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FTCC Fernando Silva Monteiro Lui Martinez Laskowski Luiz Bernardo Kämpf do Amaral Matheus Marcucci Pedro Delfino Ferraz Rômulo Barbosa da Silva Thiago Burnagui Leitão Vinícius de Brito Saldanha GUIA DE ESTUDOS

Pedro Delfino Ferraz Rômulo Barbosa da Silva Thiago ... · quando localizado, um comboio do Estado Islâmico se dispersava com extrema rapidez, fazendo com que o ataque aéreo subsequente

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Page 1: Pedro Delfino Ferraz Rômulo Barbosa da Silva Thiago ... · quando localizado, um comboio do Estado Islâmico se dispersava com extrema rapidez, fazendo com que o ataque aéreo subsequente

FTCC

Fernando Silva MonteiroLui Martinez Laskowski

Luiz Bernardo Kämpf do AmaralMatheus Marcucci

Pedro Delfino FerrazRômulo Barbosa da Silva

Thiago Burnagui LeitãoVinícius de Brito Saldanha

GUIA DE ESTUDOS

Page 2: Pedro Delfino Ferraz Rômulo Barbosa da Silva Thiago ... · quando localizado, um comboio do Estado Islâmico se dispersava com extrema rapidez, fazendo com que o ataque aéreo subsequente

Força Tarefa Conjunta CombinadaOperação Inherent Resolve.

Fernando Silva Monteiro

Lui Martinez Laskowski

Luiz Bernardo Kämpf do Amaral

Matheus Marcucci

Pedro Delfino Ferraz

Rômulo Barbosa da Silva

Thiago Burnagui Leitão

Vinícius de Brito Saldanha

“A guerra é mãe e rainha de todas as coisas; alguns transforma

em deuses, outros em homens; de alguns faz escravos, de outros,

homens livres.”

Heráclito de Éfeso

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Após o término da Guerra Fria, que dividia o mundo em dois blocos de poder

antagônicos, compostos pela OTAN no ocidente e pelo Pacto de Varsóvia no oriente,

considerou-se por um bom tempo com otimismo relativo que os EUA seriam a única po-

tência do mundo, de maneira hegemônica, o que, em tese, faria com que todos os países

resolvessem as suas pendências de maneira pacífica, sem a ameaça de uma guerra nu-

clear. Entretanto, os acontecimentos imediatamente subsequentes à queda da URSS, tais

como a primeira Guerra do Golfo, bem como a Guerra Civil da Iugoslávia e, com efeito,

o ataque de 11 de setembro de 2001, evidenciaram que este não seria o rumo da história.

Mais uma vez a crise de fim de século surpreendia uma belle époque utópica - deixando

diversos teóricos, como Fukuyama, perplexos.

Diversos acontecimentos que tiveram sua origem no início dos anos 1990 têm

influência sobre as operações no Oriente Médio. Uma das principais é a globalização, as-

sociada ao desenvolvimento das tecnologias de informação, onde se permite que o mundo

inteiro saiba rapidamente acerca de acontecimentos de maior ou menor magnitude. Por-

tanto, as operações deverão ser muito bem planejadas - caso contrário, havendo baixas

civis em excesso, o mundo saberá - isto poderá resultar em redução de fundos, retirada

de unidades militares, demissão dos membros do gabinete e coletivas de imprensa inde-

sejáveis. É importante, por exemplo, deixar claro o tipo de munição utilizada em ataques

aéreos, as regras de engajamento e os alvos - caso contrário, as unidades poderão em-

1. Introdução

Força Tarefa Conjunta CombinadaOperação Inherent Resolve.

Fernando Silva Monteiro

Lui Martinez Laskowski

Luiz Bernardo Kämpf do Amaral

Matheus Marcucci

Pedro Delfino Ferraz

Rômulo Barbosa da Silva

Thiago Burnagui Leitão

Vinícius de Brito Saldanha

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Por fim, o terrorismo é um dos principais problemas que poderão se apresentar.

Fora países com alta população de refugiados1, ficam também sob constante ameaça pa-

O mantra que se repete há centenas de anos é que a guerra é a busca

de um objetivo estratégico em condições de incerteza; a certeza, pro-

vavelmente, nunca virá. O comando deve decidir o momento viável

para agir e como fazê-lo enquanto lida com a incerteza das condições.

pregar armas que fogem ao princípio da proporcionalidade. Caso se deseje um ataque

de precisão, a munição deverá ser, por exemplo, JDAM guiada - e não uma bomba de

fragmentação ou incendiária.

Outro dos pontos importantes é a questão da guerra assimétrica. O conceito de

guerra assimétrica envolve compreender que, diferente de os outros conflitos armados,

ela não é um choque entre dois estados. Por exemplo, não se trata de uma guerra entre a

Rússia, seu exército e governo, contra os EUA, seu exército e seu governo. Se trata de um

conflito entre um estado e alguma organização ou grupo que busca o cumprimento de suas

demandas por via armada. Se chama de “assimétrica” justamente pelos combatentes não

terem as mesmas características: enquanto os EUA, Brasil e demais países têm soldados,

alvos e comandos bem definidos, as diferenças entre combatentes e não-combatentes em

relação aos grupos assimétricos em oposição não apresentam essa distinção e não seguem

as regras internacionais da guerra. Dificilmente se sabe com certeza quando o passante

no mercado cheio de pessoas está usando um colete-bomba prestes a explodir; ou não.

Além disso - dificuldades em definir quem é o combatente - a guerra assimétrica favorece

táticas de guerrilha. Em relação ao Estado Islâmico isso ficou muito claro no Iraque -

quando localizado, um comboio do Estado Islâmico se dispersava com extrema rapidez,

fazendo com que o ataque aéreo subsequente somente vitimizasse um ou dois veículos.

O uso, pelo Daesh, de caminhonetes com armas pesadas (como metralhadoras e canhões

automáticos de 20mm), capazes de trafegar com rapidez e agressividade no deserto, foi

percebido por muitas nações - a Rússia acaba de equipar uma divisão motorizada com

estes equipamentos leves justamente para garantir-se contra tais situações.

¹ Populações de refugiados, compreensivelmente, trazem consigo possíveis ameaças, e quanto maior a população cul-

turalmente diversa mais difícil é identificar o extremismo em seu âmago. Isso de forma alguma pode justificar o refou-

lement (expulsão, o que viola princípios fundamentais de direito internacional), mas causa problemas de segurança em

situações de violência.

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íses como os EUA, com regras mais rígidas de migração, o que significa, também, que

qualquer um dos países presentes está suscetível a atentados. Portanto, os líderes políticos

e de inteligência precisam estar muito atentos às ameaças no front interno, pois atentados

podem levar a uma imensa queda na popularidade e nos fundos e unidades disponíveis.

A divisão entre sunitas e xiitas é o resultado de uma disputa interna na religião

islâmica. Existem diversas outras divisões, como salafistas e alauitas - porém esta se

destaca. Cada lado crê numa forma diferente de islamismo, o que rende até hoje disputas

violentas e intermináveis que, como se pode imaginar, se refletem na política. A relação

conturbada entre o Irã (xiita) e a Arábia Saudita (sunita) é um dos maiores exemplos, que

veremos melhor adiante.

O importante nisso é: não há guerra contra o Islã, e se opera numa região quase

completamente muçulmana. Portanto, seus países possuem alianças com países e grupos

muçulmanos, o que, além de lhes garantir apoio vital em terra e ar, exige compreensão.

Atos de agressão contra o Islã, no oriente médio, podem levar à perda de todo o apoio

vital à permanência na região.

Além disso, é necessária sutileza. O Estado Islâmico ou Daesh propaga a variante

sunita - porém, ao desrespeitar o Suna, perder-se-ia o apoio da maior parte dos países da

região, incluindo o gigante da Arábia Saudita.

A situação de caos político e social em que o Iraque se encontra foi precedida de

um regime comandado por Saddam Hussein e seu partido, o Baath, que teve seu fim com

a intervenção americana. Esta influência estadunidense, conhecida como “desbaathiza-

ção”, que instaurou um novo regime de governo pouco usual, agravando ainda mais a ten-

são entre as vertentes islâmicas. O governo instaurado pelos Estados Unidos da América

definiu-se com maioria xiita, causando insatisfação sunita. Este agravamento das tensões

levou, eventualmente, à criação do Estado Islâmico a partir da Al-Qaeda no Iraque (AQI),

com milhares de militares sunitas insatisfeitos unindo-se à insurgência.

2. Aspectos da Política Estatal Regional

2.1. Divisão entre Sunitas e Xiitas

2.1.1. Iraque

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2 Ao grupo armado em questão poderemos nos referir como Estado Islâmico do Iraque e da Síria (em inglês, ISIS);

Estado Islâmico do Iraque e do Levante (em inglês, ISIL); ou Daesh, termo favorecido pela França e outros países oci-

dentais para evitar o paralelo estatal com o grupo terrorista que se destaca por controlar território. ISIS, ISIL e Daesh,

para os efeitos deste escrito, são sinônimos.3 Existe no meio internacional uma rejeição quase unânime em relação à proliferação de armas nucleares. Ainda que não

tenha se constituído como costume internacional (o que obrigaria, juridicamente, países como o Irã, Paquistão e Índia a

interromper seus programas nucleares), o uso de embargos unilaterais - desvantagens econômicas e comerciais - ainda

é possível contra tais países - qualquer um, de fato.

Com a vitória sob o Estado Islâmico do Iraque e do Levante2 (ISIL) em dezembro

de 2017, o Iraque encontra-se fortemente debilitado e em processo de reabilitação, ainda

com influência norte-americana - ainda que sem presença de tropas convencionais ame-

ricanas ou ocidentais. Sua guerra civil pode, pela primeira vez em anos, vislumbrar um

possível fim. Contudo, devido à grande massa de seguidores e combatentes voluntários

que se deslocaram de diversos locais do mundo para o Iraque lutar pelo Califado procla-

mado pelo Daesh, um grande contingente populacional se encontra buscando meios de

sobreviver sem o apoio do ISIL. Aliadas a isto, insurgências terroristas em países vizinhos

preocupam ainda mais a situação conturbada em que o país se encontra.

A República Islâmica do Irã surgiu na forma atual em 1979, após uma Revolução

de caráter religioso e anti ocidental que derrubou a monarquia, cedendo o poder supremo

no país ao Aiatolá (líder religioso muçulmano) Khomeini. Atualmente, o país mantém-se

como uma teocracia, possui um alinhamento político mais próximo da Federação Russa

e sofre de questões econômicas que possuem origem nos embargos econômicos promo-

vidos pelos EUA, em virtude do desenvolvimento “clandestino”3 do programa de armas

nucleares iraniano.

O Irã atualmente segue o ramo xiita do islã, o que é seguido por 90 a 95% da po-

pulação nacional. Esse é um dos fatores que originam os atritos entre esse país e a Arábia

Saudita, que, por sua vez, segue o ramo sunita do Islã. As relações tensas entre esses dois

países se refletem nos atos hostis recentes, como o incendiamento da embaixada iraniana

em Riad (capital da Arábia Saudita), e apoio militar e financeiro do Irã ao ex-presidente

Saleh, do Iêmen, que está em guerra civil desde 2015, em oposição às forças do atual

presidente Hadi, apoiadas pela Arábia Saudita e uma coalizão de nações aliadas a esta.

2.1.2. Irã

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4 É importantíssimo ressaltar que populações não-ocidentais tendem a rejeitar instituições nos moldes exatos do Oci-

dente. Deve-se evitar paternalismo; o Oeste não é um “salvador” ao forçar a instituição da democracia ocidental em

países de cultura distinta. De fato, pode ser visto como um predador ao corroer a cultura destas populações. A autode-

terminação dos povos - princípio que deve-se ter muita cautela ao empregar - permite que os povos organizem-se da

forma que suas estruturas de poder internas decidirem; ainda que autoritárias, oligárquicas ou teocráticas.

A Guerra da Síria é um dos temas mais recorrentes nos debates de política global.

Governado pela família al-Assad desde 1970, o país nunca conviveu com a democracia,

muito menos a de estilo ocidental4. A ditadura dos Assad provocou diversas insatisfações

ao redor do mundo e tornou o país um campo propício para um cenário caótico e dividido,

como se encontra a Síria atualmente.

Para o entendimento da situação em que se encontra a nação é preciso compreen-

der o contexto histórico e geopolítico em que a mesma está inserida. Em meados de 2010,

nos primórdios da Primavera Árabe, diversas nações, entre elas a Síria, sofreram levantes

populares e revoltas intensas em seu território. Contudo, a repressão dos protestos por

Bashar al-Assad, que já era visto com pouca aprovação pela parcela muçulmana extre-

mista, causou um enorme descontentamento popular e oposicionista. Com isso, grupos

extremistas começaram a formar guerrilhas armadas alegando que o governo Assad não

defendia os interesses islâmicos. Portanto, como é de se esperar, o apoio internacional a

estes grupos contribuiu para a instauração do cenário instável e crítico no ambiente sírio.

O apoio ocidental à oposição, porém, tornou-se mais difícil quando tal oposição desen-

volveu em muitos de seus círculos características extremistas.

Com esta instabilidade geopolítica e social instaurada, diversos grupos terroristas,

entre eles o Estado Islâmico (ISIS), surgiram meio aos rebeldes como maneira de propa-

gar sua ideologia para a ‘pós-revolução’. Após oportunidades não efetivas de contenção

do avanço extremista, os Estados Unidos da América aumentaram seu financiamento tec-

2.1.3. Síria

Diz-se que um dos maiores perigos nessa região é de uma guerra entre esses dois países,

produtores e distribuidores de quase todo o petróleo consumido no mundo, pois um con-

flito causaria uma disparada dos preços do petróleo; e por consequência, crises econô-

micas no ocidente. Portanto, é de grande interesse do ocidente evitar essa guerra - ou ao

menos garantir que, caso aconteça, ela tenha um fim rápido.

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É importante lembrar que a coalizão liderada pelos Estados Unidos - a

Força Tarefa Conjunta Combinada - Operação Inherent Resolve de-

fine-se como uma operação contra o ISIS, e não contra o governo As-

sad. Ainda que muitos de seus integrantes sejam politicamente opostos

ao governo sírio, atos de guerra contra tal governo seriam difíceis de

justificar perante o direito internacional. O ataque a uma única base

síria pelo governo Trump causou já muitas dificuldades neste sentido.

Ainda assim, o governo americano sofre críticas por não agir contra o

governo Assad.

Já a Federação Russa ataca quase todos os grupos opostos ao governo,

sem dificuldade de justificar sua intervenção, aprovada pelo governo

efetivo da Síria.

nológico e bélico a forças aliadas na região, buscando, além da contenção do ISIS, desti-

tuir o governo Assad. Contudo, a influência americana é contraposta pelo apoio russo ao

governo sírio. Esta tensão entre duas grandes potências, inicialmente, agrava ainda mais

a situação da Síria e dificulta o andamento do combate ao terrorismo.

Entretanto, após a falha de reestruturação governamental no Iraque pelos america-

nos, os Estados Unidos da América decidiram combater, cooperativamente com a Fede-

ração Russa, os grupos definidos como terroristas, o que apenas disfarçou a tensão entre

as duas potências. Após o ataque químico em abril de 2017 a um campo rebelde na Síria,

o presidente norte-americano Donald Trump, como forma de retaliação, autorizou um

bombardeio com 59 mísseis Tomahawk a uma base aérea do governo Assad. Tal ocorrido

foi tratado com enorme desaprovação e descontentamento pelo presidente russo Vladimir

Putin.

A situação da Síria se alonga mais do que apenas combate ao terrorismo. Diferen-

tes crenças e etnias, a exemplo dos curdos, lutam contra um governo agressivo e pouco

satisfatório. Interesses externos aos populacionais se encontram agregados às reivindica-

ções políticas destes grupos; portanto, é de extrema importância o cuidado e a atenção

internacional para a solução do conflito sírio.

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Com a intervenção da Rússia, definiu-se quase uma guerra por procuração entre

a Federação Russa e os Estados Unidos da América, materializada no bombardeio russo

a forças rebeldes apoiadas pelo governo americano, como o Exército Livre Sírio (em in-

glês, FSA). Ainda que exteriormente as relações entre as grandes potências mantenha-se

cordial, o clima é extremamente tenso e ambos os países mantêm-se preparados e atentos

para uma improvável - mas devastadora - escalação do conflito a uma guerra mundial.

O Estado de Israel é conhecido mundialmente por sua estreita e variada relação

com os Estados Unidos da América, onde, desde sua fundação em 1948, recebeu apoio e

interferência norte-americana intensa em seus campos militares e políticos. Com o passar

das décadas este laço foi se estreitando até culminar no sólido apoio oferecido durante os

conflitos árabe-israelenses no período da Guerra Fria. A dualidade americana em servir de

aliado de Israel e, ao mesmo tempo, mediador das tensões israelenses-palestinas e egíp-

cias resultou no aumento de sua influência, ao participar de tratados e acordos políticos,

no Oriente Médio.

Com o desenvolvimento da Guerra ao Terror, Israel se encontra em meio a um

território hostil com disparidades ideológicas e bélicas se destacando cada vez mais: o

forte apoio bélico dos Estados Unidos e a insurgência terrorista em pequenos pontos do

Oriente Médio e Ásia Central. Aliado à isso, houve a declaração do presidente americano

Donald Trump, sendo o primeiro representante à não adiar a execução da ordem diplomá-

tica, reconhecendo Jerusalém como capital israelense e, consequentemente, ordenando

a mudança de sede da Embaixada Americana. Tal ato intensifica as divergências com os

palestinos e agrava a situação dos conflitos.

2.1.4. Israel

2.1.5. Arábia Saudita

5 Uma ‘guerra por procuração’ ocorre quando forças menores são apoiadas por agentes externos opostos, enquanto tais

agentes externos - grandes potências - não se envolvem diretamente com o conflito. Isso evita embates entre potências

- muito mais graves -, ainda assim vitimizando os ‘procuradores’, agentes menores - como o Free Syrian Army e o Go-

verno da Síria - que lutam apoiados por potências diferentes. Os Estados Unidos não estão em guerra com a Federação

Russa - ainda que apoiem rebeldes que são bombardeados por esta.

O Reino da Arábia Saudita é uma monarquia absolutista concentrada nas mãos

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da casa Saud, linhagem subsequente de Abd al-Aziz Al Saud, primeiro rei saudita. Sua

população é de maioria muçulmana da vertente sunita, fator que agrega tensão com países

vizinhos, em especial o Irã. Conhecida por possuir um dos governos mais autoritários do

mundo e utilizar-se de sua influência econômica do petróleo para manipular a política

do mundo árabe, a Arábia Saudita se encontra à beira de um possível conflito no Oriente

Médio e sofre descontentamento da Liga Árabe.

A República da Turquia enfrenta um conflito étnico-político, anteriormente inter-

no e atualmente de impacto internacional, em seu território. Uma parcela da população

clama por uma reestruturação social e reconhecimento de sua etnia, atrelada à questões

sociais, políticas e culturais, com o objetivo da formação e reconhecimento internacional

A jovialidade do príncipe saudita, aliado à sua falta de concentração de poder,

causou diversas interferências em situações como a Guerra do Iêmen e a da Síria, onde fi-

nanciou opositores e criou um grupo combatente a Assad: a Jaish al-Fatah. Tal criação foi

uma consequência do abandono do apoio americano frente ao combate ao terrorismo e do

extremismo iraniano avançando pelo mundo árabe, com as revoltas da primavera árabe e

a intervenção americana no Iraque e Afeganistão, além do acordo nuclear, que rompeu a

contenção do regime iraniano.

Estando à beira de um conflito com o Irã, muito envolvido no conflito no Iêmen,

buscando fomentar a visão wahhabita de mundo e ainda assim lutar ativamente contra o

terrorismo - e desprovido de apoio americano como antigamente -, o Reino Saudita deve

assumir posições favoráveis à sua segurança territorial. Como dito anteriormente, um

conflito entre as potências do petróleo pode desestabilizar o cenário econômico mundial

- algo que nem o bloco oriental nem o ocidental desejam.

A Arábia Saudita, por um lado, fomenta milhares de escolas e mes-

quitas ao redor do mundo que agem de acordo com uma vertente

muçulmana vista por alguns como extremista - o wahhabismo. Alguns

afirmariam, mesmo, que o reino saudita é o maior financiador mundial

de terrorismo - ainda que não diretamente. Por outro lado, a Arábia

Saudita mantém - ou mantinha - excelentes relações diplomáticas com

o Ocidente, um equilíbrio notável e quase incoerente.

2.1.6. Turquia e a Questão do Curdistão

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3. A Guerra na Síria e contra o Estado Islâmico

3.1. Introdução

3.2. Oposição Síria e o Exército Livre Sírio

do Curdistão. Esta instabilidade entre turcos e curdos perdura por mais de dois séculos;

entretanto, com a ascensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) , a situação

se agravou.

Lutando por direitos e estabilidade social, os curdos, comandados pelo presidente

do PKK, investiram na guerra de guerrilhas nas montanhas turcas, causando diversas mor-

tes e instaurando uma situação crítica nas relações internacionais. Atualmente, o conflito

encontra-se amenizado devido ao combate curdo aos grupos terroristas e à expansão em

países vizinhos, como Iraque e Síria - divergentes dos rebeldes mas opositores ao regime

de Assad. Portanto as relações turcas com o Curdistão interferem significativamente no

desenvolver das operações da Guerra ao Terror e de demais debates políticos na região;

relações estas afetadas em 20 de janeiro de 2018, quando o governo da Turquia realizou

uma ofensiva contra milícias curdas na Síria, utilizando bombardeiros e conturbando as

relações entre o governo turco e potências envolvidas no conflito na Síria.

A guerra na síria é um dos conflitos mais complexos da história da humanidade.

Iniciada como revolta contra o governo de Bashar Al-Assad, escalou até um conflito

extremamente violento com mais de 100 facções distintas, cujas relações com cada uma

das outras diferem. Em 2015, o conflito mergulhava no caos absoluto - com centenas de

pequenas e grandes facções parte de dezenas de conselhos e coalizões, como a Frente

Islâmica Síria, a Frente Al-Nusra, o Conselho de Comando Revolucionário da Síria, o

Conselho Nacional Sírio (reconhecido, à época, como a oposição moderada favorecida

pelo Ocidente), entre muitos outros. Além disso, tais conselhos, coalizões e facções ti-

nham vida curta - uniam-se a outros, formavam novas coalizões e frentes dentro de novos

conselhos, numa exibição de horrores político-militar caótica cujo mapa mais lembrava

uma pintura de Jackson Pollock. Atualmente, porém, o conflito tornou-se mais coeso,

com redução no número de frentes significativas.

O Exército Livre Sírio consiste na principal força de oposição do governo do dita-

dor Bashar al-Assad, com o seu surgimento se dando a partir de 2011, com combatentes

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Primeiramente como um braço fortemente armado da Al-Qaeda no Iraque (AQI),

o Estado Islâmico foi fundado em 2004 para contribuir no avanço e domínio sunita no

Iraque. Com a evolução de sua doutrina e o evidente colapso da Al-Qaeda, em 2014 o

braço armado se declarou como Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS), efetivamente

transformando a AQI em Estado Islâmico, buscando constituir um Califado. Isso é o que

diferencia o grupo - efetivamente controla território. Com isso, iniciou-se a campanha

desertores das forças armadas se recusando a hostilizar civis desarmados e protestando

contra o governo. Com a frequente punição dos soldados desertores com execuções su-

márias, o coronel do exército Riad al-Assad anunciou em julho de 2011 juntamente de ou-

tros oficiais a formação do Exército Livre Sírio, constituído de civis e militares desertores

para derrotar o regime do ditador Al-Assad e proteger os manifestantes de seus ataques.

No início, o Exército Livre se viu com o apoio do governo da Turquia, que cedeu

passagem pelo território à desertores do exército sírio juntamente com a disponibilização

de um campo de operações para os oficiais da força de oposição. Seguido desse apoio

turco, outros países árabes e ocidentais como os Estados Unidos, Reino Unido, Arábia

Saudita, Israel, Jordânia, França, dentre outros vinham dando apoio econômico e militar

em quantidade para essas forças de oposição na expectativa de ajudar a derrubar o ditador

Bashar al-Assad e ganhar influência na região.

Por outro lado, foi visto de forma velada o apoio de países como o Irã e Rússia ao

governo de Bashar al-Assad, se opondo ao Exército Livre Sírio e atacando alvos perten-

centes ao ELS na tentativa de enfraquecê-lo.

Em setembro de 2015, a Rússia iniciou uma série de bombardeios contra posições

dos grupos armados Daesh e Al-Qaeda e de outras forças rebeldes síria, todos estabe-

lecidos em parte na região noroeste da Síria, em Aleppo e Homs. Tais ataques feriram

tais facções, e a coalizão americana demonstrou grande insatisfação em ver que o grupo

rebelde que apoiava era atacado por russos, demonstrando também contentamento com o

ataque aos grupos adversários. O clima de tensão entre a nação estadunidense e a nação

russa tem se intensificado desde então.

3.3. Surgimento e Forças do Estado Islâmico

3.3.1. Surgimento

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3.3.2. Estado Islâmico no Iraque

3.3.3. Estado Islâmico na Síria

mundial para atrair adeptos à sua doutrina extremista, o que resultou em mobilização

mundial, tanto em ações nacionais quanto no deslocamento para o foco dos conflitos.

Seu principal objetivo é a criação de um Califado utilizando-se a jihad militar (a “jihad

menor”) para cumprir as doutrinas do islamismo salafista.

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante foi criado no Iraque, a partir da AQI e

seguindo instabilidades na região. Com alinhamento sunita radical e contrários à maio-

ria populacional xiita, os extremistas iniciaram uma série de confrontos religiosos com

o intuito de propagar os ideais sunitas e fortificar o Califado. Em 2014 proclamaram-se

independentes da Al-Qaeda, iniciando o que hoje conhecemos por Estado Islâmico.

O Estado Islâmico conta com campanhas de propaganda extremamente bem-fei-

tas, além de oficiais de alto escalão extremamente competentes e experientes, oriundos

de exércitos nacionais da região. Contam com equipamento que inclui placas balísticas,

capacetes e armamentos diversos e abundantes. Operam com blindados improvisados,

caminhonetes armadas e mesmo alguns tanques e APCs; não se deve subestimá-los.

Seus atos captaram a atenção de grandes potências mundiais, resultando na for-

mação de uma coalizão para combatê-los. A frente iraquiana desta aliança tinha como

objetivo a aniquilação das forças terroristas e retomar a cidade de Mosul, proclamada

capital iraquiana do Califado. Em dezembro de 2017 é declarado oficialmente o fim do

Estado Islâmico no Iraque, após o sucesso da coalizão em retomar Mosul.

Antes de declarar-se Estado Islâmico, a AQI enviou ao Iraque representantes que

iniciaram na Síria um braço da Al-Qaeda chamado Jabhat Al-Nusra (Al-Qaeda na Síria).

Após a fundação do Estado Islâmico, porém, a Al-Nusra declarou que não concordava

com o rumo tomado pela AQI. O Estado Islâmico expandiu-se pelo rio Eufrates à Síria,

entrando em conflito com o governo sírio, curdos, exército livre sírio e outras forças re-

beldes, incluindo a Jabhat Al-Nusra. Desenvolvendo estratégias específicas para a guerra

num terreno diferente (a Síria é principalmente montanhosa, enquanto o Iraque é pre-

dominantemente árido), assumiu controle de grande parte do país, proclamando Raqqa

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como sua capital na Síria. A situação entre ISIS, Assad e rebeldes provocou um ambiente

pouco cooperativo com as operações da Guerra ao Terror, possibilitando a evolução do

grupo extremista com maior facilidade.

Atualmente, o avanço das operações de Assad, da coalizão ocidental (FTCC-OIR)

e da intervenção russa resultaram numa imensa deterioração do contingente e do território

em posse do Estado Islâmico. Com a retomada de grande parte de Deir Ez’zor (território

no qual o Estado Islâmico operava com refinarias de petróleo para financiar grande parte

de seus atos) o ISIS consta com presença apenas ao nordeste de Hama e Homs, além de

um bairro sunita em Damasco e zonas rurais. É importante ressaltar, no entanto, que o Da-

esh existe, ainda, e controla território, diferentemente de outras organizações extremistas.

Os domínios do Estado Islâmico transcendem as fronteiras sírias e iraquianas: o

grupo afirma possuir controle de diversas áreas do Oriente Médio, do norte Africano, da

Nigéria e do Vilaiete do Coração, área entre Afeganistão e Paquistão. As primeiras rei-

vindicações territoriais secundárias foram feitas por al-Baghdadi em novembro de 2014 e

algumas perduram até hoje como intensa fonte de suporte, como o caso do Afeganistão.

Com a queda no Iraque e a previsível derrocada na Síria, as forças insurgentes

do Estado Islâmico estão reagrupando-se nestas províncias, com foco no próprio Afe-

ganistão. O problema a ser enfrentado é a não jurisdição da grande maioria das nações

participantes da coalizão em território afegão, conhecido historicamente por ser o berço

da Al-Qaeda com os Mujahideens na década de 80. Esta concentração e a falta de autori-

zação para operar pode resultar num ponto de ressurreição para o grupo extremista - e a

Guerra ao Terror acaba prolongando-se novamente.

O Curdistão é uma região definida de forma geo-cultural, com um mapeamento

bruto, que compreende regiões da Turquia, da Síria, do Iraque e do Irã. Os povos curdos

que habitam a região de forma majoritária alegam que a região é sua e o Estado do Cur-

distão deveria ser fundado. Porém, existe uma enorme oposição por parte dos países que

se encontram na região, já que iriam perder parte de seu território para a fundação de um

3.3.4. Províncias Secundárias do Estado Islâmico

3.4. Peshmerga, YPG e a Ascensão do Rojava

3.4.1. A Questão do Curdistão

Page 15: Pedro Delfino Ferraz Rômulo Barbosa da Silva Thiago ... · quando localizado, um comboio do Estado Islâmico se dispersava com extrema rapidez, fazendo com que o ataque aéreo subsequente

3.4.2. Participação do YPG e dos Peshmerga na guerra contra o EI

3.4.3. Formação do Rojava

novo estado - se trata de um movimento separatista.

Ao todo, a população curda compreende cerca de 30 milhões de pessoas, com a

grande maioria na Turquia. Parte dessa população habita a região norte da Síria, conheci-

da como Curdistão Sírio. As forças curdas terminaram por se organizar, na Síria, como o

Rojava - território autônomo controlado pelos curdos - YPG, PKK e outras organizações

militares curdas. Assim sendo, os curdos controlam, também, território, o pretenso estado

do Rojava, que em muito contribuiu nas forças terrestres a combater o ISIS. Atualmente,

se encontram sob ataque da Turquia - ainda outra contradição na Guerra no Levante.

As Unidades de Proteção Popular, conhecidas também como YPG, são uma força

armada localizada no Curdistão Sírio que possui um forte nacionalismo e se opõe prin-

cipalmente às forças do governo sírio e aos grupos terroristas na região árabe, principal-

mente o ISIS, aliados ao Exército Livre Sírio.

Devido a sua grande eficácia no combate contra o terrorismo, o YPG acaba re-

cebendo enorme apoio de países da Europa e dos próprios Estados Unidos. Homens e

mulheres curdas eliminam forças inimigas de forma efetiva.

Além da YPG, há também outra força do Curdistão, o Peshmerga, no Curdistão

Iraquiano, que atuou em forças na Guerra do Iraque e na eliminação de Osama bin Laden.

São reconhecidos pelo governo Iraquiano, desde 2005, como os protetores do Curdistão,

já que o exército do Iraque está proibido de entrar na região do país. “Aqueles que enfren-

tam a morte”, como se traduz o nome do exército, têm combatido o Estado Islâmico do

Iraque e do Levante desde 2014, erradicando parte de sua presença com eficazes táticas

de combate e apoio arsenal externo.

O Rojava, também conhecido como Curdistão Sírio, localizado ao norte da Síria

possui um forte histórico de sua população reprimida e privada de bens pelo governo sí-

rio. Desde o início da Guerra Civil na Síria, tropas do estado se retiraram da região para

acobertar as partes do país mais revoltosas, e então os dois principais partidos políticos

curdos, o PYD e o ENKS se uniram para formar a guarda popular curda, o YPG, e manter

a hegemonia local. A guarda popular tem ocupado a localização correspondente ao Cur-

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distão e, também, vem enfrentando núcleos de oposição que possam ameaçar os curdos

da região.

Desde então, o Rojava tem sido considerado um estado de facto, que significa

um estado “na prática”. embora não seja considerado um estado pela comunidade inter-

nacional, ele possui governo autônomo e forças de defesa própria. Tal estado tem lutado

fortemente contra os núcleos terroristas da região e os tem eliminado com alto poder de

fogo.

A facção representante da Al-Qaeda na Síria sempre se mostrou pouco flexível a

contrapontos e oposições ideológicas, muitas vezes mudando de aliados repentinamente.

Devido à eclosão da Guerra Civil da Síria, diversos grupos rebeldes se puseram frente

à violência do governo Assad, insurgindo em formas de milícias armadas e, posterior-

mente, em grupos mais organizados, como Exército Livre Sírio (FSA). Além de grupos

opositores ao governo surgiram, como forma de usufruir da instabilidade política síria,

facções e grupos terroristas adeptos ao salafismo, segmento radical dos sunitas.

Jabhat Al-Nusra é uma destas facções responsáveis por lutar em prol da lei Sharia

e contra o governo Assad, tendo assim cooperado com ambos os lados oposicionistas,

como no ataque cooperativo da Frente Al-Nusra e do FSA ao governo Sírio. Esta relação

ambígua abriu brechas para um clima de tensão dentro das repartições terroristas, como

evidenciado em 2013 com o rompimento de relações entre o ISIS e a Frente, quando Al-

-Nusra declarou fidelidade à Al-Qaeda mas não ao Estado Islâmico. Isso resultou, meses

depois, no início de ataques entre ambos os grupos extremistas. Entretanto, esta aliança

- Al-Nusra e Al-Qaeda - teve seu fim em 2015/16, quando o líder da Frente declarou

ser um grupo independente, mudando seu nome para Jabhat Fateh Al-Sham. Após este

ocorrido, a participação militar da Al-Qaeda diminuiu muito, pois seus principais braços

armados declararam-se independentes: um deles como o Estado Islâmico, outro como a

Al-Nusra.

Inicialmente nomeada de “Victory Front for the People of the Levant by the Mu-

3.5. Tahrir Al-Sham e Frente Al-Nusra

3.5.1. Jabhat Al-Nusra e relações com outras facções

3.5.2. Formação da Frente Al-Nusra e Tahrir Al-Sham

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3.5.3. Rivalidades em 2017-18

3.6. Ahrar Al-Sham e a extinta Frente Islâmica Síria

3.6.1. Oposição Islâmica, Frente Islâmica Síria e a Frente Islâmica

jahideen of the Levant on the Fields of Jihad”, Jabhat Al-Nusra (Frente Al-Nusra) é uma

facção extremista oriunda das influências da Al-Qaeda na Síria. Tendo em vista esta cor-

relação, todo o alinhamento ideológico e político do grupo tem como base a ideologia

jihadista e a propagação da lei Sharia de acordo com a vertente salafista do Islã. Contudo,

com o início da Guerra Civil na Síria, a recorrente ação da facção se tornou cada vez mais

relevante e captou o interesse de outras nações.

Apesar de Jabhat Al-Nusra sempre ter sido um grupo independente, o governo dos

Estados Unidos da América os considerou terroristas pelo explícito apoio ideológico à

Al-Qaeda, sendo que demais facções como Ahrar Al-Sham e Liwa Al-Tawid não consta-

ram na categoria. A diferença de Al-Nusra para as demais facções e repartições salafistas

fanáticas na Síria é a rigidez e a exigência no treinamento, tornando-os um dos grupos

rebeldes de maior relevância na Guerra Civil e a frente de avanço em território sírio para

a formação de um califado.

No início de 2017 o Tahrir Al-Sham (HTS) foi criado com a unificação de diversas

facções salafistas em território sírio em um único grupo. Devido ao poderio e influência

apresentados pela Frente Al-Nusra, estes continuaram com a liderança das atividades ex-

tremistas na Síria, e consequentemente no comando da HTS.

Tahrir Al-Sham apresentou-se como um dos grupos de maior desempenho rebelde

na Guerra Civil Síria. Entretanto, com a independência declarada do ISIS por Al-Baghda-

di, o grupo, antes aliado à Al-Qaeda, tornou-se rival de algumas facções em ação na Síria,

como Hezbollah, Ahrar Al-Sham e o próprio Estado Islâmico.

Devido a esta instabilidade entre os propagadores do islamismo salafista, os gru-

pos rebeldes sírios e o próprio governo de Assad conseguiram obter vitórias sobre o avan-

ço dos extremistas. Com isso, a tensão entre rebeldes islâmicos e tropas sírias, além da

rivalidade natural entre as facções terroristas, demonstrou um cenário pouco cooperativo

e estável - à beira de um colapso.

Durante os primeiros anos da Guerra Civil Síria, diversos grupos opositores fo-

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ram formados baseados na sua ideologia principal e aliados de um ideal comum: destituir

o governo repressivo de Bashar Al-Assad. Com isso, uma grande massa de adeptos ao

islamismo declararam estarem se opondo ao governo sírio, uma vez que, ele não estava

representando os ideais islâmicos no país. Assim, esta parcela representativa da popula-

ção representava a Oposição Islâmica que, juntamente com a Oposição Síria, iniciava o

combate ao governo de Assad.

Primeiramente foi formada, em 2012, a partir dos ideais da Oposição Islâmica,

a Frente Islâmica Síria, organização salafista de grupos rebeldes islâmicos, cujo maior

grupo foi Ahrar Al-Sham, que lideravam a Frente. Entretanto, devido à divergências in-

ternas, o grupo foi desfeito em novembro de 2013 e substituído pela Frente Islâmica, peça

importante na Guerra Civil. Ocorreram suspeitas de financiamento proveniente da Arábia

Saudita e, em dezembro de 2014, aliaram-se à Frente do Levante, ganhando mais espaço

no cenário da guerra.

O grupo Ahrar Al-Sham, líderes da ex-Frente Islâmica Síria, se aliaram às facções

oriundas da dissolução da Frente Islâmica, formando o Exército da Conquista, em 2015,

que, futuramente, foram todos absorvidos pelo grupo Ahrar Al-Sham, tendo políticas an-

ti-Assad, anti-Tahrir e anti-Hezbollah, mas não necessariamente anti-ISIS, mesmo nunca

tendo declarado apoio ao Daesh.

Surgido como forma de destituir o governo de Assad e instituir um Estado basea-

do na lei Sharia, o Ahrar Al-Sham foi formado no início da Guerra Civil Síria, logo após

a Revolução Egípcia de 2011, episódio importante da Primavera Árabe, sendo o segundo

maior grupo rebelde, apenas atrás do Exército Livre Sírio (FSA), até, anos depois, o FSA

constar com inúmeras perdas de poderio, quando Ahrar Al-Sham tornou-se o maior grupo

opositor.

Tendo como parcela majoritária seguidores salafistas do islã, o grupo recebeu

apoio de diversos grupos e países rivais do segmento xiita, além de demais interesses

(como o da Turquia de criar um rival para os curdos). Com isso, o Ahrar Al-Sham ganhou

espaço e, temporariamente aliado à Frente Al-Nusra, realizou uma enorme expansão de

influência na Síria.

3.6.2. Formação do Ahrar Al-Sham

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O grupo Tahrir Al-Sham (subsequente facção proveniente da Frente) é confundi-

do com Ahrar Al-Sham devido ao seu potencial de destruição e domínio ideológico. En-

tretanto, tais grupos se tornaram grandes rivais em meados de 2017, devido aos métodos

utilizados no recrutamento e na pregação da lei Sharia de cada grupo. A partir do segun-

do semestre de 2017, foi declarado um início no reforço de políticas e ações anti-ISIS,

Hezbollah, Tahrir Al-Sham e outras repartições, demonstrando uma instabilidade repre-

sentativa dentro das coligações. Atualmente, atuam apenas no norte sírio, combatendo,

simultaneamente, o governo de Assad e as forças do Daesh, sendo um importante aliado

dos rebeldes - com toda a delicadeza da questão islâmica e dos próprios objetivos não

devendo ser esquecida.

Primeiramente como um braço de apoio da Al-Qaeda no Iraque, o Estado Islâmico

surgiu em 2004 aproveitando o vácuo de poder e estruturação política deixado pela inva-

são americana para acabar com o antigo governo totalitário. Motivados pelos ideais suni-

tas e contra a grande parcela xiita da população, o grupo se desenvolveu organizacional e

militarmente a níveis superiores ao do grupo mãe e, por isso, declarou-se como um grupo

independente em 2014. As províncias declaradas pertencentes ao Califado ultrapassavam

os limites fronteiriços e tinham como capital a cidade de Mosul.

3.7. Forças Iraquianas

3.7.1. Surgimento do Estado Islâmico no Iraque

3.6.3. Rivalidades em 2017-18

É importante lembrar que a denominação “terrorista” é, até hoje, polí-

tica. Isso significa que cada governo decide quais grupos paramilitares

considera terroristas. Assim sendo, definir todos os grupos da região

como terroristas é impreciso e perigoso; o mais ideal é ver neles

grupos paramilitares. A definição de terrorismo, que a comunidade

internacional evita, de nada ajuda a vencer o ISIS - grupo paramilitar,

ilegítimo, violento, perigoso.

A invasão soviética do Afeganistão, em 1980, resultou na reunião de

extremistas de visões similares de todo o mundo, que, após a invasão,

retornaram a seus países de origem melhor treinados e agora conec-

tados. Esse processo de “extremogênese” e treinamento de unidades

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As ofensivas da coalizão e do Exército iraquiano vieram obtendo resultados gra-

dual e progressivamente no decorrer do conflito (2013-2017). Investidas com apoio inter-

nacional, tendo como principal fonte de recursos bélicos os Estados Unidos da América,

iniciaram-se em julho de 2014 devido à preocupação de uma possível concretização do

ISIS no coração do Oriente Médio (similar ao realizado pelo Taliban no Afeganistão na

década passada). Devido ao notável avanço militar e estrutural do grupo terrorista, em

dezembro do mesmo ano os EUA juntamente com diversos outros países formam a Força

Tarefa Conjunta e Combinada com a Operação Inherent Resolve (FTCC-OIR).

Todos os demais esforços realizados no Iraque foram oriundos desta Força Tarefa

que culminaram em uma última operação, em conjunto com o Exército do Iraque, inicia-

da no segundo semestre de 2016 e concluída em dezembro do ano seguinte.

Devido ao sucesso das operações da Força Tarefa em conjunto com o Exército

Iraquiano, em novembro de 2017 o comandante das Forças Armadas do Iraque declara

iniciada a operação de investida final contra as forças terroristas no deserto. O principal

objetivo desta operação era a destruição do Estado Islâmico no Iraque, culminando com

a retomada da então capital do grupo (no Iraque) Mosul.

Inteligência militar, segundo a Encyclopaedia Britannica, é a informação sobre

um inimigo ou uma área. Esta se divide em inteligência tática e inteligência estratégica.

A inteligência tática busca suprir as necessidades dos comandantes militares em campo,

visando, por exemplo, a realização de uma determinada missão, dessa forma podendo se

alocar os recursos necessários para tal. Já a estratégica, busca as informações necessárias

para a elaboração de planos militares e políticos em plano nacional ou internacional.

paramilitares perigosas se observou também na última Guerra do

Iraque. è crucial tentar evitar que o mesmo se agrave na Síria - embora

seja inevitável que o processo já está em andamento.

3.7.2. Operações no Iraque

3.7.3. Batalha de Mosul, Reconquista do Cinturão de Bagdá e Derrota do Estado Islâmico no Iraque

4. Inteligência Militar

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Operações militares são o emprego de violência organizada com o objetivo de

obter um objetivo estratégico. Este objetivo estratégico pode ser qualquer coisa - sabotar

linhas de comunicação, destruir unidades, capturar território, entre outros. É importante

lembrar que o teatro de operações que se apresenta é assimétrico e envolvendo muitos

civis - portanto muita cautela é necessária. O envio de uma operação militar - que deve ser

aprovado pelo Ministro de Defesa (ou equivalente) - deve ser feito por um oficial militar

operacional, não de inteligência. A ordem de operação deverá incluir os seguintes fatores:

5. Operações Militares

A Inteligência militar contemporânea se obtém através de diversos meios, como

imagens (aéreas, terrestres, de satélite), a chamada IMINT; inteligência de sinais, a lidar

com sinais de rádio e outras manifestações do espectro eletromagnético, chamada de SI-

GINT; inteligência humana, obtida colocando Oficiais de Caso na zona em questão, que

irão recrutar informantes (ou “espiões” entre os locais), a chamada HUMINT; e outras

formas, como inteligência de fonte aberta (em inglês, OSINT), que estuda fontes como a

imprensa e a internet. Muitas operações de inteligência serão necessárias para dar conhe-

cimento suficiente para agir àqueles que tomarão as decisões.

“Whether tactical or strategic, military intelligence attempts to respond to or sa-

tisfy the needs of the operational leader, the person who has to act or react to a given set

of circumstances. The process begins when the commander determines what information

is needed to act responsibly. Several terms are used when discussing these requirements.

On the national level they are usually called the essential elements of information and

are defined as those items of intelligence information about a foreign power, armed force,

target, or physical environment that are absolutely vital for timely and accurate deci-

sion making. On the tactical level intelligence needs are defined in a similar manner;

often called information requirements, they are those items of information concerning

the enemy and his environment that must be collected and processed in order to meet the

intelligence needs of the military commander.” (WATSON, Bruce W.)

Os oficiais de inteligência podem agir também em conjunto com o planejamento

de operações especiais, como a interceptação e neutralização de líderes, a sabotagem de

financiamento, entre outros.

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Nome e fase da operação (Ex. Operação Wingspan, fase 01).

Objetivo estratégico da operação ou fase (Ex. Obter inteligência por meio de câ-

meras aéreas). A operação ou missão pode ter também um objetivo secundário (ou

terciário) caso o primário não possa ser executado.

Unidades aliadas a serem empregadas (Ex. 2 veículos aéreos não-tripulados MQ-1

Predator).

Equipamento, se necessário (caso contrário utiliza-se o equipamento pa-

drão ou permite-se à unidade escolher seu equipamento).

Estudo de Risco.

Unidades inimigas esperadas.

Condições adversas, como proximidade a alvos civis, e procedimentos

quanto a estas.

Terreno, se necessário.

Dificuldades ou vantagens esperadas.

Formas de vencer dificuldades ou utilizar vantagens.

Data e hora de início da operação e instruções especiais.

Missão 01.

Missão 02 (se houver).

Missão 03 (se houver).

Regras de engajamento.

As Regras de engajamento (RdE) consistem na regra primária seguida

pela unidade em relação a quando e como engajar-se em combate. Podem haver

regras diferentes para missões diferentes dentro da mesma operação. Podem ser,

por exemplo:

Todos hostis (considera-se todo movimento como hostil e permite-

-se às tropas abrir fogo imediato).

Disparar após identificação (ataca-se qualquer alvo que seja iden-

tificado como inimigo).

Apenas objetivo (proíbe-se às tropas engajar qualquer alvo que

não seja o alvo designado).

Apenas defensivo (permite-se que as unidades designadas retor-

a)

b)

c)

i)

d)

i)

ii)

e)

i)

ii)

f)

i)

ii)

iii)

g)

i)

1)

2)

3)

4)

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5)

a)

b)

Regras de engajamento podem ser complexas. Qualquer regra especial pode ser

definida, como, por exemplo, “atacar objetivo, retornar fogo se necessário, e somente se,

não houverem civis identificados na área de fogo”.

Os países presentes nesse teatro da Síria e do Oriente Médio são os apresentados

a seguir:

Unidades terrestres:

4,400 soldados, parte da 1ª Divisão de Infantaria, lotados no Iraque;

2,500 soldados, também parte da 1ª Divisão de Infantaria, lotados no

Kuwait;

7,000 mercenários.

Unidades aéreas:

Strike Fighter Squadrons 15, 31, 87 e 213, cada um com 12 F/A-18EF

Super Hornets - esquadrões de caças de ataque ao solo, naval, e de interceptação,

bem como de combate aéreo;

Carrier Early Airborne Warning Squadron 124, composto por 5 E-2D Ad-

vanced Hawkeyes - esquadrão de monitoramento e detecção de ameaças aéreas;

Carrier Tactical Eletronic Warfare Squadron 134, composto por 5 EA-18

Growlers - esquadrão de aeronaves para guerra eletrônica;

Fleet Logistic Support Squadron 40, composto por 2 C-2A Greyhounds -

esquadrão que faz a ligação entre a frota e a terra, ou outros porta-aviões;

Helicopter Sea Combat Squadron 9, composto por 8 helicópteros MH-60S

Seahawks - esquadrão que faz desembarque de soldados, evacuações médicas,

ligação entre a frota e outros navios ou a terra, além de poder realizar missões de

combate;

Helicopter Maritime Strike Squadron 70, composto por 11 helicópteros

MH-60.

nem fogo caso sejam atacadas por tropas diferentes do objetivo).

Cessar fogo (proíbe-se qualquer engajamento).

6. Forças e Unidades Presentes (Ordem de Batalha)

6.1. Estados Unidos - Operação Inherent Resolve

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Unidades navais:

Carrier Strike Group 2, composto pelo porta-aviões USS George H W

Bush (nau capitânea), mais os destróieres USS Arleigh Burke, USS Roosevelt,

USS Truxtun e USS Philippine Sea.

c)

6.2. Reino Unido - Operation Shader

6.3. França - Opération Chammal

a)

b)

c)

a)

b)

Unidades terrestres:

450 militares treinando soldados do Iraque;

75 militares treinando rebeldes sírios;

Elementos do 51 Squadron da Real Força Aérea, que desempenham fun-

ção de infantaria da aeronáutica para proteção de bases e aeronaves, além de mis-

sões de combate;

Elementos do Special Air Service (SAS), Forças Especiais, em quantidade

imprecisa;

Unidades aéreas:

No. 903 Expeditionary Air Wing - RAF Akrotiri, composta por 10 Tor-

nado GR4 de ataque, 9 Thyphoon FGR.4; 1 Hércules C5 e 1 C-17 Globemaster

III de transporte; 2 Voyager KC3 de reabastecimento; 1 RC-135W Airseeker e 1

Shadow R1 de reconhecimento;

Unidades navais:

Destróier HMS Daring, fragata HMS Richmond, submarino nuclear HMS

Trafalgar.

Unidades terrestres:

3,200 soldados e Forças Especiais;

4 howitzers autopropulsados CAESAR 155mm

Unidades aéreas:

18 caças Rafale multimissão, 8 Super-Étendard de ataque ao solo e 2 E-2C

Hawkeye de monitoramento aéreo baseados no porta-aviões Charles de Gaulle -

costa da Síria;

6 Rafale multimissão e um Stratotanker de reabastecimento em vôo - base

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6.4. Canadá - Operation Impact

6.5. Austrália - Operation Okra

6.6. Alemanha - Bundeswehreinsatz in Syrien

c)

a)

b)

a)

b)

a)

b)

c)

aérea de Al Dhafra, Emirados Árabes;

6 caças Mirage 2000 e 1 E-3F Sentry de monitoramento aéreo na base

aérea de Azraq, na Jordânia;

Unidades navais:

Task Force 50 - porta-aviões Charles de Gaulle, 3 fragatas (classes Hori-

zon, La Fayette e Georges Leygues), e 2 submarinos classe Rubi.

Unidades terrestres:

200 spec ops

300 soldados

Unidades aéreas:

3 Bell CH47 Griffon, helicóptero multimissão; 2 CP140 Aurora de reco-

nhecimento; 1 CC130J Hércules; 1 CC177 Globemaster.

Unidades terrestres:

400 soldados de campanha

200 soldados de Forças Especiais

Unidades aéreas:

400 soldados de solo

6 F/A-18 Super Hornet

1 737 AEW/C

1 KC-30 tanker

Unidades terrestres:

1,200 pessoal de terra;

Unidades aéreas:

1 Airbus A-310 MRTT de reabastecimento em vôo, 6 Panavia Tornado,

sediados em Incirlik - Turquia.

Unidades navais:

1 fragata Augsburg (classe Bremen).

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6.7.Turquia-Türkiye-IŞİDçatışması

a) Unidades terrestres:

Jandarma (“Polícia Militar”) - 276,320 soldados; 1,475 veículos; 59 heli-

cópteros.

Exército - 350,000 na ativa; 525,000 na reserva; 35,000,000 aptos para

serviço militar; blindados de combate: 170 Leopard 1T; 227 Leopard 1A3; 354

Leopard 2; 758 M48A5T2 Patton; 932 M60A3TTS Patton;

6.8. Itália

6.9. Irã

6.10. Síria

a)

b)

a)

b)

a)

b)

Unidades terrestres:

1200 soldados de campanha

24 blindados de combate Centauro.

130 soldados PARA-SAR.

Unidades aéreas:

8 helicópteros; 4 Panavia Tornado; 2 drones; 1 KC-767 tanker.

Unidades terrestres:

1500 soldados de campanha

500 spec ops Quds

Unidades aéreas:

7 SU-25 de ataque solo.

Unidades terrestres:

Exército: 125,000 ativos; 60,000 reservistas; 9,5 milhões saudáveis para

serviço militar.

Forças Especiais: 3 Bdas e 1 Rgt de Spec Ops.

Unidades Aéreas:

60,000 ativos; 20,000 reservistas; 461 aeronaves, dos quais 53 MiG-21; 89

MiG-23; 2 MiG-25; 20 MiG-29; 42 Su-22; 20 Su-24; 28 Mi-24 (atk heli).

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6.11. Rússia

6.12. Iraque

c)

a)

b)

c)

a)

b)

c)

Unidades Terrestres

Exército: 4,300 SD e pessoal.

Forças Especiais: Spetsnaz - Quantidade desconhecida

Unidades Aéreas:

Bombardeiros estratégicos: 14 TU-22; 6 TU-95; 5 TU-160;

Aeronaves de ataque ao solo: 12 SU-24; 8 SU-34; 4 SU-25;

Caças e aeronaves multi-propósito: 4 SU-27; 4 SU-30; 4 SU-35; 4 MiG-

29;

Helicópteros: 12 Mi-35; 6 Mi-28; 4 Ka-52.

Unidades Maritimas:

3 corvetas Buyan; 3 fragatas; 4 submarinos Kilo; 1 cruzador Slava; Grupo

de Combate do Porta-aviões Almirante Kuznetsov (1 porta-aviões; 1 cruzador de

batalha; 2 destróieres).

Unidades Terrestres:

14 Divisões, cada qual com 4 Brigadas. 54,000 soldados ativos.

5000 soldados da Força Aérea

18,000 soldados e oficiais spec ops

800 fuzileiros navais e 1500 marinheiros

2 milhões de reservistas

Unidades Aéreas

21 caças F-16; 21 SU-25 de ataque; total de 260 aeronaves.

Unidades Navais:

85 navios de patrulha costeira

Unidades Maritimas:

19 Missile boats; 15 navios de patrulha; 7 caça-minas; 2 fragatas.

Page 28: Pedro Delfino Ferraz Rômulo Barbosa da Silva Thiago ... · quando localizado, um comboio do Estado Islâmico se dispersava com extrema rapidez, fazendo com que o ataque aéreo subsequente

É importantíssimo perceber a diferença entre tropas convencionais e

de operações especiais. Tropas convencionais, em grande número, ao

serem utilizadas, caracterizam uma quebra de soberania muito grave e

agressão a outro Estado. Existe muita relutância em enviar tropas con-

vencionais ocidentais aos países em conflito, pois as experiências da

última década (como Iraque e Afeganistão) foram péssimas. Já forças

especiais, treinadas para agir com rapidez e extrema eficiência em casos

pontuais, com pequenos números, podem atuar sem grandes problemas

ao fazerem-no em segredo.

Estar preparado para a guerra é um dos meios mais eficazes de

preservar a paz.

George Washington