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A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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A BBLIA
ENTRE OS
DOIS
TESTAMENTOS
RESUMO HISTRICO DO PERODO QUE
COMPREENDEM OS QUATRO SCULOS ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS BBLICOS
EZEQUIEL CAMILO DA SILVA
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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FICHA TCNICA
2011 Ezequiel Camilo da Silva
CAPA: ILUSTRAO ENCONTRADA NA INTERNET
DIREITOS AUTORAIS: As fotos so de domnio publico
Textos Textos histricos com respectivos crditos registrados
em notas de rodap e bibliografia.
Todos os diretos reservados ao autor
Copyright 2011 Louveira SP Brasil
1 edio 1 impresso
2012 Bubok Publishing S.L.
ISBN:
Impresso em Portugal / Printed in Portugal
Impresso pela Bubok
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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INFORMAES SOBRE O AUTOR
Ezequiel Camilo da Silva professor atualmente aposentado, licenciado pela
Faculdade de Belas Artes de So Paulo, com Mestrado em Histria Econmica e Regional. Atuou mais de quarenta anos
na rea educacional nas escolas pblicas estaduais, municipais e particulares da grande So Paulo.
Tem uma longa experincia como coordenador de Turismo, Viagens, Roteiros Culturais e Projetos Tursticos
Ecolgicos; autor dos livros A Conquista da Amaznia, Que Pas Esse?, Os Povos Bblicos, Arqueologia Bblica e As grandes Descobertas, Uma Jornada no Livro de J, O Bom Samaritano, Poemas e Poesias, A Montanha, A Grande
Mentira, Fugindo e Viajando com Jonas, Estou Aposentado e Agora?, Ser Escritor. . . Um Sonho, As Mulheres Bblicas,
Dicionrio Brasileiro de Nomes, Brasfrica, Viagem a Manaus Impresses, Sonhos & Desejos, Aventuras na
Austrlia e Nova Zelandia e outros
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Certamente o Senhor DEUS no far coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos
seus servos, os profetas. Ams 3:7
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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NDICE
1 INTRODUAO UMA SNTESE HISTRICA ....... 09 2 - A IMPORTNCIA DO RETORNO DOS JUDEUS DO CATIVEIRO BABILNICO .......................................15
3 - A IMPORTANCIA DO PERODO ENTRE OS DOIS
TESTAMENTOS .................................................. 17
4 - OS PERSAS DOMINADORES E PARCEIROS DOS
JUDEUS ..............................................................19
5 - AS INFLUNCIAS DE ALEXANDRE E A CULTURA
GREGA .............................................................. 22
6 - A CIDADE DE ALEXANDRIA NA ANTIGUIDADE .. 23 7 - A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA ...................... 29
8 - A DESTRUIO DA BIBLIOT. DE ALEXANDRIA ....36
9 - OS MACABEUS O MUNDO GREGO SEPTUAGINTA......................................................37
10 - RESUMO CRONOLGICO REVOLTA DOS MACABEUS ........................................................45 11 - AS INFLUNCIAS HELNICAS ENTRE JUDEUS .. 51
12 OS ROMANOS ............................................. 56 13 - HERODES O GRANDE...................................59 14 AS SEITAS JUDAICAS ....................................60 15 OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO ............... 66 16 O ADVENTO DE CRISTO .................................75 17 FLAVIO JOSEFO ........................................... 77 18 - BIOGRAFIA DE FLAVIO JOSEFO .......................79
19 AS PROFECIAS DE DANIEL PREVIRAM OS GRANDES IMPRIOS ............................................87
20 - ISAAC NEWTON E AS PROFECIAS DE DANIEL. 107
21 CONCLUSO .............................................. 113 22 BIBLIOGRAFIA ........................................... 114
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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1 - INTRODUO UMA SNTESE HISTRICA
Ao longo dos quatrocentos anos que
separam os registros deixados pelo Velho Testamento da Bblia Sagrada edio cannica, que considerada e aceita como inspirada, at os
relatos do Novo Testamento, temos um vcuo histrico que abre em nossas mentes uma grande
interrogao. Este perodo compreende os eventos que
desenrolaram entre o fim do Antigo Testamento e
o incio do Novo Testamento. As datas mais
precisas ou aproximadas so de 424 a.C. at o
ano 5 a.C.
Afinal, ocorreram quatro longos sculos, o
mundo no dormiu no final do Livro de Malaquias e acordou de repente no incio do Evangelho de
Mateus! Os judeus, como sendo remanescente do
Povo de Israel, foram subjugados pelas potencias estrangeiras, primeiro os persas, depois os gregos
e finalmente os romanos. Passaram por uma fase muito difcil, porque no meio de tantas dificuldades eles no tiveram profetas para dar as
orientaes precisas, as instrues necessrias e a conduo segura. Neste perodo, eles ficaram
como ovelhas sem um pastor.
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Mesmo assim, sendo os guardies dos livros sagrados, possuam todas as instrues
divinas apropriadas para cada situao e circunstancias. Contudo, quando estavam diante
das grandes adversidades, um grupo fiel deste povo manteve a fidelidade nos relatos sagradas e a crena que Deus enviaria um messias, de acordo
com as profecias, que deveria vir como grande e poderoso rei libertador e vingar todo o tipo de
atrocidades que eles haviam sofrido e suportado neste longo perodo.
Estes quatrocentos anos foram deveras importantes e porque no dizer, cruciais para que
o curso natural da histria do mundo e dos judeus tivesse uma continuidade e um desfecho favorvel
at o nascimento de Jesus. Todavia, no houve uma calmaria ao longo
destes anos neste cenrio que compreendeu o cotidiano da vida na Palestina, nem tampouco os
judeus foram agraciados com um perodo de paz duradouro, pelo contrrio, atravessaram tempos difceis intermeados com perodos de relativa
calma com momentos terrveis nos quais foram perseguidos e at deportados.
Estes acontecimentos que tiveram seu principal palco a Palestina, ainda o impacto
marcante do retorno do cativeiro babilnico com a reconstruo de Jerusalm, de suas muralhas e o
templo do Senhor, foram determinantes e
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moldaram uma e nova e distinta etapa na histria deste povo.
Logo aps a chegada do cativeiro babilnico,
apesar dos judeus terem a importante tutela dos persas que promoveram o seu retorno sob o patrocnio de Ciro o Grande,1 para que se
cumprissem as profecias. Notamos que este retorno era parte do grande plano divino para
preparar o nascimento do Messias. Este povo enfrentou uma enorme
dificuldade em se readaptarem a sua terra que j no lhe pertenciam mais, agora a Judeia havia se
transformado numa simples provncia persa, que deixara os judeus sem liberdade politica e
econmica, apenas gozavam do direito de se instalarem, cumprir as leis dos seus dominadores.
Entretanto, tinham todos os direitos religiosos preservados e assegurados pelas leis
1 - Temos dois textos bblicos que registram as profecias que
prediziam a atuao de Ciro Reis da Persa como patrocinador do
retorno dos judeus e da reconstruo de Jerusalm. Que digo de
Ciro: meu pastor, e cumprir tudo o que me apraz, dizendo
tambm a Jerusalm: Tu sers edificada; e ao templo: Tu sers
fundado. Isaas 44:28. No primeiro ano de Ciro, rei da Prsia (para
que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias),
despertou o SENHOR o esprito de Ciro, rei da Prsia, o qual fez
passar prego por todo o seu reino, como tambm por escrito,
dizendo: Esdras 1:1
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dos persas, coisa que em outras pocas no lhe foram permitidos.
Nestes tempos difceis logo aps o retorno,
as dificuldades foram acrescidas com a oposio dos samaritanos, alm da disperso de muitos dos judeus, como resultado do cativeiro babilnico,
dos quais a grande maioria no conseguira retornar por vrios motivos, devido a isso estavam
vivendo em outras naes e partes do mundo conhecido.
Esta disperso acarretou outras influencias entre o povo judeu que estavam longe da
Palestina, entre estas estava, a assimilao de novos costumes, outras lnguas, que trouxeram
vrios problemas para a preservao da unidade do povo para que ento, permanecessem fiis aos mesmos princpios religiosos.
Com a reconstruo do templo houve o
fortalecimento desta unidade em torno da mesma f. Esta regra de obedincia e fidelidade em um nico Deus, somada a observncia das leis e de
todas as regras estabelecidas, mais a esperana em torno da vinda de um messias era a essncia e
a viga mestra da nova ordem judaica. Aps a superao de muitas dificuldades, a
vida entrou numa rotina na sua readaptao na Palestina debaixo das mos dos dominadores,
novos costumes foram incorporados; criaram-se novas ordens religiosas, entre elas estavam em
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destaque os fariseus, os saduceus e mais tarde surgiram os zelotes.
Entretanto, com o passar dos anos, ocorreu
gradualmente o enfraquecimento e a queda gradual do poderoso imprio persa, levantou se uma nova potencia com um novo domnio, eram
os gregos que tomaram o poder.
Por breve tempo, houve certa tolerncia, porm com a morte prematura de Alexandre o Grande, resultou na diviso do grande imprio, os
judeus sofreram tambm estas mudanas; atravessou um perodo tenebroso, primeiro com os
ptolomeus seus novos dominadores, depois vieram os selucidas tambm gregos, mas intolerantes e
intransigentes com os dominados, impuseram aos judeus os mais cruis tratamentos e severos castigos.
As guerras, as lutas, as perseguies, o
sofrimento, as incertezas, a morte, as deportaes foram cruis com os judeus.
neste perodo crucial desta histria entre os dois testamentos que surgem os Macabeus,
uma famlia de linhagem sacerdotal que pelas circunstancias adversas transformaram se em heris que auxiliaram esta nao a atravessar esta
fase to delicada que ps em risco at a existncia deste povo.
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Grandes barbaridades e terrveis crueldades, verdadeiras atrocidades foram praticadas pelos
selucidas contra os judeus, que chegou ao limite de proibir suas prticas religiosas, os relatos nos
dois livros de Macabeus2 nos do uma ideia destes acontecimentos.
2 - Os Livros dos Macabeus esto na verso da Bblia Vulgata Latina,
so livros apcrifos, no inspirados, mas apresenta um valor histrico
e nos ajuda a entender os acontecimentos neste perodo difcil da
existncia do povo judeu.
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2 - A IMPORTNCIA DO RETORNO DOS JUDEUS DO CATIVEIRO BABILNICO
Ao reportarmos sobre esta ocorrncia de grande dimenso e significado, no poderamos
deixar de citar nesta obra esta personagem norte americana, que se destacou pelo seu trabalho
realizado como educadora e tambm sobre as suas consideraes e referencias que abordam de maneira sbia e oportuna a saga dos judeus no
seu retorno do cativeiro babilnico.
Mary Ellen Chase - foi uma das mais importantes escritoras crists americanas e
educadora do seu tempo, respeitada e admirada pelo seu trabalho, escreveu e publicou mais de 30 livros. Como cientista e educadora, numa de suas
importantes afirmaes em 1926, declarou que a humanidade de hoje deve a estes judeus como
destemidos e intrpidos, que enfrentaram todo o tipo de adversidade para retornarem do cativeiro babilnico Jerusalm. Sendo eles os judeus fiis guardies das
Escrituras Sagradas, portanto, a existncia e a divulgao deste livro, trouxe uma crena num nico e verdadeiro Deus, um cristianismo, uma
esperana e a formao de uma cultura ocidental, como referenciais pautados e fundamentados na
tica e moral.
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Complementando estas afirmaes sobre este marcante acontecimento como parte dos
cumprimentos das profecias e tambm do grande plano divino para redeno da humanidade.
Mary Ellen Chase
24 de fevereiro de 1887 a julho de 1973
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3 - A IMPORTANCIA DO PERODO ENTRE OS
DOIS TESTAMENTOS
Entre o final do Antigo Testamento e o incio do Novo Testamento h uma lacuna de 400 anos sem a manifestao de um profeta de Deus.
Durante esse longo perodo ocorreu eventos marcantes, guerras e o surgimento de diversos
grupos que esto presentes nas pginas do Novo Testamento. Qual a caracterstica desses grupos? O que idealizavam? Nesse artigo procuramos
destacar, no formato esboo, uma coletnea de eventos ocorridos entre o Perodo Persa, Perodo
Grego e o Perodo Romano, os quais envolveram a nao do povo de Israel, os judeus.
Este importante perodo histrico, entre os Testamentos, de define como uma longa etapa
histrica recheada de eventos significativos. Os estudiosos deparam com algumas dificuldades
para encontrar as fontes de informaes extra bblicas.
Por isso, muitos so as razes e motivos histricos, que justificam esta busca, como uma
forma de explicar os resultados de quatro sculos de existncia que atravessou o povo judeu: A seguir temos uma relao destes motivos e
razes:
1 - "Razes Histricas" que explicam os acontecimentos "de fundo" do Novo Testamento.;
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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2 - "Razes Culturais" que explicam a
origem e desenvolvimento dos costumes, instituies e vida espiritual do povo judaico do
perodo do NT; 3 - "Razes Messinicas" que demonstram
como Deus preparou o mundo para o Seu Advento.
As Divises do Perodo Inter bblico
Entre as datas marcadas para este estudo, muitos eventos passaram que no teremos
oportunidade de reconhecer.
Estamos assinalando e dando uma ateno especial ao fim do Antigo Testamento, este perodo em que os judeus estiveram dominados
pelas potencias estrangeiras, destacando em especial, entre estes, o tempo de Alexandre, as
"Guerras dos Macabeus" e Herodes. Estas so a seguir, as divises deste perodo histrico:
1. Perodo da dominao persa (536-331); 2. Perodo do domnio grego (331-167);
a-Perodo Grego Alexandre O Grande (331-323); b-Perodo Egpcio - Ptolomeus (323-198);
c-Perodo Srio Selceucidas (198-167); 3. Perodo dos Macabeus (167-63);
4. Perodo da dominao romana (63-5).
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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4 - OS PERSAS DOMINADORES E PARCEIROS
DOS JUDEUS
Apesar de tudo, podia se notar que as profecias bblicas estavam se cumprindo, o retorno dos judeus Jerusalm, a retomada ainda que de
forma precria de suas propriedades, com a restaurao das muralhas e a reconstruo do
templo, foram vitais para dar uma base de sustentao nesta rdua tarefa de reiniciar a vida na Judia subjugada.
Eram os sinais visveis de que Deus estava
conduzindo tudo isto e que o grande plano de Deus preparando o mundo para o nascimento do
Messias estava sendo conduzido. Entretanto, os persas, apesar de serem os
dominadores, foram parcimoniosos, complacentes e at parceiros judeus nesta tarefa de manter a
unidade religiosa em torno dos princpios sagrados.
Neste perodo pouco se sabe a respeito dos acontecimentos, mas importante registrar
algumas descobertas arqueolgicas que esto inseridas neste trabalho, que nos forneceram uma ideia mais concreta desta situao e nos do
algumas respostas pertinentes a estas questes.
Os persas no s permitiram, mas tambm apoiaram os lderes judeus, para que impusessem
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a obrigatoriedade da obedincia de suas leis, tanto foi assim que os relatos confirmam no livro de
Esdras 7: 23 a 26.3
Complementando estas afirmaes em 1905 nas escavaes arqueolgicas realizadas em Elefantina, uma ilha do Nilo junto primeira
catarata, nas proximidades da represa de Assu, ocorreu uma surpreendente descoberta.
Neste local foram achados trs documentos em papiros, escritos em aramaico datados de 419
C, um deles era uma carta pascal de Dario II, na qual havia instrues sobre a maneira de celebrar
3 - 23-Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do Deus do cu,
prontamente se faa para a casa do Deus dos cus; pois, para que
haveria grande ira sobre o reino do rei e de seus filhos? 24- Tambm
vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores,
porteiros, servidores do templo e ministros desta casa de Deus, que
no ser lcito impor-lhes, nem tributo, nem contribuio, nem
renda.25-E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis,
nomeia magistrados e juzes, que julguem a todo o povo que est
dalm do rio, a todos os que sabem as leis do teu Deus; e ao que no
as sabe, lhe ensinars. 26-E todo aquele que no observar a lei do teu
Deus e a lei do rei, seja julgado prontamente; quer seja morte, quer
desterro, quer multa sobre os seus bens, quer priso. 27 - Bendito seja
o SENHOR Deus de nossos pais, que tal inspirou ao corao do rei,
para ornar a casa do SENHOR, que est em Jerusalm. 28 - E que
estendeu para mim a sua benignidade perante o rei e os seus
conselheiros e todos os prncipes poderosos do rei. Assim me animei,
segundo a mo do SENHOR meu Deus sobre mim, e ajuntei dentre
Israel alguns chefes para subirem comigo. Esdras 7:23-28
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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corretamente a festa da Pscoa, assinada por Hananja, encarregado dos assuntos judeus na
corte do governador persa no Egito.
Sobre a comunidade judaica que se estabeleceu nesta ilha, formada principalmente por soldados mercenrios judeus que haviam
fugido de Jerusalm aps a invaso dos caldeus. Estes judeus chegaram a construir um templo em
Elefantina, chegaram at oferecer sacrifcios e concederam as mulheres um nvel maior de liberdade. Este templo foi destrudo pelos prprios
judeus obedecendo s ordens do sumo sacerdote em Jerusalm assim que chegou ao seu
conhecimento.
Esta determinao foi cumprida com o apoio das autoridades persas, era uma espcie de corretivo, para que toda a adorao Deus
deveria ser em um nico templo, aquele que esta em Jerusalm, entretanto foram permitidas a
implantao das sinagogas que foram construdas nas cidades que haviam um considervel grupo de judeus.
Os privilgios dos judeus se estenderam
pela grande extenso do imprio persa, consolidado at quase o final desta supremacia, com o casamento do rei Assuero (Xerxes) com
uma linda jovem judia, a rainha Ester.
Esta notvel monarca judia deixou uma interessante histria do seu povo no exlio,
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registrada no livro que recebeu o nome da rainha que de autoria judaica desconhecida, escrito
possivelmente no sculo IV a.C. na cidade de Sus, local em que os judeus permaneceram
numa considervel tranquilidade em sua colnia at a queda de imprio persa por volta de 331 C. at a conquista de Alexandre O Grande.4
5 - AS INFLUNCIAS DE ALEXANDRE E A CULTURA GREGA
Com as conquistas de Alexandre, as influncias da cultura grega se espalharam em
quase todo o mundo conhecido, do qual havia sido subjugado, sendo assim de grande abrangncia.
Alm do alto nvel de conhecimento filosfico, os gregos dominavam uma avanada
tecnologia na arte e na arquitetura. Por isso, estas influncias foram bem marcantes por toda a
extenso territorial em que eles permaneceram. Nestas reas dominadas estabeleceu
centros de comrcio e cultura, que se intensificou em toda a extenso do seu imprio;
Com a imposio da cultura grega, e a assimilao pelos povos dominados, as
4 - SILVA, Ezequiel Camilo da. ARQUEOLOGIA BBLICA As
Grandes Descobertas. Editora Bubok, Portugal. 2011.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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supersties que faziam parte das crenas orientais, cederam liberdade do pensamento
grego, na filosofia, arquitetura, seus deuses, religiosidade, atletismo (primeira olmpiada em
776 a.C). Surgiram as bibliotecas e universidades em
Alexandria e Tarso como em outros lugares. Preparou-se assim o campo para que nos gregos
impusessem uma religio universal. Por outro lado com o incremento dessa
cultura, foi de grande importncia a disseminao da lngua grega, criando a possibilidade da
pregao do evangelho fazendo uso de uma lngua universal e a criao de uma Bblia legvel neste
idioma, abrangendo toda a extenso da bacia do Mediterrneo. Este avassalador domnio grego propiciou a realizao das grandes obras da
antiguidade.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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6 - A CIDADE DE ALEXANDRIA NA ANTIGUIDADE
Em 332 a.C., o Egito estava sob domnio
persa. Nesse mesmo ano, Alexandre, o Grande entrou triunfalmente como vencedor do rei persa Dario III e os egpcios aceitaram-no, aclamando-o
como libertador.
Um dos motivos que provocou esta efusiva acolhida foi com certeza a considervel colnia de gregos que haviam se instalados h muitos anos
antes. Estas colnias gregas estavam de certa forma incorporada sociedade egpcia, portanto,
os gregos no eram mais considerados como estrangeiros.
Apenas um ano aps a chegada de Alexandre a cidade que levaria o seu nome foi fundada num
local privilegiado no delta do Nilo, a partir de um antigo povoado chamado Rakotis habitado por
pescadores. A escolha deste local foi muito afortunada,
pois estava ao abrigo das variaes que o rio Nilo apresentava, e, por outro lado, suficientemente
perto do rio para que se pudesse chegar atravs das suas guas s mercadorias destinadas ao porto, atravs de um canal que unia o rio com o
lago Mareotis e o porto.
Este local que foi escolhido estava em frente a uma ilha chamada Faros, que com o tempo e as
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mltiplas melhorias que se fariam ficaria unida por um longo dique cidade de Alexandre.
O arquiteto que realizou esta obra chamava-
se Dincrates de Rodes. O dique tinha um comprimento de sete estdios (185 m a medida de um estdio), pelo que se lhe chamou
Heptastadio ().
A construo do dique formou dois portos, de ambos os lados: o Grande Porto, a leste, o mais importante; e o Porto do Bom Regresso
(), a oeste, que o que ainda hoje se usa.
Nos amplos cais do Grande Porto atracavam
barcos que navegavam pelo mar Mediterrneo e as costas do oceano Atlntico. Traziam mercadorias que se empilhavam nos cais: lingotes
de bronze da Hispnia, alm de barras de estanho da Bretanha, algodo das ndias, sedas da China.
O famoso farol construdo na ilha de Faros por Sostral de Cnido, em 280 a. C., dispunha no
alto do seu topo uma grande chama um fogo permanentemente alimentado que guiava os
navegantes, at o ano de 1340, quando foi destrudo.
O arquiteto Dincrates preparou e planejou o traado da cidade e fez segundo um plano
hipodmico, sistema que vinha utilizando desde o sculo V a.C., era composto de uma grande
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praa, uma rua maior com trinta metros de largura e seis quilmetros de comprimento que
atravessava a cidade, com ruas paralelas e perpendiculares, cruzando-se sempre em ngulo
reto. Seu planejamento urbano era constitudo
por bairros com traados compostos por quadras. As ruas tinham condutores para facilitar o
escoamento das guas de chuva para evitar a inundaes.
Administrativamente a cidade era dividida em cinco distritos, cada um dos quais tinha como
nome uma das cinco primeiras letras do alfabeto grego.
Quando Alexandre saiu do Egito para continuar as suas lutas contra os persas deixou
como administrador de Alexandria Clemenes de Naucratis.
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Uma ilustrao do Farol de Alexandria disponvel
na Internet
Desde sua fundao a Cidade de Alexandria
transformou se na mais rica e opulenta cidade do seu tempo no mundo.
Os Ptolomeus construram um palcio de
mrmore com um grande jardim no qual havia fontes e esttuas. Do outro lado desse jardim havia outro edifcio construdo em mrmore a que
se chamava Museu.
Foi uma inovao do rei Ptolomeu I Ster e nele se reunia toda a cultura da poca. O museu tinha uma grande biblioteca. Perto deste edifcio
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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erguia-se o templo de Serpis, a nova divindade greco-egpcia.
Na parte central da cidade encontravam-se
a Assembleia, as praas, os mercados, as baslicas, os banhos, os ginsios, os estdios e demais edifcios pblicos necessrios para os
costumes da poca.
Os habitantes desta magnfica cidade eram na sua maioria gregos de todas as procedncias. Alexandria transformou se no esplendor da cultura
grega em pleno Egito.
Tambm havia uma colnia judaica que tornou to numerosa, que chegou a haver mais
judeus em Alexandria do que na prpria cidade de Jerusalm. Enquanto que um bairro egpcio, de pescadores, era o mais pobre e abandonado da
grande metrpole. De imediato a cidade de Alexandria se converteu no centro mundial da
cultura grega na poca helenstica e contribuiu para promover a helenizao do resto do pas de tal maneira que quando os romanos conquistaram
este pas, todo o Egito era bilngue.
Somente a arte e a arquitetura permaneceram como as reas genuinamente egpcias. To importante, que chegou pela sua
grandiosidade a chamarem de Alexandria ad Aegyptum, ou seja, "Alexandria que est perto do
Egito", perdendo importncia o resto do pas.
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7 - A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA
A Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga Biblioteca de Alexandria foi uma das maiores
bibliotecas do mundo antigo. Ela floresceu sob o patrocnio da dinastia ptolemaica e existiu at a Idade Mdia, quando foi totalmente destruda por
um incndio casual.
Acredita-se que a biblioteca foi fundada no incio do sculo III a.C., concebida e aberta durante o reinado do fara Ptolemeu I Ster ou
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durante o de seu filho Ptolomeu II. Plutarco nas suas obras fez referencias a esta biblioteca.5
Durante sua visita a Alexandria em 48 a.C.,
Jlio Csar queimou acidentalmente a biblioteca quando ele incendiou seus prprios navios para frustrar a tentativa de Achillas de limitar a sua
capacidade de comunicao por via martima. De acordo com Plutarco, o incndio se espalhou para
as docas e da biblioteca. No entanto, esta verso dos
acontecimentos no confirmada na
5 - Plutarco de Queroneia (46 a 126 d.C.), filsofo e prosador grego do
perodo greco-romano, estudou na Academia de Atenas (fundada por
Plato). Ele foi um discpulo de Ammonius de Lamprae, um filsofo
peripattico com profundo conhecimento de religio. Viajou pela sia
e Egito, viveu em Roma e foi sacerdote de Apolo em Delfos em 95
d.C. O seu enorme prestgio valeu-lhe deter direitos de cidado em
Delfos, Atenas e mesmo em Roma (Mestrius Plutarchus). A sua tica
baseia-se na convico de que para alcanar a felicidade e a paz,
preciso controlar os impulsos das paixes. Escreveu sobre Plato,
sobre os esticos e os epicuristas, e estudou a inteligncia dos animais
comparando-a dos humanos. dele um pequeno ensaio, onde expe
a habilidade no uso da astcia com tica, Como tirar proveito do
inimigo. Segundo a tradio, Plutarco escreveu mais de 200 livros.
Chegaram at ns cerca de 50 biografias de gregos (entre elas a "Vida
de Licurgo") e romanos ilustres em que ambas so comparadas,
conhecidas como as Vidas Paralelas e dezenas de outros escritos sobre
os mais variados tpicos, designadas genericamente por Obras Morais
("Moralia"), sobre Filosofia, Religio, Moral, Crtica literria e
Pedagogia.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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contemporaneidade. Atualmente, tem sido estabelecido que a biblioteca, ou pelo menos
segmentos de sua coleo, foram destrudos em vrias ocasies, antes e aps o sculo I a.C..
Fragmento da Septuaginta, traduzida do hebraico
para o grego koin, entre os sculos III a.C. e I
a.C. em Alexandria.
Considera-se que tenha sido fundada no incio do sculo III a.C., durante o reinado de
Ptolomeu II, aps seu pai ter construdo o Templo das Musas (Museum). atribuda a Demtrio de
Faleros sua organizao inicial. Uma nova
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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biblioteca foi inaugurada em 2002, prximo ao stio da antiga.
Complementando os relatos sobre as
aventuras de Jlio Cesar em Alexandria. Conta-se que num destes incndios da histrica biblioteca foi provocado por Csar. Em caada a Pompeu, o
seu inimigo de Triunvirato (formado por Pompeu, Crasso e ele), Csar deparou-se com a cidade de
Alexandria, governada na poca por Ptolomeu XII, irmo de Clepatra.
Pompeu foi decapitado por um dos tutores do jovem Ptolomeu, e sua cabea foi entregue a
Csar juntamente com o seu anel. Diz-se que ao ver a cabea do inimigo Csar ps-se a chorar.
A narrativa prossegue afirmando que ao apaixonar-se perdidamente por Clepatra, Csar
conseguiu coloc-la no poder atravs da fora. Os tutores do jovem fara foram mortos, mas um
conseguiu escapar. Temendo que o homem pudesse fugir de
navio mandou incendiar todos, inclusive os seus. Como decorrncia desta estpida iniciativa, o
incndio alastrou-se e atingiu uma parte da famosa biblioteca.
A instituio da antiga biblioteca de Alexandria tinha como o principal objetivo
preservar e divulgar a cultura grega e do mundo conhecido. Continha livros que foram levados de
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
33
Atenas. Existiram tambm matemticos ligados biblioteca, como por exemplo, Euclides de
Alexandria. Ela se tornou um grande centro de comrcio e fabricao de papiros.
De fato, existiram duas grandes Bibliotecas de Alexandria. A Biblioteca Me e a Filha. De incio
a Filha era usada apenas como complemento da primeira, mas com o incndio acidental (por Jlio
Csar), no sculo I, da Biblioteca Me, a Filha ganhou uma nova importncia.
Os sbios viam de todo o mundo para Alexandria e debatiam os mais variados temas.
Em 272 d.C., durante a guerra entre o imperador Aureliano e a rainha Zenbia,6 a Biblioteca Filha,
foi provavelmente destruda, quando as legies de Aureliano tomaram a cidade de assalto.
A lista dos grandes pensadores que frequentaram a biblioteca e o museu de
Alexandria inclui nomes de grandes gnios do passado. Importantes obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, bem como sobre
idiomas, literatura e medicina, so creditados a eruditos de Alexandria.
6 - Zenbia (Tibur - hoje Tvoli -, 274), foi uma rainha de Palmira
(Sria). Depois da morte do marido (Odenato), reinou em nome do
filho (Vabalato) e fez de Palmira uma brilhante capital no Oriente
Mdio. Foi vencida e reduzida ao cativeiro, pelo imperador romano
Aureliano (273).
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
34
Segundo a tradio, foi ali que 72 eruditos judeus traduziram as Escrituras Hebraicas para o
grego, produzindo assim a famosa Septuaginta.
Os grandes nomes da Alexandria antiga
Euclides: matemtico do sculo IV a.C.. O pai da geometria e o pioneiro no estudo da ptica.
Sua obra Os Elementos foi usada como padro da geometria at o sculo XIX.
Aristarco de Samos: astrnomo do sculo III a.C.. O primeiro a presumir que os planetas
giram em torno do Sol. Usou a trigonometria na tentativa de calcular a distncia do Sol e da Lua, e
o tamanho deles. Arquimedes: matemtico e inventor do
sculo III a.C.. Realizou diversas descobertas e fez os primeiros esforos cientficos para determinar o
valor do pi (). Calmaco (c. 305c. 240 a.C.): poeta e bibliotecrio grego, compilou o primeiro catlogo da Biblioteca de Alexandria, um marco na histria
do controle bibliogrfico, o que possibilitou a criao da relao oficial (cnon) da literatura grega clssica. Seu catlogo ocupava 120 rolos de
papiro.
Eratstenes: polmata (conhecedor de muitas cincias) e um dos primeiros bibliotecrios
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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de Alexandria, do terceiro sculo a.C.. Calculou a circunferncia da Terra com razovel exatido.
Galeno: mdico do sculo II d.C.. Seus 15
livros sobre a cincia da medicina tornaram-se padro por mais de 12 sculos.
Hiptia: astrnoma, matemtica e filsofa do sculo III d.C.. Uma das maiores matemticas,
diretora da Biblioteca de Alexandria; por ser pag, foi assassinada durante um motim de cristos.
Herfilo: mdico, considerado o fundador do mtodo cientfico, o primeiro a sugerir que a
inteligncia e as emoes faziam parte do crebro e no do corao.
Ptolomeu: astrnomo do sculo II d.C.. Os escritos geogrficos e astronmicos eram aceitos
como padro.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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8 - A DESTRUIO DA BIBLIOTECA DE
ALEXANDRIA
A destruio da biblioteca um lamentvel evento que divide os historiadores pelo menos desde o sculo XVIII. H uma verso que mais
comum e mais citada pelos historiadores, pelo menos entre os apreciadores da histria antiga,
a de que a biblioteca foi destruda por ordem de Amr ibn al-As,7 governador provincial do Egito em nome do califa Rashidun Omar ibn al-Khattab,
pouco depois da conquista do Egito comandada por Amr em 642, mas desde o sculo XVIII que
diversos estudiosos questionam a veracidade dessa verso da histria.
Foi um perodo difcil para a cultura ocidental que esteve ameaada pelo surgimento do
islamismo, que por sua vez imps aos vencidos uma nova ordem poltica e religiosa e um
fanatismo que dominou e transformou uma considervel parte do mundo conhecido.
7 - Amr ibn al-` Como 'Amru ibn al-'As; c. 573 - 06 de janeiro, 664)
foi um rabe militar comandante que foi mais conhecido por liderar a
conquista muulmana do Egito em 640. Um contemporneo de
Maom, e um dos Sahaba ("Companheiros"), que subiu rapidamente
na hierarquia muulmana aps sua converso ao Islam no ano 8 AH
(629). Ele fundou a egpcia capital da Fustat , e construiu a Mesquita
de Amr ibn al-As no seu centro - a primeira mesquita no continente da
frica.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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9 - OS MACABEUS O MUNDO GREGO A
SEPTUAGINTA
Por dois sculos, sob o domnio e a tolerncia dos persas, os judeus puderam se refazer, fortalecendo se em torno da unidade
religiosa no templo restaurado, embora bem aqum do outrora e glorioso templo construdo por
Salomo, agora, para alguns que j de idade avanada, recordavam a glria do majestoso e magnfico templo construdo pelo Rei Salomo, via
somente que o novo templo, no passava de apenas uma caricatura do anterior.
Entretanto, o templo passou a representar
um grande smbolo e o emblema maior da f judaica. Aglutinava e acolhia os judeus vindos de vrias partes do mundo conhecido.
Os servios foram novamente restaurados,
anualmente judeus peregrinos de outras partes afluam para as festas e cerimnias, principalmente na poca da Pscoa.
Havia uma determinao que deveria ser
cumprida ao p letra, consistia numa regra de f e sobrevivncia da unidade judaica, que praticamente obrigava a todos os judeus, no
importando onde ou qual lugar estivesse estabelecido no mundo conhecido.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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O importante era que tinham que comparecer ao menos uma vez ao templo em cada
ano, sob o risco de no serem mais reconhecidos como participante deste povo ou de serem
banidos. Este perodo somado mais os anos do
cativeiro foram propcios para a compilao e transcrio dos seus livros sagrados escritos no
antigo hebraico e traduzidos para o aramaico, que resultou posteriormente na composio das Escrituras Sagradas, mas para chegar at l,
muita coisa aconteceu.
O aramaico se tornou a lngua comum e popular entre os vrios povos e grupos tnicos que
habitavam as provncias da palestina subjugada. Ainda no sculo IV C.; iniciava a influncia
da cultura grega e comeava a tomar corpo e ocupar espaos entre os judeus, j era percebida
nos principais centros comerciais e aos poucos a sua lngua se tornava conhecida.
Alm disso, as influencias dos costumes sociais e nas prticas esportivas com o culto ao
fsico atraram muitos judeus a participarem deste novo estilo de vida.
O poderoso imprio persa dava sinais de decadncia e enfraquecimento com a
independncia de suas provncias mais importantes, uma delas foi o Egito.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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Os gregos de forma avassaladora a partir do
mar e por terra iniciaram um perodo de intensas guerras contra os persas, em vrias batalhas, os
persas se enfraqueceram e perderam aos poucos seus domnios, seus territrios e sua hegemonia.
Entrou em cena, na Macednia um grande lder militar, dotada de uma inteligncia para as
artes militares at ento inigualvel, jovem macednio, temvel guerreiro e conquistador chamado Alexandre, que comandando um
poderoso e bem treinado exrcito com suas falanges, em guerras relmpagos conseguiu tornar
o senhor de todas as cidades gregas.
Unificou toda a Grcia, sob o seu domnio, senhor pleno do poder, adotando novas tticas militares, com sua engenhosidade, equipado com
grandes mquinas mortferas de guerra.
Seus exrcitos construram torres de assalto de at cinquenta metros de altura, com vinte andares, quando colocadas ao lado das muralhas
inimigas, permitia que o seus soldados, arqueiros e lanceiros, atingissem com facilidade seus alvos e
punham abaixo toda a resistncia da cidade atacada.
Usando estes fantsticos aparatos blicos, expandiu suas conquistas para alm das fronteiras
gregas. As grandes cidades, que eram bem
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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protegidas e guardadas por poderosas foras militares no resistiram.
Depois de sete cercos, conseguem infligir
uma pesada derrota aos fencios e destruir a at ento a toda poderosa e inexpugnvel cidade fortaleza de Tiro.
Alexandre comandou seus vitoriosos
exrcitos percorrendo longas distancias, era temvel perante seus inimigos. Enfrentou em duras e sangrentas batalhas, infligindo pesadas derrotas
aos grandes numerosos exrcitos persas.
Consolidou o seu domnio, conquistando finalmente o Egito em 332 e 331, cuja populao
recebeu e foi aclamado um heri libertador. Em poucos anos era senhor do mundo conhecido.
No ponto mais saliente do delta do Nilo junto ao litoral do Mediterrneo, fundou em sua
prpria homenagem a cidade de Alexandria,8 no havia mais nada pra conquistar.
Dez anos depois quando Alexandre regressava para Babilnia de uma campanha
militar da distante ndia contraiu uma doena, cuja enfermidade o levou morte.
8 - Em poucos anos a cidade de Alexandria transformou na principal e
mais importante cidade do mundo do seu tempo.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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Nesta que foi a gloriosa cidade, agora era o palco que presenciava o fim de sua breve vida que
chegou ao fim em 13 de junho de 323 C, aps contrair uma misteriosa febre que at os dias
atuais ainda motivo de polmica, morreu aos 33 anos, Alexandre o Grande.
Seu imenso imprio abrangia todos os povos e naes daquele mundo conhecido,
estendia desde o Egito, Grcia at as proximidades do Himalaia.
Aps sua morte seus principais generais entraram em confronto e o grande reino foi
fragmentado. Ptolomeu um dos seus principais lderes militares manteve sob o seu poder o Egito
e a Palestina.9 Naquela ocasio, nos primeiro anos de seu
governo, a Judia estava com uma superpovoao, ento Ptolomeu autorizou a
imigrao em massa daquela provncia para o Egito, ocorreu que Alexandria recebeu uma grande quantidade de judeus e tornou o maior centro
judaico fora de Jerusalm.
Segundo o historiador judeu Josefo, o que houve na realidade foi uma grande deportao em massa de judeus, ocorrida em pleno sbado 9 - O general Ptolomeu assume o governo do Egito como Fara e d
inicio a uma longa dinastia grega no comando do Egito acerca de trs
sculos.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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aproveitando o descanso do dia sagrado, esta verso parece verdadeira, pois fazia parte desta
deportao at um sacerdote chamado Ezequias que era tesoureiro do templo.
Os textos em manuscritos em aramaico foram
traduzidos para o grego.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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A SEPTUAGINTA - No reinado de Philadelpho rei do Egito, intitulado Fara Ptolomeu
II (285-246), por sua iniciativa pacfica, segundo a tradio que registra, ele fez um pedido ao sumo
sacerdote de Jerusalm, para que desse uma autorizao para a traduo dos livros sagrados judaicos, escritos em aramaico para o grego.
O Rei Ptolomeu II nesta tarefa com o
objetivo de incrementar a cultura no seu reino empenhou se em montar uma grande biblioteca, que mais tarde se tornaria a lendria biblioteca de
Alexandria com as obras contendo a cultura literria de todas as naes do mundo conhecido.
Ocorreu que o sumo sacerdote autorizou
com a condio de nomear uma grande comitiva formada por setenta e dois sbios escribas, que se dirigiram a Alexandria e passaram vrios meses
internos num grande palcio, em quartos individuais, realizando a traduo desses livros do
aramaico para o grego. Ao cabo de vrios meses quando chegaram
ao trmino desta grande misso, eles fizeram uma confrontao entre os resultados obtidos nesta
enorme tarefa, a concluso foi que todos chegaram ao um mesmo resultado comum, isto todas as setenta e duas tradues estavam
absolutamente iguais!
Milagre? Tudo indica que sim, Deus tinha um propsito de revelar sua palavra ao mundo
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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conhecido daquela poca, e para que este objetivo fosse atingido, estava pronta a traduo das
Sagradas Escrituras10 para o grego, exatamente o Velho Testamento da Bblia, da mesma Bblia que
estudamos hoje, que inicia no Livro de Gnesis at ao livro proftico de Malaquias.
Naquele perodo o idioma mais popular e mais falado e escrito j era o grego.
10
- Esta era a Bblia da poca de Cristo quando ele deu a seguinte
instruo: Joo 5:39 Examinai as Escrituras porque cuidais ter nelas a
vida eterna e so elas que de mim testificam. Paulo tambm
recomendou na Epstola de II Timteo 3:16 Toda Escritura
divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justia.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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10 - RESUMO CRONOLGICO REVOLTA
DOS MACABEUS
Um dos personagens que marcou bem a vida dos judeus foi Antoco Epifnio.
Antoco significa "Opositor" (grego). Foi este o nome de treze reis da "Dinastia Selucida".
Estabeleceram-se aps a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C.
OS REIS
1. Antoco I Soter - (324 a 261); 2. Antoco II Theos - (286 a 246); 3. Antoco III O Grande - (242 a 187); 4. Antoco IV Epifnio - (170 a 169); 5. Antoco V Eupator - (173 a 162).
Eventos Relacionados com Alexandre e com Antoco
1. Aps a morte de Alexandre, ocorreram as lutas, guerras e disputas militares pelo controle do
imprio; 2. Em 301 a.C, na batalha de Ipso, a diviso se
definiu efetuando-se em quatro partes;
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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3. O Egito e a Palestina ficaram com Ptolomeu Soter (Lagos) e a Sria do Norte e sia Menor com
Seleuco;
4. Os Ptolomeus dominaram a Palestina at 198 quando os srios com Seleuco anexaram a Terra Santa ao seu domnio;
5. Antoco III, o Grande, que conquistou a
Palestina, morreu e cedeu lugar a seu filho, Seleuco Filopater (187175) que foi envenenado, abrindo caminho para a sucesso de seu irmo
Antoco Epifnio (IV).
Os Atos de Antoco Epifnio (175164)
1. Epifnio (nome que deu a si mesmo) significa deus manifesto;
2. O sumo sacerdote, Onias III, liderou os nacionalistas; Jasom, seu irmo dirigiu os
helenistas.11 Jasom ofereceu grande soma de dinheiro a Antoco por ser apontado sumo sacerdote no lugar do seu irmo. Prometeu
11
- Estes helenistas atraram para si um considervel nmero de
judeus, eles eram adeptos fervorosos da cultura e dos costumes
gregos, embora diziam ser observadores das leis judaicas,
provocaram uma guerra civil e deram origem aos saduceus.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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tambm helenizar12 Jerusalm. Quando assim foi apontado, tornou o povo cidados da capital da
Sria (Antioquia), erigiu um ginsio grego logo em baixo o Templo e os jovens judeus comearam
tomar parte nos jogos gregos. Jasom criou um altar, at mandou ofertas s festas de Hrcules, em Tiro. Os nacionalistas so os antecedentes dos
Fariseus, helenistas dos Saduceus;
3. Antoco fez vrias expedies para o Egito. Numa delas surgiram rumores de sua morte, algo que provocou grande regozijo entre os judeus. Ao
ouvir isto, Antoco massacrou 40.000 judeus num s dia. Muitos judeus foram escravizados e o
Templo roubado;
4- Numa campanha seguinte, os romanos foraram sua desistncia no Egito. Em face desta derrota, derramou sua grande ira sobre
Jerusalm. No Sbado matou muitos, escravizou outros e destruiu partes da cidade. Mandou
erradicar a religio judaica. Quem possua cpia da Lei (Torah), ou
tivesse circuncidado a criana, seria morto. Finalmente converteu o Templo em "templo de
Zeus". Profanou o Templo, em cujo altar, ofereceu uma porca em sacrifcio. 12
- Helenizar um verbo que deriva da palavra heleno, tem o
mesmo significado do adjetivo ptrio grego. Portanto, helenizar o
mesmo que adotar os costumes ou a cultura grega.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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Destruiu cpias das Escrituras, vendeu milhares de judias para o cativeiro e recorreu a
toda espcie imaginvel de tortura para forar os judeus a renunciar sua religio. Estas atrocidades
provocaram naquela ocasio "Revolta dos Macabeus", umas das mais hericas faanhas da histria.
A Revolta dos Macabeus (16763)
A revolta comeou com Matatias, sacerdote em Modim (167). Perodo de Independncia,
tambm chamado de Hasmoneano. Matatias, era sacerdote patriota e de imensa coragem, furioso
com a tentativa de Antioco Epifnio de destruir os judeus e sua religio, reuniu um grupo de leais compatriotas judeus e ergueu a bandeira da
revolta.
Essa revolta foi deflagrada quando Matatias, sendo obrigado por um agente de Antioco a oferecer um sacrifcio pago, este recusou
matando-o, e fugiu na companhia dos cinco filhos, refugiando num regio montanhosa.
Seus filhos eram: Judas, Jnatas, Simo, Joo e Eleazar. Essa famlia era chamada de
"Hasmoneanos", por causa de Hasmom, bisav de Matatias, e tambm de "Macabeus", devido ao
apelido Macabeu (Martelo) conferido a Judas, um dos filhos de Matatias;
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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Judas Macabeus encabeou uma campanha de guerrilhas de extraordinrio sucesso, at que
os judeus se viram capazes de derrotar os srios em campo de batalha regular.
Na revolta dos Macabeus, havia entretanto disputas internas que enfraquecia a nao, foi na
realidade uma guerra civil deflagrada entre os judeus pr-helenistas e antihelenistas; Judas conseguiu entrar em Jerusalm e restaurar o Templo. Houve uma trgua e os
judeus recuperaram a liberdade religiosa, sendo esta a origem da Festa da Dedicao (Joo
10:22), entre 165 e 164 a.C;
Este ato teve um importante significado sobre a opresso sria e a revolta dos macabeus: Promoveu a restaurao da nao da decadncia
poltica e religiosa, com esta iniciativa, foi fortalecido o esprito nacionalista que unificou a
nao e com bravura. Renovou e motivou os ideais do judasmo
com um novo impulso, revigorando o zelo s leis e a esperana na vinda de um messias.
Entretanto, foi Intensificado ao longo deste perodo o desenvolvimento dos dois movimentos
que se transformaram em grupos distintos: Os Fariseus e os Saduceus.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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Os Fariseus surgiram e de destacando como um grupo purista e nacionalista e o saduceus
como um grupo simptico e aliado aos dominadores estrangeiros.13
Deu maior mpeto ao movimento da Disperso, com muitos judeus querendo se
ausentar durante as terrveis perseguies de Antoco.
13
- Os saduceus tiveram suas origens na dominao grega e
permaneceram tambm fieis dominao romana, como aliados de
Roma tiraram grandes proveitos na poltica e tambm nas vantagens
econmicas, por isso se transformaram no grupo de judeus que
detiveram as riquezas e eram os grandes proprietrios. Dominavam o
sindrio e ordenaram a morte de Jesus.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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11 - AS INFLUNCIAS HELNICAS ENTRE OS
JUDEUS
Por outro lado as influncias helnicas marcaram determinantemente a vida e o cotidiano de muitos judeus, temos como exemplo os relatos
nos livros apcrifos dos Macabeus, aceitos por uma boa parte da comunidade cientfica como
relatos histricos. Nestes registros consta que alguns dos
judeus influenciados pela cultura grega, chegaram at a dissimular os sinais da circunciso para
participar dos jogos olmpicos nus. (I Macabeus 1:15)14
A bblia relata no livro Atos dos Apstolos, comprovando a existncia da Cidade de Alexandria
e ainda registra um judeu com o nome de uma divindade grega, que afirma a influncia
helenstica sobre os judeus. Atos 18:24, Ora veio feso um judeu, chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente,
versado nas Escrituras.15
14
- Foi edificado em Jerusalm um ginsio como os gentios,
dissimularam os sinais da circunciso, afastaram-se da aliana com
Deus, para se unirem aos estrangeiros e venderam-se ao pecado.
15 - Apolo foi um dos baluartes na pregao do evangelho no perodo
de Paulo, apesar de ter nome grego era judeu.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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A Judia passou por um perodo agitado, com as guerras de disputas territoriais entre o
Egito dos Ptolomeus e os Selucidas, trouxeram grandes distrbios Judia e afligiram
diretamente os judeus. Os registros nos livros dos Macabeus
relatam a dramaticidade destes acontecimentos, principalmente quando os gregos profanaram o
templo, oferecendo porcos no altar de sacrifcios, um animal imundo para os judeus, alm de colocar no templo a esttua da principal divindade
o deus grego Zeus.
Nestes fatos ocorridos surgem alguns heris, entre eles o sacerdote Matatias Macabeus e seus
filhos, com destaque os irmos Judas e Jnatas Macabeus que tentam organizar a resistncia para a independncia da Judia do jugo grego, embora
tenham conseguido com muitas perdas por alguns anos.
Todavia nesta tentativa fracassada, a realidade fora cruel aos revoltosos e como
consequncia muitas vidas foram sacrificadas em vo nesta luta inglria.
Neste perodo de grandes incertezas que foi marcado pelas guerras e disputas, um perigo
maior rondou aquela regio e a soberania grega estava ameaada, era o avano das poderosas
legies romanas, cuja expanso daquele imprio, com suas avassaladoras campanhas militares,
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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imps se um pesado jugo a todas as naes e reinos conquistados.
O imprio grego entrou em declnio e
preparava para seu colapso total, por este motivo a grande preocupao dos exrcitos de Antoco IV foi concentrar todas suas foras e ltimas reservas
militares para defender seus territrios.
Nesta trgua no ano de 135 a.C, por estas circunstancias, ocorreu um breve perodo de paz para a Judia, ento Joo Hircano, no perdeu a
oportunidade e se autodeclarou rei e sacerdote em Jerusalm.
Ele apesar de ser acusado de corrupto e
oportunista, iniciou um curto perodo de total independncia ao povo judeu com uma nova dinastia.
No ano de 128 a.C o rei Antoco IV morreu
em combate numa campanha militar contra os exrcitos romanos. Este fato proporcionou algo indito, agraciou aos judeus com algo
extraordinrio, uma Palestina com a Judia momentaneamente livre e sem a dominao
estrangeira. Eles no perderam tempo, restauraram os
rituais de sacrifcios e cerimoniais do templo, prenunciava uma nova fase para o povo judeu.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
54
Houve um grande esforo para reunificar as ideias em torno de uma doutrina judaica, numa
disperso de seis sculos de dispora havia criado vrias verses conflitantes pela transmisso das
leis oralmente. Este perodo indito na histria judaica foi
chamado de hasmoneu, derivado da Casa de Hasmon, como foi denominada esta dinastia iniciada por Joo Hircano e mais trs filhos seus sucessores, governaram a Palestina entre 135 a 47 a.C., cunharam at moedas com a Judia
independente.
Elementos Gregos As influncias da filosofia grega que se aproximava do monotesmo, com uma clara tendncia para a imortalidade da alma, dava bastante nfase sobre a conscincia e
dignidade humana e liberalismo de pensamento, notoriamente destacada na arte de fazer a poltica
que j era chamado de democracia. A lngua grega ganhou corpo e abrangeu
praticamente o mundo conhecido, com a traduo do Antigo Testamento para o grego, foi de
fundamental importncia para a pregao do evangelho.
A lngua grega foi tambm muito importante para os discpulos e apstolos que escreveram o
Novo Testamento, junto com os termos adotados
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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por Paulo e outros pregadores do Novo Testamento para explicar o evangelho.
No primeiro sculo os romanos cultos j
conheciam tanto o grego e tambm latim. O dialeto grego usado no quinto sculo a.C, na poca da glria de Atenas, tornou-se o dialeto
Koin (comum) do primeiro sculo.
O dialeto da literatura clssica de Atenas foi modificado e enriquecido pelas mudanas que sofreu nas conquistas de Alexandre Magno no
perodo entre 338 e 146 a.C. O Novo Testamento foi escrito nesse dialeto "comum".
As influncias exercidas pela cultura
helenstica em geral com seu esprito cosmopolita, superou todas as barreiras, o judeu helenizado que serviria como ponte entre o judeu e gentio e a
busca da salvao do mundo romano;
Por um lado a filosofia grega trouxe uma marcante e positiva contribuio, destacando e revelando o melhor que o homem poderia fazer na
busca de Deus pelo intelecto.
Entretanto, tambm pode contribuir negativamente, pois, nunca trouxe uma resposta aos reclamos dos coraes e deixou de aproximar
o homem a seu Deus como seu criador e seu salvador pessoal.
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12 - OS ROMANOS
Aps esta etapa no ano 63 a.C. iniciou o
domnio dos romanos, com a ocupao vitoriosa pelo poderoso exrcito romano comandado pelo imponente general Pompeu, dez anos depois
Herodes Antipas, que recebeu o ttulo de Herodes O Grande e foi constitudo rei pelos novos dominadores. A imposio de uma paz relativa ocorreu na
Palestina, sob a gide desta nova potncia to poderosa e avassaladora.
Este grande imprio denominado de ferro,
oriundo da pennsula itlica chamado de Roma, com os seus exrcitos compostos pelas temveis legies, derrotaram os gregos e tornaram
senhores do mundo conhecido de ento.
Esta campanha vitoriosa romana teve seu pice no ano de 63 C, quando o general romano Pompeu general Damasco em seguida invadiu a
Judia e sitiou Jerusalm, derrubou seus muros com as mquinas de guerra, profanou o templo,
penetrando no lugar santssimo e o incendiou. Os judeus tentaram em vo uma resistncia,
mas foram impotentes diante de to grande poderio e doze mil judeus foram massacrados
pelos romanos, com outra multido de judeus sendo sumariamente deportada para Roma como
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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escravos, ento a Judia passou as mos de mais uma potencia estrangeira e foi definitiva anexada,
se transformou em provncia romana.
Enquanto, que em Roma no seio do poder, houve uma disputa determinante que definiu para quem iria tomar as rdeas da direo do imprio
romano, na qual a participao de alguns personagens se tornou decisiva, ocorreram at
disputas amorosas, muitas lutas que resultaram em guerras, batalhas cruciais e intrigas polticas, entre Jlio Csar, Cssio, Brutus, Otvio e Marco
Antonio e a formosa rainha egpcia Clepatra.
Estes fatos culminaram com o assassinato de Julio Csar pelo seu filho adotivo Brutus, numa
conspirao e cilada urdida em pleno senado romano, a vitria de Otvio sobre Marco Antonio em batalha naval, que por sua vez atrado e se
apaixona por Clepatra.
Finalmente esta rainha do Egito que foi subjugado pelos exrcitos romanos, deu cabo com sua prpria vida, deixando se picar por uma
vbora.
Lembrando que Otvio vitorioso nestas campanhas tornou se o grande ditador de Roma, em 27 C., consolidado no poder, se autodeclarou
com o ttulo de Csar Augusto, foi aclamado o todo poderoso imperador de Roma e governou
este imprio desde este perodo at o nascimento de Jesus Cristo e parte de sua vida terrestre.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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Os Romanos e a Sua Poltica - Cristo veio
ao mundo na poca em que o imprio romano dominava o mundo conhecido. Todas as naes e
reinos estavam subjugados e todas as leis e regras emanavam de um nico centro de poder que era Roma.
Era possvel obter cidadania romana, ainda
que a pessoa no fosse romana. O Imprio Romano mostrou as tendncias de unificar os povos de raas diferentes sob o comando de uma
nica organizao poltica e um nico poder, o romano.
Havia uma relativa paz na terra quando
Cristo nasceu. Os soldados romanos asseguravam esta paz nas estradas da sia, frica e Europa.
Construram excelentes estradas ligando Roma a todas as partes do Imprio. As estradas
principais foram construdas com pavimentao de pedras e concreto.
As estradas romanas forneceram conforto e segurana nos transportes, tinham uma tima
infraestrutura para atender estas cidades em pontos estratgicos que estavam localizadas nos caminhos, por isso foram indispensveis para a
evangelizao do mundo no primeiro sculo.
A BBLIA ENTRE OS DOIS TESTAMENTOS Ezequiel Camilo da Silva
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13 - HERODES O GRANDE
Neste perodo no incio do domnio romano
na Palestina com o apoio das autoridades desse imprio, desde 37 a.C. Herodes denominado o Grande que era Idumeu,16 se intitulou rei dos
judeus. Contudo, para muitos dos principais lderes judeus, no entanto, o considerava um
impostor. Dotado de muitos recursos porque possua
uma enorme fortuna, erigiu o seu suntuoso palcio em Jerusalm no local onde fora a outrora
cidadela de Davi.
Para agradar os judeus reconstruiu o templo ampliando suas dependncias, demonstrando respeito pelos seus lugares sagrados, trouxe
especialistas de Alexandria que ensinaram os prprios sacerdotes a trabalharem nesta
construo. Apesar de obedecer todos os detalhes da
planta do templo de Salomo, este templo tinha as linhas arquitetnicas helensticas, isto , sua
fachada era de estilo grego. 16
- Herodes O Grande, era um homem riqussimo e seu poder
estava fundamentado em sua riqueza, no era judeu, mas idumeu,
tinha grande influencia entre os dominadores e era homem de
confiana dos romanos.
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Depois de oito anos de trabalho no templo a grande obra ficou concluda no ano 10 C e pronto
para o culto. O templo tornou o orgulho dos judeus, sua cpula revestida de ouro podia ser
contemplada a longa distncia de Jerusalm. Os historiadores descrevem o brilho da
cpula de ouro do templo, refletida pelos raios solares como uma imensa bola de fogo que atraa
a ateno de todos.
14 - AS SEITAS JUDAICAS
Nestes quatrocentos anos, houve uma grande concentrao de esforos em torno da
obedincia as leis mosaicas e da observncia de todos os preceitos e regras estabelecidas no Tor.
As duras lies aprendidas aps os terrveis perodos de cativeiros, motivados pela
desobedincia e pela apostasia religiosa, havia sido colocados como a grande consequncia que resumia todos os males que haviam pairados
sobre este povo.
Devido a isto, como resultado deste estremo zelo pela guarda de todos estes preceitos, formou se os grupos de pessoas que se aglutinaram em
torno de crenas e objetivos comuns.
J relatamos alguns conceitos e registramos alguns fatos sobre estes grupos, contudo, a seguir
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iremos complementar mais algumas interessantes informaes sobre este tema.
Muito desses grupos como os fariseus
atingiram o mximo do fanatismo. E passaram a exercer de forma impecvel e intransigente as ordenanas legais.
1. Os Fariseus Esta seita arraigada entre os judeus, que exercitavam com estremo zelo a observncia dos preceitos de suas leis, teve a sua origem desde seus antecedentes que foram os
primeiros reformadores ainda dos tempos de Esdras e Neemias; Quando Matatias revoltou-se
contra os esforos de Antoco, os Hasidim (Os Piedosos), o apoiaram e se ligaram a ele; Mais tarde os Hasidim foram denominados Perushim (Os Separados)
Fariseus - Constituram o ncleo da aristocracia religiosa e acadmica.
Entre suas crenas, ensinavam que a alma era imortal, que havia uma ressurreio corporal e
julgamento futuro com galardo ou castigo.
Acreditavam na existncia de anjos e espritos bons e maus.
Predestinatrios, mas aceitaram que o homem tinha livre arbtrio e responsvel
moralmente;
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Eram radicais no cumprimento dos preceitos e normas, coordenaram a tradio e a
Lei escrita num conjunto de regras de f e a prtica, evoluindo com os tempos.
2. Os Saduceus - O nome possivelmente vem de Zadoque, o sumo sacerdote dos tempos
de Davi (II Sm 8:17 e 15:24); Eles aparecem na histria na mesma poca que os Fariseus;
Enquanto os Fariseus eram nacionalistas, a tendncia dos saduceus era na direo da filosofia
grega com a cultura grega; serem politicamente corretos com os dominadores para tirarem
vantagens econmicas e preservarem seus patrimnios, pois eram os detentores do poder
econmico e das grandes propriedades. Sendo eles um partido poltico de tendncias
sacerdotais e aristocrticas, tinham pouca influncia com o povo comum.
Os saduceus formava o ncleo da aristocracia sacerdotal, poltica e social;
Ensinaram que no h nem galardo nem
castigo, por incrvel que parea, apesar de se apossarem dos servios sacerdotais do tempo, eram mais materialistas do que espirituais;
Influenciados pela cultura e filosofia grega,
negaram at a existncia de espritos e anjos;
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Enfatizaram a liberdade da vontade humana, rejeitando o determinismo e o azar;
Mantinham que a Torah era nica fonte
infalvel de f e prtica. Os saduceus, representados pelos
sacerdotes que atuavam no templo, no tempo de Jesus, foram determinantes na poltica, eram em
maior nmero no sindrio e decidiram pela priso e morte de Cristo.
4. Os Essnios
No h registro algum sobre os essnios no
Novo Testamento, mas segundo os historiadores, afirmava se que havia 4.000 ou mais essnios, que eram participantes de uma seita asctica com
sede na beira ocidental do mar morto. Calculava se que muitos dos essnios viviam nas vilas e
cidades espalhadas pela Palestina. Eram austeros na vida em comum,
seguiram o conceito de comunidade na distribuio e aquisio de bens, abstinncia,
meditao, trabalho zeloso e o celibato.
5. Os Herodianos
Eram os partidrios desta dinastia, formada
pelos Herodes, estas pessoas que faziam parte deste partido poltico que no estava ligado a
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nenhuma religio; Esperaram que estes reis cumprissem a realizao da esperana da nao.
6. Os Zelotes
Legalistas, fiis pietistas, messianistas nacionalistas, intolerantes dos judeus impiedosos
e de Israel na subjugao aos romanos.
Quem foram os Zelotes?! - Foi um grupo de judeus radicais em sua oposio Roma que dominava a Palestina e subjugava o povo de Deus.
Os zelotes estimulavam e agitavam o povo
conduzindo os a revolta contra os romanos, o que provocou a utpica Guerra judia (anos 66-70), que
terminou com a destruio de Jerusalm e do templo por obra de Tito Flvio.
Nos evangelhos eles no so nomeados, embora a um dos doze, Simo, seja dado o
apelido de Zelotes (Luc 6,15 - Mateus e Tom; Tiago, filho de Alfeu, e Simo, chamado Zelote;
Zelotes ou "fervorosos". Este movimento
unia o fervor religioso com o compromisso social. Segundo eles, os sacerdotes e os demais lderes religiosos estavam preocupados demais com o
poder e no faziam nada para libertar a terra prometida da dominao dos romanos.
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Os zelotes defendiam a guerra santa e pretendiam alcanar a libertao da Palestina
atravs da violncia. A luta deles visava combater os impostos que esmagavam o povo, a idolatria do
Imperador romano que exigia ser adorado como um Deus, e a m distribuio da terra.
A terra, na opinio do movimento, era propriedade de Jav e os romanos no tinham o
direito de ocup-la e exigir imposto dos camponeses.
Apesar de lutar pela justia, os zelotes tambm tinham um forte preconceito em relao
aos pobres. Como os fariseus e os saduceus, achavam que os pobres no tinham condies de
seguir a Lei e que no eram teis na luta de libertao.
Os saduceus eram os "ritualistas", os fariseus os "legalistas" e os zelotes os
"revolucionrios". Embora no seu ministrio terrestre, Jesus
questionasse a proposta religiosa destes trs movimentos, ainda hoje, temos em nossas
comunidades religiosas, pessoas que convivem com a f em Cristo, mas so semelhantes aos saduceus: frequentando as reunies, porm,
desinteressando-se totalmente com a misria e o sofrimento dos "pequeninos" de Deus; como os
fariseus: respeitando todas as Leis da Igreja mas separados do povo e cheios de preconceitos em
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relao aos pobres e aos fiis de outras religies ou Igrejas; como os zelotes: idealizando a
violncia e desvalorizando a cultura e a religiosidade popular.
A Esperana Messinica dos Judeus
1. No surgimento no Perodo Inter bblico
Na poca da restaurao, e com o desaparecimento dos profetas, houve pouca nfase na esperana messinica. O interesse do
povo era a observao da Lei.
Neemias 8 1 a 3 -E chegado o stimo ms, e estando os filhos de Israel nas suas
cidades, todo o povo se ajuntou como um s homem, na praa, diante da porta das guas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse
o livro da lei de Moiss, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregao, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam
ouvir com entendimento, no primeiro dia do stimo ms.
E leu no livro diante da praa, que est diante da porta das guas, desde a alva at ao meio dia, perante homens e mulheres, e
os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
Neemias 8:1-3
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15 - OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO
Os Pergaminhos do Mar Morto, ou
manuscritos do Mar Morto so uma coleo de cerca de 800 documentos em pergaminho, incluindo textos da Bblia Hebraica Antigo
Testamento, que foram descobertos entre 1947 e 1956 em 11 cavernas prximas de Qumran, uma
fortaleza a noroeste do Mar Morto, em Israel, que foi uma regio pertencente Judia.
Eles foram escritos em Hebraico, Aramaico e grego, entre o sculo II a.C. e no primeiro sculo
depois de Cristo.
Foram encontrados mais de oitocentos textos, representando vrios pontos de vista, incluindo as crenas dos Essnios e outras seitas.
O mapa mostra o lugar no qual se localizam
as cavernas que foram encontradas os rolos do Mar Morto.
Estes textos so importantes porque eles confirmam a veracidade da Bblia e por serem
praticamente os nicos documentos bblicos judaicos hoje existentes relativos a este perodo e porque eles podem explicar muito sobre o
contexto poltico e religioso nos tempos do nascimento do cristianismo.
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Estes pergaminhos contm pelo menos um fragmento de todos os livros do das escrituras
hebraicas, exceto o livro de Ester.
Alm de fragmentos bblicos, contm regras da comunidade, escritos apcrifos, filatrios, calendrios e outros documentos.
Antes da descoberta dos Rolos do Mar
Morto, os manuscritos mais antigos das Escrituras Hebraicas datavam da poca do nono e do dcimo sculo de nossa era.
Havia muitas duvidas se podamos mesmo
confiar nesses manuscritos como cpias fiis de manuscritos mais antigos, visto que a escrita das
Escrituras Hebraicas foi completada h bem mais de mil anos antes.
Todavia, o Professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos
Rolos do Mar Morto, declarou: O Rolo de Isaas [de Qumran] fornece prova irrefutvel de que a transmisso do texto bblico, durante um perodo
de mais de mil anos pelas mos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa. O ROLO mencionado por Barrera contm o inteiro livro de Isaas. Dessemelhantes do Rolo de
Isaas, a maioria deles representada apenas por fragmentos, com menos de um dcimo de
qualquer dos livros.
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Os livros bblicos mais populares em Qumran foram os Salmos (36 exemplares), Deuteronmio
(29 exemplares) e Isaas (21 exemplares). Estes so tambm os livros mais frequentemente citados
nas Escrituras Gregas Crists. Embora os rolos tenham confirmado e
fazem uma demonstrao de que a Bblia no sofreu mudanas eles tambm revelam at certo
ponto, que havia verses diferentes dos textos bblicos hebraicos usados pelos judeus no perodo do Segundo Templo, cada uma com as suas
prprias variaes.
Nem todos os rolos so idnticos ao texto massortico, tanto na grafia como na fraseologia.
Alguns se aproximam mais da Septuaginta grega. Anteriormente, os eruditos achavam que as
diferenas na Septuaginta talvez resultassem de erros ou mesmo de invenes deliberadas do
tradutor. Agora, os rolos revelam que muitas das diferenas realmente se deviam a variaes no
texto hebraico. Isto talvez explique alguns dos casos em que os primeiros cristos citavam textos
das Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do texto massortico. xodo 1:5; Atos 7:14.
Os Rolos do Mar Morto confirmaram o valor
tanto da Septuaginta como do Pentateuco samaritano para a comparao textual. Fornecem
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uma fonte adicional para os tradutores da Bblia considerassem possveis emendas ao texto
massortico.
Por exemplo, em vrios casos, eles confirmam decises feitas pela Comisso da Traduo do Novo Mundo das Escrituras Sagradas,
para restaurar o Nome de Deus nos lugares onde havia sido removido do texto massortico.
Os rolos que descrevem as normas e as crenas da seita de Qumran tornam bem claro que
no havia apenas uma forma de judasmo no tempo de Jesus. A seita de Qumran tinha tradies
diferentes daquelas dos fariseus e dos saduceus.
provvel que essas diferenas tenham levado a seita a se retirar para o ermo. Eles se encaravam como cumprindo Isaas 40:3 a
respeito duma voz no ermo para tornar reta a estrada de YHWH.
Diversos fragmentos de rolos mencionam o Messias, cuja vinda era encarada como iminente
pelos autores deles. Isso de interesse especial por causa do comentrio de Lucas, de que o povo estava em expectativa da vinda do Messias. Lucas 3:15. Os Rolos do Mar Morto nos traz uma ideia para compreender melhor o contexto da vida
judaica no tempo do ministrio terrestre de Jesus. Fornecem informaes comparativas para o estudo
do hebraico antigo e do texto da Bblia. O texto de muitos dos Rolos do Mar Morto ainda exige
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uma anlise mais de perto. Portanto, possvel que haja mais revelaes. Entretanto, a maior
descoberta arqueolgica do sculo vinte e continua a empolgar tanto eruditos como estudantes da
Bblia. HISTRICO - Em 1947 na Palestina, nos
arredores do vilarejo de Khirbet Qumran, perto do lado ocidental do Mar Morto; foram encontrados
por acaso uns antigos manuscritos que revelaram a extraordinria descoberta arqueolgica, cujas consequncias ainda no esto completamente
esclarecidas.
Infelizmente, por mais de 30 anos, os documentos encontrados desta descoberta foram
estritamente monopolizados e impedidos de serem examinados ou pesquisados pela comunidade acadmica internacional. Em 1947 quando o
Estado de Israel ainda no tinha nascido; ao lado leste do Mar Morto ficava em territrio jordaniano,
e o lado ocidental sob o protetorado ingls. Naquela poca as estradas que levavam ao
Mar Morto eram poucas e muito ruins, e a regio ao redor era a ptria dos bedunos, os quais
sempre foram nmades deslocando se de um lado para o outro suas tendas com seu gado.
Nesta ocasio, um jovem pastor rabe, Mohammed adh-Dhib, que estava tentando retirar
a sua cabra de uma caverna, descobriu por acaso uma srie de acessos de grutas na encosta de
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uma perigosa rocha escarpada, prxima da aldeia de Khibet Qumran.
O beduno entrou e encontrou no seu
interior muitos jarros abandonados. Voltou novamente com um amigo para recuperar os jarros (podiam ser usados para a gua) quando os
dois descobriram que nos jarros encontravam-se alguns rolos de pele embrulhados em tecidos em
decomposio. Esta histria no foi ainda bem esclarecida,
h grande dificuldade em saber quantos manuscritos foram originariamente encontrados
pelos bedunos, nem se h ainda com algum alguns manuscritos escondidos.
Em 1954 alguns manuscritos acabaram no cofre do hotel Waldorf Astoria de New York, de
onde saram quando o governo israelita os comprou por 250.000 dlares (ajudado por um
rico benfeitor). Outros manuscritos chegaram ao Museu Rockfeller, na parte leste de Jerusalm, na poca em mo jordaniana. Nasceram assim duas
diferentes comisses independentes: uma chefiada por Yigael Yadin, em Israel, a outra, controlada
por Padre de Vaux, um sacerdote catlico, na Jordnia.
Hoje, os manuscritos so conservados no Museu de Israel, que passou a ser chamado Shrine
of the book. Por causa do pssimo relacionamento entre os dois pases, as comisses trabalharam
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sobre os manuscritos de forma completamente independente, sem possibilidade nenhuma de
comunicao, com todas as desvantagens da situao.
O problema foi resolvido em 1967 aps a guerra dos seis dias, quando a parte leste de
Jerusalm passou para as mos israelitas e tudo o que a se encontrava se tornou de propriedade do
governo de Israel como despojos de guerra, inclusive os rolos de Qumran conservados no Rockfeller Museum. A curiosa e significativa a
reao a este acontecimento do Padre de Vaux, da conta de que, at o material permaneceu em mo
jordaniana e que havia sido impedido que os israelenses tivessem acesso aos manuscritos, e
que, quando eles passaram sob a autoridade judaica, de Vaux ficou literalmente enfurecido e aterrorizado pela ideia de perder o controle do
material qumraniano.
O padre de Vaux era um dominicano que foi enviado, em 1929, cole Biblique de Jerusalm onde primeiro foi professor e depois diretor. Era
um homem dedicado aos estudos e pesquisas, carismtico, enrgico, autoritrio e carola. O
governo israelita, que em 1967 estava ocupado em assuntos muito diferentes que os manuscritos do Mar Morto; deixou ao padre de Vaux a
responsabilidade de supervisionar o trabalho de anlise e lhe deu o encargo de formar e dirigir
uma equipe internacional, com o compromisso de
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publicar o mais rpido possvel os resultados das pesquisas.
Claramente, a expresso "equipe
internacional" faz pensar numa precisa inteno de criar um grupo amplo, caracterizado pela presena de diferentes componentes que
pudessem dar garantia de uma gesto no parcial do trabalho. Os manuscritos encontrados a Khirbet
Qumran abriram a porta de uma longa srie de incmodas perguntas sobre os primeiros cristos?
De fato, nos rolos se encontram elementos que, alm de mostrar evidentes ligaes com o
cristianismo das origens, pem em seria discusso alguns fundamentos da mesma doutrina e da
interpretao histrica da pessoa de Jesus Cristo. Em 1992, depois de 25 anos de monoplio
absoluto da equipe, a situao comeou a mudar. Sobretudo pela enorme quantidade de crticas
internacionais contra o absurdo de um pequeno grupo de pesquisadores, tratar e controlar como propriedade privada estes materiais arqueolgicos
daquela extraordinria importncia, e muitos daqueles rolos acabaram sendo publicados. Mas
ainda assim fica a suspeita que parte dos documentos continua ficando ignorados e desconhecidos coletividade.
Para no falar da profunda influncia
cultural, que continua a condicionar o endereo interpretativo, causado por esses mais de 25 anos
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de monoplio. Sero precisos muitos anos para a situao se ajeitar at o ponto de poder avaliar o
material de maneira objetiva baseada sobre posies realmente desinteressadas.
16 - O ADVENTO DE CRISTO
Nesta longa etapa denominada de "Perodo
de Silncio", o mundo foi preparado para a vinda de Cristo atravs de vrios povos.
O Apstolo Paulo escreveu: Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho (Gal. 4:4).
Marcos o evangelista afirmou o mesmo no seu livro, dizendo: O tempo est cumprido e o reino de Deus est prximo (Marc. 1:15). interessante observar que houve uma
preparao do mundo para a primeira vinda de Cristo e as contribuies dos trs grandes povos daquela poca. Verdadeiramente, havia uma
necessidade, em meio dos graves problemas sociais, das injustias, das desigualdades e
opresso dos mais fortes sobre os desfavorecidos. O povo clamava por justia, por liberdade e
Cristo preencheu aquele vazio que era exatamente o que as pessoas esperavam no aspecto do amor,
para aliviar a dor, o sofrimento, a opresso dos mais fortes sobre os mais fracos.