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Berta Nunes Nova Secretária de Estado das Comunidades Colóquio celebrou 100 anos de ensino de português na Sorbonne 07 National 2: Lusitanos de Saint Maur venceu ao SC Bastia 14 Obras de Joana Vasconcelos para a Roche Bobois expostas em Paris 09 Paulo Pisco e Carlos Gonçalves reeleitos Deputados Edition nº 388 | Série II, du 23 octobre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE José Luís Carneiro passa a ser o número 2 do Partido Socialista Diário Trás-os-Montes 03 05 03 PUB PUB Portugal participa no Mundial de Pelota Basca em Oloron Ste Marie 13 Foi Presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé

Paulo Pisco e Carlos Gonçalves reeleitos Deputadospapel de Alain Oulman, homem de muitas vidas, no lançamento interna - cional da cantora. No mesmo dia 26, mas no coração do “Plateau

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Page 1: Paulo Pisco e Carlos Gonçalves reeleitos Deputadospapel de Alain Oulman, homem de muitas vidas, no lançamento interna - cional da cantora. No mesmo dia 26, mas no coração do “Plateau

Berta NunesNova Secretária de Estado das Comunidades

Colóquio celebrou 100anos de ensino de português na Sorbonne

07

National 2: Lusitanos deSaint Maur venceu ao SC Bastia

14

Obras de JoanaVasconcelos para a RocheBobois expostas em Paris

09

Paulo Pisco e CarlosGonçalves reeleitosDeputados

Edition nº 388 | Série II, du 23 octobre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais

GRATUITEDITION FRANCE

José Luís Carneiropassa a ser o número 2do Partido Socialista

Diário Trás

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Portugal participa noMundial de Pelota Bascaem Oloron Ste Marie

13

Foi Presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé

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LUSOJORNAL02 OPINIÃO 23 octobre 2019

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, AntónioMarrucho, Carla Lobão, Céline Pires, Clara Teixeira, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), José Paiva(Mónaco), Lia Gomes, Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro(Lyon), Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Vítor Santos | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga,Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: octobre 2019 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Não vamos ter Ministério das Comu-nidades, nem da Diáspora, nem coisaparecida. O Governo já está consti-tuído e pronto a tomar posse. Mesmoa Secretária de Estado das Comuni-dades Portuguesas - aquela quemais diretamente nos interessa.Com a saída de José Luís Carneiropara número 2 do Partido Socialista,já se sabia que teríamos um novo Se-cretário de Estado. Ou Secretária deEstado, porque desde ManuelaAguiar que mais nenhuma mulher setinha sentado na cadeira do “Entre-solo” das Necessidades.Foram dias de suspense! Quem seria?Fizeram-se conspirações pelos cor-redores, mandaram-se mensagens àprocura de algum “furo”, de alguémque soubesse de alguma coisa e sedescaísse com a informação. E aca-bou por descair. A Secretária de Es-tado foi dada como certa pelacomunicação social, antes mesmo doPrimeiro Ministro confirmar.José Luís Carneiro foi um bom Secre-tário de Estado. É verdade que teve asorte de ter um Ministro interessadopelas questões das Comunidades.Como o deve invejar José Cesário, aquem saiu, na “roda da sorte” umaMinistra Teresa Gouveia ou um Minis-tro Paulo Portas… que não ligaramnada a estas questões.Mas quem poderia escolher AntónioCosta para Secretário de Estado?Para alguns foram dias de tortura!Sobretudo aqueles que dormiramcom o telemóvel debaixo da almo-fada, não fosse António Costa sur-preendê-los durante o sono com umconvite esperado. Sobretudo nestemundo bruto ao qual nos habitua-

mos de querer tudo rapidamente, deseguida e sem esperar.António Costa também é assim, nemesperou pelo fim do processo eleito-ral (que só acabou ontem) para cons-tituir o Governo, aliás a pedido doPresidente da República, Marcelo Re-belo de Sousa, também ele apres-sado.Foi um descuido democrático! Semimportância nenhuma do ponto devista prático, porque já se sabia quequalquer que fosse o resultado dovoto dos emigrantes, não haveriamudanças de contexto político. Massimbolicamente foi mal feito… So-bretudo quando se apelou, durantesemanas, para que os emigrantes vo-tassem, dizendo-lhes que o votodeles também contava!Demonstrar assim, descaradamente,que o voto dos emigrantes não con-tou para nada, não foi elegante, nemsimbólico. Mas o mal está feito e nãose fala mais no assunto.Voltando à escolha de António Costa:optaria pela competência?Pelo passado já tivemos Secretáriosde Estado que conheciam as Comu-nidades e as suas problemáticas,como por exemplo José Cesário ouCarlos Gonçalves, mas também já ti-vemos gente que não estava relacio-nada com esta área de intervenção,como foi o caso de José Lello, de An-tónio Braga ou até de José Luís Car-neiro.Não foi por não ter relação com otema que José Luís Carneiro e JoséLello, não foram bons Secretários deEstado, que a verdade seja dita,mesmo se haverá sempre quem con-teste, claro.

António Costa tinha sempre namanga Paulo Pisco. Há anos que éDeputado pelo círculo eleitoral daEmigração. Se não é conhecedordos assuntos, quem poderá ser?Resta saber se depois tinha jeito…Mas isso só saberíamos depois determinado o mandato, como paraqualquer outro membro do Go-verno.Paulo Pisco já tinha perdido uma boaocasião de ser Secretário de Estadoem 2015 e voltou a agora a perderuma excelente ocasião para ocuparo posto. Provavelmente nunca estevetão próximo de o ser. Se já em 2015não tinha apreciado nada - masmesmo nada - ter sido trocado porJosé Luís Carneiro, desta vez não vaicertamente apreciar ter voltado aficar na “valeta”.Vale-lhe o facto de ter sido candi-dato, cabeça de lista e eleito Depu-tado por mais uma Legislatura. Eraalgo que não estava garantido háainda poucos meses. E é certo que

lhe correu bem a campanha eleitoral,com organização e metodologia.O seu concorrente mais direto, CarlosGonçalves, ainda apanhou um “furo”de seis meses, e chegou ao Governo,quando Pedro Santana Lopes foi umefémero Primeiro Ministro. Não lheserviu de nada para mostrar oquanto a competência na matéria lhepoderia ser útil no desempenho dassuas funções, mas acrescentou-lheuma linha importante no currículo.Mas quase sempre, a escolha dos Se-cretários de Estado foge às regrasmais básicas. A José Lello foi neces-sário dar-lhe um posto no Governo ecalhou esta função, António Bragasempre sonhou ser Ministro da Edu-cação, mas José Sócrates deu-lhe o“castigo” das Comunidades. E JoséLuís Carneiro era um “Segurista” queera necessário guardar por perto ecalhou-lhe as Comunidades. Foi olugar mais “chato” que António Costatinha à mão naquela altura.Desta vez era necessário recompen-

sar Berta Nunes pelos “bons servi-ços” durante a campanha eleitoral.Estamos mesmo a imaginar o tipo dediálogo:- Temos de dar um lugar a BertaNunes, que deixou a Câmara de Al-fândega da Fé para tentar ganhardois Deputados socialistas em Bra-gança, mas não foi eleita.- Só temos as Comunidades…- Que fique com as Comunidades.Quem foi Presidente de uma Câmaramunicipal, num dos concelhos maisisolados do país, saberá adaptar-sea qualquer missão!E se fosse um lusodescendente? Ouuma lusodescendente, claro.António Costa gosta dos simbolis-mos. Porque não escolheu Nathaliede Oliveira, por exemplo, que, tam-bém ela, ficou às portas do Parla-mento? Uma jovem lusodescendenteno Governo… era uma mensagemque António Costa poderia ter dadoà emigração.Até porque Nathalie de Oliveira temficado à porta de tudo. Ficou à portado Parlamento francês, numa eleiçãoque ficou marcada pelo “effet Ma-cron” e agora ficou à porta do Parla-mento português.Mas a escolha de António Costa foioutra. Escolheu Berta Ferreira Nunes.Resta esperar que Berta Nunes sejaa melhor das Secretárias de Estado.José Luís Carneiro deixou-lhe umafasquia alta. E quem sabe se ela seinspira em Maria Manuela Aguiar, aúnica mulher que ocupou esta pastae que deixou marcas fortíssimas nasua governação.Se o mandato lhe correr bem, todosnós ganharemos.

As escolhas de António Costa para Secretário de Estado das ComunidadesOpinião de Carlos Pereira, Jornalista, Diretor do LusoJornal

Esta é uma crónica que, antes de ga-nhar fôlego para os dias que lhecabem, exige um balanço… Porque osacontecimentos da semana passadaforam suficientemente ricos paradeles falarmos uma segunda vez epodermos mesmo prever-lhes maté-ria para crónicas futuras.Falemos para já de duas dimensõesaparentemente opostas: a seriedadee o tempo lento da universidade e avertigem do mercado da música ur-bana.O Centenário do Ensino do Portuguêsna Sorbonne (e, por extensão atualem cerca de duas dezenas de outrasuniversidades francesas), para alémdas presenças oficiais da praxe nasessão de abertura, e para além dasmesas especializadas, que durantedois dias foram concorridas por es-pecialistas e estudantes, mereceu,por parte do MNE, não um discurso“da praxe” mas uma preclara leiturada atualidade e modalidades de fu-turo do português (que caracterizou

como “língua de múltiplas centrali-dades”) à escala do mundo e à escalade todo um século.Na sua décima edição o FestivalMaMa, organizado por Fernando La-deiro Marques, reunindo cerca de6.000 profissionais de todo o mundoe apresentando, no eixo Pigalle/Cli-chy, 120 concertos e 150 encontrosem 3 dias deu palco a produtores e acinco músicos portugueses. Os moti-vos de otimismo estão nas conferên-cias de imprensa cheias, nosconcertos plenos de êxito, na passa-gem discreta do MNE, cujo Ministérioatravés do Camões apoia a plata-forma Portugal Muito Maior, conce-bida por João Gil, procura criar umarede mundial de criadores e consu-midores de música portuguesa.Finalmente: sábado, teve lugar o ter-ceiro encontro AGRAF (Associaçãodos graduados portugueses emFrança), reunião de investigadores ecientistas de origem portuguesa(aqui formados ou não) mas vivendo

e trabalhando em França, que nãonoticiámos pelo carácter restrito dosconvites. Fez-se um diagnóstico cer-teiro da situação profissional destegrupo de “novos” emigrantes, da suamobilidade, das dificuldades de in-serção e também dos seus êxitos.Na abertura, o Embaixador de Portu-gal exortou-os a prosseguir a atitudede ousadia e risco que os fez aquichegar: abrirem-se ao mundo que osrodeia, darem de si a visão de umnovo tipo de associação não comu-nitarista mas articulando perfeita-mente as questões de identidadecom as da universalidade.É tempo de atacarmos a nova se-mana:Dia 21, segunda-feira, Anne Métallierfesteja, na Discoteca La Java, emParis, os seus 40 anos de vida edito-rial, parte dela dedicada a promovera literatura portuguesa e lusófonaatravés uma coleção especial, diri-gida por Pierre Leglise-Costa. Recor-demos que a primeira tradução de

Lobo Antunes em França aconteceuaqui.Dia 22, terça-feira, às 20h30, no Forumdes Halles, Pedro Lino apresenta umdocumentário onde procura seguiros traços de vida de um misteriosopersonagem, pioneiro do cinemaportuguês, Rino Lupo - a obra contacom numerosas imagens captadaspor Manoel de Oliveira, seu contem-porâneo.Dia 26, sexta-feira, às 18h00, na Mai-son du Portugal da Cidade Universi-tária, integrando o Festival de Jazzlocal, o agrupamento Jardim Jazz, sobtexto de Lídia Jorge e a partir de letrase músicas originais, apresenta “Oul-man e Amália” referindo o decisivopapel de Alain Oulman, homem demuitas vidas, no lançamento interna-cional da cantora.No mesmo dia 26, mas no coração do“Plateau des Mille Vaches”, em Mey-mac, no Centro de Arte que acolheuno ano passado uma vastíssimaapresentação de arte portuguesa, 25

janelas do antigo Convento de SaintAndré serão decoradas pelo artistaportuguês André Garcia assim inte-grando o tradicional projeto do “Ca-lendrier de l’Advent” que ele coloca,este ano, sob o tema da emigração.Finalmente, às portas de Paris, pros-segue em Montrouge a Bienal de laJeune Création Européenne ondePortugal se encontra tradicional-mente representado: desta vez comuma dezena de artistas escolhidospor António Cardoso, Diretor doMuseu Amadeo de Souza-Cardoso,em Amarante. E, de Esmeralda daCosta, também jovem videasta, resi-dente em França, termina dia 25, emArcueil, no espaço Anis Gras, uma ins-talação, “altera(c)tions”, onde a ar-tista interroga os temas de crise daatualidade: o corpo, a tecnologia, anatureza.Esta crónica é difundida todas as se-manas, à segunda-feira, na rádio Alfa,com difusão antes das 7h00, 9h00,11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

Um balanço cultural da semana passada para ganhar fôlego para esta semanaOpinião de João Pinharanda, Conselheiro cultural da Embaixada de Portugal

Lusa / José Sena Goulão

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LUSOJORNAL POLÍTICA 03

José Luís Carneiro passaa ser “númerodois” do Partido Socialista

O até agora Secretário de Estadodas Comunidades Portuguesas,José Luís Carneiro, vai substituirAna Catarina Mendes nas funçõesde Secretário-geral adjunto do PS,disse hoje à Lusa fonte oficial doPartido.Com a indicação para “númerodois” da Direção do PS, José LuísCarneiro não vai integrar o pró-ximo Governo socialista lideradopor António Costa, já que estelugar foi precisamente introdu-zido em dezembro de 2015 paraseparar as esferas governativa ede Direção partidária.Fonte oficial dos socialistasadiantou também à Lusa que JoséLuís Carneiro deverá ser votadopara o cargo de Secretário-geraladjunto na primeira reunião daComissão Nacional do PS, aindasem data marcada.O ainda Secretário de Estado dasComunidades Portugueses foi umdos elementos do “núcleo duro”do anterior líder do PS, AntónioJosé Seguro, e como Augusto San-tos Silva é dado como certo nasfunções de Ministro dos NegóciosEstrangeiro, havia a probabili-dade de José Luís Carneiro conti-nuar a ser Secretário de Estado.

António Costasaúda “enormeparticipação”de residentesno estrangeiroO Primeiro Ministro António Costa,saudou a “enorme participação”dos eleitores residentes no estran-geiro, que nas legislativas de 06 deoutubro aumentou seis vezes “paraos 154 mil votantes”, face ao escru-tínio anterior.“Enquanto Primeiro-Ministro, querosaudar a enorme participação dosPortugueses residentes no estran-geiro, aumentou seis vezes a parti-cipação, o que mostra bem aprioridade que definimos - de re-forçar os laços de coesão entre acomunidade residente no territórionacional e as Comunidades dadiáspora, reforçar os mecanismosda sua participação cívica - foramum sinal importante que se tradu-ziu num aumento de uma participa-ção eleitoral na casa dos 25 milvotantes para 154 mil votantes”,disse António Costa.

Berta Nunes é a nova Secretária de Estado das ComunidadesNo momento em que se fecha estaedição do LusoJornal, a notícia aindanão é oficial, mas Berta Nunes, a antigaPresidente da Câmara Municipal de Al-fandega da Fé, vai ser a nova Secretáriade Estado das Comunidades, substi-tuindo José Luís Carneiro.Berta Nunes suspendeu o mandato dePresidente da Câmara Municipal emjulho último para ser candidata a De-putada nas listas do Partido Socialistano distrito de Bragança, só que acaboupor não ser eleita e herda agora umposto no Governo.Berta Nunes era a segunda candidata,depois de Jorge Gomes, na esperançaque o PS ganhasse dois dos três De-putados do distrito. Mas o PSD voltoua eleger dois Deputados, e BertaNunes não entrou no Parlamento.Desde logo se falava na sua possívelentrada no Governo.Berta Nunes nasceu em Santa Mariade Lamas, no concelho de Santa Mariada Feira e é médica. Tem 64 anos, é li-cenciada pela Faculdade de Medicinada Universidade do Porto, em 1980 edoutorada em Medicina Comunitáriaem 1996 no Instituto de Ciências Bio-médicas Abel Salazar.Desde 1985 que exerceu medicina noCentro de Saúde de Alfândega da Fé,tendo exercido funções em várias ins-tituições relacionadas com a saúde:membro do Conselho Consultivo e daComissão da Federação Nacional dosSindicatos Médicos (FNAM), pertenceu

ao WONCA Rural, um grupo de médi-cos rurais a nível mundial que estudae investiga as especificidades dos pro-blemas de saúde nas zonas rurais, foimembro da Direção da EURIPA, umaassociação europeia de médicos ruraisaté 2005, foi fundadora e Presidente daAssociação para a Promoção do BemEstar (APBE), uma associação juvenilque trabalhou na área da promoçãoda saúde desde 1995, foi cofundadorada Liga de Amigos do Centro de Saúdede Alfândega da Fé, atualmente umaIPSS com muitos projetos inovadoresna área da saúde e na área social, foiDiretora do Centro de Saúde de Alfân-dega da Fé, foi orientadora de forma-ção do internato de Clínica Geral eDiretora do Internato no Distrito deBragança, colaborou na Faculdade deMedicina do Porto, Departamento deClínica Geral, no âmbito do programa“contacto rural”, foi Coordenadora daSub-Região de Saúde de Bragança eDiretora Executiva do Agrupamento deCentros de saúde do Nordeste (ACES).Sempre esteve implicada na área dasaúde antes de ter sido eleita, em2009, pelo Partido Socialista, Presi-dente da Câmara Municipal de Alfân-dega da Fé.Dez anos depois, quando esperava umlugar no Parlamento, ou no Ministérioda Saúde, calhou-lhe as Comunidadesportuguesas!Berta Nunes pode tomar posse já naquarta-feira, se António Costa optarpor uma tomada de posse conjunta deMinistros e Secretários de Estado.

Por Carlos Pereira

Ex-Presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé

23 octobre 2019

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Berta Nunes

Lusa / André Kosters

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LUSOJORNAL04 LEGISLATIVAS

O Partido Socialista venceu as elei-ções legislativas pelo círculo da Eu-ropa e Paulo Pisco (PS) foi eleitoDeputado com 31.362 votos (29,06%).Carlos Gonçalves (PSD) também foieleito, com 20.254 votos (18,77%).A terceira força política no círculo daEuropa é o Bloco de Esquerda com5,66% dos votos.Na Europa, dos 895.590 inscritos, vo-taram 107.919 eleitores (12,05%).Houve 26.706 votos nulos (24,75%).Pelo círculo de Fora da Europa, ven-ceu o PSD. José Cesário voltou a sereleito, seguindo-se o PS. Mas como ocabeça de lista socialista AugustoSantos Silva foi chamado novamenteao Governo, vai assumir Paulo PortoFernandes.Em França, o Partido Socialista ven-ceu as eleições Legislativas com maisde 13.000 votos, ficando o PSD em se-gundo lugar, com cerca de 7.550votos.A taxa de abstenção continua bas-tante alta, acima dos 89% com 42.545votantes num universo de 402.738eleitores inscritos. No entanto aFrança é, de longe, o país com maiornúmero de inscritos e com maior nú-mero de votantes.De referir que referir que o PAN é aterceira força mais votada em França– apesar de não ter apresentado ne-nhum candidato deste país – bem àfrente do Bloco de Esquerda.Uma nota ainda para os quase 12.000votos nulos - quase um terço dos vo-tantes - o que mostra bem que o votopor correspondência não é a fórmulamais adaptada à eleição pelo círculoeleitoral da Europa.

Resultados definitivos de FrançaInscritos: 402.738Votantes: 42.545 (10,56%)

PS: 13.028 votos (30,62%)PPD/PSD: 7.557 votos (17,76%)PAN: 1.968 votos (4,63%)B.E.: 1.658 votos (3,90%)CDS-PP: 940 votos (2,21%)PCP-PEV: 779 votos (1,83%)MPT: 610 votos (1,43%)PCTP/MRPP: 530 votos (1,25%)PDR: 452 votos (1,06%)PNR: 417 votos (0,98%)PURP: 361 votos (0,85%)Chega: 300 votos (0,71%)Nós Cidadãos: 296 votos (0,70%)PTP: 268 votos (0,63%)Livre: 221 votos (0,52%)R.I.R.: 197 votos (0,46%)JPP: 191 votos (0,45%)Aliança: 127 votos (0,30%)Iniciativa Liberal: 110 votos (0,26%)PPM: 90 votos (0,21%)MAS: 46 votos (0,11%)

Brancos: 508 votos (1,19%)Nulos: 11.891 votos (27,95%)

Resultados da área Consular de ParisInscritos: 246.055Votantes: 27.351 (11,12%)

PS: 8.254 votos (30,18%)PPD/PSD: 5.121 votos (18,72%)PAN: 1.266 votos (4,63%)B.E.: 1.063 votos (3,89%)CDS-PP: 626 votos (2,29%)PCP-PEV: 475 votos (1,74%)MPT: 396 votos (1,45%)PCTP/MRPP: 328 votos (1,20%)PDR: 303 votos (1,11%)PNR: 269 votos (0,98%)Chega: 221 votos (0,81%)PURP: 217 votos (0,79%)Nós Cidadãos: 198 votos (0,72%)PTP: 158 votos (0,58%)Livre: 132 votos (0,48%)JPP: 129 votos (0,47%)R.I.R.: 120 votos (0,44%)Aliança: 76 votos (0,28%)Iniciativa Liberal: 76 votos (0,28%)PPM: 59 votos (0,22%)MAS: 24 votos (0,09%)

Brancos: 330 votos (1,21%)Nulos: 7.510 votos (27,46%)

Resultados da área Consular de BordeauxInscritos: 29.096Votantes: 2.879 (9,89%)

PS: 844 votos (29,32%)PPD/PSD: 436 votos (15,14%)PAN: 137 votos (4,76%)B.E.: 98 votos (3,40%)CDS-PP: 59 votos (2,05%)PCP-PEV: 43 votos (1,49%)

MPT: 37 votos (1,29%)PCTP/MRPP: 36 votos (1,25%)PDR: 22 votos (0,76%)PNR: 21 votos (0,73%)PURP: 21 votos (0,73%)Nós Cidadãos: 19 votos (0,66%)R.I.R.: 15 votos (0,52%)PTP: 10 votos (0,35%)JPP: 9 votos (0,31%)Livre: 8 votos (0,28%)Aliança: 7 votos (0,24%)Chega: 6 votos (0,21%)Iniciativa Liberal: 5 votos (0,17%)MAS: 3 votos (0,10%)PPM: 3 votos (0,10%)

Brancos: 18 votos (0,63%)Nulos: 1.022 votos (35,50%)

Resultados daárea Consular de LyonInscritos: 54.367Votantes: 5.115 (9,41%)

PS: 1.554 votos (30,38%)PPD/PSD: 732 votos (14,31%)PAN: 204 votos (3,99%)B.E.: 194 votos (3,79%)CDS-PP: 108 votos (2,11%)PCP-PEV: 87 votos (1,70%)MPT: 59 votos (1,15%)PCTP/MRPP: 59 votos (1,15%)PURP: 50 votos (0,98%)PNR: 44 votos (0,86%)PDR: 39 votos (0,76%)PTP: 37 votos (0,72%)Livre: 26 votos (0,51%)R.I.R.: 22 votos (0,43%)Nós Cidadãos: 21 votos (0,41%)JPP: 20 votos (0,39%)Chega: 19 votos (0,37%)Aliança: 16 votos (0,31%)PPM: 15 votos (0,29%)MAS: 11 votos (0,22%)Iniciativa Liberal: 10 votos (0,20%)

Brancos: 68 votos (1,33%)Nulos: 1.720 votos (33,63%)

Resultados daárea Consular de MarseilleInscritos: 33.686Votantes: 2.850 (8,46%)

PS: 705 votos (24,74%)PPD/PSD: 403 votos (14,14%)PAN: 123 votos (4,32%)B.E.: 119 votos (4,18%)PCP-PEV: 75 votos (2,63%)CDS-PP: 47 votos (1,65%)MPT: 33 votos (1,16%)PDR: 30 votos (1,05%)PCTP/MRPP: 29 votos (1,02%)Livre: 25 votos (0,88%)PTP: 23 votos (0,81%)Nós Cidadãos: 20 votos (0,70%)PNR: 19 votos (0,67%)Chega: 18 votos (0,63%)PURP: 17 votos (0,60%)R.I.R.: 11 votos (0,39%)Aliança: 9 votos (0,32%)Iniciativa Liberal: 7 votos (0,25%)JPP: 3 votos (0,11%)PPM: 3 votos (0,11%)MAS: 2 votos (0,07%)

Brancos: 19 votos (0,67%)Nulos: 1.110 votos (38,95%)

Resultados daárea Consular de ToulouseInscritos: 18.928 Votantes: 1.840 (9,72%)

PS: 755 votos (41,03%)PPD/PSD: 421 votos (22,88%)PAN: 107 votos (5,82%)B.E.: 89 votos (4,84%)PCP-PEV: 59 votos (3,21%)CDS-PP: 55 votos (2,99%)

PCTP/MRPP: 42 votos (2,28%)PNR: 39 votos (2,12%)MPT: 36 votos (1,96%)PURP: 27 votos (1,47%)PDR: 22 votos (1,20%)JPP: 19 votos (1,03%)Chega: 18 votos (0,98%)Nós Cidadãos: 18 votos (0,98%)PTP: 16 votos (0,87%)R.I.R.: 13 votos (0,71%)Livre: 12 votos (0,65%)Aliança: 10 votos (0,54%)Iniciativa Liberal: 5 votos (0,27%)PPM: 5 votos (0,27%)MAS: 1 votos (0,05%)

Brancos: 34 votos (1,85%)Nulos: 37 votos (2,01%)

Resultados daárea Consular de StrasbourgInscritos: 20.606Votantes: 2.510 (12,18%)

PS: 916 votos (36,49%)PPD/PSD: 444 votos (17,69%)PAN: 131 votos (5,22%)B.E.: 95 votos (3,78%)MPT: 49 votos (1,95%)CDS-PP: 45 votos (1,79%)PCP-PEV: 40 votos (1,59%)PCTP/MRPP: 36 votos (1,43%)PDR: 36 votos (1,43%)PURP: 29 votos (1,16%)PNR: 25 votos (1,00%)PTP: 24 votos (0,96%)Nós Cidadãos: 20 votos (0,80%)Chega: 18 votos (0,72%)Livre: 18 votos (0,72%)R.I.R.: 16 votos (0,64%)JPP: 11 votos (0,44%)Aliança: 9 votos (0,36%)Iniciativa Liberal: 7 votos (0,28%)MAS: 5 votos (0,20%)PPM: 5 votos (0,20%)

Brancos: 39 votos (1,55%)Nulos: 492 votos (19,60%)

Por Carlos Pereira

Círculo eleitoral da Europa

23 octobre 2019

Paulo Pisco e Carlos Gonçalves eleitos pelo círculo da Europa

Contagem dos votos dos EmigrantesLusa / Luís Ruivo

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LUSOJORNAL LEGISLATIVAS 05

Partido Aliançaquer repetireleição na emigraçãoA Aliança endereçou uma cartaaos Partidos que participaram naslegislativas de 06 de outubro, de-safiando as 20 forças políticas atomarem uma posição conjuntacom o intuito de pedir a repetiçãoda votação nos círculos da emigra-ção.Na missiva, à qual a Lusa teveacesso, o Partido liderado porPedro Santana Lopes convida osPartidos a participarem “numa to-mada de posição” conjunta juntodo Presidente da República e doMinistro da Administração Interna,“solicitando a repetição do atoeleitoral de forma a salvaguardara posição de todos os Portuguesesque nele quiseram participar, es-tando recenseados nesses doiscírculos [Europa e Fora da Europa]e não o puderam fazer”.Para justificar esta medida, aAliança refere que tem tido conhe-cimento de “casos de Portuguesesresidentes nos países que inte-gram os círculos eleitorais da Eu-ropa e Fora da Europa a quem foivedado o direito de voto”, situa-ções “das mais variadas espécies”e que “demonstram que, no mí-nimo, faltou cuidado, profissiona-lismo e respeito pelos cidadãosportugueses que vivem no estran-geiro”.

Movimento decidadãos pedeinquérito àseleições naemigraçãoO movimento “Também somosportugueses”, um movimento deemigrantes com sede no ReinoUnido, exigiu às autoridades por-tuguesas a realização de um in-quérito à votação da diáspora naseleições legislativas, referindoque “por cada emigrante portu-guês que votou na eleição para aAssembleia da República, houveoutro que não o conseguiu fazer”,baseando-se numa sondagemque diz ter realizado através das“redes sociais em dezenas de paí-ses”, embora não especifiquequantas pessoas foram contacta-das.“Na amostra realizada apenas umterço dos emigrantes portuguesesconseguiu votar sem problemasde maior. Um outro terço nãochegou a receber o boletim dovoto, e o outro terço teve o bole-tim de voto devolvido pelos cor-reios. Nalguns casos os eleitoresreenviaram o voto com sucesso,noutros o boletim tornou a serdevolvido”, lê-se na nota.O movimento “Também somosportugueses” e o “Comité CívicoPortuguês do Reino Unido” insis-tem também que seja feito umaexperiência-piloto de voto pelaInternet “como possível meio deevitar os problemas do voto pos-tal”.

Paulo Pisco (PS) e Carlos Gonçalves(PSD) foram reconduzidos no Parla-mento português, no seguimento dacontagem dos votos do círculo elei-toral da Europa.Os dois destacam o facto de mais de158 mil votantes terem participadonas eleições, no conjunto dos doiscírculos eleitorais da emigração.“Temos de destacar o facto de maisde 158 mil eleitores terem votado.Foram números nunca antes alcan-çados” começa por dizer CarlosGonçalves. “Este é um dado muitopositivo” disse ao LusoJornal.“O número de votantes foi multipli-cado por 5” acrescenta Paulo Pisco,também eleito nestas eleições. “Du-rante esta última legislatura foi to-mada a medida mais emblemáticatomada até agora em matéria de Co-munidades, com a passagem douniverso eleitoral de 300 mil eleito-res para mais de 1,4 milhões de elei-tores”.“De ano para ano, o número de elei-tores vinha a decrescer e isso eranegativo para o país e para as Co-munidades” diz Paulo Pisco. “Inver-teu-se este processo, inverteu-seuma situação que podia ser prejudi-cial. Agora temos de continuar a me-lhorar o processo para ir ainda maislonge”.

“Podemos ter um número de votan-tes ainda maior, mas eu continuo aachar que este aumento já foi muitopositivo” conclui Carlos Gonçalves.

Carlos Gonçalves: objetivo foi cumpridoNo círculo eleitoral da Europa, o PSganhou com 31.362 votos (29,06%),enquanto o PPD/PSD ficou com20.254 votos (18,77%). “Eleger um De-putado era o objetivo. Recordo queum mês antes das eleições já diziamque era impossível e que o PS ga-nharia os dois Deputados” contaCarlos Gonçalves ao LusoJornal.Carlos Gonçalves explica que o Par-tido teve um resultado em Portugalque apenas o aproximou de 28%dos votos e na Europa, “os resulta-

dos eleitorais tendem a aproximar-se dos de Portugal”.“Se notou bem, em Portugal, Rui Riopartiu para esta campanha eleitoralnuma situação muito desfavorável,com cerca de 20% e pouco a pouco,durante a campanha, fui subindonas sondagens, até chegar ondechegou” explica Carlos Gonçalves.“Mas quando o PSD começava asubir em Portugal, uma parte impor-tante dos eleitores nas Comunida-des já tinha votado, pelo que não sesentiu o reforço do fim da campa-nha”.Carlos Gonçalves lembrou tambémque, mesmo se na última eleiçãoteve uma larga vitória em relação aoPartido Socialista, “na eleição ante-rior quase não elegemos Deputado,e nesta, elegemos sem grandes difi-culdades”.

Paulo Pisco fala em vitória históricaO Deputado do Partido Socialista,Paulo Pisco, faz um “balanço extre-mamente positivo” da eleição e falamesmo de “eleição histórica”.Primeiro, porque “há mais de 20anos que não elegíamos Deputadosno círculo fora da Europa”, segundoporque “ganhámos em todas asáreas consulares e em todos os paí-ses na Europa” disse ao LusoJornal.“Aliás o Partido Socialista é o únicopartido a ter Deputados em todos oscírculos eleitorais do país”.Paulo Pisco destaca ainda o factode, em França, “o PS superou o PSDcom uma diferença de 13% e emcertos casos tivemos o dobro dosvotos do PSD”.Quando ainda não se conhecia onome da substituta de José Luís Car-neiro, Carlos Gonçalves disse ao Lu-soJornal que “muito naturalmenteeste é um lugar para Paulo Pisco”.Mas já depois de ser dada a notíciada nomeação provável de BertaNunes para as funções de Secretáriade Estado das Comunidades, PauloPisco comentou apenas que “desejoque tenha um bom mandato. Temqualidades reconhecidas”.

Por Carlos Pereira

Os dois Deputados eleitos pelo círculo eleitoral da Europa

Um quarto dos votos dos Emigrantesfoi considerado nulo. Porquê?A análise dos resultados das eleiçõesLegislativas nos círculos eleitorais daEmigração levanta um número anor-malmente grande de votos nulos. Sóno círculo eleitoral da Europa, 26.706votos foram considerados nulos,equivalendo a 24,75% do sufrágio.A razão principal está no facto demuitos eleitores não terem enviadouma cópia do Cartão do cidadão.Claro que, como habitualmente,houve outros votos consideradosnulos, como por exemplo o de umeleitor que, provavelmente pensandotratar-se de uma carta dos impostos,enviou um cheque, ou aquele outroque mandou um cartão postal, o se-nhor que mandou um boletim devoto furado e explicava que foi obrado neto, e até aquele que explicavaque mandou o voto há quatro anos,não acusaram receção e e perguntaporque voltam a enviar outro nova-mente! Há pau para todas as colheres,pena que os boletins vão ser destruí-dos e não se guarde memória destas“obras de arte”.Mas o motivo principal dos votosnulos vem do facto dos envelopesnão conterem a tal cópia do docu-mento de identificação, como era pe-dido.Aliás este pedido tinha sido contes-tado por vários eleitores e até algunscandidatos. Fazer uma fotocópia foiconsiderado uma “barreira ao voto” e

o envio de dados pessoais pelo cor-reio também não agradava a muitagente. Até porque o boletim de votochegou numa carta registada e, paraa levantar, o recetor tinha de se iden-tificar nos Correios.“Nós pensamos que devíamos validaros boletins de voto, mesmo se elesnão estavam acompanhados dacópia do Cartão de cidadão. Devía-mos mostrar indulgência” explica oDeputado Paulo Pisco (PS) ao Luso-Jornal. Com a desmaterialização doscadernos eleitorais, a receção dos en-velopes foi feita por leitura ótica, apartir do nome do eleitor e de um có-digo de barras que estava no enve-lope. Por isso sabíamos de que eleitorse tratava”.“Eu acho esta proposta estranha.Então os mesmos Partidos que vota-ram uma Lei, que exigem que o eleitorenvie uma cópia do documento deidentificação, vieram depois pedir,durante a contagem dos votos, quenão se cumpra a Lei e que se aceitemvotos de eleitores que não enviarama cópia do tal documento de identifi-cação? É mesmo muito estranho” dizpor seu lado o Deputado Carlos Gon-çalves (PSD).

Uma autênticaconfusãoQuando se apercebeu, nas mesas deescrutínio dos votos dos eleitores re-

sidentes no estrangeiro, que o nú-mero de votos sem cópia do docu-mento de identificação era enorme,criou-se uma confusão onde nin-guém se entendia.Cada mesa de escrutínio é soberanae por isso, em certas mesas estesvotos foram tomados em considera-ção e noutras mesas de voto não.“Houve muita pressão inaceitável porparte dos representantes do PSD”acusa Paulo Pisco. “É culpa do PSD”acusa também Cristina Semblano doBloco de Esquerda.“É necessário explicar que não foiculpa do PSD se foi pedido cópia doCartão do cidadão aos eleitores” res-ponde por seu lado Carlos Gonçalves.“Aliás primeiro não se pedia ne-nhuma cópia do documento de iden-tificação ao eleitor. Mais tardepediu-se uma cópia do Cartão deeleitor e depois, como acabaram osCartões de eleitor, pediam um ates-tado que podia sem impresso via in-ternet. Desta vez pediram uma cópiado Cartão do cidadão, numa Lei apro-vada também pelo Bloco de Es-querda. E agora vêm dizer que não sedeve cumprir a Lei?” questiona CarlosGonçalves.

Uma campanhadeliberada?Não deixa de ser estranho que tantoseleitores tenham enviado os boletins

de voto sem a cópia do Cartão do ci-dadão. Esse pedido foi referido nasinstruções de voto e repetido no vídeoque explicava como se devia votar.Como houve tantos emigrantes a en-viarem o boletim, sabendo que nãoestavam a cumprir com as instruçõesde voto? Houve alguma campanha deinformação a prometer aos eleitoresque as mesas de escrutínio seriam in-dulgentes, como aparentemente jáforam pelo passado? Por enquanto oLusoJornal não encontrou provas des-tas práticas.“Temos de tirar conclusões e corrigir oque está mal” conclui Paulo Pisco.“Com as novas Leis de proteção dedados, as pessoas não querem enviarcópia dos documentos pelo correio, etêm razão”.Carlos Gonçalves diz que a situação émais grave ainda. “O nome do eleitorestava no envelope, ao lado do nú-mero do Cartão do cidadão, às vistasde toda a gente e isso parece-nosgrave, não protege em nada os dadospessoais”.O Deputado do PSD reeleito pelo cír-culo eleitoral da Europa diz que esperaque “com toda esta indulgência que ospartidos demonstraram quanto àidentificação dos votantes, certamentevão aceitar melhor o voto eletrónico”.E Carlos Gonçalves promete que, de-pois da aprovação do Orçamento deEstado, “o PSD vai apresentar umanova proposta de teste do voto ele-trónico pela internet”.

Por Carlos Pereira

23 octobre 2019

Paulo Pisco e Carlos Gonçalves analisamresultados eleitorais na Europa

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LUSOJORNAL06 COMUNIDADE

Numa última entrevista ao LusoJor-nal, o Secretário de Estado cessantedas Comunidades Portuguesas, JoséLuís Carneiro diz que o mais impor-tante no ato eleitoral foi o facto deterem sido multiplicados por 5 onúmero de votantes nas Legislati-vas.

Que balanço faz deste ato eleitoralnos dois círculos eleitorais da emi-gração?O mais importante foi termos con-seguido alcançar um número tãoexpressivo de votantes. Quandopartimos para este trabalho, nasmúltiplas sessões de esclareci-mento, nomeadamente com a Se-nhora Secretária de Estado IsabelOneto, estávamos a apontar para50.000 a 60.000 votantes, tendo emconta o número de votantes ante-riormente. Ultrapassámos de longeesse objetivo. Isso mostra que háuma vontade de participação navida política nacional por parte dequem mora no estrangeiro e o es-forço desenvolvido teve bons resul-tados. Agora há aspetos que têm deser melhorados, nomeadamente asquestões de tempo de envio e dereceção do correio e até a possibili-dade de poder - em casos particu-lares, como aconteceu este ano coma greve dos correios no Brasil - en-viar os boletins de voto por mala di-plomática e até recolher os boletinslá e enviar para Lisboa também pormala diplomática. Há pois aspetos

que temos de aperfeiçoar.

Pois, porque o ato eleitoral teveainda alguns problemas…Importa destacar o empenho demuita gente, de centenas de funcio-nários da Administração pública,que se empenharam muito paraque tivéssemos conseguido passarde 38.000 votantes para mais de158.000. Há constrangimentos quejá foram identificados no passado efoi por isso que havia a possibili-dade do voto presencial. Foi feitoum grande esforço de informação,que começou nas muitas sessõesde esclarecimento que fizemos,mas visivelmente não chegou. Tem

de ser reforçado este esforço de in-formação, recorrer mais aos órgãosde comunicação social portuguesesno estrangeiro e implicar mais omovimento associativo. Apercebi-me que há muita gente que não lêas instruções de voto. Há, por isso,um esforço de informação a fazer.Mas não podemos desvalorizar oesforço que já foi feito. O número deeleitores aumentou muito: na Ale-manha aumentou 419%, na Bélgicaaumentou 505%, na Espanha au-mentou 616%, em França aumentou732%, no Luxemburgo aumentou1.223%, no Reino Unido aumentou3.084%, na Suíça aumentou 1.111%...isto mostra que tínhamos razão

quando partimos para este pro-cesso. Constata-se que efetiva-mente há uma vontade grande departicipação na vida cívica do país.É pois muito importante deixar umagradecimento público à SenhoraSecretária de Estado Isabel Oneto,que agora cessa funções, ao Parla-mento, ao Primeiro Ministro, ao Pre-sidente da República,… todosestiveram muito investidos nesteprocesso. Agora há ainda um longocaminho pela frente.

Todos os constrangimentos não o fi-zeram tomar consciência que talvezo voto eletrónico seja uma boa so-lução?

O voto eletrónico é assunto que temvindo a ser objeto de discussão pú-blica e a Assembleia da Repúblicatem agora uma palavra a dizersobre a modalidade de voto. Hásempre duas condições fundamen-tais que temos de ter em conta: agarantia da confidencialidade dovoto, e a garantia de termos condi-ções técnicas seguras. Ora, tem ha-vido alguns problemas técnicos, emalguns países, que nos devem aler-tar para o risco de haver violaçãodestas duas condições. Mas com-pete à Assembleia da República de-bater estas questões.

Como explica tantos votos nulos,tanta gente a enviar boletins devoto sem a devida cópia do Cartãodo cidadão. Foi apenas por nãoterem lido as instruções?Foram investidos mais de 7 milhõesde euros neste processo, com noti-ficação aos cidadãos que passarama estar recenseados, a ComissãoNacional de Eleições fez campanhasem 118 órgãos de comunicação so-cial portugueses no estrangeiro,mas mesmo assim verifiquei pes-soalmente, por exemplo no Canadáe nos Estados Unidos, que até pes-soas bastante informadas na Comu-nidade, não tinham lido bem asinstruções de voto. Há um trabalhoimportante a fazer nesta questão.

José Luís Carneiro deixa agora a Se-cretaria de Estado das Comunida-des e passa a ser o Secretário GeralAdjunto do Partido Socialista.

Por Carlos Pereira

Secretário de Estado cessante faz balanço do ato eleitoral

Um grupo de amigos de Gérald Blon-court vai organizar no próximo sá-bado, dia 26 de outubro, entre as14h00 e as 18h00, uma homenagemao fotógrafo que deu a conhecer ascondições de vida dos Portuguesesque emigraram para França nos anos60, nomeadamente no “Bidonville”de Champigny-sur-Marne. A home-nagem - à qual o LusoJornal se asso-cia desde o primeiro dia - vai terlugar no Museu Nacional da Históriada Imigração.“Em 1964, quando fazia uma repor-tagem sobre os bairros de lata da re-gião de Paris e as condições de vidados imigrantes nas nossas cidades,descobri a existência de um enormebairro de lata em Champigny-sur-Marne onde viviam milhares de Por-tugueses em situação difícil, quasena indiferença geral” disse GéraldBloncourt. “Encontrei-os tambémnas obras da Torre de Montparnasse,em Paris”.No sábado, aqueles que se juntaremà homenagem, vão ser acolhidospela projeção de fotografias de Gé-rald Bloncourt, ao som das suas can-ções preferidas e de guitarradasportuguesas.

A sessão vai começar com uma in-tervenção do Diretor do Museu, queapresentará a obra de Bloncourtpresente nas coleções daquela ins-tituição, e durante a tarde vai tam-bém intervir o Embaixador dePortugal em França, Jorge Torres Pe-reira, que se associou à homenagem,assim como o Cônsul Geral de Por-tugal em Paris, António de AlmeidaMoniz.Isabelle Bloncourt, a mulher de Gé-rald também vai fazer uma interven-ção para lembrar a relação que omarido tinha com Portugal e com aComunidade portuguesa. Neste âm-bito falarão também o historiadorDaniel Bastos, que lhe consagroudois livros, o Presidente da associa-ção Memória das Migrações ParcídioPeixoto e a socióloga Maria-BeatrizRocha Trindade.Vai ser projetado um extrato de umfilme sobre Gérald Bloncourt, reali-zado por Carina Branco e Nina daSilva, que vai ser comentado pelahistoriadora Marie-Christine Volo-vitch-Tavares e pelo jornalista e Di-retor do LusoJornal Carlos Pereira.Segue-se uma outra projeção deuma sequência de Isabelle Bloncourtsobre Gérald Bloncourt e a Revolu-ção de Abril de 1974 em Portugal.

Vários amigos de Gérald Bloncourt,representantes de organizações, as-sociações autarcas, representantes

da Câmara municipal de Fafe - já queGérald Bloncourt doou uma parte doseu espólio ao Museu da Emigração

de Fafe - vão ter lugar durante atarde.“É um dever evocar, lembrar o traba-lho de Gérald Bloncourt sobre a emi-gração portuguesa” disse o Presiden-te da República Marcelo Rebelo deSousa, que o condecorou precisa-mente em Champigny. “Este fotógrafodo Haiti testemunhou a dureza doquotidiano dos Portugueses que vi-veram os primeiros anos da vaga deemigração para França. Gérald Blon-court foi simultaneamente um amigoe um companheiro de todos estesPortugueses que vieram para Françaconstruir o seu futuro”.O motor desta iniciativa foi ManuelVaz, do Comité Aristides de SousaMendes, e uma brochura em home-nagem a Gérald Bloncourt foi edi-tada para esta ocasião. Depois da«Grândola Vila Morena» haverá um«Copo da amizade» e estarão à dis-posição algumas das obras de Gé-rald Bloncourt, nomeadamente osdois livros escritos por Daniel Bastos.

Museu Nacional da História da ImigraçãoPalais de la Porte Dorée293 avenue Daumesnil75012 ParisReservas: 06.23.19.01.83

Por Carlos Pereira

23 octobre 2019

Lusa / André Kosters

Jacques R.

Homenagem a Gérald Bloncourt no Museu Nacional da História da Imigração de Paris

José Luís Carneiro diz que aumento dos votantesem França foi de 732%

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 07

Colóquio comemorou 100 anos de ensino de português na SorbonneAs comemorações do centenário doensino de português na Universidadeda Sorbonne teve lugar nos dias 18 e19 de outubro, na presença de váriaspersonalidades, entre as quais o Mi-nistro dos Negócios Estrangeiros Au-gusto Santos Silva, do Embaixador dePortugal em França Jorge Torres Pe-reira e do Presidente do Instituto Ca-mões Luís Faro Ramos. Estavamtambém anunciados os Embaixado-res do Brasil, Cabo Verde, de Moçam-bique, de Angola e da Guiné Bissau.A sessão de abertura, na presença deGilles Pécout, Reitor da Academia deParis, teve lugar na Salle Louis Liard,e o resto do programa decorreu naMaison de la recherche - UniversitéSorbonne Nouvelle e no Institutd’Etudes Hispaniques, Sorbonne Uni-versité.No discurso inaugural do colóquio,que reúne dezenas de falantes deportuguês numa das principais uni-versidades francesas, Augusto SantosSilva sublinhou que a importância dalíngua depende de vários fatores, no-meadamente da literatura. “A forçade uma língua não depende só dageografia e da demografia, tambémnão existe apenas pela dimensão dasua utilização quotidiana. A força deuma língua mede-se de forma deter-minante pela força da literatura quea exprime e a transforma”, frisou o

Ministro.A primeira aula de português na Uni-versidade da Sorbonne foi inaugu-rada em 1919 pelo professor Georgele Gentil. Yves Léonard, professor emSciences Po Paris proferiu uma pri-meira conferência sobre “L’impor-tance des espaces lusophones pourla France et pour la contempora-néité”.O colóquio contou com três sessõesde trabalho.Na primeira sessão, sobre “Bilan etperspectives: les origines, le dévelop-

pement” houve intervenções deAnne-Marie Quint e Jacqueline Pen-jon (da Universidade Sorbonne Nou-velle - Paris 3). Mas também de doSecretário Geral da CPLP FranciscoRibeiro Teles, do Presidente do Ins-tituto Camões Luís Faro Ramos, deRodrigo Wiese Randig da Embaixadado Brasil, do Embaixador de Portu-gal na Unesco Sampaio da Nóvoa,da Inspetora geral para o ensino deportuguês no Ministério francês daeducação Anne-Dominique Valliè-res. Falou também o Presidente da

ADEPBA Christophe Gonzalez, Hé-lène Thieulin-Pardo da SorbonneUniversité e Catherine Heymann daUniversidade de Paris Nanterre.A segunda sessão teve como tema“Dialogues sur l’enseignement duportugais” com intervenções deOlinda Kleiman, Agnès Levécot daUnivervidade Sorbonne Nouvelle -Paris 3, Maria de Lourdes Crispim daUniversidade Nova de Lisboa, JoséManuel da Costa Esteves da CátedraLindley Cintra na Universidade ParisNanterre.

Na terceira sessão de trabalho,sobre “Langue portugaise: diversité,créativité, rencontre entre cultures”houve intervenções de do Secretá-rio de Estado da Educação JoãoCosta, da Universidade Nova de Lis-boa, Lúcia Barbosa da Universidadede Brasília, de Sarita Monjane daUniversidade Pedagógica de Ma-puto, de Rosa Bizarro do InstitutoPolitécnico de Macau e de MariaHelena Araújo Carreira da Universi-dade Paris 8 Vincennes - Saint-Denis.Pelo meio, a Coordenadora do en-sino de português em França Ade-laide Cristóvão presidiu a umaapresentação das dinâmicas de en-sino de português por Michel Riau-del da Sorbonne Université e IldaMendes dos Santos da UniversidadeSorbonne Nouvelle - Paris 3). Graçados Santos presidiu a uma sessãosobre língua, criação cultural e en-contro de culturas com a Diretora doFestival de cinema brasileiro KatiaAdler e com o cineasta Carlos Sa-boga.No fim do primeiro dia houve umconcerto apresentado por Ana Pai-xão no Amphithéâtre Quinet, com assopranos Patrícia Modesto e SaraAfonso, acompanhadas pelo pia-nista José Manuel Brandão, comcoordenação de Manuela de Sá.

Com a presença do Ministro dos Negócios estrangeiros

23 octobre 2019

UNESCO aprovou Dia Mundial da Língua PortuguesaO Dia Mundial da Língua Portuguesavai ser comemorado anualmente a 5de maio, como já acontece na Comu-nidade dos Países de Língua Portu-guesa, e o Embaixador de Portugalnaquela instituição, António Sampaioda Nóvoa, aponta o “momento muitoimportante” para a língua de Camões.“É a primeira vez que a UNESCO toma

uma decisão destas em relação auma língua que não é uma das lín-guas oficiais da UNESCO. Por unani-midade, as pessoas reverem-se naideia de que é importante um diamundial da língua portuguesa émuito importante”, afirmou AntónioSampaio da Nóvoa em declarações àLusa.

A decisão foi tomada na semana pas-sada na sede da Organização das Na-ções Unidas para a Educação, Ciênciae Cultura (UNESCO), em Paris, na reu-nião do seu Conselho executivo.O dia da língua portuguesa será ofi-cialmente assinalado na sede daUNESCO com apresentações musicais,literatura, exposições ou qualquer

outra representação cultural e a suaorganização ficará a cargo dos paísesque têm o português como língua ofi-cial. “O 5 de maio de 2020 vai ser umgrande dia na UNESCO e esperamosocupar durante 15 dias estes corredo-res com questões relacionadas com aarte, literatura, música e que issotenha consequências concretas”,

disse o Embaixador português.Segundo António Sampaio da Nóvoa,este é "um passo" para que a línguaportuguesa se torne língua de traba-lho na Organização das Nações Uni-das - atualmente as línguas detrabalho desta organização mundialsão inglês, francês, chinês, espanhol,árabe e russo.

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LJ / António Borga

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LUSOJORNAL08 COMUNIDADE

Após o sucesso dos encontros reali-zados em 2017 e 2018, a AGRAFr - “As-sociation des Diplomés Portugais enFrance” organizou, no passado sá-bado, dia 19 de outubro, o 3° Encon-tro de Cientistas Portugueses emFrança, para debater em português,questões importantes para a comu-nidade científica, no salão Eça deQueirós do Consulado Geral de Por-tugal em Paris.O encontro, que contou com a parti-cipação do Embaixador de Portugalem França, Jorge Torres Pereira e doCônsul Geral de Portugal em Paris,António de Albuquerque Moniz,assim como de João Vilhena do Ins-titute Curie (FR); Inês Crisóstomo, doVienna Biocenter Campus (AT); Caro-lina Borges, da RUMO (PT); MartaAgostinho, da EU-LIFE (ES); João daSilva, do Institut da Psicodinâmica doTrabalho (FR) e Alicia Calvo-Villama-ñán da Native Scientist (FR), entre

outros, foi pensado para cientistasde todas a áreas e outros curiosos eteve como objetivo promover o de-bate acerca do desenvolvimento ebem-estar pessoal e profissional no

setor da investigação científica.O encontro centrou-se no tema geral“Desafios da investigação: os funda-mentalismos do mundo científico” eo debate foi dividido em duas ses-

sões de conversa com um modera-dor, com as temáticas “desenvolvi-mento profissional na carreira de uminvestigador” e “ética e bem-estaremocional na ciência”.

A AGRAFr considera os investigado-res portugueses como “embaixado-res de Portugal pelo mundo fora” e,por isso, “debater questões do reco-nhecimento do investigador comoprofissional, de ética e integridadecientífica no trabalho, não esque-cendo a saúde mental ou da integra-ção de minorias na ciência sãocruciais e importantes no mercadode trabalho internacional cada vezmais competitivo” disse ao LusoJor-nal o Presidente da AGRAFr, RichardTavares.Pensado como “evento para parti-lhar experiências e boas práticas, eassim como estabelecer novos con-tactos e possíveis parcerias”, a ediçãodeste ano contou com a presença de35 participantes, na sua maioria por-tugueses e lusodescendentes, dou-torandos os pós-doutorandos atrabalhar nas mais diversas áreascientíficas em França.

“Desafios da investigação: os fundamentalismos do mundo científico”

23 octobre 2019

Governo põe fim a prazos limite para emigrantesque concorram a apoios ao regressoO Governo eliminou na semanapassada os prazos para emigrantespoderem concorrer aos apoios noâmbito do Programa Regressar epermitiu que o comprovativo da suasituação, emitido por entidade di-plomática seja substituído poroutro, segundo portaria publicadaem Diário da República.A portaria de julho deste ano, quecriou a medida de Apoio ao Regressode Emigrantes a Portugal, no âmbitodo Programa Regressar, estabeleceuna altura que as candidaturas a estesapoios “relativas a contratos de tra-balho celebrados antes da sua en-trada em vigor deveriam serapresentadas no prazo de 90 dias acontar da data de abertura das can-didaturas à medida”.E também determinava que “as can-didaturas relativas a contratos cele-

brados em data posterior à da en-trada em vigor da portaria deveriamser apresentadas no prazo máximode 60 dias a contar da data de iníciodo contrato de trabalho”.“Agora, por uma questão de equi-dade para com os potenciais desti-natários da medida que, reunindotodas as condições de elegibilidade,não estejam devidamente informa-dos sobre este apoio ao regresso e àintegração em Portugal, eliminam-seesses prazos, potenciando, assim oalcance deste instrumento de polí-tica pública”, lê-se no documento pu-blicado em Diário da República.Além disso, a portaria que criou amedida estabelecia também que osdestinatários deveriam apresentar,“no momento da submissão da can-didatura”, o documento comprova-tivo da sua situação de emigrante ou

de um seu familiar ou respetivo agre-gado familiar. Um documento quedeveria ser emitido “por autoridadediplomática ou consular portuguesa”.Ora, diz agora o Governo, na portaria373/2019 do Ministério do Trabalho,Solidariedade e Segurança Social, ve-rificou-se que, “nalguns casos, osdestinatários deste apoio não dis-põem de comprovativo emitido porautoridade diplomática ou consularportuguesa, dispondo, contudo, dedocumentação que comprova, demodo inequívoco, que cumprem esterequisito de acesso à medida”.Por isso, passa agora a considerar-seque “são válidos para efeitos deprova (...) outros documentos que,inequivocamente, comprovem tal outais situações”.O Governo sublinhou ainda que osparceiros sociais com assento na Co-

missão Permanente de ConcertaçãoSocial foram ouvidos sobre estas al-terações à portaria anterior.A portaria nº 214/2019, de 5 de julho,criou a medida de Apoio ao Regressode Emigrantes a Portugal, no âmbitodo Programa Regressar, este criadopela Resolução do Conselho de Mi-nistros nº 60/2019, de 28 de março.Através desta medida, o emigranteque queira regressar ao seu país be-neficia de um apoio financeiro, bemcomo da comparticipação em custosde transporte de bens e nos custosde viagem, quer seus quer dos res-petivos membros do seu agregadofamiliar, mediante a celebração deum contrato de trabalho em Portugalcontinental.“Esta medida, tendo uma compo-nente de ativação e de resposta àsnecessidades do mercado de traba-

lho português, que passa por estimu-lar os processos de tomada de deci-são dos que se encontram ainda forado país, tem também uma compo-nente de apoio à integração na so-ciedade portuguesa daqueles que járegressaram a Portugal ao longo de2019 e que o fizeram na expectativade beneficiar de um conjunto deapoios que foram anunciados nofinal de 2018”, lê-se na nova portariapublicada agora em DR.O Ministério do Trabalho refere que“foi este o espírito que conduziu aque se estabelecesse que são elegí-veis à medida de apoio ao regressode emigrantes a Portugal todos osque estiveram fora do país pelomenos três anos e que regressem aopaís e que tenham contratos de tra-balho iniciados a partir de 1 de ja-neiro de 2019”.

Filho do antigo Presidente de Moçambique pediu11 milhões para comprar uma casa no sul daFrança e viver com uma prostitutaO filho do antigo Presidente mo-çambicano Armando Guebuzapediu 11 milhões de euros paracomprar uma casa, no sul de França,com uma prostituta. Foi o que disseo antigo banqueiro do Credit Suisse,Andrew Pearse, em tribunal.“O filho do então Presidente Ar-mando Guebuza apresentou o ar-guido ao pai e aos Ministros noGoverno moçambicano que eramnecessários para o projeto avançar”,disse Andrew Pearse no tribunal deBrooklyn, em Nova Iorque, onde de-corre o julgamento pelo desvio de200 milhões de dólares do eráriopúblico.

De acordo com as declarações doantigo banqueiro do Credit Suisse,que se deu como culpado, NdambiGuebuza pediu 11 milhões de eurosa Jean Boustani, o principal acusadopela Justiça norte-americana, paracomprar uma casa em França, naqual pretendia morar com umaprostituta pela qual se apaixonou.“Ele estava a viver no sul de Françae pediu para comprar uma casapara ele e para uma prostituta porquem se tinha apaixonado”, dissePearse, acrescentando que “queria11 milhões de euros para comprar acasa e viver com ela”.Quando o antigo banqueiro mos-

trou surpresa pelo pedido que lheestava a ser feito, Jean Boustani terádesvalorizado a questão, respon-dendo: “Isso não é nada, dado os 50milhões de dólares que já lhe pa-guei”.Ndambi Guebuza foi preso pelasautoridades moçambicanas em fe-vereiro, e está a contestar as acusa-ções de que é alvo.As declarações do antigo responsá-vel da Privinvest são o mais recentecapítulo do processo das dívidasocultas de três empresas públicasmoçambicanas, que já levou à de-tenção do antigo Ministro das Fi-nanças Manuel Chang e de um dos

filhos do antigo Presidente Ar-mando Guebuza, para além de trêsbanqueiros do Credit Suisse e váriosresponsáveis governamentais mo-çambicanos.Na investigação, a Justiça norte-americana acusa membros do an-terior Governo de Moçambique, aPrivinvest e três ex-banqueiros doCredit Suisse de terem criado umfalso projeto de defesa marítimapara receberem mais de 200 mi-lhões de dólares em subornos parasi próprios em acordos assinadosem 2013 e 2014, apontando JeanBoustani como o principal opera-cional do esquema de corrupção no

valor de 2,2 mil milhões de dólares(dois mil milhões de euros).A descoberta de empréstimos con-traídos com aval do Estado massem registo nas contas públicas esem divulgação aos parceiros inter-nacionais levou os doadores a cor-tarem a assistência internacional eas agências de rating a descerem aopinião sobre o crédito soberano. Em consequência, aumentou o rácioda dívida pública sobre o PIB, o quearredou o país do financiamento in-ternacional, atirando Moçambiquepara ‘default’ e para uma crise eco-nómica e financeira que ainda per-siste.

AGRAFr: 3º Encontro de Cientistas Portuguesesem França

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LUSOJORNAL CULTURA 09

Francisco Vidalcom cartabranca em feirade arte africanaem ParisA feira “Also Known As Africa” re-cebe os principais artistas e gale-rias africanos, em Paris, emnovembro, com destaque para oartista português de origem ango-lana e caboverdiana FranciscoVidal, que vai ter uma exposiçãocomissariada por Namalimba Coe-lho.O certame internacional “AlsoKnown As Africa” (AKAA) vai decor-rer de 9 a 11 de novembro, no Car-reau du Temple, em Paris, e reunirna capital francesa 45 galerias de-dicadas à comercialização de ar-tistas africanos, contando com apresença de mais de 100 artistasde origem africana, de todo omundo.Nas galerias presentes, há repre-sentação lusófona com o EspaçoLuanda Arte, Mov'Art e THIS IS NOTA WHITE CUBE, sediadas emLuanda, e também a galeria por-tuguesa Perve, sediada em Lisboa.Entre os artistas cujas obras vãoser mostradas e vendidas nestafeira, estão também várias perso-nalidades das artes dos países lu-sófonos africanos como osangolanos Ricardo Kapuka, Keye-zua, os moçambicanos Mario Ma-cilau, Malangatana, ReinataSadimba e Ernesto Shikhani, ossão-tomenses Rene Tavares e JoséChambel, a guineense Manuela Fi-gueira e ainda o brasileiro No Mar-tins.A AKAA deu nesta edição de 2019uma carta branca, ou seja a opor-tunidade de criação artística ilimi-tada, a Francisco Vidal que vaiapresentar na feira a exposiçãoPaysages Contemporains x Au-dela du trait, comissariada por Na-malimba Coelho.Francisco Vidal nasceu em Lisboa,tendo prosseguido os seus estu-dos na Escola Superior de Artes eDesign das Caldas da Rainha, naMaumaus - Escola de Artes Vi-suauis, em lisboa, e depois na Uni-versidade de Columbia, nosEstados Unidos.As obras de Francisco Vidal fun-dem influências artísticas como ocubismo com os padrões dos têx-teis africanos, a cultura hip hopdos anos de 1980 e ainda graffiti.O programa desta feira contaainda com conferências, concertose projeções de filmes ligados àcultura e arte africana.

Portugal foi o país convidado doMaMa Festival, que decorreu emParis e que juntou mais de 6.000profissionais da música, promo-vendo os seus festivais e os novossons que se fazem em território na-cional.Em entrevista ao LusoJornal, JoãoGil, Coordenador do projeto “Portu-gal Muito Maior” que financiou apresença de Portugal neste festival,realçou que os lusodescendentestêm de descobrir a música que sefaz em Portugal. “Queremos tornarPortugal maior, queremos comuni-car, e fazer com que os lusodescen-dentes vivam Portugal como nósestamos a vivê-lo lá. Há um Portugalinovador, há um Portugal fantástico,não só na música mas em vários se-tores. Acreditamos que há um re-curso humano por explorar. Aquiloque acontece com uma equipa defutebol, tem de acontecer nas ou-tras artes. Espontaneamente os lu-sodescendentes, por exemplo, vãopara a rua com bandeiras para sau-dar vitórias, celebrar, mas tambémpodem celebrar a música. A músicaé um fator de união e se nós conse-guirmos comunicar junto dos Fran-ceses, dos Americanos, dosAlemães, filhos de portugueses, es-tamos a alargar a rede”, admitiu.João Gil vai ainda mais longe, afir-

mando que a iniciativa chegou tal-vez tarde, mas chegou. “Acho quePortugal está a acordar para muitascoisas. Portugal exige ser melhor eisso passa por criar estruturas destetipo que estão viradas para o futuro,no sentido de transportar a marcaPortugal para o mundo fora, nestecaso a música. Temos de travar estaruptura com as Comunidades por-tuguesas. Não há portugueses deprimeira, nem portugueses de se-gunda. Temos de olhar para elescomo um ativo que faz parte do uni-verso português. Eu não posso res-

ponder pelo passado, são erros dopassado, e nós pagamos carosagora. Lamento, mas nunca é tarde,estamos virados para o futuro edias melhores virão”, concluiu.

Cinco artistas/gruposem palcoA artista luso-angolana Pongo abriua participação portuguesa no MaMAFestival na Cigale. Depois seguiram-

se a dupla brasileira sediada emLisboa, Venga Venga, no MagnumClub, o artista lisboeta Pedro Ma-fama no Le Carmen, e a dupla Cata-rina Salinas e Ed Rocha Gonçalvesque forma os Best Youth no LesTrois Baudets.Uma das últimas atuações foi pro-tagonizada pelo grupo PAUS com-posto por quatro elementos: FábioJevelim - sintetizador, Hélio Morais- bateria, Joaquim Albergaria - ba-teria, e Makoto Yagyu - baixo.O LusoJornal falou com o grupo que,além de reiterar a importância deatuar neste Festival, lembrou quefoi sempre muito bem recebido emFrança. “Representa uma oportuni-dade de chegar a outros ouvidos.Durante o ano fazemos o nosso cir-cuito normal de concertos, mas éimportante poder estar em festivaiscom esta matriz, festivais esses quenos permitem reforçar contactos jáexistentes na indústria, mas tam-bém criar novos laços. Temos an-dado a tocar frequentemente emFrança, desde 2014. E temos sidomuito bem recebidos. É um mer-cado bem estruturado, com umarede de espetáculos ativa e a olharpara todos os ângulos e propostas”,assegurou o grupo.O MaMA Festival é organizadoanualmente em Paris pelo Diretorportuguês da organização FernandoLadeiro Marques.

Por Marco Martins

A música Made in Portugal em destaque em festival parisiense

A marca de mobiliário francesaRoche Bobois desafiou Joana Vas-concelos a reinterpretar alguns dosseus modelos mais icónicos, in-cluindo o emblemático sofá MahJong. O resultado é uma coleçãoúnica, em que a artista recorre aosmateriais e técnicas que utiliza nasua obra para conferir uma dimen-são escultórica às peças da RocheBobois.Foi um encontro improvável entre aartista portuguesa e a marca fran-cesa, que deu origem a uma rein-terpretação de seis modelos demobiliário com a assinatura “A Artede Viver”.Joana Vasconcelos apropriou-sedas peças, imprimindo a sua iden-tidade e as suas intenções artísti-cas, respeitando a essência mesmodas peças. As obras foram apresen-tadas em Paris na semana passada,sem a presença da artista portu-guesa.“A vida quotidiana é a minha fontede inspiração. As minhas obras sãoconcebidas a partir de elementos ede materiais do quotidiano” explicaJoana Vasconcelos.A sua criatividade interroga o lugarda mulher no mundo contemporâ-neo, pondo em destaque as tradi-ções artesanais e as técnicasportuguesas. “Enquanto mulher ePortuguesa, as técnicas e os mate-riais próprios à minha cultura são

essenciais: os azulejos que reves-tem tanto os interiores como os ex-teriores dos nossos edifícios, ouainda os naperons realizados emcrochet que estão presentes nos in-teriores portugueses e que cobremos cadeirões, as mesas e até as te-levisões”.Duas cadeiras Ava, os cadeirõesLady B e Nuage, as mesas de salãoSismic e Cute Cut, assim como umacomposição da iconografia de MahJong foram primeiro apresentadas

no atelier da artista, em maio, emLisboa, no quadro da Feira de artecontemporânea ARCOLisboa, de-pois esteve na loja da Roche Boboisde Genève, de 30 de setembro até4 de outubro, antes de vir paraParis, onde esteve na semana pas-sada, de 14 a 20 de outubro, na lojada marca na Avenue de la GrandeArmée.As obras vão agora viajar paraMiami, onde vão ser apresentadasde 5 a 8 de dezembro, no quadro da

Feira internacional de arte contem-porânea ART BASEL, onde serãovendidas em leilão.Os fundos recolhidos vão para aFundação Joana Vasconcelos, umorganismo caritativo que tem porobjetivo a promoção e o desenvol-vimento da arte através de projetoseducativos.Para Joana Vasconcelos, “esta cola-boração com Roche Bobois repre-senta a aliança perfeita entre Arte,Design e Vida”.

23 octobre 2019

Coleção de Joana Vasconcelos para aRoche Bobois foi apresentada em Paris

MaMA Festival: Portugal representadoem cinco atuações em Paris

LJ / António Borga

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LUSOJORNAL10 CULTURA

Projeto “Portugal MuitoMaior” lança“inventário” internacionalde músicos quecantam em portuguêsO coordenador do projeto “Por-tugal Muito Maior”, João Gil, disseà Lusa que a plataforma que vaireunir trabalhos e contactos detodos os artistas nacionais e in-ternacionais que cantam em por-tuguês estará ativa no início dopróximo ano.“Estamos a um bocadinho maisde metade da concretização doprojeto, mas ainda longe dos ob-jetivos. Eu ficarei feliz se todos osemigrantes, os seus filhos e todosos portugueses que vivem emPortugal souberem desta plata-forma e a usarem”, referiu JoãoGil.O projeto “Portugal Muito Maior”,anteriormente conhecido como“Meridiano”, foi aprovado emConselho de Ministros em maiode 2018 e é tutelado pelo Insti-tuto Camões, tendo como missãoa divulgação internacional damúsica portuguesa, mas tambémperceber a situação da músicaportuguesa junto das Comunida-des e integrar artistas que aí exis-tam.Para isso, João Gil propôs no iní-cio do seu mandato como Coor-denador do projeto a construçãode uma plataforma digital de ar-tistas portugueses, que fizesse oinventário de músicos profissio-nais, e uma rádio também digitalpara difundir a música nacional.“Já temos uma página de contac-tos que pode ser visitada portodos, com uma página de inscri-ção para os artistas. Ou seja, ini-ciámos um inventário. Entretantoestamos a adjudicar a empresaque vai organizar a plataformacom os artistas que já temos”, in-dicou o músico, sublinhando que“foi um tempo moroso” já quetodos estes passos tiveram deseguir os procedimentos de ad-judicação do Estado.Até ao final do ano, uma empresatrabalhará na plataforma paraque já no início do próximo ano,o “Portugal Muito Maior” comece“a carregar conteúdos” nesta es-trutura digital acessível a todosos artistas. Este trabalho, se-gundo João Gil, deverá culminarna organização dos Estados Ge-rais da Música Portuguesa, quevão decorrer em Lisboa. “Aí jávamos ter a plataforma pratica-mente construída e testada.Nessa altura, juntamos todas aspartes que constituem a música,produtores, agentes, músicos,compositores, autores, editoras,programadores, e também as Co-munidades, para iniciar a comu-nicação para o resto do mundo”,contou o músico.João Gil esteve em Paris porquePortugal foi o país convidado doFestival MaMa.

Plusieurs jours avant le concert, lesmille places de la belle salle de laMaison des Arts et de la Culture deCréteil avaient trouvé preneurs. C’estdans le cadre du Festival de Marne,qui accueille chaque automne unetrentaine de concerts sur le départe-ment du Val de Marne, et à l’initiativede José Tavares, qui assure la direc-tion artistique des soirées de mu-siques du monde, qu’AntónioZambujo et Ana Moura ont apportédes fragrances musicales du Portugalce 12 octobre.Un concert dans une grande salle né-cessite de la part des artistes une lo-gistique parfois importante, et unepréparation soigneuse des réglagesacoustiques et des éclairages. AinsiAna Moura et ses musiciens ontpassé de longs moments sur scènepour assurer ce qu’on appelle les ba-lances, réglages des niveaux de sonpour chaque voix ou instruments,équilibres entre ces niveaux. C’estjuste après ce travail pointilleux, par-fois fastidieux, bien loin des bril-lances que verront les spectateurs (etqui ne permet pas toujours d’attein-dre la perfection, comme on le verra)qu’Ana Moura a bien voulu nous re-joindre pour nous consacrerquelques instants. Un accueil,comme à chaque fois, souriant et dé-tendu, d’une simplicité bien éloignéede l’image glamour qui est souvent lasienne pour le public. Elle nous parledu concert, dont le répertoire seraassez semblable à sa dernière appa-rition à Paris, où elle avait conquis lepublic du Palais des Congrès. Du nou-

veau CD dont l’enregistrement est encours, et qu’elle présentera en Franceen février prochain lors d’une tour-née de six concerts, le premier auGrand Rex à Paris dès le 1er février. Deses musiciens, Angelo Freire en tête,un «monstre» de la guitare portu-gaise, les autres guitaristes, PedroSoares et André Moreira (basse), mu-siciens accomplis, tout comme JoãoGomes (claviers) et Mário Costa (bat-terie), un jeune espoir du jazz portu-gais: «il est vraiment bon et a créé untrio de jazz qui commence à faire desconcerts, je suis contente pour lui,mais parfois je suis obligée de luitrouver un remplaçant». De ses in-fluences musicales, orientées vers lejazz et la soul music: «j’admire énor-mément Nina Simone ou Etta James.On me reproche parfois de m’éloi-gner du fado, mais il est importantd’écouter aussi d’autres musiques, des’approprier ce qui nous touche entant qu’artiste. Mais mes liens avec le

fado sont très forts. J’y reviens tou-jours».A peine l’entretien terminé, AntónioZambujo déboule tranquillement.Décontracté comme (presque) tou-jours. Ses réglages de balancesacoustiques ont été expéditifs: il seproduira seul avec sa guitare. Et AnaMoura nous a déjà confié qu’il la re-joindra pour deux chansons lors duconcert, dont l’une («Despiu a sau-dade») qu’il a composée. Pourquoicette prestation en solo? «J’ai réfléchià l’utilisation du silence dans le chantet cela m’a conduit à expérimentercette façon de m’exprimer, mais jecontinue et continuerai à chanteravec des musiciens». Pour ce concertil reprendra certains des thèmes deson dernier album, paru au Portugall’année dernière, et qu’il lancera enFrance en janvier prochain (commeAna Moura) lors d’un concert à Parispour l’ouverture du festival Au fil desvoix le 20 janvier. «Mais je reprendrai

aussi certains thèmes de mesdisques précédents». On entendraainsi «Nem às paredes confesso»,«Foi Deus», un fado de Max etquelques-uns des «classiques» deson répertoire: «Readers digest»,«Pica do 7», l’amusant «Flagrante,Zorro», le superbe «Casa fechada».Lui aussi nous a parlé de son rapportavec d’autres musiques que le fado:le Cante alentejano de son enfance,qui l’a profondément marqué, la mu-sique brésilienne, qu’il suit assidu-ment, et notamment les jeunescréateurs tel Tim Bernardes, le jazz etd’autres musiques encore. Il nous ditenfin son amitié avec Ana Moura «quidate de l’époque où nous faisionspartie de l’elenco du Senhor Vinho»et sa joie de la retrouver ce soir.Amitié qui transparut lors de leursdeux duos, pleins de charme. Si leconcert, hors ces duos, ne proposaitpas de nouveautés au niveau des ré-pertoires, il nous a permis de retrou-ver l’univers si personnel d’AntónioZambujo, et la voix sensuelle et en-voûtante d’Ana Moura, malgré unproblème de… balances, les instru-ments couvrant parfois trop la voix,la viola de Pedro Soares parfois diffi-cilement audible. Alors que se je-taient les dernières notes d’unendiablé «Dia de Folga» chanté parAna, qui termina le concert justeaprès un non moins vitaminé «Des-fado», on n’a qu’une hâte, celle de re-trouver ces grands artistes.Bien sur, on a leurs enregistrementspour nous faire patienter jusqu’audébut de l’année prochaine, mais lamusique ao vivo, c’est quand mêmeautres chose!

Par Jean-Luc Gonneau

Fado

Un concert de Cristina Branco àParis est toujours un événement,surtout après presque deux ansd’absence. On connaît le parcoursartistique un peu particulier de Cris-tina: révélée après un concert trèsréussi aux Pays-Bas, son secondpays de cœur, elle s’est imposée surles scènes internationales, sanspasser par la case des maisons defado lisboètes, à l’instar d’une Mísiaou d’une Katia Guerreiro, qui ne lesfréquenta qu’en amateur, et contrai-rement aux autres grands voyageursdu fado, les Mariza, Camané, AnaMoura, António Zambujo, GiselaJoão, Ricardo Ribeiro ou Carminho.Ses atouts: une voix cristalline assezrare dans le fado (assez proche decelle de Teresa Salgueiro, qui futvingt ans durant la figure de prouedu groupe Madredeus, ou plus loindans l’histoire, la fadiste «pré-ama-lienne» Ercília Costa), un répertoirechoisi avec soin dans une large pa-lette poétique d’où émergent, entrebeaucoup d’autres les figures desportugais David Mourão Ferreira(l’un des auteurs préférés d’Amália

Rodrigues) et Zeca Afonso, du hol-landais Jacob Slauerhoff, du brési-lien Chico Buarque, du français LéoFerré, et une grande musicalité, cequi la conduit au cours de sa car-rière à incorporer de plus en plus lepiano aux côtés des traditionnellesguitares, et parfois aussi d’autresinstruments. Elle a cherché, ettrouvé, des accointances entre lefado, le tango (deux musiques enfait cousines) les rythmes brésiliens

et cubains, le jazz parfois, ceci sansdévier de son style vocal bien iden-tifiable. Cette curiosité musicales’est amplement traduite dans sesenregistrements, puisqu’avec saquinzaine d’albums en une ving-taine d’années, elle est probable-ment la plus prolixe des fadistes denotre temps.Comme la plupart de ses consœurset confrères du fado internationa-lisé, elle a su au long de sa carrière

s’entourer de musiciens hors pairs,dont l’un des plus influents lors deses premières années de carrière futsans doute Custódio Castelo, l’undes plus brillants spécialistes de laguitare portugaise. Pendant ses pre-mières années internationales, ellefut tout spécialement appréciée enFrance, où elle reçut deux annéesconsécutive une distinction décer-née par Le Monde de la Musique,pays où s’est produite depuis avecune grande régularité.Dans la galaxie des grandes chan-teuses de fado contemporaines pré-sentes sur la scène internationale,aux côtés de la plénitude de la voixde Mariza, de l’ampleur de celle deKatia Guerreiro, du velours sensuelde celle d’Ana Moura, de l’impétuo-sité (grave mais sachant sourire) deCarminho ou (facétieuse mais sa-chant émouvoir) de Gisela João, dela présence de celle de Mísia, le cris-tal de la voix de Cristina est, soyonspoètes, même à deux sous, l’unedes étoiles de cette galaxie, voix quenous retrouverons avec plaisir le 28octobre dans le cadre chaleureux duThéâtre des Bouffes du Nord, hautlieu de la culture à Paris.

Par Jean-Luc Gonneau

23 octobre 2019

Salle comble à Créteil pour Ana Mouraet António Zambujo

Cristina Branco aux Bouffes du Nord le 28 octobre

Lusa / Tiago Canhoto

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LUSOJORNAL CULTURA 11

Brasileiro Ed Motta no New MorningO Brasileiro Ed Motta dará um con-certo em Paris, na sala New Morning,na quinta-feira, dia 24 de outubro, às21h00.Nascido em 1971, no Rio de Janeiro,Eduardo Motta conhecido como EdMotta é para além de cantor, com-positor, multi-instrumentista, arran-jador e produtor. Começou ainda eraadolescente, como vocalista nabanda Kabbalah, que fazia versõesdos clássicos do rock. É sobrinho docélebre cantor e compositor TimMaia, e é influenciado pelos estilosfunk e soul norte-americano. Traba-lhou como DJ nas discotecas do Riode Janeiro e decidiu abandonar osestudos para se consagrar à música.Aos 16 anos, tornou-se conhecidocom a sua banda da altura, ConexãoJaperi.Afastou-se depoisdo grupo para se-guir uma carreira a solo e lançou“Um Contrato com Deus” em 1990,no qual toca quase todos os instru-mentos e compõe as músicas, além

de fazer a produção do disco. Com-pôs a banda sonora do filme “Pe-queno Dicionário Amoroso”, dirigidopor Sandra Werneck, em 1997. Reno-vou a experiência em 2000, com abanda sonora de “A Partilha” de Da-

niel Filho. Voltou ao sucesso comer-cial com as canções “Fora da Lei”em 1997 e “Colombina” em 2000,ambas em dueto com a cantora RitaLee, lançadas nos álbuns “ManualPrático para Festas”, “Bailes e Afins”,

volumes 1 e 2, respetivamente. Lan-çou, em 2002, “Dwitza”, um álbumcom temas instrumentais. Regres-sou à pop com “Poptical” em 2003,que comporta a canção “Tem Es-paço na Van” em dueto com SeuJorge. Em 2005, retoma as suas ex-periências musicais no álbum “Ays-telum”. Em 2007, compõe a bandasonora de “7 - O Musical”, com tex-tos de Charles Möeller e letras deCláudio Botelho, e lança “Chapter 9”,no qual toca todos os instrumentos.Com todas as músicas cantadas eminglês, o disco é disponibilizado deforma gratuita na internet. Em 2009lança “Piquenique” com a maioriadas letras escritas pela sua compa-nheira Edna Lopes. Ed Motta tam-bém é conhecido por ser uminvestigador musical e um dosmaiores colecionadores do mundode discos vinil.No New Morning virá apresentar oseu último álbum “Criterion of theSenses”, um álbum em inglês. Ques-tionando pelo Folhapress sobre ofacto das letras serem em inglês o

artista responde: “Preciso ser ho-nesto com aquilo que eu escuto ecom o que meu toca-discos me en-sinou nesses anos todos. Sempreachei que, idiomaticamente, minhamúsica não era para ser em portu-guês”.O álbum foi composto e produzidono Rio de Janeiro nos estúdios Ma-rini, na sua casa e nos estúdiosDwitza, e gravado com músicoscomo os pianistas Glauton Campelloe Michel Limma, o baterista SérgioMelo ou a cantora Alma Thomas.O New Morning é uma das salas deJazz de maior renome internacional,inaugurada a 16 de abril de 1981, jáviu passar pelo seu palco nomescomo Dizzi Gillespie, Art Blakey,Miles Davis, Chet Baker, Gil ScottHeron ou Prince.

New Morning7/9 rue des Petites Ecuries75010 ParisMétro Bonne Nouvelle ou Châteaud’eauwww.newmorning.com

Por Luísa Semedo

Cantor, compositor, multi-instrumentista, arranjador e produtor

23 octobre 2019

Ateliers de canto brasileiro no Instituto Alter’BrasilisNa quinta-feira, dia 24 de outubrodas 18h00 às 20h00 terá lugar maisum atelier de canto brasileiro no Ins-tituto Alter’Brasilis.Os ateliers são conduzidos pela can-tora Laure Trazzi, e permitem desco-brir o canto e a voz dos participantes,além da música brasileira. É tambémuma oportunidade para combinar aprática do português com o prazerde cantar. Durante cada sessão osparticipantes aprendem diferentescanções do repertório brasileiro,reunidas em torno de um tema es-pecífico escolhido pela professora.

Este trabalho permite aprofundar ashabilidades linguísticas e enriquecero vocabulário, melhorando tambéma pronúncia do português através damúsica.Na primeira parte do workshop, sãofeitos exercícios técnicos e vocalises,para preparar a voz e compreendercomo melhor a colocar. E na segundaparte, são trabalhadas duas ou trêsmúsicas de diferentes compositores,que giram em torno do tema esco-lhido para a sessão. As canções sãotransmitidas no momento da inscri-ção, para que os participantes pos-sam ouvi-las e impregnar-se delasantes do workshop.

A professora Laure Trazzi é uma ar-tista com várias influências, mas es-tudou principalmente canto lírico ejazz, antes de se dedicar desde há al-guns anos à música brasileira, queela gosta de explorar e interpretar,acrescentando um toque de jazz ede estilo francês.Acompanhada por músicos de des-taque, ela revisita na sua carreira ar-tística um repertório intemporal,como as composições de Tom Jobim,Chico Buarque, Vinicius de Moraes,Baden Powell ou Caetano Veloso, en-quanto descobre outros tesouros dabossa-nova, samba ou MPB (MúsicaPopular Brasileira). Às vezes, tam-

bém incorpora alguns standards dejazz que se harmonizam perfeita-mente com o seu repertório brasi-leiro.Desde há cinco anos que se apre-senta em duo, trio, quarteto ou quin-teto em muitas salas e bares emParis (Universal Coffee, Sunside, Ca-minito Cabaret, Marcounet, CaféFrançois Félix, General Food, BarThree, 24a, Bab-Ilo, Swan Bar, On AirFlora, Bar Fifty, Floating Kiosk), e maisrecentemente no Brasil, onde tam-bém começou a gravar um álbumcom quatro músicos da cena musicalbrasileira.O Instituto Alter’Brasilis existe desde

2010 e tem como principal objetivo adifusão da cultura brasileira emFrança e a promoção da língua por-tuguesa. Para além das aulas de por-tuguês, o Instituto organizacolóquios e manifestações culturaise artísticas que vão desde a litera-tura ao cinema.Inscrições através do endereçohttps://alterbrasilis.com/evene-ments/ateliers-3.html

Institut Alter Brasilis6 rue de Fourcy75004 Paris (Métro Saint-Paul ou Pont Marie)www.alterbrasilis.com

Por Luísa Semedo

Encontro literário com Edson Mendes em Ivry-Sur-SeineNo próximo domingo, dia 27 de outu-bro, das 16h00 às 18h30, terá lugarum encontro literário com o autorbrasileiro Edson Mendes, na VillaRaspail, em Ivry-sur-Seine (94), emtorno dos seus livros “Quase Poesia”,“Memórial do raso da Catarina” e “Aregra do jogo”.Edson Mendes é professor e escritor,nascido a 16 de setembro de 1952 nacidade de Pa, na Bahia. Filho dePedro Mendes, pernambucano do Li-moeiro e de Eva Rita, baiana do po-voado Juá. Em 2018 recebeu o PrémioEdmir Domingues, da Academia Per-nambucana de Letras, pela sua obrainédita “Quase Poesia”. É Mestre pelaFundação Visconde de Cairu, Salva-dor (BA), Membro da Academia deLetras de Paulo Afonso e Garanhuns,Secretário da União Brasileira de Es-

critores, Membro do IGH de PauloAfonso e Garanhuns, com diversasespecializações no Brasil e no exte-rior, como França e EUA.Flávio Brayner, professor na Univer-sidade Federal de Pernambuco(UFPE), a quem o autor pediu “duasou três palavras” sobre a sua obra,explica que “a linguagem da poesiaexige de cada um de nós: a consciên-cia de certa noção de tempo inexo-rável e de que, em seu interior, setrava um embate agonístico entredestino e liberdade. É sobre isto quea poesia de Edson nos adverte. Doque dispomos para participar desteembate? De nada! Estamos comple-tamente desarmados (ou quase!)para enfrentar nosso Destino Trágico:salvo o Amor, ‘Não temos nenhumlastro’, ‘Não há respostas, esta é aresposta’, ‘Sem alicerce’!”E, Flávio Breyner prossegue, dizendo

que na “interessante composição do‘Memorial do Raso da Catarina’ (quecompõe a trilogia), a última palavrade cada poema é o título do poemaseguinte, como se o poeta procu-

rasse uma improvável continuidadeda vida: ‘No Raso da Catarina, o fimdo homem não é nem a morte nemo fim’; restou naquele Raso, apenas‘a liberdade, a solidão e o degredo’.

Em ‘Quase Poesia’, fica registada adesesperança do poeta (‘Nenhumaponte me ergue no futuro. Eu não es-tarei lá’), atenuado por um frágil fila-mento de luz... arendtiana: ‘Quandonasce uma criança, o mundo reco-meça’! Como, afirma o poeta, ‘Perma-nece o que fiz; o que fui desaparece’,creio que a sua lírica nos adverte quenossa crença na redenção dohomem é vã. Isto, ao que parece, vaipermanecer! E eu, que não sou poeta,concluo ao ler esta bela e bem es-crita obra, que certos otimismos sãouma forma de insanidade!”O encontro acabará com uma sessãode autógrafos e um cocktail.

Villa Raspail2 rue Fouilloux94200 Ivry-sur-SeineContacto: 07.78.87.17.58 (Caroline Mendes)

Por Luísa Semedo

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LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

Tourcoing: Lacérémonie enl’honneur deNotre Dame deFátima a reprisun nouveausouffle

Dans la nuit du 12 octobre a eu lieuà Tourcoing, en la paroisse SainteAnne, la cérémonie en l’honneur deNotre Dame de Fátima. Une céré-monie religieuse pas comme lesautres, mais à la fois comme auPortugal. En effet, la Vierge de Fá-tima est vénérée au Portugal de-puis l’apparition aux bergersd’Aljustrel: Jacinta, Francisco etLúcia.Le dimanche 13 octobre, au matin,a eu lieu l’adieu à Fátima. Une cé-rémonie particulièrement émou-vante, surtout au moment del’adieu. Lorsque les personnes pré-sentes sortent leurs mouchoirsblancs, comme le veut la tradition,pour dire au-revoir à la Sainte mèrede Dieu.Le peuple portugais a écrit maintscantiques en l’honneur de la Viergede Fátima, mais le plus connu, leplus frissonnant et celui qui com-mence par ces mots: - «ó Virgem doRosário, de Fátima, Senhora de Por-tugal, rainha dos homens, protec-torat».Un moment béni où l’on sent mon-ter en chaque cœur portugais uneémotion que seul les Portugaispeuvent ressentir à cet instant.Mais cette année, la cérémonie futmenacée de ne pas avoir lieu. Lespersonnes qui sont chargées deporter le palanquin étant âgées,sont tombées malades, et des en-fants volontaires manquaient àl’appel pour défilé dans le cortège.C’est à ce moment-là, qu’Olivia Sal-gado, active dans la Paroisse deSainte Anne pensa faire appel à laCh’tite gazette portugaise. Maisqu’est-ce la Ch’tite gazette portu-gaise me direz-vous? C’est unepage que l’on trouve sur le réseausocial Facebook et qui divulguetoutes les informations utiles à laCommunauté portugaise des hautsde France comme jadis la radioTriunfo.La Ch’tite gazette portugaise com-prenant l’urgence, a mis en placeune communication et un appelaux bénévoles afin de sauver la cé-rémonie. Une dizaine de personnesrépondit à l’appel, adultes et en-fants, et l’on a constaté avec tris-tesse que peu de personnesconnaissaient l’existence de cettecérémonie.La fin fut joyeuse, les deux cérémo-nies - du samedi et du dimanche -ont retenu une forte augmentationde fréquentation. Beaucoup de jeu-nes gens, des familles présentes etil y avait même trop d’enfants qu’ilen fallait pour interpréter dans lecortège les bergers, Notre Dame deFátima et l’ange.La prochaine célébration aura lieuau mois de mai 2020.

Toy e Chris Ribeiro foram os cabeçasde cartaz do concerto que teve lugarno sábado passado, dia 19 de outu-bro, no Ginásio Augusto Delaune, emBlanc Mesnil, numa organização daAssociação portuguesa daquela ci-dade dos arredores de Paris.Mais de 1.300 pessoas estavam nasala, o que deixou o Presidente dacoletividade, Luís Gonçalves, visivel-mente contente.Tanto Toy como Chris Ribeiro canta-ram pela primeira vez em Blanc Mes-nil, mas os dois têm vindofrequentemente à região de Paris.Para Chris Ribeiro é bem mais fácil. Ocantor nasceu em França, na regiãode Strasbourg, onde ainda reside edisse ao LusoJornal que “aderi ime-diatamente ao convite que me foifeito porque o que eu gosto mesmoé de estar em palco e ainda paramais aqui, perto da capital”.Já era meia noite quando o cantorsubiu ao palco, não apenas para can-tar o tema que o público conhecemelhor, a “Laurindinha”, mas tam-bém cantou temas do último álbumque saiu em agosto do ano passadoe cuja digressão de apresentaçãoestá agora a chegar ao fim.Mesmo se confessa que “não pode-mos divulgar tudo”, vai acrescen-tando que está a trabalhar em novosprojetos. “Não podemos ficar para-dos, temos de seguir e evoluir na car-

reira”. E Chris Ribeiro tem evoluídobastante na carreira. “Tem corridomuito bem, mais do que estávamosà espera” confessa ao LusoJornal, ar-gumentando que tem tido muitosconcertos e que tem corrido omundo inteiro, desde a África do Sule Austrália, ao Canadá e aos EstadosUnidos. “Está a correr lindamente. Sóposso agradecer a Deus e esperarque continue”.Depois de Chris Ribeiro, subiu aopalco Toy. “Penso que a primeira vezque vim à região de Paris foi em 1991,à discoteca Costa do Sol, a convite

dos meus amigos Lacerda e José daSilva” lembrou ao LusoJornal. Masdepois voltou muitas mais vezes elembra a passagem recente na Festafranco-portuguesa de Pontault-Com-bault. “Mas vou mais à Suíça, ao Ca-nadá, aos Estados Unidos e até àAustrália” conta.São viagens muito rápidas, chegoude manhã, cantou à noite e regressoua Lisboa na manhã seguinte. “Não dápara ver nada” disse ao LusoJornal.“Mas gostei das pessoas que conheci.Foram simpáticas comigo”. E anunciaao LusoJornal que vai regressar bre-

vemente para cantar em França.Toy está a fazer um novo álbum, “masnão tenho tido tempo, tenho tidoconcertos praticamente todos osdias”. No entanto, todas as atençõesdo cantor vão para um projeto queconsidera “megalómano” nos Esta-dos Unidos. “Estamos a preparar adivulgação de um álbum nos EstadosUnidos da América com uma bandaamericana de heavy metal no qual euparticipei. Fiz uma participação deletra e música da minha autoria e ovocalista americano está a cantar emportuguês, vai ser editado no mundointeiro. Neste momento este projetoé o mais aliciante de todos, e depoisvamos esperar até que ponto isto vaidar frutos. Este é o meu projeto maisforte, mais megalómano, porque en-globa o mundo inteiro” disse ao Lu-soJornal visivelmente contente.O baile foi animado pelo grupo “25 deAbril”.Luís Gonçalves é o Presidente da As-sociação Portuguesa de Blanc Mesnil,criada em 2005 e que conta atual-mente com cerca de 300 aderentes.“Em outubro tivemos o Mês de Por-tugal em Blanc Mesnil, e tivemos umevento cada fim de semana. No dia26 vamos ter uma noite de fado”.A associação - com sede no 12 rueCorneille, em Blanc Mesnil - organizauma festa por mês e está abertatodos os sábados, das 15h00 às 1h00da manhã, e aos domingos, das15h00 às 21h00.

Por Lia Gomes

Numa organização da Associação portuguesa

No domingo 20 de outubro, no Giná-sio Colette Besson, Stade Léo La-grange, em Chaville, a AssociaçãoCultural dos Portugueses dessa lo-calidade da região parisiense orga-nizou o seu 39° Festival de folclore.Sete ranchos folclóricos estiverampresentes: Borda d’Água de Chaville,Casa da Barca de Thoiry, Groupe Cel-tique Ar Gorriganed Widreüz de Ver-sailles, Casa de Portugal de Plaisir,Raízes do Minho de Puteaux, Rodado Alto Paiva de Orsay e Amigos Uni-dos de Bois d’Arcy.Em entrevista ao LusoJornal, Amân-dio do Carmo, Presidente do RanchoBorda d’Água de Chaville lembrou os39 anos passados, mas sobretudofaz um apelo aos jovens para se jun-tarem cada vez mais em torno dacoletividade: “39 anos, é uma vida,apesar das dificuldades, como todasas associações têm. Os mais jovensterão de nos ajudar para continuarem frente com a nossa cultura.Nunca é fácil, mas com a vontade detodos, vamos para a frente. Gostariaque os jovens pegassem mais na as-sociação. Queria deixar alguémcompetente na frente, mas nuncavou virar as costas, apenas gostaria

de mais apoio dos mais jovens. Hájovens que integram a associação eisso é positivo, mas nem toda agente dança as danças do Ribatejoque são difíceis”.Amândio do Carmo abordou as difi-culdades que houve para realizareste Festival de folclore. “Organizá-mos este festival com grandes aju-das da Mairie de Chaville. Eu aindanão sabia se ia fazer o Festival ounão por causa da sala. A bem dizer,uma semana antes do Festival nãotinha a mínima ideia, mas depois aMairie cedeu-nos a sala e ajudou-

nos a proteger o chão para poder-mos dançar aqui”, assegurou o Pre-sidente da Associação portuguesade Chaville.O Maire de Chaville esteve presenteno Festival. Jean-Jacques Guillet ad-mitiu que é um orgulho ter este fes-tival na sua cidade e poder verjovens lusodescendentes implica-dos na associação. “É uma honrapara mim ver pessoas de Chaville,jovens, respeitosos da cultura dofolclore dos seus pais, dos seusavós... Conservam as suas raízes.Eles são de Chaville, mas conservam

as raízes do Alentejo”.Jean-Jacques Guillet diz que “é umgrupo folclórico do Alentejo, comdanças dinâmicas e fizeram umagrande atuação com grande talento.Vemos que trabalharam para esteresultado”.O Maire de Chaville lembrou a im-portância que a associação portu-guesa tem para esta localidade daregião parisiense. “Sempre estive-mos próximos desta associação, esempre tivemos cuidado paraajudá-los quando devem ensaiar,porque eles precisam de ginásios dacidade para ensaiarem. Isto semfalar dos vestidos, que têm de serbem conservados e este ano aliásmudámo-los de sítio, era uma ne-cessidade. Estamos sempre presen-tes, como a associação também estásempre disponível para participarnos eventos da Mairie de Chaville”.Por exemplo em abril, a associaçãoparticipou na ‘Brocante’, e “o standda associação portuguesa é ondepassa mais gente” lembra o Maire.“Toda a gente aprecia o que é pro-posto no stand português”, concluiu.O 39° Festival de folclore de Chavilleacabou por ser mais um sucessocom uma tarde cheia de festivida-des e de danças folclóricas.

Por Mário Cantarinha

23 octobre 2019

Virginie Vila Verde

LJ / Mário Cantarinha

LJ / Lia Gomes

Toy e Chris Ribeiro cantaram em Blanc Mesnil

Associação Cultural dos Portuguesesde Chaville organizou 39° Festival de folclore

Page 13: Paulo Pisco e Carlos Gonçalves reeleitos Deputadospapel de Alain Oulman, homem de muitas vidas, no lançamento interna - cional da cantora. No mesmo dia 26, mas no coração do “Plateau

LUSOJORNAL DESPORTO 13

La Sélection portugaise de pelotebasque participe pour la premièrefois à une coupe du monde qui sedéroule à Oloron-Sainte Marie (64)jusqu’au 25 octobre.LusoJornal a pu s’entretenir avec leSélectionneur national du Portugal,le Français Cyprien Ducos.

Tout d’abord, pour les moinsconnaisseurs, comment peut-on dé-finir la pelote basque?La pelote basque est un sport deballe issu du jeu de paume histori-quement et a été inventé au XIXèmesiècle. Plusieurs disciplines font par-tie de ce sport. Chacune se différen-cie par l’instrument utilisé (pala,paleta, xare, baline, frontenis, chis-tera ou même à main nue…) et le ter-rain de pratique (fronton, trinquet,mur à gauche, jai alai). Il y a en tout22 disciplines dont 11 disciplines in-ternationales! Cette semaine, à Olo-ron, a lieu la Coupe du Monde pourles disciplines jouées en trinquet(xare, paleta cuir, baline H/F, mainnue tête à tête et par équipes). Letrinquet est une salle couverte de 30m de long et 10 m de large qui res-semble un peu à une salle de squashmais en plus grand! Le trinquet est unhéritier du terrain de jeu de paumedonc il y a également sur la longueurgauche une “planche” qui permet defaire rouler la balle (On dit “la pelote”)au fond du trinquet. Cette compéti-tion est importante car qualificativepour les Mondiaux 2022 qui auront

lieu en France…

Est-ce un sport populaire au Portu-gal? Y-a-t-il beaucoup de pratiquantsau pays?C’est un sport encore confidentiel auPortugal contrairement à ses prochesvoisins l’Espagne et la France. Je nesais pas trop dire pourquoi. Parexemple, la pelote est bien dévelop-pée en Amérique du Sud et Centralecar la pelote a été exportée par ladiaspora basque depuis près d’unsiècle. Au Portugal, il n’y a pas beau-coup de pratiquants pour l’instantcar il manque de terrains homolo-gués pour la pratique. Il y a 2 clubs àMoita et Ourém. Justement le prin-cipal objectif, à moyen terme, est deconstruire des installations pourpouvoir développer la pratique et

organiser des parties officielles (ondit “partie” et non “match”). Parcontre il y a beaucoup de Portugaisqui pratiquent la pelote basque enFrance ou en Espagne. Le dévelop-pement de la pratique au Portugalest tout à fait réalisable dans les an-nées à venir, en ciblant les jeunes évi-demment.

Le Portugal participe à la Coupe duMonde à Oloron Sainte Marie cettesemaine…C’est la première fois que le Portugalprésente une équipe à une Coupe duMonde! Les objectifs sont élevés carle but est d’atteindre la qualificationpour le Mondial (toutes catégories)prévu en 2022 en France. Pour cela ilfaut se qualifier pour les 1/2 finalesde la Coupe du Monde! C’est un défi

énorme [ndlr: la poule comptait l’Ar-gentine, l’Espagne et l’Uruguay].

Les deux joueurs sont franco-portu-gais, comment les avoir motivés pourreprésenter le Portugal?Oui exactement. Steven Martins a ap-pris à jouer à la pelote à Paris où il apassé son enfance, ses 2 parents sontPortugais. Il est étudiant depuis cetteannée à Porto, à l’université deCespu, en kinésithérapie. Lucas Pe-reira habite à Bizanos, près de Pau, etjoue à la pelote depuis toujours enBéarn. Il est étudiant en IUT de com-merce à Tarbes. Ils sont tous les deuxjeunes (19 ans) et l’opportunité dejouer une Coupe du Monde les a mo-tivés depuis que je leur ai proposé ceprojet il y a 2 ans. Le niveau en Franceest tellement élevé qu’ils n’auraient

pas pu postuler en Equipe de France.C’est une occasion unique de vivreune expérience humaine et sportiverare.

Vous-même, comment vous en êtesarrivé à devenir Sélectionneur duPortugal?Je n’ai aucun lien avec le Portugal.C’est un peu le hasard des rencontresqui m’a guidé. En fait j’ai appris àjouer également à Paris puisque mesparents basques habitaient à Parispour le travail. C’est là que j’ai croisédes joueurs de tout horizon dont desPortugais. En 1998, il y avait mêmeune équipe composée de joueursportugais qui ont atteint la finale duChampionnat de France juniors. Maisils n’ont jamais pu représenter lemaillot national pour diverses rai-sons. Mais 20 ans après, un nouveaujoueur Steven Martins a montré rapi-dement ses qualités et surtout samotivation pour jouer pour le Portu-gal. Comme je suis un passionné parce sport en particulier par la disci-pline du xare, je me suis proposécomme entraineur auprès de l’APPB.Et voilà l’aventure a commencé il y a2 ans et là c’est une première étapetrès importante.

A long terme, quels sont vos objectifsavec cette Sélection?A long terme l’objectif est le MondialJuniors en 2021. Les 2 joueurs serontmatures et peuvent espérer un po-dium! Plus loin encore le but est defaire un podium au Mondial toutescatégories en 2026! Força Portugal!

Por Marco Martins

A Oloron Sainte Marie

23 octobre 2019

Ce dimanche 27 octobre, les Portugaisde Tours, AC Tours Portugal, va affron-ter C’Chartes, club de National 2, à14h30, au stade du Danemark, àTours, lors du 6ème tour de la Coupede France de football.Le petit poucet de la Coupe, évoluanten R3 - Régional 3 - vit une belle his-toire en cette année 2019. Invaincussur cette année civile, ils sont montésen fin de saison dernier, en Régional3, et on réussi à passer le 5ème tourde Coupe de France face à la ValléeVerte, club de deuxième division deDistrict, 1-1 après prolongations et 5-3 aux tirs au but.C’est l’occasion pour LusoJornal dediscuter avec Filipe de Almeida, Pré-sident de l’AC Tours Portugal.

Face à Chartres, que peut-on espé-rer?On peut déjà espérer que ça soit unegrande fête! On espère recevoir lemaximum de supporters, que le pu-blic soit présent pour nous soutenir.Quant au match, avec quatre divi-sions d’écart, on est réalistes, surtoutquand on regarde le budget de cha-

cune des équipes. Chartres est uneéquipe semi-professionnelle. La dif-férence est assez conséquente, maison ne va pas déposer les armes. Lematch va être difficile, mais ce quicompte pour nous, c’est que ce soitune véritable fête pour l’ensemble duclub! Cela nous permet de faire parlerdu club, ça le met en lumière. Dansnotre historique on a déjà réussi à at-teindre une fois le 7ème tour deCoupe de France, mais ça remonte à

pas mal d’années! C’est bien pournotre club d’être à nouveau sous lesprojecteurs face à une des plus gros-ses équipes de la Région Centre. Ceparcours est historique pour nous.

Lors du précédent tour, la victoireétait plutôt logique?Ce n’était pas forcément une surpriseface à la Vallée Verte dans le sens oùc’est un club de deuxième division deDistrict. On était les favoris, on a af-

fronté le petit poucet à ce moment-là de l’épreuve, et puis maintenant,nous sommes à notre tour le petitpoucet! Tout le monde voulait jouercontre nous, et on a hérité de Char-tres. Chartres a eu la chance de tom-ber sur nous (rires).

Vous êtes arrivés récemment à laPrésidence du club?Il faut savoir que le club est né en1967 et il fait partie du Centre Culturelet Sportif Portugais de Tours. Quant àmoi, cela fait plus de 20 ans que j’ysuis. Tout d’abord en tant que joueur,puis Trésorier, puis vice-Président etenfin Président depuis cette année,remplaçant une figure mythique duclub, Miguel Tavares. C’était la suitelogique. Et comme tout Président, jesuis ambitieux: je voudrais quel’équipe 1 fasse bonne figure en R3 etpourquoi pas monter en R2, et quel’équipe réserve puisse aussi monter,sans oublier l’école de football que jevoudrais développer encore plus. Ence moment il y a 300 adhérents auclub. On compte quatre équipes se-niors et plus de 200 jeunes à partir de5 ans jusqu’à 18 ans. La pérennité duclub est importante.

Il y a des difficultés pour le club?Une des difficultés est au niveau desterrains disponibles. Nous n’avonsqu’un seul et ça nous complique latâche. On voudrait avoir de meilleu-res conditions et on va essayer d’endiscuter avec la Mairie de Tours.

Le club n’est pas ‘uniquement’ por-tugais?Non. Nous ne sommes pas dans lecommunautarisme. On a des jeunesde Tours Nord qui viennent cheznous, on est un club international. Ladirection est portugaise, on a desspécialités portugaises, des joueursportugais, le nom du club est portu-gais, mais on est ouvert à tout lemonde.

Qui est Filipe de Almeida, Présidentde l’AC Tours Portugal?Je suis né en France, à Châteauroux,et au Portugal je suis originaire deSabugal. J’ai quitté Châteauroux pourles études et j’y suis resté, je m’y suismarié et je suis devenu expert-comp-table. C’est pour cela que je suispassé par la case trésorerie au club(rires).

Par Marco Martins

L’Association portugaise de Tours est au 6ème tour de la Coupe

Le Portugal participe pour la première fois à uneCoupe du Monde de Pelote Basque

FPPB

Les Portugais de Tours rêvent de continuerl’aventure en Coupe de France

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LUSOJORNAL14 DESPORTO

Dois Portugueses - Ricardo Gouveiae Pedro Figueiredo - estiveram pre-sentes no Amundi Open de Francede golfe, que decorreu no Golf Na-tional em Guyancourt na Região pa-risiense. Ricardo Gouveia terminoua prova no 69° lugar enquantoPedro Figueiredo foi desqualificadono primeiro dia.O LusoJornal falou com os dois atle-tas sobre a temporada 2019 e asperspetivas em torno de 2020, anoolímpico.

Ricardo Gouveia,em ano difícil conseguiu terminar o Open de FranceRicardo Gouveia, o golfista portu-guês terminou 69° lugar com um re-sultado final de 293 pancadas, +9acima do PAR. O PAR é o número depancadas previstas pela organiza-ção para realizar o percurso de 18buracos. O atleta luso conseguiu ter-minar a prova disputando os quatrodias, isto sabendo que no golfe apósdois dias, há uma primeira fase deeliminação e os atletas que prosse-guem são aqueles que passaram o‘cut’.Em entrevista ao LusoJornal Ri-cardo Gouveia não se mostrounada satisfeito com a temporada,mas começou por elogiar o campoparisiense.

Este campo parisiense é um doismais difíceis do circuito?Este campo é bastante exigente.Todas as áreas do jogo são testadasneste campo e é um dos camposmais difíceis do ano. Nós todos sa-bemos disso. Há bastante pessoasaqui no Open de France como temno Portugal Masters. É sempre umprazer vir jogar neste campo. Paramim é um dos melhores campos doano. E quero agradecer todos aque-les que nos vieram apoiar durante otorneio.

Qual era o objetivo em Paris?O objetivo era tentar fazer o melhorresultado possível. Agora é o Portu-gal Masters.

Que balanço podemos fazer desteano?Foi um ano bastante difícil. Tive al-gumas mudanças. Mudei de treina-dor, tive de mudar algumas coisastécnicas. E não tive muito tempopara automatizar essas mudanças ecom muitos torneios é complicadotrabalhar essas pequenas altera-ções. Foi um ano difícil, está a serum ano difícil, mas espero acabarcom bons resultados.

As mudanças foram realizadas parachegar aos Jogos Olímpicos de 2020em Tóquio?Não só chegar aos Jogos Olímpicos,mas também para continuar no Eu-ropean Tour no próximo ano. Eusabia que ia ser um ano difícil por-que estas mudanças vão demorar

algum tempo a ficarem automatiza-das. Agora é continuar a trabalharnesse sentido, e não tenho dúvidaque no futuro, no próximo ano, jácomece a haver mais resultados.

Pedro Figueiredo, de -1 abaixo do par a desqualificadoPedro Figueiredo terminou o pri-meiro dia de prova com um total de70 pancadas, uma abaixo do PAR. Noentanto o pior para Pedro Figuei-redo chegou um pouco mais tarde,sendo desqualificado. O atleta lusomostrou-se dececionado em con-versa com o LusoJornal e explicouque foi por causa de «um drop malfeito», admitindo que não se tinhaapercebido de nada.Pedro Figueiredo falou das suassensações após ter jogado em Paris,e também abordou os seus objeti-vos para 2020 que passam por estarpresente nos Jogos Olímpicos emTóquio no Japão.

Quais são as características especí-ficas deste campo?É muito exigente. Uma pessoa nãopode falhar muito. Este campo temlagos bem posicionados, se erramosna pancada, a bola pode cair na águae aí ficamos com dois pancadas amais de penalidade. Os alvos parachegar ao fim do percurso são muitopequenos, portanto temos de sermuito certeiros. É um campo excecio-nal, dos melhores que já joguei.

França, é um lugar especial para sepraticar golfe? França está a crescer no golfe. Émaior do que em Portugal. Vê-semais público e sobretudo vê-se queas pessoas conhecem mais o des-porto do que em Portugal. A culturado golfe em França começa a serforte, tanto a nível de jogadorescomo a nível de público.

Que balanço podemos fazer destatemporada?O balanço desta época não é posi-tivo! Tive um ano difícil até agora. Ul-timamente até tenho sentido queestou a jogar melhor, tendo passadobastantes ‘cuts’ nos quatro ou cincoúltimos torneios que tinha dispu-tado antes de Paris. Mas nestaépoca também passei por uma fasedifícil onde tinha dificuldades emvárias áreas do meu jogo, quandouma estava boa, a outra já não es-tava. A este nível os erros pagam-secaros, mas estou a sentir que estoua jogar cada vez melhor e isso dá-me confiança para o que aí vem.

Em 2020 temos os Jogos Olímpicosem Tóquio, é um objetivo?Há dois atletas por nacionalidadeque vão aos Jogos Olímpicos até sechegar a 60 atletas. Eu adorava estarpresente nos JO e representar Por-tugal, é sempre uma honra. É ver-dade que o golfe está presente hápouco tempo nos JO, ou melhor re-gressou no Rio de Janeiro em 2016,mas os jogadores de golfe estão aolhar para o torneio olímpico comouma prova muito importante, ondequerem representar o país.

Por Marco Martins

Portugueses já pensam em 2020

23 octobre 2019

Dans une rencontre passionnantede la 9ème journée du Groupe A deN2, les Lusitanos ont réussi à re-nouer avec la victoire, à domicile, enl’emportant 2-1 face au SportingClub de Bastia.C’était un rendez-vous que les Lusi-tanos avaient coché de longue datedepuis le début de Championnat. Età voir les nombreux supporters bas-tiais présents ce week-end dernier,difficile de dire que cette rencontren’était pas attendue.Face au dauphin de Sedan, les Lusi-tanos se devaient de mettre fin à sa

série négative de trois matchs sanssuccès en Championnat. Sous lesyeux de son invité d’honneur, TonyCarreira, de l’Ambassadeur du Por-tugal en France, Jorge Torres Pereira,du Consul Général du Portugal àParis, António de AlbuquerqueMoniz, mais également de SylvainBerrios, le Maire de Saint Maur-des-Fossès, sans oublier les sponsors etautres amoureux des Lusitanosvenus vivre ce rendez-vous uniqueface à l’un des clubs historiques dufootball français, les hommes deBernard Bouger n’ont pas ménagéleurs efforts pour renouer avec lavictoire.Dès les premières minutes, les Saint-mauriens se montrent entrepre-nants. Sur un ballon plein axe, KapoSylva prend de vitesse la défensebastiaise mais voit Guibert le stop-per en position de dernier défen-seur (5 min).A 10 contre 11, Saint Maur se lance àl’assaut du but d’Anthony Martin quiverra un lob de Philipo Kleisch pas-ser de peu à côté, avant d’être bienmalgré lui un acteur majeur de la28ème minute. Parti à la limite du

hors-jeu, Bafodé Dramé, la dernièrerecrue des Lusitanos, joue le ballonavant le portier bastiais venu à sarencontre qui le touche, en dehorsde sa surface. Deuxième cartonrouge pour le SCB qui évoluera pen-dant plus d’une heure à 9 contre 11.Malgré cette avantage, Saint Maurtarde à trouver la faille dans la dé-fense bastiaise. Quand Farid Be-ziouen ne voit pas sa reprise de

volée être repoussée par SébastienLombard, c’est le poteau qui em-pêche les Lusitanos de prendre unavantage logique.Dès le retour des vestiaires, tout lemonde s’attend à voir une attaque-défense entre les deux équipes.Bastia tentera bien de profiter de lamoindre opportunité pour réussirun miracle. Mais au moment de voirValter Viegas prendre le dessus de la

tête sur Schur et inscrire son pre-mier but de la saison, le public pen-sait avoir vu les Lusitanos réussir leplus difficile (1-0, 55 min). C’étaitsans compter sur la volonté corse dene pas baisser les bras. Sur un bal-lon joué par Kevin Schur dans la sur-face, ce dernier se fait accrocher parGuillaume Sert. Paul Garo n’hésitepas et désigne le point de pénalty.Face à Alexandre Bouchard, Ma-guette Diongue ne tremble pas pourpermettre au Sporting de recoller auscore (1-1, 73 min).Aidé par ses supporters, les Corsescontinuaient à donner du fil à retor-dre aux joueurs lusitaniens. Maisc’est mal connaître la force mentalede cette équipe.Comme souvent depuis le début desaison, les Lusitanos n’ont pas abdi-qué. Et sur un dernier ballon dans lasurface de Kapo Sylva, PhilipoKleisch s’est précipité pour le pous-ser au fond des filets, offrant unenouvelle victoire au Stade Chéron -la 4ème de la saison.Avec 14 points les Lusitanos remon-tent à la 5ème place du classementdu Groupe A de National 2.

Par Eric Mendes

National 2

US Lusitanos 2-1 SC BastiaPublic: 900 spectateursArbitre: M. GaroButs: US Lusitanos: Viegas (55 min) etKleisch (92 min); Bastia: Diongue (73min, sp)US Lusitanos: Bouchard; Autret, Sert,Viegas, Dassé (Vétier, 46 min); Sylva, Nia-katé (Boudjemaa, 40 min), Gnahoré(Cap.), Kleisch; Dramé (Sylla, 79 min), Be-ziouen. Entraîneur: Bernard Bouger

Ricardo Gouveia no Amundi Open de France LJ / António Borga

Les Lusitanos de St Maur s’offrent Bastia

LJ / António Borga

Golfe: Ricardo Gouveia e Pedro Figueiredo participaram no Open de France

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LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

Santos e pecadoresA famosa parábola do fariseu edo publicano, que escutaremos nopróximo domingo, dia 27, normal-mente é interpretada desta forma:enquanto que no fariseu (devotoescrupuloso) vemos todos aquelesque se acreditam irrepreensíveis esuperiores, no publicano (pecadorpúblico) vemos a pessoa que reco-nhece os próprios erros e pedeperdão a Deus. Jesus louva a ati-tude de arrependimento e ensina-nos que «todo aquele que seexalta será humilhado e quem sehumilha será exaltado».Mas para os cristãos do nossotempo esta interpretação não es-tará já “fora do prazo”? A nossa so-ciedade é tão diferente da deJesus… Ele contava as suas parábo-las a um mundo profundamentereligioso, onde a hipocrisia consis-tia em ostentar uma imagem de“beatitude” e ortodoxia. Hoje emdia o que se admira é precisamenteo contrário: o aplauso vai paraquem contesta as normas religio-sas e o adjetivo “transgressor” tor-nou-se um dos elogios maisdesejados.Provavelmente somos obrigados aalterar os termos da parábola, sequeremos preservar o seu signifi-cado original. Os publicanos deontem são os novos fariseus dehoje, que dizem «Ainda bem quenão sou como aqueles crentes hi-pócritas, que passam a vida arezar, mas no fundo são piores doque os outros!».Inevitavelmente, ninguém é total-mente fariseu ou totalmente pu-blicano. Já que temos de conciliarestas duas dimensões, pelomenos que seja desta forma:como o fariseu, esforcemo-nos pornão roubar, respeitar as leis epagar os impostos. Como o publi-cano, reconheçamos, quando es-tamos diante de Deus, que o quefizemos é sempre pouco e que ne-cessitamos da Sua misericórdia.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Sanctuaire de Notre-Dame de Fátima-Marie-Médiatrice48 bis boulevard Sérurier75019 ParisSábado às 19h00 e Domingo às 11h00

Vendredi soir, au stade DominiqueDuvauchelle, les Béliers faisaient faceau leader du National FFF, Dunkerque.Une occasion pour se rapprocher dece dernier manquée par les Cristo-liens devant leur public (0-1).

Les hommes de Carlos Secretário rê-vaient d’une meilleure fête vendredisoir sur leur pelouse, eux qui rece-vaient des mains de la FFF leur titrede Champion de National 2 de la sai-son dernière. Mais les Dunkerquois,dirigés par Claude Robin, sont pas-sés par là.Ces derniers ont notamment su pro-fiter d’une mauvaise habitude des

Béliers à domicile, qui consiste cetteannée à prendre un but rapidementdans le match, Boudaud trouvant lepetit filet de Véron sur un ballon quitraînait aux abords de la surface (0-1, 11 min).Créteil/Lusitanos - mené pour laquatrième fois de suite sur son ter-rain cette saison en six rencontres -frise même la correctionnelle dans la

foulée, Dauchy (17 min) sauvant unballon sur la ligne, avant que Véronne sorte un arrêt réflexe devant Ca-lant (20 min).Devant, les locaux sont aussi à lapeine, Dogo parvenant seulement àplacer une reprise juste au-dessusde la barre de Maraval (32 min).Pour autant, les coéquipiers deBuaillon, rentré à la pause, n’abdi-quent pas. Volontaires, ils poussentpour tenter de revenir dans la ren-contre. Mais ils continuent de sefaire peur derrière, Belkouche sau-vant le ballon devant l’attaquant ad-verse (55 min) avant un nouvel arrêtde Véron (63 min).Plus dynamique grâce à ses entrants,l’US Créteil/Lusitanos obtient tout demême une balle d’égalisation en or,Diarra étant déséquilibré dans lasurface. Mais le Capitaine du soir, Fo-fana, expédie sa tentative largementau-dessus de la cage adverse (67min).De quoi frustrer les Béliers, quicontinuent de tout donner jusqu’aubout, Pancrate mettant à mal la dé-fense adverse à deux reprises (72 et79 min). Mais leur chance étaitpassé, Créteil/Lusitanos concédantson troisième revers de la saison.Un manque de réalisme qui poussedésormais l’équipe val-de-mar-naise à la 9ème place au classe-ment.

Par Daniel Marques

Football / National

Um pouco de história:Durante o verão é sempre a mesmahistória… Em Portugal, qualquer horaé hora de comer e isso não ajudanada para a época depois das férias.Quem nunca comeu umas bifanas àstantas da manhã ou mesmo antes deir para a cama depois de uma noitede festa?Pois é…Mantenha uma alimentação saudá-vel... Este é um dos aspetos mais im-portantes para manter ou melhorar asua saúde. Alimentar-se de formaequilibrada tem muitos benefícios:assim sendo continuamos a proporum receitas “saudáveis” e económi-cas.

Ingredientes(para 4 pessoas)1 cenoura grande100 g de rebentos de soja650 g de carne de frango picadaCominhos q.b. (facultativo)Pimenta q.b.50 g de farinha maisena6 dl de leite1 dl de polpa de tomate200 g de canelones

Preparação:Aqueça o azeite num tacho, junte acebola, os dentes de alho e a cenourafinamente picados e deixe cozinharem lume brando até que tudo fiquemacio.Adicione os rebentos de soja e o

frango, tempere com cominhos e pi-menta e deixe cozinhar durante 15minutos, mexendo de vez em quando.Retire do lume, deixe arrefecer e re-serve.Dissolva a farinha num pouco do leitee ferva o restante. Junte depois aopreparado anterior, mexendo regular-mente, bem como a polpa de tomate.Leve novamente ao lume, mexendosempre até engrossar. Retire, retifiqueos temperos e reserve.Encha os canelones com o preparadoda carne. Verta um pouco de molhopara o tabuleiro, disponha por cimaos canelones e cubra com o restantemolho. Leve ao forno pré-aquecido a170° C durante 35 minutos, retire esirva.

Sugestão: Acompanhe com uma sa-lada de alface e tomate com uma ro-dela de cebola, temperadas com umfio de azeite e vinagre e uma pitadade sal grosso.Nota: Esta receita originalmente con-tém os “Cominhos” mas esta especia-ria é bastante especial e nem todasas pessoas gostam. Se efetuar estareceita para os seus convidados cer-tifique-se que gostam do ingrediente,senão corre o risco de comer o restoda semana os Canelones porque osseus convidados não gostaram.Em caso de dúvida pode efetuar a re-ceita sem a especiaria que o pratofica bom na mesma.Vinho: Para esta receita recomendoum vinho rosé da região de Palmelabem fresco.

Na cozinha do VitorCanelones de legumes com frango

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Por Vítor Santos

23 octobre 2019

Créteil/Lusitanos chute face au leaderUS Créteil Lusitanos 0-1 USL Dunkerque(0-1 à la mi-temps)Stade Dominique Duvauchelle à Créteil, 963 spectateurs

Arbitre: M. VerniceButs: Boudaud (11 min) pourDunkerqueAvertissements: uaillon (61 min)pour Créteil/Lusitanos; Pierre (42min) et Maçon (67 min) pour Dun-kerqueCréteil/Lusitanos: Véron; Pardal(Diallo, 82 min), Belkouche, Dau-chy, Fofana (Cap.); Pereira (Buail-lon, 46 min), Nsélé, Baal(Pancrate, 60 min); Mokdad,Dogo, Diarra. Entraîneur: CarlosSecretárioDunkerque: Maraval (Cap.); Maçon,Calant, Lauray, Kouagba; Gomis, Go-teni; Boudaud (Vialla, 46 min),Pierre (Gamboa, 82 min), Bosca(Ebane, 74 min); Bizet. Entraîneur:Claude Robin

USCL

Page 16: Paulo Pisco e Carlos Gonçalves reeleitos Deputadospapel de Alain Oulman, homem de muitas vidas, no lançamento interna - cional da cantora. No mesmo dia 26, mas no coração do “Plateau

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