12
XXII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétri SENDI 2016 - 07 a 10 de novembro Curitiba - PR - Brasil Paulo Roberto Freitas Valadão Victor Barros Rispoli Glauber Niero ENERGISA MINAS GERAIS DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A ENERGISA MINAS GERAIS DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energisa S/A [email protected] [email protected] [email protected] Aplicação de Religadores Monofásicos em Redes Rurais Monofásicas Palavras-chave Custos Operacionais DEC, FEC, Compensações Faltas Transitórias Redes Rurais Monofásicas Religador Monofásico Smart Grid Resumo Neste trabalho é apresentada a experiência da EMG (Energisa Minas Gerais) na aplicação de religadores monofásicos para redução dos defeitos devido às faltas de natureza transitórias nas redes rurais monofásicas. O trabalho é constituído da apresentação do cenário da EMG, do estudo realizado para escolha dos melhores locais para instalação, da definição de qual equipamento a ser adquirido e dos resultados práticos após um ano de operação. Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição dos locais para instalação dos religadores monofásicos, obtém-se uma redução em média de 92% dos defeitos devidos à faltas transitórias, consequentemente, DEC, FEC, pagamento de compensações por violação dos indicadores individuais de continuidade, custos operacionais da frota e equipes de campo. Os dados apresentados neste trabalho referem-se ao período de 2012 (dados bases para estudo) a 2015 (apuração dos resultados práticos). 1/12

Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

XXII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica

SENDI 2016 - 07 a 10 de novembro

Curitiba - PR - Brasil

Paulo Roberto Freitas Valadão

Victor Barros Rispoli Glauber Niero

ENERGISA MINAS GERAIS DISTRIBUIDORA DE

ENERGIA S/A

ENERGISA MINAS GERAIS DISTRIBUIDORA DE

ENERGIA S/A

Energisa Mato Grosso Distribuidora de Energisa

S/A

[email protected] [email protected] [email protected]

Aplicação de Religadores Monofásicos em Redes Rurais Monofásicas

Palavras-chave

Custos Operacionais

DEC, FEC, Compensações

Faltas Transitórias

Redes Rurais Monofásicas

Religador Monofásico

Smart Grid

Resumo

Neste trabalho é apresentada a experiência da EMG (Energisa Minas Gerais) na aplicação de religadores

monofásicos para redução dos defeitos devido às faltas de natureza transitórias nas redes rurais monofásicas.

O trabalho é constituído da apresentação do cenário da EMG, do estudo realizado para escolha dos melhores

locais para instalação, da definição de qual equipamento a ser adquirido e dos resultados práticos após um ano

de operação.

Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição dos locais para instalação dos religadores

monofásicos, obtém-se uma redução em média de 92% dos defeitos devidos à faltas transitórias,

consequentemente, DEC, FEC, pagamento de compensações por violação dos indicadores individuais de

continuidade, custos operacionais da frota e equipes de campo.

Os dados apresentados neste trabalho referem-se ao período de 2012 (dados bases para estudo) a 2015

(apuração dos resultados práticos).

1/12

Page 2: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

1. Introdução

A busca pela melhoria da confiabilidade das redes de distribuição é algo que as concessionárias de energia sempre

almejam, uma vez que a Aneel define metas e resoluções que devem ser seguidas.

Nessa linha, as novas tecnologias vêm contribuindo na melhoria da qualidade do serviço possibilitando o

restabelecimento automático das redes. Entre os equipamentos que são amplamente empregados para está finalidade

estão os religadores.

Religadores trifásicos já vêm sendo utilizados nas empresas do grupo Energisa nas áreas urbanas e rurais. Porém, os

religadores monofásicos, ainda não eram empregados no grupo devido ao seu elevado custo, logo não obtendo

viabilidade econômica.

Diante disso, foi desenvolvido um projeto piloto em 2013 que apresentasse a situação das redes monofásicas frente aos

indicadores de continuidade e, consequentemente, a proposição de aplicação otimizada de religadores monofásicos de

baixo custo em pontos estratégicos para redução de defeitos devido às faltas de natureza transitórias.

Faltas transitórias são aquelas em que havendo a operação de um equipamento de proteção desaparece a causa do

defeito e o circuito funciona perfeitamente depois de religado. As causas mais comuns de defeitos transitórios são:

•       Descargas atmosféricas

•       Contatos momentâneos entre condutores

•       Abertura de arco elétrico

•       Materiais sem isolação adequada

•       Contatos de objetos estranhos

Cerca de 70 a 80% dos defeitos nas redes de distribuição são devidos às faltas de natureza transitórias, onde se faz

necessário a aplicação de equipamentos de proteção com religamentos automáticos.

Portanto, este trabalho irá apresentar o estudo desenvolvido para priorizar os pontos de instalação de religadores

monofásicos, a fim de reduzir os defeitos devido às faltas transitórias e os resultados práticos obtidos após um ano de

testes com 10 equipamentos na EMG.

2. Desenvolvimento

2.1. Cenário das Redes Rurais Monofásicas da Energisa Minas Gerais

Um dos grandes desafios da EMG está na característica das suas redes que são majoritariamente rurais.

Conforme o gráfico 1, cerca de 90% da extensão da rede de distribuição de média tensão está concentrada na zona

rural e, deste montante, 70% são redes monofásicas.

2/12

Page 3: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

Gráfico 1– Extensão e tipo da rede de distribuição MT na EMG 2012.

Tal situação era preocupante, pois por anos se investiu muito em tecnologias nas zonas urbanas, que se viabilizavam

mais facilmente, porém pouquíssimo na zona rural.

Diante desse cenário, era de se esperar que a quantidade de defeitos/ocorrências emergências fossem elevadas na

zona rural, o que de fato se comprova ao analisar a base de 2012.

No gráfico 2 constata-se que 59% dos defeitos estão localizados na zona rural, sendo que destes, 76% são defeitos de

natureza transitória.

Gráfico 2- Quantidade de Ocorrências de 2012 subdivididas por natureza da falta e sua localização.

Traduzindo estes defeitos para os resultados DEC e FEC de 2012, percebe-se que 17% do DEC é localizado na zona

rural e devido a defeitos transitórios, conforme apresentado no gráfico 3 abaixo.

3/12

Page 4: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

Gráfico 3- DEC e FEC em 2012 por localidade e natureza do defeito

Em relação ao deslocamento das viaturas, em 2012 55% se devem às ocorrências de natureza transitória na zona rural,

conforme é apresentado abaixo no gráfico 4.

Gráfico 4– Deslocamento ao atendimento de ocorrências em 2012.

O tempo despendido em atendimento a uma ocorrência é subdivido segundo Prodist, em tempo de preparação (TP),

tempo de deslocamento (TD) e tempo de execução (TE). Considerando o tempo efetivo da equipe alocada no problema,

ou seja, TD + TE, nota-se que 29,8% (18.594 horas) do total de horas em 2012 foram na zona rural e devido a

atendimentos aos defeitos de natureza transitórios, conforme apresentado no gráfico 5.

4/12

Page 5: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

Gráfico 5- Tempo de utilização (TD+TE) das equipes aos atendimentos de ocorrências em 2012 em relação a natureza

da falta.

As compensações DIC, FIC e DMIC são pagas quando há violação das metas individuais por consumidor, refletindo

negativamente no resultado operacional da empresa. Ao analisar o ano de 2012, gráfico 6, observa se que foram pagos

aproximadamente R$ 90.810 em ocorrências de natureza transitória localizadas na zona rural.

Gráfico 6- Total de compensações pagas por violação dos limites de DIC, FIC e DMIC por natureza da falta.

Portanto, conclui que o grande vilão da EMG está na zona rural e é devido a ocorrências de natureza transitória. Para

está situação os religadores monofásicos são uma ótima solução para redução destes problemas.

2.2. Definição dos pontos para instalação dos Religadores Monofásicos

Uma vez levantado o cenário em que estava submetida à EMG, foi analisada a base de defeitos/ocorrências cujo

período escolhido foi de um ano para investigar e propor os melhores locais para instalação dos religadores monofásicos.

Para realizar a proposição seguiram os seguintes passos:

1.     Definição do universo das análises:

o    Foi selecionada uma base de defeitos de um ano, pois garante se que não há vícios devido ao ciclo

de chuvas.

o    Os defeitos/ocorrências deveriam ter como apontamento do equipamento com falha, somente

chaves fusíveis de um estágio ou três estágios.

o    Selecionada somente as ocorrências registradas na base que são emergenciais.

2.     Definições de quais causas registradas seriam caracterizadas como defeitos devido às faltas de natureza

transitórias:

o    Foram definidas as causas ventos fortes, descargas atmosféricas, poluição, objeto estranho na rede

e causas ignorada com tempo de execução < 70min.

o    Em todas estas causas, o serviço executado pelo eletricista só poderia ser a substituição do elo

fusível.

5/12

Page 6: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

3.     Para cada defeito/ocorrência foi obtido:

o    O deslocamento das equipes de campo.

o    Números de clientes a jusante da chave.

o    Extensão do ramal a jusante da chave

4.     Ao final foi elaborada uma tabela onde para cada número de chave fusível foram apresentadas as

seguintes informações.

o    Nome do alimentador

o    Número operativo da chave

o    Clientes atendidos a jusante

o    Quantidade de ocorrências de natureza transitórias

o    Quantidade de km rodado por ocorrência

o    Homem hora trabalhado das equipes de campo por ocorrência

o    DEC por ocorrência

o    FEC por ocorrência

o    Custo do deslocamento por ocorrência

o    Custo de HH da equipe de campo por ocorrência

o    Custo do elo fusível por ocorrência

o    Compensações por DIC, FIC e DMIC por ocorrência

o    Valor da energia não distribuída por ocorrência

5.     A partir da tabela acima, foram definidos os pesos para as seguintes variáveis:

o    Redução de despesas operacionais (Custo do deslocamento + Custo de HH da equipe de campo +

Custo do Elo fusível) – Peso de 50%

o    Quantidade de ocorrências de natureza transitórias – Peso de 30%

o    Compensações por DIC, FIC e DMIC – Peso de 20%

o    Número de clientes a jusante maior que 50.

Com a lista ranqueada de acordo com a prioridade estabelecida, para cada chave foi analisado se o ramal a jusante

possuía extensão superior a 500 metros e se a distância do polo operacional até a chave fosse superior a 6 km. Caso

positivo, o ponto que atualmente era chave fusível seria substituído por um religador monofásico.

6/12

Page 7: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

Após as analises apresentadas acima, foram definidos que 10 chaves fusíveis seriam substituídas por religadores

monofásicos, conforme tabela 1 a seguir. 

Tabela 1-Dados das chaves selecionadas para substituição por religador monofásico.

 

Os valores apresentados para cada chave são referentes há um ano, ou seja, a chave 92034 teve 17 defeitos cujas

faltas foram de natureza transitória gerando um impacto no DEC da empresa em 0,0215 horas.

A figura 1 apresenta a área de concessão da EMG e os locais propostos para instalação.

Figura 1- Locais definidos para instalação dos religadores monofásicos

Com os locais definidos, a próxima etapa era encontrar no mercado um equipamento com baixo custo que viabilizasse a

instalação.

2.4 – Definição dos equipamentos

Nesta etapa foram estudados e comparados alguns modelos de religadores monofásicos existentes no mercado que

7/12

Page 8: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

atendessem as necessidades técnicas da região de concessão EMG.

Dentre os modelos analisados, o religador da S&C TripSaver II foi o escolhido, visto que apresenta tecnologia eletrônica

com câmara de extinção a vácuo e baixo valor de investimento.

O equipamento é autoalimentado, possui indicador de operações, valor de corrente nominal, registro do último curto-

circuito, 3 ciclos de operação, tempo de reset de 15 segundos e LCD frontal, além de ser de fácil instalação como uma

chave fusível simples.

O equipamento não é telecomandado. Essa funcionalidade para os casos propostos não é algo prioritário, visto que o

equipamento será instalado em redes rurais monofásicas radiais. Além disso, mesmo que possuísse a opção de ser

telecomandado, esta não funcionaria na região da EMG devido ao relevo acidentado que dificulta a propagação do sinal

GPRS. Ainda, os religadores com essa funcionalidade custam cerca de 4 vezes mais que o S&C TripSaver II, o que

inviabilizaria o projeto no aspecto econômico.

Para os pontos selecionados, o religador S&C TripSaver II foi o que melhor atendeu ao propósito do projeto, que é de

reduzir as ocorrências de natureza transitória, evitando que as equipes tenham que se deslocar para a troca de elo

fusível queimado devido às faltas de natureza transitórias.

Abaixo, figura 2, é apresentada as imagens em 180 graus do equipamento adquirido.

Figura 2- Religador Monofásico da S&C TripSaver II em base C fornecidade pela S&C.

Note que o equipamento é fornecido com uma base C de chave fusível da S&C. Durante os testes em campo foi

verificada a obrigatoriedade da utilização desta base C da S&C, devido ao ajuste da pressão da mola e encaixe do pino

do religador na cabeça da chave.

Os equipamentos foram adquiridos em janeiro de 2014 a um custo de R$ 7.600 por unidade. A instalação foi realizada

em estrutura exclusiva com chave de bypass, conforme figura 3 e figura 4. Considerando o valor do equipamento,

estrutura e mão de obra em linha viva, cada equipamento instalado teve um custo médio de R$ 11.568.

2.3 Resultados obtidos

Os equipamentos foram instalados em agosto de 2014 e retirados em agosto de 2015 para avaliação.  Nas figuras 3 e 4

são apresentados os equipamentos instalados em campo.

8/12

Page 9: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

Figura 3– Religador instalado em campo na zona rural

Figura 4- Religador instalado em posição aberto em estrutura no segundo nível. No primeiro nível está a chave fusível

simples de bypass fechada com pára-raios.

Como pode ser notado, nas figuras 3 e 4 acima, os equipamentos foram instalados em segundo nível do poste e

conectados a média tensão através de estribos e grampos de linha viva. No primeiro nível foi instalada uma chave

fusível convencional que é utilizada para bypass do equipamento ou teste da linha. Este arranjo foi necessário a fim de

facilitar a retirada do equipamento para manutenção ou ajustes sem que seja necessário desligar a rede, uma vez que

será fechada a chave de bypass e abertos os grampos de linha viva, deixando o segundo nível desernegizado, podendo

o eletricista retirá-lo com as mãos.

Os religadores permitem ajustes de corrente a partir de 5 A de pick-up. Para os locais definidos a grande maioria foi

ajustada em 30 A. Eles possuem uma elevada gama de curvas para escolha da melhor coordenação não gerando

nenhuma dificuldade para serem coordenados nas redes. Para o projeto piloto foi selecionado curva rápida para a 1ª e

2ª operação e curva lentas para 3ª e 4ª operação. Desta forma, os religadores evitaram também a queimas de elos de

9/12

Page 10: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

chaves fusíveis a jusante devido a defeitos de natureza transitória, uma vez que na 1ª e 2ª operação abriam antes da

queima dos elos.

As equipes da operação e manutenção foram treinadas em operar os equipamentos e não tiveram dificuldades.

A seguir na tabela 2 são apresentados os resultados após um ano de operação das 10 unidades que foram instaladas

nos pontos apresentados na tabela 1.

Tabela 2- Dados dos religadores após um ano de operações em campo.

Após a instalação dos religadores a quantidade de ocorrências devido às faltas transitórias referente ao período de

12/08/2014 à 10/08/2015 reduziram em 92%. Detalhando os casos em que foram registradas ocorrências desta

natureza, conclui se que das 9 constatadas nos pontos instalados, 3 foram quando o religador não estava em campo, ou

seja, retirado de operação para ajuste da corrente ou reset, e, 6 foram ocorrências em que testaram a linha com o

religador e a mesma permaneceu energizada.

A tabela 3 apresenta os dados comparativos do antes e depois da instalação em um período de 12 meses.

Tabela 3- Comparativo do antes e após a instalação dos religadores monofásicos.

Conforme tabela 3, a redução com custos operacionais, custo do deslocamento (R$ 1.256), custo de HH da equipe de

campo (R$ 2.795) e custo do elo fusível (R$ 657), somaram uma redução total de R$ 4.708. Em compensações por DIC,

FIC e DMIC evitou se o pagamento de R$ 3.873.

10/12

Page 11: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

Além disso, houve um decréscimo de 102 ocorrências de natureza transitória que geraram uma redução de 0,0860 de

DEC e 0,0292 de FEC.

Recalculando os indicadores de viabilidade econômica considerando os ganhos realizados, o payback para o projeto é

de 6 anos, IR de 1,947 e TIR 19,49%, conforme tabela 4.

Tabela 4- Indicadores de viabilidade econômica do projeto calculados conforme metodologia do grupo Energisa.

3. Conclusões

Através dos resultados deste projeto piloto, pode se concluir que ao instalar religadores de monofásicos em locais onde

eram chaves fusíveis, gera se uma redução de no mínimo 92% dos defeitos causados por faltas de natureza transitórias.

Destaca-se que o ponto crítico do projeto é a correta definição do local que será instalado o religador, para que assim,

possa garantir um bom retorno do investimento. Para o caso específico, o Payback é de 6 anos.

Em relação aos equipamentos, estes se mostraram robustos aos intemperes da natureza após um ano de operação,

estando em perfeito estado de conservação e funcionamento.

A vida útil do interruptor a vácuo depende dos valores de curto-circuito extintos pela câmara, contudo, ao avaliar o status

de todos os religadores, o que teve maior desgaste foi de 2%. O contador de operações indicava 127 operações e os

valores de curtos registrados foram em média de 200A. Portanto, pode se notar que o equipamento terá uma elevada

vida útil do interruptor aplicado nestas condições.

O fabricante garante que os equipamentos suportam no mínimo até 2000 operações mecânicas, considerando que a

média de operações das 10 unidades foram de 77. Logo, a vida útil poderá atingir aproximadamente 26 anos.

Em relação à operação diária, as equipes de campo não tiveram dificuldades ao fechar e abrir o equipamento.

Em 2016, a EMG continua investindo em suas redes rurais instalando religadores monofásicos em pontos estratégicos,

visando a redução de DEC, FEC e custos operacionais.  Um ganho não mensurável no projeto foi o aumento da

disponibilidade das equipes de campo na zona urbana, uma vez que reduz o deslocamento até a zona rural para

substituição de elos. Incrementando ainda mais o potencial de redução de DEC e FEC.

Por fim, este artigo recomenda a utilização de religadores monofásicos de baixo custo em redes rurais monofásicas, com

elevadas quantidades de problemas transitórios e locais distantes de difícil acesso. 

4. Referências bibliográficas

1 - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Prodist Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica– Brasil.

2 - S&C ELECTRIC COMPANY. Religadores de distribuição para uso externo. Acesso em 01/05/2012, disponível em:

11/12

Page 12: Paulo Roberto Freitas Victor Barros Rispoli Glauber Niero ...abradee03.org/sendi2016/wp-content/uploads/2016/12/4256.pdf · Ao fim do trabalho conclui-se que com a correta definição

http://pt.sandc.com/products/reclosers/tripsaver-dropout-recloser.asp

3 - FRANCISCO TAVARES SILVEIRA, GUSTAVO TADEU DE A. GALVANI. Coordenação entre religador e

seccionalizador em redes de distribuição. Acesso 10/07/2014

http://revistas.unibh.br/index.php/dcet/article/viewFile/707/410

_________________________________________

12/12