística, informação prestada aos caminhantes, qualidade da marcação do percurso, entre muitos outros. A vistoria obrigou à rectificação de alguns

detalhes técnicos, mas no essencial a Rota Vicentina passou no teste com distinção e uma pontuação bastante acima do mínimo exigido. Este é um passo fundamental da afir-mação internacional da Costa Alentejana e Vicentina como destino de caminhadas e de turismo de natureza. Com esta aposta, a Associação Rota Vicentina espera ganhar ainda mais a confiança do público inter-nacional mais exigente, e a consequente maior notoriedade junto de potenciais novos caminhantes. Estão já certificadas 12 rotas, de países como a Dinamarca, Alemanha, Áustria, Luxemburgo e Grécia. Trata-se assim de uma estreia em toda a Europa ocidental, o que se revela uma enorme vantagem com-petitiva.

XIII CONGRESSO IBÉRICOA Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) organiza nos dias 29 e 30 de Abril e 1 de Maio, em Vila Nova de Gaia, o XIII Congresso Ibérico “A Bicicleta e a Cidade”. Cidades Cicláveis, Cidades Inteligentes. Mais in-formações em: http://www.fpcub.pt/xiii-congresso-iberico-a-bicicleta-e-a-cidade

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s TERMAS DE MONFORTINHO REABREM COM PROGRAMAS ES-PECIAIS NO Ô FONTE SANTA

As Termas de Monfortinho reabrira, em mar-ço, com proposta de estadias idílicas no Ô Fonte Santa, unidade hoteleira da Ô Hotels & Resorts. Neste hotel de luxo pod desfrutar de um dos 3 Programas Termais propostos para cuidar do corpo e da mente: Pausa Zen, Anti-stress e Anti-Aging.

MONSARAZ COM UM HOTEL DE 5 ESTRELAS

São Lourenço do Barrocal foi inaugurado, no passado mês de março, e é o primeiro hotel de 5 estrelas do concelho de Reguen-gos de Monsaraz. O São Lourenço do Barrocal (www.barro-cal.pt), o primeiro hotel de 5 estrelas do concelho de Reguengos de Monsaraz e do Grande Lago Alqueva, vai ser inaugu-rado no dia 18 de março, às 12h, com a presença de Ana Mendes Godinho, Secre-tária de Estado do Turismo. Luís Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, vai inaugurar pelas 16h30 a adega do São Lourenço do Barro-cal e conhecer a sua componente vinícola.O projeto de desenvolvimento e a gestão do empreendimento estão a cargo de José António Uva, após um investimento turístico de 9 milhões de euros que gerou já a cri-

ação de 50 postos de trabalho, e de 14 anos de trabalho desenvolvido pela família proprietária da herdade desde o início do século XIX, juntamente com a família de António Menano.O São Lourenço do Barrocal localiza-se próximo da vila medieval de Monsaraz e do Grande Lago Alqueva, e disponibiliza 40 unidades de alojamento (22 quartos, 2 suítes e 16 casas) no seu hotel e monte alentejano, edifícios repletos de caráter, renovados segundo projeto de arquitetura de Eduardo Souto de Moura e interiores de AnahoryAlmeida, uma adega para produção de vinhos de marca exclusiva e um restaurante que assenta num conceito de trazer à mesa o melhor da produção agrícola da própria herdade, bem como dos produtores locais.O empreendimento turístico São Lourenço

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VINHOS CARM PREMIADOS NO MUNDUS VINI 2016Medalhas de Ouro para Vinha da Urze Reserva Tinto 2011 e 2013 e CARM Reser-va Tinto 2012 num dos mais prestigiados concursos europeus da área.Vinhos da Casa Agrícola Roboredo Ma-deira (CARM) foram distinguidos com três medalhas de ouro num dos maiores con-cursos de vinho alemães, o Mundus Vini Grand International Wine Awards 2016, edição “Spring Tasting”. As medalhas

“Gold” foram atribuídas ao Vin-ha da Urze Reserva 2011, Vinha da Urze Reserva 2013 e CARM Reserva Tinto 2012, destacando a sua excelente qualidade. O CARM Reserva Tinto 2012 ainda gan-hou a distinção de “Best of Show Douro”.Os vinhos foram avaliados por um painel de jurados multinacional.

do Barrocal é um projeto assente na ad-miração e no respeito que lhe inspira a beleza do cenário natural e da paisagem rural de Monsaraz, em que está inserido, re-fletindo no seu nome uma das caraterísticas naturais mais monumentais da zona, os bar-rocais. Valorizando o sentimento de perten-ça ao Alentejo, à terra e a ligação íntima com o local, pretende revitalizar a noção de uma comunidade que aí sempre existiu, a vocação autossustentável da herdade e a beleza natural circundante, bem como o conforto aliado à contemporaneidade.Para ajudar a esta concretização, tem à dis-posição dos seus hóspedes e visitantes um conjunto de atividades, como passeios de bicicleta junto ao Grande Lago Alqueva, rotas identificadas para caminhadas através da herdade, provas de vinhos, cestos de piquenique e aulas destinadas ao bem-es-tar. Eventos centrados na cultura e na val-orização local terão também o seu espaço.

Faz ainda parte da sua oferta o Susanne Kaufmann Spa Barrocal, uma loja para venda dos produtos da herdade, caso do vinho e do azeite São Lourenço do Barro-cal, e de outros com origem nos produ-tores locais. A horta biológica da herdade vai ainda disponibilizar hortícolas frescas e ervas aromáticas, para consumo do próp-rio hotel e restaurante, mas também para venda.O São Lourenço do Barrocal marca assim uma forte aposta no enoturismo e nos tu-rismos de natureza, cultural e de bem-estar, apresentando uma ampla oferta de ativi-dades que visam proporcionar experiências de lazer no contexto do que pode ser a vida moderna no campo. Os vinhos produzidos na herdade resultam do trabalho da premi-ada enóloga espanhola Susana Esteban, reconhecida pelas suas criações frescas e vibrantes.

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s Ao todo, foram 160 especialistas de vinho de 36 países que participaram no evento que teve lugar no final do mês de Feve-reiro. Esta já é a 18ª edição deste conceitu-ado concurso internacional, no qual par-ticipam os maiores produtores vitivinícolas do mundo. “O reconhecimento da qualidade dos nos-sos vinhos por parte de especialistas inter-nacionais deixa-nos confiantes sobre o es-tilo de vinhos que estamos a desenvolver. São distinções de reconhecimento para os vinhos da CARM e para Portugal, enquanto país produtor de vinhos de elevada quali-

HERDADE DAS SERVAS ENCETA LANÇAMENTO DE TINTOS EM 2016 COM O SYRAH TOURIGA NACIONAL DE 2013Este ano, a Herdade das Servas estreou-se nos tintos com um dos seus topos de gama, apenas lançado em anos especiais. Fala-mos do ‘Herdade das Servas Syrah Touriga Nacional’, que em nove anos apenas viu “luz verde” quatro vezes, precisamente em 2005 (ano de lançamento), 2008, 2009 e agora 2013. A colheita de 2013 do ‘Herdade das Ser-vas Syrah Touriga Nacional Reserva tinto’ traz-nos um vinho límpido, de cor vermelho granado profundo. No nariz os aromas são de ameixa preta madura, mas estão tam-bém presentes notas florais de violeta, ca-cau e pimenta preta. Bem ao estilo deste produtor alentejano, é um tinto estruturado e bastante gastronómico, com acidez e taninos equilibrados num final persistente. Um vinho que pode ser bebido já, mas que ganhará nas mãos (e, principalmente, na boca) de quem tiver tempo e paciên-cia para o guardar em perfeitas condições – em local fresco e escuro com a garrafa deitada. Prevê-se uma longevidade entre 7 e 10 anos. Um tinto que à mesa pede carnes vermelhas e caça, queijos intensos e

dade”, afirma Filipe Roboredo Madeira, ad-ministrador da marca.

SOBRE OS VINHOS CARM PREMIADOSO Vinha da Urze Reserva 2013 está dis-ponível nas variantes de Branco e de Tinto. O tinto provém essencialmente das castas Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Na-cional. O branco, é feito a partir das castas Rabigato, Viosinho e Codega do Larinho. O CARM Reserva 2012 provém essencial-mente das castas Tinta Francisca, Tinta Ro-riz, Touriga Franca e Touriga Nacional.

enchidos. Deverá ser servido à temperatura de 16.º e 18.º. No que toca ao processo de vinificação, as uvas são seleccionadas na vinha e pos-teriormente na mesa de escolha à entrada da adega, desengaçadas e maceradas a frio. A fermentação ocorre em lagares com controlo de temperatura e pisa. Concluída a fermentação malolática, o vinho estagiou durante um ano em barricas de segundo e terceiro ano de car-valho francês e ameri-cano. Após engarra-famento repousou em garrafa durante nove meses na cave da Her-dade das Servas. Para preservar todas as suas qualidades este vinho não foi estabilizado, podendo naturalmente criar depósito.

Preço de Venda ao Público Recomendado: Herdade das Servas Syrah - Touriga Na-cional tinto 2013 - €15,00

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ARRÁBIDA MÍSTICA, NA SANTA SEXTA

FEIRA...Texto e Fotografia:José Carlos Callixto

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São centenas as pessoas que, organizadas em diferentes grupos, se juntam todas as Sextas-feiras Santas para percorrer os trilhos serranos entre Vila Nogueira de Azeitão e o Portinho da Arrábida. Um costume naquela vila, que vem desde tempos imemoriais.Há quem se recorde dos seus bisavós a subir as escarpas da serra com uma mula, para participar nas cerimónias pascais do Conven-to da Arrábida. Mas a origem da caminhada pascal também pode estar ligada aos percur-sos que os monges faziam entre o convento e a vila, para se abastecerem de víveres, ou à tradição dos “círios”, ou “sírios”, a Nossa Senhora do Cabo Espichel.

Em sexta feira santa, um convite para a mágica e mística Serra da Arrábida ... era portanto irrecusável. Particularmente se vindo, como veio, de quem a conhece quase como a si próprio... J.Quando, pelas nove da manhã, nos jun-támos assim mais de vinte amigos em Azeitão ... a vila fervia de gente. Eram largas centenas de caminheiros, escutei-ros, fuzileiros e outros forasteiros que ali se juntavam para a travessia da serra. O nosso mentor, contudo, tinha-nos reser-vado uma actividade mais tranquila, ao sabor do que nos fosse apetecendo.

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Lapa de Santa Margarida, 9:55h - Tinha começado uma caminhada mística, na mística Serra da Arrábida

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aO “meu” velho Portinho da Arrábida

A jornada começou na Lapa de Santa Mar-garida, onde se encontra uma capela do século XVII que guardava as imagens de Nª Srª da Conceição, Stº António e Stª Mar-garida. Neste lugar faziam-se muitas per-egrinações nos séculos passados, principal-mente os sírios dos pescadores, vindos nos seus barcos engalanados de todo o lado, e o ambiente tornava-se festivo mas de au-têntico recolhimento espiritual.Em frente da lapa, existe um penedo sobre o qual D. Álvaro de Lencastre, Duque de Aveiro, passava horas nas suas pescarias, ficando assim conhecido como o Penedo do Duque. Conta-se que ali apareciam monstros marinhos que apavoravam as pessoas, com metade do corpo humano e metade com caudas de peixes, cujas nar-rativas Damião de Góis recolheu e incluiu na sua obra Urbis Olisioponis.

A partir da Lapa de Stª Margarida, atravessámos o “meu” velho Portinho da Ar-rábida. Por momentos, pareceu-me recuar mais de 40 anos no tempo. Quantas vezes acampei naquela praia, na velha duna que a fechava a nascente, frente à velha Pedra da Anicha! Mas o “meu” velho Portinho da Arrábida esconde tesouros e segredos que o tempo guardou, para me serem re-velados nesta minha nova “juventude da vida”, com os meus novos companheiros de “aventuras” ... pelo meu “irmão” para quem a Arrábida é verdadeiramente mági-ca e mística! Efectivamente, foram preci-sos mais de 40 anos para vir a conhecer a Fenda da Arrábida, afinal ali bem perto de onde tantas vezes descia, entre a praia e a estrada “nova” que ligou o Portinho a Galapos e ao Outão.

O Portinho e a Anicha, do trilho que sobe em direcção à Fenda da Arrábida

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O “meu” velho Portinho da Arrábida No interior da mágica Fenda da Arrábida

O Portinho e a Anicha, do trilho que sobe em direcção à Fenda da Arrábida

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aNo interior da mágica Fenda da Arrábida

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Praia dos Coelhos, entre o Portinho e GalaposNo interior da mágica Fenda da Arrábida

A fenda da Arrábida é uma formação ge-ológica que assume a forma de autênticos corredores entre paredões rochosos verti-cais. Teve origem na disposição estrutural entre os calcários do Miocénico sobre os do Jurássico, que associado a uma forte erosão resultante da vertente resultou no escorregamento da parte inferior e no tom-bamento das camadas Jurássicas.A pausa para almoço foi na pequena Praia dos Coelhos, encravada entre o Portinho e a praia de Galapos. Pelo Creiro, regressá-mos ao Portinho, não muito longe da velha “fonte da paciência”, na qual passávamos horas a encher os cantis ... nas velhas “aventuras” de há mais de quatro décadas.Regressados ao Portinho, a mística da Sexta Feira Santa obrigava-nos a subir ao Con-

vento da Arrábida e a recepcionar a ener-gia das místicas cruzes de Monte Abraão, ali ... onde as nuvens de trovoadas se desfazem ou se afastam umas das outras, como se uma força interna as forçasse a isso. Ali ... no “triângulo magnético”, com o vértice voltado para baixo, que confere ao local uma poderosa energia que trans-mite a boa sensação de paz e de bem-estar a quem ali se vai extasiar! Aliás, na Capela do Bom Jesus, dentro da área do Conven-to, as bússolas não funcionam; por alguma razão ela foi construída naquele lugar...E, com o Sol a começar a partir ... demos por finda esta bela jornada por terras da Arrábida mística, na santa sexta feira. Sem dúvida mais um enriquecimento, nesta Ser-ra mágica tão perto da grande urbe.

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Regresso ao Portinho da Arrábida

Convento da Arrábida ... ou as memórias de Frei Agostinho da Cruz...

Estação arqueológica do Creiro

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O calvário das três cruzes místicas de Monte Abraão

E estamos de novo no Portinho da Arrábida

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“DAQUI MAIS SAUDOSO O SOL SE PARTE;DAQUI MUITO MAIS CLARO, MAIS DOURADO,PELOS MONTES, NASCENDO, SE REPARTE.”

(Frei Agostinho da Cruz, Elegia II)

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CAMINHO PORTUGUÊS4.º DIA DE “ARCADE” A SANTIAGO

Texto e Fotografia: António José Soares / http://coimbrasantiago.blogspot.pt/

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PELAS RIAS BAIXAS: PUENTE SAMPAYO, “VREA VELLA DE A CANICOUBA”, PONTEVEDRA.

Domingo, 14 de Setembro de 2014. Ar-cade, após uma tranquila e reconfortante noite de descanso, a manhã apresentava-se cinzenta ameaçando trazer alguma chuva.No “Lar de Pepa”, albergue em que per-noitei depois da extenuante e magnífica jor-nada de Caminha até Arcade, relatada na Edição 42 da “Passear”, mal saí do quarto, abeirei-me do terraço onde contemplei o casario que se estende até à ria de Vigo.Depois de examinar as nuvens e tentar adi-vinhar se a chuva me acompanharia na jor-nada, recolhi ao quarto com o intuito de ar-

rumar os alforges, inspeccionar a bicicleta e, por fim, partir para a derradeira jornada do Caminho Português de Santiago, pela Costa.Como no Lar de Pepa não serviam o pequeno almoço, essencial para um bom começo de jornada, em Arcade entrei na “Pasteleria - Bar Acuña”, onde me de-liciei com um excelente pequeno almoço, indispensável para ajudar a vencer os 80 km que faltavam concluir até Santiago de Compostela, que não se anteviam fáceis, face à possibilidade de ocorrência de muita

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chuva.Em “Puente Sampaio” a passagem sobre o rio Verdugo é efectuada através da Ponte Nova, ponte medieval de inegável beleza, construção de elevado valor arquitectóni-co. O seu enquadramento e o enorme es-pelho que as águas do rio proporcionam convidam à captação de raros instantâ-neos fotográficos.Bem no meio da ponte, uma pausa para uns momentos de conversa com duas simpáticas peregrinas naturais da Galiza, que acederam em captar o momento da

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Puente Sampaio - Rio Verdugo

minha passagem em Puente Sampaio. Depois de breves momentos de conversa sobre o “Caminho”, urgia prosseguir em direcção a Pontevedra.Com algum esforço lá fui subindo pelo an-tigo caminho empedrado, até à encruzil-hada para “Nuestra Señora de Amil”, por um troço frequentado desde épocas mais remotas e onde são bem visíveis as marcas das rodas dos carros, sulcadas ao longo do tempos nas velhas lousas.Os primeiros dez quilómetros, embora com a presença de alguma chuva, foram per-

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Puente Sampaio, Ponte Nova -Rio Verdugo

Puente Sampaio

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Puente Sampaio, Ponte Nova -Rio Verdugo

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Puente Sampaio

corridos com a enorme satisfação de per-correr de bicicleta os trilhos para Santiago. Mesmo enfrentando uma ou outra subida mais árdua, o esforço compensa qualquer sacrifício adicional, que apetece perpetuar, tal a beleza do percurso e a espiritualidade associada, tonifica o todo o esforço desen-volvido, rolongando uma sensação boa no tempo.A aproximação a Santiago de Compostela é sempre motivo de alegria e satisfação, mas, por outro lado, se pensarmos que é sinónimos de final de “Caminho”, com o inerente regresso ao bulício do quotidiano, então o sentimento é antagónico, advindo daí alguma insatisfação. É o Caminho...Pequenos momentos de conversa sucedi-am-se à medida que ia passando por pere-grinos, cada vez em maior número. Pouco depois de “Puente Sampaio” encontra-se um dos locais mais emblemáticos e inte-ressantes do Caminho Português, a “Vrea Vella de Canicouba” e a velha ponte desa-parecida que marcava o início da subida de “A Canicouba”. Com os chuviscos a borrifarem-me o rosto e obrigado a tirar os óculos, subi a bom ritmo, gozando depois a descida para Pontevedra, a rolar a muito boa velocidade.Domingo em Pontevedra, na cidade ainda adormecida, predominava a presença de peregrinos entre os poucos transeuntes e fascinas de estabelecimentos.Pontevedra dá também o nome à provín-cia, capital das “Rias Baixas”. É indubi-tavelmente uma das cidade históricas da Galiza, detentora de um vasto e valoroso património arquitectónico merecedor da nossa atenção.Depois de posar para a foto diante do sin-gular santuário da Virgem Peregrina, segui as vieiras, pela “Ponte do Burgo”, deixando para trás Pontevedra. Definitivamente, tinha abandonado a ideia de pedalar pela Rota

do Salnés, Variante Espiritual ao Caminho Português”, da qual encontrei as indi-cações, já fora da urbe, próximo da linha de caminho de ferro.Resolvi seguir pela rota tradicional, uma vez que a opção pelo Salnés implicaria mais um dia de caminho e ligeira derra-pagem nos custos da viagem. Adiei, assim, para uma próxima oportunidade.Após a passagem sob a linha do caminho de ferro, depois de uma ligeira subida al-cancei a Igreja de “Santa Maria de Alba” com uma imagem do Apóstolo no cemité-rio. Muito próximo fica o antigo lugar de “Goxilde”, onde o Arcebispo “Xelmírez” descansou com as suas hostes, a cami-nho de Compostela, depois de efectuar o famoso “Pío Latrocínio” de relíquias em Braga.Continuando a pedalar na manhã fresca e molhada, o verde sombrio da vegetação convidava ao recolhimento espiritual, mesmo a pedalar, ora pelos bosques de carvalhos, castanheiros e outras espécies, aqui e ali com pequenos cursos de água a completar um quadro paisagístico notável, ora por campos agrícolas tratados com afeição e harmoniosamente dispostos.O Caminho passa, entre outras, bem no centro das povoações das de Caldas dos Reis, Iria Flavia”, “Padrón”, “Esclavitude”, com a sua fonte milagrosa e o esplendor-oso exemplar do barroco que é o “San-tuário da Eslavitude”, séc. VII-XVIII.É assim, num cenário único, diversificado e em movimento, que se desenvolve com uma intensidade cada vez mais forte o Espírito do Caminho, seja por convicção religiosa ou outra de diferente natureza. o que importa é sentir o seu efeito.A forma de estar no Caminho propor-ciona e apela a conversas espontâneas, entre caminhantes, pessoas que têm se-guramente algo em comum: a paixão por

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TPeregrinas a Santiago

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Vrea Vella da Canicouba

Igreja Peregrina em Pontevedra

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TPonte do Burgo em Pontevedra

“Compostelae” ou Campo da Estrela.O convívio, a entre ajuda e a solidariedade, estão presentes em todos os que procuram vivências nas peregrinações a Santiago e assim é comum ouvir-se falar do Espírito do Caminho a todos quantos o percorrem ou percorreram.Um dos momentos mais gratificantes nes-ta minha última jornada aconteceu numa paragem para reabastecimento alimentar, efectuada no albergue “Catro Canos”, propriedade de Manuel, que junto com a família mantêm este mítico espaço aberto e proporcionam um acolhimento de ex-celência aos peregrinos, quer no trato ou no repasto.Enquanto me deliciava com uma porção de saborosa “tortilla”, plantei-me à conversa com Manuel, o estalajadeiro, quase es-quecendo o tempo a passar. Se dispusesse de mais tempo livre, teria certamente por

ali ficado uma tarde, a conhecer a região circundante.No “Catro Canos” estão assinalados 24 km na direcção de Ponte Pontevedra e 44 km a Santiago. Somando os cerca de 10 km de Arcade até Pontevedra, significa que já tinha pedalado cerca de 34 km.Antes de alcançar “Pontecesures” encon-trei dois portugueses de Viseu, a fazer pela primeira vez o Caminho de bicicleta, bons conversadores, acabámos por fazer parte do caminho juntos, mas perto do final pedi que fossem andando, uma vez que estava sempre a parar para captar imagens.Em virtude das inúmeras paragens efectua-das, que cortam sempre o ritmo, mesmo ao melhor ciclista, a jornada acabou por ser cansativa, também em razão dos quilóme-tros acumulados.Este ano foi algo diferente a chegada a Santiago, não foi possível aceder, como

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Ponte do Burgo em Pontevedra Em Santa Maria de Alba

é da tradição, à Praça do “Obradoiro”, a mesma estava cortada devido à última etapa da “Vuelta à España”.o que aliás me pareceu uma ideia irreflectida.Levar o circo de uma grande prova veloci-pédica para um espaço de características tão próprias, que nunca deve estar vedado a peregrinos! ... Enfim!…Logo que me acerquei das imediações da Catedral, desabou uma chuva copiosa. Carimbei a credencial na Oficina do Pere-grino, ainda tentei deambular um pouco pelas ruas, mas em dia de chegada da “Vuelta”, a cidade estava impossível, com imensa gente pelas ruas.Foi então que decidi partir de imediato em direcção à gare, onde, para além de ad-quirir bilhete, tratei de providenciar uma pequena refeição, para depois partir de comboio com intenção de pernoitar em Redondela.

Espírito do Caminho

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TPonto de encontro de peregrinos

O encontro com peregrinos foi uma constante

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Ponto de encontro de peregrinos

O encontro com peregrinos foi uma constante

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PASSEAR POR TRILHOS ROMÂNTICOS

Texto: Graça Imaginário Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

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O dia amanheceu frio e límpido em Sin-tra, sem uma única nuvem no céu, bom prenúncio para quem tinha escolhido des-vendar os encantos da serra, acompan-hando um trilho temático do Romantismo, sugerido pela empresa de animação turís-tica Lynx Travel.Ao contrário do que é habitual, desta vez a Passear não era a mentora do percurso, antes foi desafiada a descobrir as propostas da Lynx, pela mão do seu fundador José Dias Pereira. Esta empresa organiza viagens aventura, passeios culturais e experiências fotográficas, e convidou a Passear para testemunhar in loco o tipo de sugestões que está a promover. No ponto de encontro agendado, a primei-ra curiosidade com que nos deparámos é a aparente aura de mistério que envolve o trajeto. Mais do que enumerar o cardápio do passeio, o José exibe o seu melhor sor-

riso enigmático quando é inquirido pelo trilho a tomar, e repete (quase como um mantra) o mote da sua empresa: “Sempre por um caminho diferente”.Após um briefing sumário - e a promessa de cascatas, miradouros, emoções fortes e outras surpresas - o grupo iniciou o trajeto a partir do centro histórico da vila, na di-reção dos pontos de interesse que justificam o epíteto de ‘Sintra, a Capital Romântica’. Para citar algumas das referências incon-tornáveis do percurso, efetuámos paragens (i) no mítico Hotel Lawrence, inaugurado em 1764, o mais antigo da Península Ibéri-ca, imortalizado nas obras literárias de Eça de Queirós e Lord Byron. Aqui, cada quarto é único e genuíno, e não existem números nas portas, mas nomes com história; (ii) no miradouro do hotel da Quinta de Seteais; e (iii) na Quinta da Regaleira, construída en-tre 1904 e 1910, no derradeiro período da

Palácio Nacional de Sintra

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monarquia, e ampliada por Carvalho Mon-teiro detentor de uma fortuna prodigiosa, que lhe valeu a alcunha de Monteiro dos Milhões. Este singular projeto deve a sua genialidade ao criativo arquiteto e cenó-grafo italiano Luigi Manini (1848-1936) bem como à mestria dos escultores, cantei-ros e entalhadores que com este haviam trabalhado no Palace Hotel do Buçaco.Findo este preâmbulo urbano, o grupo foi finalmente convidado a iniciar a ascensão propriamente dita da serra, enveredando por uma azinhaga estreita e ladeada de muros cobertos de musgo, mergulhando enfim no luxuriante universo botânico de Sintra. Entra-se rapidamente numa outra dimen-são verdejante, com portentosas árvores centenárias e ponteada por enormes blo-cos rochosos. O culminar desta subida oferece uma recompensa pelo esforço: o

Penedo da Amizade, uma plataforma de granito que serve de miradouro com vista privilegiada para o Castelo dos Mouros e a montanha salpicada de magníficos edifí-cios: o palacete de Monserrate, a quinta do Relógio, a Vila Sassetti ou o Chalet Biester (com as suas torres bicudas e negras). Foi neste cenário mágico, bem conhecido dos amantes da escalada, desfrutando de uma excecional vista sobre a Vila de Sin-tra, a encosta Norte da serra, as zonas de Mafra/Ericeira e o oceano Atlântico, que o nosso Guia presenteou o grupo com um chá quente e retemperador, umas broas de mel e a leitura de uns versos de Lord Byron:

“ HÁ UM PRAZERNAS FLORESTAS DESCONHECIDAS.UM ENTUSIASMONA COSTA SOLITÁRIA.UMA SOCIEDADEONDE NINGUÉM PENETRAPELO MAR PROFUNDOE MÚSICA EM SEU RUGIR.NÃO AMO MENOS O HOMEM,MAS AMO MAIS A NATUREZA...”

Do nosso ponto de vista, estas linhas podi-am bem resumir a filosofia de Vida do José, um apreciador das Pessoas e da Natureza. Ele próprio se descreve da seguinte ma-neira: “O que me move? A minha Paixão... a minha vontade em querer ser melhor naquilo que faço, todos os dias. Exige mui-tos sacrifícios? Sei que sim, mas com força, coragem e talento tudo se consegue na vida (…)”

Palácio Nacional de Sintra Hotel de Seteais

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APRECIAÇÃO GLOBAL DO PERCURSO

O trajeto sugerido, com cerca de 10 km, é de baixa dificuldade e não apresenta obs-táculos preocupantes ou desmotivadores para os participantes. Alguns dos troços em circuito rodoviário são pouco seguros, por se tratar de vias estreitas e com curvas de fraca visibilidade, onde os automóveis circulam por vezes em velocidades pouco recomendáveis, mas tudo foi monitorizado com cautela. A zona de maior risco, no acesso e per-manência no Penedo da Amizade, foi ob-jeto de briefing de aconselhamento, tendo havido o cuidado de assegurar a presença de uma experimentada praticante de esca-lada, que falou sobre os principais cuida-dos a seguir. De valorizar o poder de comunicação do guia José Dias Pereira, e os detalhes de gen-

tileza que a Lynx proporcionou ao grupo: a distribuição de uma bebida quente e boli-nhos, o sorteio final de uma lembrança de doces típicos de Sintra, são pormenores que fazem a diferença e procuram fomen-tar a cumplicidade entre os participantes.Na nossa opinião, para sublinhar a des-ignação de “Trilho do Romantismo”, se-ria interessante dar um enquadramento um pouco mais aprofundado do contexto histórico, político e cultural das origens do movimento Romântico em Portugal.Globalmente, e sem desprimor da infor-mação prestada, o percurso natural que foi sugerido é suficiente para merecer a visita, oferece uma panorâmica agradável de Sintra e horizontes desafogados sobre as redondezas.

Quinta da Regaleira

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Quinta da Regaleira

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A EMPRESA, O QUE PRECISA SABER

A Lynx Travel é uma empresa de animação turística, constituída em 2011, que se de-dica ao planeamento e comercialização de propostas de passeios pedestres e culturais, explorando rotas naturais, históricas e gas-tronómicas. Opera a partir da sua sede, em Lisboa, cidade onde disponibiliza várias caminha-das temáticas, através da marca registada “Walk & Talk Lisboa”. Em termos de ativi-dades fora dos grandes circuitos urbanos, a Lynx Travel propõe roteiros nos parques naturais de Cascais, Sintra, Arrábida, es-tuário do Tejo, etc. O lema da Lynx – “Sem-pre por um caminho diferente” espelha a diversidade que a empresa quer imprimir aos serviços prestados, partindo constante-mente à descoberta de novos trilhos.A Lynx Travel assenta no carisma, energia e Paixão do seu fundador, José Dias Pereira, um entusiasta do turismo da natureza, de aventura e da espeleologia. Fiel ao espírito dos grandes exploradores que tanto admi-ra, José escolheu como marca da sua em-presa a imagem do lince ibérico (Lynx pardi-nus), sublinhando a sua identificação com a defesa de causas, como a preservação do património natural.

A este propósito, fazemos notar que os ele-mentos da Equipa usavam vestuário marca-do com este logotipo, o que consideramos um aspeto positivo, pois facilita a identifi-cação dos membros da organização. As tradicionais fotos de grupo que se captaram nos locais mais emblemáticos do trajeto os-tentaram a bandeira com o símbolo da Lynx Travel, o que denota não apenas o cuidado que a empresa tem com a sua imagem, como também a criação de um espírito de ‘comunidade’ entre os participantes do pas-seio, além de propagarem a marca nas re-des sociais onde as fotos são partilhadas.Para 2016, José Dias Pereira tem como ob-jetivos fundamentais reforçar a componente de recursos humanos da ‘família’ Lynx Tra-vel, com a contratação de novos elemen-tos para a Equipa, e continuar a apostar em destinos diferenciados, dentro e fora do país, aumentando a distância e a duração dos percursos, com possibilidade de per-noita.

Para acompanhar as atividades da Lynx Travel, sugerimos a consulta do website da empresa, em http://lynxtravel.wordpress.com/, e da sua página de Facebook.

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A equipa Lynx Travel

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A equipa Lynx Travel

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IR P’RA FORA CÁ DENTRO

Texto: Graça Imaginário Fotografia: Passear

A BTL - FEIRA INTERNACIONAL DE TURISMO TRANSFORMA ANUALMENTE A CIDADE DE LISBOA NUMA MONTRA ECLÉTICA DE PROPOSTAS QUE VISA DIVULGAR O QUE PORTUGAL TEM DE MELHOR EM MA-TÉRIA DE OFERTAS DE INTERESSE TURÍSTICO, QUER PARA OS PROFISSIONAIS DO SECTOR, QUER PARA O PÚBLICO EM GERAL. A EQUIPA DA ‘PASSEAR’ ESTEVE PRESENTE NO CERTAME PARA TESTEMUNHAR, FOTOGRAFAR, VER, OUVIR, CONVERSAR, TESTAR, PROVAR E LEVAR ATÉ SI UMA SELEÇÃO DE TEMAS QUE SE DESTACARAM PELA SUA ORIGINALIDADE, INTERESSE OU NOVIDADE.

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mO número de visitantes alcançado nesta edição, 75.428, representa um aumento de 4% face a 2015 sendo que 36.116 repre-sentam os profissionais do sector e 39.302 foram consumidores finais. Estes números representam um aumento de 3% e 6% res-pectivamente.

APRECIAÇÃO GERALQuando se acede aos pavilhões da feira, a primeira impressão é que muitos visitantes apenas esperam ser ‘alimentados’, numa estrita ótica de quem vagueia pelo recinto a degustar compulsivamente pastéis de nata, rodelas de enchidos ou cálices de porto com a mesma avidez com que disputam sacos, prospetos, flyers, canetas e blocos. Invadem os stands sem perguntas, sem critérios, sem espírito crítico e sem pudor. Apenas para se apossar dos produtos gratuitos que estão à sua disposição.No entanto, enquanto espaço de exi-bição das últimas tendências do mercado, acreditamos que a maioria dos visitantes da BTL alimenta outro tipo de expectativa: ser positivamente surpreendido pelas propos-tas cada vez mais criativas ou arrojadas dos agentes do mercado turístico. Fomos à procura da Diferença.A atratividade turística de Portugal combina a riqueza da monumentalidade histórica com a beleza da paisagem natural e a au-tenticidade do património imaterial. Quan-to aos Viajantes, nacionais ou estrangeiros, que querem (re)conhecer o país, mostram-se cada vez mais abertos a dar preferência a novas experiências e a descobrir não ape-nas os lugares, mas sobretudo quem os habita. Em suma, procuram ‘fugir’ do tu-rismo no seu conceito mais tradicional e an-tes privilegiam os elementos diferenciadores que enriqueçam a sua viagem, tornando-a única e inesquecível.Os agentes do sector, sejam eles públicos

Manteigas

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ou privados, permanecem atentos às variações nas tendências da procura, renovando as suas propostas turísticas de acordo em dois grandes eixos: a cria-tividade e a segmentação. Assim, as sug-estões que encontrámos procuram satis-fazer o grau cada vez maior de exigência e sofisticação do Cliente, e dirigem-se a nichos cada vez mais afinados de públicos-alvo. Expressões como ecotur-ismo, birdwatching, cicloturismo, glamp-ing (um mix de camping com glamour), enoturismo, turismo gastronómico, cul-tural, religioso, de saúde e bem-estar ou de negócios, fazem parte do léxico dos agentes do sector, cada vez mais aposta-dos em direcionar ofertas personalizadas aos apreciadores da natureza, aves, bici-cletas, vinhos, e assim por diante. De notar que muitas destas ideias ino-

vadoras estão a ser desenvolvidas por em-preendedores de pequena dimensão, cujos projetos impulsionam as novas tendências do sector em Portugal. Consciente desta dinâmica, a edição de 2016 da BTL voltou a dedicar um espaço no recinto à promoção das startups nacionais dedicadas a projetos turísticos. Além da oportunidade de divul-gação dos seus produtos e serviços, as micro e pequenas empresas puderam beneficiar de uma significativa plataforma de promoção e networking profissional, naquela que, para muitos, foi talvez a sua ‘primeira viagem de negócios’ internacional.

TENDÊNCIASQuem segue regularmente a BTL tem opor-tunidade de acompanhar as várias facetas que o Turismo em Portugal tem vindo a rev-elar em cada nova edição, que já ultrapas-

Miranda do Corvore

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sam em muito a tradicional conotação de destino “sol e mar”. A reforçar esta ideia, e tendo em conta que o Algarve foi este ano o destino convidado nacional da feira, é sintomático verificar que a oferta desta região não se resume à promoção das suas afamadas praias, mas aposta forte no turismo de natureza, de saúde, de negócios, no golfe, touring e náutica, numa estratégia não apenas de diversifi-cação mas também de combate à sazo-nalidade.Neste contexto, assistimos a uma apre-sentação interessante sobre Turismo Cria-tivo, um sector em plena expansão que fomenta a participação dos Viajantes em atividades criativas, em conjunto com a população local. O Município de Loulé aderiu em 2015 à Rede Internacional de Turismo Criativo (“Creative Tourism Net-

work”), uma clara aposta na valorização da identidade da região. A iniciativa “Loulé Criativo Turismo” apresenta um programa diversificado de experiências de aprendi-zagem, promovido através de parcerias com vários agentes locais, artesãos, em-presas e artistas, dispostos a abrir as por-tas aos visitantes, para lhes dar a oportu-nidade de descobrir a cultura através da arte, do artesanato, da gastronomia e do património.O jargão “Portugal está na moda” explica-se porque os players do sector têm con-seguido distinguir-se pela inovação e dife-renciação das suas propostas, recuperando usos e costumes, enaltecendo tradições, em suma, respeitando a Essência do que é ‘Ser Português’. É esta autenticidade dos locais, dos sabores regionais e da História que é cada vez mais valorizada pelos Via-

Pampilhosa da SerraMiranda do Corvo

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jantes que procuram o que é genuíno, ao mesmo tempo que desejam sentir-se parte integrante do meio que visitam.

NOVIDADESPela primeira vez, a BTL promoveu um Fórum de Empregabilidade com o obje-tivo de reunir as empresas do sector do Turismo, com interesse na contratação, e os potenciais candidatos.Considerando a forma criativa, inovado-ra e veloz como o mercado do Turismo tem evoluído em Portugal nos últimos anos, fomos conversar com alguns dos empresários do sector para tentar traçar o perfil do “candidato ideal” que atual-mente corres-ponda às novas exigências da profissão. Efetivamente, as opiniões recolhidas corroboram a perceção de que se procura captar Talento, mas que

há novos re-quisitos que se sobrepõem à competência técnica, formação aca-démica ou à idade. As empresas de ani-mação turística, sobretudo as que atuam em áreas de turismo personalizado, val-orizam as chamadas ‘soft skills’ e referem a necessidade dos candidatos possuírem uma atitude positiva, fortes capacidades de comunicação, de adaptação e de en-tusiasmo pela atividade. A esta Atitude, a que alguns apelidaram de ‘Factor X’, cor-responde a aptidão de gerar Empatia com os Clientes. Outra novidade da Feira resultou da primeira parceria celebrada entre a BTL e a Talkfest (‘International Music Festivals Forum’) com o propósito de sublinhar o papel dos festivais de música como el-emento de atração turística. Este espaço albergou a 5ªedição deste fórum interna-

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cional e pretendeu promover o negócio e o networking entre todos os que trabalham na área dos festivais de música e eventos culturais (e.g. promotores, produtores, artistas, imprensa, etc.) e os operadores turísticos que atuam neste nicho de mer-cado.

... A NÃO PERDER DE VISTAO ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo - evento pioneiro no panorama nacional e internacional, or-ganizado pela APTUR (Associação Por-tuguesa de Turismologia) e pela BRIDGE – Events and Entertainment, com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. Este festival pretende ser um polo de criatividade e inovação no domínio da promoção turística, sublinhando o papel dos contributos criativos do cinema e do audiovisual, através do trabalho de produ-tores, realizadores, criativos e peritos nas estratégias de marketing.A 9ª edição deste festival terá lugar de 19 a 22 de Outubro de 2016 na cidade de Vila Nova de Gaia. Para saber mais, sug-erimos a consulta da página www.aptur.net/artetur/, onde poderá obter mais in-formação e visualizar os filmes promocio-nais que venceram o último certame (e.g. http://www.aptur.net/artetur/filmoteca-ga-leria.php?id=1656).

“Em Bijeu não se fala achim!” – na pre-sente edição da BTL, 2017 foi declarado pelo Presidente da Câmara como “o ano oficial para visitar Viseu”. A Feira foi o palco escolhido para a apresentação da nova plataforma Visit Viseu, uma pá-gina na Internet que organiza toda a in-formação turística da cidade, desde os monumentos mais emblemáticos, até ao alojamento, passando pelas quintas vinhateiras e pelos museus, além de dar conta dos eventos que acontecem ao lon-go do ano. Para saber mais, sugerimos a consulta a http://visitviseu.pt/, site que está dividido em quatro áreas temáticas: Cidade de Viriato, Cidade Vinhateira, Ci-dade-Jardim e Cidade de Eventos.De entre os vários motivos para (re)desco-brir a região, destacamos a celebração do centenário do Museu Nacional Grão Vasco, o qual foi instituído em Viseu a 16 de março de 1916. Este importante e em-blemático núcleo museológico detém um conjunto notável de pinturas de retábulo, da autoria de Vasco Fernandes (c. 1475-1542), o Grão Vasco. O Museu situa-se no antigo palácio dos bispos, do século XVI, ao lado da catedral; entre 2001 e 2003, o edifício granítico foi objeto de uma intervenção de autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura; em 2015, foi re-qualificado como ‘Museu Nacional’.

Viseu

“PELA PRIMEIRA VEZ, A BTL PROMOVEU UM FÓRUM DE EMPREGABILIDADE COM O OBJETIVO DE RE-UNIR AS EMPRESAS DO SECTOR DO TURISMO, COM INTERESSE NA CONTRATAÇÃO, E OS PO-TENCIAIS CANDIDATOS."

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DESTAQUES BTL 2016Texto: Vasco de Melo Gonçalves Fotografia: Passear

AS INICIATIVAS, DURANTE A BTL, SÃO MUITAS MAS GOSTARIA DE DESTACAR AS QUE ACHEI MAIS RELEVANTES: LANÇAMENTO DO GUIA “TRANSALENTEJO – PERCURSOS PEDESTRES DO ALQUEVA”; ZASNET E A RESERVA DA BIOSFERA TRANSFRONTEIRIÇA MESETA IBÉRICA; ALENTEJO FEEL NATURE – REDE DE PERCURSOS EM NATUREZA; GUIA DA NATUREZA VALE DO TUA, 4º FESTIVAL DE CAMINHADAS DE AMEIXIAL E O ALGARVE COMO DESTINO CONVIDADO.

Guia “TRANSALENTEJO – Percursos Pedestres do Alqueva”Trata-se de uma publicação bilingue (português-inglês) editada pelo Turismo do Alentejo com um conjunto de 11 percursos idealizados por diversas autarquias. A coordenação do projeto esteve a cargo da SAL. Cada percurso tem uma pequena descrição composta por texto e imagens e, é acompanhado por um mapa baseado na cartografia do Instituto Geográfico do Exército.Os percursos pedestres desenvolvem-se na zona de influência do Lago do Alqueva e do rio Guadiana.

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ZASNET e a Reserva da Biosfera Trans-fronteiriça Meseta IbéricaJoana Branco apresentou o projeto da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Me-seta Ibérica. A Reserva da Biosfera Trans-fronteiriça Meseta Ibérica, com uma área de 1.132.606 ha, engloba 12 municípios do Nordeste Transmontano (Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Moga-douro, Vila Flor, Vimioso, Vinhais); 48 municípios da província de Zamora e 27 municípios da província de Salamanca. Todo este território vai ser sinalizado para atrair turistas a estas rotas, aumentar o sentimento de pertença da população do território, almejando fixar pessoas para viver e trabalhar, apostando na valorização económica dos ativos do património natural e cultural.

Alentejo Feel Nature – Rede de Percursos em NaturezaO guia impresso da Rede de Percursos em Natureza foi apresentado no stand da ERT do Alentejo.O projeto Alentejo Feel Nature - rede de percursos em natureza, integra-se na Es-tratégia Territorial Provere Inmotion, da responsabilidade da Comunidade Intermu-nicipal do Alto Alentejo. Tendo por mote a valorização dos recursos endógenos e a dinamização de atividades lúdicas e turísticas integradas em sítios e áreas classificadas, a rede corresponde a 600 km de percursos pedestres, em peque-na e grande rota, que cruzam os 15 mu-nicípios do Alto Alentejo.Através de velhos caminhos, pelas encos-tas, vales e cumes do Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM), pelas margens de albufeiras, do rio Tejo ou do rio Sever, entre carvalhos, azinheiras ou oli-veiras, Alentejo Feel Nature é um desafio a todos os sentidos para uma experiência de sensações.A Rede reencontra factos da História de Portugal e faz descobrir as paisagens e os valores naturais que justificaram a cri-ação do PNSSM e de mais 10 outras áreas que integram a Rede Natura 2000 no Alto Alentejo.

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Guia da Natureza Vale do TuaA Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua lançou um magnífico Guia de Natureza dedicado ao Vale do Tua. Para José Fontes Cascarejo, diretor do Parque Natural Regional do Vale do Tua, com esta publicação “...pretende-se atingir dois objetivos, que se comple-mentam, no sentido de dar a conhecer e promover o território do Vale do Tua: por um lado, a aposta na biodiversidade e nas potencialidades do Património Natu-ral; por outro lado, promover os fatores distintivos dos cinco municípios – Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor – que fazem parte do PNRVT. Em síntese, queremos que o Turismo de Natureza, possa constituir-se como um complemento às atividades económi-cas tradicionais, de cariz marcadamente agroalimentar, ajudando a promover o desenvolvimento local”.

4º Festival de Caminhadas de AmeixialO 4º Walking Festival Ameixial é uma ini-ciativa do Município de Loulé e da QRER - Cooperativa de Desenvolvimento dos Ter-ritórios de Baixa Densidade, com organi-zação da Proactivetur, do Projecto ESTELA.O WFA tem a parceria da Junta de Fregue-sia de Ameixial, do Grupo Desportivo de Ameixial, da Direcção Geral do Património Cultural, do Museu Municipal de Loulé, do jornal Sul Informação e com o apoio da Região de Turismo do Algarve.A edição de 2016 que decorrerá de 22 a 25 de Abril está repleta de atividades e, para saber mais, consulte: http://wfameixial.qrer.pt/wp/

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Algarve o Destino convidadoO Algarve foi o destino convidado da edição deste ano da Bolsa de Turismo de Lisboa. Desidério ??, Presidente da Região de Turismo do Algarve, apresentou novos projetos para região entre os quais duas novas apps para dispositivos móveis – Rota Omíada e Eventos, o livro infantil “Algarve, quem és tu?” e a 2.ª edição da Algarve Nature Week.Com a nova aplicação da Rota Omíada, o utilizador poderá explorar a rota no Al-garve, de forma fácil e intuitiva, com re-curso a um mapa da região com 14 lo-calidades e descobrir os vários pontos de interesse. No mapa é aplicado um filtro cromático que simula a cartografia usada pelos antigos navegadores. A Rota Omía-da é um percurso turístico transnacional que percorre o legado da dinastia árabe omíada na cultura e património de vários países mediterrânicos, entre os quais Por-tugal.Em relação à Algarve Nature Week, esta

segunda edição traz mais um dia de even-to e uma eco meia maratona que se junta ao extenso programa de animação ao ar livre. Batismos de mergulho e de surf, in-teração com burros e cavalos, observação de aves e cetáceos, passeios de bicicleta, caminhadas pela serra e passeios de barco pela Ria Formosa e pelas grutas e algares da região são apenas alguns exemplos das atividades que estarão disponíveis a preços especiais durante o evento e que podem ser consultadas em www.algarve-natureweek.ptOutro tema em destaque é o Cycling (ciclismo e cicloturismo), nicho do turismo de natureza em desenvolvimento no Al-garve. O projeto Cycling Algarve da Fede-ração Portuguesa de Ciclismo, com 47 percursos identificados para o ciclismo de estrada, e ainda o estudo sobre passeios pedestres e turismo ciclável promovido pelo Aeroporto de Faro, em parceria com a RTA e o Turismo de Portugal.

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- EQUIPAMENTOS

- CAMINHADA:

GERÊS, AS 6 PONTES

- ARTIGO TÉCNICO:

COMO CUIDAR DOS SUS CALÇADOS

DE CAMINHADA

- ARTIGO TÉCNICO:

GERIR O SEU RITMO DE CAMINHADA

(veja nas páginas seguintes como proceder)

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