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Revista da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal Ano 5 nº 03 Brasília, abril de 2010 www.oabdf.org.br VERDADE PELO EXAME DA Advocacia reage aos ataques do senador que quer acabar com o único filtro que garante a qualidade do trabalho dos advogados brasileiros SELO MARCA 50 ANOS DA OAB/DF

PELO EXAME DA VERDADE - oabdf.org.br · de anistia em um país que rogava pela ... zes deixado cair na escuridão e solidão em que me via quando aqui cheguei, ... Formei-me aqui

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Revista da Ordem dos Advogados do BrasilSeccional do Distrito Federal Ano 5 nº 03 Brasília, abril de 2010

www.oabdf.org.br

VERDADEPELO EXAME DA

Advocacia reage aos ataques do senador que quer acabar com o único filtro que garante a qualidade do trabalho dos advogados brasileiros

SELO MARCA

50 ANOS DA OAB/DF

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DESTAQUES

EXPEDIENTE Revista da Ordemdos Advogados do BrasilSeccional do Distrito Federal

SEPN, quadra 516, bloco B, lote 7 CEP 70770-525 Brasília – DFTelefone: 61 3036-7000

EditorVladimir Porfírio

SubeditorRodrigo Haidar

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HÁ VAGAS!Reforma no estacionamento do Juizado

Especial está praticamente concluída

CAPAOAB/DF reage aos ataques de um

senador contra o Exame de Ordem

CINQUENTENÁRIO DA ORDEMO advogado Antonio Carlos Osório

personifica 50 anos de luta da OAB/DF

ReportagemJanaína ValadaresMaria Fernanda Brezolin

RevisãoAdemir Araújo Filho

Foto capaValter Zica

FotografiaCristiano NunesMarcela BrandãoValter Zica

Projeto Gráfico PHD Design Gráfico

DiagramaçãoProdução Gráfica Digital/Marco Rigotti

Departamento comercialRosanna Tarsitano

Tiragem22 mil exemplares

ImpressãoGráfica e Fotolito Exito

Jornalista ResponsávelVladimir Porfírio

Produzida pela Lead ProduçõesArtísticas, Comunicação & Marketing

É permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do Conselho da OAB-DF.

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Diretoria da OAB/DF Triênio 2010/2012Presidente: Francisco Queiroz Caputo Neto

Vice-Presidente: Emens Pereira de Souza

Secretário-Geral: Lincoln de Oliveira

Secretário-Geral Adjunto: Luis Maximiliano Telesca

Diretor Tesoureiro: Raul Freitas Pires de Saboia

Conselheiros Federais

Antenor Pereira Madruga Filho

Daniela Rodrigues Teixeira

Délio Fortes Lins e Silva

Meire Lúcia Gomes Monteiro Mota Coelho

Rodrigo Badaro Almeida de Castro

Conselheiros Seccionais

Adelvair Pêgo Cordeiro

Alessandro Luiz dos Reis

André Puppin Macedo

André Vidigal de Oliveira

Antônio Alberto do Vale Cerqueira

Charles Christian Alves Bicca

Claudismar Zupiroli

Délio Fortes Lins e Silva Junior

Eduardo de Vilhena Toledo

Fabiano Jantalia Barbosa

Francisca Aires de Lima Leite

Francisco Carlos Caroba

Frederico Donati Barbosa

Getulio Humberto Barbosa de Sá

Giselle Dorneles de Oliveira Torres Avelar

Guilherme Farhat de Sao Paulo Ferraz

Gustavo de Castro Afonso

Gustavo Gaião Torreão Braz

Haroldo Toti

Henrique Celso Souza Carvalho

Ian Rodrigues Dias

Igor Carneiro de Matos

Iran Amaral

Ives Geraldo de Souza

João Candido da Silva

José Augusto Pinto da Cunha Lyra

José Cardoso Dutra Junior

José Carlos de Matos

Jose Vieira Alves

Josefina Serra dos Santos

Lisa Marini Ferreira dos Santos

Lucas Resende Rocha Junior

Mabel Gonçalves de Souza Resende

Magda Ferreira de Souza

Marcelo Jaime Ferreira

Marcos Evandro Cardoso Santi

Marcus Jose da Cruz Palomo

Maria Claudia Azevedo de Araujo

Marília Aparecida Rodrigues dos Reis Gallo

Moacir Akira Yamakawa

Paulo Mauricio Braz Siqueira

Paulo Roberto de Castro

Radam Nakai Nunes

Reginaldo Bacci Acunha

Renato Gustavo Alves Coelho

Rodrigo Fernandes de Moraes Ferreira

Rodrigo Freitas Rodrigues Alves

Rogerio Marinho Leite Chaves

Rommel Madeiro de Macedo Carneiro

Sandoval Curado Jaime

Suzana Maria Dunshee de Abranches Carneiro Fiod

Tarley Max da Silva

Wendell do Carmo Sant’ana

Caixa de Assistência dos Advogados - DF

Presidente: Everardo Ribeiro Gueiros Filho

Vice-Presidente: Luciano Andrade Pinheiro

Secretário-Geral: Gutemberg Bezerra Pereira de Oliveira

Secretária-Geral Adjunta: Geusa Santana da Silva

Tesoureiro: Paulo Emilio Cata Preta de Godoy

Diretores Suplentes: Conceição Jose Macedo e

Antônio Marcos da Silva

Subseções da OAB/DF

» CeilândiaPresidente: Edmilson Francisco de Menezes

Vice-presidente: Gerson Wilder de Sousa Melo

Secretário-Geral: Antonio Bezerra Neto

Secretário-Geral Adjunto: Mauro Júnior Pires do Nasci-

mento

Tesoureiro: Jurandir Soares de Carvalho Junior

» GamaPresidente: Demas Correia Soares

Vice-presidente: Almiro Cardoso Farias Júnior

Secretário-Geral: Leônidas José da Silva

Secretário-Geral Adjunto: Rute Raquel Vieira Braga da

Silva

Tesoureiro: Cristiane Aires do Rego

» PlanaltinaPresidente: Marcelo Oliveira da Almeida

Vice-presidente: Mário Cézar Gonçalves de Lima

Secretário-Geral: Oneida Martins Rodrigues

Secretária-Geral Adjunta: Edjane Rafael de Almeida

Tesoureiro: Carlos Silon Rodrigues Gebrim

» SamambaiaPresidente: Lairson Rodrigues Bueno

Vice-presidente: José Antonio Gonçalves de Carvalho

Secretário-Geral: João Batista Ribeiro

Secretário-Geral Adjunto: Renato Martins Frota

Tesoureiro: Joaquim Almeida dos Santos

» SobradinhoPresidente: Vicente de Paulo Torres da Penha

Vice-presidente: Márcio de Souza Oliveira

Secretário-Geral: Guilherme Jorge da Silva

Secretário-Geral Adjunto: Eurípedes Vieira

Tesoureiro: Aline Guida de Souza

» TaguatingaPresidente: Maria Conceição Filha

Vice-presidente: Rodrigo de Castro Gomes

Secretário-Geral: Alan Lady de Oliviera Costa

Secretário-Geral Adjunto: Andressa de Paiva Pelissari

Tesoureiro: Antonio Geraldo Peixoto

5

Revolucionária por natureza, a Ordem

dos Advogados do Brasil logo passou a

ser identificada como a principal van-

guarda republicana deste país. Perso-

nagem ativa desde a Constituinte de

1934, a OAB foi a voz que não se calou

quando os direitos civis foram amea-

çados no Brasil. A força de sua voz fez

com que governos mal-inspirados pre-

tendessem, sem sucesso, tutelar sua

ação política.

Identificada como ameaça pelo apara-

to de repressão da ditadura militar do

Brasil (1964 a 1984), a OAB/DF chega

aos seus 50 anos trazendo uma exten-

sa folha de serviços prestados à nação.

Sua bagagem carrega a intransigência

na defesa dos direitos humanos numa

ditadura que torturava e matava. O

seu peito traz o clamor da campanha

de anistia em um país que rogava pela

libertação dos seus filhos vítimas da

prisão política. Suas mãos trazem as

marcas deixadas nas vigílias que ga-

rantiram a campanha das diretas já, a

convocação da Constituinte e o impea-

chment do ex-presidente Collor.

Na comemoração deste primeiro cin-

quentenário homenageamos a todos,

mas, em especial, aos bravos que de-

fenderam a sede da OAB/DF no episó-

dio de uma invasão policial ordenada

pela ditadura. Inspirados pela tradição

de lutas da Ordem, e liderados pelo

presidente Mauricio Correa, os ad-

vogados daquele 24 de outubro de

1983 legaram a coragem que deve nos

orientar pelos próximos 50 anos.

CARTA AO ADVOGADO

Por Francisco Caputo

O sonho que virou cidade

ainda não tinha uma rotina

consumada, quando seus

advogados fundaram a OAB da nova

Capital Federal. Concebida e gesta-

da nos primeiros 34 dias da cidade, a

nova Seccional da Ordem foi fundada

dentro do prazo de uma urgência que,

por uma infelicidade histórica, logo se

justificaria.

Ainda estava no ar o marco cívico do

dia 21 de abril, quando aconteceu a

solenidade que celebrou a criação da

OAB/DF em 25 de maio. Havia mais

gente chegando que candangos aco-

modados. O cenário institucional do

DF não passava de um desenho na

prancheta imaginada por JK, mas a

sociedade civil organizada já podia

deixar suas primeiras pegadas no chão

vermelho de Brasília.

Naquele dia 25, até o vibrante pôr do

sol que fecha as tardes de maio em Bra-

sília confessava inspiração nas palavras

civis do primeiro presidente da OAB/DF,

Leopoldo César de Miranda Filho.

O primeiro Conselho da OAB/DF, nor-

teado pelo ideal de 50 anos a serem

vividos num quinquênio, encarnava o

pioneirismo de advogados como Fran-

cisco Gê Acaiaba Montezuma (pre-

sidente do Instituto dos Advogados

Brasileiros, em 1843), André de Faria

Pereira (procurador geral da Guanaba-

ra, em 1930), Levi Carneiro (primeiro

presidente do Conselho Federal da

OAB, em 1933) e tantos outros que, e

500 ANOS EM 50

em outros tantos momentos, escreve-

ram a história da Ordem dos Advoga-

dos do Brasil.

Aquele intervalo entre os dias 21 de

abril e 25 de maio de 1960 trazia na

bagagem um passado de lutas que

não pode ser esquecido.

No contexto da Independência de 7 de

setembro de 1822, e da Assembléia

Constituinte do novo país, era fecun-

dado, entre os advogados, o ideal de

uma entidade de classe representativa

e atuante politicamente. Sem demora,

no momento em que eram criados os

primeiros cursos de Direito do país, um

Aviso do Governo Imperial, de 1843,

noticiava a criação da semente da OAB:

o Instituto dos Advogados Brasileiros.

A nossa OAB, entretanto, mesmo com

a República que viria, ainda teria de

esperar por uma revolução para sair

do papel. Desde a criação do Institu-

to, as iniciativas em favor da funda-

ção de uma Ordem para os advoga-

dos foram marcadas pela sucessão de

frustrações durante o Império e, com

maior frequência, no primeiro período

republicano brasileiro.

Os ares revolucionários, entretanto,

sopraram os ventos da mudança, com

expressiva militância entre os advoga-

dos brasileiros. Ainda no ano da revo-

lução de Getúlio, mesmo sob a égide

de um Governo Provisório, foi criada

a Ordem dos Advogados do Brasil, em

18 de novembro de 1930.

6

PALAVRA DE ORDEM

trabalhadora de Brasília, tendo paga-

do caro por sua opção de defesa da

independência política da capital, o

que está escrito definitivamente na sua

história, mais uma vez tomou a frente

para demonstrar a todos que ninguém

compactuou com a nojeira que tomou

conta das várias instâncias de decisão

e que Brasília não merece ser coarcta-

da no seu direito de se autogovernar

e procurar sanar esse lado doente que

pareceu ter tomado conta de tudo.

Confesso que este 21 de abril fez re-

nascer em mim aquele sentimento de

revolta e, ao mesmo tempo, de sen-

sibilizado amor que senti na primeira

vez que enxerguei aquele colar de lu-

zes deixado cair na escuridão e solidão

em que me via quando aqui cheguei,

maravilhado com a beleza que aquele

momento me transmitia.

Será esta Brasília, afundada em desa-

mor e desonestidade, a realidade de

tudo que aqui existe? Sem dúvida al-

guma, não!

Brasília representa e representou sem-

pre a esperança e o desenvolvimento

voltado para o interior do país, rico em

Por Amauri Serralvo

Poderia afirmar, sem exagero

que, profissionalmente, sou um

brasiliense, nascido no estado

de São Paulo. Formei-me aqui na UnB

e vivi quase toda a minha vida adulta

em Brasília, local eleito por mim, por

absoluta paixão à primeira vista, para

viver e me desenvolver no campo das

ciências jurídicas. Já se vão mais de

quarenta e cinco anos.

Brasília, esta cinquentona adolescente!

Cinquentona adolescente? Sim, são

50 anos de existência de uma Capi-

tal que, diante das demais grandes

capitais mundiais e mesmo nacionais,

encontra-se em um patamar de abso-

luta menoridade, em razão dos seus

poucos anos de existência.

Não me cabe aqui ressaltar a impor-

tância de Brasília no desenvolvimento

nacional e, principalmente, do centro-

oeste brasileiro porque estes fatos já

foram cantados de várias maneiras e

entendimentos por ocasião da efemé-

ride dos 50 anos, entretanto, não pos-

so de me omitir de dizer algo que me

vem do fundo do coração e que tenho

enaltecido, apesar do sentimento de

vergonha nacional que assolou toda a

população honrada da nossa querida

cidade.

Com efeito, a lama que conspurcou a

vida política da capital e que nos en-

vergonhou perante toda a nação, não

conseguiu matar naqueles que são os

verdadeiros trabalhadores da cidade,

o sentimento de ufanismo e embeve-

cimento que ressurgiu nestes dias de

modesta, porém, linda comemoração.

O povo honesto de Brasília novamente

nas ruas a demonstrar a todo o país

que aqui também existem aqueles

que, vivendo do seu próprio esforço,

nunca compactuaram com a sujeira

que desavisados políticos, que tendo

preferido o caminho da desonestida-

de, aparentemente mais fácil, talvez

estimulados pelo clima de impunidade

que reina em todo o nosso país, aca-

baram por enodoar e embargar o sen-

timento de orgulho que deve existir

entre todos nós.

A nossa querida OAB/DF, que tanto

tem a ver com a luta incansável que

foi travada nestes últimos 50 anos

para o desenvolvimento social, jurídi-

co e político da população ordeira e

“Brasília sempre representou e

representa a esperança e o

desenvolvimento voltado para o

interior do país”

O ORGULHO DE UM BRASILIENSE POR ADOÇÃO

7

concidadãos, que têm no trabalho e no

desenvolvimento moral e intelectual a

verdadeira razão do seu existir.

Orgulhemo-nos, pois e, corajosamen-

te, façamos justiça a Brasília, curando

os seus males e exaltando as suas ine-

quívocas virtudes a todos os rincões

da pátria.

diversidades, porem único em feitos

que nos enchem de orgulho e gratidão.

Conheci e convivi aqui com inúme-

ras pessoas que marcaram para todo

o sempre a minha vida e às quais tive

motivos de sobra para exaltar e enal-

tecer, pois se trata de pessoas real-

mente dedicadas ao bem comum e ao

desenvolvimento moral do país e que

honram a privilegiada convivência e

não desmerecem, nem desmerecerão,

nunca aqueles princípios que meu sau-

doso pai sempre procurou incutir em

minha mente.

Valores que aqui encontramos inequi-

vocamente no cidadão brasiliense que

nunca compactuou com a insana imora-

lidade e que, nas pequenas coisas como

a devolução de importâncias encontra-

das e que não lhe pertenciam ou com o

sacrifício da própria vida atirando-se às

ariranhas do zoológico, orgulham a nós

que aqui vivemos e que nos permitem

andar de cabeça ereta em nossa postura

cívica, pois induvidosas são as virtudes

que aqui encontramos à saciedade no

cidadão comum, incógnito, mas ufa-

nista por defender o bem e por não se

associar com as causas que possam vir a

denegrir a sua existência.

Foi esse orgulho que tomou conta do

meu coração e que me encheu de vai-

dade por pertencer a esta comunidade

honrada que saberá, no momento cer-

to, distinguir entre aqueles que mere-

cem ou não dirigir os nossos destinos

políticos futuramente.

Este é um ano de decisões cívicas

fundamentais, pois as eleições se avi-

zinham e por certo despertarão na

cidade aquele sentimento de justiça e

de desprezo por aqueles políticos que

se esquecendo da virtude aliaram-se

ao vício da corrupção desordenada,

sujando as suas biografias por uma

opção criminosa e que, por certo, me-

recerão a nossa rejeição e a justa puni-

ção, pois nunca admitimos tais cami-

nhos tortuosos.

Foi esse sentimento de puro e exaltado

orgulho que prevaleceu dentro de mim,

ao assistir o desenrolar das festividades

comemorativas dos 50 anos da nossa

adolescente cidade símbolo, patrimônio

da humanidade que, apesar de todos os

problemas que lhe causaram a pequena

idade e inexperiência, ainda consegue

vislumbrar o brilho nos olhos dos seus

Foto

: Mar

cela

Bar

reto

8

Gueiros afirma que a meta é resgatar a imagem da CAA-DF perante a sociedade

Foto acima mostra como

infiltrações comprometem

estrutura e instalações

elétricas

CAIXA PASSA POR REVOLUÇÃO INSTITUCIONAL

Foto

s: O

AB/

DF

- Va

lter

Zica

Ao tomar posse na Caixa de

Assistência dos Advogados

do Distrito Federal (CAA-DF),

a nova direção da instituição se depa-

rou com um passivo estimado em R$ 18

milhões. Um presente de grego deixado

pela gestão anterior, que dizia ter sane-

ado a entidade.

Com menos de três meses da nova ad-

ministração, a boa notícia é que a dívida

começou a ser quitada. Uma parte pe-

quena perto do total, mas que revela o

compromisso da atual direção em sane-

ar as contas da Caixa.

A instituição devia a 38 credores. Em

abril, quitou a dívida com 13 deles.

Para pagar-lhes, seria necessário de-

sembolsar R$ 191 mil. Mas graças ao

sucesso de uma negociação, o desem-

bolso foi de menos da metade do va-

lor: R$ R$ 84 mil. “Desses 13 credores,

alguns nos deram cartas de quitação

sem termos de pagar nada, porque en-

tenderam a questão. O lixo não pode

ser varrido para debaixo do tapete”,

PRESTAÇÃO DE CONTAS

9

Instalações da Caixa de Assistência necessitam de reformas urgentes

plano de saúde, o presidente infor-

mou que tem recebido reclamações

de que as opções estão fora de mer-

cado. Gueiros informou que a Caixa

está fazendo um estudo para avaliar

esta questão: “Permaneceremos com

o atual plano se o estudo mostrar que

é o melhor modelo. Se não for, os ad-

vogados podem ter certeza que muda-

remos de plano de saúde”.

O aumento de 18% no plano foi de-

cidido pela gestão anterior, em setem-

bro de 2009. Mas decidiu-se, tam-

bém, jogar o ônus do aumento para

a gestão seguinte, ao determinar que

o acréscimo valeria a partir de janeiro

de 2010. “Eu recebi um ônus que não

autorizei, não negociei. Recebi de he-

rança”, garante o presidente da Caixa,

que assina uma carta explicando a situ-

ação aos advogados.

Atacados os problemas, ao menos os

mais urgentes, os advogados começa-

rão a perceber as inovações feitas pela

nova gestão. Uma delas será a aquisi-

ção de uma van para oferecer aos ad-

vogados das cidades-satélites os servi-

ços da Caixa. Outra, a renovação nos

equipamentos da ambulância. Gueiros

também quer trocar o parque de infor-

mática, o mobiliário, atualizar o site e

garantir acesso de advogados a meios

de comunicação que os auxiliem em

seu trabalho.

alega o presidente da CAA-DF, Eve-

rardo Gueiros, que confirma o anda-

mento da negociação com os outros

25 credores.

Para diagnosticar a saúde financeira

da Ordem e da Caixa de Assistência, a

presidência da OAB/DF contratou a au-

ditoria contábil da JLJ Auditores e Con-

sultores Associados. Daí emergiram

os problemas financeiros. “Primeiro

temos de reerguer a imagem da Caixa

quitando sua dívida com prestadores

de serviços para, então, ela própria vol-

tar a ser uma prestadora de serviços de

excelência, uma instituição com credi-

bilidade”, condiciona Gueiros.

O problema da herança não é apenas

financeiro, mas também estrutural,

segundo o presidente da instituição:

“Encontrei a Caixa de Assistência dos

Advogados completamente desestru-

turada de todos os pontos de vista: or-

ganizacional, institucional, financeiro,

de prestação de serviços”.

A auditoria revelou os obstáculos que a

Caixa terá de ultrapassar neste triênio.

Na questão organizacional e administra-

tiva, o problema está no estatuto, que

está defasado. O texto não se adéqua

à realidade. Por exemplo, os valores re-

passados da Caixa para a OAB não cor-

respondem à realidade. A nova gestão,

imediatamente, criou novo estatuto.

Cerca de 80% das resoluções e porta-

rias também estavam desatualizadas.

Algumas fugiam de sua natureza. “Ha-

via portarias disciplinando punições a

funcionários, quando a finalidade não

é essa. Resoluções com natureza jurí-

dica de portaria e vice-versa, além das

numerações aleatórias”, frisa Gueiros.

Para cortar o mal pela raiz, a direção

revogou todas as portarias e resolu-

ções. “Começaremos do zero para

que a Caixa volte a ser uma instituição

contemporânea”, conta o presidente.

O relatório mostrou ainda diversos ou-

tros problemas físicos na estrutura do

prédio, separados em três categorias:

urgentes, necessários e que se dese-

ja resolver. Nos problemas urgentes

estão: troca do telhado, impermeabi-

lização do prédio, do piso, de calhas,

lajes externas, da caixa d’água e sua

limpeza (já realizada pela nova gestão),

substituição do revestimento cerâmico

e dos jardins externos.

As reformas necessárias são: reade-

quação do sistema elétrico de acordo

com as normas do Inmetro e da ABNT,

a recuperação do quadro de comando

da bomba de recalque e limpeza do

fosso, troca do portão da garagem,

revisão nos equipamentos de ar-con-

dicionado e das esquadrias. Na últi-

ma categoria aparecem os problemas

desejáveis de ser resolvidos, mas não

urgentes, como a troca da atual ilumi-

nação dos reatores por sensores, troca

das cubas das pias nos banheiros e a

pintura do prédio.

Susto maior ainda tomou o presidente

da Caixa ao descobrir que notificações

da Agência Nacional de Saúde (ANS)

não eram respondidas, mas sim joga-

das no lixo. “Eu tenho respeito pelos

presidentes anteriores, mas a impres-

são é a de que a administração não

era exatamente a que precisávamos”,

afirma Gueiros.

Em relação ao aumento do valor do

10

Inscrita no Cadin, Ordem

não obtinha certidão

negativa junto à Receita Federal

NOVA GESTÃO LIMPA NOME DA OAB/DF NO CADIN

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Seria cômico, não fosse trági-

co. Uma das primeiras ações

da nova gestão da OAB/DF foi

começar a limpeza do nome da enti-

dade. A Seccional do Distrito Federal

estava inscrita no Cadastro Informati-

vo de Créditos não Quitados do Setor

Público Federal (Cadin), a dívida ativa

da União.

A direção da Ordem fixou como uma

de suas principais metas a recupe-

ração, não apenas do nome, mas da

imagem da entidade, a partir da qui-

tação de antigos débitos fiscais. Para

verificar a situação financeira da OAB/

DF foi contratada a empresa de audi-

toria JLJ Auditores e Consultores Asso-

ciados, que logo detectou o problema.

A análise da empresa revelou, para di-

zer o mínimo, um caso de má admi-

nistração. A Ordem estava inscrita no

Cadin e, por isso, não obtinha certidão

negativa de débitos da Receita Federal.

Segundo a Fazenda Nacional, a dívida

foi gerada pelo não recolhimento do

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

(IRPJ), no valor de R$ 123.539,97.

De acordo com o diretor da secretaria

da OAB/DF, Rubens Murga (foto), para

Rubens Murga: Atingimos a primeira meta. Quitamos o débito referente a

tributos não recolhidos e começamos a limpar o nome da entidade

quitar a dívida a Ordem dos Advoga-

dos realizou ações efetivas por meio

de sua secretaria administrativa. Re-

sultado: a entidade não figura mais na

lista de maus pagadores do governo

federal.

As gestões anteriores não resolveram

o problema que comprometia a ima-

gem da OAB/DF. Em agosto de 2005,

a administração opôs Embargos à

Execução questionando o valor co-

brado, visando obter certidão positiva

com efeitos de negativa.

A batalha judicial não impediu que a

Ordem tivesse parte de sua frota de

veículos penhorada, em 2005, por

conta da dívida. A liberação dos veí-

culos custou o depósito judical de R$

43.462,02, em dinheiro.

A atual gestão zerou a dívida com o

depósito, em juízo, de R$ 79.238,54.

Em seguida, a Seccional comunicou

as autoridades da Procuradoria da

Fazenda sobre o depósito, obteve a

certidão negativa de débito na Recei-

ta Federal e a exclusão do registro no

Cadin.

Resumo: dívida paga, nome limpo!

Foto

: Mar

cela

Bar

reto

Foto

: OA

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r Zi

ca

PAGUE-SE

11

A MENOR DISTÂNCIA ENTRE O ADVOGADO E SEUS PROCESSOS

D iversos advogados já envia-

ram mensagens ou telefo-

naram para a OAB/DF infor-

mando que estão satisfeitos com um

dos mais recentes serviços oferecidos

pela entidade: o Recorte Digital. O

serviço de envio de publicações oficiais

garante, sem qualquer custo, o acom-

panhamento processual dentro de um

ambiente prático, inovador, moderno

e eficiente.

“O Recorte Digital é uma grande

inovação por conta do acesso às pu-

blicações pelo celular. A forma e o

Agora, advogados

podem acessar as publicações

oficiais pelo celular conectado à

internet

conteúdo são mais amplos que o que

recebíamos até agora”, comemora a

advogada Cindy Toledo Costa Sebba.

A responsável pelo Recorte Digital é

a empresa Webjur Processamento de

Dados, que já oferece esse serviço para

as seccionais dos estados do Espírito

Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba,

Pernambuco e Rio de Janeiro. O ser-

viço de acompanhamento de publica-

ções contratado pela OAB/DF traz mo-

dernidade e eficiência para a advocacia

do Distrito Federal.

Além do link direto para os Diários da

Justiça, este sistema oferece o histórico

de publicações com filtros de procura

por processo, vara, data ou assunto,

entre os lançamentos dos últimos 60

dias. Até 30 de junho, os 18 mil advo-

gados inscritos nos quadros da OAB/

DF, que possuam e-mail, receberão os

recortes de publicações. Depois desse

período, o serviço só estará disponível

para os advogados que estejam em dia

com suas obrigações junto à OAB/DF.

“Os advogados que receberam o serviço

do Recorte Digital já estão elogiando

o novo sistema de acompanhamento

processual”, afirma o diretor comercial

da empresa prestadora do serviço, Clo-

vis Amaral Filho. A OAB/DF também já

recebeu diversas manifestações positi-

vas sobre o novo serviço, prestado em

parceria com a Webjur, com um custo

45% inferior ao serviço prestado ante-

riormente. E-mails enviados para a pre-

sidência comprovam que os advogados

estão satisfeitos com o serviço.

“O serviço da IOB era bom, mas o Re-

corte Digital superou pela qualidade

de acesso às publicações. Tenho acesso

às informações que preciso pelo celu-

lar. Estou satisfeito”, afirma o advoga-

do Luiz César B. Borges.

OAB/DF SERVIÇOS

SERVIÇO Caso não esteja recebendo o Recorte Digital será preciso informar o endereço

eletrônico ou atualizá-lo, o que poderá ser feito acessando o link Recorte Digital

no site www.oabdf.org.br. A sua avaliação sobre o novo serviço é fundamental

para a entidade. Contribua utilizando-o e enviando suas sugestões e críticas para

o endereço [email protected].

Para Luiz César Borges, novo serviço traz mais ferramentas para os advogados

Foto

: Mar

cela

Bar

reto

12

Acesso dos advogados ao

estacionamento e ao Juizado

será facilitado

HÁ VAGAS!

A s obras do estacionamento

do Fórum Leal Fagundes,

onde funciona o Juizado Es-

pecial em Brasília, estão chegando ao

fim. Com todo o estacionamento pavi-

mentado e a guarita pronta, em breve

os advogados terão acesso muito mais

fácil aos prédios do fórum. O prazo

previsto para a conclusão das obras,

segundo o secretário de Administra-

ção Predial do TJ-DF, Carlos Lourenço

Gomes, é a metade do mês de maio.

O trabalho conjunto entre a OAB/DF e

o TJ-DF tem sido essencial para a reali-

zação das obras. O secretário-geral da

OAB, Lincoln de Oliveira, fez a solicita-

ção e tem acompanhado todo o pro-

cesso de construção. “Desde o início

da nova gestão estamos trabalhando

para que o acesso dos advogados e do

público seja facilitado com o novo es-

tacionamento”, destacou Lincoln.

O estacionamento de quase um quilô-

metro de extensão está completamen-

te pronto. O que falta para sua inau-

guração é a pavimentação das vias de

acesso ao estacionamento do Fórum,

que terá o aval da Novacap. O Tribu-

OAB/DF FAZ

nal de Justiça tem feito gestões junto à

Novacap para que isso seja feito com a

maior brevidade possível.

“Em breve o advogado e o público

poderão chegar sem transtornos ao

Juizado Especial. Esse é o objetivo da

OAB/DF, que tem se empenhado e tra-

balhado junto com o Tribunal de Jus-

tiça do DF para que as obras possam

melhorar a vida do advogado”, ressal-

tou Lincoln.

A construção de um estacionamento

pavimentado no Fórum Leal Fagundes

faz parte da promessa de campanha

da nova gestão da OAB/DF.

Transporte integrado

O transporte integrado oferecido pela

OAB/DF aos advogados também será

renovado. O presidente da OAB/DF,

Francisco Caputo, e o secretário-geral,

Lincoln de Oliveira, pretendem renovar

a frota o mais rápido possível.

O serviço de transporte dos advogados

do estacionamento do Ginásio Nilson

Nelson para o Tribunal de Justiça, e da

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516 Norte para o fórum da Justiça do

Trabalho, não está atendendo plena-

mente a demanda. A frota de vans é

antiga e, por falta de manutenção ade-

quada da direção anterior da Ordem,

tem apresentado constantes proble-

mas.

Mas a nova gestão da OAB tem se em-

penhado para que o advogado logo

possa ter um transporte de qualidade.

“Estamos trabalhando para renovar a

frota, porque os veículos são antigos e

trazem muitas despesas. Não se fazia

a manutenção e estamos sofrendo por

isso”, apontou Lincoln.

Atualmente existem cinco vans para fa-

zer o transporte dos advogados. E, ge-

ralmente, só duas não estão na oficina.

“Em razão das dificuldades financeiras

que a nova diretoria da OAB/DF encon-

trou, ainda não foi possível adquirir no-

vos veículos”, justifica Lincoln.

O objetivo da nova diretoria da OAB/

DF, que tem como uma das grandes

preocupações prestar serviço de qua-

lidade para os advogados, é disponibi-

lizar novas vans no mais breve espaço

de tempo possível. “A nossa ideia é

colocar quatro vans no estacionamen-

to do Nilson Nelson para o Tribunal de

Justiça. E as outras duas para fazer o

trajeto da 516 Norte à Justiça do Tra-

balho”, ressaltou Lincoln. “Nós não

vamos medir esforços para resolver o

problema, de uma vez por todas, e dar

ao advogado um transporte adequa-

do”, concluiu.

O secretário de Administração Predial do TJ-DF, Carlos Gomes, e o secretário-geral da OAB/DF, Lincoln de Oliveira, acompanham as obras

Entidade renovará a frota de vans, que hoje quebram com frequencia e vivem lotadas

14

O tema arbitragem

abriu o ciclo de palestras

de 2010 da Escola

Superior de Advocacia

O Judiciário, por mais apare-

lhado que se possa tornar,

não conseguirá dar resposta

adequada e rápida à pesada demanda

dos dias atuais. E o problema não é ex-

clusivamente brasileiro. O mundo, ao

perceber isso, iniciou um movimento

para resolver seus conflitos fora dos tri-

bunais. A alternativa encontrada foi a

arbitragem, que ganhou músculos na

década passada e vem se fortalecendo

cada vez mais.

Isso foi o que mostrou o conceituado

juiz aposentado Silvio de Salvo Veno-

sa, que abriu o Ciclo de Palestras da

Escola Superior de Advocacia, no dia

5 de abril, no auditório da OAB/DF.

Venosa esclareceu que a arbitragem,

regulamentada no Brasil em 1996, é

um caminho alternativo eficaz para a

resolução dos conflitos. O encontro foi

acompanhado pela futura presidente

da Comissão de Mediaçnao e Arbitra-

gem, Luciana Ribeiro.

Durante a palestra, Venosa fez uma

viagem no tempo e traçou a evolução

da codificação, principalmente a partir

da Revolução Francesa. Esta evolução,

segundo o palestrante, trouxe para os

ESA INAUGURA NOVO CICLO DE PALESTRAS

dias de hoje a necessidade de se traba-

lhar de maneira conciliadora, sempre

na busca de um caminho mais ágil de

pacificação entre as partes.

Tecnicismo, celeridade e sigilo são os

grandes atrativos da arbitragem para

que empresas possam resolver seus

problemas sem ter de suportar a len-

tidão do Judiciário. “A morosidade

com que o processo tramita, fez com

que no fim do século XX houvesse

uma guinada de direção. As pressões

sociais, as grandes empresas e multi-

nacionais tenderam a um novo direito.

Um direito que se resolvesse fora dos

tribunais”, ressaltou o palestrante.

Esse movimento é mais forte no mun-

do ocidental. O universo da arbitragem

está nos contratos privados. Venosa

diz que na maioria dos casos de litígio

contratual entre empresas internacio-

nais a opção é a da arbitragem. “É da

tradição do Direito Estrangeiro, princi-

palmente do Direito norte-americano.

Pouco a pouco, a ideia vem sendo ab-

sorvida em contratos internos”.

No Brasil, a cultura é a do litígio, não

a do acordo. As universidades formam

profissionais para litigar. A influên-

cia de países europeus e dos Estados

Unidos mostra que esse pensamento

tende a mudar e ser substituído pela

cultura da conciliação. Além de encur-

tar o caminho da resolução dos proble-

mas, o sistema de arbitragem mantém

a discrição e o sigilo dos acordos, que

agradam as grandes empresas. Venosa

afirma que aos grandes conglomera-

dos não interessa o processo judicial,

que sempre será uma marca negativa

para a imagem da instituição.

Mas nem só o sigilo, o tecnicismo e

a celeridade se tornam atraentes no

momento de se optar pela arbitragem.

Há algo que vai ao cerne da questão e

que foi destacada por Rodrigo Fernan-

des de Moraes Ferreira, conselheiro da

OAB/DF e coordenador acadêmico de

Direito Privado da ESA: “Fora o fato de

a arbitragem ser uma alternativa, pelo

fato de o Judiciário estar assoberbado,

ela é, sobretudo, conciliadora. O pro-

cesso litigioso gera um sentimento de

injustiça que permanece, já que uma

das partes sempre sairá perdedora”.

Esse sentimento de injustiça e de im-

posição de resultados é aliviado pelo

ESA

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15

vestir na educação e no trabalho por

uma cultura da conciliação que deve

começar na universidade”.

Outros temas serão debatidos ao lon-

go do ano, com palestras mensais.

“Nossa ideia é trabalhar com advoga-

dos renomados, autores das principais

editoras do Brasil, juízes, promotores

e ministros que contribuam com essas

palestras”, ressaltou Palomo. As parce-

rias da ESA já renderam bons frutos.

Um exemplo disso foi a receptividade

das palestras das duas professoras do

Grupo Atame durante as comemo-

rações do Dia da Mulher. O Grupo

Atame, parceiro da ESA, trará novos

autores para palestrar.

sistema de arbitragem. “Quando você

parte para a conciliação, as partes che-

gam a um acordo. A conciliação, em

tese, é um caminho amigável. A arbi-

tragem é um meio muito mais dinâmi-

co de se colocar a questão em mesa,

para resolvê-la”, destacou Moraes.

Venosa ressalta que a aplicação da ar-

bitragem é feita no âmbito da solução

de litígios relativos a direitos patrimo-

niais disponíveis. E por ser de natureza

contratual, eleita livremente e de co-

mum acordo, não se pode romper o

que foi pactuado.

O tema arbitragem abriu o ciclo de pa-

lestras da Escola Superior de Advocacia

para 2010. Para Marcos Palomo, dire-

tor da ESA, esse é um tema presente

nas discussões de mudanças no Códi-

go de Processo Civil. “A realidade eco-

nômica não permite aguardar o tempo

de uma decisão judicial, porque os ne-

gócios são muito mais rápidos do que

o processo”, atesta. “Este é um tema

de total relevância porque se deve in-

O Brasil precisa investir na cultura

da conciliação, afirma Venosa

16

Memória viva da OAB/DF. Muitas

experiências e histórias

para contarA MARATONA DOS 31 ANOS

ELES FAZEM A OAB

D a ditadura à democracia, o

maratonista Raimundo Silvio

dos Santos corre no tempo,

revivendo a história de 31 anos de tra-

balho na OAB/DF. Nascido em 1956,

em Patos de Minas, o mineiro é um

dos grandes personagens que tornam

viva a história da instituição.

Raimundo saiu de sua cidade aos sete

anos de idade, rumo a Pirenópolis.

Com 18 anos, já em Brasília, serviria

ao Exército em uma das fases mais re-

crudescidas do regime ditatorial que

vigia à época. Serviu de sentinela em

um dos prédios que abrigavam prisio-

neiros políticos. Sem saber exatamen-

te o que acontecia nos porões, Rai-

mundo só ouvia os sons da dor. Com

pretensão de seguir carreira militar, o

jovem soldado desistiu do sonho e se-

guiu para um caminho oposto.

“Eu tinha pretensões de seguir carreira

no Exército. Mas, depois de quase três

anos, tive decepções e perdi o gosto

pela escolha. O regime era muito ri-

goroso”, conta. Anos mais tarde, Rai-

mundo estaria guardando estudantes

que se refugiavam na sede da OAB/DF,

dando-lhes comida e fazendo compa-

nhia durante longas noites em claro.

“Em 1979, estudantes da UnB fa-

ziam manifestações contra o regime.

Manifestações proibidas. E a Ordem,

naquela época, era a guarida deles.

Eles se protegiam na OAB. Eu vi vá-

rios estudantes que passaram a noite

no prédio da OAB, protegidos pela Or-

dem, e que futuramente vieram a ser

conselheiros”, conta.

Raimundo relatou como é conhecer

os dois lados de um mesmo momento

histórico. “Aqui na Comissão de Direi-

tos Humanos da OAB, ouvi vários rela-

tos das pessoas que foram torturadas.

E isso me vinha muito à cabeça, por-

que eu estava ali tendo vivido as duas

situações”. O funcionário da OAB/DF

atuou como assistente de plenário e,

por muitas vezes, ouviu relatos de tor-

tura.

“Eu ouvia essas histórias de pessoas

que talvez tivessem sido torturadas

no lugar onde eu fazia a guarda. E eu

nem sabia. Nós não tínhamos acesso

à parte interna. Aquilo era chocante.

Essas pessoas chegavam encapuzadas

e só depois sabíamos o que estava

acontecendo lá embaixo, por causa

dos gritos. Hoje eu sei mais do que

acontecia lá dentro do que na época

em que servi o exército”, relata.

Em Brasília, Raimundo conheceu sua

mulher. Casado há 30 anos, um ano

a menos do que seu casamento com a

OAB/DF, teve quatro filhos. Na Ordem,

o funcionário começou a trabalhar no

dia 10 de agosto de 1979. “A OAB

ainda funcionava no sétimo andar do

Tribunal de Justiça. Fui contratado em

caráter de experiência por 90 dias e fi-

quei muito preocupado de não vencer

Raimundo participou da primeira corrida da OAB/DF

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aquela etapa, que não acabava nun-

ca”. A experiência já dura 31 anos.

“Na Ordem, um dos meus grandes

momentos foi a construção deste pré-

dio. Nós trabalhávamos em três salas

de um único andar no TJ e, depois,

viemos para este prédio, de cinco an-

dares, em 1981”.

O funcionário-atleta foi um dos orga-

nizadores de um dos maiores eventos

desenvolvidos pela OAB/DF, a Corrida

do Advogado. O percurso da primei-

ra corrida foi do Tribunal de Justiça à

sede da OAB, e contou com a parti-

cipação de aproximadamente 40 ad-

vogados. Atualmente a corrida conta

com cerca de 1.200 participantes. “Fui

vencedor de várias corridas na minha

faixa etária”, orgulha-se.

Mas são dois os fatos que mais marca-

ram as três décadas de Raimundo na

OAB/DF: a interdição da sede da OAB

em 1983 e o incêndio do prédio, em

1984. “O incêndio foi chocante, em

uma sexta-feira à noite. Ficamos um

mês sem trabalhar. Um dos setores mais

prejudicados foi o de arquivo, onde eu

trabalhava. Foi por onde o incêndio co-

meçou. Perdemos boa parte dos pro-

cessos e depois trabalhamos três vezes

mais para recuperar a documentação.

Alguns processos tiveram condições de

ser recuperados graças à ajuda de ad-

vogados”.

Já a interdição aconteceu na época em

que Brasília estava em estado de emer-

gência e eram proibidos encontros ou

reuniões de qualquer espécie. Mas a

OAB/DF não deixou de promover en-

contros e reuniões de advogados. As

autoridades, se sentindo afrontadas,

determinaram a interdição do prédio

da Ordem. Raimundo lembra que fo-

ram mais 15 dias sem os funcionários

poderem trabalhar.

A história da OAB/DF se entrelaçara à

história de vida de Raimundo. A de-

dicação com que serviu à Ordem por

todos esses anos revela o êxito de sua

trajetória pessoal: “A OAB, para mim,

é tudo! Tudo o que eu tenho, eu con-

segui na Ordem. Minha família, meus

bens. Vivi intensamente cada história

da entidade, não só assistindo, mas

me envolvendo no que acontecia”.

Na OAB/DF , Raimundo ouviu relatos sobre a tortura e descobriu o motivo dos gritos que escutava quando era soldado

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Exame de Ordem é o filtro que

garante que o mau ensino jurídico

não se reflita na profisão de

advogado

CAPA

No momento em que a opi-

nião sobre a baixa qualidade

do ensino superior brasileiro

se aproxima da condição de consen-

so nacional, um senador da República

resolve defender a extinção do úni-

co filtro que garante a qualidade do

profissional da advocacia brasileira. O

legislador em questão é o senador Gil-

vam Borges (PMDB-AP) e o filtro é o

Exame de Ordem.

A proposta do parlamentar amapa-

ense não chega a representar uma

ameaça à segurança nacional, mas a

disseminação de ideias desse gênero

pode sugerir que, no futuro, a prova

do Detran seja dispensável depois que

o candidato a condutor conclui seu

cursinho de autoescola.

“O Exame de Ordem não deve ser ex-

tinto porque é um mecanismo eficien-

te para aferir a capacitação profissio-

nal. Trata-se do único e extremamente

relevante instrumento que se tem

para medir a qualidade dos profissio-

nais formadps em Direito”, afirma o

respeitado advogado Antônio Nabor

Bulhões, conselheiro federal da OAB

por 15 anos.

ADVOCACIA REAGE AOS ATAQUES CONTRA O EXAME DE ORDEM

Francisco Caputo: “ Será que o senador considera reserva de mercado o piloto de aviação comercial ser testado para obter o brevê?”

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Ordem — em alguns estados na casa

de 90% — chamou a atenção do Mi-

nistério da Educação (MEC) em 2007,

quando alunos de Direito de dezenas

de instituições tiveram notas sofríveis

no Exame Nacional de Desempenho

de Estudantes (Enade).

Num primeiro momento, 89 cursos ju-

rídicos foram submetidos à supervisão

do MEC. Após análise de documentos,

79 mantiveram-se sob inspeção. Al-

guns foram excluídos por estarem vin-

culados ao sistema estadual de ensino

e outros tiveram correção da nota do

Enade ou se adequaram às exigências

do Ministério depois de visitados. Um

deles deixou de oferecer voluntaria-

mente o curso.

Desde então, o Conselho Federal da

OAB firmou parceria com o Ministé-

rio para atuar contra as faculdades

que prestam serviços de má qualidade

no campo do Direito. Recentemente,

o presidente nacional da entidade,

Ophir Cavalcante, se reuniu com o mi-

nistro Fernando Haddad e reafirmou o

interesse da Ordem de estar mais pró-

xima ao MEC nas políticas destinadas

à melhoria do ensino e no combate à

proliferação de cursos de baixa quali-

dade. A fiscalização do Ministério se-

gue ativa.

Em depoimento à revista Voz do Ad-

vogado, Cavalcante afirmou que é

equivocada a ideia de que as provas

são feitas para limitar a atuação de

bacharéis ou criar reserva de mercado.

“O Exame de Ordem é considerado,

principalmente depois da unificação

nacional de sua aplicação, um instru-

mento de balizamento da qualidade

do ensino jurídico no Brasil, usado

pelo próprio Ministério da Educação

(MEC) para avaliar os cursos de Direi-

to”, frisa Ophir.

Ataque judicial

Não é apenas pela via legislativa que

o Exame de Ordem sofre ofensivas.

De acordo com Bulhões, “o advogado

vai lidar com o patrimônio, a liberda-

de e a vida do cidadão. Por isso, é um

profissional que tem de estar altamen-

te qualificado. O Exame cumpre uma

função importantíssima, a de só per-

mitir que exerça a advocacia o profis-

sional realmente apto”.

Depoimentos como o do advogado

Nabor Bulhões revelam que o objeti-

vo do Exame não é criar “uma cruel

reserva de mercado”, como afirmam

frequentemente o senador Gilvam

Borges e seu suplente e irmão Geovani

Borges (PMDB-AP), que vez por outra

ocupa a cadeira de titular.

O presidente da OAB/DF, Francisco Ca-

puto, não medirá esforços para garan-

tir que o Exame continue impedindo a

derrocada da qualidade da Advocacia:

“Nossa Comissão de Assuntos Legis-

lativos e o Conselho Federal estão em

contato permanente com os senado-

res para impedir a aprovação dessas

propostas”, afirma Caputo.

Gilvam é autor do Projeto de Lei

186/06, que acaba com a obrigatorie-

dade de o bacharel ser aprovado pela

OAB para ter a permissão de advogar.

Já Geovani apresentou em março a

Proposta de Emenda à Constituição

1/2010, que, com fundamentação di-

ferente, tem o mesmo objetivo: per-

mitir que o bacharel em Direito passe

a advogar assim que deixar os bancos

universitários.

Fato é que o Exame de Ordem é uma

arma de defesa da própria sociedade

e se tornou fundamental com a pro-

fusão de cursos jurídicos criados nas

últimas décadas no país. Na verdade,

é a barreira que não permite que a má

qualidade do ensino do Direito reper-

cuta na atividade advocatícia.

Existem hoje no país quase 1.110 cur-

sos de Direito, que formam todos os

anos cerca de 50 mil bacharéis. Os al-

tos índices de reprovação do Exame de

No fim do ano passado, o Supremo

Tribunal Federal decidiu que há reper-

cussão geral no Recurso Extraordinário

603.583, que ataca a obrigatoriedade

do Exame da Ordem.

O recurso contesta decisão do Tribu-

nal Regional Federal da 4ª Região,

que firmou posição no sentido de que

somente bacharéis em Direito podem

participar do Exame. De acordo com

a decisão dos desembargadores fe-

derais, a exigência de aprovação no

Exame de Ordem como requisito para

o exercício da advocacia não fere o

princípio constitucional da liberdade

profissional.

O recurso sustenta que cabe apenas à

instituição de ensino superior certificar

se o bacharel é apto para exercer as pro-

fissões da área jurídica, argumento se-

melhante ao da PEC de Geovani Borges.

José Eduardo Alckmin: “O Exame é uma forma de verificar se o

profissional está em condições de se colocar no mercado”.

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VOZ ENTREVISTA OPHIR CAVALCANTEQual a importância do Exame

de Ordem?

O Exame de Ordem é hoje, depois

da unificação nacional, um instru-

mento de balizamento da quali-

dade do ensino jurídico no Brasil

usado pelo próprio MEC para ava-

liar os cursos de Direito.

Por que o Exame se justifica?

A sua necessidade se justifica por-

que ele avalia os futuros profis-

sionais que pretendem ingressar

no mercado de trabalho e que

lidarão com dois bens vitais nas

vidas das pessoas: a liberdade e o

patrimônio.

O que significaria sua abolição?

Não tenho dúvidas de que seria

um grande retrocesso, pois per-

deríamos uma forma segura de

avaliação dos cursos jurídicos e re-

ferendaríamos o mau ensino. Con-

sequentemente, contribuiríamos

para a diminuição da qualidade

dos serviços que os advogados de-

vem prestar aos cidadãos.

O relator do recurso no STF é o ministro

Marco Aurélio. Ainda não há data pre-

vista para o julgamento da matéria.

Para o advogado José Eduardo Al-

ckmin, outro respeitado profissional

brasiliense, a abolição do Exame de

Ordem empobreceria, sem qualquer

sombra de dúvida, o exercício da ad-

vocacia. “O Exame é uma forma de

verificar se o profissional está em con-

dições de se colocar no mercado. O

exercício requer seriedade, até para

não colocar em risco a segurança do

direito do cliente. Deve-se conhecer

a prática forense e seus aspectos éti-

cos”, afirma Alckmin.

As peculiaridades do exercício da pro-

fissão de advogado sustentam a exi-

gência do Exame de Ordem. A análise

que deve ser feita por aqueles que o

combatem é a de que, sem a aferição

da qualificação do bacharel, se colo-

cam em risco os usuários do exercício

da advocacia, não o advogado.

Walter de Agra Júnior, presidente da

Comissão Nacional de Exame de Or-

dem, lembra que as provas foram

criadas em 1994 e, desde então, só

acrescentaram à qualidade do exercí-

cio profissional. “A abolição seria um

louvor ao descontrole do ensino jurí-

dico. O Exame de Ordem é uma ferra-

menta indispensável para quem preza

por qualidade e boa prestação de ser-

viços”, afirma Agra.

Para o advogado, com o Exame uni-

ficado, a importância do filtro cresce

muito: “A prova aplicada no estado do

Acre é igual à aplicada no Rio Grande

do Sul. Isso acabou com o regionalis-

mo e com a história de o advogado

procurar fazer a prova mais fácil em

outro estado”.

Sempre bom lembrar que o Exame de

Ordem não é uma invenção brasileira.

Países como França e Estados Unidos

adotam filtros semelhantes para que

advogados possam exercer seu ofício.

E para o bem da Justiça e do Direito

brasileiro, é fundamental que se man-

tenha o Exame no Brasil. A OAB estará

atuante para garantir que a sociedade

tenha sempre os melhores profissio-

nais para defender seus interesses.

Nabor Bulhões: “O Exame de Ordem não deve ser extinto porque é um mecanismo eficiente para aferir a capacitação profissional”.

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22

TED

A ÉTICA COM AGILIDADEO Tribunal de Ética e Disciplina

da OAB/DF (TED) implantou

no início da nova gestão

algumas medidas para se tornar uma

instituição cada vez mais ágil e justa.

“Todo o esforço está sendo canalizado

para a busca da valorização dos bons

e éticos profissionais da advocacia. Há

ainda a busca pela punição daqueles

que sujam a imagem da classe com

comportamentos antiéticos”, afirma o

instrução, avaliação e julgamento dos

processos éticos.

O número de turmas de julgamen-

to também foi elevado de cinco para

sete. Cada turma tem sete membros.

Uma delas foi especializada, mas não

exclusivamente, para julgar os pro-

cessos de inadimplência da anuidade.

Também foram instituídas duas co-

missões temporárias: a Comissão de

Admissibilidade e Procedibilidade e a

Comissão de Execução de Penalidades.

A primeira é competente para avaliar

criteriosamente as representações assim

que forem protocoladas. Já a Comissão

de Execução de Penalidades acompa-

nha a execução e assegura a efetividade

das punições aplicadas. O TED implan-

tará, ainda, uma comissão especial para

divulgar as normas éticas junto às facul-

dades de Direito do Distrito Federal.

Neste curto espaço de tempo, foi

criado o Conselho Especial, compos-

to pelo presidente, vice-presidente e

secretário-geral do tribunal e pelos pre-

sidentes e vice-presidentes das turmas

de julgamento com a competência de

julgar os recursos interpostos contra as

decisões das turmas.

Tribunal investe na busca da

valorização dos bons e éticos

profissionais da advocacia

Zupiroli: reestruturando o TED para torná-lo um tribunal respeitado

presidente do TED, Claudismar Zupiroli.

A primeira das muitas medidas im-

plantadas pelo tribunal foi a atuali-

zação e modernização do regimento

interno, que já está disponível na pá-

gina da OAB/DF. A segunda grande

alteração foi o aumento do número

de membros do tribunal, de 35 para

60. São abnegados advogados que

doam seu tempo e conhecimento na

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23

O grupo de advogados instrutores e da-

tivos contratados pela Ordem e de ad-

vogados que desempenham atividades

de forma voluntária foi ampliado para

agilizar a tramitação e assegurar o cum-

primento das garantias da ampla defesa

e do devido processo legal. As turmas

vão se reunir duas vezes por mês, e o

Conselho Especial uma vez. O calendá-

rio de sessões e a pauta de julgamentos

serão publicados com antecedência na

nova página da OAB/DF na internet.

Para atingir os objetivos traçados na

campanha, a direção da Ordem já au-

torizou a contratação de novos funcio-

Presidente: Claudismar ZupiroliVice-Presidente: Lucas Resende Rocha JúniorSecretário-Geral: Tarley Max da Silva

CONSELHO ESPECIALClaudismar Zupiroli – presidenteLucas Resende Rocha Junior – vice-presidenteTarley Max Da Silva – secretárioCharles Christian Alves BiccaDélio Fortes Lins e Silva Júnior Henrique Celso Souza CarvalhoJocimar Moreira SilvaJosé Alfredo Gaze de FrançaLuiz Humberto Vieira GuidoMabel Gonçalves de Souza ResendeMarcelo Barcellos NunesMarcos José da Cruz Olavo José VianaRadam Nakai Nunes Renato Barcat NogueiraRenato Gustavo Alves CoelhoRutílio Torres Augusto Júnior

COMISSÃO DE ADMISSIBILIDADE PROCEDIBILIDADECarlos Alberto DellagiustinaJosnei de Oliveira PintoRenato Manuel Duarte CostaFlávio Di PillaComissão de Execução de PenasFlávio Cascaes de Barros BarretoRicardo Ribeiro Batista

Luiz Gonzaga da RochaComissão Permanente de Divulgação Marcos Evandro Cardoso Santi

PRIMEIRA TURMADélio Fortes Lins e Silva JuniorAlberto Moreira Rodrigues Alcides Souza Henriques Erich Endrillo Santos Simas Floriano Dutra Neto Marcelo Américo Martins da Silva Renato Barcat Nogueira

SEGUNDA TURMAMarcos José da Cruz Palomo Olavo José Viana Alexandre Vitorino Silva Dário Ruiz Gastaldi Djalma Ferreira FilhoEnrico CarusoGeusa Santana da Silva

TERCEIRA TURMARadam Nakai NunesAlencar Campos de LimaFrancisco Fontenele CarvalhoGisele dos Reis da Silva DantasKenneth FlemingIgor Ramos SilvaJosé Alfredo Gaze de França

QUARTA TURMAHenrique Celso Souza CarvalhoEdson Madeira Ribeiro

Flávio Cascaes de Barros BarretoLuís Felipe Cavalcante Sarmento de AzevedoMarcelo Barcellos NunesRafael de Sá OliveiraValter Kazuo Takahashi

QUINTA TURMACharles Christian Alves BiccaJairo Fernando MecabôJorge Haroldo MartinsJosé Eduardo Rangel de AlckminRutílio Torres Augusto JúniorValter Bruno de Oliveira GonzagaRicardo Ribeiro Batista

SEXTA TURMAMabel Gonçalves de Souza ResendeNazareno Alves SobrinhoCarlos Ribeiro de OliveiraJayme Arruda SáRamilson Martins SantosRodrigo Pereira de MelloJocimar Moreira Silva

SÉTIMA TURMARenato Gustavo Alves CoelhoIldecer Meneses de AmorimEduardo Gonçalves ValadãoJosé Nazareno Santana DiasRita de Cássia Nascimento Palma GastaldiAlexandre Baptista Pitta LimaLuiz Humberto Vieira Guido

nários e assessores e estuda medidas de

valorização dos servidores mais antigos

com melhorias salariais. Além disso,

vem fornecendo novos equipamentos

de informática e substituindo aqueles

que já estão obsoletos. O grande des-

taque está no planejamento de uma re-

forma nas instalações do TED para que

haja maior funcionalidade e conforto

para os advogados, inclusive com um

plenário moderno e equipado para me-

lhor atender às suas necessidades.

Em três meses de trabalho, a priori-

dade tem sido a organização interna

e a identificação dos processos mais

antigos com risco de prescrição, que

estão sendo instruídos e julgados com

prioridade pelas turmas e pelo Con-

selho Especial. O TED tem trabalhado

para que haja agilidade no julgamento

dos processos instaurados em razão do

não pagamento de anuidades.

“Os advogados em débito e com pro-

cessos instaurados, mas praticamente

paralisados, já estão ou estarão rece-

bendo notificações para apresentar de-

fesa e alegações finais, para que pos-

sam ser julgados ou para regularizar sua

situação financeira”, sentencia Lucas

Rocha, vice-presidente do TED.

COMPOSIÇÃO DO TED

24

PROJETO DE LEI

Disciplina a ação civil pública para a tutela deinteresses difusos, coletivos ou individuaishomogêneos, e dá outras providências.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Regem-se pelas disposições desta Lei as ações civis públicas destinadas àproteção:

I - do meio ambiente, da saúde, da educação, do trabalho, do desporto, da segurançapública, dos transportes coletivos, da assistência jurídica integral e da prestação de serviços públicos;

II - do consumidor, do idoso, da infância e juventude e das pessoas portadoras dedeficiência;

III - da ordem social, econômica, urbanística, financeira, da economia popular, dalivre concorrência, do patrimônio público e do erário;

IV - dos bens e direitos de valor artístico, cultural, estético, histórico, turístico epaisagístico; e

V - de outros interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos.

§ 1o Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvamtributos, concessão, revisão ou reajuste de benefícios previdenciários ou assistenciais, contribuiçõesprevidenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de naturezainstitucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.

§ 2o Aplicam-se as disposições desta Lei às ações coletivas destinadas à proteção deinteresses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos.

Art. 2o A tutela coletiva abrange os interesses ou direitos:

I - difusos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejamtitulares pessoas indeterminadas, ligadas por circunstâncias de fato;

II - coletivos em sentido estrito, assim entendidos os transindividuais, de naturezaindivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a partecontrária por uma relação jurídica base; e

III - individuais homogêneos, assim entendidos aqueles decorrentes de origemcomum, de fato ou de direito, que recomendem tutela conjunta a ser aferida por critérios comofacilitação do acesso à Justiça, economia processual, preservação da isonomia processual, segurançajurídica ou dificuldade na formação do litisconsórcio.

Projeto fere de morte o direito

de defesa e o devido

processo legal

DIREITO DE DEFESA

O Projeto de Lei 5.139/09, de

autoria do Poder Executivo,

que dá nova disciplina às

ações civis públicas, neutraliza prin-

cípios constitucionais e processuais

fundamentais para a estabilidade do

processo, acaba com a necessária im-

parcialidade do juiz e fere de morte o

direito à ampla defesa. Para impedir

que a proposta seja aprovada como se

encontra, já que está pronta para en-

trar na pauta do Plenário da Câmara

dos Deputados, o Conselho Federal da

Ordem dos Advogados do Brasil en-

campou a luta da Seccional do Distrito

Federal contra ela.

O presidente nacional, Ophir Caval-

cante, e o presidente da OAB/DF, Fran-

cisco Caputo, enviaram mensagem ao

presidente da Câmara, deputado Mi-

chel Temer (PSDB-SP), alertando para

os perigos de aprovar o projeto com

a redação atual e pedindo que ele seja

retirado de pauta.

Entre os pontos preocupantes está a

possibilidade de o autor da ação cor-

rigir as condições da ação a qualquer

tempo, até mesmo em instância ex-

traordinária. “A consequência dessa

norma é a perpetuação da ação, o

OAB/DF DEFENDE REJEIÇÃO DE PROJETO DE AÇÕES COLETIVAS

Igor Tokarski lembra que projeto que regula ações civis públicas privilegia a acusação além do razoável, em detrimento da defesa

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que gerará insegurança jurídica e feri-

rá de morte o princípio da celeridade

processual”, afirma o advogado Caio

Leonardo Bessa Rodrigues, presidente

da comissão que estuda a reforma do

Código de Processo Civil na OAB/DF.

“Esse projeto de lei não é um bom

ponto de partida para avançarmos

na disciplina das ações coletivas no

Brasil”, protesta Caio Rodrigues. “Há

incongruências, incompletudes e viola-

ções a princípios constitucionais, tudo

a impedir que o processo legislativo

avance sob tais parâmetros”.

A proposta também dá ao juiz liberda-

de para antecipar a tutela sem oitiva

do réu na ação ou mesmo sem que o

autor tenha pedido. O projeto cria um

sistema no qual o Estado-juiz deixa de

ser árbitro para atuar em substituição

à parte, criando um desequilíbrio fla-

grante na exigida paridade de armas.

De acordo com Rodrigues, “um pro-

cesso tem fases claras para, justamen-

te, conter o poder do juiz. Mas, pelo

projeto, o juiz poderá alterar a ordem

dos atos e das fases processuais de

uma ação coletiva. Em vez de seguir

uma linha reta em direção à sentença,

o juiz poderá ir e vir, num zigue-zague

que tornará o processo um labirinto ou

um laboratório. Da perspectiva do ma-

gistrado, que poderá ajustar a causa à

sua ótica, isto pode parecer interessan-

te; da perspectiva das partes, tal como

formulado, é inadmissível”.

Na OAB/DF, o assunto é acompanhado

com atenção pelo secretário-geral da

Comissão de Assuntos Institucionais

da OAB, Igor Tokarski, que está em

permanente contato com Caio Rodri-

gues. Tokarski lembra que o projeto

privilegia além do razoável a acusação

ao permitir, por exemplo, que se utilize

amostragem e estatística como prova

judicial. O projeto chega ao ponto de

autorizar a intervenção na empresa, se

a autoridade entender que não está

sendo cumprida a contento obrigação

imposta ao réu.

O tema já chamou a atenção de ou-

tras entidades de classe, que emitiram

nota técnica contra a aprovação do

projeto, na qual elencam uma série de

distorções contidas no texto. A nota

é assinada pelas seguintes entidades:

Confederação Nacional da Indústria,

Confederação Nacional da Agricultu-

ra, Confederação Nacional do Comér-

cio de Bens, Serviços e Turismo, Con-

federação Nacional das Instituições

Financeiras, Confederação Nacional

dos Transportes, Associação Brasilei-

ra de Emissoras de Rádio e Televisão,

Ação Empresarial, Câmara Americana

de Comércio e o Centro de Estudos

das Sociedades de Advogados. A OAB

se uniu a essas entidades para impedir

que seja aprovado esse verdadeiro ata-

que ao direito de defesa no país.

Para Caio Leonardo Rodrigues, projeto não passa de um

ponto de partida para discutir regulamentação das ações coletivas

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O 007 QUE PRESIDIU A OAB/DF

50 ANOS

Em novembro de 1964 foram

disputadas mais uma das sem-

pre concorridas eleições da

OAB/DF. A Chapa Renovadora, da

qual fazia parte o advogado Antonio

Carlos Elizalde Osório, saiu vencedora

ao eleger 14 dos 24 conselheiros da

Seccional.

As promessas de campanha, redigidas

pelo próprio Osório e registradas em

um documento intitulado Programa

de Ação, continham um curioso item:

“Pedia-se pudesse o advogado anexar

à inicial uma cópia-carbono da mesma,

para servir de contrafé e ser entregue

ao citando. Até então, como sempre

ocorrera antes, o escrivão recopiava à

máquina a petição inicial por inteiro.

Não existiam copiadoras”. O registro

está no livro de memórias de Osório,

intitulado “Arquivo Morto”.

Como se vê, muita coisa mudou nestes

últimos 45 anos, mas não a essência da

Advocacia. “A essência não muda. O

advogado é um intermediário entre o

cidadão e o Estado, é o profissional que

garante os direitos da sociedade. Ele de-

sempenhava antigamente, e desempe-

nha ainda agora, um papel crucial para

O 007 da Advocacia

brasiliense se formou no Rio Grande do Sul,

em 1951

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a garantia dos direitos e da liberdade”,

afirma Antonio Carlos Osório.

Advogado cujo número de inscrição

na OAB/DF é 007, Osório, prestes a

completar 83 anos, personifica como

poucos os 50 anos da criação da Sec-

cional, que presidiu com brilhantismo

nos anos de 1969 e 1970 — à época,

No ano em que Brasília comemora 50 anos de um

sonho que virou cidade, a OAB/DF completa seu

jubileu de ouro com o lançamento de um selo co-

memorativo. Simples e direta, a marca desenvolvida para

o selo comemorativo busca uma relação franca e objetiva

entre o passado da OAB/DF e o seu futuro.

A homenagem pela passagem dos 50 anos de serviços pres-

tados à sociedade brasileira está expressa na marca que,

bra que advogou na Capital desde

antes de sua fundação, em favor dos

operários que sofriam acidentes na

construção do Distrito Federal ou da-

queles cujos direitos não eram cumpri-

dos pelas empresas construtoras.

O advogado lembra com precisão epi-

sódios como o da interdição do pré-

dio da OAB/DF, em 1983, quando os

advogados resistiram contra o regime

de exceção, que proibia encontros

ou reuniões da sociedade. Aos mais

jovens que escolheram a advocacia

como profissão, Osório aconselha que

tenham sempre em mente que se trata

de um ofício diferente dos demais. “Li-

damos com a liberdade, o patrimônio

e os direitos dos cidadãos”.

A OAB/DF, ao completar 50 anos, para-

beniza, na figura de Antonio Carlos Osó-

rio, todos os que lutaram para escrever a

brilhante história desta Seccional.

obediente aos aspectos formais do numeral, reproduz um

número 50 de forma clara e visível. O compromisso com o

futuro está consignado na apresentação do “O” distintivo

da nova marca da OAB/DF.

Aproveitando-se da oportuna coincidência que existe no

fato de o “O” do alfabeto ter a mesma aparência gráfica do

numeral zero, a marca do futuro para a OAB/DF constará do

número 50 estilizado que marca o jubileu de ouro.

O desenvolvimento da marca para o cinquentenário obe-

deceu a alguns parâmetros importantes. O desafio ofere-

cido aos designers era a criação de uma marca que, sem

qualquer legenda, fosse capaz de informar que se tratava

de 50 anos de algo que pertencesse a Brasília. E isto ficou

claro com a visibilidade oferecida na reprodução estilizada

do desenho do plano piloto dentro do zero que acompanha

o cinco desenhado numa fonte bem composta no conjunto.

Desenvolvida pelo designer Pedro Garcia, a marca obedece

à tendência de comunicação visual que identifica esta nova

gestão da OAB/DF. Leve, clara, sóbria e versátil, a marca que

vai ilustrar o selo comemorativo do cinquentenário da OAB/

DF pode ter outras aplicações e ainda terá como opção uma

versão monocromática.

o mandato era de dois anos. Além do

pioneirismo de ter ajudado a fundar a

Seccional, seu escritório, A.C. Osório,

foi o primeiro a ser inscrito na entidade.

Transpirando a calma e a sabedoria

daqueles que são experientes não por

conta da idade, mas sim por causa da

riqueza de sua existência, Osório lem-

29

DATA VENIA

COLUNA

BOLA ROLANDO

A OAB/DF prorrogou as inscrições

para o campeonato de futebol de

campo da entidade. Para adequar o

evento ao calendário da OAB, deci-

diu-se adiar o início do torneio. O pri-

meiro jogo está marcado para o dia

22 de maio. As inscrições poderão ser

feitas até o dia 19 de maio na OAB/

DF, na Associação de Advogados Tra-

balhistas e no Clube do Advogado. As

fichas de inscrição estão disponíveis

nas salas de apoio ao advogado nos

fóruns e tribunais e no site da OAB/

DF. Após preencher a ficha, os inte-

ressados devem fazer depósito de R$

150 para o Clube do Advogado (Ban-

co do Brasil, agência 3477-0, conta

46.150-4). Mais informações podem

ser obtidas pelo telefone (61) 3223-

8276, no Clube do Advogado ou pelo

e-mail [email protected].

TOTEM ELETRÔNICO

O advogado conta agora com mais uma ferramenta. Foi inaugurado em 12 de

abril, na sede do Conselho Federal, um terminal de autoatendimento de infor-

mações processuais, em uma parceria entre o Superior Tribunal de Justiça e a

OAB. Este foi o primeiro terminal instalado fora do STJ. O presidente da OAB/

DF, Francisco Caputo, que esteve na inauguração, disse que essa é uma forma de

colaborar com o dinamismo do processo. Os totens facilitarão a vida do advoga-

do, que poderá peticionar diretamente ao STJ, consultar processos, acompanhar

andamentos e salvar em pen drive a íntegra do processo. Com a implantação do

processo digital, o advogado poderá fazer a petição, assinar digitalmente por meio

do seu certificado e enviar por e-mail ao STJ.

MÉRITO ELEITORAL

O vice-presidente da OAB/DF, Emens

Pereira, recebeu a medalha do Mérito

Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral

do Distrito Federal (TRE-DF). A soleni-

dade foi realizada no auditório Planalto

do Centro de Convenções Ulysses Gui-

marães. A honraria instituída em 2000

é destinada àqueles que prestam rele-

vantes serviços à Justiça Eleitoral do DF.

Nesta quinta edição da homenagem,

98 personalidades receberam a comen-

da: 53 na classe de jurista, 21 na de co-

laboradores e 24 na de servidores.

HOMENAGEM BRASILIENSE

O presidente da OAB/DF, Francisco Ca-

puto, foi um dos 50 homenageados com

a Ordem do Mérito Brasília, como parte

das comemorações do 50º aniversário

da Capital, em 21 de abril. A honraria,

no grau de comendador, foi entregue

na solenidade no Museu da República.

A Ordem do Mérito Brasília, instituída

em 27 de janeiro de 1971, agracia per-

sonalidades civis ou militares, nacionais

ou estrangeiras, que tenham prestado

notáveis serviços ao país ou ao Distrito

Federal ou se distinguido notavelmente

no serviço de suas profissões.

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OAB/DF forma novas comissões

e reestrutura as antigas para se

aproximar dos temas que interessam à

sociedade

COMISSÕES ABERTAS AO DEBATE PÚBLICO

COMISSÕES

Para que participe com efetividade das discussões que importam à sociedade, a OAB/DF está reestruturando as co-

missões da entidade. Algumas serão criadas, outras extintas, e todas renovadas. O presidente Francisco Caputo está

montando as comissões com pessoas comprometidas com o Direito e conhecedoras do assunto em suas respectivas

áreas. Com isso, a Seccional estará presente para defender os interesses não apenas dos advogados, mas da coleti-

vidade no debate dos temas contemporâneos. Confira as comissões formadas recentemente:

Acompanhamento da Reforma do Código de Processo CivilA Comissão é presidida por Caio Leonardo Bessa Rodrigues. Seu objetivo é acom-

panhar e dar sugestões para a elaboração do anteprojeto do Código de Processo

Civil. A partir do início do processo legislativo no Senado, a Comissão acompa-

nhará as discussões e votações a respeito e contribuirá com sugestões e críticas,

sempre atenta ao respeito às prerrogativas dos advogados. A Comissão Extra-

ordinária também promoverá debates internos com especialistas no assunto. O

principal objetivo é o de oferecer sugestões aos legisladores e dar suporte à defesa

de posições da OAB/DF a respeito de pontos críticos do projeto. Assim, a entidade

contribuirá para que o Congresso Nacional aprove um Código que equilibre cele-

ridade e eficácia com o respeito aos princípios constitucionais de ampla defesa, do

contraditório e do devido processo legal.

Acompanhamento da Reforma do Código de Processo PenalO objetivo principal é colocar a OAB/DF dentro do debate acerca do novo Código de

Processo Penal. O presidente é o secretário-geral adjunto da entidade, Maximiliano

Telesca. O projeto elaborado por uma Comissão de Juristas já foi alterado por várias

emendas no Senado e aprovado na CCJ daquela Casa, sem que a gestão passada da

OAB/DF fizesse qualquer estudo ou proposta sobre o tema. A Ordem estará atenta

ao texto final aprovado. A Comissão se reunirá para estudar com profundidade o

texto definitivo, dar sua opinião e sugerir emendas a serem apresentadas com o

propósito, principalmente, de garantir que o direito de defesa seja preservado.

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Assuntos InstitucionaisAs decisões dos três poderes do Distrito Federal e da República têm impacto direto

sobre a vida do advogado. A Comissão de Assuntos Institucionais representará a

OAB/DF no acompanhamento dos debates relevantes para a advocacia perante as

Casas Legislativas do Distrito Federal e, quando for o caso, do Governo Federal.

É papel ainda desta Comissão promover o debate de temas relevantes para os

advogados e assessorar o presidente da OAB/DF a estabelecer a agenda para rela-

cionamento da entidade com as autoridades constituídas. Presidida por Guilherme

Farhat, a Comissão recomendará a adoção de posicionamentos perante outras

entidades de classe, órgãos governamentais e a opinião pública.

Assuntos RegulatóriosO objetivo da Comissão é participar do processo de constante aperfeiçoamento das

instituições regulatórias e da ordem jurídico-regulatória. A Comissão representará a

Ordem junto aos órgãos reguladores com sede no Distrito Federal em processos e

consultas ou audiências públicas, com estudos sobre temas relacionados com seto-

res regulados. Promoverá, ainda, cursos, seminários e outras atividades científicas,

para que se faça a análise da legislação dos setores regulados e a formulação de

propostas de aprimoramento. A primeira missão da Comissão será, com o apoio

do Conselho Federal da OAB, avaliar o grau de transparência e publicidade das ati-

vidades dos órgãos reguladores situados na Capital. O presidente da Comissão é o

conselheiro José Cardoso Dutra.

Bioética, Biotecnologia e BiodireitoA Comissão irá inaugurar uma fase de novos debates no Distrito Federal. Presidida

por Antônio Marcos da Silva, estudará e discutirá temas que geram extrema polê-

mica não só no Direito, mas na sociedade, como transgênicos, células-tronco, in-

vasão de privacidade, eutanásia, aborto, clonagem, biopirataria, transexualidade,

entre outros. O objetivo da comissão é tornar a advocacia de Brasília uma advoca-

cia de ponta, que esteja engajada e na vanguarda dessas discussões. É importante

que os advogados do Distrito Federal estejam habilitados para se posicionar frente

a esse novo mundo, dando as respostas, sob o ponto de vista legal, que a socie-

dade espera da entidade.

Defesa da ConcorrênciaA Comissão prima pela aproximação da OAB/DF com os órgãos públicos federais

que discutem e regulamentam o Direito da Concorrência. Entre seus trabalhos

estão a difusão e o estímulo do estudo do Direito Econômico. O presidente da

Comissão, Alexandre Bastos, diz que irá organizar seminários e palestras, propor e

preparar cursos em todos os seus níveis, do básico aos estudos de casos, e firmar

parcerias com as faculdades de Direito do Distrito Federal para estimular a inclusão

do Direito Econômico na grade curricular dos cursos de Economia e Direito.

Defesa do ConsumidorO objetivo da Comissão é colocar a Ordem à disposição da sociedade. Ela terá um

atendimento baseado no processo eletrônico. Será criado um site para a Comis-

são, onde será lançada toda a legislação a respeito da defesa do consumidor. Um

de seus trabalhos já pôde ser visto com o lançamento da campanha Ponto Pacífico.

O presidente da Comissão, José Vieira Alves, afirma que uma das principais tarefas

será esclarecer a sociedade sobre a necessidade de buscar os seus direitos por

intermédio dos órgãos oficiais de defesa do consumidor.

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GERAL

Ouvidoria resolveu a maioria dos

problemas relatados por advogados

nos primeiros dois meses de trabalho

C om dois meses de trabalho,

a ouvidoria da OAB/DF já dá

mostras do resultado que o

advogado terá ao reclamar, elogiar ou

dar sugestões para o aperfeiçoamento

da Ordem e da profissão.

Até o dia 4 de abril, foram 198 ma-

nifestações, das quais 107 foram res-

pondidas e solucionadas, 12 levadas

para análise, 12 encaminhadas a se-

tores internos e 67 a setores externos.

É trabalho da ouvidoria, que foi re-

centemente implantada por meio da

OUVIDORIA A TODO VAPOR

Resolução nº 2, de 4 de fevereiro de

2010, receber, registrar e dar respos-

tas às manifestações encaminhadas

por advogados e pelo cidadão-usuário.

A ouvidoria se cerca de meios como

internet, e-mail, telefone 0800, carta

“porte pago”, fax, atendimento pre-

sencial, para atender às reivindicações

e sugestões e manter uma via aberta

de contato com o advogado.

Neste período de atuação, foram re-

gistrados 30 atendimentos presenciais,

105 atendimentos eletrônicos, 31 li-

OUVIDORIA

gações telefônicas e 32 pelo livro de

registro. “A posição da ouvidoria é,

sempre, a de incentivar o uso dos seus

serviços de forma a contribuir para o

seu próprio aprimoramento”, desta-

cou o ouvidor geral da entidade, Mar-

celo França.

A efetividade da ouvidoria da OAB/DF

pode ser constatada pelos relatórios

mensais e por meio das medidas adota-

das pelos gestores da instituição, a partir

das manifestações recebidas e suges-

tões encaminhadas pelo ouvidor.

Equipe da Ouvidoria da OAB/DF em ação: a porta pela qual o advogado pode questionar ou sugerir mudanças para a OrdemFoto

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Defensores e procuradores

contaram com a força da nova OAB/DF para conquistar

salários justosCONQUISTA SALARIAL HISTÓRICA

N o último dia de março, o

governo do Distrito Federal

sancionou a Lei 4.470, que

reajusta os salários de diversas cate-

gorias de servidores. Entre eles, os dos

procuradores distritais e os defensores

públicos. Trata-se de uma antiga reivin-

dicação cuja mobilização traz a marca

e a liderança do procurador Gustavo

Assis de Oliveira e do defensor Jairo

Lourenço de Almeida. Teve ainda a

atuação decisiva do presidente do Sin-

dicato dos Procuradores e Defensores

Públicos do DF, Renato Oliveira Alves.

Para Alves, a posição da OAB/DF, de

defesa intransigente do reajuste, foi

crucial para que o governo incluísse

as duas categorias no projeto que deu

origem à lei. “O reajuste trouxe a pers-

pectiva de uma remuneração mais jus-

ta. E a atuação do presidente Francisco

Caputo foi decisiva”, afirma Alves.

De acordo com a lei, o reajuste para as

duas categorias será de 7% a partir de

setembro deste ano e mais 8% a partir

de maio de 2011. A proposta também

cria 61 cargos de defensor público no

Distrito Federal.

O reajuste de salários era um pedido

frequente desses profissionais. Se-

gundo o presidente da Associação

dos Procuradores do Distrito Federal,

Daniel Mesquita, o reajuste valoriza e

reconhece a importância do trabalho

dos defensores: “Nós estávamos fican-

do para trás, injustamente”.

Em média, um procurador do Distrito

Federal tem 700 ações sob sua respon-

sabilidade. O próximo passo da cate-

goria é lutar pela aprovação de projeto

de lei que reestrutura o sistema de pro-

moção na carreira de procurador do

DF. “A mudança é para desengessar a

carreira”, afirma Daniel Mesquita.

Além do reajuste, o presidente da As-

sociação dos Defensores Públicos do

DF, Amilton Lima, comemora a mo-

dificação na lei orgânica, que fixou

mandato de dois anos para o cargo de

diretor-geral. “Temos que agradecer o

Caputo também nesta luta pelo man-

dato definido”, afirma.

SALÁRIOS

Renato Oliveira Alves.

Daniel Mesquita

Amilton Lima

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SUBSEÇÕES NA VANGUARDA

Subseções da OAB/DF

investem pesado para

melhorar a prestação de serviços aos

advogados

SUBSEÇÕES

Não faltou trabalho e inovação nas seis Subseções da OAB/DF. O principal destaque foi a Subseccão de Samambaia,

que já investiu em infraestrutura para melhorar o atendimento ao advogado. O espírito é o mesmo em Ceilândia,

onde além de brigar por vagas de estacionamento, a Subsecção quer patrocinar a inclusão digital para o advogado

ceilandense. No Gama, a prioridade destes primeiros meses foi o investimento no aperfeiçomento técnico do advo-

gado, sem esquecer da guerra declarada contra os que não respeitam as prerrogativas do advogado. Em Planaltina,

tirar os equipamentos de informática do século passado se tornou o foco principal da gestão que tem como ban-

deira o combate ao exercício ilegal da advocacia. Em Sobradinho, virou realidade o sonho de um advogado chegar

à Subsecção e poder acessar a internet sem qualquer custo adcional. Em Taguatinga, a novidade é a instalação de

um braço do TED. Confira o que aconteceu de mais relevante no último mês nas Subsecções.

GamaA Subseção do Gama firmou convênio com as Faculdades Integradas da União Edu-

cacional do Planalto Central. A parceria tem como objetivo oferecer curso de pós-

graduação em Direito Público, com ênfase em Direito Constitucional Penal, com

custos reduzidos para os associados. O presidente da Subseção, Demas Correia So-

ares, ressaltou que seu compromisso “moral e ético” é o de promover uma gestão

focada na defesa dos interesses dos advogados e advogadas da cidade do Gama.

CeilândiaA diretoria da Subseção trabalha para conseguir mais vagas no estacionamento do

Fórum de Ceilândia e para que haja um espaço de uso exclusivo dos advogados.

A Subsecção, presidida por Edmilson Francisco de Menezes, implementará sistema

de internet wireless. Em fevereiro passado, os diretores da Subseção, junto com

o secretário-geral da OAB/DF, Lincoln de Oliveira, visitaram a diretora do Fórum

de Ceilândia para expor os problemas cotidianos dos advogados. A diretoria do

fórum e a da OAB concordaram em conversar para sanar problemas que possam

surgir. Em abril, foram adquiridos códigos atualizados para uso dos advogados.

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SamambaiaNovo estacionamento com manobrista, renovação da carteira da OAB, beca para

que os advogados usem no dia do júri, diminuição do valor das cópias reprográ-

ficas, lanches no período da tarde e instalação de purificador de água. Essas são

algumas das medidas tomadas pela diretoria da Subseção de Samambaia neste

começo de gestão. Presidida por Lairson Rodrigues Bueno, a Subseção tem re-

alizado melhorias nas acomodações dos advogados. A Subseção também criou

um projeto para atender toda a comunidade de Samambaia com o nome “OAB

Vai à Escola”, coordenado pela presidente da Comissão de Direitos Humanos,

Fátima Bastos. O objetivo do projeto é ensinar e orientar os direitos e deveres dos

cidadãos a jovens e adolescentes das escolas da comunidade. A diretoria pretende

atender a cada escola da cidade. A Comissão dará noções de combate à violên-

cia doméstica, pedofilia, drogas, e também falará sobre ética, cidadania e meio

ambiente, tudo de acordo com a coordenação pedagógica e a direção da escola.

Esses temas serão trabalhados em palestras ministradas uma vez por mês nas es-

colas de Samambaia. Os interessados em participar do projeto e palestrar devem

procurar a direção da Subseção.

TaguatingaA Subseção de Taguatinga, presidida pela advogada Maria Conceição Filha, é a

única entre as seis Subseções que tem um Conselho eleito para gerir a entidade.

Em breve, será instalado na Subseção um braço do Tribunal de Ética e Disciplina

exclusivo para instruir os processos éticos inerentes àquela Subseção. A direção

da Subseção decidiu investir no aperfeiçoamento profissional do advogado neste

começo de gestão. Para isso, fará parcerias com o objetivo de oferecer aos advo-

gados cursos de pós-graduação com condições especiais. Com o mesmo objetivo,

em maio serão oferecidos aos associados cursos de oratória, de Direito Eleitoral e

de cálculos trabalhistas. As aulas serão ministradas poe especialistas na sede da

Subseção e na Casa do Advogado.

PlanaltinaO grande desafio do presidente Marcelo Oliveira de Almeida para o próximo tri-

mestre é a modernização da Subseção. Está prevista a troca dos equipamentos de

informática, aquisição de mais recursos tecnológicos e a renovação do ambiente

de trabalho para possibilitar conforto e eficiência aos advogados que utilizam as

instalações da entidade. A Subseção começou a trabalhar na fiscalização e na

coibição do exercício ilegal da advocacia. Recentemente, encaminhou ofícios ao

Ministério Púbico e ao Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional para que sejam

tomadas providências em relação aos casos identificados. Para este primeiro se-

mestre está prevista palestra sobre protesto de títulos judiciais, que será ministrada

pelo Tabelião Titular do 12º Ofício de Notas do Distrito Federal, Breno de Andrade.

SobradinhoA Subseção de Sobradinho, comandada por Vicente Torres da Penha, teve um

importante investimento na área da tecnologia e avançou na direção da plena

inclusão digital. O serviço de internet sem fio (wireless) passou a ser oferecido

em suas dependências. O novo sistema facilitará a vida dos usuários da entidade

e proporcionará interligação entre equipamentos distintos sem o uso de fios. O

advogado que desejar conectar-se à internet por seu notebook poderá fazê-lo sem

dificuldades, enquanto estiver nas dependências da Casa.

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Uma revolução silenciosa está

em curso no Superior Tribu-

nal de Justiça. O presidente

do tribunal, ministro Cesar Asfor Ro-

cha, pretende inaugurar o segundo se-

mestre do ano sem que haja qualquer

processo tramitando em papel naquela

Corte. Tudo será digital.

Quando tomou posse do cargo, em

setembro de 2008, o ministro encon-

trou um acervo de 400 mil processos,

que nem cabiam mais no tribunal. Em

alguns departamentos, os funcionários

tinham de literalmente andar sobre a

papelada para chegar às suas mesas de

trabalho. Se fossem colocadas uma em

cima da outras, as páginas dos autos

que o tribunal abrigava somariam 12

quilômetros — pouco menos do que

todo o percurso do Eixo Monumental.

Asfor Rocha, então, deu início ao pro-

jeto de virtualização dos autos.

Atualmente, mais de 80% do acervo

do tribunal — que foi reduzido para

pouco mais de 200 mil recursos — já

tramita em meio eletrônico. Até o fim

deste semestre, o ministro pretende

fazer o enterro do processo em pa-

pel, com toda a pompa que a ocasião

O ENTERRO DO PROCESSO EM PAPEL

merece. O processo digital trará uma

economia ainda inestimável aos co-

fres públicos.

“Só com os Correios, por exemplo, ha-

verá uma economia de R$ 20 milhões

por ano, quando todos os tribunais

estiverem enviando os recursos ao STJ

por meio eletrônico”, calcula Asfor

Rocha. O sistema gastava esse valor só

com o transporte de processos físicos

dos 32 tribunais do país para o STJ e,

depois, de volta para a origem.

Como tempo é dinheiro, a principal

economia é impossível de ser calcu-

lada, ao menos por enquanto. Antes,

demorava até um ano para um recur-

so sair do tribunal de segunda instân-

cia, chegar ao STJ e ser distribuído

para o gabinete do ministro relator.

Com o processo eletrônico, bastam

dois cliques: um do tribunal de ori-

gem para enviar o recurso e outro do

setor de distribuição do STJ, para que

ele chegue ao computador do relator

sorteado.

Um dado importante é sobre como

essa verdadeira revolução digital foi

arquitetada. Para não pagar direitos

autorais ou royalties para empresas de

tecnologia, todo o sistema do processo

digital foi desenvolvido pelo setor de

informática do próprio STJ.

“Os servidores são os grandes res-

ponsáveis pela implementação do

sistema”, afirma Asfor Rocha. Para

digitalizar o acervo do tribunal, foram

contratados deficientes auditivos junto

a instituições de assistência a portado-

res de deficiências. Uma bela mostra

de engajamento social.

O processo eletrônico já mudou roti-

nas e práticas no tribunal. Quase me-

tade dos gabinetes dos ministros não

tem mais processos físicos. Também

foi desativado um curioso departa-

mento que era mantido no STJ: o de

marcenaria. O setor era responsável

por reparar balcões, armários e por-

tas que eram quebrados por conta do

trânsito de gaiolas de ferro que, dia-

riamente, levavam e buscavam cente-

nas de processos do setor de distribui-

ção para os gabinetes, dos gabinetes

para as sessões de julgamento, e assim

por diante. Os funcionários que ali tra-

balhavam foram realocados em outros

departamentos.

PROCESSO DIGITAL

Presidente do STJ,

ministro Cesar Asfor Rocha

revolucionou o andamento de

processos

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37

A virtualização dos processos irá tra-

zer muitos benefícios também para o

trabalho dos advogados. Uma juntada

de petição que levava dias para sair do

protocolo e chegar ao gabinete será

feita quase que instantaneamente, do

próprio escritório do advogado.

Há outras vantagens no processo ele-

trônico. Por exemplo, quando um mi-

nistro pedia vista de um processo, os

autos demoravam até um mês só para

chegar ao gabinete dele. Agora, o en-

vio é automático. Logo, o tempo para

que o STJ profira uma decisão também

será reduzido. O processo eletrônico

é indexado. Há um índice correspon-

dente a cada parte do recurso. Assim,

para achar determinado documento

ou qualquer peça dos autos, o advo-

gado não precisará mais ficar folhean-

do volumes e mais volumes. Basta, na

tela do computador, clicar no capítulo

correspondente ao que ele procura

para ser encaminhado imediatamente

à parte que lhe interessa.

O trâmite eletrônico dos recursos tam-

bém diminui a possibilidade de frau-

des e de que se suprimam documen-

tos dos processos.

O acervo pode ser mais bem contro-

lado. Hoje, cada ministro tem contro-

le total de seu estoque de processos

e sabe a situação de cada um deles:

quais estão com o Ministério Público,

quais estão com advogados, quais es-

tão com seus colegas por conta de pe-

dido de vista. Com os recursos em pa-

pel, esse controle era incipiente, como

bem sabe todo advogado militante.

A prática do STJ certamente se refletirá

em outros tribunais do país e, em um

futuro não muito distante, deve se tor-

nar o padrão da Justiça brasileira.

E o advogado poderá ter sempre à

mão, no computador, os processos nos

quais atua, sem ter de gastar tempo e

paciência em balcões ou com o deslo-

camento de seu escritório até os tribu-

nais e fóruns.

Ministro Cesar Asfor Rocha mudou práticas judiciais ao investir no processo eletrônico

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38

ASSISTÊNCIA SAIU DO PAPEL NA OAB/DF

O ofício de zelar pelo outro

fez com que a Fundação de

Assistência Judiciária (FAJ),

em parceria com a Comissão de As-

sistência aos Portadores de Deficiência

Física, aplacasse a sede de justiça de

mais um cidadão. Desta vez, um tanto

quanto especial.

Francisco Caetano, deficiente visual,

buscou na OAB/DF o atendimento co-

mumente prestado às pessoas carentes.

Ele não sabia quais caminhos jurídicos

percorrer para visitar seu filho preso no

Complexo Penitenciário da Papuda, con-

denado por tentativa de homicídio.

Apesar da deficiência, chegou ao pre-

sídio algumas vezes, mas não em dia

de visitas. Francisco, então, bateu às

portas da OAB/DF. Começava aí um

atendimento pioneiro. Francisco foi

encaminhado à FAJ, onde foi atendido

pelo coordenador Yure Gagarin Soares

de Melo, referência em questões de

acessibilidade pela OAB/DF.

NECESSIDADES ESPECIAIS

Francisco Caetano

recorreu à OAB/DF para

conseguir visitar seu filho

preso

Yure Gagarin Soares, o porta-voz da OAB/DF na defesa dos direitos de pessoas com deficiência física ou necessidades especiais

Presidente da Comissão de Assistência

aos Portadores de Deficiência Física, So-

ares conta que colheu informações do

processo para verificar a quais benefí-

cios o filho de Francisco, Gutembergue

Lima, já teria direito. Peticionou reque-

rendo o direito ao trabalho interno no

presídio e mudança para a ala dos estu-

dantes ou dos protestantes.

A Comissão também orientou Fran-

cisco sobre o direito de visitar o filho,

explicou em quais dias deve compare-

cer à Papuda e lhe forneceu condução

para isso na primeira visita.

“O acompanhamento é total. Essa é

a forma que os advogados de Brasília

têm de mostrar para a sociedade que a

OAB está preocupada também com os

problemas sociais”, esclareceu Soares.

A Comissão que assiste as pessoas de-

ficientes atende a todo o Distrito Fede-

ral e vem fazendo um trabalho forte

para garantir, por exemplo, transporte

público adaptado para portadores de

deficiência física.

Satisfeito com o atendimento, Francis-

co Caetano fez questão de vir à sede

da OAB/DF agradecer pessoalmente

ao presidente, Francisco Caputo. “Só

podia ser meu xará”, brincou.

O atendimento foi apenas um dos mi-

lhares que a FAJ faz por ano. Presidida

pelo advogado Paulo Roberto de Cas-

tro, a Fundação nasceu em 1984. Em

2009, foram feitos 3.535 atendimen-

tos a pessoas carentes.

Francisco Caetano tinha dificuldades para visitar seu filho preso, no Complexo

Penitenciário da Papuda.As limitações impostas pela falta de

visão impediam o encontro solidário. Mas conseguiu fazer valer seus direitos

com a ajuda da OAB.

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41

OAB/DF OFERECE TREINO PARA A

CORRIDA DO ADVOGADO

O s advogados do Distrito Fe-

deral podem preparar seus

tênis. A OAB/DF contratou

a empresa VMAX Sports para treinar

advogados para a 19º Corrida do Advo-

gado e fará, em 15 de maio, um treino

experimental. É a primeira vez que a Or-

dem faz um treino prévio para o evento.

A concentração começa às 8h. Os ad-

vogados serão recebidos com um café-

da-manhã. Às 9h será dada a largada,

no estacionamento 10 (antigo pedali-

nho) do Parque da Cidade. Podem par-

ticipar homens e mulheres inscritos na

OAB/DF. A inscrição é gratuita.

De acordo com o presidente Francisco

Caputo, uma das metas de sua admi-

nistração é reaproximar os advogados

da entidade. E uma das formas de fazer

isso é com a promoção de eventos como

esse treino para a corrida de agosto.

A parceria com os professores de edu-

cação física da empresa VMAX Sports,

Lucio Centico e Valmir Bochi, é o início

dessa nova fase. Os profissionais serão

responsáveis por acompanhar os ad-

vogados no treino, classificando-os e

orientando-os quanto ao percurso ade-

quado que cada um deve fazer.

Os advogados podem se inscrever pelo

e-mail [email protected].

Preencherão os seguintes dados: nome,

sexo, idade e responder se já é corredor

ou não. Este último item serve para a

classificação da quantidade de quilôme-

tros adequados para a corrida.

Os corredores serão separados em três

categorias: experientes, amadores e

iniciantes. “O treino é um incentivo à

saúde, à prática física e serve para co-

meçar a preparar o advogado para a

corrida de agosto. Cria um estímulo e

une a categoria”, afirma Valmir Bochi.

“O advogado tem uma vida atribulada

e, muitas vezes, até sedentária. A ideia

do presidente é inovadora e irá tirá-los

dos escritórios e incentivá-los a tornar a

prática física uma atividade cotidiana”,

afirma o professor Lucio Centico.

DIREITO DE CORRER

Advogados podem se

preparar para a tradicional

corrida de agosto

42(61) 3799 8000

MBAGerenciamento de Projetos | Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil | Gestão de Pessoas Gestão Empresarial com ênfase em Estratégia | Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria | LLM em Direito Empresarial Marketing | Planejamento, Orçamento e Gestão Pública

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QUE É REFERÊNCIA NACIONAL.

43

Curso de Formação e Aperfeiçoamento em Direito Penal Início: 3 de maio Horário: 9h às 12h Professor: Paulo Emílio Catta PretaCarga horária: 72 horas/aula

Curso: Prática em Direito do Consumidor Data: 3 e 4 de maio Horário: 19h30 às 22h30 Professor: Walter Moura Local: SAS Qd. 05, Bl. N, Ed. OAB, Centro Cultural Evendro Lins e Silva, 1º Subsolo Carga horária: 6 horas/aula

Curso de Formação e Aperfeiçoamento em Direito Processual Penal Início: 4 de maio Horário: 9h às 12h Professor: Ricardo Vasconcellos Carga horária: 78 horas/aula

Curso: Responsabilidade Tributária Data: 3, 4 e 5 de maio Horário: 19h30 às 22h30 Professor: Erich Endrillo Local: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 9 horas/aula

Curso: Arbitragem e Mediação Data: 5, 12 e 19 de maio Horário: 19h30 às 22h30 Professor: Asdrubal Júnior

Local: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 9 horas/aula

Curso: História do Direito Data: 7, 14, 21, 28/05 e 11 de junho Horário: 19h30 às 22h30 Professor: Rodrigo Freitas Palma Local: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 15 horas/aula

Curso: Prática em Direito ConstitucionalData: 10, 11, 12 e 13 de maio Horário: 19h30 às 22h30 Professor: João Carlos SôutoLocal: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 12 horas/aula Curso: Estatuto da Criança e do Adolescente Data: 14, 21, 28/05, 11 e 18/06Horário: 19h30 às 22h30 Professora: Selma SauerbronnLocal: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 15 horas/aula

Curso: Novo Acordo da Língua Portuguesa Data: 24, 25 e 26 de maio Horário: 19h30 às 22h30 Professora: Márcio Wesley Local: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 9 horas/aula

Curso: Recursos TrabalhistasData: 24, 25, 26 e 27 de maio Horário: 19h30 às 22h30 Professor: Gáudio de PaulaLocal: Sede OAB/DF, 516 NorteCarga horária: 12 horas/aula

Curso: Direito das Sucessões - Geral e Legítima Data: 31/05, 7, 14 e 21/06 Horário: 19h30 às 22h30 Professor: Karla FaiadLocal: Sede OAB/DF, 516 Norte Carga horária: 12 horas/aula

PÓS-GRADUAÇÃOPós-graduação em Direito Material e Processual do TrabalhoParceria: IESBInício: 28 de abril de 2010Carga horária: 420 horasDias e horários: segundas e quartas das 19h às 22hCoordenadores: Prof. Mauricio Godinho Delgado e Douglas Alencar RodriguesLocal: Ed. Pedro Chaves IESB L2 Norte Direito Sindical Brasileiro - ExtensãoParceria: IESBInício: 30 de abril de 2010Carga horária: 180 horasDias e horários: sextas das 19h15 às 22h55 e sábados das 8h às 12h e 13h às 17hCoordenadores: Prof. Mauricio Godinho Delgado e Douglas Alencar RodriguesLocal: Ed. Pedro Chaves IESB L2 Norte

Pós-graduação em Direito Processual CivilParceria: Grupo ATAMEInício: previsão para 21 de maio de 2010Dias e Horários:Coordenador: Arnoldo Camanho de AssisLocal: W3 norte 513, bloco D, Ed. Imperador, 38 3º andar, salas 301 a 308

PALESTRAS DE MAIO

CURSOS DE MAIO DA ESA

5 de maio de 2010Horário – 20h30Título da Palestra – “O novo Código de Processo Civil”Palestrante – Jansen Fialho de Almeida (Membro da Comissão de juristas do Senado Federal do anteprojeto do novo Código de Processo Civil)

6 de maio de 2010Horário – 9hTítulo da Palestra – “Ambush Marketing: Aspectos Legais do Marketing na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016”Palestrante - Eduardo Lycurgo

(Doutorando em Direito Autoral e Mestre em Direito Internacional em Propriedade Intelectual pela University-Washington, EUA);Local – Faculdade FACIPLAC do GamaHorário – 19hTítulo da Palestra - “Ambush Marketing: Aspectos Legais do Marketing na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016”Palestrante - Eduardo Lycurgo (Doutorando em Direito Autoral e Mestre em Direito Internacional em Propriedade Intelectual pela University-Washington, EUA);Local - Auditório da OAB/DF, 516 norte

12 de maio de 2010Horário – 19h30Título da Palestra - “Atualização em Direito Previdenciário”Palestrante - Dra Juliana de Oliveira Xavier Ribeiro (mestre em Direito Previdenciário)18 de maio de 2010Horário – 20hTítulo da Palestra - As Recentes Reformas do CPP e CP e sua Aplicação na Prática.Palestrante - Rogério Cury (advogado atuante na área Criminal Empresarial, professor nos cursos de Pós-graduação em Processo Penal e Penal em Brasília).

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44

Em junho, a ESA inaugura sua parceria

com o Instituto de Garantias Penais

(IGP) com um seminário que contam com

a presença de renomados especialistas em

Direito Penal. Ministros do Supremo Tribunal

Federal, do Superior Tribunal de Justiça e

advogados militantes estão entre os convidados

confirmados. “A ideia é fazer um debate plural

sobre os mais polêmicos temas de Direito

Penal”, afirma o conselheiro seccional Délio

Fortes Lins e Silva Júnior, que preside o IGP.

O seminário começa no dia 7 de junho, com

palestra do ministro Nilson Naves, e termina no

dia 9, com palestra do ministro Gilmar Mendes.

Confira a programação:

GARANTIAS PENAIS

7 de junho

9h — Nilson Naves, Ministro Aposentado do

Superior Tribunal de Justiça

INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS

10h30 — Pierpaolo Bottini, Ex-Secretário da

Reforma do Judiciário, Advogado e Professor

Doutor da Universidade de São Paulo

MEDIDAS CAUTELARES PENAIS

Presidente da Mesa: Francisco Queiroz Caputo

Neto, Presidente da OAB/DF

Debatedores: Renato Gustavo Alves Coelho,

Advogado, Conselheiro da OAB/DF e membro

do Instituto de Garantias Penais

Ticiano Figueiredo, Advogado e Secretário-

Geral do Instituto de Garantias Penais

Noite

19h — Sepúlveda Pertence, Ministro

Aposentado do Supremo Tribunal Federal,

Advogado e Presidente da Comissão de Ética

Pública da Presidência da República

O DIREITO DE DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL

20h30 — Fernando da Costa Tourinho Neto,

Desembargador do Tribunal Regional Federal

da Primeira Região

PRISÃO CAUTELAR

Presidente da Mesa: Marcus Palomo, Advogado,

Conselheiro e Diretor da Escola Superior de

Advocacia da OAB/DF

SEMINÁRIO GARANTIAS PENAIS

45

Debatedores: Frederico Donatti Barbosa –

Advogado, Conselheiro da OAB/DF e membro

do Instituto de Garantias Penais

8 de junho - Manhã

9h — Maria Tereza de Assis Moura, Ministra

do Superior Tribunal de Justiça e Professora de

Processo Penal da Universidade de São Paulo

HABEAS CORPUS

10h30 — Juarez Cirino dos Santos, Professor

Doutor da Universidade Federal do Paraná

e Presidente do Instituto de Criminologia e

Política Criminal

O PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E A PROTEÇÃO

CONTRA A AUTOINCRIMINAÇÃO

Presidente da Mesa: Ticiano Figueiredo,

Advogado e Secretário-Geral do Instituto de

Garantias Penais

Debatedor: Pedro Ivo Veloso Cordeiro,

Advogado, membro do Instituto de Garantias

Penais e membro do Grupo Candango de

Criminologia da UNB

Noite

19h — Antonio Carlos de Almeida Castro,

Advogado Criminalista

INDISPONIBILIDADE DE BENS NO PROCESSO

PENAL

20h30 — Paulo Queiroz, Procurador Regional

de República e Professor do Uniceub

CRÍTICA DA RAZÃO PUNITIVA

Presidente da Mesa: Paulo Emilio Catta Preta,

Advogado, Diretor Tesoureiro da Caixa de

Assistência aos Advogados e Coordenador de

Direito Penal da ESA/DF

Debatedor: Marcio Gesteira Palma, Advogado

Criminalista

Antonio Alberto do Vale, Advogado,

Conselheiro da OAB/DF e membro do e membro

do Instituto de Garantias Penais

9 de junho

Manhã

9h — Nabor Bulhões, Advogado, Professor de

Direito, Membro da Comissão de reforma da

Legislação Penal e Processual Penal 1993/1994

e 1998/1999 do Ministério da Justiça. Membro

honorário vitalício da OAB.

INADMISSIBILIDADE DA PROVA OBTIDA

POR MEIO ILICITO NA JURISPRUDÊNCIA DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

10h30 — Rogério Schietti, Procurador de Justiça

e Doutor em Processo Penal pela Universidade

de São Paulo

INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ E DO

MINISTÉRIO PÚBLICO

Presidente da Mesa: Getulio Humberto Barbosa

de Sá, Advogado, Conselheiro da OAB/DF e

Vice-Presidente do Instituto de Garantias Penais

Debatedor:Thiago Brugger Bouza, Advogado e

Diretor Tesoureiro do Instituto

de Garantias Penais

Ricardo Vasconcelos, Advogado, Professor

de Direito, Coordenador de Área de Direito

Processual Penal ESA-DF

Noite

19h — Edson Smaniotto, Desembargador

Aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito

Federal

A DEFINIÇÃO DO CRIME

E O FAVOR REI

20h30 — Gilmar Ferreira Mendes, Ministro

Presidente do Supremo Tribunal Federal

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS

DO PROCESSO PENAL

Presidente da Mesa: Délio Lins e Silva Júnior,

Advogado, Conselheiro da OAB/DF e Presidente

do Instituto de Garantias Penais

Debatedor: Cleber Lopes de Oliveira,

Advogado Criminalista

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46

REPENSAR A ORDEM

“Nossa luta deve ser a do

fortalecimento do advogado

e de suas prerrogativas”

ARTIGO

D esde sua fundação, em 18

de novembro de 1930, a

Ordem dos Advogados do

Brasil caminha lado a lado com a so-

ciedade brasileira, avançando institu-

cionalmente na defesa dos direitos dos

advogados e protagonizando a defesa

do Estado Democrático de Direito, es-

pecialmente a partir do final da década

de 1960, com o endurecimento da re-

pressão instalada pela ditadura militar

por meio do AI-5.

A partir desse momento histórico, a

OAB firmou-se como referência nacio-

nal na defesa dos direitos humanos, na

luta pela anistia, no restabelecimento

da ordem democrática, no movimento

das Diretas Já, na defesa da Constituin-

te e, no início da década de 1990, lide-

rando o protesto que culminou com o

impeachment do presidente Fernando

Collor de Mello.

São episódios relevantes da história

do Brasil as séries de habeas corpus

impetrados por nossa entidade em

defesa dos presos políticos, a mor-

te da funcionária Lydia Monteiro em

agosto de 1980, em atentado por

meio de carta-bomba endereçada ao

presidente Seabra Fagundes e a resis-

tência à invasão das tropas militares à

sede de nosso Conselho Seccional, em

outubro de 1983.

Todos esses momentos históricos en-

grandeceram a OAB e a consolidaram

no cenário político nacional. Com o

passar dos anos, com o aperfeiçoa-

mento das instituições democráticas

e a consolidação de outros espaços de

discussão que não existiam ou eram

incipientes antes de 1988, como o

Ministério Público, a imprensa livre da

censura e o ativismo das entidades não

governamentais, há a necessidade de

uma reflexão sobre o papel que deve-

mos desempenhar.

Não obstante o protagonismo que

ainda exerce no pulverizado debate

político-institucional, como vimos nos

últimos acontecimentos relacionados à

crise do Distrito Federal, é preciso re-

pensar nossa forma de diálogo social,

especialmente quando nos defronta-

mos com as realidades das novas tec-

nologias que aceleraram o ritmo com-

portamental do ser humano e exigem

que nos adaptemos a ela, sob pena de

ficarmos obsoletos.

Além dessas questões, outra é tão ou

mais desafiante: o resgate da dignida-

de da advocacia. É um ponto crucial.

Se não somos respeitados profissio-

nalmente, como exerceremos com le-

gitimidade outros papéis? A recusa da

lista sêxtupla pelo STJ para o preenchi-

mento de uma de suas vagas no quinto

constitucional e o constante movimen-

to legislativo em desfavor da obrigato-

riedade do Exame de Ordem são ape-

nas os episódios mais vistosos de uma

realidade que se sente nos fóruns com

o desrespeito às prerrogativas.

Nossa luta deve ser exatamente esta:

o fortalecimento do advogado e de

suas prerrogativas. Somente após não

precisarmos mais implorar para sermos

atendidos por alguns magistrados ou

para que possamos ter vista de autos

e tirar cópias deles sem procuração,

exemplos comezinhos de violação aos

direitos dos advogados, é que nos fare-

mos ouvir com mais atenção e respeito.

A nova direção da OAB/DF e seu Con-

selho Seccional estão trabalhando com

esse propósito e, durante todo o triênio,

a meta do restabelecimento da dignida-

de da profissão será permanente.

Foto

: Mar

cela

Bar

reto

47

www.oabdf.org.br